quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


Astronauta da NASA conta detalhes angustiantes da falha de lançamento da Soyuz

Posted: 17 Oct 2018 03:06 PM PDT

Nick Hague está de volta aos EUA depois do lançamento abortado de um foguete Soyuz-FG, na semana passada. O astronauta da NASA descreveu o incidente para a Associated Press, explicando o que aconteceu depois que a cápsula russa voou para longe do foguete defeituoso, atingindo uma velocidade de 6.400 quilômetros por hora.

No começo, o lançamento de 11 de outubro de 2018 do espaçoporto Baikonur, no sul do Cazaquistão, parecia correr bem. Hague e o cosmonauta russo Alexei Ovchinin estavam a caminho da Estação Espacial Internacional quando, depois de dois minutos voando, as coisas começaram a dar muito errado.

• Detectaram um pequeno vazamento de oxigênio na Estação Espacial Internacional

Eles estavam a cerca de 50 quilômetros acima da superfície da Terra, na borda do espaço, quando um dos quatro propulsores falhou em se separar de maneira adequada. A equipe precisou abortar o lançamento e mudar para descida balística. Depois de uma angustiante queda de 30 minutos, o módulo Soyuz MS-10, com os dois homens a bordo, pousou em um estepe cazaque. Evidências preliminares sugerem que, em vez de cair do foguete e deixar que ele seguisse viagem, o propulsor ficou preso ao núcleo da nave, levando a abortar o lançamento.

Foto mostra o lançamento da Soyuz de 11 de outubro de 2018.

Hague, de 43 anos, está de volta a Houston, e conversou recentemente com a Associated Press sobre o episódio. Ele disse que sabia que era preciso manter a calma apesar de tudo estar dando errado. Com luzes piscando e alarmes disparando, ele e Ovchinin foram arremessados de um lado a outro e empurrados de volta a seus assentos enquanto a separação falhava.

"Quando você está sendo lançado no espaço e seu propulsor tem um problema a uma velocidade de 1.800 metros por segundo, as coisas são bastante dinâmicas e acontecem muito rápido", disse.

• Como a NASA vai usar os segredos da mecânica quântica a bordo da Estação Espacial Internacional

O módulo Soyuz foi afastado violentamente do núcleo do foguete. Por um breve momento, a tripulação passou por gravidade zero. Hague diz que chegou a ver a escuridão do espaço e a curvatura da Terra. Mas isso era o mais longe que ele iria conseguir em sua primeira viagem ao espaço. Sem tempo para lamentar, Hague voltou ao trabalho, mantendo a comunicação com os controladores em Terra em russo fluente.

"Todos os meus instintos e reflexos dentro da cápsula são para falar russo", contou Hague à AP. "Nós sabíamos que, se quiséssemos fazer um pouso bem sucedido, precisaríamos nos manter calmos e executar os procedimentos que estavam na nossa frente da maneira mais eficiente e delicada possível."

Durante a fase de queda livre da descida, Hague manteve seu autocontrole e monitorou cuidadosamente a situação. Falando com repórteres hoje mais cedo, Ovchinin contou que Hague manteve sua compostura durante a crise, reportando as exatas coordenadas do pouso.

"Meu parceiro Nick agiu como um verdadeiro especialista, com a cabeça completamente fria", disse Ovchinin a jornalistas. "Eu nunca vi um traço de medo em seus olhos", acrescentando que Hague respondeu "imediatamente a todas as questões da Terra". "Era óbvio que ele estava totalmente no controle da situação [de emergência]", declarou o cosmonauta russo.

Com a iminente liberação do paraquedas, a dupla se preparou para as enormes forças que viriam — cerca de sete vezes a gravidade. A descida completa levou 30 minutos, e nem o astronauta nem o cosmonauta tiveram qualquer ferimento.

"Você pode imaginar a cena", disse Hague. "Nós estávamos meio que pendurados de cabeça para baixo nos cintos, e olhamos um para o outro, sorrindo. Ele estendeu a mão, eu apertei e balancei. E então fizemos algumas piadas sobre como nosso voo foi curto."

Este foi o primeiro lançamento abortado na Rússia em 35 anos. O sistema de emergências, portanto, não passava por testes há décadas. Hague se disse grato pelo fato de os procedimentos de cancelamento da missão terem funcionado bem, e diz que o sistema foi responsável por salvar a sua vida e a de Ovchinin.

Uma investigação está em curso para determinar a causa da falha no lançamento, com um relatório esperado para dia 20 de outubro. Apesar disso, a agência espacial russa já se manifestou dizendo que Ovchinin e Hague vão para a EEI assim que as coisas estiverem funcionando de novo. A Estação vem sendo operada por uma população de três pessoas. Se o sistema de lançamentos da Soyuz permanecer indisponível por um período longo, a EEI pode ficar completamente desocupada em janeiro de 2019, o que não acontecia desde 2001.

[Associated PressTASS]

Imagens: AP

The post Astronauta da NASA conta detalhes angustiantes da falha de lançamento da Soyuz appeared first on Gizmodo Brasil.

Anunciantes acusam Facebook de mentir sobre alcance de vídeos e inflar significativamente os números

Posted: 17 Oct 2018 02:47 PM PDT

Dois anos atrás, o Facebook admitiu ter inflado as métricas de visualizações de vídeos na plataforma. Agora, um novo arquivo público, pertencente a um processo que anunciantes movem contra a empresa, afirma que a companhia escondeu por mais de um ano o fato de que pouquíssima gente estaria assistindo aos anúncios em vídeo no site.

• Facebook bane 810 páginas e contas americanas que falavam de política, mas não revela detalhes
• Facebook diz que hackers acessaram informações confidenciais de 29 milhões de usuários

O caso do grupo de anunciantes que se autointitula "LLE One" contra o Facebook começou em 2016 e atualmente está em um tribunal federal em Oakland, na Califórnia. Os reclamantes alegam que as ações do Facebook "chegam ao nível de fraude e podem justificar danos punitivos".

Eles dizem que o Facebook sabia do problema antes do que alega e que isso resultou em um impacto bem maior do que o relatado pela companhia. "As métricas médias de visualização não foram infladas apenas em 60%-80%; elas foram infladas entre 150%-900%", dizem os advogados do grupo.

A correlação óbvia, e apontada aqui pelos advogados, é que o Facebook escondeu os números reais pois sabia que, uma vez que os anunciantes soubessem as cifras verdadeiras, retirariam seus anúncios da plataforma.

"O Facebook não quis atrair escrutínio para seus números de visualização porque sabia que a maioria dos anúncios em vídeo em sua plataforma era vista por períodos muito curtos de tempo — os usuários passavam por eles e seguiam rolando a página. Se os anunciantes estivessem mais amplamente cientes desse fato e, particularmente, se soubessem que seus anúncios estavam entre aqueles que não estavam atraindo a atenção dos espectadores, eles estariam muito menos propensos a seguir comprando anúncios em vídeo do Facebook."

O Facebook responde às acusações dizendo que encaminhou uma moção para dispensar as alegações de fraude. "As sugestões que, de alguma forma, tentamos ocultar esse problema de nossos parceiros são falsas. Contamos a nossos clientes sobre o erro quando o descobrimos, e atualizamos nossa central de ajuda para explicar o problema", disse uma porta-voz da companhia, em comunicado reproduzido pelo Business Insider.

