terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


Embraer e Boeing fecham acordo para criar empresa de US$ 5,26 bilhões

Posted: 17 Dec 2018 12:54 PM PST

O plano para a criação de uma joint venture de aviação comercial no Brasil entre Embraer e Boeing avançou nesta segunda-feira (17). O negócio, que havia sido anunciado em julho, foi aprovado entre as partes e está avaliado em US$ 5,26 bilhões. O valor é maior do que a estimativa inicial, que era de US$ 4,75 bilhões.

• Uma ilusão de ótica para pássaros pode salvar a sua vida
• Novo voo mais longo do mundo estreia nesta quinta e terá até 18 horas e 45 minutos de duração

A Boeing terá 80% da joint venture e, portanto, pagará US$ 4,2 bilhões. O valor supera em mais de 7% o valor de mercado da Embraer no fechamento do pregão da última sexta-feira (R$ 15,2 bilhões), conforme aponta o G1. A Embraer será dona dos outros 20%, mas poderá vender sua parte para a Boeing a qualquer momento.

Esse ainda não é o último passo para o acordo ser fechado. É preciso que o governo brasileiro, que tem poder de veto em decisões estratégicas, aprove o negócio. Depois disso, será preciso ainda aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, “bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo”, conforme descreve a Embraer.

O negócio avançou agora porque o Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF3) revogou na semana passada uma liminar que impedia as empresas de seguirem com as negociações.

Aviação comercial

Caso o negócio seja concluído, a joint venture será liderada por uma equipe de executivos no Brasil, incluindo um presidente e CEO. E Boeing irá controlar a empresa, que responderá diretamente a Dennis Muilenburg, presidente e CEO da Boeing.

Tudo isso, no entanto, trata-se apenas de aviação comercial. A nova empresa irá atuar no segmento de aeronaves menores, com capacidades de 37 a 146 passageiros, e na área de aviões comerciais de grande porte, que partem de 150 até 550 assentos.

A intenção é criar uma gigante da aviação para concorrer com a Airbus e Bombardier, que fizeram um negócio similar em 2016. A aquisição da Embraer pela Boeing é estratégica principalmente pelo fato de a empresa brasileira ser a líder mundial no segmento de aeronaves menores. A Boeing é a maior fabricante de aviões do mundo.

A expectativa é que os lucros da Boeing só sejam impactados depois de 2020.

Área de defesa

Há um segundo acordo entre as empresas que diz respeito ao desenvolvimento do avião multimissão KC-390 e outros negócios na área de defesa.

Neste negócio, a Embraer será a controladora, com 51% de participação, e a Boeing, os 49% restantes. O valor total do negócio não foi informado e ainda é preciso aprovação do conselho de administração da Embraer

[G1]

The post Embraer e Boeing fecham acordo para criar empresa de US$ 5,26 bilhões appeared first on Gizmodo Brasil.

Nintendo não irá mais fabricar os consoles NES Classic e SNES Classic

Posted: 17 Dec 2018 11:39 AM PST

A Nintendo vai parar de alimentar a nostalgia de muitos gamers. O presidente da divisão americana da companhia, Reggie Fils-Aimé, disse em uma entrevista ao Hollywood Reporter na semana passada, que os mini-consoles não serão mais produzidos e que os estoques de final de ano não serão renovados.

• [Review] SNES Classic é a melhor maneira de reviver a era de ouro da Nintendo
• [Review] NES Classic Edition: um pequeno console retrô cheio de nostalgia

“Trabalhamos duro, tanto para o NES Classic quanto para o SNES Classic, para ter os melhores jogos que definiram essa geração. Dissemos que os sistemas atuais são a extensão do nosso programa clássico. E fomos bem claros que, pelo menos do ponto de vista das Américas, esses produtos estarão disponíveis durante as festas de fim de ano e, uma vez esgotados, eles desaparecerão. E é isso", disse ele.

Isso significa que se você não comprou um NES Classic ou um SNES Classic, é melhor correr – o produto, inclusive, deve valorizar bastante nas próximas semanas.

A estratégia da companhia agora é abandonar a nostalgia nos aparelhos em si e direcionar gamers para o conteúdo clássico que tem adicionado ao Nintendo Switch Online, seu serviço de assinatura – entre os títulos disponíveis estão Super Mario Bros., The Legend of Zelda e Ninja Gaiden.

O serviço custa R$ 14,80 para acesso por 30 dias, mas há ainda planos trimestrais e anuais. A tendência é que mais jogos clássicos sejam adicionados com o tempo.

Os consoles clássicos da Nintendo nunca estiveram disponíveis de forma oficial no Brasil, porém uma importadora chegou a trazer o SNES Classic para cá. Em sites de vendas nacionais é possível encontrá-los.

[The Hollywood Reporter]

The post Nintendo não irá mais fabricar os consoles NES Classic e SNES Classic appeared first on Gizmodo Brasil.

Este é o estrago que acontece na colisão de um drone com um avião

Posted: 17 Dec 2018 10:43 AM PST

Os órgãos de aviação de todo o mundo têm alertado para o perigo de operar drones em áreas próximas a aeroportos. Não é à toa, pois quando um veículo aéreo desses colide com um avião a coisa pode ficar feia. Prova disso é este Boeing 737 da imagem que abre o post.

O que aconteceria se a turbina de um avião engolisse um drone?
Polícia holandesa mostra como está treinando águias para capturar drones
Aeroportos americanos testarão "raio da morte" contra drones amadores intrusos

Na semana passada, durante a aterrissagem de um voo em Tijuana (México), vindo de Guadalajara, houve uma colisão da aeronave com um drone bem no bico do Boeing 737. O avião estava cheio e, segundo relata o Gizmodo ES, os passageiros apenas ouviram um forte barulho, que não comprometeu a redução de velocidade nem no desembarque das pessoas.

