sábado, 29 de setembro de 2018

Gizmodo Brasil

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Agência que contratava pessoas pró-PT no Twitter tem perfis excluídos no Facebook

Posted: 28 Sep 2018 03:27 PM PDT

Atualizado às 21h20

No fim de agosto, noticiamos um esquema de contratação de influenciadores no Twitter para fazer propaganda pró-PT. Nesta sexta-feira (28), uma das agências envolvidas nesse tipo de campanha teve alguns páginas e perfis excluídos do Facebook por "fazer propaganda política não-orgânica".

Exclusão de perfis ligados ao MBL é apenas o primeiro ato da treta política no Facebook
A treta do Facebook com o MBL mostra mais uma vez que rede precisa de transparência
Como era o esquema de contratação de perfis do Twitter para fazer propaganda pró-PT

No caso, foram excluídas 11 páginas e 42 perfis associados com as atividades da agência Follow, que supostamente pertence ao deputado Miguel Corrêa (PT-MG).

A questão toda envolvendo a Follow é que a agência supostamente pagava para pessoas distribuírem conteúdos de teor político no Facebook para que eles parecessem orgânicos.

É permitido fazer propaganda política na internet. A questão é a identificação. A legislação brasileira prevê que isso seja feito por meio de impulsionamento e que a plataforma disponibilize informações da campanha, como partido, candidato e CNPJ.

Alguns exemplos de páginas pertencentes à Follow que foram excluídas pelo Facebook. Crédito: Facebook

Em agosto, nós noticiamos que a agência Follow desenvolveu uma aplicação para o Twitter chamada "Brasil feliz de novo", associada ao PT e divulgada nas redes sociais do partido. A aplicação se definia como uma "plataforma de compartilhamento de notícias" e que possibilitava pagamentos para usuários que cumpriam certas missões.

Aparentemente, após verificar o tipo de atividade deles no Twitter, o Facebook resolveu ir atrás e notou que havia algo parecido na rede social.

"Nós queremos que as pessoas possam confiar nas conexões que elas têm no Facebook e, por isso, nossos Padrões da Comunidade não permitem que contas operem de maneira coordenada para enganar as pessoas sobre a origem de conteúdos ou para permitir outras violações de nossas políticas. Também não permitimos contas falsas", afirmou o Facebook em blog post.

Exclusão de perfis tem precedentes

Importante lembrar que essa não é a primeira vez que o Facebook exclui páginas envolvidas em um contexto político. Em julho, o MBL (Movimento Brasil Livre) foi alvo de exclusão de perfis e páginas. No caso, tratava-se de uma "rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem do seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação."

Na época, o Facebook anunciou que tinham sido excluídas 196 páginas.

O MBL, por sua vez, protestou em frente à sede do Facebook em São Paulo, mas não obteve respostas ou o restauro das páginas e perfis excluídos.

Foto do topo: AP

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Pesquisadores fazem Alexa obedecer comandos ocultos em falas, músicas e até cantos de pássaros

Posted: 28 Sep 2018 02:04 PM PDT

A Alexa, assistente virtual da Amazon que habita diversos produtos, como os alto-falantes Echo, é uma das coisas mais futurísticas que a tecnologia nos entregou até hoje. O problema é que, às vezes, ela lembra os momentos mais assustadores da ficção científica, dando risadas malignas aleatórias ou dizendo sem nenhum motivo aparente coisas macabras. A coisa fica ainda pior com uma recente descoberta de pesquisadores alemães: eles dizem que é possível esconder comandos para a inteligência artificial em áudios aparentemente banais, como falas, músicas e até passarinhos cantando.

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Os cientistas da Universidade de Ruhr em Bochum descobriram uma maneira de colocar ruídos ocultos imperceptíveis ao ouvido humano, mas que podem disparar todo tipo de ação por assistentes virtuais que atendem comandos de voz.

Para isso, eles lançaram mão de um recurso chamado "efeito de máscara". Segundo a pesquisadora Dorothea Kolossa, ele se baseia na teoria psicoacústica da audição, que diz que, quando ouvimos um som muito alto de uma certa frequência, deixamos de perceber outros de frequências diferentes por alguns milissegundos. Assim, não percebemos os ruídos que disparam os comandos. Só que eles estão lá, e as inteligências artificiais são programadas para ouvir tudo, então elas podem ouvi-los e obecedê-los.

Ainda não se tem notícia de nenhum ataque que tenha explorado essa possibilidade, mas os cenários previstos pela Fast Company são bastante preocupantes.

Ataques podem ser tocados em um app, por exemplo, ou em um comercial de TV ou programa de rádio. Assim, eles poderiam hackear milhares de pessoas — e, potencialmente, fazer compras ou roubar informações privadas. "No pior caso, um malfeitor pode ter a possibilidade de tomar o controle do sistema de smart home inteiro, incluindo sistemas de alarme e câmeras de segurança", escrevem os autores.

Os áudios de exemplo dão uma boa dimensão disso. Em um deles, o comando oculto é "desativar câmera de segurança e destrancar a porta da frente". Por garantia, você pode colocar uma senha na Alexa para confirmar ações mais sensíveis, mas essa opção vem desativada por padrão.

O estudo testou apenas entradas diretas dos arquivos de áudio na inteligência artificial. Os pesquisadores garantem, porém, que o efeito deve ser o mesmo ao ouvir o mesmo trecho sendo tocado por um alto-falante, por exemplo.