Só para relembrar a origem do caso, em setembro de 2016, o Facebook informou ter notado o erro nas suas métricas e disse ter se mexido rápido para consertá-lo.

"Encontramos um erro na maneira como calculamos uma das métricas de vídeo em nosso painel — a duração média de vídeo visualizado. A métrica deveria ter refletido o tempo total gasto assistindo a um vídeo dividido pelo número total de pessoas que reproduziram o vídeo. Mas ela não fez isso — ela refletiu o tempo total gasto assistindo a um vídeo dividido apenas pelo número de 'visualizações' de um vídeo (ou seja, quando o vídeo foi assistido por três ou mais segundos)", afirmou David Fischer, um dos vice-presidentes do Facebook.

Entretanto, a ação do LLE One afirma que, em junho de 2016, em resposta a anunciantes que reclamavam da porcentagem média de vídeos visualizados, um engenheiro do Facebook escreveu que "não houve progresso na tarefa por um ano", relatando o problema na métrica por meses, enquanto seguia uma estratégia de não divulgar o ocorrido.

A próxima audiência está marcada para 14 de dezembro, em Oakland, e, até lá, vai saber quais são as novas alegações que o LLE One trará. Com a atenção que o caso ganhou agora, o Facebook precisará de pontos fortes.

[ArsTechnica, Business Insider]

Imagem do topo: AP

The post Anunciantes acusam Facebook de mentir sobre alcance de vídeos e inflar significativamente os números appeared first on Gizmodo Brasil.

Uma ilusão de ótica para pássaros pode salvar a sua vida

Posted: 17 Oct 2018 01:30 PM PDT

Pássaros e aviões são uma péssima combinação, mas não é tão fácil assim espantar nossos amigos de penas para que eles fiquem longe dos aeroportos. Felizmente, cientistas franceses encontraram uma solução engenhosa para o problema: uma ilusão de ótica que, aparentemente, assusta grandes aves predadoras.

Além de garras afiadas e bicos em formato de gancho, aves de rapina têm uma visão impressionante. Elas conseguem detectar objetos em movimento, como ratos e cobras, a grandes distâncias, enquanto sobrevoam o solo. No entanto, seu sentido não é perfeito; elas têm dificuldades para detectar superfícies envidraçadas, como janelas, e objetos que se movem muito rápido, como um avião a jato, só se dando conta quando é tarde demais.

Colisões entre aves e aviões são, de fato, um problema sério. Em 2014, a Administração Federal de Avião dos EUA documentou assustadores 13.159 incidentes em que ao menos um pássaro se chocou com uma aeronave. Ao menos 262 pessoas morreram por causas ligadas a colisões com animais selvagens entre 1990 e 2016. Infelizmente, medidas para manter os pássaros longe dos aeroportos, como silhuetas de seres humanos, ruídos desagradáveis e perturbação dos habitats, não deram certo.

• Os assustadores pousos de avião no aeroporto conhecido por ventos fortes

Em uma iniciativa para encontrar uma estratégia mais eficaz, uma equipe de cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, no original em francês) e a Universidade de Rennes, com alguma colaboração da Airbus, aplicaram seus conhecimentos de fisiologia aviária ao problema.

Explorando o poderoso sistema visual das aves de rapina — grupo que inclui águias e falcões —, os cientistas conseguiram conceber uma ilusão de ótica que desencoraja esses pássaros de vagar por perto de aeroportos. Ela se parece com um par de olhos arregalados. As descobertas foram publicadas na semana passado no PLoS One.

Estímulos estáticos e em movimento foram usados para afugentar as aves de rapina, mas só os olhos arregalados tiveram o efeito desejado. Imagem: M. Hausberger et al., 2018/PLoS One

Aplicando conhecimento já existente sobre a visão das aves de rapina, os cientistas estudaram as respostas desses pássaros a vários estímulos visuais em uma tela. Depois de 300 testes, apenas um padrão disparou o comportamento desejado, de evitar o local: um par de olhos arregalados crescendo. Por "crescendo", os pesquisadores querem dizer um efeito de movimento no qual a imagem gradualmente cresce no intervalo de tempo. Não parece tão ameaçador, mas provavelmente isso se apresenta como uma ilusão de ótica para as aves. Os olhos arregalados disparam a impressão de uma colisão iminente, provavelmente com outra ave.

Os pesquisadores se referem a esse tipo de ilusão de ótica como um superestímulo — um efeito paradoxal "em que os animais mostram responsividade maior a um estímulo exagerado do que a um natural", nas palavras dos cientistas.

De posse dessa descoberta, os pesquisadores levaram seus olhos arregalados crescentes ao mundo real, mais precisamente ao Aeroporto Lourdes-Tarbes-Pyrénées, que é frequentado por aves de rapina e outros pássaros. Os pesquisadores mostraram os olhos em um par de telas LED estrategicamente posicionadas. Durante cinco semanas, a equipe registrou nada menos que 8.800 pássaros avistados. O superestímulo funcionou incrivelmente bem, com os cientistas notando quedas notórias na população de pássaros na direção das telas LED. Mais importante que isso é que os pássaros não mostraram sinais de terem se acostumado com os olhos, mesmo com tanto tempo de exposição.

Um mapa do Aeroporto Lourdes-Tarbes-Pyrénées mostrando a área de visão dos pássaros para os estímulos.  Imagem: M. Hausberger et al., 2018/PLoS One

Ao mesmo tempo, o tamanho das populações de aves de rapina nas áreas onde as telas não eram visíveis continuou normal. Os pesquisadores entendem isso como mais uma prova de que o efeito funcionou como o esperado. Por algum motivo, os olhos arregalados tiveram o mesmo efeito em um grupo de corvídeos, uma família de aves que inclui corvos. Mas o estímulo não teve nenhum efeito em aves passeriformes, como pardais e canários. Isso não chega a ser uma surpresa, dado que elas têm sistemas visuais diferentes.

Vamos tentar entender essa ilusão da perspectiva de uma ave de rapina.

Uma águia-de-cabeça-branca. Imagem: Andy Morffew

Uma águia, por exemplo, sujeita a esse experimento, estaria fazendo suas próprias tarefas, procurando sua próxima refeição. De repente, ela vê um par de olhos a encarando de volta. A cena ocupa o campo visual da ave. Pior do que isso, os olhos parecem estar chegando mais perto. O animal pensa que a colisão com outro pássaro é iminente e trata de sair do lugar o mais rápido possível. A experiência é provavelmente desagradável e perturbadora o suficiente para manter as aves longe da área.

Essa é, ao menos, a teoria por trás do efeito. Os cientistas não têm total certeza do que as aves estão realmente percebendo ou por que os olhos arregalados são tão convincentes em mantê-las longe. O estímulo pode ser "percebido como dois grandes olhos se aproximando", escrevem os autores, "mas por que isso assusta aves de rapina e corvídeos" é uma questão que merece "investigação experimental mais profunda". Os autores admitem que as descobertas são baseadas em um único estudo de caso. Seria útil testar o sistema em outros aeroportos e com outras populações de pássaros, dizem os cientistas.

• Novo scanner para aeroportos pode acabar com chateação de tirar coisas da mochila

Este estudo é "o primeiro a demonstrar, baseado em estudos em cativeiro e em campo e usando uma extensa coleção de dados, a eficiência de um estímulo visual não invasivo para repelir aves de rapina e corvídeos das áreas de perigo de um aeroporto", concluem os pesquisadores no artigo.

