sábado, 13 de outubro de 2018

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O espaço está inacessível para astronautas depois da falha de ontem da Soyuz

Posted: 12 Oct 2018 02:40 PM PDT

Todos os lançamentos tripulados foram suspensos pela agência espacial russa depois da falha com o foguete Soyuz ocorrida ontem. Isso é um problema, já que grande parte do mundo depende das naves da Rússia para levar carga e pessoas para o espaço. Consequentemente, estamos encarando a possibilidade bastante real de ter uma Estação Espacial Internacional sem astronautas — algo que não aconteceu em quase duas décadas.

Na manhã de ontem, um foguete de propulsão Soyuz-FG com uma espaçonave tripulada Soyuz MS-10 acoplada passou por um sério problema depois de cerca de três minutos de voo, forçando o astronauta americano Nick Hague e o cosmonauta russo Alexey Ovchinin a fazer um pouso de emergência nos estepes cazaques. De acordo com comunicados, os dois estão em "boas condições", mas o mesmo não pode ser dito do foguete, que caiu a cerca de 40 quilômetros da cidade de Dzhezkazgan, na região de Karaganda, no Cazaquistão.

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Este foi o primeiro incidente do tipo para a Roscosmos — a agência espacial russa — desde a queda da União Soviética. Em resposta, oficiais russos suspenderam todos os lançamentos antes de fazer uma revisão na falha do foguete de propulsão. Uma inquérito criminal também está em curso para determinar se regulações de segurança foram violadas durante a construção. Para isso, um comitê investigativo do governo russo está inspecionando o local de lançamento e coletando documentos, diz a agência de notícias AFP.

O foguete Soyuz transportando o astronauta norte-americano Nick Hague e o cosmonauta russo Aleksey Ovchinin. Imagem: Sergei Savostyanov/TASS/Getty Images

Com a interrupção dos lançamentos da Soyuz, não há jeito possível (ou seguro) para mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional, nem mesmo espaço para isso.

Desde que os EUA aposentaram seu programa Space Shuttle, em 2011, eles passaram a depender dos russos. Soluções do setor privado estão sendo desenvolvidas, incluindo o CST-100 Starliner da Boeing e o Crew Dragon da SpaceX, mas nenhum dos programas está pronto para mandar humanos para o espaço até meados de 2019.

A agência espacial chinesa tem capacidade para mandar astronautas para a órbita, mas seu próximo lançamento agendado não vai acontecer antes de 2020. Se bem que isso não importa para os EUA: a NASA está atualmente proibida pelo Congresso de trabalhar com a agência espacial chinesa por temores em relação à segurança.

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A incapacidade de mandar pessoas para o espaço significa que poderemos ter uma Estação Espacial Internacional vazia em alguns meses, o que não acontece desde que a primeira equipe chegou lá, em novembro de 2000. Atualmente, há três tripulantes na estação: a astronauta da NASA Serena M. Auñón-Chancellor, Alexander Gerst, da Agência Espacial Europeia, e o cosmonauta Sergey Prokopyev.

A volta do trio para a casa está programada para dezembro, e eles estão bem supridos com comida e água, diz Kenny Todd, gestor de integração de operações da Estação Espacial Internacional na NASA, em um encontro com a imprensa ocorrido ontem. Sua missão poderia ser estendida, entretanto, já que a espaçonave Soyuz que está por lá pode permanecer em órbita por 200 dias, prazo que expira no começo de janeiro. Portanto, se a missão for estendida, seria apenas por algumas semanas.

Uma estação espacial vazia seria um desperdício. Não haveria ninguém a bordo para monitorar e realizar os muitos experimentos científicos em andamento no posto, que custou US$ 100 bilhões. A boa notícia é que a estação pode ser mantida operacional por controladores em terra, como explicou Todd durante o comunicado.

"Eu tenho confiança que podemos manter as coisas por uma quantidade de tempo significativa [sem uma equipe]", disse. Se as "bombas fizerem seu trabalho e todos os outros sistemas — as matrizes [solares] continuarem girando, e mantivermos as baterias carregadas — não há nada que diga que não possamos continuar [com uma] quantidade mínima de comando".