Por parte da Aeroméxico, a companhia informou que "ainda está investigando a causa exata do acidente, mas que tudo indica que foi um drone mesmo; além disso, o avião aterrissou normalmente e a segurança dos passageiros não foi comprometida". Menos mal, né?

No Brasil, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) define que o drone deve ficar a pelo menos 5,4 km do aeroporto para voos de até 30 metros. Para voos mais altos, a distância do aeroporto deve ser de pelo menos 9 km. Fora isso, só com permissão da Aeronáutica. Além disso, alguns softwares de controle de drone têm a localização de aeroportos e impedem que as aeronaves circulem por esses ambientes de risco.

O avião, que estava em atividade por quase 17 anos, agora está em manutenção. E o drone, por ora, não foi encontrado para dar sua versão da história. Pelo jeito, ele virou sucata.

[Gizmodo ES e Petapixel]

The post Este é o estrago que acontece na colisão de um drone com um avião appeared first on Gizmodo Brasil.

Robô entregador de comida fica estressado e pega fogo do nada na Califórnia

Posted: 17 Dec 2018 09:39 AM PST

Já faz um tempo que estamos vendo promessas de entregas feitas de maneira automática, mas, até isso se tornar uma realidade difundida, teremos alguns problemas. O caso mais recente vem de Berkeley, no estado americano da Califórnia. Um robô de entrega de comida da startup Kiwi simplesmente pegou fogo na calçada. Ninguém se machucou. Um pedestre apagou o incêndio antes que os bombeiros chegassem e encharcassem o equipamento com espuma.

• O robô programado para afastar moradores de rua tomou uma sova e foi demitido

A Kiwi suspendeu as entregas até terminar a investigação sobre o que realmente aconteceu. Piadas com síndrome de burnout à parte, a empresa acredita que houve uma falha humana: alguém teria colocado uma bateria defeituosa, o que pode ter causado fuga térmica, um problema parecido com o que afetava o Galaxy Note 7.

Pessoas que passavam no local registraram a cena inusitada.

De acordo com o Verge, a Kiwi opera apenas em Berkeley. Os robôs, chamados KiwiBots, fazem apenas as etapas iniciais (do restaurante até um entregador humano de triciclo) e final (do entregador até o destino) das entregas, percorrendo distâncias curtas, de menos de 300 metros. O preço do serviço é de US$ 3,80 (R$ 14,78, na cotação de hoje), e a empresa diz já ter feito mais de 10 mil entregas desde 2017, quando começou a oferecer o serviço, com tempo médio de 27 minutos de viagem.

O acidente acontece em um momento bem inoportuno para o setor. A cidade de San Francisco, próxima a Berkeley, já impôs regulamentações para robôs que trafegam em calçadas. Certamente, o risco de incêndio não ajuda a melhorar a imagem das máquinas.

[The Verge]

The post Robô entregador de comida fica estressado e pega fogo do nada na Califórnia appeared first on Gizmodo Brasil.

Países concordaram em conter crescimento global da Huawei durante reunião em julho, diz jornal

Posted: 17 Dec 2018 08:25 AM PST

Em uma reunião no Canadá realizada em julho de 2018, chefes de espionagem da Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA – todos signatários de um tratado sobre inteligência, e popularmente conhecidos como "Five Eyes" ou Aliança Cinco Olhos – concordaram tomar ações para conter o crescimento global da Huawei, conforme aponta uma reportagem do Wall Street Journal publicada na última sexta-feira (14).

• A briga entre EUA e China não é só comercial, mas também tecnológica
• Executiva da Huawei deixa prisão no Canadá após pagar fiança, mas é obrigada a usar tornozeleira

De acordo com a reportagem, os membros do Five Eyes vêem a Huawei de formas diferentes – o Reino Unido é um grande comprador dos equipamentos de telecomunicações da companhia, por exemplo – mas todos concordaram que a empresa representa um risco de segurança com o argumento de que ela poderia espionar em nome do governo chinês:

As discussões tocaram nas preocupações sobre a capacidade de espionagem cibernética da China e a crescente expansão militar, segundo pessoas familiarizadas com a reunião. Um foco foi como proteger as redes de telecomunicações de interferências externas, segundo fontes.

Os membros do Five Eyes há muito tempo têm diferentes níveis de preocupação com a Huawei e outras fabricantes chinesas de equipamentos de telecomunicações. Os países diferiram acentuadamente a respeito da tolerância para com a Huawei, em particular, como fornecedora de suas operadoras nacionais de telecomunicações. Os EUA praticamente proibiram equipamentos da empresa, enquanto as operadoras do Reino Unido são grandes clientes. Refletindo essa divisão, uma pessoa familiarizada com a reunião disse que os participantes concordaram que uma proibição total em muitos países era impraticável.

… Após a reunião no Canadá, relatada pela primeira vez pelo The Australian Financial Review, alguns dos oficiais de inteligência que estiveram lá começaram a fazer comentários públicos incomuns sobre o que eles viam como uma ameaça crescente representada pela Huawei.

Oficiais de inteligência dos países envolvidos têm, nas últimas semanas e meses, levantado publicamente preocupações sobre a Huawei, sem entrar em muitos detalhes sobre as especificidades.

O diretor-geral da Diretoria de Sinais da Austrália, Mike Burgess, alertou que todas as redes de transporte e serviços públicos do país estavam em risco se as redes 5G estivessem abertas a ataques, por exemplo.

Já o chefe do Serviço Secreto de Inteligência Britânico, Alex Younger, disse que o Reino Unido precisa avaliar cuidadosamente se confia na Huawei com a expansão do 5G.

O chefe do Serviço Canadense de Inteligência de Segurança, David Vigneault, também levantou preocupações em geral sobre “o aumento da espionagem patrocinada por estados em áreas como o 5G”, mas não entrou em detalhes.

