quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

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Samsung lança Galaxy J2 Core e Galaxy J4 Core, aparelhos básicos com Android Go

Posted: 05 Dec 2018 01:45 PM PST

Já faz alguns meses que os aparelhos com Android Go, a versão mais leve do sistema operacional móvel do Google, estão no mercado brasileiro. Aos poucos, as grandes marcas vão aderindo a ele também. Depois da Motorola, agora é a vez da Samsung lançar seus primeiros aparelhos com essa variante do sistema, o Galaxy J2 Core e o Galaxy J4 Core. Ambos rodam o Android Oreo Go Edition.

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O Galaxy J4 Core tem como destaque a tela, que tem 6 polegadas, resolução HD+ e formato mais alongado, na proporção 18,5:9, a mesma de aparelhos mais caros. A bateria, com seus 3.300 mAh, também é interessante. De resto, configurações modestas: 1GB de RAM (limitação do próprio sistema), 16GB de armazenamento (com suporte a cartão microSD até 512GB), câmeras de 8MP (traseira) e 5MP (frontal) e processador quad-core Qualcomm Snapdragon 425. O preço sugerido é de R$ 899.

Já o Galaxy J2 Core é bem básico. A tela é de 5 polegadas e tem resolução menor que HD (960×540 pixels) e a proporção não é alongada, ficando nos tradicionais 16:9. Os números de memória são os mesmos do J4 Core: 1GB de RAM, 16GB de armazenamento. As câmeras também são as mesmas do irmão maior. A bateria é menor, 2.600 mAH, e o processador é da própria Samsung, um Exynos 7570. Ele também é um pouco mais barato: R$ 799.

Imagens: Samsung

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Último serviço de pager restante no Japão está oficialmente se encerrando

Posted: 05 Dec 2018 01:13 PM PST

O apogeu do pager já passou há muito tempo, mas os próprios dispositivos continuaram sendo utilizados para fins especializados, como por equipes de busca e salvamento e trabalhadores de emergência. No Japão, no entanto, os sinos fúnebres estão oficialmente tocando.

Segundo uma reportagem recente no Japan Times, a Tokyo Telemessage Inc., último provedor de serviços de pager do país, cortará os 1.500 usuários restantes dos aparelhos (alguns dos quais são funcionários em hospitais que os usam porque eles não emitem ondas eletromagnéticas) até setembro de 2019.

Outros usuários dos dispositivos incluem pessoas mais velhas relutaram em parar de usar a tecnologia, segundo a CNN, já que mais de 20% da população japonesa tem mais de 65 anos. O Japão é um centro de alta tecnologia, mas muitos gadgets mais antigos, como as máquinas de fax, continuam em uso comum — uma curiosidade às vezes atribuída, em parte, a abordagens conservadoras de modernização em seu setor não manufatureiro. O ministro de Segurança Cibernética do país, Yoshitaka Sakurada, de 68 anos, admitiu recentemente que não usa computadores, com a desculpa de que tais tarefas são realizadas por subordinados. Como a Agence France-Presse apontou, alguns observadores internacionais ficaram perplexos ao ver o primeiro-ministro Shinzo Abe tomar conhecimento de um míssil norte-coreano que sobrevoou o país por meio de seu celular de flip (e o governo dos EUA, como outro exemplo, ainda usa Blackberries, COBOL e disquetes).

Segundo oO Japan Times, o presidente Hidetoshi Seino disse que a empresa vai iniciar um novo serviço de rádio nas frequências utilizadas pelos dispositivos de resposta a desastres e serviços de socorro. O jornal também lembrou o auge do pager no Japão, que atingiu seu ápice em meados da década de 1990 e se tornou particularmente popular entre estudantes do ensino médio — especificamente, as garotas:

Por exemplo, o recurso permitia que os usuários enviassem mensagens numéricas curtas, como “0840”, que, no idioma japonês, pode ser pronunciado como “ohayō” (bom dia). Outras mensagens seguindo este padrão incluem “0833”, ou “oyasumi” (boa noite), e “0906”, ou “okureru” (vou chegar atrasado).

Esses dispositivos sem fios também apareceram em séries de TV e músicas naquele tempo, tornando-se um símbolo da época.

O número de assinantes do serviço de pager atingiu um pico de 10,61 milhões em 1996. Mas, por volta dessa época, o uso de telefones celulares aumentou, suplantando os beepers. Um provedor atrás do outro encerraram seus serviços nos anos seguintes.

Os outros últimos provedores de serviços de pager restantes no Japão, a NTT Docomo Inc. e a Okinawa Telemessage, cortaram os dispositivos em 2007 e 2017, respectivamente. Segundo a CNN, a Tokyo Telemessage fabricou seus últimos pagers há 20 anos.

Entretanto, o Japão está longe de ser a única nação em que o pager perdurou.