É uma descoberta importante, não apenas para manter aves predadoras longe de aeroportos. Sistemas similares podem ser usados para afastar pássaros de turbinas eólicas e outros perigos criados pelo ser humano. Além disso, esse achado também nos diz mais sobre a visão e o comportamento das aves de rapina. Cientistas deveriam definitivamente investigar melhor por que esses animais têm tanto medo de olhos arregalados.

[PLoS One]

Imagem do topo: A ilusão de olhos arregalados no Aeroporto Lourdes-Tarbes-Pyrénées. Crédito: Anthony Boigné

The post Uma ilusão de ótica para pássaros pode salvar a sua vida appeared first on Gizmodo Brasil.

Acionistas querem tirar poder de comando de Zuckerberg após escândalos do Facebook

Posted: 17 Oct 2018 11:31 AM PDT

A realidade de empresas com capital aberto não é implacável apenas para funcionários, que devem lidar com a pressão de acionistas por margens maiores e eventuais demissões. Chega um momento que a chefia também passa pelo escrutínio dos "sócios" da empresa. E o último manda-chuva a passar por isso é Mark Zuckerberg, CEO do Facebook.

Segundo a Reuters, vários fundos de investimento públicos com ações do Facebook têm proposto que Mark Zuckerberg, que também é cofundador da rede social, deixe o cargo que ocupa. O argumento geral é que Zuckerberg não soube lidar com escândalos de alto calibre pelo quais a rede passou nesse ano. Fazem parte do grupo dos insatisfeitos: fundos de Illinois, Rhode Island e Pensilvânia.

• Parece que Mark Zuckerberg foi a razão para os fundadores do Instagram deixarem o Facebook
• O Facebook gasta uma baita grana com a segurança pessoal de Mark Zuckerberg

(Vale destacar que nos EUA alguns Estados contam com um administrador do tesouro e alguns deles investem em empresas de capital aberto; nesse caso do Facebook, os insatisfeitos são de Illinois, Rhode Island e Pensilvânia, além do fundo da cidade de Nova York).

Ainda que a movimentação seja incômoda para Zuckerberg, o fato é que essa oposição não deve surtir efeito no curto prazo. A proposta para uma eventual saída de Zuckerberg deve ser votada apenas em maio de 2019 durante um encontro com acionistas.

Em um documento, o fiscal de contas públicas da cidade de Nova York, Scott Stringer, diz que a "rede exerce um tamanho desproporcional em nossa sociedade e em nossa economia" e que por isso eles [os acionistas insatisfeitos] querem "independência" e a responsabilização da diretoria da empresa.

O grupo de acionistas argumenta ainda que a falta de um conselho de diretores independentes acaba contribuindo para que a empresa não lide apropriadamente com os escândalos que enfrenta. São citados como maus exemplos toda a questão da Cambridge Analytica e a questão das eleições presidenciais de 2016 nos EUA, na qual a rede é acusada de ter sido influenciada pela Rússia.

É importante ressaltar que o atual CEO da companhia detém 60% de poder de voto, de acordo com um documento publicado em abril deste ano. Então, imagine só se, por um acaso, a maioria dos acionistas aceita a proposta de tirá-lo do cargo e ele dá uma canetada e se recusa.

Independente dessa proposta, o fato é que está ainda longe de ocorrer algo com o cofundador da rede. Caso os resultados financeiros sejam altos no último trimestre deste ano e no primeiro de 2019, tudo isso pode acabar em pizza.

[Reuters]

Imagem do topo por scoblaizer/Flickr/CC

The post Acionistas querem tirar poder de comando de Zuckerberg após escândalos do Facebook appeared first on Gizmodo Brasil.

Encontraram um antigo navio viking enterrado perto de uma autoestrada na Noruega

Posted: 17 Oct 2018 09:27 AM PDT

Usando radar de penetração de solo, arqueólogos na Noruega descobriram um antigo navio viking enterrado a apenas 50,8 cm abaixo da superfície do campo de um fazendeiro. O navio, de 18 metros de comprimento, deliberadamente enterrado durante um ritual fúnebre, parece surpreendentemente intacto — e pode conter os restos mortais de um guerreiro viking de alto escalão.

Chamado de Navio Jellstad, ele foi descoberto em terras agrícolas no condado de Østfold, no sudeste da Noruega. O local, conhecido como Viksletta, fica perto do grande e totalmente intacto cemitério Jelle, que pode ser visto a partir da movimentada rodovia norueguesa Rv41 118.

Garota de 8 anos encontra espada de era pré-viking em lago da Suécia
Arqueólogos descobrem fortaleza viking de 1.000 anos atrás

Arqueólogos do Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural (NIKU), com a ajuda de especialistas em radar do Instituto Ludwig Boltzmann de Prospecção Arqueológica e Arqueologia Virtual, detectaram a embarcação usando um radar móvel de penetração de solo. A descoberta é significativa, à medida que é apenas o quarto navio viking enterrado a ser descoberto, segundo Knut Paasche, chefe do Departamento de Arqueologia Digital do NIKU.

Viksletta: círculos vermelhos mostram os locais dos túmulos, retângulos laranja mostram as casas compridas, e o objeto verde em formato de olho é o antigo barco.

Além do navio, as imagens do radar revelaram oito túmulos anteriormente desconhecidos e várias casas compridas. Todos os oito túmulos foram arados pelos fazendeiros, mas evidências suficientes permaneceram abaixo da superfície de forma que os pesquisadores conseguissem identificá-los como tal.

Em um comunicado, Morten Hanisch, o conservador do condado em Østfold, disse que os arqueólogos “têm certeza de que há um navio lá, mas o quanto ele está preservado é difícil de dizer antes de mais investigações”.

Os pesquisadores ainda não cavaram o solo, já que esperam realizar o máximo de trabalho não invasivo possível usando “todos os meios modernos da arqueologia”, disse Paasche. De fato, as madeiras do navio, uma vez expostas aos elementos, começarão a degradar imediatamente. Além disso, as varreduras com o radar mostram o navio em sua condição não perturbada. Os pesquisadores planejam realizar mais varreduras na área, mas não descartaram uma escavação do navio em algum momento no futuro.

O navio está apenas 50 centímetros abaixo do solo e tem cerca de 20 metros de comprimento. Varreduras preliminares sugerem que a quilha do navio e as vigas de seu piso ainda estão intactas. Embora os pesquisadores ainda não tenham datado esse local, sítios arqueológicos semelhantes na Noruega datam de cerca de 800 d.C.

Versão de um artista para o navio antes de ser enterrado. Ilustração: NIKU

Os pesquisadores dizem que o navio foi deliberadamente enterrado em um túmulo, o que não é tão extraordinário quanto parece. Barcos e navios eram um aspecto indelével da cultura viking, usada para transporte, comércio e conquista no norte da Europa até cerca de mil anos atrás. Os navios eram preciosos e considerados símbolos de riqueza e status. Arqueólogos encontraram navios enterrados antes, alguns até contendo corpos. Em 2011, por exemplo, arqueólogos na Escócia descobriram um barco de cinco metros de comprimento com um guerreiro dentro, junto com seu escudo, espada, lança e outros bens de sepultura.