As autoridades de inteligência dos EUA têm sido alarmistas sobre a Huawei desde bem antes da reunião, e têm pedido aos aliados que sigam sua liderança e excluam a empresa na expansão de redes 5G. O WSJ escreveu que as autoridades alemãs, em particular, estavam céticas, sempre citando a falta de provas para essas medidas:

Os EUA têm pressionado as autoridades alemãs há meses para derrubar a Huawei, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, mas os alemães pediram evidências mais específicas que demonstrem a ameaça à segurança.

De acordo com uma fonte, as autoridades alemãs e os executivos de telecomunicações ainda não encontraram qualquer evidência de problemas de segurança com os vendedores de equipamentos chineses.

No entanto, o WSJ também acrescentou que a Deutsche Telekom AG, a maior empresa de telecomunicações da Alemanha, estava revendo sua estratégia de compras devido às preocupações globais sobre a “segurança dos elementos de rede dos fabricantes chineses”.

A Associated Press informou no domingo (16), que as medidas dos países do chamado Five Eyes e seus aliados diminuíram significativamente a expansão global da Huawei, apesar da companhia negar que qualquer coisa esteja acontecendo:

A Austrália e a Nova Zelândia barraram a Huawei Technologies Ltd. como fornecedora de equipamentos para redes 5G. Eles se juntaram aos Estados Unidos e Taiwan, o que limita o uso de tecnologia da maior fornecedora global de equipamentos de comutação de rede. Na semana passada, a agência de segurança cibernética do Japão disse que a Huawei e outros fornecedores considerados de risco serão proibidas para compras governamentais.

Há algum ceticismo sobre a possibilidade de a Huawei realmente ser uma ameaça de espionagem (a empresa nega repetidamente) ou se as suspeitas são um pretexto para tentar impedir o crescimento da concorrência chinesa com empresas ocidentais.

“Nunca houve nenhuma prova real”, disse Andrew Kitson, chefe de pesquisa da indústria de tecnologia da Fitch Solutions, à AP. “Eles só precisam fazer algumas insinuações para que outros governos se levantem e pensem, ‘espere, mesmo que não haja provas, é um risco muito grande'”.

A empresa é líder mundial em equipamentos de redes móveis, e tem muita força particularmente na Ásia, África e Europa, representando 28% do mercado que gerou US$ 32 bilhões em vendas globais em 2017.

De acordo com a AP, há preocupações de que a exclusão da Huawei possa aumentar os preços e retardar a inovação, já que os países que impeçam a empresa de fazer parte dos planos de expansão podem ser forçados a contar com apenas duas grandes empresas: Ericsson (27%) e Nokia (23%).

Outras empresas no mercado incluem a fabricante chinesa ZTE e a sul-coreana Samsung Electronics Corp. A ZTE, no entanto, enfrenta muitas das mesmas restrições que a Huawei.

A Huawei também esteve nas manchetes recentemente devido a prisão de Meng Wanzhou, sua diretora financeira e filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

As autoridades canadenses recentemente detiveram Meng a pedido das autoridades dos EUA, pedindo sua extradição sob acusações de que ela teria enganado instituições financeiras ocidentais a fim de processar transações relacionadas a vendas de equipamentos de telecomunicações, o que infringiria um embargo com o Irã.

Como os EUA e a China também estão em meio a uma guerra comercial que só agora tem dado sinais de trégua, a detenção aumentou as tensões entre os dois países. A China advertiu sobre “graves conseqüências” se Meng não for libertada, enquanto rumores surgiram apontando que alguns funcionários da Casa Branca planejavam usá-la como uma espécie de moeda de troca durante as negociações.

“Isto é algo que definitivamente diz respeito à Huawei nesta fase, porque há um ângulo político e um ângulo de negócios”, disse à AP Nikhil Bhatra, pesquisador sênior da International Data Corporation.

[Wall Street Journal]

The post Países concordaram em conter crescimento global da Huawei durante reunião em julho, diz jornal appeared first on Gizmodo Brasil.

A descoberta do Titanic, na verdade, fazia parte de um projeto para achar submarinos nucleares perdidos

Posted: 17 Dec 2018 07:24 AM PST

O caso do naufrágio do navio RMS Titanic em 1912 gerou um série de teorias conspiratórias com o passar dos anos, mas parece que a descoberta dos escombros era parte de um "encobrimento" militar da vida real. Segundo um novo relato, a equipe que encontrou o navio "que nunca afundava" no fundo do oceano estava na verdade preocupada em achar dois submarinos de mísseis nucleares.

Robert Ballard, o oceanógrafo que liderou a equipe americana que achou o Titanic, agora pode finalmente dizer a história do que realmente aconteceu em 1985. Falando para a CBS News, ele explicou que ele já tinha executado várias missões secretas para a Marinha quando em 1982 ele construiu um veículo submarino. Sem grana para fazer a expedição, Ballard teve a ideia de pedir para a Marinha que o ajudasse.

Réplica do Titanic que simula o naufrágio começou a ser construída na China
Ui, ele sabe onde estavam as estrelas no dia do naufrágio do Titanic

Ele então contatou o vice-chefe de operações de operações, Ronald Thunman, e explicou a ele que estava querendo achar o Titanic há um tempo e que tinha curiosidade se o departamento militar acharia alguma forma de sabermos isso. Thunman aparentemente pensou que Ballard estava louco, mas concordou com o plano, desde que fosse feito algo pela Marinha primeiro. Os militares queriam explorar dois submarinos nucleares desaparecidos nos anos 60. Era o auge da Guerra Fria e os militares não queriam que os russos ou outros adversários tropeçassem no USS Thresher e USS Scorpion.

"Sabíamos onde estavam os submarinos", disse Ballard à CNN. "O que eles queriam que eu fizesse era voltar e não ter os russos me seguindo, porque estávamos interessados nas armas nucleares que estavam no Scorpion e os reatores nucleares que estavam prejudicando o meio ambiente."

