terça-feira, 4 de setembro de 2018

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Procon-SP multa 20 empresas por ligações indesejadas; veja como não ser incomodado

Posted: 03 Sep 2018 03:09 PM PDT

Se você tem um telefone fixo ou celular, as chances de que já tenha sido incomodado por uma chamada não solicitada de telemarketing são de 100%. E, mesmo que tenha solicitado o bloqueio das chamadas, é difícil se ver livre das ligações. Felizmente, alguém finalmente decidiu fazer algo sobre isso. A Fundação Procon-SP multou 20 empresas durante sua Operação Bloqueio de Telemarketing 2018, feita entre 2 de abril do ano passado e 2 de maio deste ano.

No Estado de São Paulo, o consumidor que não quiser receber ligações de telemarketing pode se inscrever em um cadastro específico junto ao Procon-SP e evitar as chamadas (confira como fazer isso mais abaixo). No entanto, a entidade apurou 20 empresas que estavam desrespeitando a legislação e ligando para os telefones cadastrados.

Abaixo, a relação de companhias:

• Banco BMG S.A
• Banco Bradesco SA
• Banco Pan S.A
• Banco Safra SA
• Banco Santander Brasil S.A.
• Bradesco Seguros S.A
• Caixa Econômica Federal Claro S.A
• Cnova Comércio Eletrônico S.A
• DR Benefício Ltda
• Itaú Unibanco S.A
• Nextel Telecomunicações Ltda
• Oi Móvel S.A em Recuperação Judicial
• Omega Assist Assistência Funeral Eireli
• P & P Marketing e divulgação Eirelli
• Porto Seguro Companhia de Seguros
• Sky Serviços de Banda Larga Ltda
• Telefônica Brasil S.A
• Tim Celular S.A
• Vale Encantado Country Club

O Procon-SP afirma que foram analisadas cerca de 25 mil denúncias feitas por consumidores por meio do site da fundação. Desde que a lei entrou em vigor, no início de 2009, 371 empresas já foram autuadas pela fundação. Questionado pelo Gizmodo Brasil sobre o valor das multas, a entidade se limitou a dizer:

De acordo com o artigo 57 do CDC, a pena de multa é graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor.

Se você mora no Estado de São Paulo e quer fazer o cadastro citado acima para não receber mais chamadas de telemarketing, basta entrar nesta página e cadastrar seus números de telefone — outros estados também possuem iniciativas do tipo. Depois da inscrição, você receberá uma senha por e-mail para acessar seu perfil e incluir mais números ou excluir os que enviou, além de fazer reclamações contra empresas que não respeitarem o bloqueio. Após 30 dias do pedido, as empresas não poderão mais ligar para você.

Imagem do topo: Pexels

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Idec entra com ação contra câmeras que monitoram atenção de passageiros do metrô de SP

Posted: 03 Sep 2018 01:22 PM PDT

Em abril deste ano, a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo inaugurou portas interativas digitais, uma nova tecnologia com um sistema de câmeras com reconhecimento facial e telões que exibem mensagens de prestação de serviços, campanhas de orientação e anúncios publicitários. As câmeras do sistema, no entanto, têm servido para identificar a emoção dos passageiros e coletar dados, informações que poderiam ser vendidas a terceiros, e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) agora aponta que a prática viola a nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.

• O Brasil tem uma lei de proteção de dados. O que muda agora?

A organização entrou com uma Ação Civil Pública contra a ViaQuatro, concessionária responsável pela Linha 4-Amarela, na última quinta-feira (29), para impedir o que ela chama de coleta ilegal de dados. Isso porque o novo sistema vem capturando emoções (feliz, insatisfeito, surpreso e neutro) e informações como gênero e faixa etária dos passageiros para melhor direcionar anúncios nas telas dispostas na plataforma. Para o Idec, o sistema possibilita a venda desses dados para terceiros com a obtenção de receita, de forma a direcionar suas estratégias de publicidade a partir das reações identificadas.

Abaixo, tem uma demonstração da tecnologia da Admobilize, a empresa que oferece a solução:

Rafael Zanatta, líder do programa de direitos digitais do Idec, aponta o quão problemática é a ação, que é feita em um serviço básico essencial para os cidadãos e sem a devida autorização dos passageiros.

"O caso é de magnitude impressionante. Os sensores são instalados nas portas de acesso ao trem, de modo que o usuário não tem direito de escolha: ou aceita a coleta dos seus dados, ou busca outro modo de se locomover na cidade, o que configura prática abusiva já que o transporte público se trata de um serviço essencial. É uma pesquisa de opinião forçada que viola a Constituição e várias leis federais", explicou Zanatta, em comunicado de imprensa.

O Idec exige o fim imediato da coleta de dados e a retirada das câmeras instaladas. A organização ainda pede indenização por danos coletivos, segundo o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, em valor de pelo menos R$ 100 milhões, que seriam revertidos para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, vinculado ao Ministério da Justiça e que tem como finalidade a reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos.