Em resposta à Fast Company, a Amazon disse que leva as questões de segurança a sério e está analisando as descobertas dos pesquisadores.

[Fast Company]

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Os rovers da missão Hayabusa2 fizeram uma série de imagens na superfície do asteroide Ryugu

Posted: 28 Sep 2018 01:45 PM PDT

Os rovers japoneses MINERVA-II enviaram uma leva de novas fotos do Ryugu, incluindo um impressionante novo vídeo filmado a partir da superfície rochosa do asteroide.

O vídeo de 15 quadros foi capturado pelo MINERVA-II2, também conhecido como Rover 1B, em 23 de setembro, no mesmo dia em que ele e seu companheiro, o MINERVA-II1, pousaram no Ryugu, um asteroide localizado a 280 milhões de quilômetros da Terra. Os rovers foram despachados pela sonda espacial japonesa Hayabusa2, que chegou à órbita do asteroide em junho deste ano.

Versão de um artista para os rovers MINERVA-II. Ilustração: JAXA

MINERVA-II, caso você esteja se perguntando, é uma abreviação de MIcro Nano Experimental Robot Vehicle for Asteroid, the second generation” (“Veículo-Robô Experimental Micro Nano para Asteroide, segunda geração”, em tradução livre), com a a primeira versão sendo o MINERVA, para a primeira missão Hayabusa da JAXA, a agência espacial japonesa.

O vídeo de 15 quadros capturado pelo Rover-1B. GIF: JAXA/Gizmodo

O pequeno clipe mostra a superfície cinza e empoeirada, pouco amistosa e cheia de rochas do Ryugu. O Sol pode ser visto brilhando da esquerda para a direita, à medida que o asteroide atravessa o espaço. Um toque especial da lente acrescenta um efeito dramático à visão desse verdadeiro mundo alienígena pelos olhos do conjunto de câmeras do MINERVA-II2, que tem três delas (O MINERVA-II1 tem apenas uma).

Pare por um momento para refletir sobre o que você realmente está vendo aqui e celebre essa conquista realmente marcante.

Ryugu visto pelo Rover-1B. Imagem: JAXA

A JAXA também divulgou uma série de novas fotos, algumas tiradas pelo MINERVA-II e outros pela sonda Hayabusa2 durante sua aproximação mais recente.

As sondas MINERVA-II são verdadeiros rovers, capazes de se mover pela superfície do asteroide. Porém, em vez de usar rodas, elas mudam de lugar pulando pela superfície. Cada rover tem um pequeno motor que produz a pequena quantidade de força necessária para dar um salto. Rodas convencionais ou esteiras como as de tanques de guerra não funcionariam, já que essas formas de locomoção jogaria as sondas de volta ao espaço, por causa da gravidade excepcionalmente fraca do Ryugu.

Sequência de imagens tiradas conforme o Rover-1B dava seu primeiro pulo, em 23 de setembro de 2018. Imagem: JAXA

Essa estratégia de saltos parece estar funcionando. Em 23 de setembro, o Rover-1B realizou deu seu primeiro pulo, tirando fotos durante o processo.

Imagem impressionante da superfície do asteroide tirada pela Hayabusa2 a uma altura de 64 metros. Imagem: JAXA

Em 21 de setembro, a Hayabusa2 tirou uma incrível foto (acima) do Ryugu de uma distância de cerca de 64 metros. Essa é a foto de maior resolução já tirada da superfície do asteroide até agora, durante essa missão.

Enquanto isso, os engenheiros da JAXA estão próximos de decidir o local de pouso da Hayabusa2, de onde ela usará seu chifre para extrair amostras da superfície do asteroide. Uma nova foto (abaixo) mostra três candidatos a locais, dos quais o L08 é atualmente o favorito. Ao contrário das imagens tiradas pelos rovers MINERVA-II, essa área parece relativamente suave e uniforme, e não é surpresa que os controladores de missão da JAXA estejam considerando seriamente esses três pontos. Nenhuma decisão formal foi tomada ainda, com a JAXA dizendo que continua a avaliar localizações em potencial.

Vista de perto dos três candidatos a local de pouso. O L08 é, atualmente, o favorito. Imagem: JAXA

Visão ampla do Ryugu, com possíveis pontos de pouso indicados. Imagem: JAXA

Diferentemente das sondas MINERVA-II, a Hayabusa2 está voltando para casa. Armada com suas amostras da superfície, a espaçonave deve retornar para a Terra em 2023. Mas ainda tem muita ciência a ser feita, além de um perigoso pouso.

[JAXA]

Imagem do topo: JAXA

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Uma mão de bronze encontrada na Suíça tem deixado arqueólogos perplexos

Posted: 28 Sep 2018 12:21 PM PDT

Em outubro de 2017, uma mão esculpida em bronze com um punho dourado foi descoberta por uma dupla de caçadores de tesouros. A peça foi datada em 3.500 anos. Arqueólogos nunca tinham visto algo parecido e não sabem explicar seu propósito ou função. Agora, a mão é centro de uma investigação criminal.

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A mão de bronze e o punho dourado, junto com um punhal e um osso de costela humano foram descobertos por detectores de metal próximos ao Lago de Bienna, em Jura Bernense. O local está a cerca de 45 quilômetros de distância de Berna, capital da Suíça. Os ítens foram cedidos a especialistas do Departamento de História Antiga e Arqueologia Romana do Serviço Arqueológico de Berna, um dia após a descoberta.