O plano era esconder a missão da vista de todos. A imprensa só seria informada sobre a caçada ao Titanic e nenhum adversário suspeitaria das atividades da equipe. Ballard foi encarregado de explorar o USS Scorpion e quando essa missão foi realizada, ele passou para o seu objetivo pessoal com um prazo ainda de 12 dias. "Aprendi algo sobre mapeamento com o Scorpion que me ensinou a como encontrar o Titanic: procurar pela trilha de detritos", disse à CBS.

A equipe encontrou destroços após oito dias e a celebração deles rapidamente se tornou sóbria, já que o entendimento era que eles estavam buscando pelo túmulo de 1.500 pessoas. Eles voltaram para casa como heróis e tinham de manter a história falsa deles. Depois que a descoberta foi anunciada, um porta-voz da Marinha disse ao New York Times que os militares apenas investiram no projeto porque estavam interessados no teste de um novo equipamento submarino.

Não parece que o público, no fim das contas, foi, de fato, enganado. No fim, todos conseguiram o que queriam e o encobrimento da história foi bem inofensivo. Pelo menos, é isso que eles querem que a gente acredite.

[CBS NewsCNN]

The post A descoberta do Titanic, na verdade, fazia parte de um projeto para achar submarinos nucleares perdidos appeared first on Gizmodo Brasil.

Cofundador de HQ Trivia e Vine, Colin Kroll é encontrado morto em apartamento em Nova York

Posted: 17 Dec 2018 06:00 AM PST

Colin Kroll, cofundador e CEO do popular jogo HQ Trivia, foi encontrado morto em seu apartamento em Nova York na manhã de domingo (16). Kroll tinha 34 anos.

Um porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York disse ao Gizmodo por telefone que havia respondido a uma chamada de emergência por volta das 00h18, horário local, e os policiais conduziram uma verificação. Ao entrar no apartamento, encontraram um homem inconsciente. Mais tarde, ele teve sua morte confirmada pelos serviços de emergência médica.

O Vine está prestes a voltar com outro nome: Byte

O porta-voz confirmou que o indivíduo era Kroll e disse que não havia outras informações sobre o incidente no momento. A polícia está atualmente esperando pelo médico examinador para verificar detalhes adicionais sobre a morte.

“Ficamos sabendo hoje (domingo) sobre o falecimento de nosso amigo e fundador, Colin Kroll, e é com grande pesar que nos despedimos”, disse uma porta-voz do HQ Trivia ao Gizmodo, em comunicado enviado por e-mail. “Nossos pensamentos vão para sua família, seus amigos e entes queridos durante esse momento incrivelmente difícil.”

Kroll foi nomeado CEO do HQ Trivia neste ano, depois de servir anteriormente como diretor de tecnologia da empresa. De acordo com uma reportagem do Recode no ano passado, o HQ Trivia enfrentou crescentes obstáculos na captação de recursos em meio a alegações de que Kroll havia exibido comportamento inapropriado antes de sua expulsão do Twitter em 2014. A empresa anunciou que havia garantido US$ 15 milhões em capital de risco neste ano, apesar das alegações.

“Agora percebo que há coisas que eu disse e fiz que fizeram com que alguns se sentissem desvalorizados ou desconfortáveis. Peço desculpas a essas pessoas”, disse Kroll ao Axios, em um comunicado em março. “Hoje, estou empenhado em construir o HQ Trivia como um produto que define a cultura e em apoiar a equipe dedicada que torna tudo possível.”

Kroll também cofundou o aplicativo de vídeos curtos Vine, que foi adquirido pelo Twitter. Antes disso, havia sido diretor de tecnologia da Jetsetter.

“Tão triste saber da morte do meu amigo e cofundador Colin Kroll”, tuitou no domingo outro cofundador do HQ Trivia, Rus Yusupov, também diretor comercial do app. “Sempre lembrarei dele por sua alma gentil e seu grande coração. Ele fez do mundo e da internet lugares melhores. Descanse em paz, irmão.”

The post Cofundador de HQ Trivia e Vine, Colin Kroll é encontrado morto em apartamento em Nova York appeared first on Gizmodo Brasil.

Conheça a ‘Optician Sans’, uma fonte esquisita inspirada nos exames de vista

Posted: 17 Dec 2018 05:18 AM PST

Sabe aquela fonte clássica dos exames de vista? Aquela que você precisa dizer cada letrinha para o seu optometrista? Bem, agora você pode usá-la no Word ou Docs para qualquer documento.

Isso graças a empresa de design ANTI Hamar, que criou uma fonte chamada “Optician Sans” e a disponibilizou gratuitamente na internet.

A Fast Company conversou com os criadores para saber mais sobre a origem de tipografia e como ela foi criada. O projeto começou com uma comissão de rebranding da empresa de oftalmologia norueguesa Optician-K e a inspiração, é claro, foi a história da optometria.

A agência de design levou em consideração os primeiros designs de letras desenvolvidos pelo médico holandês Hermann Snellen em 1862, que criou a tabela de Snellen. O médico necessitava de uma precisão matemática até zero na acuidade visual de um paciente e, para fazer isso, aplicou uma grade 5 x 5 como base para um total de 10 caracteres usadas em seus testes.

Captura de tela: ANTI Hamar

Em 1959, esses 10 caracteres foram renovados pela oftalmologista americana Louise Sloan. Ela revisou as letras para excluir as serifas que aparecia na tabela Snellen – aqueles pequenos detalhes salientes como no “E” mostrado acima – dando-lhes um visual muito mais limpo e contemporâneo.

Posteriormente, o design evoluiu para os testes padronizados do Logaritmo do Ângulo Mínimo de Resolução (LogMAR), usado atualmente por profissionais da área oftalmológica em todo o mundo.

A ANTI Hamar pretendia renovar a marca Optician-K usando os designs de Sloan, mas havia apenas 10 caracteres como base – e apenas uma vogal. Então, eles projetaram um alfabeto inteiro, com letras e números, inspirados no design original da grade 5 x 5 de Snellen.