Esse navio recém-descoberto pode ter sido parte de um cemitério, que foi “claramente projetado para exibir poder e influência”, disse o arqueólogo e líder do projeto, Lars Gustavsen, em um comunicado. Existe uma possibilidade bem real de que o Navio Jellstad contenha os restos de um viking de alto escalão, mas isso ainda precisa ser comprovado. Não está claro se o radar de penetração de solo conseguiu detectar vestígios de um corpo ou de corpos; para isso, escavações no solo podem ser necessárias.

Cinco casas compridas — ou corredores — também foram descobertas pelos pesquisadores, algumas das quais eram bastante grandes. Os cientistas disseram que o local se assemelha a um outro sítio arqueológico viking: o sítio Borre, no condado de Vestfold, no lado oposto do fiorde de Oslo.

Todas essas descobertas são bastante preliminares, e os pesquisadores estão se preparando para o próximo estágio do projeto, que irá envolver varreduras mais profundas do sítio arqueológico Viksletta usando métodos geofísicos não-invasivos extras. A descoberta desse navio antigo é muito empolgante, mas o melhor pode estar ainda por vir.

[Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural]

Imagem do topo: O navio enterrado como visto pelo radar de penetração de solo. Crédito: NIKU

The post Encontraram um antigo navio viking enterrado perto de uma autoestrada na Noruega appeared first on Gizmodo Brasil.

Zeiss quer popularizar lentes claras com proteção contra raios UV por a partir de R$ 200

Posted: 17 Oct 2018 08:15 AM PDT

As pessoas têm consciência que os raios ultravioletas são prejudiciais à pele, pois podem causar câncer, mas você sabia que eles podem ser também prejudiciais aos olhos? O fato é que a longa exposição pode causar catarata, fotoceratite (uma espécie de queimadura ocular), piterigio (espécie de carne esponjosa do olho) e o envelhecimento da pele na região ocular.

Para tentar prevenir essas enfermidades que, repito, são causadas apenas com longa exposição a raios ultravioleta, a alemã Zeiss começará a vender todas suas lentes a partir de novembro com uma tecnologia chamada UV Protect que, como o nome sugere, protege os olhos da radiação ultravioleta.

Lentes sujas e má higiene causam proliferação de ameba que pode levar à cegueira
Lentes de contato que escurecem no sol vão te proteger de raios UV (e te deixar assustador)

O que a empresa mostra como diferencial dessas lentes com UV Protect é que elas protegem de radiação de ondas de até 400 nm. De acordo com a Zeiss, a maioria das lentes transparentes à venda no Brasil com proteção de raios ultra-violetas protegem de ondas até 380 nm, o que faz com que elas não preserva completamente o olho contra a radiação ultravioleta.

A conversa até o momento foi só de lentes transparentes convencionais, mas a situação muda em lentes de óculos de sol de boa procedência, lentes transparentes caras (pares que custam na casa dos R$ 900), além de boa parte das lentes translúcidas. Todas essas bloqueiam raios ultra-violetas.

Algumas das doenças causadas com a longa exposição aos raios ultravioletas. Crédito: Zeiss

Com as lentes UV Protect, a Zeiss quer popularizar esse tipo de proteção, tanto é que da linha mais barata, que custa a partir R$ 200, até as mais caras, que custam na casa dos R$ 1.000, terão a proteção. De acordo com a companhia, elas estarão disponíveis em óticas a partir de novembro.

Devo me preocupar com isso?

Eu não uso óculos, mas boa parte das pessoas que conheço se preocupam prioritariamente com uma boa armação e lentes que não sejam os olhos da cara. Então, decidi bater um papo com quem conhece o assunto para falar sobre essa história de proteção contra raios UV de 400 nm.

A questão de se usar lentes com proteção UV de 400 nm tem relação com prevenção mesmo, como nos contou Milton Ruiz Alves, que é oftalmologista e professor  da faculdade de Medicina da USP. Segundo ele, a nossa exposição à radiação é cumulativa e pode causar danos a longo prazo. "Quando a luz destrói os fotoreceptores [dos olhos], a degeneração da mácula relacionada à idade é irreversível", afirmou em conversa com o Gizmodo Brasil. Isso pode ser especialmente grave com a chegada da velhice.

Paralelo a essa questão da radiação, existe toda uma discussão sobre a luz azul — presente nas telas de smartphones, computadores e TVs. Com o crescimento da exposição a esse tipo de fonte, a indústria já tem se mobilizado para achar soluções para isso.

Não é nenhum segredo que ficar muito tempo em frente ao computador cansa a visão, e que ficar mexendo no computador ou no smartphone pouco antes de dormir pode fazer a pessoa perder o sono — isso afeta o ciclo circadiano, pois a luz engana o corpo, como se tivesse despertando, quando você deveria estar dormindo. Então, algumas empresas já estão desenvolvendo óculos com filtro azul — no caso, acessórios com lentes apenas para quando for mexer por um longo período de tempo com tais dispositivos para evitar cansar a vista.

De modo geral, enquanto você não precisa de um par de óculos específico para luz azul, o negócio é desligar a TV e ler um livro fazer pausas de tempos em tempos para dar uma calibrada nos olhos, olhando para o horizonte por alguns segundos. O seu EU futuro agradece.

Imagem do topo: Pexels

The post Zeiss quer popularizar lentes claras com proteção contra raios UV por a partir de R$ 200 appeared first on Gizmodo Brasil.

Depois de multa bilionária recorde, Google diz à Europa que fabricantes precisarão pagar por seus apps

Posted: 17 Oct 2018 07:30 AM PDT

Em resposta à multa recorde de US$ 5 bilhões que recebeu da União Europeia, o Google está fazendo algumas mudanças. Na terça-feira (16), a empresa anunciou que os fabricantes de dispositivos móveis em breve terão que pagar uma taxa de licenciamento para enviar dispositivos com apps pré-instalados do Google para o Espaço Econômico Europeu (EEE).

O sistema operacional Android controla mais de 80% da participação de mercado móvel do mundo. Sua onipresença se baseia em ser um produto de qualidade e um software livre de código aberto. Mas a versão completa do Android exigia que os fabricantes de dispositivos pré-instalassem um pacote dos apps do Google, como o Search e o Chrome.

Isso ajudou a consolidar o enorme negócio de anúncios do Google, porque os usuários frequentemente aceitavam os apps que vinham com seus telefones. Mas os reguladores europeus argumentaram, com sucesso, que as práticas do Google davam à empresa uma vantagem injusta contra os concorrentes. Em julho, um tribunal ordenou que a companhia mudasse suas práticas. E, na tarde desta terça-feira, o Google destacou em um post de blog como pretende cumprir as exigências.

Em primeiro lugar, o Android continuará sendo de código aberto, e os fabricantes de dispositivos poderão ajustar o software de acordo com suas próprias especificações. Eles também poderão fazer suas próprias escolhas no que diz respeito à pré-instalação de softwares. Mas o Google explicou que seu pacote de aplicativos para dispositivos móveis (Play Store, Gmail, YouTube, Maps, entre outros) exigirá uma taxa de licença se for pré-instalado em dispositivos enviados para o EEE e uma licença separada será necessária para o Search e o Chrome.

Entramos em contato com o Google para mais informações sobre como as taxas de licenciamento irão funcionar, mas não tivemos uma resposta imediata.