A mão de Prêles, como foi chamada, é pouco menor do que uma mão adulta e foi fundida a partir de cerca de meio quilo de bronze, de acordo com a National Geographic. A datação por radiocarbono da cola orgânica, baseada em vegetais, que foi utilizada para colar a faixa dourada nos pulsos da mão apontam que o artefato foi feito entre 1.500 e 1.400 a.C., durante a Idade do Bronze. Os arqueólogos que estudam a mão, liderados por Andrea Schae, dizem que há dúvidas de que a mão tenha sido usada. Uma espécie de soquete dentro da mão sugere que ela foi montada em um corpo de algum tipo.

A mão de bronze e o punho dourado. Imagem: Archaeological Service of the Canton of Bern/Philippe Joner

O time de Schae retornou ao local em Jura Bernense para conduzir mais escavações. Eles descobriram que um túmulo, possivelmente uma tumba, “sofreu danos significativos a partir do resultado do trabalho recente”, conforme escreveram os pesquisadores no comunicado.

E parece que há algo errado nessa história. O pessoal do SwissInfo noticia que existem indícios de que alguns objetos foram roubados do local. Um porta-voz do Serviço Arqueológico de Berna confirmou ao Gizmodo que “uma investigação criminal está em curso” e que, por isso, eles “não podem dar informações detalhadas”.

O local em que a mão de bronze o outros artefatos foram encontrados. Imagem: Archaeological Service of the Canton of Bern/Guy Jaquenod

Apesar disso, os pesquisadores conseguiram descobrir mais itens no local, incluindo ossos de um homem de meia idade, um longo alfinete de bronze, uma espiral de bronze provavelmente usada como um ornamento para o cabelo, pedaços de folha de ouro (provavelmente da mão) e um dos dedos faltantes da escultura. Os arqueólogos dizem que a mão provavelmente foi enterrada com o homem. E não sabemos praticamente nada sobre ele.

Sob o túmulo, os pesquisadores descobriram ainda uma estrutura baseada em pedra. Aparentemente, “o homem e a mão de bronze foram deliberadamente enterrados sobre esta construção mais antiga”, escrevem os pesquisadores no comunicado de imprensa. “Ele deve ter sido uma pessoa de uma alta casta social.” Este é um tipo de sepultamento excepcional da Idade do Bronze na Suíça, algo sem precedentes. Com as informações atuais, os arqueólogos podem dizer que a mão de bronze é única.

“Para o conhecimento de especialistas suíços, alemães e franceses, nunca houve uma escultura comparável a essa, que date da Idade do Bronze na Europa Central”, diz o material. "A mão de Prêles é, até agora, a mais antiga peça de bronze que representa uma parte do corpo humano. É, portanto, um objeto único e notável".

Um artigo de pesquisa formal que descreve as descobertas está sendo redigido, mas os pesquisadores ainda estão tentando descobrir se os itens foram manufaturados nessa região, ou fabricados em um local distante. Eles também estão com dificuldades para entender o propósito da escultura.

“Não sabemos nem o significado, nem a função atribuída à mão”, dizem os pesquisadores. “Seu ornamento dourado sugere que trata-se de um emblema de poder, um sinal distintivo de uma elite social ou mesmo de uma divindade. A mão se estende por uma forma oca que sugere que ela foi originalmente montada em outro objeto: talvez fosse parte de um cetro ou de uma estátua”.

Infelizmente, a análise tem sido complicada pela condição conturbada do local; os pesquisadores não tiveram a oportunidade de observar o túmulo em seu estado original, sem nenhum tipo de perturbação. E aqui fica uma lição: se você é um caçador de tesouros, ou uma pessoa que acidentalmente encontrou algo de importância arqueológica, pare o que está fazendo e chame os especialistas. Caso contrário, você poderia estar saqueando e destruindo a história.

[Archaeological Service of the Canton of Bern via National Geographic]

Imagem do topo: A mão de bronze e outros itens encontrados no local, na Suíça. Crédito: Archaeological Service of the Canton of Bern/Philippe Joner

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Facebook tem 50 milhões de contas afetadas em enorme falha de segurança

Posted: 28 Sep 2018 10:49 AM PDT

Aproximadamente 50 milhões de perfis de usuários do Facebook foram afetados por uma falha de segurança, confirmou a empresa em um post de blog nesta sexta-feira (28). A brecha permitia aos invasores assumir as contas dos usuários afetados, mas a extensão total do ataque segue desconhecida.

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A falha, que a empresa diz ter descoberto nesta terça-feira (25), “explorou uma vulnerabilidade no código do Facebook que impactou o “Ver Como”, um recurso que permite às pessoas ver seu próprio perfil da maneira como outras pessoas o veem. Atualmente, a investigação interna da empresa “ainda está em seus estágios iniciais”,e não existe indicação de quem possa estar por trás do ataque ou de quais dados de usuários (se algum) foram extraídos.

Tokens de login foram resetados nas 50 milhões de contas afetadas diretamente, assim como em outras 40 milhões de contas em que o recurso de “Ver Como” foi usado no ano passado. A vulnerabilidade que permitiu a exploração, segundo o Facebook, “veio de uma mudança que fizemos em nosso recurso de upload de vídeos em julho de 2017”.

A notícia da falha de segurança vem em um momento particularmente vulnerável para o Facebook, que está atualmente enfrentando uma investigação federal e a regulação de seu papel no escândalo da empresa Cambridge Analytica. Neste ano, foi revelado que a companhia de análise de dados fez o uso indevido de dados de 87 milhões de usuários do Facebook. A Cambridge Analytica foi fechada em maio, na sequência desse grande desastre de privacidade.