Uma foto do lançamento de ontem, mostrando a fumaça saindo do propulsor do primeiro estágio. Imagem: AP

Os resultados de uma investigação preliminar do incidente de quinta-feira sugerem que uma seção do primeiro estágio do propulsor esmagou o segundo estágio durante o voo, de acordo com a agência de notícias russa TASS. Isso pode ter sido causado pela "falha do sistema de separação normal, que deveria ter sido ativado", disse um funcionário da Roscosmos. “Vamos analisar detalhadamente as causas.”

O momento não poderia ser pior para a Roscosmos, que ainda está se recuperando de um incidente acontecido em agosto. Um pequeno vazamento de pressão de ar foi descoberto na seção Soyuz da Estação Espacial Internacional, provavelmente como resultado de uma falha de fabricação. A agência espacial russa, entretanto, chegou a considerar a possibilidade de sabotagem.

A Roscosmos afirma que o inquérito do Comitê de Investigação sobre a falha do foguete desta semana estará concluída em 20 de outubro, o que parece um pouco apressado. “Teremos que ver aonde os dados os levam”, disse Todd. “E isso pode levar um mês, dois ou seis — eu realmente não posso especular sobre a duração disso.” Ele acrescenta que tem "total confiança que os colegas russos vão descobrir o que está acontecendo.

Em um comunicado à imprensa publicado ontem, a Nasa disse que vai "apoiar a [investigação da] Roscosmos" sobre o incidência. A agência espacial, juntamente com seus parceiros da EEI, "vão revisar os calendários operacionais futuros, incluindo o plano para duas passeios no espaço que deveriam acontecer ainda em outubro".

Enquanto isso, o chefe da Roscosmos, Dmitry Rogozin, afirma que Ovchinin e Hague serão entregues à EEI em pouco tempo. "Eles vão voar", disse ele em um tweet com uma foto dele mesmo com os dois astronautas. "Estamos planejando seu voo para o primeiro semestre do ano que vem."

É uma alegação completamente infundada, pois ninguém pode prever os resultados da investigação do governo ou por quanto tempo os voos tripulados da Soyuz ficarão suspensos. Rogozin provavelmente está tentando salvar sua em meio ao atual constrangimento.

Dizer que esta situação é perturbadora é um eufemismo. Ela pareceria inconcebível para americanos e russos no auge da corrida espacial nos anos 60 e 70. Do ponto de vista otimista do passado, deveríamos ter estações espaciais na Lua e em Marte agora. Em vez disso, aqui no ano de 2018, não podemos colocar homens e mulheres na órbita baixa da Terra. O que aconteceu?

[AFPAFPSpaceTASSNASA]

Imagem do topo: O foguete Soyuz transportando o astronauta norte-americano Nick Hague e o cosmonauta russo Aleksey Ovchinin. Créditos: AP

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Fortnite para Android agora pode ser baixado sem convite

Posted: 12 Oct 2018 01:37 PM PDT

O Fortnite, jogo mais popular do planeta, desembarcou no Android em agosto, junto com o lançamento do Galaxy Note 9. O game foi liberado com exclusividade para alguns smartphones da Samsung e dias depois outros usuários poderiam solicitar convites para jogá-lo em seus celulares de outras marcas. Agora, finalmente, o Fortnite foi liberado para todos os usuários do Android, sem necessidade de convite.

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Quem quiser baixar o jogo precisa acessar a página da Epic, desenvolvedora do jogo, e baixar o arquivo APK. Para instalá-lo, é preciso habilitar a permissão para a instalação de apps “Fontes Desconhecidas” nas configurações do seu smartphone.

Isso porque a Epic decidiu não incluir o Fortnite na loja oficial Play Store – aparentemente porque não está a fim de pagar 30% ao Google por cada compra feita dentro jogo.

O jogo tem alguns requisitos mínimos para rodar sem problemas. É recomendável que o aparelho rode o Android 8.0 Oreo, tenha 3 GB de RAM ou mais, além de GPU equivalente ou superior a Adreno 530, Mali-G71 MP20 ou Mali-G72 MP12. No site da Epic, há uma lista com os principais celulares compatíveis com Fortnite.