Zanatta ressalta que, mais do que um abuso de direito por parte da concessionária, a prática viola a recém-aprovada Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, e o Idec aponta ainda falta de cuidado da ViaQuatro em preservar a imagem de crianças e adolescentes.

A Ação Civil Pública afirma também haver falta de transparência no processo, com a ausência de qualquer indicação da coleta de dados nas intermediações do metrô, além do fato de as câmeras estarem bem escondidas e praticamente imperceptíveis.

Em entrevista ao jornal O Globo, Zanatta alertou também para a possibilidade de que essa tecnologia um dia seja usada de forma discriminatória contra minorias étnicas, ainda que essa projeção possa ser "distante e distópica". "A tecnologia existe, e precisamos pensar agora em como ela vai ser utilizada. E quais limites devemos estabelecer."

A ação do Idec inclui o pedido para que a linha de metrô privatizada seja obrigada judicialmente a implementar um modo de os passageiros se informarem sobre o uso de seus dados biométricos nas pesquisas realizadas pelas portas interativas digitais, sugerindo até como exemplo um "QR-Code ou ainda um aplicativo com essa finalidade".

Questionada pel’O Globo, a ViaQuatro disse que não ia se pronunciar sobre o assunto e que ainda não foi notificada.

Imagem do topo: Divulgação/ViaQuatro

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Seis maneiras como o Google Chrome mudou a forma como navegamos na web

Posted: 03 Sep 2018 11:40 AM PDT

Bom, o Chrome, assim como o Gizmodo Brasil, faz dez anos de idade. E, nesse tempo, o navegador do Google conquistou muita coisa. Apesar de entrar tarde no mercado de navegadores, com uma fatia de mercado de apenas 1%, hoje ele já é o navegador mais usado no mundo, com cerca de 60% de participação no mercado. Decidimos então resgatar como é que o Chrome se tornou tão dominante, destacando seis pontos específicos em que o navegador alterou a forma como navegamos.

1. O Omnibox

Crianças, vocês não vão acreditar nisso, mas houve uma época em que os navegadores tinham um campo para colocar o endereço e um outro para busca! Dá para acreditar nisso? Que animais imundos nós éramos naquela época! Enfim, quando o Chrome foi lançado em 2008, ele tentou enfatizar bastante uma “interface de usuário limpa, simples e eficiente“, e uma das maneiras encontradas para isso foi combinar a caixa da URL com a de busca em uma só. De repente, os usuários passaram a poder digitar um endereço web ou termos de busca soltos no mesmo lugar. Isso economizou muitos cliques logo de início, e o processo só melhorou com a chegada do recurso de autocompletar. Chegou hoje ao ponto de até responder a perguntas e resolver contas de matemática antes mesmo de você apertar Enter.

“O Omnibox lida com mais do que apenas URLs”, disse o Google em seu anúncio em história em quadrinhos. “Ele também oferece sugestões para pesquisas, páginas principais que você visitou antes, páginas que você não visitou, mas que são populares e muito mais… Você terá uma pesquisa de texto completa sobre seu histórico. Se você encontrou um bom site para câmeras digitais ontem, não precisa marcar esse site como favorito. Basta digitar ‘câmera digital’ e voltar rapidamente a ela.” Dez anos depois, é incrível o quanto ainda confio nesses recursos. Vale a pena apontar que todas essas informações voltavam para o Google por padrão, mas você podia optar por usar outros mecanismos de pesquisa (Yahoo, Ask etc) se quisesse.

2. Modo anônimo

O Google não inventou o conceito de navegação privada (ou ainda mais privada). O Safari, da Apple, na verdade, tinha uma Navegação Privada muito antes do Chrome, mas isso serve para mostrar o que um bom nome consegue fazer. O Modo Anônimo se tornou uma referência em sua função — e dá para entender por que algumas pessoas ainda se referem a ele como “Modo Pornô“. No entanto, ele pode ser usado para muito mais coisas, incluindo checar sites e perfis sob a perspectiva de um terceiro anônimo ou contornar paywalls de sites de notícias.

3. Velocidade

Talvez você se esqueça que a maior atração inicial do Chrome não era apenas que ele era rápido. Ele era incrivelmente rápido. Graças a uma codificação muito inteligente, o Google alegava que o mecanismo V8 JavaScript do Chrome conseguia processar JavaScript dez vezes mais rápido que o Safari ou o Firefox e por volta de 56 vezes mais rápido que o Internet Explorer 7, da Microsoft (o navegador dominante da época). Esse tipo de velocidade abriu o caminho para melhores aplicativos dentro do navegador, como e-mail, calendário e planilhas.