Em uma coletiva de imprensa pouco depois do post de blog, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, descreveu a falha como um “ataque” e mencionou que os responsáveis haviam tentado consultar o banco de dados do Facebook em busca de informações pessoais sobre os perfis cujos tokens de login haviam sido tomados.

O recurso “Ver Como” foi desligado desde então, e o vice-presidente de produtos do Facebook, Guy Rosen, afirmou que a empresa está trabalhando com as autoridades e o FBI para conseguir mais informações. Respondendo a perguntas de repórteres, Rosen disse que isso é “claramente uma quebra de confiança, e levamos isso muito a sério”.

Imagem do topo: AP

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Ondas de choque de bombardeios da Segunda Guerra chegaram à beira do espaço, relatam cientistas

Posted: 28 Sep 2018 09:34 AM PDT

Como se os efeitos devastadores das bombas soltas em cidades europeias durante a Segunda Guerra Mundial não fossem terríveis o bastante, um surpreendente novo estudo mostra que as ondas de choque produzidas por esses bombardeios alcançaram a beira do espaço, temporariamente enfraquecendo a ionosfera da Terra.

Grandes bombardeios dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial produziram ondas de choque fortes o bastante para reduzir brevemente a concentração de elétrons na ionosfera de nosso planeta, segundo uma nova pesquisa publicada nesta terça-feira (25), no periódico científico Annales Geophysicae.

Esse enfraquecimento ocorreu acima dos locais dos bombardeios e em um raio de até mil quilômetros de distância, segundo a pesquisa. O efeito foi só temporário e não foi perigoso, mas uma ionosfera (camada da atmosfera da Terra que é ionizada por radiações solares e cósmicas) enfraquecida poderia ter interferido nas transmissões de rádio de baixa frequência durante a guerra.

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“As imagens de vizinhanças pela Europa reduzidas a destroços devido a ataques aéreos em tempos de guerra são um lembrete duradouro da destruição que pode ser causada por explosões feitas pelo homem”, disse em comunicado Chris Scott, autor principal do novo estudo e professor de física atmosférica e espacial na Universidade de Reading. “Mas o impacto dessas bombas lá em cima, na atmosfera da Terra, nunca foi percebido até agora.”

Versão de um artista da ionosfera, mostrada em púrpura (ela é invisível a olho nu). Imagem: Centro de Voo Espacial Goddard, da NASA/Duberstein

A integridade da nossa ionosfera, uma faixa espessa que fica entre 80 e 580 quilômetros acima da superfície da Terra, é altamente influenciada pela atividade solar, incluindo fenômenos como ejeções de massa coronalcorrentes de vento solar de alta velocidade e eventos de partículas energéticas. Atualmente, as perturbações na ionosfera afetam tecnologias como o rádio e o GPS. Mas os efeitos de bombardeios nas comunicações por rádio feitos durante a Segunda Guerra Mundial seguem pouco compreendidos.

O propósito do novo estudo foi “examinar as medições ionosféricas únicas” feitas acima do Centro de Pesquisa de Rádio de Slough, no Reino Unido, de 1943 a 1945, para “determinar se parte da variabilidade observada poderia ser atribuída às principais campanhas de bombardeio em toda a Europa”, escrevem os autores no novo estudo.

Procurar uma assinatura nos registros ionosféricos do Reino Unido pode parecer estranho, considerando que os bombardeios ocorreram no continente europeu (principalmente na Alemanha nazista), mas havia algumas boas razões para isso, como os autores deixam claro em seu estudo:

Embora o bombardeio de Londres pela Luftwaffe entre setembro de 1940 e maio de 1941 (popularmente conhecido como a “Blitz de Londres”) tenha gerado explosões mais próximas das medidas ionosféricas feitas acima de Slough, esse ataque foi mais ou menos contínuo, tornando difícil separar o impacto dos ataques de guerra do impacto da variabilidade sazonal natural.

Ao mesmo tempo, os aviões de quatro motores usados ​​pelos Aliados conseguiam lançar bombas muito mais pesadas do que os aviões alemães bimotores. Assim, os bombardeios aliados eram mais fortes e mais discerníveis, tornando-os uma variável mais útil a ser estudada.

Bombardeio de uma fábrica em Marienburgo, na Alemanha, em 9 de outubro de 1943. Imagem: Força Aérea dos Estados Unidos

Vendo os relatórios diários coletados pela estação de Slough, Scott conseguiu documentar uma série de pulsos de rádio frequentes em uma faixa de frequências de ondas curtas. Eles alcançavam até 100 a 300 quilômetros acima da superfície da Terra. Além da altura, os dados também revelaram a concentração de elétrons de ionização na atmosfera superior. Scott e seus colegas analisaram os registros de resposta da ionosfera que correspondiam ao momento de 152 grandes ataques aliados na Europa, nos quais de 100 a 900 toneladas de explosivos foram lançados em cidades, fábricas e outros alvos militares. Olhando para os dados, Scott conseguiu ver que a concentração de elétrons na ionosfera “diminuiu significativamente” devido às ondas de choque causadas pelas bombas. As poderosas ondas de choque aqueceram a atmosfera superior, causando a perda de ionização, dizem os pesquisadores.

Normalmente, uma redução temporária na concentração de elétrons é causada pela Sol, mas ela também pode vir de baixo — mais especificamente, de relâmpagos, erupções vulcânicas e terremotos. O novo estudo mostra como a guerra moderna é uma força da natureza em si mesma. Como apontam os pesquisadores, uma tonelada métrica de TNT tem energia explosiva equivalente a um único raio.