Segundo a BBC, estima-se que um décimo dos pagers restantes no mundo (130 mil) esteja sendo usado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) para fins de emergência, o que já foi criticado como um desperdício de dinheiro, em uma conta de US$ 8,4 milhões anualmente. Apenas uma operadora, a PageOne, continua operando no Reino Unido. Uma reportagem de 2013 na Fortune apontou que os dispositivos ainda eram relativamente comuns em alguns hospitais dos EUA, pois não eram afetados por redes de telefonia celular sobrecarregadas durante emergências ou por perda de sinal no fundo de estruturas densas.

[Japan Times]

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Documento digital de veículo agora pode ser compartilhado usando aplicativo

Posted: 05 Dec 2018 12:26 PM PST

Se seu carro também é usado por seu marido, sua esposa, seu filho, outro parente ou algum amigo, há sempre a preocupação com o documento. A pessoa que estiver dirigindo precisa estar com a documentação, e perdê-la ou esquecer de levá-la pode dar problemas. Mas, agora, existe um jeito mais simples de lidar com essa questão: compartilhar uma cópia digital do documento.

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Isso é possível no aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT), desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Com ele, já é possível obter uma cópia digital da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em todo o País e, nos estados do Ceará, de Rondônia, de Goiás e no Distrito Federal, do CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo). Apenas nesses estados e no DF, portanto, é possível usar o recurso de compartilhar documento.

O compartilhamento é bem simples: basta digitar o CPF de quem vai receber o documento. A pessoa, então, recebe uma mensagem e aceita ou recusa a solicitação. O proprietário pode revogar o compartilhamento a qualquer momento. "O pai ou a mãe, por exemplo, pode emprestar o carro para o filho, compartilhar o CRLV e, depois, excluir o compartilhamento. Tudo com uma simples operação no celular", explica Glória Guimarães, diretora-presidente do Serpro, em um comunicado.

O aplicativo da Carteira Digital de Trânsito está disponível no Google Play e na App Store.

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Artigos 11 e 13: Gigantes da tecnologia enfim acordam para risco do plano da União Europeia que ameaça a internet

Posted: 05 Dec 2018 11:37 AM PST

Com a decisão do Tumblr, nesta semana, de proibir pornografia em sua plataforma, todo mundo está vendo em primeira mão o quão ruins os filtros de conteúdo automatizados são no momento. Legisladores da União Europeia querem um sistema parecido para filtrar trabalhos protegidos por direitos autorais, e, apesar do consenso dos especialistas de que isso só vai ferrar com a internet, a legislação avança. Agora, algumas das maiores plataformas da rede estão insistindo que devemos impedir essa regulamentação.

YouTube, Reddit e Twitch recentemente saíram publicamente contra a nova diretiva de direitos autorais da União Europeia, argumentando que a legislação iminente poderia ser devastadora para suas empresas, seus usuários e a internet em geral.

A Diretiva de Direitos Autorais é a primeira atualização da lei de direitos autorais da UE desde 2001 — e é uma grande reformulação que visa recuperar parte do dinheiro que os detentores de direitos autorais acreditam ter perdido desde que o uso da internet explodiu ao redor do globo. Fundamentalmente, suas disposições devem punir grandes plataformas como o Google por lucrar com a violação de direitos autorais e repassar parte da renda de volta para as mãos daqueles a quem ela pertence por direito.

Infelizmente, a forma como ela é projetada provavelmente dificultará a vida de plataformas menores, prejudicará a troca livre de informações, matará memes, tornará o uso justo mais difícil de se navegar — enquanto isso, os gigantes da tecnologia terão os recursos para sobreviver ao desastre. Você não precisa acreditar na minha palavra, ouça Tim-Berners Lee, o pai da world wide web, e os outros 70 grandes tecnólogos que assinaram uma carta contestando a legislação em junho.

Até agora, essa questão não recebeu o tipo de atenção que, digamos, a neutralidade da rede recebeu, pelo menos, em parte, porque é muito complicado explicá-la, e leva algum tempo até que caia a ficha para esse tipo de coisa. Anteriormente, descrevemos os detalhes em várias ocasiões. A principal coisa a entender é que os críticos discordam de duas partes da legislação.

O Artigo 11, também conhecido como “imposto sobre links“, exigiria que as plataformas online comprassem uma licença para linkar outros sites ou citações de artigos. Essa é a parte que ameaça a livre disseminação de informações.

O Artigo 13 dita que as plataformas online instalem algum tipo de sistema de monitoramento que permita que os detentores de direitos autorais subam seu trabalho para detecção automática. Se algo escapar dos filtros do sistema, a plataforma poderá enfrentar penalidades completas por violação de direitos autorais. Por exemplo, um meme do Bob Esponja pode ser sinalizado e bloqueado por causa de sua imagem de origem pertencente à Nickelodeon; ou um vlog bobo pode ser sinalizado e bloqueado porque há uma esponja no fundo, e o filtro burro pensa que é o Bob Esponja.

Um problema importante na diretiva de direitos autorais é que ela é incrivelmente vaga e não explica como esse sistema deve ser implementado. Os filtros de conteúdo supostamente se assemelham ao sistema Content ID, do YouTube, em que a empresa gastou dezenas de milhões de dólares para desenvolver e que ainda faz um trabalho terrível.

