domingo, 21 de outubro de 2018

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Inteligência artificial do MIT é capaz de identificar câncer de mama tão bem quanto um radiologista

Posted: 21 Oct 2018 12:53 PM PDT

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a condição representa cerca de 28% dos casos novos a cada ano e tem risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres.

Um dos fatores para o desenvolvimento da doença é o tecido mamário denso, também conhecido como mama densa. Essa característica aumenta o risco de desenvolver câncer, mas também torna a análise de imagens da mamografia mais cifrada, dificultando o diagnóstico precoce do câncer de mama. Por isso, pesquisadores do MIT e do Massachusetts General Hospital (MGH) estão desenvolvendo um modelo automático que avalia as mamas densas de forma tão confiável quanto o diagnóstico de radiologistas especializados.

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O avaliação de mamas densas se valem de exames subjetivos realizados por humanos e alguns cálculos médicos. A inteligência artificial dos pesquisadores foi treinada com milhares de mamografias digitais e é capaz de distinguir corretamente diferentes tipos de tecidos mamários, com 90% de correlação com o diagnóstico de radiologistas.

O modelo foi desenvolvido a partir de uma rede neural convolucional (CNN) – uma ferramenta utilizada no machine learning (aprendizado de máquina) para analisar e identificar imagens. Os pesquisadores utilizaram 58.000 mamografias de mais de 39.000 mulheres para treinar e testar o software.

Para validar a interpretação da inteligência artificial, os cientistas utilizaram o coeficiente kappa de Cohen, em que a pontuação 1 indica que a inteligência artificial e os especialistas humanos concordam com o diagnóstico 100% do tempo e diminui conforme divergências. Na aplicação clínica, este método conseguiu uma pontuação de 0,85 – outros modelos que avaliam automaticamente a densidade mamária tinham conseguido, no máximo, um índice de 0,6 no coeficiente.

Em mais de 10.000 mamografias realizadas no MGH, entre janeiro e maio deste ano, o modelo conseguiu obter uma taxa de 94% de concordância entre os radiologistas do hospital em um teste binário – que determinava se as mamas eram heterogêneas e densas ou gordurosas e dispersas. Em todas as quatro categorias da BI-RADS (Breast Imaging-Reporting and Data System), a inteligência artificial fez avaliações consideradas corretas pelos radiologistas em 90% das vezes.

Segundo Adam Yala, doutorando do MIT e co-autor do estudo, “a intenção era criar uma ferramenta precisa e consistente, que pudesse ser compartilhada entre os sistemas de saúde”. Ele diz ainda que “leva menos de um segundo para analisar cada imagem e que o modelo pode ganhar escala nos hospitais a preços baixos”.

Agora, os pesquisadores planejam explorar como o algoritmo pode ser levado a outros hospitais dos Estados Unidos e como poderia ser utilizado em outras aplicações médicas.

[Engadget via MIT]

Imagem do topo: MIT

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Cientistas descobrem barulho esquisito vindo de plataforma de gelo da Antártida

Posted: 21 Oct 2018 10:42 AM PDT

A Antártida está bem familiarizada com sons esquisitos, desde antigas bolhas de ar presas estourando a mantos de gelo se desintegrando. Agora, podemos acrescentar à coleção de obras-primas geladas um outro som estranho.

Cientistas que vem monitorando a plataforma de gelo Ross, na Antártida Ocidental, capturaram a esquisitice acústica. Usando uma série de sensores sísmicos ultrassensíveis, eles produziram uma paisagem sonora que se encaixaria perfeitamente com uma decoração de Halloween ou como faixa de um filme alternativo dos anos 1950 sobre alienígenas chegando à Terra. Mas, além de assustadores, os sons revelam como diversos processos, de ventos a aquecimento, estão mudando o gelo da Antártida.

Julien Chaput, especialista em monitoramento de ruído ambiente da Universidade Estadual do Colorado e professor da Universidade do Texas em El Paso, disse que os registros eram um “feliz acidente”. Em 2014, pesquisadores estavam implantando equipamentos sísmicos na plataforma de gelo Ross, o maior pedaço de gelo flutuante na Antártida, para estudar a crosta e o manto sob ela. Chaput embarcou no projeto esperando obter informações de mudanças sazonais na massa da plataforma de gelo “e, em vez disso, encontrou estranhas anomalias espectrais que escapavam de explicações fáceis, sugerindo ondas sísmicas aprisionadas em alta frequência nos dois primeiros metros de neve”.

Basicamente, perturbações na superfície ficam presas como ondas sísmicas que se propagam pela plataforma de gelo. A equipe documentou essas ondas selvagens em um artigo publicado na Geophysical Research Letters na terça-feira (16). Eles também divulgaram alguns dos sons que capturaram ao longo de mais de dois anos de registros contínuos (acelerado abaixo por conveniência).

Esses dois primeiros metros de neve e gelo soltos são chamados de neve firn. Eles são muito vulneráveis ao que está acontecendo acima da superfície, de mudanças no vento a mudanças em temperatura. E, com o equipamento sísmico sensível enterrado abaixo da superfície, Chaput conseguiu documentar intimamente muito mais do que apenas mudanças sazonais.