“É surpreendente ver como as ondas causadas por explosões feitas pelo homem podem afetar a beira do espaço”, disse Scott. “Cada ataque liberou a energia de pelo menos 300 raios. O enorme poder envolvido nos permitiu quantificar como os eventos na superfície da Terra também podem afetar a ionosfera.”

Patrick Major, coautor do estudo e historiador da Universidade de Reading, disse que a força dessas bombas não foi desperdiçada naqueles que estavam lá para testemunhá-la.

“As tripulações envolvidas nos ataques relataram ter suas aeronaves danificadas pelas ondas de choque da bomba, apesar de estarem acima da altura recomendada”, disse ele. “Os moradores sob as bombas rotineiramente lembravam de terem sido jogados pelo ar pelas ondas de pressão das minas aéreas explodindo, e os caixilhos das janelas e portas eram arrancados de suas dobradiças. Havia até rumores de que enrolar toalhas molhadas em volta do rosto pudesse evitar que as pessoas dentro de abrigos tivessem seus pulmões entrando em colapso por ondas de choque, o que deixava as vítimas intocadas externamente.”

Esse trabalho pioneiro é apenas o começo e ele acena os tipos de pesquisas da Segunda Guerra Mundial que ainda podem ser feitas. Scott e Major agora estão pedindo que o público os ajude com a digitalização de dados atmosféricos antigos, o que lhes permitiria avaliar o impacto de centenas de ataques menores que aconteceram durante a guerra. Usando esses “exemplos menos extremos”, os pesquisadores dizem que conseguirão “determinar a energia explosiva mínima exigida para gerar uma resposta ionosférica detectável”.

Em um nível mais filosófico, esse estudo apresenta um possível lembrete do quão poderosas nossas tecnologias militares se tornaram. A guerra, como muitos já disseram, é o próprio inferno.

[Annales Geophysicae]

Imagem do topo: Departamento de Defesa dos Estados Unidos

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Como este cara criou uma réplica incrivelmente realista do bebê de 2001: Uma Odisseia no Espaço

Posted: 28 Sep 2018 08:12 AM PDT

As cenas finais de 2001: Uma Odisseia no Espaço, com um bebê flutuando no espaço, ainda deixam muitas pessoas coçando a cabeça. Mas mesmo que Adam Savage, apresentador do programa MythBusters, não tenha compreendido completamente o que Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke quiseram passar com a revelação, ele sabia que tinha que recriar o personagem para sua coleção pessoal de adereços. O resultado impressiona pelos detalhes e pode ser inquietante por parecer assustador.

O objeto original usado para criar aquelas cenas em 2001 ainda existe e tem rodado pelo mundo em exposições há alguns anos. Isso deu a Savage diversas oportunidades de fotografar o fantoche de vários ângulos, documentando todas as dimensões e detalhes. Até que, enfim, ele conseguiu dar ao escultor Steve Neill materiais de referência o bastante para criar uma reprodução quase perfeita.

Neill produziu uma carcaça de fibra de vidro de sua escultura, que foi preparada, lixada e alisada por Kayte Sabicer, da Tested. Para o trabalho final de pintura, a tinta “pêssego fresco” de Benjamin Moore foi o tom perfeito para recriar o tom de pele do bebê. Porém, a réplica ainda não estava completa.

Savage trabalhou com Jeremy Williams para dar vida aos olhos hipnotizantes do fantoche. Alimentado com um servomecanismo e uma bateria gigante, os olhos são programados para fazer movimentos sutis e aleatórios, podendo funcionar por pelo menos um mês antes de precisarem de uma recarga.

A réplica é incrível e mais um exemplo da impressionante dedicação aos detalhes e à precisão de Savage quando se trata de suas recriações de objetos famosos de filmes. Porém, mesmo sabendo como ele foi construído e o que ele pode fazer, eu ainda ficaria completamente aterrorizado vendo de soslaio esse boneco olhar de um lado para o outro.

Imagem do topo: Reprodução

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Elon Musk está sendo processado por tuíte sobre fechar o capital da Tesla

Posted: 28 Sep 2018 06:37 AM PDT

A Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), espécie de CVM dos EUA, abriu um processo contra o CEO da Tesla, Elon Musk.

Como noticiado pela Bloomberg, este caso vem após uma série de escândalos envolvendo o comportamento online de Elon Musk. Nos últimos tempos, Musk acusou um mergulhador que ajudou no resgate dos meninos da Tailândia de ser pedófilo e disse que tinha obtido fundos para tornar a Tesla privada com um valor de US$ 420 por ação.

Elon Musk anuncia que o bilionário japonês Yusaku Maezawa será o primeiro turista do espaço

A SEC alega que o tuíte preocupou alguns investidores e que violaram o Securities Exchange Act de 1934. Além disso, o preço em questão foi usado por Musk, segundo o documento da entidade americana, apenas porque "Musk tinha recentemente aprendido sobre o significado do número 420 para a cultura canábica."

Essa história do número remonta para uma tradição iniciada por uns caras da Califórnia. Eles encontraram um mapa na década de 70 onde, supostamente, havia um tesouro (no caso, uma plantação de maconha) e eles marcaram para se encontrar às 4:20pm. Se quiser mais detalhes das pessoas por trás da tradição, essa matéria da BBC (em português) explica melhor a história.