“Tomamos algumas liberdades em algumas partes, e decidimos ser muito conservadores em outras partes”, disse o diretor de arte da empresa, Simen Schikulski, à Fast Company. “Vimos que havia algumas inconsistências nas letras originais em termos de formas e tamanhos, como esperávamos, já que as letras foram criadas para optometristas, não como uma fonte.

Como a Fast Company observou, o conjunto original de letras intencionalmente tornou difícil discernir letras como “C” de “O”, principalmente no menor tamanho, que se destina a pessoas com visão sobre-humana. Assim, a fim de tornar algumas dessas letras mais legíveis em outras aplicações, a ANTI Hamar também projetou uma série de alternativas.

Fábio Duarte Martins, designer de tipografia e professor da Universidade IADE em Lisboa, trabalhou no projeto com Schikulski e a equipe da agência. Ele esclarece que o alfabeto completo da Oculista Sans não tinha como objetivo expandir o conjunto de caracteres das letras utilizadas nas tabelas LogMAR, mas apenas usá-las como inspiração.

Imagem: ANTI Hamar

“Pegámos os optotipos LogMAR e fizemos aquilo que chamamos de ‘correções ópticas’, ou pequenos ajustes para tornar a forma esteticamente agradável”, disse ele ao Gizmodo, por e-mail. “Os optotipos são feitos para medir a acuidade visual; assim, por exemplo, as larguras iguais dos traços são importantes para medir o quão boa é a sua visão. Não queríamos medir nada com a Optician Sans. Queríamos apenas um tipo de letra visualmente agradável”.

Por fim, ao disponibilizar a fonte gratuitamente, Martins disse que tanto ele como Schikulski esperam que as pessoas se divirtam tanto como eles se divertiram.

“Estamos realmente trabalhando na expansão do conjunto de caracteres para suportar mais idiomas”, disse ele, “Estamos apenas compartilhando algo que achamos que é legal com o mundo”.

[Fast Company]

The post Conheça a ‘Optician Sans’, uma fonte esquisita inspirada nos exames de vista appeared first on Gizmodo Brasil.

Sistema de ranking social da China agora vai visar cientistas que violam as regras

Posted: 17 Dec 2018 04:27 AM PST

Para combater a má conduta científica generalizada, o governo chinês expandiu seu polêmico sistema de crédito social de forma a incluir infrações cometidas por cientistas pesquisadores. O plano pode assustar alguns profissionais, e o potencial de abuso é bastante real.

• Governo chinês diz ter interrompido polêmico projeto de edição de genes de bebês
• O sistema de ranqueamento social da China está próximo de se tornar uma terrível realidade em Pequim

“Pesquisadores na China que cometam má conduta científica podem em breve ser impedidos de obter empréstimos bancários, dirigir uma empresa ou se candidatar a um emprego de serviço público”, informa o jornalista científico David Cyranoski, no Nature News.

Anteriormente, o ministro da Ciência da China e as universidades do país é que tinham o poder de policiar e punir cientistas infratores, mas, agora, “dezenas de agências governamentais” receberam o poder de aplicar penas, escreve Cyranoski. Portanto, além de perder financiamento e prêmios, os pesquisadores agora enfrentam restrições de fora da academia e em campos que nada têm a ver com a pesquisa.

Isso pode parecer uma reação impulsiva ao experimento incrivelmente irresponsável de edição genética do cientista chinês He Jiankui, cujos detalhes (escassos) foram divulgados no final do mês passado. Ele admitiu ter usado a ferramenta de edição de genes CRISPR/Cas9 para modificar embriões humanos que agora são bebês gêmeos, apesar do estado imaturo da tecnologia. Além disso, o cientista conduziu a pesquisa em segredo e não passou pelos canais normais, entre outras supostas imprudências.

O governo da China fechou o projeto de He e lançou uma investigação. Ele está atualmente desaparecido, com rumores circulando de que ele estaria detido pelo governo chinês.

O anúncio de que o sistema de crédito social da China irá agora incluir cientistas pesquisadores certamente está ligado a esse episódio ainda em curso, mas a nova política é um esforço para lidar com a endêmica má conduta científica dentro da comunidade de pesquisa chinesa como um todo.

Tem havido relatos generalizados, por exemplo, de pesquisadores chineses falsificando dados, CVs e até revisões por pares. No início deste ano, o governo chinês disse que iria finalmente reprimir a má conduta acadêmica e introduzir novas reformas, incluindo a introdução de uma lista nacional de infratores maliciosos — cujos membros poderiam ser desqualificados de futuros financiamentos ou cargos de pesquisa, até mesmo os impedindo de conseguir empregos fora da academia.

A China está no processo de introdução de um sistema de classificação social abrangente e duradouro, cujo credo é “uma vez não confiável, sempre limitado”. O sistema foi lançado em 2013 e agora inclui quase dez milhões de pessoas. Ele deve ser totalmente implementado nos próximos dois a três anos, incluindo cerca de 22 milhões de cidadãos.

O programa funciona marcando indivíduos que violaram leis, regulamentos ou normas sociais e, em seguida, restringindo seu acesso a determinados serviços e programas, como a obtenção de empréstimos. Com o tempo, o programa terá como alvo pequenas imprudências, como atravessar a rua fora da faixa, não comparecer a restaurantes onde uma reserva tenha sido feita e não pagar passagens de transporte. Até o momento, o sistema de crédito social impediu mais de 11 milhões de pessoas de comprar passagens aéreas e quatro milhões de acessar o sistema ferroviário de alta velocidade. Mas nem tudo é punitivo; pontos de bônus são concedidos a pessoas que doam sangue, reciclam ou fazem trabalho voluntário.

O objetivo do sistema é acabar com a corrupção e a ilegalidade e, ao mesmo tempo, promover o comportamento pró-social. Mas seu uso em um estado de um partido único, quase totalitário, é motivo de preocupação.