O Fortnite também está disponível para iPhones e iPads, mas por meio da App Store. De acordo com CEO da Epic, Tim Sweeney, se fosse possível “eles evitariam a loja oficial do iOS”. À Eurogamer, o executivo lembrou que o jogo é multiplataforma e todos itens comprados dentro do jogo em uma conta ficam disponíveis nas versões do jogo para PC, Mac, iOS e Android.

O jogo, inclusive, utiliza do crossplay. Ou seja, gamers que estão em uma plataforma podem interagir com jogadores de outra.

Baixe o jogo para Android aqui.

Imagem do topo: Sam Rutherford/Gizmodo

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Facebook diz que hackers acessaram informações confidenciais de 29 milhões de usuários

Posted: 12 Oct 2018 11:23 AM PDT

No fim do mês passado, o Facebook revelou uma massiva vulnerabilidade de segurança e afirmou que ela havia afetado 50 milhões de tokens de login. Entretanto, ainda não havia detalhes sobre o impacto disso, pois faltava uma investigação mais completa. Em um post publicado hoje, os resultados são melhores em alguns pontos, mas piores em outros.

A empresa acredita em sua estimativa inicial de 50 milhões de logins e senhas comprometidos foi muito alta — ela resetou 90 milhões como medida de segurança. O Facebook agora acha que o número de contas impactadas está mais próximo de 30 milhões. É uma boa notícia, se é que dá para dizer isso.

Para 400 mil dessas contas, que os responsáveis pelo ataque usaram para semear o processo de reunir tokens de login, informações pessoais — como "posts na timeline, suas listas de amigos, Grupos dos quais eram membros e os nomes de pessoas com as quais tinham conversado recentemente no Messenger" — e, em um exemplo, conteúdos reais de mensagem, foram comprometidos.

Dos 30 milhões capturados no ataque, o Facebook acha que, para metade deles, nomes e informações de contato — como números de telefones, endereços de e-mail ou ambos — estavam visíveis para os responsáveis pela ofensiva.

Outros 14 milhões desse grupo tiveram alguma informação coletada também do conjunto de outros detalhes pessoais. O Facebook diz que isso pode conter qualquer coisa entre as seguintes:

Isso incluiu nome de usuário, gênero, local/idioma, status de relacionamento, religião, cidade natal, cidade atual reportada, data de nascimento, tipos de aparelhos usados para acessar o Facebook, educação, trabalho, 10 últimos check-ins ou locais em que a pessoa foi marcada, website, pessoas ou Páginas que a pessoa segue, e as 15 pesquisas mais recentes.

Por fim, a rede social acredita que somente 1 milhão do total de contas comprometidas não tiveram nenhuma informação pessoal acessada.

Começando com um conjunto de contas controladas pelos invasores, a exploração saltou de amigos desses usuários para amigos de amigos, aumentando para o total de 30 milhões de contas por meio de um script automatizado. O Facebook reafirmou que os aplicativos de terceiros não foram acessados ​​usando os tokens roubados e que a vulnerabilidade não afetou outros serviços que a empresa possui, como WhatsApp ou Instagram.

A falha existia no código do Facebook desde julho de 2017 e resultou em “um aumento inusual de atividade” em 14 de setembro deste ano. Levaria quase duas semanas até que a atividade fosse considerada um ataque real e a falha fosse corrigida com um patch.

O Facebook está trabalhando junto ao FBI. De acordo com as declarações dadas esta tarde pelo vice-presidente de gerenciamento de produtos, Guy Rosen, a investigação da agência parece estar em andamento. Quando perguntado se existe algum padrão entre as vítimas ou quem poderia estar por trás do ataque, o Facebook citou uma solicitação do FBI para não divulgar tal informação. Rosen afirmou que a empresa não acredita que o ataque tenha relação direta com as próximas eleições intermediárias dos EUA.

De acordo com Rosen, uma ferramenta na Central de Ajuda do Facebook mostrará aos usuários se eles foram afetados e quais informações podem ter sido expostas. Os usuários também verão uma “mensagem personalizada” nos próximos dias para ajudar nas medidas preventivas.