No processo, as penalidades que a SEC quer impor a Musk são "proibir que ele seja um oficial ou diretor" de uma empresa listada na bolsa de valores e que ele "devolva quaisquer ganhos ilícitos" que podem ter resultado dos seus tuítes. A SEC diz ainda que a tendência é que Musk "viole novamente as regras da entidade", caso "não seja contido e proibido."

As ações da Tesla caíram mais de 10% ontem após o fechamento do mercado.

A Tesla enviou o seguinte comunicado ao Gizmodo, que foi atribuído a Elon Musk:

"Esta ação injustificada da SEC me deixa triste e desapontado. Sempre agi no melhor interesse da verdade, transparência e dos investidores. Integridade é o valor mais importante na minha vida e os fatos mostrarão que nunca a comprometi."

Após um tempo, a Tesla enviou para o Gizmodo um outro comunicado:

Tesla e o conselho de diretores têm plena confiança em Elon, sua integridade e sua liderança da companhia, que resultou em uma das empresas automobilísticas dos EUA no século. Nosso foco se mantém em continuar a produção do Model 3 e entregando bons resultados para nosso consumidores, acionistas e funcionários.

O comunicado completo da SEC está disponível no site da agência reguladora norte-americana. Para ver o documento completo do processo contra Elon, registrado na Corte Distrital do Sul de Nova York, basta dar uma olhada abaixo:

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Crédito da foto do topo: Kiichiro Sato/AP

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Yellow restringe área e vai multar quem deixar bicicleta fora de bairros selecionados de São Paulo

Posted: 28 Sep 2018 05:31 AM PDT

Há alguns meses, a Yellow apareceu em São Paulo com uma proposta ousada: um sistema de aluguel de bicicletas sem estações, em que seria possível pegar uma delas e deixá-la em qualquer lugar. Até mesmo em bairros mais afastados do centro as bikes amarelinhas começaram a aparecer, e mesmo os episódios de roubo e vandalismo estavam, segundo a empresa, abaixo do previsto., dando a esperança de que seria possível pegar uma em qualquer canto.

Só que isso vai mudar: a startup restringiu sua área de atuação a alguns bairros da zona oeste e da zona sul de São Paulo. Quem estacionar uma bicicleta fora da área delimitada pagará uma multa de R$ 30.

• Os patinetes elétricos estão vindo aí e já começam a aparecer por São Paulo

A taxa passa a valer no dia 1º de outubro. Hoje, o aplicativo da Yellow já mostra um aviso sobre as novas regras, e o mapa fica escuro fora da área delimitada — que envolve bairros como Vila Madalena, Pinheiros, Itaim Bibi e Vila Olímpia, além da Cidade Universitária, onde fica grande parte dos institutos da USP, e o Parque do Ibirapuera. Ainda há bicicletas na região proibida, mas a tendência é que elas deixem de ser ofertadas nessa região.

À Folha de S.Paulo, Eduardo Musa, cofundador e presidente da empresa, disse que é impossível atender a cidade toda com 20 mil bicicletas. O jornal diz que, de acordo com o último dado divulgado, 2 mil bikes estavam em circulação, mas a empresa parou de divulgar o número por considerá-lo estratégico.

Musa também argumenta que “é preciso que haja densidade na oferta em regiões com muita demanda” para conseguir prestar um bom serviço — em outras palavras, não adianta ficar sem bicicletas onde os interessados estão. Ele também conta que a taxa de R$ 30 é um retorno, e que, muitas vezes, pagar um táxi ou um caminhão para buscar as bicicletas fica até mais caro do que isso. Mesmo assim, o executivo diz não acreditar que usuários da periferia da cidade tenham sido preteridos, e que acredita que eles são os principais consumidores do serviço.

[Folha de S.Paulo]

Imagem do topo: Divulgação/Yellow

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Facebook está dando para anunciantes informações que você sequer forneceu ao site

Posted: 28 Sep 2018 04:30 AM PDT

Na semana passada, publiquei um anúncio no Facebook direcionado a um professor de ciência da computação chamado Alan Mislove. Mislove estuda como a privacidade funciona nas redes sociais e tinha uma teoria de que o Facebook está permitindo que os anunciantes alcancem os usuários com informações de contato coletadas de formas surpreendentes. Eu o estava ajudando a testar a teoria, direcionando o anúncio para ele de uma forma que o Facebook havia me dito anteriormente que não funcionaria. Direcionei o anúncio para ser exibido em uma conta do Facebook conectada ao número fixo do escritório de Alan Mislove, um número que Mislove nunca forneceu ao Facebook. Ele viu o anúncio em poucas horas.

"Uma razão pela qual você está vendo esse anúncio é que a Real Future te adicionou à lista de pessoas que ela quer alcançar no Facebook", dizia trecho da mensagem que a rede social mostrou a Alan Mislove sobre o anúncio que direcionei para o número comercial de seu escritório. Captura de tela: Facebook (Alan Mislove)

Uma das várias maneiras como as propagandas ficam diante de seus olhos no Facebook e no Instagram é que a gigante das redes sociais permite que um anunciante faça o upload de uma lista de números de telefone ou endereços de e-mail que tenha em arquivos; em seguida, ele colocará um anúncio na frente das contas associadas a essas informações de contato.

Um varejista de roupas pode colocar um anúncio de um vestido nos feeds do Instagram de mulheres que compraram dele antes, um político pode colocar anúncios do Facebook na frente de qualquer pessoa em sua lista de e-mails ou um cassino pode enviar ofertas aos endereços de e-mail de pessoas suspeitas de ter um vício em jogos. O Facebook chama isso de “público personalizado“.