Algoritmos são muito limitados naquilo que conseguem fazer bem, no momento. Como a UE não está definindo exatamente como o sistema de filtragem funcionaria, seus defensores podem alegar que não estão dizendo que você teria que usar um sistema semelhante ao Content ID, do YouTube. Talvez isso aconteça por meio de mágica? Até mesmo a CEO do YouTube, Susan Wojcicki, disse, em uma carta a criadores de conteúdo do YouTube em outubro, que esse sistema será impraticável.

Wojcicki, especificamente, apontou que o Artigo 13 ameaça a subsistência das pessoas que publicam conteúdo. Ela escreveu:

A proposta poderia forçar as plataformas, como o YouTube, a permitir apenas conteúdos de um pequeno número de grandes empresas. Seria arriscado demais para as plataformas hospedarem conteúdos de criadores de conteúdos originais menores, porque as plataformas passariam a ser diretamente responsáveis por esses conteúdos. Percebemos a importância de todos os detentores de direitos serem justamente compensados, e é por isso que construímos o Content ID e uma plataforma para pagar todos os tipos de proprietários de conteúdo. Mas as consequências não intencionais do Artigo 13 colocarão esse ecossistema em risco. Estamos comprometidos em trabalhar com a indústria para encontrar uma maneira melhor.

Evidentemente, apoiadores da diretiva de direitos autorais dirão que ela é projetada para restringir a capacidade de plataformas como o YouTube de lucrar com violações de direitos autorais. Mas isso não explicaria por que uma coalizão de associações de detentores de direitos autorais, incluindo o braço internacional da MPAA, se manifestou contra a diretiva em uma carta em 1º de dezembro.

Na semana passada, o Reddit entrou significativamente na discussão e também condenou a legislação. A rede social reconheceu que é uma empresa americana com um público principalmente nos EUA, mas essa é uma questão que afeta a rede global e suas fronteiras praticamente inexistentes. Em um post de blog, o Reddit escreveu:

Estes requisitos eliminam os “portos seguros” anteriores que nos permitiam a margem de manobra para dar aos usuários o benefício da dúvida quando compartilhavam conteúdo. Mas, com a nova Diretiva, atividades que são fundamentais para o Reddit, como o compartilhamento de links para artigos de notícias ou o uso de conteúdo existente para novos propósitos criativos (r/photoshopbattles, pessoal?), passariam a ser questionáveis sob a lei, e não está claro neste momento que existam medidas atenuantes viáveis que poderíamos tomar, preservando a funcionalidade essencial do site. Pior ainda, tentativas menores mas parecidas em vários países da Europa no passado mostraram que tais esforços de fato prejudicaram editoras e criadores.

A última empresa a se manifestar contra a Diretiva de Direitos Autorais da UE parece ser o Twitch. A empresa de streaming ao vivo tem supostamente circulado uma carta aos seus criadores de conteúdo obre a legislação, mas, quando pedimos confirmação à companhia, não tivemos resposta. A suposta carta explica o caminho que a diretiva seguiu até agora e emite um aviso de que toda a empresa pode estar em risco. Lê-se em parte:

Vocês e suas comunidades trabalharam muito para construir este lugar incrível, e vale a pena protegê-lo. As consequências do Artigo 13 não se limitam aos criadores de conteúdo da União Europeia. Todos perderão se o conteúdo que sai e entra na região for sufocado.

[…]

Como o Artigo 13 torna o Twitch responsável por qualquer potencial atividade de infração de direitos autorais com obras publicadas, o Twitch pode ser forçado a impor filtros e medidas de monitoramento em todas os trabalhos publicados por residentes da União Europeia. Isso significa que você precisaria fornecer informações de propriedade de direitos autorais, autorizações, ou tomar outras medidas para provar que você cumpre as espinhosas e complicadas leis de direitos autorais. Criadores de conteúdo, muito provavelmente, teriam de lidar com os falsos positivos associados a essas medidas, o que também limitaria o conteúdo que podemos disponibilizar aos espectadores na UE.

[…]

Operar sob essas restrições significa que seria muito mais difícil publicar uma variedade de conteúdos, incluindo comentários, críticas, obras de fãs e paródias. Comunidades e telespectadores de todos os lugares também sofreriam, com menos opções de entretenimento, crítica e muito mais.

Mesmo que essas plataformas estejam fazendo essas declarações por interesse próprio, isso não significa que elas estejam erradas. Julia Reda, membro do Parlamento Europeu pelo Partido Pirata que se opôs à diretiva desde o início, explicou recentemente por que ela não acha que as soluções do YouTube sejam úteis, afirmando que tudo isso está errado mesmo. Em um post de blog na segunda-feira (3), Reda aplaudiu os grupos de interesses especiais que estão acordando para os problemas inerentes ao projeto. “Em vez de resolver um problema específico e bem identificado com uma solução bem avaliada, os legisladores tentaram usar a lei de direitos autorais para reequilibrar o poder entre várias grandes indústrias, sem considerar os danos colaterais que estavam causando”, escreveu. “Vamos abandonar completamente o Artigo 13 e enviar a diretiva de volta para a mesa de projetos”.