Quem decide quais regras se aplicam, por exemplo, e se elas são justas? As gravidades das punições sociais são proporcionais às infrações? E o sistema visa injustamente certos segmentos da população, como os cidadãos de grupos socioeconômicos pobres? Além disso, ao estender esse sistema a ambientes acadêmicos, os pesquisadores poderiam se encontrar injustamente visados por um sistema com muito pouca responsabilização. Grupos rivais invejosos ou um pesquisador principal cujos avanços foram recusados poderiam usar injustamente o sistema para ameaçar ou ferir cientistas pesquisadores inocentes, entre muitos outros possíveis abusos.

Essas questões são desafiadoras e preocupantes, sem dúvida — especialmente para uma nação comandada por um governo irresponsável com instituições igualmente irresponsáveis.

[Nature News]

The post Sistema de ranking social da China agora vai visar cientistas que violam as regras appeared first on Gizmodo Brasil.

Qual a comida mais perigosa do mundo?

Posted: 17 Dec 2018 03:42 AM PST

Examinando toda a história humana em relação à comida, alguns temas se destacam. Um deles é que os humanos gostam que sua alimentação seja agradável ao paladar. Outro é que eles gostam de comidas que não matam.

Essas duas qualidades frequentemente coexistem no mesmo alimento — maçãs, por exemplo, têm um ótimo sabor e não são tóxicas até, onde eu sei — mas, inevitavelmente, a relação entre ter bom sabor e não matar às vezes é menor que o ideal. Para alguns alimentos, esse é um argumento de venda — o fugu, por exemplo, é um peixe venenoso que precisa de alguém certificado para prepará-lo adequadamente. Para outros, a letalidade é apenas um subproduto infeliz — como acontecia com os materiais usados nas primeiras comidas enlatadas, que, às vezes, causavam envenenamento por chumbo nas pessoas.

Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos alguns historiadores e antropólogos da alimentação para indicar seus candidatos ao título de comida mais perigosa de todos os tempos. Houve um padrão pegajoso, mas, principalmente, suas abordagens variaram descontroladamente; coletivamente, elas cobrem praticamente todas as partes da pirâmide alimentar que não são frutas nem verduras. Se você gosta de comer, e também gosta de estar vivo, talvez queira guardar no lado esquerdo do peito as sugestões desses especialistas.

Ty Matejowsky

Professor associado de Antropologia na Universidade da Flórida Central

Durião, também conhecido como “o rei dos frutos”, continua sendo um dos alimentos mais polêmicos atualmente consumidos no Sudeste Asiático e cada vez mais ao redor do mundo — não apenas por seu alto teor de enxofre e forte odor (é proibido em muitos hotéis, companhias aéreas e outros lugares públicos, e às vezes referido como o “queijo azul de frutas”), mas também pelos perigos que representa para aqueles que comem, cultivam ou estão próximos a ele. O exterior espinhoso da fruta pode causar danos corporais reais e até mesmo a morte aos azarados o bastante para serem atingidos por frutos que caem de galhos altos de árvores. Foi usado até mesmo como uma arma improvisada medieval em alguns crimes passionais.

O alto teor de enxofre do durião torna-o particularmente perigoso quando consumido em excesso ou em combinação com álcool, café ou refrigerantes com cafeína, especialmente para aqueles com condições médicas pré-existentes, como problemas cardíacos ou pressão alta. Apesar (ou talvez por causa) de tais perigos, o durião atrai uma base de fãs que se deleitam com seu distinto gosto e apelo gustativo.

Isto aqui é um durião. Crédito: Pixabay

“O alto teor de enxofre do durian torna-o particularmente perigoso quando consumido em excesso ou em combinação com álcool, café ou refrigerantes com cafeína.”

Lucy Long

Diretora e fundadora do Center for Food and Culture

Eu diria que o alimento mais perigoso são os cogumelos que se parecem com aqueles conhecidos e seguros para comer, mas, na verdade, não são. O death cap (“chapéu da morte”, em tradução livre, nome pelo qual o Amanita phalloides é conhecido nos EUA) parece com variedades que são seguras, mas é altamente tóxico, muitas vezes tem uma reação demorada e ataca o fígado. Até mesmo uma pequena mordida pode ser fatal. Infelizmente, dizem que eles também são muito saborosos e têm um cheiro delicioso.

Joyce E. Chaplin

Professora e historiadora da Universidade de Harvard; autora de Food in Time and Place, entre outros livros

Eu apontaria um dedo acusador para o gado domesticado. Desses animais, as pessoas têm pegado doenças sérias e às vezes fatais há muito tempo. As aves e os suínos, por exemplo, continuam sendo reservatórios da gripe. As populações de animais selvagens também são reservatórios de doenças, mas as aves e os suínos domesticados são significativos na incubação e transmissão dos vírus da gripe. Isso tem sérias consequências. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) informa que, em 2017-2018, 80 mil pessoas nos Estados Unidos morreram de gripe. Esse foi um novo recorde, embora, mesmo em outros anos, a mortalidade por gripe normalmente exceda as mortes por todas as doenças transmitidas por alimentos. A mortalidade anual por gripe é geralmente de 30.000, enquanto as mortes por vários tipos de intoxicação alimentar são geralmente em torno de 3.000. É um preço alto para comer carne de porco e frango.

Se há uma conexão muito próxima entre comida e morte, é claro, é o problema de não ter comida suficiente. Desnutrição e fome têm sido, historicamente, grandes assassinos, acima e além dos perigos de comer tipos específicos de alimentos.

"Estou mais interessado no ‘perigo da carne bovina’ em escala planetária histórica. Mais especificamente, como a carne ameaça destruir a própria existência da civilização humana."

Krishnedu Ray

Presidente do Departamento de Nutrição e Estudos Alimentares da Universidade de Nova York

Duas coisas mundanas que todos nós bebemos regularmente: refrigerante e álcool. Se você pegar estatísticas populacionais nacionais e calcular riscos reais (não imaginários), não há como evitar a conclusão de que esses dois são os verdadeiros culpados — responsáveis pela morte, adoecimento e desmembramento de milhões de pessoas em todo o mundo.