4. Cada aba tem seu próprio processo

Essa é uma daquelas situações com lado bom e lado ruim. O Chrome tomou a decisão revolucionária de fazer cada aba aberta ser seu próprio processo separado. Isso significava que, se um site tinha um código pesado, apenas uma aba parava de funcionar, deixando suas outras 19 abas abertas em paz, funcionando normalmente. Isso resultou em muito menos resets do navegador inteiro. E, contanto que seu computador tivesse RAM suficiente, então cada aba estava muito menos inclinada a travar do que em outros navegadores da época. O outro lado da moeda é que o Chrome acaba consumindo bastante da memória do seu computador, especialmente se você costumar ter várias abas abertas ao mesmo tempo, como eu. Dando crédito ao Google, eles fizeram muito nos últimos anos para minimizar o tamanho do impacto de abas em segundo plano no seu sistema e no consumo da bateria, mas eles ainda têm um caminho a percorrer nesse sentido. Outros navegadores, como o Opera, agora também seguem essa de abordagem de cada aba é um processo separado, mas a maioria é baseada na arquitetura de código aberto do projeto Chromium.

5. Tornando a internet menos irritante

É fácil começar a resmungar sobre o quanto a internet é uma droga hoje em dia, mas a verdade é que ela era ainda pior antes. Lembra dos anúncios de vídeo automáticos que disparavam alguma estupidez no seu ouvido por 30 segundos antes que você ao menos tivesse a chance de descobrir de que aba o som estava saindo? O Chrome facilitou que você silenciasse esses vídeos de forma padrão, em todo um domínio. E aquelas anúncios em pop-up? Ou talvez aqueles botões falsos de play que te levavam para um site esquisito? O Google deu aos sites 30 dias para cumprir uma série de padrões, e, se eles não o fizessem, o Chrome automaticamente começaria a bloquear os anúncios irregulares. É assim que uma empresa com participação de mercado de 60% consegue usar sua influência para forçar as pessoas a mudarem seus hábitos maléficos.

6. O primeiro navegador a se tornar um sistema operacional

Esse pequeno navegador se tornou a base para todo um sistema operacional. Firefox, Internet Explorer, Safari, Opera… Nenhum deles pode dizer o mesmo. E não é um sistema operacional insignificante, não. O Chorme OS roda nos Chromebooks, que correspondem a aproximadamente 60% de todos os dispositivos móveis sendo entregues a escolas primárias e secundárias nos Estados Unidos (até o último trimestre de 2017). Isso representará a primeira experiência com computação para muitas dessas crianças em um período tão formador de suas vidas. Se isso vai compensar para o Google, só o tempo dirá.

Imagem do topo: AP

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Firefox declara guerra a rastreadores e vai passar a bloqueá-los por padrão

Posted: 03 Sep 2018 10:44 AM PDT

O Firefox é um browser com uma boa reputação na proteção da privacidade dos usuários. O navegador vai investir ainda mais pesado nisso. A Mozilla, fundação responsável pelo desenvolvimento do programa, anunciou que incluirá por padrão um bloqueio a rastreadores usados para propagandas.

• Oito extensões que devem tornar sua navegação um pouco mais à prova de hackers
• Quatro atualizações do reformulado Mozilla Firefox Quantum

As novidades serão implementadas em três fases.

• Um bloqueio a rastreadores por padrão, a ser implementado no Firefox 63, dependendo de alguns testes sobre o impacto disso no tempo de carregamento de página.
• Limitação a cookies e bloqueio do acesso ao armazenamento por rastreadores de terceiros, que deve estar disponível no Firefox 65.
• Bloqueio de técnicas avançadas, como fingerprinting, que permite identificar o usuário silenciosamente, por características do seu dispositivo. Bloqueio de scripts de mineração de criptomoeda. Ambos estarão disponíveis em uma versão futura, ainda não anunciada.

A Mozilla também cita um estudo do aplicativo Ghostery, que aponta que 55% do tempo total para se carregar páginas na web é usado para rastreadores de terceiros. "Alguns efeitos negativos do rastreamento não controlado são fáceis de se notar, como as propagandas estranhamente específicas e a perda de desempenho na web", diz o comunicado. "Entretanto, muitos dos riscos da captura de dados são completamente obscuros para usuários e especialistas, e acabam sendo revelados apenas em grandes violações ou vazamentos."

Se você se interessou pela novidade, já pode conferir as duas primeiras "fases" da implementação no Nightly, canal de atualizações de testes do Firefox. Note, entretanto, que essa versão pode ser bastante instável.

[Mozilla via The Verge]

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“Galáxia monstruosa” antiga está formando estrelas mil vezes mais rápido do que a Via Láctea

Posted: 03 Sep 2018 08:32 AM PDT

O rádio-observatório Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), do Chile, observou uma galáxia que não se parece em nada com o que os pesquisadores esperavam. E ela está formando estrelas em uma velocidade absolutamente incrível.

Essa “galáxia monstruosa”, conhecida como COSMOS-AzTEC-1, formou-se apenas dois bilhões de anos depois do Big Bang e transforma, a cada ano, mais de mil sóis de gás solar em estrelas. Os cientistas ainda não entendem muito bem essas primeiras galáxias, mas agora eles têm novas informações que podem esclarecer por que elas formam estrelas tão incrivelmente rápido.