Imagem do topo: Chip Somodevilla (Getty)

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Sites de ancestralidade podem expor a identidade de qualquer pessoa, diz pesquisa

Posted: 12 Oct 2018 09:42 AM PDT

Testes genéticos ajudaram muitas pessoas a descobrir sua ancestralidade, e alguns serviços até ajudam os usuários a encontrar parentes distantes. Mas um novo estudo publicado nesta semana na revista Science sugere que as informações enviadas para esses serviços podem ser utilizadas para descobrir a sua identidade, independente do fato de você ter se voluntariado ou não a oferecer o seu DNA a eles.

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Caso de polícia

Os pesquisadores por trás do estudo se inspiraram no caso recente do Golden State Killer, um assassino em série que matou pelo menos 13 pessoas, cometeu mais de 50 estupros e 100 roubos na Califórnia, entre 1974 e 1986. Ele só foi preso em 2018, graças a provas de DNA e bases de dados de genealogia.

Investigações forenses tradicionais geralmente se baseiam na combinação de certos trechos do DNA, chamados de repetições curtas em tandem, para chegar a um suspeito. Mas esses trechos só permitem à polícia identificar uma pessoa ou seus parentes mais próximos em bases de dados muito bem regulamentadas.

Graças à nova tecnologia, os investigadores do caso do Golden State Killer isolaram materiais genéticos, que agora são coletados por empresas de testes genéticos para consumidores, do DNA que o suspeito havia sido deixado em uma cena de crime. Eles então buscaram por combinações de DNA dentro dessas bases de dados públicas.

Com essa informação e outros registros históricos, como obituários de jornais, os investigadores criaram uma árvore genealógica dos ancestrais do suspeito e outros parentes. Depois de se concentrar em potenciais suspeitos, incluindo o ex-policial Joseph James DeAngelo, de 72 anos, os investigadores coletaram uma nova amostra de DNA de DeAngelo – e ela que combinava perfeitamente com o DNA da cena do crime.

E embora o trabalho utilizado pelos detetives para descobrir os crimes supostamente cometidos por DeAngelo tenha sido muito esperto, alguns especialistas em privacidade genética estão preocupados com implicações maiores relacionadas a esse método. Entre os especialistas está Yaniv Erlich, engenheiro da computação da Universidade de Columbia e chefe da divisão de ciência da MyHeritage, um serviço de testes genéticos e de ancestralidade para consumidores baseado em Israel.

Preocupação com privacidade

Erlich e sua equipe querem ver o quão fácil seria utilizar esse método para saber a identidade de uma pessoa utilizando apenas o DNA de familiares distantes e possivelmente desconhecidos. Para isso, eles investigaram dados de mais de 1,2 milhão de pessoas anônimas que fizeram testes na MyHeritage, e excluíram especificamente quaisquer pessoas que tinham familiares dentro da base de dados. A ideia era descobrir se o DNA de um estranho poderia, de fato, ser utilizado para descobrir a sua identidade.

Eles descobriram que mais da metade dessas pessoas tinham parentes distantes – primeiros de terceiro grau ou mais – que poderiam ser encontrados em suas pesquisas. Para pessoas com ascendência europeia, que correspondiam a 75% da amostragem, os autores conseguiram encontrar também um primo de segundo grau.

De forma similar aos investigadores do Golden State Killer, a equipe descobriu que eram capazes de traçar a identidade de alguém a partir da base de dados com relativa facilidade ao usar informações de parentes distantes e outros dados demográficos que não eram tão específicos, como a idade do alvo ou o possível local de residência.

Em um caso específico, eles conseguiram fazer uma referência cruzada de um perfil genético anônimo de uma mulher a partir de outro projeto de pesquisa (do mesmo serviço usado pelos investigadores do Golden State Killer, um site chamado GEDmatch) e então descobriram a identidade dela.

A mulher tinha sido identificada em um outro estudo conduzido por Erlich, em que ele usou um outro método, que se valia de descobrir o perfil genético de seu marido. A nova busca foi ainda mais fácil e exigiu menos informações prévias do que o método utilizado anteriormente.

Para Erlich, as descobertas são encorajadoras e assustadoras ao mesmo tempo.

