segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

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Até os adultos dormem melhor quando são balançados para dormir

Posted: 27 Jan 2019 11:37 AM PST

Dois novos estudos farão você sentir falta daquele tempo em que era embalado pelos seus pais antes de dormir. As pesquisas descobriram que um suave movimento de balanço antes e durante o período que você está dormindo resulta em um sono mais profundo, tanto nos testes realizados com camundongos quanto com jovens adultos saudáveis. Nos humanos, o balanço aparentemente melhorou até as habilidades de memória.

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Qualquer pessoa que já pegou uma criança no colo enquanto ela chorava sabe que balançar parece ajudar a acalmá-la e até fazê-la dormir. Alguns cientistas especializados no sono começaram, então, a estudar se o balançar poderia ser útil mesmo depois de abandonarmos o berço.

Em 2011, por exemplo, pesquisadores da Suíça publicaram um estudo mostrando que as pessoas que tiravam uma soneca à tarde em uma cama de balanço conseguiam adormecer mais rápido e passavam mais tempo em uma fase profunda do sono do que quando dormiam em uma cama normal. Alguns desses mesmos pesquisadores colaboraram nos dois últimos estudos, publicados na quinta-feira (24) na revista Current Biology.

No estudo que envolvia humanos, eles contaram com 18 jovens voluntários (com idade média de 23 anos), que passaram três noites em um laboratório, onde suas ondas cerebrais e padrões de sono foram monitorados.

A primeira noite serviu para habituá-los a dormir no laboratório. Em uma ordem aleatória nas duas noites seguintes, os voluntários ou dormiam normalmente ou em uma cama que era gentilmente balançada de um lado para o outro com a ajuda de um motor.

A cama de balanço usada em um dos estudos. GIF: Perrault, et al/Current Biology

No geral, em comparação com a noite normal de sono, os voluntários não dormiam por mais tempo. Mas eles pareciam ter um sono mais profundo, indicado pela maior quantidade de tempo que passavam na 3ª fase do sono NREM (Movimento Não Rápido dos Olhos). Geralmente, passamos por um ciclo de três fases do sono não-REM, após o sono REM, várias vezes por noite.

Eles também experimentaram menos momentos de mudanças bruscas nos padrões de ondas cerebrais e não despertaram tantas vezes. Essas mudanças no despertar sinalizam uma mudança de sono profundo para sono leve ou de estar dormindo e então despertar.

“Na prática, o balanço lateral suave ajuda a adormecer e, pelo menos em humanos, faz com que passemos mais tempo em sono mais profundo”, disse Konstantinos Kompotis, pesquisador da Universidade de Lausanne, na Suíça, e coautor de ambos os estudos, ao Gizmodo.

O sono é necessário por vários motivos, mas o principal deles é nos ajudar a nos lembrar de memórias que estão armazenadas na memória de curto prazo. É o que os cientistas chamam de consolidação da memória.

Deste modo, os pesquisadores teorizaram que o sono auxiliado pelo balanço levaria indiretamente a uma maior consolidação da memória. Essa hipótese foi levantada porque os voluntários se saíram melhor em um simples teste de memória de pares de palavras após a noite na cama de balanço.

Kompotis e sua equipe também puderam perceber alguns desses mesmos efeitos causados pelo balançar em um estudo realizado com camundongos. Esse é o primeiro estudo a mostrar que o balanço pode ajudar animais não humanos a dormir melhor, de acordo com os autores.

Mas houve algumas diferenças. Primeiro, foi necessário um movimento de balanço mais rápido com os ratos para perceber qualquer aumento positivo no sono. Em ambos os estudos, eles também foram capazes de identificar algumas possíveis razões pelas quais o movimento contribui para um sono melhor.

“Em camundongos, parece que o balanço age por meio do sistema vestibular (o sistema sensorial responsável pelo equilíbrio e orientação espacial) e impacta diretamente no circuito do sono, impedindo que os camundongos mantenham sua vigília”, disse Kompotis.

Em humanos, ele acrescentou, o padrão rítmico de balanço pode fazer com que nossos cérebros sincronizem de uma forma que aumente a frequência de padrões de atividade cerebral importantes para o sono profundo e para a memória de longo prazo, um fenômeno também conhecido como “arrastamento”.