• Esta vista da Nebulosa da Tarântula é a imagem espacial de que todos nós precisamos
• A última leva de imagens do telescópio Hubble é pura pornografia espacial

Basicamente, o gás fragmentado dentro da galáxia tem uma força gravitacional mais forte em si do que a força da rotação da galáxia ou a repulsão de estrelas e supernovas, de acordo com as observações publicadas na quarta-feira (29) na Nature.

Os cientistas descobriram galáxias como a AzTEC-1 apenas duas décadas atrás, de acordo com o periódico, e as estudaram para tentar entender os eventos extremos de criação de estrelas. Por extremos, quero dizer que a galáxia está formando estrelas mil vezes mais rápido que a Via Láctea. Acredita-se que essas antigas galáxias sejam as ancestrais das galáxias elípticas de hoje, segundo um comunicado de imprensa.

Versão de um artista para a AzTEC-1. Ilustração: Observatório Nacional Astronômico do Japão

A nova equipe de pesquisadores de Japão, Alemanha, México e Estados Unidos observou a AzTEC-1 na maior resolução já vista, usando os 66 satélites de radiotelescópio do ALMA, no deserto chileno. Os físicos buscaram por assinaturas de gás de monóxido de carbono dentro da galáxia, criando então um mapa dela com base no que viram.

Suas observações revelaram gigantescos e densos aglomerados de gás que estavam concentrados o suficiente para que estivessem em colapso, em vez de permanecerem estáveis pela pressão externa causada pela formação de estrelas e supernovas. Essas nuvens em colapso poderiam formar estrelas extremamente rápido — e talvez esgotá-las em apenas 100 milhões de anos.

Ainda não está claro como uma galáxia pode acumular tanto gás antes de começar seu período de formação rápida de estrelas. Talvez seja o resultado de uma fusão galáctica, embora ainda não existam provas para reforçar a hipótese de um processo desses. Será necessário observar outras galáxias como a AzTEC-1 para responder a essa questão.

As coisas podem parecer bastante estáveis no nosso universo agora, mas nunca se esqueça de onde você veio. O caos reina.

[Nature]

Imagem do topo: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), Tadaki et al

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Como saber se seu iPhone 8 veio com defeito e pode ser consertado de graça

Posted: 03 Sep 2018 07:47 AM PDT

Seu iPhone 8 por acaso está com problemas ao ligar? Ele desliga do nada ou congela a tela? Então é possível que ele venha de uma leva de dispositivos com defeito de fabricação. A Apple anunciou na sexta-feira (31) que iniciaria o recall de algumas unidades com um problema grave na placa lógica dos aparelhos.

• Apple passa a exigir política de privacidade de todos os apps

Entre os problemas, estão as possibilidades de os smartphones desligarem e reiniciar inesperadamente, desligar e não ligar mais e o congelamento da tela. A Apple criou uma página em que os usuários podem consultar se o número de série de seu aparelho bate com a relação de dispositivos defeituosos. Assim, você pode verificar se existe a necessidade de levar o celular à assistência técnica. Porém, se você comprou seu iPhone 8 no Brasil, não tem com o que se preocupar.

A Apple já sabe quais dispositivos foram vendidos com o defeito. Essas unidades foram comercializadas entre setembro de 2017 e março deste ano, em seis países: Estados Unidos, Austrália, China (além de Hong Kong e Macau), Índia, Japão e Nova Zelândia. Infelizmente, se você tiver importado o seu dispositivo, terá grande dificuldade para fazer o conserto, já que a companhia só vai realizar o reparo dos aparelhos em seus países de origem.

Apesar de os modelos iPhone 8, 8 Plus e X terem sido vendidos ao mesmo tempo, o primeiro é o único a apresentar o problema. Quem tem um dos outros dois também não corre o risco de se ver diante de defeitos.

[Apple via Gizmodo ES]

Imagem do topo: AP

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Alguém esqueceu um Pixel 3 XL no banco de trás de um carro de aplicativo

Posted: 03 Sep 2018 07:00 AM PDT

O Pixel 3 XL, smartphone grandão do Google, só deve ser anunciado em outubro, mas podemos dizer que já sabemos como ele é. O aparelho foi “anunciado” de forma não oficial por alguns sites russos e ucranianos que vazaram diversas imagens do modelo.

• Vazamento revela possíveis imagens de versão menor do Google Pixel 3
• Este vazamento do Pixel 3 XL meio que já acabou com as novidades do próximo aparelho do Google

Além disso, o irmão menor do celular, o Pixel 3 padrão, também sofreu com alguns grandes vazamentos, incluindo fotos do dispositivo que mostrava sua tela de 5,5 polegadas e bateria de 3.000 mAh.

Eis que o Pixel 3 XL surgiu novamente – desta vez, por cortesia de um motorista anônimo do Lyft (aplicativo de caronas similar ao Uber) que enviou fotos de uma unidade de pré-produção ao Android Police. Segundo ele, o aparelho foi deixado no banco de trás do carro por algum passageiro.