“É claro, existem boas notícias aqui. Se alguém fez algo errado por aí, então [as autoridades] conseguirão pegar ela”, disse ele ao Gizmodo. “Mas seguindo esse caminho, conforme as coisas vão evoluindo, podem existir pessoas que utilize esse método por razões ilegítimas”.

Regulamentação

Isso pode incluir cientistas que queiram tentar identificar voluntários de pesquisas de outros projetos, bem como empresas e indivíduos que podem tentar levantar e vender suas informações em outro lugar. Outra preocupação é a discriminação genética.

Erlich disse que existem maneiras para impedir o potencial mau uso dessas bases de dados. Agências como o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos possuem regulamentações para pesquisas financiadas pelo Estado e que envolvam humanos. Conhecida como regra comum, uma revisão dessas diretrizes deveria ser implementada em 2017, mas elas não terão efeito completo até 2019.

A regra comum revisada atualmente não considera os nossos genomas como informações identificáveis, mas Erlich aposta que o Departamento pode mudar esse status conforme a tecnologia avançar. Isso pode impedir que cientistas inescrupulosos, que poderiam perder o financiamento do Estado, fossem pegos tentando roubar as identidades das pessoas.

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Serviços de testes genéticos poderiam dar os seus próprios passos para proteger os seus consumidores. Eles poderiam criptografar dados genéticos brutos com assinaturas criptografadas, uma técnica defendida por outros cientistas preocupados com privacidade genética. Serviços de genealogia poderiam então rodar pesquisas em suas bases de dados somente se uma consulta for confirmada como proveniente de um cliente (como complemento do artigo, os pesquisadores publicaram um código-fonte de demonstração para essa assinatura no GitHub).

Em um mundo ideal, as autoridades ainda poderiam ter acesso a esses serviços, mas somente após obter permissão explícita, que poderia ser obtida por meio de um mandado. Do jeito que está, o MyHeritage não permite que pesquisadores ou autoridades utilizem seu serviço de genealogia sem permissão, e de acordo com a empresa, ninguém obteve essa permissão até o momento.

“Precisamos pensar sobre a supervisão, sobre freios e contrapesos, agora, antes que essas preocupações concretas apareçam”, disse Erlich.

Ainda que os detalhes ainda estejam sendo trabalhados, é quase certo que todos nós precisaremos que nossas informações genéticas sejam protegidas, mesmo se você decidir recusar um presente bem intencionado de um teste de DNA grátis.

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De acordo com os pesquisadores, são necessários apenas cerca de 2% de uma população adulta com seu DNA analisado em um banco de dados para que seja teoricamente possível rastrear parentes distantes de qualquer um, a partir de uma amostra de DNA desconhecido. Com isso, eles poderiam, portanto, descobrir sua identidade. E estamos chegando cada vez mais perto desse ponto de inflexão.

“Uma vez que cheguemos a 2%, praticamente todo mundo terá uma combinação com um primo de terceiro grau, e uma quantidade substancial de pessoas terão uma combinação com um primo de segundo grau”, explicou Erlich. “Minha previsão é de que para pessoas com ascendência europeia, chegaremos a essa marca dentro de dois ou três anos”.

Para os que estão preocupados com possíveis delitos do passado, saiba que já existe muito com o que se preocupar. Os autores apontam que mais autoridades americanas estão começando a adotar essa técnica. Desde abril, pelo menos 13 casos criminais foram resolvidos com a ajuda de pesquisas genealógicas. E embora a maioria envolvesse casos antigos, a técnica também está sendo utilizada para encontrar suspeitos de crimes que ocorreram neste ano. Empresas privadas de testes forenses também anunciaram recentemente suas próprias varreduras de casos antigos, usando uma técnica similar.

O que isso significa para você? Se você quer proteger a sua privacidade genética, a melhor coisa a fazer é lutar por proteções e regulamentações legais mais fortes. Mesmo que você não tenha feito esses testes de DNA, alguém, em algum lugar, provavelmente conseguirá descobrir o seu traço genético e chegar até você.

[Science]

Imagem do topo: PDPics (Pixabay)

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Facebook ainda está sedento por seus dados de saúde

Posted: 12 Oct 2018 07:50 AM PDT

O Facebook já tem um verdadeiro tesouro de dados sobre qualquer um que usa o seu site, incluindo as coisas que os usuários fazem na internet, fora da rede. E eles querem ainda mais.