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Você pode presumir que você poderia ir até o seu perfil no Facebook e olhar sua página de “informações básicas e de contato” para ver quais endereços de e-mail e números de telefone estão associados com a sua conta e, consequentemente, o que anunciantes podem usar para direcionar conteúdo para você. Mas, como tantas vezes é o caso com esse minerador de dados altamente eficientes se apresentando como uma maneira de se manter em contato com seus amigos, isso está acontecendo de uma maneira menos transparente e mais invasiva.

O Facebook não está satisfeito em simplesmente usar para anúncios as informações de contato que você coloca de bom grado no seu perfil. Ele também está usando informações de contato que você entregou por motivos de segurança e informações de contato que você sequer entregou, mas que foram coletadas das agendas de contatos de outras pessoas, uma camada escondida de detalhes que o Facebook tem sobre você que eu passei a chamar de “informações de contato de sombra”. Eu consegui colocar um anúncio diante de Alan Mislove ao direcionar para o seu perfil sombra. Isso significa que o endereço de e-mail alternativo que você usa para descontos ou para compras suspeitas na internet é provavelmente associado à sua conta e está sendo usado para direcionar anúncios para você.

O Facebook não está satisfeito em simplesmente usar para anúncios as informações de contato que você coloca de bom grado no seu perfil. Ele também está usando informações de contato que você entregou por motivos de segurança e informações de contato que você sequer entregou.

O Facebook não é transparente sobre essa prática. Na verdade, quando perguntei à equipe de relações públicas da empresa se ela estava usando informações de contato sombra para anúncios, eles negaram. Para a sorte de nós, os obcecados pela natureza estranhamente precisa dos anúncios nas plataformas do Facebook, um grupo de pesquisadores acadêmicos decidiu mergulhar fundo em como os públicos customizados do Facebook trabalham para descobrir como os números de telefone e endereços de e-mail dos usuários são puxados pelo ecossistema publicitário.

Giridhari Venkatadri, Piotr Spaiezynski e Alan Mislove, da Universidade Northeastern, junto com Elena Lucherini, da Universidade de Princeton, fizeram uma série de testes envolvendo entregar informações de contato para o Facebook para um grupo de contas-teste em diferentes maneiras, vendo na sequência se aquela informação poderia ser usada por um anunciante. Eles criaram uma nova maneira de detectar se essa informação se tornava disponível para anunciantes ao olhar para as estatísticas oferecidas pelo Facebook sobre o tamanho de um público após as informações de contato terem sido subidas no sistema. Eles entram em grandes detalhes técnicos sobre isso em seu artigo.

Eles descobriram que, quando um usuário dá um número de telefone ao Facebook para a autenticação de dois fatores ou para receber alertas sobre novos logins à conta de um usuário, esse número se torna direcionável por um anunciante em até duas semanas. Portanto, usuários que queiram que suas contas sejam mais seguras são forçados a fazer uma troca por privacidade e permitir que anunciantes os achem mais facilmente na rede social. Quando perguntada sobre isso, uma porta-voz do Facebook disse que “usamos as informações que as pessoas fornecem para oferecer uma experiência mais personalizada, incluindo mostrar anúncios mais relevantes”. Ela disse que os usuários incomodados com isso podem configurar uma autenticação de dois fatores sem usar seus números de telefone; o Facebook acabou com a obrigação de um número de telefone para a autenticação de dois fatores há quatro meses.

Os pesquisadores também descobriram que se o usuário A, a quem chamaremos de Anna, compartilhar seus contatos com o Facebook, incluindo um número de telefone desconhecido para o usuário B, a quem chamaremos de Ben, os anunciantes poderão direcionar anúncios para Ben usando esse número de telefone, que eu chamo de “informação de contato sombra”, cerca de um mês depois. Ben não consegue acessar suas informações de contato sombra, porque isso violaria a privacidade de Anna, de acordo com o Facebook, portanto ele não pode ver ou excluir essas informações, assim como não pode impedir que os anunciantes as usem.

O autor principal do estudo, Giridhari Venkatadri, disse que essa era a descoberta mais surpreendente, de que o Facebook estava direcionando anúncios usando informações que “não eram diretamente fornecidas pelo usuário ou mesmo reveladas ao usuário”.

Venho tentando fazer com que o Facebook divulgue as informações de contato sombra aos usuários há quase um ano. Mas a companhia até se recusou a divulgar esses detalhes sombrios aos usuários na Europa, onde a lei de privacidade é mais forte e exige explicitamente que as empresas digam aos usuários que dados elas têm sobre eles. Um morador do Reino Unido chamado Rob Blackie pediu ao Facebook para entregar suas informações de contato sombra durante meses, mas o Facebook disse a ele que elas são parte de algoritmos “confidenciais” e que “não estamos em condições de lhe fornecer os detalhes precisos de nossos algoritmos”.

“As pessoas são donas de suas listas de endereços”, disse um porta-voz do Facebook por e-mail. “Entendemos que, em alguns casos, isso pode significar que outra pessoa pode não conseguir controlar as informações de contato que alguém envia sobre elas.”