À primeira vista, pode parecer que o Google está usando sua força para transferir as consequências de seu comportamento pseudomonopolista para os outros. Mas era assim que os reguladores pretendiam que suas ações funcionassem. Agora, os concorrentes têm uma certa quantidade de motivação para construir produtos rivais ou fechar acordos com fabricantes para pré-instalar softwares existentes.

A questão é se já é tarde demais para os concorrentes, em geral. Mesmo uma empresa grande como a Microsoft encontrou enorme dificuldade para competir com o mecanismo de busca do Google. O rival do Maps feito pela Apple tropeçou, e ninguém chegou perto de derrotar o YouTube no mercado de streaming de vídeos produzidos pelos usuários. Ainda assim, a maioria desses serviços teve dificuldades, por causa da necessidade de se ter mais usuários gerando conteúdos e dados algorítmicos. Se apps concorrentes vierem pré-instalados em um telefone Android, eles poderiam, teoricamente, infiltrar o espaço do Google.

Outra questão ainda sem resposta é se os fabricantes sequer vão se preocupar em pagar a taxa de licenciamento ou pré-instalar algum app rival. Fora incluir um navegador, todo o resto pode ser baixado do Google pelo usuário depois que ele comprar seu dispositivo. Por que pagar uma taxa quando você pode simplesmente instalar o Firefox e sugerir alguns links?

O Google diz que essas mudanças entrarão em vigor em 29 de outubro, mas nem tudo está definido. A empresa está, atualmente, apelado da decisão antitruste da União Europeia.

[Google via The Verge]

Imagem do topo: AP

The post Depois de multa bilionária recorde, Google diz à Europa que fabricantes precisarão pagar por seus apps appeared first on Gizmodo Brasil.

Novo estudo reforça que o seu cachorro entende o que você fala — e ainda se esforça para aprender

Posted: 17 Oct 2018 07:00 AM PDT

Se você gosta de cachorros e já suspeitou que seu amigo de quatro patas sabe exatamente o que você quer dizer quando você usa certas palavras ou frases — por exemplo, “brinquedo”, “carro” ou mesmo “vamos passear?” —, talvez você esteja certo.

• Um cachorro consegue entender cães e humanos de outro país?
• O que diz a última pesquisa sobre por que os cães comem seu próprio cocô

Um novo estudo conduzido por cientistas da Universidade Emory, nos Estados Unidos, e publicado na segunda-feira (15) no periódico Frontiers in Neuroscience sugere que cães possuem uma compreensão básica das palavras que lhes foram ensinadas a se associar com objetos. Depois de treinar 12 cachorros de diferentes raças ao longo de dois a seis meses para discernir entre dois brinquedos com base em seus respectivos nomes, os pesquisadores então utilizaram imagem por ressonância magnética funcional para estudar se eles possuíam a capacidade básica de diferenciar a fala humana que lhes foi ensinada a lembrar e palavras novas ou desconhecidas.

“Muitos donos de cachorros pensam que seus cães sabem o que algumas palavras querem dizer, mas não existe muita evidência científica de fato para apoiar isso”, disse Ashley Prichard, candidata a um doutorado no Departamento de Psicologia da Universidade Emory e primeira autora do estudo, em um comunicado. Mas em vez de simplesmente confiar na palavra de alguém de que seu cão é muito inteligente, os pesquisadores optaram por “obter dados dos próprios cães”.

Para diferenciar os dois objetos de treinamento usados para cada cachorro, os pesquisadores escolheram tanto um objeto macio quanto um de textura diferente; por exemplo, um bichinho de estimação e um brinquedo de apertar. Usando o que o estudo descreve como “Protocolo de Caçador”, os cães foram treinados a buscar os objetos com base nos nomes dos objetos (por exemplo, “porquinho” contra “macaco”). Os cães então recebiam recompensas em forma de guloseimas e elogios por associar corretamente um objeto com seu respectivo nome.

Os donos dos cães que participaram do estudo trabalharam com eles para identificar cada objeto por aproximadamente dez minutos por dia até que eles “mostrassem a capacidade de distinguir entre o objeto treinado e o novo objeto, momento no qual eles progrediram para um treinamento de discriminação entre os dois objetos treinados”.

Os cães e seus objetos treinados. Imagem: Gregory Berns, Universidade Emory (Frontiers in Neuroscience)

Durante o teste de imagem por ressonância magnética funcional, os donos primários dos cães foram posicionados na frente dos animais durante a abertura da máquina. Os quatro tipos de testes utilizados para o estudo incluíram (objetos) esperados, inesperados, pseudopalavras e recompensas, todas apresentadas de forma semialeatória. Por exemplo, durante os testes de objetos esperados, os donos disseram o nome do objeto que um filhote havia treinado para lembrar cinco vezes, a uma velocidade de uma vez por segundo, antes de mostrar o objeto ao cão. Para os testes de objetos inesperados, os donos repetiam o nome do objeto treinado, mas mostravam aos cachorros um novo objeto que eles não tinham sido treinados para reconhecer (como uma boneca Barbie, um apito de trem de madeira ou um chapéu amarelo). E, nos testes com pseudopalavras, os donos dos cães repetiam palavras sem sentido — por exemplo, “Thozz”, “sowt”, “bodmick” e “stru”, todas selecionadas usando um gerador de pseudopalavras — antes de mostrar os novos objetos para os cachorros.

Em comparação com pesquisas anteriores, esse estudo é empolgante porque se concentra em saber se os cães conseguem entender a fala humana, em vez de palavras combinadas com entonação e/ou gestos, disse o neurocientista Gregory Berns, da Universidade Emory, um dos autores do estudo.

“Sabemos que os cães têm a capacidade de processar pelo menos alguns aspectos da linguagem humana, já que conseguem aprender a seguir comandos verbais”, afirmou. “Pesquisas anteriores, no entanto, sugerem que os cães podem contar com muitas outras pistas para seguir um comando verbal, como olhares, gestos e até mesmo expressões emocionais de seus donos.”

Se você está se perguntando como essas pessoas conseguiram fazer seus cães entrarem na máquina de ressonância magnética, todos os 12 cães haviam participado de treinamento para outros experimentos com ressonância magnética. Mas esses cães “demonstraram a capacidade de permanecer imóveis durante o treinamento e a examinação”, destacando mais uma vez o quão bons garotos eles eram.

Os pesquisadores observaram que os cães demonstraram uma maior ativação cerebral em resposta às palavras inventadas do que àquelas que eles haviam sido treinados para reconhecer. As áreas do cérebro em que os cães mostram atividade neural aumentada foram diferentes entre cães de diferentes raças, mas os pesquisadores disseram que isso poderia ser atribuído às diferenças em tamanho e formato dos cérebros dos cães de acordo com sua raça e capacidades cognitivas.

Curiosamente, a maneira como os cães reagiram às palavras novas foi contrária a como os cérebros humanos reagem a palavras que eles não conhecem.

“Esperávamos ver que os cães discriminavam neuralmente as palavras que eles conheciam e as que eles não conheciam”, disse Prichard. “O que é surpreendente é que o resultado é o oposto das pesquisas com humanos — as pessoas normalmente mostram maior ativação neural para palavras conhecidas do que para palavras novas.”

Por fim, os pesquisadores acham que os cães talvez respondam a palavras novas dessa maneira porque eles sabem que queremos que eles nos entendam. E, portanto, eles querem nos agradar — ou talvez, como disse Berns, “querem receber elogios ou comida”.