Alice Julier

Chefe de Departamento, Professora Associada de Estudos Alimentares e Diretora do Centro Regional de Agricultura, Alimentos e Transformação da Universidade de Chatham

Eu vou com uma grande categoria — fungos — porque aparece em muitos alimentos, e também é sua própria categoria de comida, que aparece historicamente por toda a civilização humana.

Sabemos que as sociedades humanas sempre encontraram maneiras de preservar alimentos ou de transformar coisas não comestíveis em comestíveis. Às vezes isso envolve cozinhar, mas é principalmente para preservar alimentos. Curar carnes, salgar legumes, fermentar coisas para criar bebidas alcoólicas — todas são maneiras que temos de preservar alimentos até muito depois da colheita. A maioria desses processos envolve a introdução de microrganismos nos alimentos para mudá-los (pense no queijo!) — e leveduras e bolores são os dois tipos principais de fungos usados para preservar alimentos para impedir o crescimento de certas bactérias que poderiam estragá-los.

Dito isto, eles mesmos também são duas das principais maneiras que um alimento pode estragar. Considere que, se você estiver tentando preservar alimentos com essa abordagem, um passo em falso pode torná-los extremamente perigosos para se comer. As pessoas têm que descobrir quais crescimentos fúngicos adicionam sabor aos alimentos e quais são tóxicos. Um ótimo exemplo disso seria o fungo de milho ou o carvão-do-milho. Nas culturas indígenas e latino-americanas, é uma iguaria. No oeste industrial dos EUA, há toneladas de produtos usados para tirá-lo do milho.

A razão pela qual eu também penso em fungos é porque os cogumelos são um alimento universal, muitas vezes colhidos, mas às vezes cultivados, e descobrir quais tipos de cogumelos são seguros e quais são perigosos é um negócio extremamente arriscado. Eu suspeito que, hoje, não há um número significativo de mortes por cogumelos venenosos, mas posso garantir que, historicamente, a busca por quais eram os comestíveis levou as pessoas a um caminho perigoso.

Yue Dong

Doutorando de Antropologia da Universidade de Oklahoma

A carne é a comida mais perigosa de todos os tempos.

Eu sei o que você está pensando: "Isso é bobagem! Eu acabei de comer um hambúrguer e ainda estou vivo!!"

Ouça o que eu estou dizendo. Eu não estou falando sobre como o consumo excessivo de carne vermelha está ligado a um risco aumentado de desenvolver doença arterial coronariana e diabetes tipo 2. Essas doenças definitivamente poderiam matar uma pessoa (lenta e dolorosamente), mas estou mais interessado no "perigo da carne bovina" em uma escala planetária histórica. Mais especificamente, como a carne ameaça destruir a própria existência da civilização humana.

A produção de carne bovina é um dos contribuintes mais significativos para as emissões globais de gases de efeito estufa causadas pelo homem. De acordo com um recente relatório do governo do Reino Unido, a produção de 1 kg de carne bovina gera cerca de 32,3 kg de CO2. Em média, os americanos comem 25,9 kg de carne bovina per capita por ano, o que significa uma produção de 835,1 kg de CO2 per capita por ano. Em comparação, a pessoa média na China consome cerca de 6 kg por ano. Se os chineses aumentassem o consumo de carne bovina para o mesmo nível dos americanos, produziriam 641,3 kg a mais de CO2 per capita por ano. Dada a grande população da China, haveria cerca de 900 milhões de toneladas de CO2 relacionado à carne bovina em nossa atmosfera, o equivalente a quase 2,4% do total de emissões de CO2 produzidas pelo homem.

E isso é apenas a China. Se o consumo global de carne bovina per capita aumentar para o mesmo nível dos EUA, a emissão global de CO2 relativa à carne seria de cerca de 580,1 kg per capita por ano, o que significa que cerca de 4,4 bilhões de CO2 seriam emitidos para a atmosfera (11% da emissão total de CO2 produzida pelo homem)!

Dada a consequência apocalíptica global (inundação, calor, furacões, fome) do aquecimento global e a correlação direta entre o consumo de carne bovina e a emissão de CO2, não é loucura dizer que a carne bovina pode ser a comida mais perigosa de todos os tempos.

“Relaxe. Embora existam plantas e animais venenosos por aí, embora suas prateleiras de cozinha e sua geladeira provavelmente abriguem alimentos que o matariam se ingeridos em quantidade suficiente, os seres humanos fizeram um trabalho incrível ao tornar a comida segura.”

Rachel Laudan

Pesquisadora sênior visitante do Instituto de Pesquisas Históricas da Universidade do Texas em Austin e autora de Cuisine and Empire: Cooking in World History

Relaxe. Embora existam plantas e animais venenosos por aí, embora suas prateleiras de cozinha e sua geladeira provavelmente abriguem alimentos que o matariam se ingeridos em quantidade suficiente, os seres humanos fizeram um trabalho incrível ao tornar a comida segura.

Essas últimas palavras, “tornar a comida segura”, são importantes. Embora a atual retórica alimentar se concentre no fresco e no natural, a esmagadora proporção de nossas calorias vem dos alimentos que produzimos. Isso porque comer alimentos que não foram transformados a partir de seu estado natural é perigoso. “O que come é comido”, disseram os autores desconhecidos dos textos sagrados indianos, os Upanishads, no século 6 a.C.

Para sobreviver e evoluir, todas as criaturas vivas desenvolveram defesas contra serem comidas: dentes e garras, a habilidade de fugir, coberturas difíceis e não comestíveis, ou venenos naturais. Estes últimos ocorrem nos ancestrais selvagens de alguns dos alimentos humanos mais importantes. Batatas selvagens continham glicoalcaloides que causavam vômitos e diarreia. Bolotas, um alimento importante para os povos primitivos e indígenas nas Américas, Europa e Ásia, estão cheios de taninos. A mandioca, a terceira maior cultura de alimentos nos trópicos depois do arroz e do milho e uma das mais importantes do mundo tropical, pode liberar cianeto quando ingerida (assim como as sementes de maçãs e damascos, bem como amêndoas amargas). E todos os alimentos silvestres podem estar contaminados com excrementos de pássaros, fezes de animais e outras coisas perigosas.