Para testar a descoberta de informações sombra, os pesquisadores fizeram um teste no mundo real. Eles subiram uma lista de centenas de números fixos da Universidade Northeastern. Esses são números que as pessoas que trabalham para a Northeastern não devem ter adicionado às suas contas, embora seja muito provável que os números estejam nas agendas de contatos de pessoas que as conhecem e que podem ter os enviado para o Facebook para “encontrar amigos”. Os pesquisadores descobriram que muitos desses números poderiam ser alvo de anúncios e, quando eles publicaram uma campanha publicitária, o anúncio apareceu no feed de notícias do Facebook de Mislove, cujo telefone fixo havia sido incluído no arquivo; eu confirmei isso com meu próprio teste, direcionado ao seu número de telefone fixo.

“É provável que lhe mostraram o anúncio porque uma outra pessoa subiu suas informações de contato por meio de um importador de contatos”, confirmou um porta-voz do Facebook quando eu disse à empresa sobre o experimento.

O Facebook não contestou nenhuma das descobertas dos pesquisadores. “Nós esboçamos as informações que recebemos e as usamos para anúncios em nossa política de dados, dando às pessoas controle sobre sua experiência com anúncios, incluindo públicos personalizados, por meio de suas preferências de anúncios“, afirmou o porta-voz por e-mail. “Para mais informações sobre como administrar suas preferências e o tipo de dado que usamos para mostrar anúncios para as pessoas, veja este post.”

Num post intitulado “Perguntas Difíceis: Quais Informações os Anunciantes do Facebook Sabem Sobre Mim?”, o vice-presidente de anúncios do Facebook, Rob Goldman, discute como a publicidade funciona na rede social e o que você pode fazer se “não quiser meus dados usados para me mostrar anúncios”. O post não menciona a surpreendente coleção de informações de contato ou o seu uso para anúncios direcionados descoberto pelos pesquisadores.

“Acho que muitos usuários não entendem completamente como o direcionamento de anúncios funciona hoje: que os anunciantes conseguem literalmente especificar exatamente quais usuários devem ver seus anúncios enviando os endereços de e-mail, números de telefone, nomes + datas de nascimento dos usuários”, disse Mislove. “Ao descrever esse trabalho para colegas, muitos cientistas da computação ficaram surpresos com isso; e ficaram ainda mais surpresos ao saber que não apenas o Facebook, mas também o Google, o Pinterest e o Twitter oferecem serviços relacionados. Dessa forma, achamos que há uma necessidade significativa de educar os usuários sobre como exatamente a publicidade direcionada em tais plataformas funciona hoje.”

Embora o Facebook não seja transparente e direto sobre quais das suas informações de contato ele usa para anúncios, ele é claro sobre quais anunciantes estão obtendo acesso a você com elas. A página “Preferências de anúncio” do Facebook tem uma seção dedicada a “anunciantes com quem você interagiu“, na qual ele mostra quais anunciantes têm você na lista de contatos deles.

Minha própria lista tem mais de 300 anunciantes, e só me lembro de ter conscientemente concedido minhas informações de contato para poucos deles — mas se eu tiver feito isso, provavelmente deve ter sido um endereço de e-mail alternativo, de modo que eu nunca mais tivesse que ouvir falar deles. Mislove diz que o Facebook poderia ser muito mais transparente aqui:

“O Facebook poderia também revelar para os usuários quais (informações pessoais) foram usadas para direcionar o anúncio entregue, ajudando os usuários a entender como suas informações são usadas por anunciantes”, disse Mislove por e-mail. Em outras palavras, o Facebook poderia me dizer qual endereço de e-mail ou número de telefone todos esses anunciantes têm sobre mim. Com o envolvimento de informações de contato sombra, no entanto, o Facebook pode estar evitando isso porque não quer que eu saiba quais informações pessoais a empresa tem sobre mim.

Certamente, existem práticas ainda mais assustadoras acontecendo na indústria da publicidade, mas é preocupante que isso esteja acontecendo no Facebook por causa de suas representações sobre permitir que você controle sua experiência de anúncios. É perturbador que o Facebook esteja reduzindo a privacidade das pessoas que querem que suas contas sejam mais seguras, pegando as informações que elas fornecem justamente para o propósito de terem mais segurança e privacidade para usá-las com o fim de minerar dados para anúncios. E também é preocupante descobrir essa nova maneira como as informações de contato sombra são usadas, além das recomendações de amizades, considerando que o Facebook não permite aos usuários ver essas informações sobre si próprios ou sequer os deixa as deletarem.

Mislove acha que o Facebook pode tornar a plataforma mais transparente dizendo aos usuários tudo o que sabe sobre eles, incluindo todas as informações de contato que coletou de várias fontes e como essas informações são usadas. Ele sugere que o Facebook deixe os usuários verem todos os dados que a empresa tem sobre eles e então os deixe especificar se eles estão corretos e se os anunciantes podem usá-los.

O Facebook alegou que os usuários já têm grande controle sobre quais informações são disponibilizadas para os anunciantes, mas isso não é completamente verdade. Quando perguntei à empresa no ano passado se ela usava informações de contato sombra para anúncios, eles me deram uma informação imprecisa e, desde então, não tornou a prática clara em sua extensa mensagem aos usuários sobre anúncios.

Foi preciso que pesquisadores acadêmicos realizassem testes por meses para descobrirmos a verdade. As pessoas estão cada vez mais paranoicas com a precisão assustadora dos anúncios que elas veem online e não estão entendendo de onde vem a informação que leva a essa precisão. Parece que, quando se trata dessa prática em particular, a rede social queria mesmo manter os usuários desinformados.

Imagem do topo: Angelica Alzona/Gizmodo Media Group

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