Aí está. Mais provas de que, embora comam seu próprio cocô, os cães ainda são bons garotos.

[Frontiers in Neuroscience]

Imagem do topo: Gregory Berns, Universidade Emory (EurekAlert)

The post Novo estudo reforça que o seu cachorro entende o que você fala — e ainda se esforça para aprender appeared first on Gizmodo Brasil.

CEO do Google confirma projeto de sistema de busca com censura para a China

Posted: 17 Oct 2018 06:08 AM PDT

O plano do Google para voltar a operar na China é real. A informação foi confirmada nesta terça-feira (16), pelo CEO da companhia, Sundar Pichai, durante a conferência WIRED 25 Summit.

• Google estaria desenvolvendo uma ferramenta de buscas censurada para funcionar na China
• O protótipo do buscador do Google na China vincula números de telefone com pesquisas, diz site

Esta é a primeira vez que o principal executivo do Google fala sobre o tema publicamente. Anteriormente, Keith Enright, diretor de privacidade do Google, havia falado sobre o projeto em depoimento ao Senado dos Estados Unidos, em setembro deste ano.

Segundo o CEO da empresa, os testes internos da ferramenta têm sido promissores, e 99% das buscas feitas pelos usuários seriam bem respondidas. “Existem muitas áreas nas quais poderíamos oferecer informações melhores do que aquelas que estão disponíveis.”

Pichai defendeu a ideia de voltar a operar na China, dizendo que o acesso à informação é um dos valores do Google. “Estamos impelidos por nossa missão de oferecer informações para todos, e a China representa 20% da população mundial”, disse. O CEO afirmou ainda que diversos fatores foram colocados na balança, incluindo “acesso à informação, liberdade de expressão e privacidade dos usuários”, mas também “as leis de cada país”.

O discurso não ficou apenas no mundo ideal; Pichai falou de mercado também. “Dada a importância do mercado e a quantidade de usuários que existem lá, nos sentimos obrigados a pensar com cuidado sobre esse problema e optamos por uma visão de longo prazo”, disse.

Conhecido como Projeto Dragonfly, a nova tecnologia do Google tem sido desenvolvida ao longo dos anos e já foi demonstrada às autoridades do governo chinês, segundo reportagens do Intercept, que revelou a existência do produto. Os planos para a nova ferramenta de buscas inclui aplicativos Android que permitiriam que usuários pesquisassem no Google sem serem expostos a informações que o governo considera inaceitáveis.

A China possui um pesado sistema de censura. Os censores chineses proíbem palavras e frases que são vistas como subversivas, incluindo referências ao livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, à personagem de desenho animado Peppa Pig e até mesmo ao Ursinho Pooh.

O Google se retirou da China em 2010, em meio a preocupações com censura e um ciberataque que comprometeu contas de alguns ativistas de direitos humanos. Em agosto deste ano, cerca de 1.400 funcionários do Google assinaram uma carta aberta enviada para a gerência pedindo para "saber o que estavam desenvolvendo" e solicitando a implementação de um processo que assegurasse que o projeto atendesse aos princípios da empresa.

[Wired]

Imagem do topo: CEO do Google, Sundar Pichai, em 2017. Crédito: Eric Risberg (AP)

The post CEO do Google confirma projeto de sistema de busca com censura para a China appeared first on Gizmodo Brasil.

O quanto eu valho para os anunciantes? Minha busca obsessiva para colocar um preço na minha atenção

Posted: 17 Oct 2018 04:52 AM PDT

Trezentos e dezenove. Esse é o número de anúncios, tanto na internet quanto fora, que me ofereceram ao longo de uma terça-feira de julho. Eu sei disso, pois contei cada um deles.

Por que catalogar o ruído informacional que, em muitos casos, nossos cérebros literalmente foram treinados a ignorar? Escondidos à vista de todos, o dinheiro publicitário é a força invisível que subsidia muitos dos serviços dos quais dependemos – especialmente online, onde acompanhar amigos, ler notícias ou ouvir música é ostensivamente "grátis". Eu queria descobrir exatamente o quanto os meus olhos valem.

O que você pode fazer para proteger ao máximo seus dados no Facebook
Como Facebook, Google e Microsoft usam truques para que o usuário prefira escolher "eu aceito"

Começando

Depois de desativar os bloqueadores de anúncios nos laptops tanto do trabalho quanto de casa, fiz o melhor que pude em ter um dia normal, sem me esforçar em evitar ou me expor intencionalmente a anúncios. O ato de anotar cada instância da propaganda pode ter diminuído um pouco o meu ritmo habitual de navegação, mas fora isso foi uma terça-feira comum: trabalhei em casa por algumas horas, fui do Brooklyn a Manhattan, andei até encontrar um amigo no East Village depois do trabalho, peguei um táxi de volta e trabalhei mais em casa enquanto assistia TV. Por mais besta que seja essa rotina, ela me coloca diante de uma variedade de anúncios digitais em computadores e dispositivos móveis, além dos chamados “anúncios fora de casa”, que incluem cartazes físicos e outdoors.

Se forçar a perceber e entender cada anúncio que você encontra durante um dia inteiro é, devo dizer, uma experiência completamente inesgotável. Já fazia mais de uma década desde que eu tinha navegado na internet sem plugins como o uBlock Origin e o Canvas Defender.

Gente, como ela virou um lugar confuso e feio! Surpreendentemente, cerca de 75% dos americanos vêem a internet dessa maneira. Dadas as táticas desagradáveis ​​usadas pelos anunciantes (pop-overs, blocos de anúncios que seguem você na rolagem, reprodução automática de vídeos com som), produtos promovidos irrelevantes e um volume crescente de blocos de anúncios por página, não é de admirar que os usuários tenham aprendido a ignorar essas imposições.

Por que eu fiz isso? Captura de tela: Bryan Menegus/Gizmodo

Para tornar esse experimento possível, os únicos anúncios que eu contei foram aqueles em que uma empresa pagava por tempo ou espaço em algum lugar que já não fosse deles. Toldos de lojas, veículos de entrega, resenhas de produtos e pontos de autopromoção da HBO foram excluídos por este motivo. Eu apliquei a mesma exceção a uma mercadoria acidentalmente publicitária, como um cara usando uma camiseta da Pepsi na minha viagem de trem. Claro, essas são ferramentas poderosas para aumentar a notoriedade da marca, mas são difíceis (se não impossíveis) de atribuir valor monetário direto – não que qualquer parte dessa experiência esteja à altura do padrão científico.

Mais uma observação: a maioria das empresas de publicidade não publica suas planilhas de tarifas e não estão dispostas a compartilhar esses números com os repórteres ou com o público em geral. A não ser que dito o contrário, todas as empresas que intermediaram esses anúncios foram contatadas e se recusaram a responder.

Logando

Anúncios de computador constituíram um pouco menos da metade do meu total de anúncios diários e eu esperava que o percentual fosse muito maior. Talvez não devesse ser uma surpresa, dada a pesquisa que a Pew e outras organizações publicaram sobre a maioria dos americanos receberem suas notícias através das mídias sociais.