O smartphone se parece bastante com as fotos divulgadas pela mídia russa: ele tem um entalhe gigantesco e aparentemente conta com uma câmera muito boa. Não está claro onde o incidente aconteceu.

Aparentemente, o motorista não passou muito tempo bisbilhotando o celular. Segundo a reportagem do Android Police, ele só tirou algumas fotos do dispositivo antes de devolvê-lo ao dono:

Ele pensou que o seu próprio Pixel 2 XL tinha caído e ficado lá atrás, mas percebeu que era um 3 XL depois de ver o entalhe e o logo do Google na traseira.

A unidade tem vários adesivos de identificação, que foram escondidos. O motorista devolveu o celular ao dono alguns minutos depois.

O Google parece não conseguir evitar que os seus produtos caiam nas mãos de curiosos. Pelo jeito, não colocaram o celular em uma capinha para tentar esconder sua identidade.

Mas não há grandes surpresas: a gente já viu praticamente todos os ângulos possíveis do Pixel 3 XL.

[Android Police]

Imagem do topo: Android Police

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Simplesmente não consigo largar o Google Chrome

Posted: 03 Sep 2018 06:25 AM PDT

O Google Chrome foi lançado há 10 anos (mais precisamente em 2 de setembro de 2008). Eu tenho usado o navegador desde que foi liberada a versão para OS X em 2009 e, olha, eu me sinto preso a ele. Esse software sugador de memória é onde eu passo boa parte do meu dia, embora não necessariamente porque eu queira isso. Por mais que tenha tentado, eu simplesmente não consigo largar o Chrome.

Isso provavelmente diz muito sobre mim — já já retorno a esse assunto. Mas também fala da forma como o Chrome transformou a maneira como nós navegamos na web. No começo, o Chrome se diferenciava por um ótimo recurso: a velocidade. Uso esse termo para definir o conceito de forma vaga. Alguns testes de benchmark mostravam que o Chrome era só um pouco mais rápido que outros navegadores, como Firefox, Safari e Internet Explorer. Ele simplesmente carregava páginas mais rápido e, além disso, o navegador era mais estável.

Dane-se o Chrome, eu vou voltar para o Firefox
Como mudar para um novo navegador sem perder seus dados salvos

Há muitas razões por que o Chrome se tornou mais rápido e mais eficiente que os outros navegadores, incluindo — mas não se limitando a isso — sua arquitetura de múltiplos processos. Não entrarei em detalhes de como isso funciona, mas, de alguma forma, era animador ver as abas do Chrome tristes quando as páginas "quebravam". Então, quando tudo parecia super lento, eu podia fechar as abas que não estavam sendo utilizadas e ver a memória do meu computador sendo liberada. Embora eu tenha perdido a estreia do Chrome para Windows, minha impressão inicial depois de usar o Chrome no Mac me fez pensar que o navegador do Google tinha tornado a internet a "experiência sem necessidade de espera" que eu sempre quis. E, além disso, parecia que nunca travava.

A velocidade ganhou um grande significado à medida que me acostumei com a nova barra de endereço do Chrome. O Google a chama de Omnibox, pois não é só um lugar em que você digita URLs. Lá você também pode fazer buscas e acessar configurações. Não é mais necessário instalar um complemento no Firefox ou acessar Google.com no Safari. A Omnibox do Chrome já faz tudo.

No começo, ter um navegador rápido, fácil de usar e que quase não travava parecia algo sensacional. Também era legal usar o Chrome. Tenho algumas memórias esquisitas de estar em reuniões com colegas de trabalho que usavam o Firefox e meio que falar para eles: "vocês deveriam usar o Chrome, pois é o que há".

O que eu não tinha percebido na época é que o Chrome me colocaria dentro do feudo do Google de uma forma nova. Não que eu não soubesse o que o Google fazia. Na época que comecei a usar o Chrome, eu tinha uma conta do Gmail desde 2004 e usava o mecanismo de busca todos os dias. Logar minha conta do Google ao Chrome era um novo nível de conexão com a empresa de Mountain View, de uma maneira que eu ainda não entendia naquela época.

Lógico, há vantagens de estar logado ao Chrome. Era muito mais fácil ter acesso aos meus favoritos e extensões de qualquer computador em que me logava. Meu navegador Chrome era o mesmo, independentemente da máquina, e é super mão na roda o fato de que o Chrome salva minhas senhas e informações de cartão de crédito quando compro coisas online.

Não importa o dispositivo. Se estou logado no Chrome, tudo está lá. Mas eu nunca tive muita certeza do quanto dos meus dados de navegação iam para servidores de anúncios do Google. O Chrome envia estatísticas de uso para o Google por padrão. A opção "Não rastrear" está desligada por padrão. No mínimo, agora o Google está monitorando minhas buscas feitas na Omnibox, e eu sei que o Google sabe quem sou eu, pois estou logado no Chrome.

Esse medo de monitoramento é na verdade uma reclamação. No smartphone, ainda navego usando o Safari e eu não tenho um Chromebook. O Chrome é o navegador padrão no Android e o Chrome OS é o sistema operacional do Chromebook. Então, o Google poderia ter acesso a mais dados pessoais meus. O fato é que passo boa parte do tempo com meu laptop em abas do Chrome, e isso faz com que eu me sinta um pouco exposto. Ainda assim, uso o Chrome todos os dias. Uso pra caramba. Já tentei deixá-lo, mas não consegui.

Deixar o Chrome deveria ser a decisão mais racional a ser tomada. As inovações tecnológicas que tornaram as versões anteriores do Chrome tão incríveis têm sido replicadas, quando não melhoradas, em outros navegadores. Testes recentes mostram que o novo Firefox Quantum é mais rápido que o Chrome e que a próxima versão do Safari no macOS Mojave promete proteger sua navegação contra o browser fingerprinting (impressões digitais de navegação), um tipo de rastreamento que possibilita que sites sigam sua atividade mesmo se você estiver usado o modo anônimo do Chrome. Enquanto isso, ironicamente, o Chrome é agora um navegador sem muitos recursos. Isso mesmo. O navegador que prometia ser mais eficiente no uso da memória é um devorador de memória RAM.

Mesmo assim, cá estou ainda usando o Chrome. Estou escrevendo esse post no Chrome. Estou com quase 40 abas abertas em diferentes janelas. Esta é a experiência web mais rápida que eu posso ter? Provavelmente não. É a mais segura? Acho que também não. É a experiência mais familiar e com mais apelo ao meu estilo de vida? Infelizmente, sim.

Como meu pai, que ainda usa o Yahoo Mail, sou resistente a mudanças. Isso não só se aplica aos meus hábitos de computação. Continuo comprando pares semelhantes de tênis e camisetas e calças da mesma marca. Talvez esses itens essenciais de vestuário sirvam como comparação ao meu uso de navegador. O Chrome é a aplicação que eu mais uso, e, talvez por conveniência, suas falhas parecem ser mais fáceis de lidar do que a total ausência dele. Toda vez que tento mudar para o Safari ou Firefox, eu me incomodo que as coisas são um pouco diferentes, então acabo voltando para o Chrome com minhas extensões e meu fácil acesso ao Google Docs.

Não acho que seja o único a já ter feito isso. Essa é uma das razões pelas quais penso que a decisão do Google de desenvolver "um browser que pudesse ser muito mais que um navegador" foi tão perspicaz. Em 2008, era menos óbvio que toda nossa vida digital poderia existir dentro de um navegador. A invenção do Chrome, junto com seus truques, parece genial agora que estamos conectados a múltiplos dispositivos e tendo uma experiência consistente neles. Nós também mostramos ao Google (e ao Facebook) que estamos dispostos a trocar nossa privacidade por serviços convenientes.

Talvez, eu tente novamente mudar para o Safari quando a Apple liberar o macOS Mojave. Deve ser mais rápido e talvez cuide mais da minha privacidade. Além disso, poderei usar o Dark Mode (modo escuro), então a janela do navegador pode combinar com o tema que eu tenho usado no Chrome há anos.

No entanto, é bem provável que eu desista após alguns dias. Vou ficar incomodado que as informações do meu cartão de crédito e senhas de sites obscuros não serão tão convenientes de serem acessadas. Então, vou voltar para o Chrome, onde as páginas podem ser carregadas de forma mais lenta. Darei ao Google uma visão mais profunda da minha vida online e ficarei incomodado em alguns momentos. Mas passarei meus dias no Chrome novamente e, mais uma vez, vou me sentir em casa.

Imagem do topo: Getty Images

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Infelizmente, o incêndio do Museu Nacional era uma tragédia anunciada

Posted: 03 Sep 2018 05:41 AM PDT

Um incêndio destruiu o Museu Nacional na noite deste domingo (2), queimando parte imensurável da história brasileira. O fogo foi controlado na madrugada desta segunda-feira (3), e desde o início da manhã, os bombeiros trabalham no rescaldo das chamas.

O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país e completou 200 anos em junho. O espaço continha um acervo de mais de 20 milhões de itens catalogados.

Entre os destaques do acervo estavam o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas; o maior meteorito já achado no país; coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais e a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I.

De acordo com uma reportagem do G1, os bombeiros afirmaram que praticamente tudo foi destruído. As equipes chegaram ao local por volta das 19h30 de domingo e conseguiram recuperar itens da parte botânica e alguns documentos, mas o restante foi consumido pelo fogo. Ou seja, a maior parte do acervo aparentemente foi destruída por completo. O Brasil perdeu registros históricos, pesquisa, obras de arte, múmias e fósseis.

Não houve feridos. O fogo começou pouco depois do fechamento para os visitantes. Quatro vigilantes estavam no local, que conseguiram sair a tempo. A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.

A tragédia parecia anunciada. Desde o histórico do museu até o momento do combate às chamas, o País mostrou descaso e incompetência.

Cortes no orçamento da ciência

A ciência definitivamente não é prioridade para o governo brasileiro. Notícias sobre possíveis cortes no orçamento do CNPq e do Capes, que fomentam a pesquisa científica, já aparecem desde o ano passado. A Folha publicou no ano passado, todos os institutos de pesquisa que podem fechar. E esta é só a ponta do iceberg.

Em uma reportagem de maio, a Folha de S. Paulo já denunciava os problemas de manutenção do Museu Nacional: desde 2014, a instituição não recebia integralmente a verba de R$ 520 mil anuais que bancam sua manutenção. Meio milhão de reais.

O pior momento foi em 2015, quando o Museu chegou a fechar por falta de dinheiro. Não havia dinheiro para pagar serviços básicos como limpeza e vigilância. Naquele ano, 257 mil reais foram destinados ao espaço, praticamente a metade do valor ideal.

Pior do que isso, é saber que as condições de infraestrutura do Museu Nacional são vergonhosas há mais de uma década. Em 2004, conforme o arquivo da Agência Brasil, já se falava do risco de incêndios no prédio. Wagner Victer, então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, denunciava várias irregularidades no espaço. “O museu vai pegar fogo. São fiações expostas, mal conservadas, alas com infiltrações, uma situação de total irresponsabilidade com o patrimônio histórico”, afirmou na época.

Sérgio Sá Leitão, ministro da cultura, publicou no Twitter que a tragédia “poderia ser evitada”.

“Lamentavelmente isso acontece justo quando medidas estavam sendo tomadas. O BNDES assinou em junho um contrato de patrocínio no valor de R$ 21,7 milhões […] Tenho procurado ajudar o Museu Nacional desde que entrei no MinC, em julho de 2017. O Instituto Brasileiro de Museus realizou diversas ações. Participei da articulação para viabilizar o patrocínio do BNDES. Infelizmente não foi a tempo. A tragédia poderia ter sido evitada […] O projeto previa a proteção contra incêndio”, disse ele, em uma sequência de tuítes.

Falta d’água atrapalhou bombeiros

O incêndio se espalhou rapidamente e o trabalho foi atrasado em cerca de 40 minutos por falta de carga (força) nos dois hidrantes mais próximos ao museu. Os bombeiros precisaram pedir caminhões-pipa para auxiliar no combate ao incêndio e foi necessário retirar água do lago que fica na Quinta da Boa Vista para ajudar no controle das chamas.

Pesquisadores e funcionários do Museu Nacional se reuniram com o Corpo de Bombeiros para tentar auxiliar na operação – eles tentaram orientar o trabalho dos bombeiros para que o fogo não chegasse a uma parte do museu que continha produtos químicos.

Dois séculos de história

Foto: Wikimedia

Segundo seu próprio site oficial, o Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vinculada ao Ministério da Educação. Como museu universitário, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem perfil acadêmico e científico.

O Museu Nacional foi fundado em junho de 1818, então como Museu Real. "Querendo propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais no Reino do Brasil, que encerra em si milhares de objetos dignos de observação e exame e que podem ser empregados em benefício do comércio, da indústria e das artes: hei por bem que nesta Corte se estabeleça um Museu Real", escreveu dom João VI (1767-1826) no decreto de criação.


Histórico de incêndios

Diversos prédios sob custódia da UFRJ, que sofre com falta de orçamento, sofreram incêndios nesta década:

Em 2011, um dos prédios no campus da universidade na Praia Vermelha, pegou fogo;
Em 2012, o prédio da Faculdade de Letras também sofreu com um incêndio;
Em 2014, foi a vez do Laboratório do Centro de Ciências da Saúde;
Em 2016, o 8º andar da Reitoria da UFRJ também pegou fogo;
Em 2017, houve um incêndio no alojamento estudantil da universidade e um estudante ficou ferido

Museus e espaços culturais e científicos brasileiros também não escapam do histórico:

Em 2008, Teatro Cultura Artística, em São Paulo, sofreu um incêndio;
Em 2010, foi a vez do Instituto Butantan, que perdeu o maior acervo de cobras do Brasil;
Em 2013, o auditório do Memorial da América Latina também foi atingido;
Em 2013, o acervo do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas também foi vítima;
Em 2014, o fogo destruiu o acervo do Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios;
Em 2015, o Museu da Língua Portuguesa também foi acometido pelo fogo;
Em 2016, a Cinemateca Brasileira pegou fogo.

Imagem do topo: Tânia Rego/Agência Brasil

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Droga experimental oferece esperança para pessoas com forma devastadora de esclerose múltipla

Posted: 03 Sep 2018 04:43 AM PDT

Uma nova pesquisa financiada pelo National Institutes of Health (agência governamental dos EUA de pesquisa de saúde) sugere que uma droga experimental pode retardar o dano cerebral causado por uma forma de esclerose múltipla, um distúrbio neurológico incurável que corrói a camada protetora do nosso sistema nervoso. Mas ainda não está claro se o medicamento pode melhorar significativamente os sintomas debilitantes que as vítimas da condição experimentam.