Kompotis e sua equipe não estavam apenas balançando voluntários por diversão. Entender como nossos cérebros interagem com o mundo exterior antes e enquanto dormimos é importante para descobrir como ajudar as pessoas que, por uma razão ou outra, não conseguem ter um sono saudável.

É possível que o balançar possa ser usado para tratar pessoas com insônia, problemas de sono relacionados à idade e “outros distúrbios do sono, bem como perda de memória”, afirmou Kompotis.

“Estou interessado em investigar tratamentos não farmacológicos para distúrbios do sono, e por que não testar uma cama de balanço?”, acrescentou a coautora Aurore Perrault, agora pesquisadora do Laboratório de Sono, Cognição e Neuroimagem em Montreal, no Canadá.

Quando perguntei a Kompotis se as descobertas de sua equipe deveriam fazer as pessoas com insônia considerarem dormir em uma rede, ele disse que, pessoalmente, consideraria fazer isso. Mas ainda é preciso fazer mais pesquisas para assegurar a eficácia.

“Eu sei que faria isso, sempre quis uma rede”, disse ele. “Falando um pouco mais sério, porém, eu esperaria primeiro até que tivéssemos uma melhor compreensão das estruturas cerebrais envolvidas e até que tivéssemos testado os parâmetros sub e supra-ótimos de balanço em humanos, para que possamos utilizar o máximo e único impacto benéfico do balanço no sono.”

Os efeitos do balanço também podem ser diferentes quando estamos tentando tirar um cochilo em vez de dormir a noite toda. E isso pode se resumir ao tipo de movimento de balanço usado; uma rede de balanço é diferente de uma rede fixa, por exemplo.

Em outras palavras, temos que descobrir o quão gentil ou rápido deve ser esse balançar.

[Current Biology]

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Facebook deixou crianças acumularem cobranças nos cartões de crédito dos pais e não fez nada para impedir

Posted: 27 Jan 2019 08:58 AM PST

Documentos judiciais recém-revelados mostram que o Facebook estava ciente de que crianças menores de idade usavam rotineiramente as informações de pagamento de seus pais para gastar grandes quantias de dinheiro em compras dentro de jogos, e a empresa optou por não resolver o problema. Durante anos, ela permitiu o que chamou de “fraude amigável” porque temia que a implementação de proteções prejudicasse a receita, de acordo com os documentos.

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Em 2016, o Facebook chegou a um acordo em uma ação judicial coletiva movida por pais de crianças que foram enganadas a, inadvertidamente, fazer compras com dinheiro real enquanto jogavam games gratuitos hospedados na plataforma de rede social. Apesar do reconhecimento do problema, discussões internas mostram que o Facebook decidiu que seria melhor lutar contra os pedidos de reembolso e permitir que o problema persistisse. Os documentos relacionados com o caso foram lacrados porque o Facebook teve sucesso ao argumentar que a divulgação ao público poderia prejudicar o seu negócio. O Reveal, uma publicação do Center for Investigative Reporting, alegou que esses documentos eram de interesse público; na semana passada, um juiz deferiu o pedido do Reveal para liberar os documentos. Na quinta-feira (24) à noite, 135 páginas do processo judicial foram reveladas, embora o Facebook tenha sido autorizado a manter algumas redações.

Os documentos incluem discussões internas entre os funcionários debatendo se deviam ou não conceder um reembolso (“chargeback“) nos casos em que era muito claro que uma criança tinha usado as informações de pagamento de seus pais sem sua permissão. Em um desses casos, dois funcionários discutem cobranças no valor de US$ 6.545 e reconhecem que a criança afirma ter 15 anos de idade, mas parece mais nova. A criança é chamada de “baleia”, um termo usado para indicar um usuário que gasta muito dinheiro. Um funcionário pergunta se deve processar o reembolso, mas é aconselhado a não fazê-lo. “Concordo. Apenas checando”, responde o primeiro funcionário.

Os documentos são de 2010 a 2014 e mostram que o Facebook estava bem ciente de que as crianças estavam jogando jogos simples como Angry Birds e comprando itens virtuais sem o conhecimento de seus pais. Um estudo interno da questão concluiu: “Em quase todos os casos, o pai sabia que seu filho estava jogando Angry Birds, mas não achava que a criança poderia comprar nada sem sua senha ou autorização primeiro (como no iOS)”.

Em 2011, Tara Stewart, analista de risco do Facebook, estudou a questão e sugeriu que a empresa começasse a exigir que os usuários inserissem os primeiros seis dígitos de um cartão de crédito usado para pagamentos em determinados jogos. Stewart realizou uma pesquisa com usuários do Facebook e descobriu que muitos pais não estavam cientes de que o site armazenava suas informações de pagamento depois de inseri-las uma única vez. Ela também descobriu que as crianças não estavam cientes do que estavam fazendo. “Não necessariamente parece dinheiro de verdade para um menor”, escreveu Stewart.

A analista de risco da empresa fez um teste para ver se inserindo os primeiros seis dígitos dos cartões haveria redução dessas cobranças indesejadas, e os resultados foram encorajadores. Stewart também disse que “faria sentido começar a reembolsar casos claros de fraude amiga com menores”. “Fraude amiga” é o termo usado pelo Facebook para se referir a essas compras fraudulentas que foram feitas sem intenção maliciosa. Apesar dessa solução óbvia, os documentos mostram que a empresa decidiu que isso prejudicaria a receita e optou por continuar contestando os pedidos de reembolso no futuro próximo.

A Rovio, criadora do Angry Birds, também notou que os pedidos de reembolso de compras do Facebook eram excepcionalmente altos e escreveu ao Facebook expressando preocupações. Depois de dar uma olhada no assunto, um funcionário da rede social concluiu que cerca de 93% “dos reembolsos estão sendo feitos devido a pedidos de reembolso de fraude amiga”. Eles disseram que a construção de uma forma de evitar o problema prejudicaria a receita, mas o Facebook poderia dar à Rovio atenção especial para monitorar as transações. “Acho que todos nós concordamos que é realmente importante que o Angry Birds seja uma história de sucesso, então, se eles estiverem realmente preocupados com a taxa de reembolso, podemos aumentar nosso foco em suas transações e em nossos processos em torno deles para tentar diminuir sua taxa de reembolso”, escreveram.

Em 2012, Glynnis Bohannon entrou com uma ação judicial contra o Facebook depois que seu filho inadvertidamente gastou US$ 610,40 em um jogo chamado Ninja Saga. Bohannon ficou frustrada por não conseguir o reembolso do Facebook e rapidamente se juntou à ação judicial de outros pais. Em 2016, a rede social decidiu chegar a um acordo pelo caso, pagando a duas famílias US$ 5.000 e concordando em mudar suas práticas.

Quando contatado para comentar o caso, um porta-voz do Facebook enviou a seguinte declaração ao Gizmodo:

Fomos contatados pelo Center for Investigative Reporting no ano passado e voluntariamente abrimos documentos relacionados a um caso de 2012 sobre nossas políticas de reembolso para compras dentro do aplicativo que os pais acreditam que foram feitas por erro por seus filhos menores de idade. Agora, divulgamos documentos adicionais conforme as instruções do tribunal. O Facebook trabalha com pais e especialistas para oferecer ferramentas para as famílias navegarem no Facebook e na web. Como parte desse trabalho, examinamos rotineiramente nossas próprias práticas e, em 2016, concordamos em atualizar nossos termos e fornecer recursos dedicados para solicitações de reembolso relacionadas a compras feitas por menores de idade no Facebook.

Só porque esse caso civil foi resolvido não significa que os legisladores não se interessem por ele. Na mais recente audiência de supervisão da Comissão Federal de Comércio dos EUA pelo Subcomitê de Comércio do Senado para Proteção ao Consumidor, vários senadores expressaram interesse particular em garantir que a agência esteja tomando medidas para proteger as crianças de atividades online predatórias. O senador Ed Markey expressou preocupação com os canais de YouTube voltados para crianças com críticas enganosas de brinquedos, e a senadora Maggie Hassan obteve uma promessa do presidente da Comissão Federal de Comércio, Joseph Simons, de lançar uma investigação sobre o uso de loot boxes (caixas com itens aleatórios que podem ser obtidas em games) pela indústria de videogames em jogos voltados para crianças.

De acordo com uma reportagem recente do Washington Post, o Facebook deverá enfrentar uma multa “recorde” da Comissão Federal de Comércio em breve. Essa punição está relacionada ao escândalo da Cambridge Analytica no ano passado.

Desde agosto de 2018, o preço das ações do Facebook começou a cair, antes de apresentar uma leve recuperação no início do ano novo. Na quinta-feira à noite (24), o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, escreveu uma coluna de opinião no Wall Street Journal intitulada “Os Fatos Sobre o Facebook”, que claramente tinha o objetivo de aliviar os temores dos investidores. Zuckerberg admitiu que o modelo de negócios de sua companhia “pode parecer opaco, e todos nós desconfiamos de sistemas que não entendemos”. Mas essa avaliação ignora completamente as vezes em que o Facebook reconheceu um problema, mas optou por não fazer nada por medo de prejudicar sua reputação e/ou lucros. Há muitas razões compreensíveis para desconfiar do Facebook, e a única pessoa que parece não entender isso é Zuckerberg.

[Reveal, U.S. District Court]

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Depois de pressão, Apple diz que pagará prêmio a vencedores do concurso de fotografia “Shot on iPhone”

Posted: 27 Jan 2019 06:42 AM PST

Nesta sexta-feira (25), três dias após anunciar seu concurso de fotos “Shot on iPhone”, a Apple atualizou sua página oficial de regras para o desafio, em resposta à revolta de artistas nas redes sociais.

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Embora as campanhas de marketing do “Shot on iPhone” não sejam novas, a Apple anteriormente entrou em contato com fotógrafos por meio de sua agência de publicidade em vez de colocar um chamado em público. A empresa solicitou inscrições, com a promessa dos seguintes prêmios a dez fotógrafos vencedores:

6. Prêmio(s). Dez (10) Fotos vencedoras aparecerão no Apple Newsroom, no canal da Apple no Instagram, no apple.com, nas lojas da Apple e em outdoors em todo o mundo, conforme determinado pelo Patrocinador a seu próprio critério. O prêmio é intransferível. Sem substituições ou resgate em dinheiro. O prêmio não tem valor monetário.

Notavelmente, não houve menção explícita de que a Apple tinha planos de efetivamente pagar uma taxa de licenciamento aos artistas naquela seção do documento inicial, que foi obedientemente preservada pela Wayback Machine, do Internet Archive. Como o Verge apontou, essa última linha na citação acima (ênfase nossa) foi um grande ponto de atrito para alguns artistas, que ficaram frustrados e foram às redes sociais para reclamar com a Apple sobre os termos, criticando sua vasta riqueza e, mais amplamente, a prática da indústria de solicitar trabalho livre em troca de exposição.

(“Ao submeter a sua foto, você concede ao iTunes uma licença livre de royalties, mundial, irrevogável, não exclusiva para utilizar, modificar, publicar, exibir, distribuir, criar trabalhos derivados e reproduzir a fotografia (em qualquer lugar) da Apple.” Tim Cook vale US$ 625 milhões. Valor de mercado da Apple: US$ 730 bilhões.)

Agora, o parágrafo mudou. O documento atualizado diz:

6. Prêmio(s). Dez (10) Fotos vencedoras aparecerão no Apple Newsroom, no canal da Apple no Instagram, no apple.com, nas lojas da Apple e em outdoors em todo o mundo, conforme determinado pelo Patrocinador a seu próprio critério. O prêmio é intransferível. Sem substituições ou resgate em dinheiro. Os vencedores receberão uma taxa de licenciamento pelo uso em outdoors e em outros canais de marketing da Apple.

A companhia também atualizou o fim de seu comunicado de imprensa sobre o concurso com uma linha bem importante:

A Apple acredita firmemente que os artistas devem ser compensados pelo seu trabalho. Os fotógrafos que tirarem as dez fotos vencedoras finais receberão uma taxa de licenciamento para o uso de tais fotos em outdoors e outros canais de marketing da Apple.

Ainda não está claro quanto é que os vencedores receberão dessas taxas de licenciamento. Um artista que criticou os termos no Twitter sugeriu que um prêmio de US$ 10 mil seria um bom começo.

O Gizmodo procurou a Apple para verificar se a intenção inicial era de remunerar os vencedores. A empresa se recusou a comentar publicamente sobre o assunto.

[MacRumors, Verge]

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Patinetes elétricos têm feito várias pessoas parar no hospital com ferimentos nos EUA

Posted: 27 Jan 2019 04:24 AM PST

Patinetes elétricos se tornaram bem populares nos Estados Unidos graças a companhias como Bird, Scoot e Lime. No entanto, um estudo publicado nesta sexta-feira (25), aparentemente o primeiro do tipo, fala um pouco dos inconvenientes desse tipo de transporte: várias pessoas estão se machucando e acabando no pronto-socorro.

O início dessa onda de patinetes elétricos começou na Califórnia. Em 2017, a Lime passou a oferecer o serviço de aluguel de patinetes (operado via app) em San Francisco; a Bird, na sequência, lançou sua versão do serviço em Santa Monica. Apesar de terem sido acusadas de infringir regras municipais por colocarem um monte de patinetes nas ruas sem permissão, o novo meio de transporte ficou bem famoso (ambas as cidades baniram temporariamente os patinetes elétricos, mas liberou programas pilotos de algumas companhias).

O patinete elétrico é a maior invenção recente da história da humanidade

Como era de se esperar, os pesquisadores por trás do estudo, publicado nesta sexta no Jama Network Open, são todos da Universidade da Califórnia em Los Angeles, o que deu a eles uma boa noção de como a tendência decolou.

Eles decidiram examinar dados médicos do departamento de emergência de dois hospitais afiliados à universidade, incluindo um de Santa Monica. Eles destacaram casos que ocorreram entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018, usando termos de pesquisa como "patinete", "Bird" e "Lime" para encontrá-los.

Ao todo, 249 pessoas foram ao pronto-socorro com ferimentos associados a patinetes elétricos durante o período. A maioria, 91%, se machucou durante o uso, geralmente caindo. E alguns ficaram seriamente feridos.

"Embora apenas 6% dos pacientes tenham sido internados no hospital, quase um em três pacientes chegou de ambulância. Oitenta por cento tiveram de fazer exames de imagem (raio-X e tomografia computadorizada), e fraturas e ferimentos na cabeça foram comuns entre pacientes recebidos na emergência", disse Tarak Trivedi, médico do centro médico Ronald Reagan da Universidade da Califórnia em Los Angeles, ao Gizmodo por e-mail.

Trivedi e sua equipe também conduziram uma pesquisa simples e observacional de quase 200 condutores de patinetes elétricos, para verificar se eles estavam seguros. Apenas 5% dos condutores usavam capacetes (uma porcentagem similar de condutores no departamento de emergência relatou usar o acessório, embora o uso de capacete não tenha sido especificado em 63% dos casos). Pouco mais de um quarto dos condutores usava a calçada, o que é proibido em vários lugares, enquanto 9% burlaram leis de trânsito, e 8% tinham pessoas junto com elas; 11% eram menores de idade, ignorando a restrição de idade estabelecida por companhias como Bird e Lime.

Médicos já expuseram suas preocupações com os patinetes elétricos anteriormente. Mas as conclusões do estudo, segundo os autores, são as primeiras a documentarem a extensão dos ferimentos no pronto-socorro. Por ora, diz Trivedi, não dá para saber a frequência com que esses incidentes com condutores ocorre, pois não sabemos quantas pessoas usam os patinetes em uma área em específico. Para entender um pouco o contexto, a Bird recentemente anunciou que atingiu dez milhões de viagens em setembro, enquanto a Lime disse ter feito 11,5 milhões de viagens combinando os números de patinetes e bicicletas.

O objetivo dos autores não é brecar a onda dos patinetes elétricos; o próprio Trivedi usa a modalidade de transporte regularmente. No entanto, há claramente oportunidade para as empresas e as cidades reduzirem o risco de acidentes.

"Nosso estudo não conseguiu avaliar o papel de patinetes danificados ou defeituosos nos acidentes. Porém, como um usuário de patinetes elétricos, sei que os aceleradores e os freios podem às vezes 'emperrar'; isso é algo que os pacientes disseram para mim, além de relatarem no pronto-socorro", afirmou. "As empresas de patinetes poderiam facilitar a notificação de patinetes com problema e trabalhar para minimizar o número de patinetes defeituosos. As cidades poderiam considerar expandir faixas protegidas, de modo que os condutores de patinetes, ciclistas e pedestres possam estar seguros."

Uma outra forma de as empresas ajudarem pesquisadores como Trivedi é compartilhar dados de quilometragem percorrida, o que tornaria mais fácil quantificar a taxa de acidentes de uso de patinete. Isso permitiria que eles entendessem o quão perigosos são esses dispositivos. No futuro, Trivedi e seus colegas podem também analisar visitas de pacientes envolvidos em acidentes em consultas médicas, o que permitiria preencher ainda mais lacunas sobre o assunto.

Apesar de tudo isso, não podemos deixar de avisar que os próprios condutores de patinetes elétricos têm responsabilidade de se manter seguros.

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