Para complicar ainda mais a capacidade de aumentar a sensibilização em torno do assunto e reunir oposição à diretiva, há um processo parlamentar complexo envolvido em sua promulgação. Em setembro, o Parlamento Europeu a aprovou por maioria esmagadora. Agora, representantes da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeu estão envolvidos nas negociações do trílogo para chegar a um acordo sobre várias alterações. Outra votação completa está prevista para o início de 2019. Em seguida, espera-se uma votação final até ao fim do atual mandato do Parlamento, em abril.

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Apple oferece descontão nos EUA para tentar aumentar venda do iPhone XR

Posted: 05 Dec 2018 10:11 AM PST

A Apple tem um plano para aumentar a venda dos novos iPhones que, segundo as últimas reportagens, não têm tido os resultados esperados. A estratégia é oferecer bons descontos para consumidores que trocarem seus iPhones antigos por um modelo deste ano, conforme uma reportagem da Bloomberg.

• Apple diz que iPhone XR tem vendido mais do que o iPhone Xs
• Apple deixará de liberar números de vendas de iPhones, iPads e Macs

Nos Estados Unidos, um iPhone XR, que custa US$ 749, pode ser comprado por US$ 449 caso o cliente entregue um iPhone 7 Plus, que foi lançado há dois anos. É um desconto alto, de US$ 300.

Essa promoção surgiu no site da companhia no último domingo (2), em um banner que destacava que os consumidores poderiam adquirir um novo iPhone por US$ 449. O detalhe era um asterisco na imagem e um texto menor, explicando a oferta.

Grandes descontos como esse não são comuns para a Apple, que sempre se posicionou como uma marca de produtos caros e muito desejados. De acordo com a Boomberg, houve uma valorização entre US$ 25 e US$ 100 para iPhones antigos nessas ofertas de troca da companhia.

Além disso, a marca instruiu seus funcionários a mencionarem com mais frequência sobre o programa de troca com os clientes que visitam as lojas físicas.

A ações da Apple vêm caindo nos últimos meses, especialmente depois do anúncio dos seus resultados fiscais do último trimestre do ano. Na ocasião, a companhia disse que não iria liberar mais números de vendas de iPhones, iPads e Macs. Esse movimento foi visto por alguns investidores de forma negativa, com o sentimento de que a empresa não tinha números bons o bastante para mostrar.

O valor de mercado da empresa já caiu em um quinto em relação ao começo de outubro.

Na tentativa de amenizar os impactos, o vice-presidente de marketing de produto da Apple, Greg Joswiak, deu uma entrevista à CNET em que disse que o iPhone XR "tem sido o nosso iPhone mais popular em todos os dias desde o dia em que ele passou a estar disponível".

A Apple não comentou a reportagem da Bloomberg.

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Em caso inédito, mulher brasileira dá à luz depois de receber transplante de útero de doadora falecida

Posted: 05 Dec 2018 08:50 AM PST

Uma equipe de médicos no Brasil anunciou um procedimento médico inédito que, um dia, pode ajudar inúmeras mulheres que não podem ter filhos devido a danos no útero ou ausência dele. Em um relato de caso publicado na terça-feira (4), na Lancet, eles alegam ter ajudado com sucesso uma mulher a dar à luz usando um útero transplantado de uma doadora morta.

• As grávidas da geração dos millennials podem ter mais depressão do que suas mães nos anos 1990

De acordo com o relato, a equipe realizou a operação em um hospital brasileiro, em setembro de 2016, em uma mulher de 32 anos que não teve o nome revelado. A mulher havia nascido com uma rara condição genética que a deixou sem útero, conhecida como síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, mas, tirando isso, ela era saudável. A doadora era uma mulher de 45 anos que tinha morrido repentinamente de AVC; ela tinha tido três gestações bem-sucedidas com partos vaginais no passado.

Ilustração de como foi realizado o transplante uterino. Ilustração: Ejzenberg, et al. (The Lancet)

Quatro meses antes do transplante, a mulher que recebera o útero havia feito fertilização in vitro, que produziu oito embriões viáveis que foram congelados. Após uma cirurgia de dez horas de duração, que conectou o útero e parte da vagina da doadora à vagina e ao sistema circulatório da receptora, a mulher adotou um regime de remédios imunossupressores que impediram que seu corpo rejeitasse o útero da doadora. Sete meses depois, ela teve um embrião implantado com sucesso. E, 35 semanas e meia depois disso, ela deu à luz uma menina aparentemente saudável, nascida por cesariana, sem complicações.

Desde 2013, foram relatadas pelo menos dez gestações de mulheres com útero transplantado. Mas, segundo os autores, eles são os primeiros a fazer isso com um útero de uma doadora falecida (houve uma tentativa documentada em 2011, mas a gravidez terminou em aborto espontâneo). O feito é algo que poderia fazer do procedimento uma maneira muito mais atraente e realista para algumas mulheres conceberem.