A frequência da melodia mudou depois de tempestades passarem, o que, por si só, é interessante. Mas o que realmente se destacou foi um período quente de janeiro de 2016, quando as temperaturas quebraram o gelo. O tom da melodia caiu durante esse trecho, indicando que a neve e pedaços de gelo derreteram, desacelerando a propagação de ondas sísmicas por meio da neve firn. Mais importante, a queda do tom não se reverteu depois que as temperaturas voltaram a esfriar, indicando mudanças permanentes ou semipermanentes na camada de neve firn.

“O derretimento da neve firn é amplamente considerado um dos fatores mais importantes na desestabilização de uma plataforma de gelo, que então acelera o fluxo de gelo para o oceano de mantos de gelo adjacentes”, disse Chaput.

A plataforma de gelo Ross fica na Antártida Ocidental, cujas algumas partes podem enfrentar um derretimento imparável devido à forma da base rochosa abaixo do gelo que permite que correntes oceânicas quentes minem por baixo as plataformas de gelo flutuantes. O derretimento dessa região instável poderia elevar os níveis do mar em aproximadamente três metros. O aquecimento da superfície poderia acrescentar uma outra camada de estresse que os cientistas precisarão monitorar de perto.

Chaput apontou o monitoramento sísmico como uma maneira de acompanhar um locais mais remotos do mundo e também de ajudar pesquisadores a responderem sobre o quão resiliente a neve firn poderia ser sob temperaturas crescentes. E, é claro, esse tipo de monitoramento poderia fornecer mais sons dignos de trilha sonora de filme de terror. Apesar de que, sendo sincero, o que está acontecendo na Antártida já é bem assustador por si só.

Imagem do topo: O.V.E.R.V.I.E.W. (Flickr)

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Rover Curiosity volta a realizar algumas operações científicas em Marte

Posted: 21 Oct 2018 07:51 AM PDT

A NASA passou por momentos difíceis recentemente. O telescópio espacial Hubble entrou em modo de segurança, o rover Opportunity está em silêncio, e o rover Curiosity enfrentou dificuldades técnicas em Marte. Bom, parece haver pelo menos uma luz no fim do túnel. Algumas operações científicas do Curiosity voltaram a funcionar depois de uma anomalia de memória no mês passado. Mesmo sem estar totalmente operacional, o veículo poderá transmitir dados para a equipe enquanto ela trabalha em sua recuperação.

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O time do Curiosity compartilhou as notícias em um post entusiasmado no site da NASA na última sexta-feira (19). Eles anunciaram que conseguiram algum progresso no diagnóstico da anomalia ocorrida no meio de setembro. Depois de os engenheiros passarem o rover de volta para seu computador do lado A, o explorador de Marte conseguiu mandar uma imagem da superfície do planeta vermelho na cordilheira Vera Rubin, usando uma câmera que estava inativa desde 2013.

"Graças ao trabalho duro de nossos engenheiros, o Curiosity está pronto para operações científicas limitadas. Enquanto isso, o trabalho para corrigir as anomalias continua", diz a NASA.

O Curiosity, que está explorando a cratera Gale do planeta, está atualmente usando seu computador lado A até a equipe conseguir determinar a causa dos problemas técnicos. O rover mudou para o lado B dos seus dois computadores redundantes depois de o lado A ter sido corrompido em 2013, cerca de 200 dias depois do início da missão. No começo deste mês, engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA comandaram a mudança de "cérebros" do veículo para permitir que a equipe do Curiosity pudesse realizar um diagnóstico completo sobre o que vem afetando a memória do rover desde 15 de setembro.

"Nós passamos a semana passada conferindo o lado A e preparando a mudança", diz Steven Lee, gerente adjunto de projetos do Curiosity, em um comunicado publicado no momento. "Certamente é possível continuar a missão no computador lado A se precisarmos. Mas nosso plano é voltar para o B assim que consertarmos o problema para usar sua memória, que é maior."

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O rover marciano, que é do tamanho de um carro, foi lançado em 2012 como parte da missão do Laboratório de Ciência de Marte da NASA. Ele teve alguns meses bastante atarefados antes da falha, tirando uma selfie marciana em setembro e encontrando compostos orgânicos de 3,5 bilhões de anos de idade em junho. No começo deste ano, ele capturou um panorama impressionante de Marte do alto da cordilheira Vera Rubin.

Respondendo a questões de seus seguidores no Twitter, a equipe da Curiosity também tuitou na quarta-feira que não há atualizações sobre o rover Opportunity (ou "Oppy", como ele é chamado carinhosamente). Ele desligou em junho no vale Perseverance, em Marte, depois de ser varrido por uma massiva tempestade de areia, que pode ter bloqueado seus painéis solares com poeira.

A equipe do Curiosity também respondeu a algumas perguntas sobre a situação do Opportunity. Eles acreditam que a estação de ventos, que deve começar em breve no Planeta Vermelho, pode ser uma forma de consertar o veículo. A NASA disse na semana passada que espera que os ventos possam limpar a poeira dos painéis, ajudar o rover a carregar suas baterias e voltar a rodar, se esse for realmente o problema.

Imagem do topo: foto tirada pela Navcam Esquerda A a bordo do rover Curiosity, da NASA. Créditos: NASA/JPL-Caltech

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