Segundo a CNBC, o chefe de pesquisa em saúde do Facebook, Dr. Freddy Abnousi — executivo do Facebook por trás do plano cancelado de compartilhar informações de saúde anônimas com serviços médicos como hospitais —, ainda acha que combinar o tipo de informação que o Facebook tem com seus registros médicos poderia ser um benefício para os cuidados com a saúde.

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Em uma conferência recente, Abnousi disse aos participantes que os pesquisadores têm acesso limitado a dados além das tendências demográficas e que “variáveis sociais e comportamentais” poderiam fornecer informações valiosas sobre o atendimento ao paciente, escreveu a CNBC. O site prosseguiu:

Abnousi defendeu um acesso de grande escala a dados mais granulares sobre as características sociais e comportamentais dos pacientes, que, segundo ele, pesam mais do que os outros fatores chave que impactar as taxas de mortalidade: genética, exposição a riscos como asbestos e o acesso a serviços de saúde de qualidade. Ele não pediu especificamente o uso de dados de usuários do Facebook e do Instagram para esses propósitos.

“O principal motor dos resultados de saúde nos Estados Unidos são variáveis sociais e comportamentais”, disse ele. “Entender de verdade o que esses determinantes sociais de saúde são deve ser nossa principal área de foco.”

Embora Abnousi não tenha mencionado diretamente os dados de usuários do Facebook, é bastante óbvio que o seu empregador tem um monte de coisas desse tipo e está interessado em como usá-las. Por exemplo, a seção de informações do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA sobre fatores comportamentais para a saúde menciona pontos de dados como uso de drogas e álcool, sexo desprotegido, tabagismo, discriminação, renda, status de moradia e outros. Segundo a CNBC, dados como onde as pessoas vivem, suas redes de amigos, estado civil, espiritualidade e tipo de emprego foram medidos para ter um “maior impacto sobre se uma pessoa sobrevive a um grande ataque cardíaco do que a sua genética ou a exposição ao risco, [Abnousi] disse”.

O Facebook há muito tempo buscou encontrar um uso para esse tipo de dado. Como apontou o Washington Post em abril, quando o secreto projeto de parceria com hospitais foi posto em espera, a abordagem da empresa na solicitação de dados sugeria que a companhia estava tentando consegui-los sem incluir uma opção de consentimento explícito:

Mesmo deixando de lado as evidências volumosas que mostram que uma anonimização de verdade dos dados é praticamente impossível, a intenção declarada do Facebook foi de nunca deixar os dados anônimos. Mas solicitar os dados de hospitais nesse molde permitiria que o Facebook contornasse a questão de obter o consentimento dos pacientes, conforme exigido pela lei federal.

A empresa tem motivos para acreditar que, se solicitados, os pacientes não consentiriam com essa prática. Em 2016, o Facebook foi processado por um paciente com câncer metastático que acusou a empresa de violar sua privacidade, coletando dados sobre sua participação em sites de câncer fora do Facebook. O caso foi dispensado e está sob recurso, mas isso claramente não impediu a empresa de buscar iniciativas de dados de saúde.

Como escreveu o Washington Post, registros de pacientes mantidos por hospitais, planos de saúde e outros provedores, como farmácias, estão a par da Lei de Portabilidade e Responsabilização do Seguro de Saúde (HIPAA, na sigla em inglês), que exige que as informações sejam mantidas em sigilo. Porém, pseudoanonimizando os dados, as entidades cobertas pela HIPAA podem comercializar as informações para outras pessoas em segredo — independentemente de as informações pseudoanônimas poderem ser pareadas posteriormente com outros dados, como os do Facebook, para criar registros detalhados do histórico médico de um indivíduo. Como a CNBC escreveu em sua reportagem inicial sobre a parceria:

A apresentação do Facebook, de acordo com duas pessoas que a ouviram e que estão familiarizadas com o projeto, foi sobre combinar o que um sistema de saúde sabe sobre seus pacientes (como: se a pessoa tem doença cardíaca, tem 50 anos, toma dois medicamentos e foi três vezes para o hospital neste ano) com o que o Facebook sabe (como: o usuário tem 50 anos, é casado e tem três filhos, o inglês não é sua língua principal, se envolve ativamente com a comunidade enviando várias mensagens).

O projeto então descobriria se essa informação combinada poderia melhorar o tratamento do paciente, inicialmente com um foco em saúde cardiovascular.

O Facebook disse que esses dados seriam usados apenas para pesquisa, o que significa que eles só serão usado para fins benignos. Mas, como comentou o Washington Post, a plataforma da rede social é basicamente uma caixa preta “impossível para usuários externos entenderem completamente”, levantando questões éticas sobre como os dados são coletados. Há também a questão de saber se o Facebook, que continua envolvido em escândalos de privacidade e ainda está se recuperando de uma invasão que permitia aos invasores obter tokens de acesso de 50 milhões de usuários, pode ser confiável para manter esses dados seguros ou não de maneiras com que os usuários nunca consentiram.

De uma forma ou de outra, o site ainda está sedento por fazer alguma coisa com seus dados de saúde, talvez independentemente de você querer compartilhar essas informações ou não.

[CNBC]

Imagem do topo: AP

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Os drones começaram a invadir shows e espetáculos ao vivo, e o efeito visual é bem bacana

Posted: 12 Oct 2018 06:12 AM PDT

Shows podem ser sem graça. Normalmente, você tem um artista no palco, cantando músicas e tal, e então um monte de holofotes iluminando colunas de cor por meio de uma fumaça falsa. Mas algo novo vem por aí, tanto assustador quanto futurista.

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Enxames de drones com inteligência artificial estão começando a aparecer em palcos ao redor do mundo. Alguns, como aqueles do último tour do Drake, são pequenas luzes voadoras que flutuam sobre o palco. Outros, como uma experiência recente do Cirque du Soleil, apresentam aeronaves mais complexas, com abajures que produziam um efeito quase fantasma. O Metallica tem até o seu próprio show de drones. De primeira, isso pode soar como apenas um artifício, mas, vendo-os ao vivo, é empolgante constatar como eles aparecem do nada, sendo difícil de entender como exatamente funcionam.

O Gizmodo recentemente se encontrou com o pessoal da Verity Studios, uma das empresas que têm liderado no seguimento de drones de entretenimento, e deu uma olhada nos bastidores da tecnologia. O fundador da companhia, Raffaello D’Andrea, também fundou a Kiva Systems, uma empresa recentemente comprada pela Amazon em 2012 que agora funciona como Amazon Robotics. Não foi difícil ver como a Verity Studios tinha alguns paralelos com os robôs autônomos que ajudam a pegar embalagens de armazéns.

Foto: Raul Marrero (Gizmodo)

Um show com drones da Verity Studios basicamente envolve criar um sistema de GPS interior que cada drone personalizado usa para encontrar sua posição própria. Antes de um show, a empresa instala satélites dentro da arena ou espaço de shows para criar uma rede à qual os drones possam se conectar. Uma vez dentro da rede, o drone sabe onde ele está no espaço, além de saber também onde os outros drones estão. Os trajetos de voo são coreografados previamente, e o operador de drone só tem que apertar um botão para começar o show.

Os drones são guardados em bandejas de carregamento que são levadas para um palco lateral, pronto para a decolagem. Então, eles voam em formação, iluminados, por cerca de quatro minutos antes de saírem de vista. A segurança é, obviamente, uma preocupação. Se um drone único falha, ele simplesmente pousa no chão logo abaixo dele. Se um satélite falha, no entanto, o resto da rede ainda funciona.

Por ora, shows com drones como esses acontecem em ambientes fechados, e os drones só voam sobre o palco. No futuro, a Verity Studios planeja acrescentar mais drones ao enxame para fazer coreografias mais complexas e também estender a ação para ambientes abertos. Existem também algumas possíveis aplicações industriais para os drones, como enviar um monte deles para um armazém para ler sensores em cargas e fazer inventário. Mas mesmo um pequeno show de drones, como uma constelação de luzes girando em torno de um rapper, é bastante incrível. Muito melhor do que holofotes, pelo menos.

Imagem do topo: Reprodução

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