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Os braços longos, ou fibras, da maioria dos neurônios são cobertos de algo chamado mielina. No entanto, a mielina não apenas protege nossas fibras nervosas, mas também impulsiona a velocidade dos sinais elétricos que os neurônios usam para se comunicar uns com os outros. Pessoas com esclerose múltipla têm um sistema imune amotinado, que destrói a mielina, causando estrago no sistema nervoso central. Esse dano aparece na forma de lesões e inflamação crônica, que, gradativamente, encolhem o tecido cerebral. Não existe uma causa clara para a esclerose múltipla, embora fatores como infecções e genética desempenhem um papel.

Os sintomas da esclerose múltipla, que incluem fraqueza muscular, fadiga constante e dificuldades ao caminhar, podem ser devastadores e imprevisíveis. A maioria das vítimas tem um ataque inicial agudo que dura alguns dias e então desaparece. A partir dali, as pessoas passam por surtos da doença, seguidos por remissões de meses ou até anos, sem manifestação dos sintomas. Mas cerca de 10% a 20% dos portadores de esclerose múltipla sofrem da forma primária progressiva da doença, ou seja, seus sintomas continuamente pioram desde o início, com alguns períodos de remissão (ou nenhum).

Existem alguns medicamentos disponíveis para tratar o primeiro tipo da doença, conhecido como esclerose múltipla remitente-recorrente. Essas drogas podem reduzir a frequência dos ataques, assim como sua gravidade. Mas, há décadas, a ajuda é pouca para pessoas com esclerose múltipla primária progressiva. Em 2017, o ocrelizumab, à base de anticorpos, se tornou o primeiro medicamento aprovado pela FDA (agência norte-americana equivalente à Anvisa) para ambas as formas da doença.

A droga experimental, conhecida como ibudilast, foi aprovada no Japão como medicamento para asma e tontura, mas nunca foi aprovada nos Estados Unidos para qualquer condição. Ela foi testada em um teste clínico de fase 2, chamado de SPRINT-MS. Mais de 250 pacientes com esclerose múltipla primária progressiva e secundária progressiva (um estágio posterior da doença que muitos dos portadores da forma remitente-recorrente desenvolvem em algum momento) foram designados aleatoriamente para tomar o ibudilast ou um placebo. Ambos os grupos tomaram seus medicamentos diariamente por quase dois anos, sendo rotineiramente sujeitados a escaneamentos cerebrais a cada seis meses.

Esses escaneamentos mostraram que as pessoas tomando ibudilast tiveram um encolhimento cerebral notavelmente menor do que aqueles que tomaram placebo. Em média, os pacientes sendo tratados com ibudilast tiveram uma perda de tecido cerebral de cerca de 2,5 milímetros a menos do que o grupo de controle, ou 50% de diferença na taxa de perda cerebral.

As descobertas foram publicadas na quinta-feira (30), no periódico New England Journal of Medicine.

“Essas descobertas oferecem um raio de esperança para pessoas com uma forma de esclerose múltipla que causa deficiência a longo prazo mas que não tem muitas opções de tratamento”, disse Walter J. Koroshetz, diretor do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame dos EUA, em um comunicado.

Testes de fase 2 não são feitos para nos dizer de forma definitiva se uma droga funciona, mas, sim, para saber se ela é segura para ser consumida por pacientes. E, nesse aspecto, o ibudilast também passou. As pessoas consumindo o remédio tiveram mais efeitos colaterais do que aquelas com o placebo, como dor de cabeça, depressão e sintomas gastrointestinais, mas eles foram, em grande parte, toleráveis. Entretanto, ainda não se sabe se as pessoas tomando ibudilast terão alguma melhoria em seus sintomas ou no funcionamento geral do cérebro. Essas questões vão, com sorte, ser respondidas em um futuro próximo.

“Nossa esperança é de que o benefício do ibudilast em retardar o encolhimento do cérebro também vá se traduzir em uma progressão diminuída de deficiências físicas associadas em um teste de fase 3 futuro”, disse o autor principal do estudo, Robert Fox, vice-presidente de pesquisa do Cleveland Clinic's Neurological Institute, em Ohio, em um comunicado.

Nos Estados Unidos, estima-se que 400 mil pessoas atualmente têm esclerose múltipla, com mais de dois milhões de casos no mundo todo — no Brasil, são mais de 40 mil casos, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). E, embora a doença não seja imediatamente fatal, portadores de esclerose múltipla vivem sete anos a menos que a média, frequentemente com uma qualidade de vida muito pior.

[New England Journal of Medicine via NIH]

Imagem do topo: Govind Bhagavatheeshwaran (National Institutes of Health)

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