“Os primeiros transplantes uterinos de doadoras vivas foram um marco médico, criando a possibilidade de parto para muitas mulheres inférteis com acesso a doadores adequados e às instalações médicas necessárias. No entanto, a necessidade de uma doadora viva é uma grande limitação, já que as doadoras são raras, sendo normalmente membros da família ou amigas próximas dispostas e elegíveis”, disse, em um comunicado, Dani Ejzenberg, ginecologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e principal autora do artigo. “O número de pessoas dispostas e comprometidas a doar órgãos após sua própria morte é muito maior do que o de doadoras vivas, oferecendo uma população de doadoras potenciais muito maior.”

Além de dependerem de uma doadora falecida para o seu transplante uterino, os médicos também podem ter tornado o procedimento menos dispendioso e perigoso. Anteriormente, com doadoras vivas, os médicos esperavam pelo menos um ano após o transplante para começar a tentar uma gravidez. Mas os autores acreditavam que poderiam encurtar com segurança o tempo para seis meses.

No fim, eles atrasaram por mais um mês depois de os testes sugerirem que o revestimento do útero da doadora não era suficientemente espesso para suportar o implante. Mas encurtar o período da transição mesmo em cinco meses significa que a receptora precisará de muito menos cuidado médico e remédios imunossupressores fortes para que seu útero permaneça saudável. E, diferentemente da maioria dos transplantes de órgãos, um útero doado pode ser removido com segurança após uma gravidez bem-sucedida, permitindo que a mulher pare de tomar medicação antirrejeição.

Os autores dizem que a sua versão do procedimento não se destina a substituir a possibilidade de usar uma doadora viva, mas, sim, a dar outra opção às mulheres com problemas uterinos. E ainda há muitas perguntas sobre como refinar melhor o procedimento. Durante o transplante, houve um período de perda de sangue que acabou sendo administrado, mas que pode ser evitado no futuro, alterando a forma como o órgão é inicialmente reconectado ao sistema circulatório da mulher, de acordo com o estudo. E é possível que as pacientes não precisem de tantos imunossupressores como os que recebem atualmente para evitar a rejeição de órgãos.

O que não falta são mulheres e casais que queiram tirar proveito do procedimento, conforme ele se torna mais fácil e seguro de se executar. Segundo pesquisa citada pelos autores, 10% a 15% dos casais que teoricamente poderiam ter e querer filhos são inférteis de alguma forma, sendo que uma em cada 500 mulheres nessa população é infértil devido à falta de útero. Condições genéticas como a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser podem causar isso, mas, mais frequentemente, é porque as mulheres passam por uma histerectomia inesperada para prevenir câncer ou tratar distúrbios dolorosos como a endometriose.

Quanto à mulher brasileira e seu filho, um representante de Dani Ejzenberg disse ao Gizmodo por e-mail que ambos parecem estar perfeitamente saudáveis. A criança vai, inclusive, comemorar seu primeiro aniversário em cerca de duas semanas. A equipe agora está autorizada a realizar o procedimento em mais duas mulheres.

[The Lancet]

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Nova York adota salário mínimo para motoristas de Uber e outros aplicativos

Posted: 05 Dec 2018 07:10 AM PST

Nesta terça-feira (4), a Comissão de Táxis e Limousines (TLC, na sigla em inglês) da cidade de Nova York aprovou medidas para estabelecer uma espécie de salário mínimo para serviços de carona via aplicativo, como Uber, Lyft e Juno. A nova estrutura de pagamento deve começar a valer no começo do ano que vem.

O piso salarial bruto será de US$ 26,51 por hora (estimando o líquido em US$ 17,22 por horas, ao subtrair as despesas). O valor foi definido após "evidências crescentes de queda nos pagamentos aos motoristas" que foram confirmadas por um estudo de mão-de-obra encomendado pela TLC, que concluiu que 85% dos motoristas da cidade estavam ganhando menos do que o salário mínimo local de US$ 15 por hora.

O novo piso salarial aumentará, em média, o salário do motorista em US$ 9.600 por ano.

Grupos de defesa independentes como o Independent Drivers Guild e o Amalgamated Transit Union comemoraram a mudança. “Todos os trabalhadores merecem a proteção de um salário justo e razoável, e estamos orgulhosos de conseguir uma nova definição para os direitos dos trabalhadores na América”, escreveu Jim Conigliaro Jr., fundador do Independent Drivers Guild, em um comunicado.

O New York Taxi Workers Alliance escreveu que a nova lei é a “primeira tentativa real de impedir que aplicativos façam cortes nos pagamentos dos motoristas, que tem sido prática comercial adotada pela Uber e Lyft no centro dos salários baixos”.

As empresas, por sua vez, foram bem menos otimistas.

Tanto Lyft quanto Uber, em comunicados enviados ao Gizmodo, disseram que acreditam que motoristas devem ser capazes de ganhar salários dignos. A Uber, no entanto, alertou que a lei “causará aumentos de tarifa mais altos que o necessário”, enquanto o Lyft afirmou que “as regras de pagamento propostas pelo TLC vão enfraquecer a competição ao permitir que determinadas empresas paguem aos motoristas salários menores, além de desincentivar motoristas a fazerem corridas para e a partir de áreas foras de Manhattan".

Essa vitória para os motoristas de aplicativos acontece alguns meses depois que o Conselho Municipal de Nova York concordou em suspender as novas licenças de operação por 12 meses, na esperança de limitar o congestionamento rodoviário causado pelos serviços.

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Estes são os melhores apps e jogos do ano para iPhone e iPad, segundo a Apple

Posted: 05 Dec 2018 04:46 AM PST

Todos os anos, a Apple prepara uma lista com destaques de aplicativos e jogos para iPhone, iPad, macOS, Apple TV e Apple Watch. Desta vez, a companhia apontou também algumas tendências.

Ao contrário do Google, que faz uma seleção extensa entre diversas categorias, a Apple tem um estilo mais certeiro e aponta apenas o vencedor.

A companhia escolheu o Procreate Pocket como melhor aplicativo para iPhone. Trata-se de um aplicativo para desenho, pintura e ilustrações que surgiu primeiro no iPad e agora ganhou uma versão para smartphones.

No iPad, o vencedor foi o Froggipedia, um aplicativo de realidade aumentada que ensina sobre o ciclo de vida e anatomia de um sapo.

A tendência do ano foram aplicativos de cuidados pessoais, e, nessa categoria, há alguns destaques. O principal deles é o Fabulous, que tem um sistema de motivação para a criação de hábitos. A lista ainda tem o app de autoajuda Shine, o de meditação Calm e o 10% Happier.

Para o jogo do ano no iPhone, o vencedor foi Donut Country, um joguinho de quebra-cabeças em que o personagem cava buracos no chão para coletar objetos.

No iPad, o destaque foi Gorogoa (que também apareceu na lista do Google), outro joguinho de quebra-cabeça, mas este mais tradicional.

A tendência nos jogos foi, é claro, os games no estilo battle royale, que incluem títulos como Fortnite e PUBG Mobile.

Confira a lista completa:

• Tendências de aplicativos no ano – Cuidados pessoais
• Tendências de jogos no ano – Battle Royale
• Aplicativo do ano para iPhone – Procreate Pocket
• Jogo do ano para iPhone – Donut County
• App do ano para iPad – Froggipedia
• Jogo do ano para iPad – Gorogoa
• App do ano para Mac – Pixelmator Pro
• Jogo do ano para Mac – The Gardens Between
• Aplicativo do ano para Apple TV – Sweat
• Jogo do ano para Apple TV – Alto's Odyssey
Apps favoritos do ano para Apple Watch

[Apple]

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Esta missão inédita da NASA irá criar um mapa 3D sem precedentes das florestas da Terra

Posted: 05 Dec 2018 04:01 AM PST

O segredo para estabilizar o clima da Terra pode estar nas florestas do planeta. É por isso que, nesta semana, uma equipe de pesquisadores está enviando um operador de reconhecimento com tecnologia avançada para a Estação Espacial Internacional para descobrir quanto carbono é armazenado nas árvores do mundo.

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Dentro da próxima espaçonave SpaceX Dragon e armado apenas com um altímetro a laser, o GEDI (Global Ecosystem Dynamics Investigation) espera por sua implantação. Lançado em 4 de dezembro, este instrumento de LIDAR, o primeiro do gênero, é projetado para mapear as florestas do mundo em 3D e, ao fazê-lo, nos dará melhores estimativas de sua biomassa e de quanto de carbono elas armazenam.

As florestas da Terra, como os oceanos, absorvem carbono da atmosfera. Mas o desmatamento e outras perturbações podem fazer com que o carbono seja liberado, e ainda temos muito a aprender sobre quais florestas são sumidouros de carbono e quais são fontes de carbono em escala global. Segundo Ralph Dubayah, professor de ciências geográficas da Universidade de Maryland e principal pesquisador do GEDI, será difícil prever futuras concentrações de CO2 na atmosfera sem essa informação.

Não só precisamos entender melhor esse equilíbrio de carbono, mas também precisamos saber como o carbono é distribuído espacialmente nas florestas. O GEDI vai ajudar a preencher essas lacunas importantes na contagem de carbono.

O instrumento Global Ecosystem Dynamics Investigation Lidar (GEDI) sendo montado no Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA. Foto: NASA

Isso será feito pesando árvores. O que soa como uma tarefa complicadíssima, mas, felizmente, Dubayah e sua equipe equiparam o GEDI com um laser poderoso capaz de fazer isso com precisão, sem derrubar nenhuma delas.

Basicamente, o equipamento parece uma peça científica de Lego: uma vez que o GEDI for removido do porta-malas da Dragon, ele será instalado por meio de um braço robótico no Exposed Facility do Módulo de Experiências Japonês. A partir de sua posição orbital elevada, o GEDI fornecerá as primeiras observações de alta resolução da estrutura vertical das florestas em escala global.

O GEDI mede essa estrutura vertical com a ajuda de três lasers que disparam pulsos 242 vezes por segundo na Terra. O instrumento então conta quanto tempo leva para que parte dessa luz retorne até ele. Um dos maiores desafios da missão foi simplesmente ter potência de laser e sensibilidade suficientes para enxergar através de dosséis densos de florestas tropicais.

Conforme os pulsos de laser viajam pelo dossel florestal, os reflexos transmitidos de volta poderão destacar a estrutura 3D da floresta, da mesma forma que um ecocardiograma mostra a um médico os vasos sanguíneos em seu coração. “Podemos ver e medir a altura da árvore e podemos ver quão densas são as folhas e os galhos à medida que descemos”, disse ao Earther Bryan Blair, cientista de instrumentos GEDI no Centro de Voos Espaciais Goddard em Greenbelt, Maryland.

Dubayah acrescentou que, até o final de sua missão planejada de dois anos, o GEDI terá coletado mais de dez bilhões de medições, que fornecerão o mapa mais detalhado das florestas do mundo.

Quando se trata de altura e peso, as árvores são parecidas com seres humanos. Se você olhasse para os humanos e fizesse um gráfico de altura versus peso, veria que pessoas mais altas tendem a pesar mais do que pessoas mais baixas. É o mesmo com as árvores. Então, se sabemos o quão altas as árvores são, podemos converter sua altura em números de biomassa e obter seu peso.

Dessa forma, saberemos quanto de carbono será potencialmente liberado quando as destruirmos. Além disso, a altura e a estrutura vertical das árvores podem nos dar informações sobre a qualidade do habitat e como as mudanças nas estruturas afetam a qualidade do habitat e a biodiversidade.

Existem vários projetos de reflorestamento em andamento em todo o mundo. Mas o quão eficazes eles são na remoção de CO2 da atmosfera? O local em que novas árvores são plantadas é tão importante quanto sua quantidade. Os dados coletados do GEDI ajudarão legisladores a entender os impactos de evitar a perda e a degradação florestais e os benefícios dos projetos de reflorestamento.

Os dados coletados pelo GEDI também podem ser bastante úteis no futuro para o combate aos incêndios florestais. Conhecer a estrutura detalhada de uma determinada floresta poderia ajudar as autoridades a prever melhor como os incêndios se espalharão.

Dubayah explicou que a estrutura vertical de um dossel florestal é como ter um mapa de combustível florestal. “A maneira como o dossel é estruturado determina como um fogo pode ir de um incêndio no solo para um incêndio na árvore”, Dubayah contou durante um comunicado de pré-lançamento. “O GEDI pode ser usado pelo serviço florestal para ajudar a produzir melhores mapas de estrutura, que então são usados na modelagem de incêndios florestais.”

Algumas coisas são certas: quando árvores são derrubadas ou queimadas, o CO2 vai para a atmosfera. O GEDI vai ajudar a nos dar informações sobre o quanto de carbono resta a ser perdido, possibilitando que tomemos decisões de políticas mais informadas quando se trata do meio-ambiente. A questão é: uma vez que os dados estejam públicos, será que as autoridades continuarão negando a necessidade de combater a mudança climática?

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Cientistas propõem nova forma de tratar depressão: com implantes cerebrais

Posted: 05 Dec 2018 03:04 AM PST

Recentemente, médicos têm explorado um método pouco ortodoxo para abordar casos de depressão que não responderam a outros tratamentos: enviar choques elétricos precisos para áreas do cérebro do paciente, o que também é conhecido como ECP (Estimulação Cerebral Profunda). Embora a técnica seja promissora, seus efeitos positivos tendem a ser inconsistentes.

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No entanto, um novo estudo da Universidade de Califórnia em San Francisco, publicado na última quinta-feira (29), parece oferecer um passo intrigante para a ECP como uma terapia para depressão. A pesquisa deles sugere que há um outro possível alvo para estimulação, de modo que possa fornecer melhorias significantes no humor. Melhor ainda, o novo alvo poderia tirar a preocupação de efeitos colaterais vistos com a ECP tradicional, como a mania.

A ECP é comumente usada para gerenciar condições neurológicas como mal de Parkinson e convulsões epilépticas. Essas condições são caracterizadas por atividades elétricas erráticas em certas regiões do cérebro, e os impulsos usados na ECP — enviados por meio de eletrodos implantados no cérebro com uma cirurgia e controlados por um dispositivo também implantado no corpo — são considerados como um marcapasso, temporariamente restaurando os padrões saudáveis do cérebro e reduzindo os sintomas das pessoas. As pessoas com depressão também tendem a ter atividades cerebrais anormais, então, a teoria diz que a ECP pode ser útil para casos difíceis e resistentes de depressão.

Os pesquisadores por trás do estudo tiveram a oportunidade de conduzir um experimento único. Eles conseguiram estudar 25 pacientes com epilepsia crônica que planejavam se submeter a uma cirurgia em que implantariam temporariamente eletrodos no cérebro deles.

Os implantes permitiram que os médicos descobrissem de que parte do cérebro dos pacientes as convulsões vinham ao gravar a atividade neural local de certa região do cérebro (ao localizar as convulsões, os médicos poderiam então planejar como remover de forma segura as partes afetadas do cérebro posteriormente). Mas, para seu experimento, os pesquisadores conseguiram usar esses mesmos implantes para basicamente imitar uma sessão de ECP .

Os pacientes tinham implantes localizados em várias áreas do cérebro, incluindo um próximo à parte lateral do córtex orbitofrontal (OFC), uma região localizada logo atrás do olho. O OFC é conhecido por ter um papel na tomada de decisões, processamento de emoções e moderação do humor. E, embora tenha implicações na depressão, não tem sido estudado extensivamente como um alvo de estimulação.

Durante vários dias, os voluntários tiveram diversas regiões do cérebro estimuladas via ECP , incluindo o córtex orbitofrontal (OFC). Às vezes, os pacientes estavam, em vez disso, recebendo uma estimulação simulada, que agia como um controle. E, após cada sessão de estimulação, eles falavam sobre como estavam se sentindo e respondiam a questionários para ajudar a avaliar o humor.

Os pacientes tinham níveis variados de sintomas de depressão, de mínima a severa (baseado em testes de triagem feitos antes de sua cirurgia). Aqueles que tinham pouco ou nenhum sinal de depressão não tiveram mudanças de humor, não importando onde a estimulação ocorria. Mas pessoas com depressão de moderada a severa tiveram seus humores melhorados durante o período de estímulo do OFC. E, comparadas com sessões em que outras áreas do cérebro associadas com a depressão eram estimuladas, essas melhorias de humor pareciam mais confiáveis, significando que, com as pessoas levando choques maiores, elas sentiam um grande estimulo.

"Nossas descobertas são importantes pois fornecem um novo alvo em potencial para tratar sintomas de humor por meio de terapias de estimulação do cérebro", disse Heather Dawhes, codiretora do programa de terapias emergentes baseadas em sistemas de neurotecnologia da UCSF, em entrevista ao Gizmodo por e-mail.

Os implantes também permitiram que os pesquisadores gravassem a atividade cerebral dos pacientes fora das sessões de ECP , o que permitiu que eles entendessem exatamente o que a ECP pode ter causado no córtex orbifrontal (OFC). Em particular, a atividade cerebral após a sessão lembra o nível de atividade reparada quando o paciente estava naturalmente de bom humor.

"Isso indica que o estímulo pode facilitar a atividade natural do cérebro relacionada ao humor positivo, ao invés de induzir um padrão não natural", disse Dawes. E isso foi alcançado sem fazer com que os pacientes ficassem hiperativos ou maníacos, um efeito colateral visto na ECP.

Já existem alguns alvos estabelecidos para a terapia ECP da depressão, como o córtex cingulado subgenual, uma região do cérebro comumente relacionada à emoção e à regulação de humor. Mas estudos ainda não mostraram um benefício consistente do tratamento ECP. Mais notavelmente, um grande teste clínico de ECP foi encerrado prematuramente em 2013, após uma análise prévia ter mostrado que a primeira leva de pacientes não tinha melhorado tanto quanto os pesquisadores previam; algumas pessoas, inclusive, ficaram piores.

Esse teste, embora tecnicamente tenha tido uma falha, não fechou as portas para a terapia ECP. Muitos pacientes no teste não responderam à ECP nos primeiros seis meses (o ponto de corte usado para decidir se o teste deveria continuar recrutando mais pacientes) mostraram, sim, melhorias significativas a longo prazo, por exemplo. E outros testes clínicos de ECP já estão a caminho. Mas isso levou a questões como se há formas melhores de refinar o tratamento.

O OFC, pelo fato de interagir com outras regiões do cérebro que coordenam aspectos do humor e emoção, pode fornecer benefícios mais consistentes quando estimulado, teorizou a equipe do estudo. Existem até evidências limitadas de que formas não-invasivas de estimulação (usando eletrodos colocados na superfície da cabeça) envolvendo o OFC poderiam também ajudar pessoas com depressão. Mas, por ora, há ainda muito a ser feito antes de termos certeza de algo nesse sentido.

"Estamos verdadeiramente animados com os resultados promissores apresentados neste estudo, mas mais trabalho é necessário antes disso se tornar um tratamento clínico", disse Dawes. O trabalho inclui testes para ver se os mesmos efeitos podem ser observados em pessoas clinicamente depressivas e que não responderam a outros tratamentos.

"Há também muito trabalho a ser feito para verificar se esta abordagem de estímulo pode ajudar pacientes de depressão a se recuperarem de suas condições — até o momento, nós só conseguimos observar efeitos de curto prazo", disse. "Essa é uma área que nós e outros continuaremos a explorar."

[Current Biology]

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