No meu caso, eu também estava recebendo as notícias do dia, vendo as manchetes dos alertas RSS, do Google e do IFTTT, e notificações dos aplicativos do New York Times, da Reuters, da CNN, do Washington Post e do Wall Street Journal. Clicar em um artigo era muito estritamente reservado para coisas que eu tinha uma forte inclinação para acreditar que seria relevante para as matérias que eu escrevo, e cada história me bombardeava com entre um e quatro anúncios, com base principalmente em quanto eu rolava para baixo na página.

Uma das formas mais comuns pelas quais os anúncios online são cotados – especialmente o anúncio em banner tradicional – é chamado CPM (custo por mil impressões), a quantia de dinheiro necessária para veicular esse anúncio para 1.000 pessoas. Eu levei uma lista desses anúncios, incluindo informações sobre onde eles apareceram em uma página e quais elementos eles continham, para Jillian Schulz, vice-presidente de operações de mídia da Gizmodo Media e Ryan Brown, nosso vice-presidente sênior de desenvolvimento de negócios. Os dois forneceram o que consideraram CPMs de taxa de mercado conservadores para cada um, considerando que os sites que eu visitei eram sites de notícias amplamente estabelecidos e com bom tráfego. Suas estimativas variavam de US$ 5 para anúncios de banner estáticos ao longo do “trilho” da direita – uma seção da tela que muitos usuários ignoram diretamente – até US$ 30 para anúncios em vídeo de reprodução automática.

Incluídos nesta seção estão os anúncios do Reddit, do Google e do leitor de RSS Feedly (descanse em paz Digg Reader). Para mim, navegar pelo Reddit geralmente envolve uma espiada no site através de alguns multi-Reddits que tenho para assuntos específicos, que não estão configurados para promover posts. O CPM absolutamente mínimo de publicidade no Reddit é de 50 centavos de dólar, mas a segmentação na primeira página parece estar disponível apenas por meio de campanhas gerenciadas, o que exige um gasto mínimo de US$ 50.000. Jillian e Ryan consideraram que US$1,50 era um CPM seguro para esses posts. Os anúncios somente de texto no Feedly, que são inseridos no feed, eles cotaram a US$ 0,75 por mil. Os resultados de pesquisa patrocinados do Google têm o preço mais comum por clique, abreviado como CPC. Eu não cliquei em nenhum deles, então eles provavelmente não custaram nada para seus anunciantes.

Custo estimado para anunciantes: US$ 0,824

Indo para o centro

Com pouco menos de uma hora para matar, tenho o costume de ouvir podcasts a caminho do trabalho – nesse caso, dois curtos (The Indicator da NPR e Death, Sex & Money) cada com um anúncio, e metade de um mais longo (My Brother My Brother and Me da Maximum Fun) com dois anúncios. De acordo com David Raphael, o presidente da Public Media Marketing – uma empresa que trabalha com a Maximum Fun, além de programas como This American Life e The Joe Rogan Experience – os anúncios em podcsats tendem a ser mais "pegajosos" do que muitas outras formas de publicidade, o que leva a preços relativamente mais altos como resultado. Pelo que ele disse, normalmente as taxas de mercado variam de US$ 20 a UU$ 60. Sem saber o número de ouvintes de qualquer um desses shows, eu considerei US$ 20 em todos eles.

A próxima parte da equação é o transporte público e, ao contrário dos anúncios digitais, nos quais os olhos e os cliques podem ser rastreados diretamente, os anúncios fora de casa tendem a ser um pouco mais complicados. No que diz respeito ao custo, a única pessoa a responder às minhas perguntas sobre os anúncios do metrô foi Danny Pouladian, diretor de uma corretora de anúncios chamada Blue Line Media, que me enviou o que chamou de "números muito aproximados" para várias campanhas de quatro semanas —normalmente, a compra mais curta para anúncios externos– que tinham o preço de 25% de "share of voice" (SOV), ou seja, um quarto de todas as pessoas em Manhattan. (De acordo com um estudo da Wagner Graduate School of Public Service da NYU, o número total de pessoas na cidade, incluindo passageiros, é de cerca de 4 milhões de pessoas por dia).

Partindo de seus números, o custo diário de um anúncio na lateral de um ônibus custa pouco mais de US$ 35, enquanto os anúncios no interior do metrô – dos quais muitas vezes há uma dúzia ou mais por carro – custam menos de US$ 2 cada. Dada a escala de audiência com a qual estamos operando aqui, tudo isso representa um custo muito baixo. Mesmo usando os números listados no site da Blue Line, que não mencionam especificamente uma meta de porcentagem de SOV, dividir esses custos pelo número estimado de passageiros da companhia de tráfego para a minha parada (15.269) ainda fez pouco em tirar os números de baixo de um monte de zeros.

A maioria dessas campanhas é muito mais cara do que o gasto diário mínimo de US$ 5 do Reddit. A "dominação de uma estação", a prática terrível de uma marca ocupar quase todos os centímetros quadrados de um metrô (como a Taskrabbit fez com a Union Square neste dia em particular), é estimada pela empresa de Pouladian em cerca de "US$ 25.000 a U$ 75.000 ou mais" para um período de quatro semanas. Contando com um número médio de passageiros nos dias úteis na Union Square de 107.141 pessoas, e cada um desses passageiros vale entre um oitavo de centavo e dois centavos e meio.

Um dos anúncios mais frequentes fora de casa que eu (e provavelmente todos os outros nova-iorquinos) vejo são os outdoors iluminados em miniatura no topo dos táxis, chamados de "taxi toppers". John Schweikert, presidente da Strong Digital Media – uma das maiores corretoras desse tipo de anúncio – teve a gentileza de fornecer um CPM aproximado de US$ 1. Pontos de ônibus também funcionam como pontos de anúncios, e já que ninguém estava disposto a comentar os custos locais, optei por usar o CPM de Los Angeles (designada “Área de Mercado # 2”, logo atrás de Nova Iorque) da tabela de preços da Clear Channel. Muitas calçadas em Nova York agora possuem terminais Link NYC para carregar seu telefone e acessar Wi-Fi. A lateral deles conta com banners digitais direcionáveis, com CPMs médios de anúncio entre US$ 8 e US$ 12, valor que a empresa me forneceu por telefone e, em seguida, tentou voltar atrás em um e-mail. Até mesmo o elevador do prédio em que o Gizmodo funciona tem uma tela que circula continuamente entre anúncios, que são fornecidos por uma empresa chamada Captivate. Eles me forneceram um CPM estimado em US$ 10,60 para os prédios do nosso bairro, uma das ofertas mais caras, mas, bem, o que mais você consegue fazer com um elevador?

Na corrida de táxi, também me deparei com um outdoor tradicional, localizado na rua Delancey, em direção à ponte de Williamsburg. Lamar, a empresa que aluga o outdoor, estima um custo de US$ 10.500 a US$ 17.500 para uma campanha de quatro semanas em tamanho e estilo na área metropolitana de Nova York. O mais recente relatório dos Volumes de Trânsito de Ponte da Cidade de Nova York afirma que 105.645 veículos passam pela Ponte Williamsburg todos os dias, e a Administração Federal de Rodovias calcula 1,7 passageiros como a média de ocupação por veículo. Alguma aritmética leve, e isso varia de US$ 0,002 a US$ 0,0036 por motorista.