Um repertório completo de formas de desintoxicação de plantas foi desenvolvido. Os povos dos altos Andes cuidadosamente selecionaram e criaram batatas para reduzir o nível de venenos. Os nativos americanos usavam argila e água para retirar os taninos das bolotas. Os povos indígenas da América tropical descobriram que cozinhar e ralar raízes de mandioca antes de comer as deixava próprias para o consumo. Todos esses processos — criação de animais, tratamento com produtos químicos, cercamentos e outras mudanças físicas, fermentação e uso de calor — acabam debaixo do guarda-chuva do termo “cozinhar”, uma das conquistas tecnológicas mais importantes da humanidade. Em toda parte, os povos achavam que quanto mais uma comida era cozida, melhor era para comer. Até recentemente. Temos sido tão bem sucedidos em tornar os alimentos seguros que agora temos o luxo de escolher comer alimentos crus e sem cozimento.

Rebecca Earle

Professora e vice-diretora de História da Universidade de Warwick, cuja pesquisa se concentra na história alimentar e cultural da América espanhola e da Europa moderna.

Atualmente, o açúcar é o inimigo público número um, implicado na epidemia global de diabetes e no extraordinário aumento da obesidade. A Organização Mundial de Saúde relata que, desde 1980, a porcentagem de adultos com diabetes dobrou; existem agora mais de 422 milhões de pessoas com a doença.

As condições associadas à obesidade, por sua vez, levam mais pessoas para o túmulo do que aquelas ligadas ao baixo peso. Em todo o mundo, trinta e nove por cento dos adultos qualificam-se com excesso de peso, três vezes o número de 1975. Uma dieta rica em açúcar é frequentemente culpada por essa situação preocupante. Bebidas com açúcar, por exemplo, têm sido ligadas diretamente ao aumento do diabetes tipo 2 e também à obesidade, um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Globalmente, o consumo de açúcar per capita aumentou mais de 50% nos últimos cinquenta anos.

Além de destruir vidas, a produção de açúcar destruiu a terra. As paisagens secas das antigas ilhas açucareiras do Caribe foram criadas pelo desmatamento, resultado quase inevitável do cultivo comercial de açúcar. Por volta de 1600, a ilha atlântica de São Tomé perdeu suas florestas para o açúcar. Em 1700, a floresta que sustentava Barbados havia desaparecido. Meio século depois, as árvores que cobriam dois terços de Antígua seguiram o exemplo. A fertilidade do solo despencou, a erosão exacerbou o declínio e, à medida que o solo penetrava nos sistemas fluviais, os rios se assoreavam. “O açúcar destruiu uma paisagem anterior, bem como centenas de milhares de vidas”, como William Beinart e Lotte Hughes colocaram. E fazer açúcar continua sendo um trabalho perigoso.

Então, o açúcar é ruim para nós, ruim para o meio ambiente e ruim para as pessoas que o cultivam.

Ken Albala

Professor e historiador da Universidade do Pacífico e autor ou editor de 25 livros sobre comida, incluindo Eating Right in the Renaissance e Food in Early Modern Europe

Durante a maior parte da nossa história evolutiva, [o açúcar] foi difícil de obter. Mas nos últimos cinco séculos, começamos a comer muito mais do que nossos corpos precisam ou podem processar. Ao mesmo tempo, removemos muitas das coisas que promovem nosso microbioma intestinal (como fibras) e começamos a usar antibióticos que reduzem ainda mais nossas bactérias intestinais. Obesidade, diabetes, doenças cardíacas e vários tipos de enfermidades resultam do consumo excessivo de açúcar. Quando tantas calorias benéficas são substituídas por açúcar, elas são metabolizadas de maneiras que nossos corpos simplesmente não estão preparados para lidar.

“Nos últimos cinco séculos, começamos a comer muito mais do que nossos corpos precisam ou podem processar.”

Paul Freedman

Professor e historiador da Universidade de Yale

É da natureza do açúcar ser consumido em quantidades excessivas, se estiver disponível. Quando Elizabeth I governou a Inglaterra no século 15, a pessoa média em seu reino comia pouco mais de meio quilo de açúcar por ano — era um produto de luxo. Atualmente, o consumo médio anual é de 36 kg. Nos EUA, são mais de 56 kg.

O açúcar tornou-se barato na Europa e nos Estados Unidos no século 19. O aspecto mais perigoso do açúcar é a história de como ele chegou a ser tão abundante a ponto de se tornar um item básico da alimentação, uma mudança econômica possibilitada pela escravização dos africanos para trabalhar plantações de açúcar no Novo Mundo. O centro de cultivo e refino de açúcar eram as Índias Ocidentais. O preço decrescente foi mais do que compensado por uma oferta crescente e barata. Mais dinheiro é feito de commodities básicas, como o petróleo, do que produtos de elite, como trufas. O açúcar transformou o mundo de maneiras que continuam a reverberar.

Miriam Chaiken

Decana e professora notável de Antropologia, Universidade do Estado do Novo México

Na minha opinião, a comida mais perigosa é o açúcar. A indústria açucareira é responsável pela escravização dos africanos aos milhões, pelo deslocamento dos nativos americanos das terras cultiváveis, pela ascensão da era industrial e pela formação de estruturas de classe, à medida que o açúcar mantinha os operários saciados — e é claro que hoje estamos bem cientes das consequências globais para a saúde do consumo excessivo de açúcar. Embora possa não ser tão exótico quanto um peixe potencialmente tóxico e delicioso, o açúcar é o número um na minha lista.

The post Qual a comida mais perigosa do mundo? appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário