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- Algumas pessoas teriam fezes especiais, capazes de salvar vidas
- O Relógio do Juízo Final está a dois minutos da meia-noite mais uma vez
- O Twitter quer botar ordem na casa ao destacar quem iniciou conversas na rede
- Colisão com outro planeta pode ter trazido para a Terra os ingredientes necessários para a vida
- Facebook anuncia novas políticas para remover páginas e grupos que espalham notícias falsas
- Amazon inicia testes de entregas com robozinho que anda pelas calçadas
- Tubarão antigo com dente em formato de espaçonave é batizado em homenagem a game arcade
- Como se tornar um líder de um time de desenvolvimento web – e quais as habilidades desse profissional
- Elite de Davos: público terá que pagar a requalificação dos desempregados por causa da automação
- Bing para de funcionar na China, mesmo com a Microsoft censurando resultados no país
- Plano do Google de limitar bloqueadores de propaganda no Chrome tem enfurecido desenvolvedores
Algumas pessoas teriam fezes especiais, capazes de salvar vidas Posted: 24 Jan 2019 01:01 PM PST Existem várias pessoas que são excepcionais, de um jeito ou de outro. Mas uma nova análise publicada nesta semana sugere que mesmo o cocô que fazemos pode ser extraordinário. O documento argumenta que alguns de nós somos superdoadores de transplante fecal, com fezes que são exclusivamente adequadas para tratar problemas digestivos e intestinais. • Por que este bichinho faz cocô em forma de cubo e como isso pode nos ajudar Os nossos excrementos estão cheios de inúmeras espécies de bactérias. Elas vêm do intestino através do qual o cocô passa, um mundo vivo que chamamos de microbioma intestinal. Por mais nojento que possa ser imaginar, este microbioma realmente ajuda nosso corpo a digerir os alimentos e a permanecer saudável. Mas ele pode, às vezes, ficar fora de controle, levando a uma série de problemas digestivos ou neurológicos. Um desses problemas é a diarreia crônica causada por infecções da bactéria Clostridium difficile. Nos últimos anos, o transplante de microbiota fecal (FMT, na sigla em inglês) foi reconhecido como uma maneira de restaurar o microbioma desequilibrado de uma pessoa (geralmente, o cocô do doador é entregue via enema). Quando se trata de infecção recorrente por Clostridium difficile, as taxas de cura relatadas de FMT têm sido de 90% ou mais, um feito surpreendente dado o pouco sucesso que outros tratamentos tiveram. Isso levou os médicos a esperar que o FMT pudesse ser uma panaceia para todos os tipos de condições ligadas ao microbioma intestinal, como a doença inflamatória intestinal (IBD, na sigla em inglês) ou mesmo o diabetes tipo 2. Mas a realidade não tem sido tão animadora; as taxas de tratamento relatadas para outras condições que usam FMT não são tão altas quanto são para a infecção recorrente por Clostridium difficile. No entanto, estudos sobre transplante de microbiota fecal para tratar infecções por Clostridium difficile e essas outras condições identificaram um padrão peculiar. Alguns doadores parecem ter fezes especialmente ótimas, com as taxas de tratamento bem-sucedido desses doadores sendo muito mais altas do que a média. Isso levou os médicos a levantarem teorias sobre a existência de superdoadores. A nova análise, publicada nesta semana na Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, deu uma olhada nesses estudos e tentou descobrir o que poderia fazer desses doadores especiais. “Vemos transplantes de superdoadores alcançarem taxas de remissão clínica de talvez o dobro da média restante”, disse o autor sênior Justin O’Sullivan, biólogo da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, em um comunicado. “Nossa esperança é que, se pudermos descobrir como isso acontece, então possamos melhorar o sucesso do transplante fecal e até mesmo testá-lo para novas condições associadas a microbiomas, como Alzheimer, esclerose múltipla e asma.” Alguns fatores se destacaram entre esses doadores. Comparado a outros, o cocô deles tinha uma mistura robusta e diversificada de bactérias, incluindo espécies “essenciais” que ajudam o corpo a produzir proteínas ou substâncias químicas importantes. “Na doença inflamatória intestinal e no diabetes, por exemplo, as espécies essenciais que estão associadas à remissão clínica prolongada produzem butirato — uma substância química com funções especializadas na regulação do sistema imunológico e do metabolismo energético”, disse O’Sullivan. Sua equipe também encontrou um pequeno estudo no qual um cocô especialmente selecionado, rico em bactérias chamadas Lachnospiraceae e Ruminococcaceae, foi usado para tratar com sucesso casos de encefalopatia hepática recorrente — uma condição cerebral causada por toxinas que não são filtradas pelo fígado — em todos os dez pacientes. Mas provavelmente não se trata apenas das bactérias. As entranhas das pessoas que recebem transplantes desses superdoadores muitas vezes não parecem exatamente iguais, sugerindo que há outros fatores que influenciam o quão bem o transplante será feito. A genética, o sistema imunológico inato e a dieta do receptor podem afetar esse sucesso, afirmam O’Sullivan e sua equipe. Mesmo os vírus que vivem em nossas bactérias intestinais podem estar desempenhando um papel. “Esses vírus podem afetar a sobrevivência e a função metabólica de bactérias transplantadas e outros micróbios”, avaliou O’Sullivan. Até agora, a pesquisa de FMT em pessoas tem sido limitada a pequenos estudos e testes, tornando difícil ter certeza de qualquer coisa, inclusive se os superdoadores são reais. Mas as coisas estão mudando. Ainda na semana passada, os National Institutes of Health anunciaram um estudo randomizado e controlado de FMT para a infecção recorrente por Clostridium difficile que envolverá mais de 150 voluntários. Outros estudos recentes mostraram que mais opções de transplante palatáveis, como uma cápsula tomada por via oral, podem funcionar tão bem quanto o enema típico e mais invasivo usado para um transplante. Essa opção, aliada a um registro mais detalhado das pessoas envolvidas nesses estudos (doadores e receptores), deve facilitar muito a realização das pesquisas de que precisamos para melhor compreender e refinar o transplante fecal, afirmam os autores. [Frontiers in Cellular and Infection Microbiology via Frontiers] The post Algumas pessoas teriam fezes especiais, capazes de salvar vidas appeared first on Gizmodo Brasil. |
O Relógio do Juízo Final está a dois minutos da meia-noite mais uma vez Posted: 24 Jan 2019 11:28 AM PST No ano passado, o famoso Relógio do Juízo Final do Boletim dos Cientistas Atômicos chegou mais perto do que nunca da meia-noite. A atualização deste ano testa se você é uma pessoa que vê o copo meio cheio ou meio vazio. O relógio está no mesmo precipício assustador que no ano passado graças às "duas ameaças existenciais simultâneas" da mudança climática e da guerra nuclear, bem como a preocupação crescente com os esforços para rebaixar a verdade e com a guerra de informação. • O que você pode fazer para realmente reduzir a mudança climática O Relógio do Juízo Final é uma relíquia encantadora da Guerra Fria, ou pelo menos foi até começar a chegar perto da meia-noite. O Boletim dos Cientistas Atômicos inicialmente concebeu o relógio para medir quão próximo o mundo estava da aniquilação nuclear a partir de 1947. Mas a partir de 2007, expandiu-se para considerar a mudança climática. E não é de surpreender que isso tenha adiantado o ponteiro para mais perto da meia-noite. Em 2018, ele chegou aos dois minutos da meia-noite, empatando em 1953 como o momento mais perigoso em que o mundo já havia estado. Em 2019, ainda estamos lá, vivendo em um mundo que os organizadores de relógios chamam de "novo anormal" em uma coletiva de imprensa realizada hoje. É um espaço liminar arriscado para habitar, onde a complacência pode significar um desastre para a humanidade. "Parece que estamos normalizando um mundo muito perigoso em termos de risco de armas nucleares e mudança climática", diz Rachel Bronson, presidente do Bulletin of the Atomic Scientists, na entrevista coletiva deste ano. Esses guardiões do fim dos tempos escolheram manter o relógio em dois minutos para a meia-noite por alguns motivos. Na frente nuclear, novos mísseis sendo implantados pela Rússia, a instabilidade da Coreia do Norte e o comportamento errático do presidente Trump estão aumentando o risco de uma guerra nuclear, intencional ou não. A guerra cibernética é também uma força desestabilizadora sobre as nações, assim como ataques contra nossa realidade compartilhada. Esses ataques à realidade têm sido particularmente pronunciados quando se trata de mudanças climáticas, o que está criando um verdadeiro cenário de inação, um completo pesadelo. A humanidade está entrando em uma década crítica, em que percorrerá um longo caminho para decidir em que tipo de clima nós vamos viver. Apesar disso, as emissões de carbono aumentaram em 2018, e o acordo climático do mundo está em sérios problemas. E, claro, os EUA, o maior emissor histórico de carbono do mundo, estão avançando a todo vapor com a produção de combustíveis fósseis. "O novo clima anormal que temos já é extremamente perigoso, e estamos caminhando para um caminho que o tornará ainda mais perigoso", disse Susan Solomon, cientista climática do MIT, na coletiva. Nada disso quer dizer que vamos chegar à meia-noite. Ainda parece muito triste estar tão perto da aniquilação, mas o relógio já foi para trás antes. Bronson disse que o objetivo do relógio é fazer com que as pessoas falem sobre os riscos que a humanidade enfrenta e exigir ações para enfrentá-los. O mundo só precisa se apressar, porque estamos ficando sem tempo. The post O Relógio do Juízo Final está a dois minutos da meia-noite mais uma vez appeared first on Gizmodo Brasil. |
O Twitter quer botar ordem na casa ao destacar quem iniciou conversas na rede Posted: 24 Jan 2019 10:17 AM PST Se você acessou o Twitter recentemente, talvez tenha notado uma mudança na sequência de tuítes. Agora, a rede está testando uma identificação de quem criou o tuíte original no meio de uma conversa. Em inglês, aparece abaixo do nome da pessoa "original tweeter"; em português, "usuário que criou o tweet original".
A novidade está disponível apenas para usuários de alguns mercados e o marcador aparece no app na versão Android e iOS. O próprio Twitter confirmou que o teste para diversos veículos. "A ideia do Twitter é facilitar conversas públicas. Como parte disso, estamos explorando adicionar mais contexto para as discussões destacando respostas relevantes — como as da pessoa que iniciou a sequência de tuítes", disse Sara Haider, diretora de produto do Twitter, ao TechCrunch. A medida pode ser interessante para impedir oportunistas de terem destaque em sequência de tuítes de gente famosa. Há uns tempos, era comum dar uma olhada em menções de tuítes de Elon Musk com pessoas com perfis fakes oferecendo doação de criptomoeda. O lado ruim é que isso dá muito destaque para quem iniciar a conversa. De qualquer jeito, parece ser um início para evitar abusos na rede social. O Twitter tem considerado há um tempo realizar mudanças em sua interface para que a rede seja mais organizada e mais fácil de usar. Recentemente, ficamos sabendo de um outro teste em que as conversas são organizadas por cores, o que tornaria a rede um pouco mais parecida com o Facebook.
Pessoalmente, gosto muito do Twitter e esta opção de mostrar quem criou o tuíte original me parece bem razoável, pelo menos até alguém inventar alguma forma nefasta. The post O Twitter quer botar ordem na casa ao destacar quem iniciou conversas na rede appeared first on Gizmodo Brasil. |
Colisão com outro planeta pode ter trazido para a Terra os ingredientes necessários para a vida Posted: 24 Jan 2019 10:12 AM PST Novas pesquisas sugerem que grande parte do material que possibilitou a vida na Terra chegou aqui depois de uma colisão cataclísmica entre nosso planeta e um objeto do tamanho de Marte bilhões de anos atrás — provavelmente a mesma colisão que produziu a Lua, dizem os cientistas. • 7 bons motivos para acreditar que existe vida em outros planetas Para que a vida surja em um planeta que, de outra forma, estaria morto, uma variedade de compostos químicos é necessária, incluindo carbono, nitrogênio e enxofre. São os chamados elementos voláteis. O pensamento convencional diz que eles da Terra chegaram através do bombardeio constante de meteoritos antigos. Uma nova pesquisa publicada na revista Science Advances propõe uma entrega diferente: uma colisão catastrófica entre a Terra e um objeto do tamanho de Marte, algumas vezes chamado de Theia, há cerca de 4,4 bilhões de anos. Esta colisão hipotética, que teria acontecido enquanto a Terra ainda estava se formando, semeou o nosso planeta bebê com os elementos voláteis necessários para a vida, de acordo com o novo artigo. Além disso, os principais autores do novo estudo, Damanveer S. Grewal e Rajdeep Dasgupta, da Rice University, dizem que essa é a mesma colisão planeta-planeta que formou a Lua. Imagem: NASA/JPL-Caltech Para muitos astrônomos, geólogos e astrobiólogos, a noção de que os voláteis da Terra vieram trazidos por meteoritos primitivos nunca foi completamente satisfatória. Nosso planeta, junto com outros planetas rochosos no Sistema Solar interno, é naturalmente desprovido de voláteis. Acontece que a assinatura isotópica dos voláteis da Terra coincide com os observados nos condritos carbonosos, a classe de meteoritos tipicamente citados como sendo os distribuidores de voláteis para a Terra. O problema é que as proporções de elementos — como a razão de carbono para nitrogênio e a razão de água para carbono — no silicato, no manto, na crosta, no oceano e na atmosfera da Terra estão fora de sintonia com o que é observado nos condritos, levando à chamada "crise isotópica", e dúvidas sobre a teoria da semeadura por meteoritos. O novo estudo é interessante na medida em que oferece uma solução para este problema. Em vez de invocar uma infinidade de pequenos ataques de meteoritos, os autores propuseram uma colisão única e gigantesca entre a Terra e um planeta antigo. A base para essa afirmação vem de um experimento no qual os pesquisadores tentaram imitar as condições desse impacto no laboratório. O estudo envolveu experimentos de alta pressão e temperatura, juntamente com simulações de computador alimentadas com as informações coletadas desses experimentos. Através deste trabalho de modelagem, os pesquisadores procuraram determinar o tamanho e a composição química do planeta impactante para ver como seu reservatório de silicatos poderia se misturar com a Terra, fornecendo vários dos elementos essenciais à vida. Representação da formação de um planeta do tamanho de Marte (à esquerda), com a hipotética colisão de formação da Lua (à direita), tendo como resultado a distribuição de voláteis em um planeta. Imagem: Rajdeep Dasgupta Em 2016, Dasgupta foi coautor de um artigo similar mostrando como a quantidade, ou fracionamento, de carbono e enxofre dentro do silicato do nosso planeta poderia ser explicada por uma gigantesca colisão com outro planeta. O novo experimento é diferente na medida em que investigou o destino de três elementos voláteis essenciais à vida — carbono, nitrogênio e enxofre — na sequência de um impacto cataclísmico envolvendo dois planetas rochosos jovens, além de fornecer uma estimativa para o tamanho do planeta hipotético. "O carbono e o enxofre, por si só, infelizmente não podem fornecer uma solução para a origem dos voláteis na Terra", diz Dasgupta ao Gizmodo. Sem o nitrogênio, o carbono e o enxofre da Terra poderiam vir de meteoritos primitivos também, explica ele, porque a relação carbono-enxofre do silicato da Terra é similar àquela dos condritos. "O que mostramos no trabalho atual é que, quando se considera carbono, nitrogênio e enxofre juntos, a entrega por um impacto gigantesco ou a fusão da proto-Terra com um planeta do tamanho de Marte é a solução mais provável", comenta. Para simular as condições desse suposto esmagamento planetário, Dasgupta e seus colegas aqueceram e pressurizaram materiais que se pensava existir dentro da Terra durante seu estágio de desenvolvimento. Isso foi feito para replicar, pelo menos no microcosmo, as condições na Terra em profundidades entre 40 a 120 quilômetros. Esses materiais, que incluíam silicatos e uma liga de ferro-níquel, foram então misturados com enxofre, carbono e nitrogênio, representando a contribuição química do planeta embrionário do tamanho de Marte. Os pesquisadores observaram atentamente o comportamento desses materiais enquanto ajustavam várias variáveis. Os resultados mostraram que o carbono tem menor probabilidade de se ligar ao ferro metálico que foi misturado com ligas ricas em nitrogênio e enxofre. Ao mesmo tempo, o nitrogênio permaneceu inalterado pelo enxofre. "O que eles descobriram é que, quando há muito enxofre no sistema, o elemento carbono se comporta de maneira diferente do nitrogênio e não entra no metal [isto é, o núcleo do planeta simulado] tão prontamente, e isso pode levar a uma proporção desses elementos que corresponde à encontrada na Terra", diz James Day, professor da Scripps Institution of Oceanography que não esteve envolvido com o novo estudo. Os pesquisadores também mostraram que o vidro vulcânico na Lua e o silicato da crosta terrestre (o material que envolve o núcleo) têm assinaturas isotópicas similares, apontando para uma origem comum. A explicação mais provável, argumentam os pesquisadores, é um enorme impacto com um planeta do tamanho de Marte, uma colisão que não apenas forneceu a maior parte do carbono, nitrogênio e enxofre do nosso planeta, mas também produziu a Lua. "Nosso estudo desafia os modelos existentes de métodos de entrega de elementos voláteis", diz Dasgupta ao Gizmodo. "Também resolve o problema de longa data de que as proporções dos elementos voláteis das camadas superficiais da Terra são distintamente diferentes dos blocos de construção que formam o planeta e que conhecemos como condritos". Day descreve o novo estudo como "minucioso", dizendo que os autores são "especialistas em experimentos para entender processos planetários", que, na sua opinião, "é realmente do que se trata este artigo." De fato, o estudo baseou-se quase exclusivamente em evidências experimentais e modelagem, exigindo que os autores fizessem várias suposições. Como Day explica, por exemplo, os materiais que formaram a Terra podem não ter sido absolutamente idênticos aos usados no estudo. De acordo com o novo estudo, a "casca de silicato da proto-Terra — antes de colidir com outro corpo no processo de formação da Lua, pelo menos neste cenário — é pobre em carbono, enxofre e nitrogênio", disse Day. Na realidade, no entanto, a "abundância desses elementos no manto da Terra antes do impacto da formação da Lua é desconhecida", diz ele. Além disso, o cenário postulado pelos pesquisadores "parece presumir que o núcleo de metal rico em enxofre do embrião planetário cai no núcleo da Terra sem nunca interagir com a casca de silicato", comenta, acrescentando que "muitas simulações sugerem que esse não é necessariamente o caso, o que pode significar uma simplificação excessiva". Quanto a comparar o nitrogênio e o hidrogênio dentro do vidro vulcânico lunar com a composição da Terra e depois reivindicar uma origem comum, Day também não ficou convencido. "Em si mesmos, os vidros piroclásticos da Lua são rochas vulcânicas complicadas, e a causa do enriquecimento de hidrogênio e nitrogênio nessas amostras ainda é controversa", diz Day ao Gizmodo. "Além disso, ao ligar o impacto da formação da Lua com o enriquecimento de nitrogênio, carbono e enxofre, vários estudos têm argumentado [por exemplo, aqui e aqui] que o astro que colidiu e formou a Terra e a Lua pode ter sido menor ou maior que um corpo do tamanho de Marte, sem violar restrições geoquímicas." Em última análise, Day considera que o novo artigo é útil para entender o comportamento do carbono, enxofre e nitrogênio em embriões planetários de tamanhos relativamente pequenos, e também pode ser importante para entender como esses voláteis se comportam dentro de Marte. "Mais estudos desse tipo são necessários para entender como esses elementos se comportam, especialmente para os planetas com a massa da Terra", diz Day. "No entanto, embora este estudo sugira o impacto com um corpo do tamanho de Marte, não é provável que esta seja a prova definitiva, tanto para como e quando os voláteis foram entregues à Terra, quanto para o tamanho do astro que colidiu para formar o sistema Terra-Lua." Mais provas serão necessárias para demonstrar a procedência dos voláteis da Terra — e também a natureza da formação da Lua. A hipótese do impacto gigante, proposta pela primeira vez pelo geólogo canadense Reginald A. Daly nos anos 1940, é uma das muitas, e o debate continua sem solução. Ao delinear os pontos fracos do artigo por um pedido nosso, Dasgupta admite que o trabalho era "baseado inteiramente no comportamento geoquímico dos elementos" que não incluía "dinâmicas ou processos físicos envolvidos na acreção e no crescimento planetário". Olhando para o futuro, Dasgupta e seus colegas gostariam de fazer exatamente isso, integrando seu novo modelo geoquímico com modelos físicos. Em outras palavras, isso ainda não acabou. The post Colisão com outro planeta pode ter trazido para a Terra os ingredientes necessários para a vida appeared first on Gizmodo Brasil. |
Facebook anuncia novas políticas para remover páginas e grupos que espalham notícias falsas Posted: 24 Jan 2019 08:42 AM PST Já faz muito tempo que ficou bem claro que o Facebook estava sendo manipulado como uma ferramenta para minar a democracia e contribuir para genocídio, mas, ainda assim, a rede social segue tendo dificuldades em manter sua plataforma livre do tipo de lixo engendrado especialmente para distorcer efetivamente a realidade — coisa que aconteceu ainda neste mês. E sistemas anteriores aplicados para combater a onipresença da desinformação em sua plataforma não pareceram funcionar. A empresa anunciou nesta quarta-feira (23) uma nova abordagem em duas frentes para enfrentar esse problema no site: uma nova política para reduzir o abuso recorrente e outra que visa a estabelecer uma maior transparência. Em relação à segunda, a companhia disse que irá compartilhar com administradores de páginas os tipos específicos de conteúdo que violam os Padrões da Comunidade. Basicamente, se você gere ou ajuda a gerir uma página, o Facebook começará a sinalizar a maioria do conteúdo que remove ou marca em uma nova aba de “Qualidade da Página”:
Além disso, a aba “Qualidade da Página” inclui conteúdos recentemente avaliados como “falso”, “misto” ou “título falso”, checados por verificadores independentes de fatos, segundo o Facebook. A empresa também disse que irá trabalhar para impedir que usuários que mantêm diversas páginas simplesmente redirecionem uma página já existente para servir ao mesmo propósito que aquela que o Facebook excluiu. Portanto, digamos que um usuário que administra três páginas e tem uma deletada por violar as diretrizes contra discurso de ódio do site. O Facebook diz que agora pode excluir páginas ou grupos relacionados mesmo se eles não tiverem expressamente violado os padrões. A rede social disse que irá usar um “amplo conjunto de informações” para determinar se toma ou não essa posição, e entramos em contato com a companhia para obter mais detalhes. Nova aba de “Qualidade da Página”, do Facebook. Imagem: Facebook No mês passado, o New York Times publicou uma reportagem detalhada sobre os tais “manuais” do Facebook com o objetivo de ajudar a guiar seus 15 mil revisores de conteúdo globais sobre o que eles deveriam ou não permitir na plataforma. Alguns desses documentos, que foram noticiados pela primeira vez pelo Motherboard, eram frequentemente confusos e contraditórios, criando problemas para os responsáveis por livrar o Facebook de conteúdo que viole seus padrões. Entre os diversos problemas apresentados por esse sistema, o mais flagrante pareceu ser que o Facebook simplesmente não conseguia manter o ritmo de moderação necessário para lidar com o enorme volume de conteúdo em sua plataforma. Em teoria, essas novas diretrizes deveriam ajudar a combater pelo menos parte da desinformação, das notícias falsas ou de outros conteúdos problemáticos que surgem na plataforma. A atualização nas políticas também vem em um momento em que o serviço de mensagens criptografadas WhatsApp, de propriedade do Facebook, começa a combater com mais força o seu próprio problema de desinformação; ambos os serviços foram pressionados pela opinião pública para administrar melhor o compartilhamento de conteúdo em suas plataformas, depois de campanhas de desinformação virais serem usadas para incitar violência e prejudicar eleições. As novas políticas do Facebook são um passo na direção certa? Claro. Elas vão livrar completamente o site de seus males? Não, e até mesmo Mark Zuckerberg afirmou que é impossível expurgar completamente os maus atores do site. Porém, considerando que a companhia estava precisando remover campanhas coordenadas de desinformação russas ainda na semana passada, esse é um passo bastante necessário para colocar seu produto sob controle. [Facebook] The post Facebook anuncia novas políticas para remover páginas e grupos que espalham notícias falsas appeared first on Gizmodo Brasil. |
Amazon inicia testes de entregas com robozinho que anda pelas calçadas Posted: 24 Jan 2019 07:03 AM PST Uma das apostas mais certeiras que alguém pode fazer para o futuro é a automatização de entregas de encomendas. A Amazon planeja usar drones há anos, mas até agora eles não se mostraram nada práticas e seguro. A última iniciativa da companhia nesse sentido é o robozinho Scout, que navega sozinho por calçadas para entregar compras. • A Amazon vai passar a fazer vendas diretas no Brasil, e isso deve chacoalhar bem a concorrência A Amazon descreve que ele tem o tamanho de um pequeno cooler, tem seis rodas e anda pelas calçadas em velocidade de caminhada. Seis Scouts começarão a entregar alguns pacotes no condado de Snohomish, em Washington, de segunda a sexta-feira enquanto estiver claro. Pelo menos no início, um humano o acompanhará para assegurar que ele não fique preso em postes e “navegue de forma segura junto com pets, pedestres e qualquer outra coisa que apareça no caminho”. Em termos de logística, o robô tem o potencial de reduzir os custos de entrega. Não é como se o Scout fosse sair do centro de distribuição e caminhar até as casas das pessoas, substituindo os entregadores humanos por completo. A ideia é que, no futuro, eles saiam em um caminhão até o centro de um bairro e a partir dali percorram as ruas, eliminando o trabalho de estacionar o carro diversas vezes e fazer com que uma pessoa leve a caixa até a casa. O caminho para a utilização desses robôs na calçada não deve ser tão livre, como aponta a Wired. Primeiro, há desafios técnicos: ao contrário dos carros autônomos, que se baseiam em ambientes mais estruturados, as calçadas costumam ser mais caóticas (não tem mão e semáforo, por exemplo). Além disso, os robôs precisarão atravessar em faixas de pedestres de vez em quando. Outros desafios incluem algumas limitações para as próprias entregas: pelo vídeo de demonstração, alguém terá que pegar a encomenda de dentro do robô. E se não tiver ninguém em casa? E talvez seja necessário incluir um PIN para evitar extravios. Por fim, o robôzinho não consegue abrir portões e subir escadas para chegar até a porta. A Amazon não é a primeira a experimentar entregas desse tipo. Uma startup estoniana chamada Starship Technologies já fez alguns testes e o robô tinha um design muito similar ao da Amazon. Uma startup de São Francisco, chamada Marble, fez entregas para o Yelp Eat24 em 2017. Após essas experiências, algumas cidades já começaram a pensar em regulamentações – para evitar acidentes, trânsito de robôs, entre outros problemas. San Francisco chegou a restringir o uso das máquinas no final de 2017, exigindo a emissão de uma autorização e testes em bairros mais calmos. Pelo menos essa solução parece menos complicada e perigosa do que os drones. The post Amazon inicia testes de entregas com robozinho que anda pelas calçadas appeared first on Gizmodo Brasil. |
Tubarão antigo com dente em formato de espaçonave é batizado em homenagem a game arcade Posted: 24 Jan 2019 06:31 AM PST Um tubarão de água doce do Período Cretáceo foi recentemente descrito, apresentando dentes que se assemelhavam ao icônico caça espacial do game Galaga. Curiosamente, os restos mortais desse tubarão foram encontrados na mesma pilha de detritos que continha a T. rex “Sue” — o maior e mais completo fóssil da espécie já encontrado. [foo_related_posts] Apelidado de Galagadon nordquistae, em referência ao jogo arcade, ele é um tubarão de água doce recém-descoberto que nadou nos rios cretáceos da Dakota do Sul há 67 milhões de anos. Ele não era muito grande, medindo cerca de 30 cm a 45,7 cm de comprimento, e provavelmente varria o leito dos rios em busca de pequenos peixes, caracóis e lagostim, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta segunda-feira (21), no Journal of Paleontology. Os cientistas que descobriram o Galagadon disseram que o tubarão é parente dos tubarões orectolobiformes modernos, sendo o tubarão wobbegong um bom exemplo. Tudo o que sobrou do Galagadon são duas dúzias de pequenos dentes, que foram encontrados no mesmo sedimento que deu origem a Sue, o famoso esqueleto T. rex. Os restos desse temível tiranossauro foram descobertos há 20 anos na Formação Hell Creek, na Dakota do Sul. Inteligentemente, o sedimento restante desse trabalho, chamado de matriz, não foi jogado fora, sendo armazenado no Museu Field de História Natural, em Chicago, por segurança. Recentemente, uma equipe de cientistas e voluntários decidiu dar uma segunda olhada nessa pilha de duas toneladas de terra na esperança de encontrar alguns fósseis — o que acabou sendo uma boa ideia. Esquerda: um dos minúsculos dentes fossilizados de Galagadon. Direita: o caça espacial Galaga. Imagem: Terry Gates/Gizmodo Como apontado, restam apenas os dentes do Galagadon. Suas outras partes do corpo já se foram, principalmente porque a cartilagem não se preserva muito bem. O paleontólogo Terry Gates, autor principal do novo estudo e professor da Universidade Estadual da Carolina do Norte, e seus colegas deduziram tamanho, forma e comportamento do Galagadon, comparando seus dentes com os de espécies semelhantes de tubarões, tanto extintos como existentes. “Felizmente, os dentes de tubarão em nosso estudo indicam um parentesco próximo aos tubarões orectolobiformes vivos, por isso temos deduções razoáveis sobre seus estilos de vida antigos”, disse Eric Gorscak, paleontólogo do Museu Field de História Natural e coautor do novo estudo, ao Gizmodo. “Dentes são geralmente bons indicadores de dieta por razões óbvias. Esses tipos de reconstruções são geralmente mais difíceis com outros animais extintos, como dinossauros não avianos, na medida em que diferem muito significativamente da maioria dos animais vivos análogos.” Os dentes do Galagadon têm menos de um milímetro de largura e, portanto, poderiam ter sido facilmente ignorados. “Era tão pequenos que você poderia não perceber se não estivesse olhando com muita atenção”, afirmou Karen Nordquist, química aposentada e voluntária que ajudou a encontrar os dentes no sedimento, em uma declaração. “A olho nu, parece apenas uma pequena protuberância, é preciso ter um microscópio para ter uma boa visão.” Nordquist ficou impressionada com a forma desses dentes, que a lembravam das naves espaciais no jogo Galaga. Seus colegas gostaram da comparação e decidiram nomear o tubarão em homenagem ao clássico game e à própria Nordquist. Um conjunto de dentes de Galagadon. Imagem: Terry Gates, Universidade Estadual da Carolina do Norte O Galagadon e o T. Rex, como essa descoberta sugere, eram contemporâneos. A descoberta de um tubarão de água doce nesta parte do mundo, no entanto, é um desafio ao pensamento convencional sobre o ambiente na Dakota do Sul na época. Pensava-se que Sue vivera e morrera perto de um lago que se formou a partir de um rio em evaporação, mas a presença do Galagadon sugere que a região estava ligada ao mar, provavelmente por um rio, permitindo que os tubarões do mar se movessem para o interior e desenvolvessem uma capacidade de viver em água doce. “Pode parecer estranho hoje, mas, há cerca de 67 milhões de anos, o que hoje é a Dakota do Sul estava coberto de florestas, pântanos e rios sinuosos”, disse Gates em um comunicado. “O Galagadon não estava se aproximando para capturar T. rex, Tricerátops ou quaisquer outros dinossauros que surgissem em seus riachos. Esse tubarão tinha dentes que eram bons para capturar peixes pequenos ou esmagar caracóis e lagostim.” A descoberta também é importante porque ajudará os cientistas a “entender a diversidade e a dinâmica potencial dos ecossistemas antigos, especialmente no contexto de dinossauros não avianos, como a mundialmente famosa T. rex Sue”, disse Gorscak. “Os tubarões descritos em nosso artigo ajudam a informar a história evolutiva dos tubarões orectolobiformes modernos, um grupo de tubarões que atualmente vive no sudeste asiático e na Austrália, mas que agora sabemos que tiveram uma maior variedade em seus milhões de anos de história.” Trabalhos futuros podem lançar mais luz sobre o Galagadon e seu habitat, mas, por enquanto, a descoberta de um tubarão antigo dentro do mesmo sedimento que continha a T. rex Sue parece bastante apropriada. The post Tubarão antigo com dente em formato de espaçonave é batizado em homenagem a game arcade appeared first on Gizmodo Brasil. |
Posted: 24 Jan 2019 05:02 AM PST O profissional de desenvolvimento web pode atuar de diversas formas: na área acadêmica, de modo autônomo, como funcionário de uma empresa no back-end, no front-end, com banco de dados e, claro, como líder de cada (e de todos) esses times. Sim, é isso mesmo, desenvolvedores também ocupam cargos diretivos e de gestão de pessoas, vale ressaltar. Mas, qual o caminho para chegar até esse papel de liderança e, principalmente, quais as habilidades que você deve desenvolver para ser este profissional? É isso que vamos tratar por aqui. Como se tornar um líderPrimeiramente, para se tornar um líder, você precisa saber se é isso mesmo o que deseja para sua carreira. Como descobrir? Bom, se você é apaixonado por tecnologia, mas tem a impressão de que ela é apenas uma parte do sucesso de um projeto: você deveria começar a considerar a área de liderança. Participe de eventos técnicos, cultive um networking, aprenda o máximo que puder sobre metodologias, estude sobre como as pessoas trabalham. Isso vai te ajudar a ter certeza e a conseguir uma vaga no ramo. Além disso, é importante saber que um cargo de liderança técnica não é puramente uma evolução de um de desenvolvimento web, mas sim uma profissão diferente com necessidades e responsabilidades totalmente novas. Por exemplo, você irá precisar definir tecnologia, selecionar pessoas, ajudar os desenvolvedores a fazerem seu trabalho da melhor maneira possível, motivar a equipe, lidar com profissionais de áreas administrativas… Por isso, será necessário aprender muito sobre como trabalhar com pessoas – tanto os desenvolvedores, quanto o time de negócio -, saber gerenciar expectativas técnicas, de performance e de carreira. Pronto para os desafios? As habilidadesEm um cargo de liderança, é indispensável ter uma boa bagagem técnica, ou seja, entender do negócio e das tecnologias envolvidas. Afinal, você será o responsável por ajudar a sua equipe a definir arquiteturas, tecnologias, fluxos de trabalho e ferramentas, além de coordenar isso tudo para que funcione de acordo com o esperado. Por outro lado, também deve agir como um mentor para os desenvolvedores que entram no projeto, tanto no uso de ferramentas, como na evolução dentro da empresa e da carreira. Gerenciar conflitos e expectativas são tarefas que exigem conhecimentos além da área técnica, então é preciso ter a habilidade de ouvir muito e ser empático com o seu time. Dicas de liderançaConheça sua equipePara extrair o máximo e aproveitar as habilidades de cada um, é preciso conhecer as pessoas. Saiba o que motiva cada membro do seu time, encoraje-os, descubra seus pontos fortes e fracos, confie no trabalho executado. Mostre o propósito de cada trabalhoAlém de construir um sistema, é importante que seu time compreenda os objetivos de negócio envolvidos naquela tarefa. O time precisa comprar a visão por trás do produto e enxergar como eles são importantes e fundamentais dentro da empresa. Construa confiançaComo a maioria dos relacionamentos, a relação entre a equipe de desenvolvimento e seu líder deve ser construída sobre alicerces de confiança. Por isso, contrate pessoas em quem você sinta que possa confiar. Em seguida, dê-lhes a sua confiança, criando um relacionamento de respeito. Além disso, manter os canais de comunicação abertos, blindar sua equipe e ser solidário com as necessidades de cada um também são características importantes para um bom líder. Coloque em prática. Mas, antes de mais nada…Acha que tem o perfil para se tornar um líder de um time de desenvolvimento web? Então, o primeiro passo é se dedicar à sua formação. Conheça o bootcamp de programação da Ironhack, escola global do ramo que chegou a São Paulo em 2018 e é considerado um dos melhores do mundo pelo CourseReporte e SwitchUP. A Ironhack possui uma metodologia de ensino bem definida, acompanhamento em tempo integral e garante uma imersão nos conteúdos e desafios propostos. As aulas, em horário noturno ou em tempo integral, são voltadas para o que as empresas realmente precisam e ensinam as tecnologias, frameworks, linguagens e habilidades de ponta. Além disso, você amplia sua rede de contatos fazendo networking e consegue trocar experiências e insights com os colegas. É uma receita de sucesso. Dê o pontapé inicial na sua carreira. Conheça a Ironhack e participe do processo seletivo! The post Como se tornar um líder de um time de desenvolvimento web – e quais as habilidades desse profissional appeared first on Gizmodo Brasil. |
Elite de Davos: público terá que pagar a requalificação dos desempregados por causa da automação Posted: 24 Jan 2019 04:29 AM PST Um dos mitos mais notórios sobre a automação é que ela é uma força da natureza sem face e elementar à qual nós, humanos insignificantes, só somos capazes de lutar para nos adaptarmos. Isso é um determinismo tecnológico em sua forma mais agressiva — e, geralmente, uma enorme falácia. [foo_related_posts] A automação é, na verdade, o resultado de decisões conscientes, principalmente a nível executivo e gerencial (embora nem sempre). Há muitas escolhas que moldam a tendência geral da automação, tanto pelos empregadores que pensam em implantar a automação como pelos funcionários que realmente interagem com a automação resultante. Pode ser um impulso, especialmente entre aqueles que detêm os recursos e o poder necessários para fazê-la acontecer, mas não é preestabelecido por qualquer meio. Isso é importante, porque o maior resultado da definição da automação como uma força da natureza é que surgem relatórios como o que saiu do Fórum Econômico Mundial, em Davos, onde os executivos mais ricos do mundo e os políticos que os amam estão atualmente discutindo política econômica enquanto comem fondue juntos em uma montanha suíça. O relatório, intitulado “Rumo a uma Revolução de Requalificação: A Ação Liderada pela Indústria para o Futuro do Trabalho“, afirma que, dos quase um milhão e meio de norte-americanos que estão destinados a perder seus empregos, a indústria privada (ou seja, aqueles que empregam a maioria deles) só será capaz de requalificar lucrativamente um quarto deles: “Com um investimento total de US$ 4,7 bilhões, o setor privado poderia requalificar 25% de todos os trabalhadores em empregos prejudicados (pela automação) com um saldo positivo de custo-benefício”. Segundo o relatório, o restante da carga de “requalificação” dos trabalhadores recairá sobre o governo, o que custaria US$ 19,9 bilhões de financiamento público. Ilustração: Fórum Econômico Mundial Requalificar trabalhadores no bloco de cortes da automação parece uma proposta de sucesso, certo? Como Saadia Zahidi, diretora administrativa do Fórum Econômico Mundial e diretora do Centro de Nova Economia e Sociedade, disse em um comunicado de imprensa, “a questão de quem paga pelos trabalhadores encalhados e pela melhoria das qualificações necessárias em todas as economias está se tornando urgente”. Mas vamos parar um pouquinho e olhar para o que está realmente acontecendo: um relatório publicado em nome dos empresários mais ricos do mundo prevê que esses mesmos empresários vão automatizar mais de um milhão de vagas de emprego, deixando seus trabalhadores desempregados — colhendo de forma ostensiva os lucros dos ganhos de eficiência e economizando custos trabalhistas — e conclui que o público terá de pagar a conta para requalificar os trabalhadores “encalhados”. Assim, eles podem ser recontratados ou “aperfeiçoados” nas novas indústrias focadas na automação do futuro nessas mesmas empresas, em que eles poderão continuar a gerar lucros para elites ricas. O Fórum Econômico Mundial está basicamente dizendo que os governos devem subsidiar o (re) treinamento da futura força de trabalho que suas empresas perturbaram em nome do aumento dos lucros. Ilustração: Fórum Econômico Mundial Eu sei, isso é simplificar um pouco a questão, mas é preciso fazer uma correção rigorosa de curso aqui. Esses relatórios só conseguem ver o capitalismo de automação como inevitável — e eles quase sempre escondem o fato de que os maiores beneficiários de suas conclusões são as mesmas pessoas que andam por Davos soltando clichês sobre o futuro do trabalho. Não há dúvidas de que a automação provará ser uma força de ruptura, mas é importante ter em mente que previsões e relatórios como esse são combinados no interesse principal de garantir que não sejam uma ruptura para aqueles que lucram com a automação. Há muitas coisas que podem ser feitas em nome da suavização da transição para uma sociedade cada vez mais automatizada — e até mesmo, pasmem, no sentido de compartilhar mais equitativamente os benefícios econômicos da automação. Pedir aos governos do mundo que financiem o projeto de requalificação da próxima leva de funcionários corporativos para que eles possam mais uma vez encontrar um emprego adequado nas empresas de Jeff Bezos e Bill Gates não é uma dessas coisas que suavizariam a transição. Nós definitivamente precisamos superar essa pobreza de pensamento em torno da automação — e superar também a pobreza de fato a que esse cenário pode levar — de que o único caminho adiante é treinar novamente a força de trabalho de forma que ela continue a maximizar os lucros das empresas. The post Elite de Davos: público terá que pagar a requalificação dos desempregados por causa da automação appeared first on Gizmodo Brasil. |
Bing para de funcionar na China, mesmo com a Microsoft censurando resultados no país Posted: 24 Jan 2019 03:05 AM PST O ano mal começou e já está se mostrando desafiante para o Microsoft Bing. Nesta quarta-feira (23), o buscador da companhia parou de funcionar na China, mesmo com o comprometimento da companhia de censurar resultados de busca. [foo_related_posts] Após consultar duas fontes, o Financial Times apurou que o Bing foi proibido de funcionar no país após uma ordem do governo chinês. Embora não esteja claro o que causou o banimento, a operadora chinesa estatal China Unicom pode ter recebido uma ordem de excluir o acesso ao mecanismo de busca Bing por motivos de censura, informou a publicação britânica. Um porta-voz da Microsoft disse ao Gizmodo em um comunicado por e-mail que "confirmou que o Bing está inacessível na China e que a empresa está comprometida para determinar os próximos passos." A maioria das fontes que usamos para consumir notícia no ocidente já está bloqueada na China, incluindo redes sociais como o Facebook e o Twitter. O Financial Times observa que a Microsoft foi uma das últimas ferramentas de busca estrangeira a ter presença no país. O Google tirou seu mecanismo de busca do país em 2010 — e a decisão de continuar dessa forma ou não já foi bastante discutida internamente na empresa. Como nota o Verge, o bloqueio do Bing levanta sérias questões sobre o futuro do Project Dragonfly, do Google, que consiste em uma ferramenta de busca censurada para o mercado chinês. O projeto foi alvo de crítica de ativistas e funcionários do Google — mais de 600 assinaram uma carta aberta em novembro pedindo que a liderança da companhia terminasse o desenvolvimento do projeto. "O governo chinês certamente não está sozinho em seu preparo para coibir a liberdade de expressão, e usar vigilância para reprimir dissidentes", diz a carta. "O Dragonfly na China estabeleceria um perigoso precedente em um momento político volátil, o que tornaria difícil para o Google negar a outros países concessões similares." O CEO do Google, Sundar Pichai — que defende uma busca censurada do Google na China como uma opção melhor do que não oferecer o serviço — disse durante uma audiência no Comitê Judiciário da Câmara dos EUA em dezembro que, por ora, a empresa não tinha planos de lançar um produto deste tipo. No entanto, pelo jogo de palavras utilizado, ficou subentendido que o projeto não foi absolutamente descartado. Além de aparentemente ser barrado na China, este não foi um bom mês para o Bing. Há algumas semanas, a companhia foi alvo de críticas após uma reportagem do TechCrunch dizer que o mecanismo de busca estava mostrando pornografia infantil em seus resultados. The post Bing para de funcionar na China, mesmo com a Microsoft censurando resultados no país appeared first on Gizmodo Brasil. |
Plano do Google de limitar bloqueadores de propaganda no Chrome tem enfurecido desenvolvedores Posted: 24 Jan 2019 02:21 AM PST Grandes desenvolvedores por trás de extensões que bloqueiam propaganda ou monitoramento de acesso à internet estão alarmados com as mudanças que o Google anunciou recentemente para o navegador Chrome. Como resultado, pelo menos uma das companhias está ameaçando tomar providências legais. [foo_related_posts] As mudanças de design propostas substituiriam a API usada por extensões de privacidade como uBlock e Ghostery com uma outra em que "reduziria a efetividade de bloqueio de conteúdo e bloqueadores de propaganda", reportou o site Register nesta terça-feira (22). A proposta deixaria filtros básicos funcionais do Adblock Plus, que, ressalta o site, o Google supostamente pagou uma grana para que suas propagandas passassem pelo filtro da companhia. Desenvolvedores de extensões dizem, entre outras potencias consequências, que as mudanças acabariam com a competição entre bloqueadores de terceiro ao estabelecer novos limites em sua sofisticação, tornando mais difícil de proteger usuários do Chrome contra o rastreamento indesejado. "Isso basicamente significaria que o Google está destruindo as proteções de privacidade de bloqueio de propagandas como conhecemos", disse a Ghostery em um comunicado. "Eles fingem fazer isso por causa de privacidade e para melhoria do desempenho, mas, na realidade, os usuários ficariam apenas com formas limitadas de prevenir que terceiros interceptem seus padrões de navegação ou de se livrarem de conteúdos indesejáveis." Citando que a mudança seria um exemplo do "mau uso" da dominação de mercado do Google, a Ghostery informou que "consideraria apresentar uma queixa antitruste", caso a empresa siga em frente com a ideia. Abaixo a forma como o Ghostery descreveu a proposta:
Inicialmente dizendo à mídia que a proposta está "sujeita a mudanças", o Google sinalizou nesta quarta-feira (23) que estava se preparando para pôr rédeas nos planos. "Queremos nos assegurar que todos os usos fundamentais ainda são possíveis com estas mudanças e estamos trabalhando com desenvolvedores de extensões para ter certeza que elas continuem funcionando", disse um porta-voz do Google ao Gizmodo. O Register também comentou que houve preocupação por parte de Raymond Hill, desenvolvedor chefe da uBlock Origin — uma extensão de bloqueio de conteúdos com mais de 10 milhões de usuários ativos no Chrome, que disse que o software de privacidade deles "deixaria de existir" se o Google implementasse a proposta descrita no documento público. Hill também disse que as mudanças também prejudicariam a uMatrix, uma extensão com controles granulares que permite que usuários bloqueiem conexões e conteúdos por tipo de dado. Ele e outros desenvolvedores têm discutido ativamente o assunto no Chromium bug tracker, embora um engenheiro de software do Google tenha bloqueado a sequência da conversa na terça-feira após deletar vários comentários relacionados. "Eu sou um desenvolvedor de bloqueador de propagandas (AdGuard) e, da nossa perspectiva, a mudança proposta será mais incapacitante que a feita pela Apple quando eles introduziram sua API de bloqueio de conteúdo declarativo", diz um dos comentários que não foram deletados. A resposta inicial dos desenvolvedores do Google por trás das mudanças, de acordo com a própria documentação deles, é fornecer "melhor privacidade para os usuários" ao prevenir extensões de ler "requisições de rede feitas em nome do usuário." The post Plano do Google de limitar bloqueadores de propaganda no Chrome tem enfurecido desenvolvedores appeared first on Gizmodo Brasil. |
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