A última categoria fora de casa é provavelmente a mais estranha, pois é responsável pelo anúncio e sua própria infraestrutura: Citi Bike. Cada bicicleta e estação de bicicleta são cobertos pela Citi, e o Citigroup investiu um total de US$ 11,5 milhões para apoiar o projeto de compartilhamento de bicicletas de 2013 até 2024. Ao invés de calcular por bicicleta, eu contei por estação: das 750 que existem atualmente eu passei por duas. O New York Times estima que andar um quarteirão leva aproximadamente um minuto, e olhar para a estação de bicicleta durante aquele minuto custa ao Citigroup pouco mais de dois décimos e meio de centavo. Alguém no Citigroup calcula o valor de uma bicicleta assim? Provavelmente não, particularmente porque uma pessoa que vê uma estação de bicicletas azuis indestrutíveis não impede que outra pessoa a veja também. Mas para essa pesquisa sem fim eu não poderia chegar a uma estimativa melhor, porque o pequeno volume de dados de tráfego que eu encontrei para Nova York é lamentavelmente incompleto.

Custo estimado para anunciantes: $ 0,1852388

Subtotal: US$ 1,0092388

O retângulo da tristeza

Uma parte grande do uso do meu smartphone se resume em verificar as redes sociais. E, diferentemente do cliente de desktop do Tweetdeck, o Twitter no celular está repleto de anúncios. Instagram e Tumblr ainda passam pela minha minúscula tela, com menos frequência hoje em dia, mas raramente vejo o Facebook em parte, graças, a uma experiência similarmente tola.

Um representante do Tumblr teve a gentileza de confirmar que os anúncios da rede são todos precificados com base no CPC (Custo por Clique). Mais uma vez, eu realmente não clico (ou aperto) em anúncios, então isso não vale nada. Surpreendentemente, Jillian e Ryan indicaram que esse era o caso de muitos anúncios estáticos em redes sociais – os únicos diferentes seriam tweets promovidos com vídeos que tocam automaticamente e histórias do Instagram (que também reproduzem automaticamente). Eles sugeriram um CPM de US$ 20 para qualquer coisa dessa natureza. Os anunciantes do Instagram tendem a agrupar duas ou três histórias em um único pacote de anúncios e, como eu acho que tocar na tela é mais rápido do que deslizar, todos foram incluídos no total.

A maior dor de cabeça nessa parte do projeto, que de outra forma seria bem vaga, foi a presença das "tendências promovidas" – a maneira de permitir que as marcas comprem suas próprias campanhas de hashtag. Neste dia em especial, o #christopherrobin estava nas tendências a pedido da Walt Disney Corporation (obrigado, pessoal). Os únicos dados públicos sobre o custo dessas campanhas vêm do início de 2013, quando a base de usuários do Twitter era cerca de metade do que é hoje, e a empresa ainda não havia se tornado pública. Naquela época, uma hashtag promovida custava cerca de US$ 200.000. Naquela época, o serviço havia atingido recentemente 200 milhões de usuários, o que nos rendeu um bom número redondo de US$ 0,001 cada.

Custo estimado para anunciantes: US$ 0,401

Subtotal: $ 1,4102388

Mudando para o vídeo

Sendo um millenial, é meu dever moral evitar a TV a cabo a todo custo e substituí-la por uma série de serviços de streaming de vídeo igualmente ruins. No decorrer daquela terça-feira, meu consumo de vídeo consistia no YouTube, no Twitch e na assinatura de nível mais baixo do Hulu suportada por anúncios, que eu pego emprestada de um amigo.

Para os anúncios nos dois primeiros, Jillian e Ryan de novo me forneceram um CPM de US$ 30, embora o YouTube também use sobreposições de banners pequenas e semi-opacas dentro da tela do vídeo (US$ 1,50) e banners de aba direita sugerindo o próximo vídeo (US$ 5).

O Hulu é bem reservado sobre suas taxas de anúncios, mas uma reportagem do Digiday publicada em novembro do ano passado cita CPMs “na faixa entre US$ 30 e US$ 40”. Sendo conservador, vamos dar o valor de US$ 35, e dada a agressividade com que o serviço insere anúncios uma sequência de episódios do reality show de fabricação de facas Forged in Fire, é mais do que um dólar.

Custo estimado para anunciantes: US$ 1,2825

Total: US$ 2,6927388

Conclusões

Naturalmente, havia algumas coisas que eu não poderia sequer arriscar um palpite. O custo dos banners de vinil em torno da Union Square, em Nova York, para uma série de apresentações musicais (também patrocinada pelo Citigroup) permanecem um mistério, assim como anúncios em escada rolante do metrô e ao lado dos cada vez mais escassos telefones públicos de Nova York. E eu cheguei a US$ 2,69 usando estimativas conservadoras. Mesmo se assumíssemos que o custo real esteja mais próximo do dobro disso, devido à defasagem das fontes dos preços desses anúncios, ainda não pagaria um café e um salgado.

Mais do que qualquer outra coisa, checar os números dessas várias campanhas me fez pensar sobre a poluição de informação e a enorme quantidade de espaço em nossos dias que é alugada. A introdução de limites parece bastante razoável – quem não gostaria de ver menos anúncios? – mas isso também poderia fazer a balança pender ainda mais a favor de grandes marcas com grandes orçamentos para gastar nos espaços de anúncio que se tornariam mais caros por causa de uma escassez artificial. Talvez a densidade de publicidade agressiva possa ser taxada como são o cigarro, a poluição do ar ou qualquer outra coisa com externalidades negativas. Não sou a primeira ou a última pessoa a ver a dependência da publicidade – especialmente on-line – como sendo falha, e todos devemos nos preocupar profundamente com a forma como ela incentiva o tipo de coleta de dados em massa que o Facebook e o Google fazem.

O total baixo que cheguei parecia, a princípio, ser um motivo a favor da criação de barreiras monetárias para o mundo em geral. Eu pagaria US$ 3 por dia para nunca mais ver um anúncio para o resto da minha vida? Num piscar de olhos. Mas esse total representa apenas parte da história. US$ 2,69 é o que custa para as marcas comprarem aquele espaço e fazer com que ele atinja um ser humano vivo, não o valor da publicidade para essas marcas –e para chegar a esse número seriam necessários os dados proprietários de cada campanha, e seus objetivos. Eu imagino que o valor seja consideravelmente maior. E de qualquer forma, colocar barreiras monetárias em todos os principais sites seria a) um pesadelo para o consumidor e b) uma abordagem necessariamente classista que provavelmente prejudicaria quem tem menos acesso a bibliotecas, boa educação pública e outras fontes tradicionais de informação. A publicidade não é a minha área de especialização, nem a economia, e por enquanto não posso propor um caminho melhor adiante.

Enquanto experiência pequena e pseudocientífica, eu comecei essa pesquisa achando que meus olhos e ouvidos custaria mais. Isso me deixa um pouco mal-humorado, e dado o fato que eu escrevo para um site para ganhar a vida, sou um pouco culpado do meu salário ser, ao menos em parte, dependente de um modelo que cria inconveniência e irritação no frequentador de um site quando ele está apenas tentando descobrir o que diabos está acontecendo no mundo. E se você está buscando avaliar seu próprio valor no mundo, não recomendo a publicidade como um caminho para encontrá-lo.

Ilustração do topo por Sam Woolley/Gizmodo

The post O quanto eu valho para os anunciantes? Minha busca obsessiva para colocar um preço na minha atenção appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário