terça-feira, 26 de março de 2019

Gizmodo Brasil

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Novo app da Apple TV terá mais funcionalidades e entrará em smart TVs e dispositivos de streaming

Posted: 25 Mar 2019 02:47 PM PDT

O grande destaque do evento da Apple nesta segunda-feira (25) foi o lançamento do serviço de streaming Apple TV+, mas houve espaço também para menção a outros anúncios interessantes. Um deles foi o renovado aplicativo Apple TV. E a principal novidade nele talvez seja a possibilidade de rodá-lo em outros dispositivos em breve, como smart TVs — inicialmente da Samsung — e aparelhos dedicados a streaming.

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A Apple está levando o aplicativo para uma série de dispositivos fora do ecossistema tradicional da empresa, desde smart TVs feitas por grandes fabricantes como Samsung e LG até a dispositivos de streaming de terceiros como a Amazon e o Roku. Entretanto, caixas de streaming Android TV como Nvidia Shield e outras não terão acesso. O app chegará às smart TVs e dispositivos de streaming no último trimestre do ano.

Além de todos os programas e conteúdos já disponíveis na plataforma (e da chegada do Apple TV+), o app agora integrará outros serviços de TV, como DirecTV e Spectrum, nos EUA, em seu espaço, permitindo que você assista a todos os seus filmes e séries preferidos na Apple TV.

Enquanto isso, para pessoas que já optaram por não ter TV a cabo, a Apple está também adicionando suporte a serviços de TV over-the-top como Hulu, PlayStation Vue e outros.

Entretanto, se você julgar que não precisa ter acesso a um pacote completo de TV ou canais a cabo, o novo Apple TV Channels permitirá que você assine redes específicas como HBO, Showtime e Starz e todo o seu catálogo. Em seu site oficial, a Apple destaca a presença de “esportes, notícias e canais de provedores de TV a cabo e via satélite”, além do aluguel ou compra de filmes e séries do iTunes.

Todo esse conteúdo citado nos parágrafos acima em um só lugar certamente facilita sua navegação — o fato de que você poderá pagar por tudo em uma só conta também ajuda.

Apple TV terá sistema de recomendação com aprendizado de máquina avançado. Imagem: Reprodução/Apple

O novo app Apple TV também trará um mecanismo de sugestão embutido. Ele contará com curadoria feita por editores e aprendizado de máquina avançado para ajudá-lo a encontrar sua próxima atração favorita. Os programas aparecerão em categorias separadas com base em suas preferências, e o aplicativo incluirá até mesmo uma seção dedicada exclusivamente a conteúdo infantil.

Como esperado, o app Apple TV também funcionará na set-top box Apple TV e em iPhones e iPads, com todos esses novos recursos chegando por meio de um aplicativo de software em maio. Além disso, a Apple está levando o app para o macOS pela primeira vez, mas só no último trimestre do ano.

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Ataque usou atualização de sistema para infectar notebooks da Asus com malware

Posted: 25 Mar 2019 02:14 PM PDT

Um ataque ao servidor de distribuição de atualizações de software para notebooks Asus fez com que donos de computadores da marca baixassem um malware. O código malicioso era tão sofisticado que tinha a assinatura da companhia e endereços MAC das placas de rede dos dispositivos que procurava infectar.

A ofensiva foi descoberta pela empresa de segurança cibernética Kaspersky, e detalhes do ataque, que vem sendo chamado de ShadowHammer, foram publicados em uma matéria do site Motherboard. A Symantec, outra companhia de segurança, confirmou a existência do ataque. A Asus não se pronunciou sobre o assunto até o momento.

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Os pesquisadores da Kaspersky dizem que viram cerca de 57 mil máquinas infectadas com a falsa atualização de software. Esse número diz respeito apenas a computadores com produtos da empresa, no entanto.

A estimativa geral é de que o número de dispositivos com o malware instalado chegue a um milhão. Apesar disso, o programa malicioso não tinha intenção de usar todas as máquinas infectadas, mas, sim, apenas algumas delas.

A escolha era bem específica: uma análise do código do malware mostra que havia uma lista de 600 endereços MAC (identificadores únicos, atribuídos pelo fabricante) de placa de rede que eram procurados.

Como nota a Wired, nem todos os endereços MAC do código eram de dispositivos Asus. Eles podem ser de uma lista mais ampla de alvos pretendidos pelos indivíduos mal-intencionados.

Quando o endereço MAC da placa de rede do computador não batia com um dos que constavam na lista do programa malicioso, ele permanecia em silêncio na máquina. Quando a combinação existia, porém, ele levava o usuário a baixar mais um programa de um servidor falso, que fazia parecer que era da Asus.

Este servidor permaneceu ativo entre maio e novembro de 2018, mas já foi tirado do ar. Como a Kaspersky descobriu a vulnerabilidade em janeiro de 2019, ela não teve acesso a esse segundo programa malicioso e não sabe o que exatamente ele faz nem para que ele poderia ser usado.

O ataque usou um setup.exe de 2015 da própria Asus. Os indivíduos mal-intencionados injetaram o código malicioso no arquivo e conseguiram assiná-lo novamente com a verificação digital da marca taiwanesa.

Vitaly Kamluk, diretor da região Ásia e Pacífico da equipe de análise e pesquisa global da Kaspersky, deu ao Motherboard mais detalhes sobre essa falsificação:

Kamluk diz que o uso de um antigo arquivo binário com um certificado atual sugere que os atacantes tinham acesso ao servidor onde a ASUS assina seus arquivos, mas não ao servidor onde ela compila os novos. Como os invasores usaram o mesmo binário da ASUS em todas as vezes, isso sugere que eles não tinham acesso a toda a infraestrutura da ASUS, apenas parte da infraestrutura de assinatura, observa Kamluk. As atualizações de software legítimas ainda continuaram sendo enviadas aos clientes durante o período em que o malware estava sendo distribuído, mas essas atualizações legítimas foram assinadas com um certificado diferente que usava proteção de validação avançada, o que, segundo Kamluk, dificultava a falsificação.

Os pesquisadores da Kaspersky acreditam que o grupo por trás desse ataque já realizou outras duas ofensivas semelhantes. Uma delas foi o ShadowPad, que segundo o Motherboard teve como alvo um software empresarial de administração de servidores feito por uma companhia coreana.

A outra foi um ataque às atualizações do software de limpeza CCleaner. Executivos da empresa de segurança trabalham com a hipótese de que esse ataque tenha sido usado para obter acesso a servidores da Asus. Do Motherboard:

“A Asus foi um dos principais alvos do ataque ao CCleaner”, disse Raiu (Costin Raiu, diretor da equipe de pesquisa e análise global da Kaspersky). “Uma das possibilidades que estamos levando em conta é que essa tenha sido a forma como eles inicialmente entraram na rede da Asus e depois, através da persistência, conseguiram alavancar o acesso para iniciar o ataque aos computadores.”

A Kaspersky diz que divulgará mais detalhes do ataque, incluindo um artigo e uma apresentação, em um evento de segurança da informação da empresa, a ser realizado no mês que vem em Singapura.

A companhia também liberou uma ferramenta para saber se seu dispositivo foi um dos alvos do ataque. Você deve informar o endereço MAC do seu computador (há instruções sobre como encontrar o seu) para descobrir.

[Kaspersky, Motherboard, Wired]

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O novo serviço de streaming de filmes e séries Apple TV+ vem com um elenco de peso

Posted: 25 Mar 2019 12:52 PM PDT

Em seu grande evento nesta segunda-feira (25), em Cupertino, Califórnia, na sede da empresa, a Apple confirmou os rumores e anunciou sua própria plataforma de streaming de filmes e séries: Apple TV+. Uma série de atores e diretores (e personagens de Vila Sésamo, é claro) subiram ao palco para apresentar suas produções.

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O Apple TV+ será disponibilizado durante o outono do hemisfério norte — o que significa que devemos ver o novo serviço de streaming disponível em algum momento entre 23 de setembro e 21 de dezembro. Por ora, a plataforma não teve seu preço revelado.

O Apple TV+ estará disponível no renovado app Apple TV, que poderá ser acessado em dispositivos Apple, smart TVs da Samsung e, posteriormente, nas plataformas da Amazon Fire TV, LG, Roku, Sony e Vizio.

Trata-se de um serviço de assinatura, livre de anúncios, com conteúdos disponíveis para download e exibição offline. Segundo a Apple, ele poderá ser usado em mais de 100 países e regiões — para a nossa sorte, incluindo o Brasil. Por meio do Compartilhamento Familiar, os usuários poderão dividir sua conta com até cinco pessoas.

No evento desta segunda-feira, a Apple revelou que seu serviço de streaming terá uma seleção ampla de conteúdo, com adições a cada mês, incluindo diversas produções originais. Para apresentar algumas das principais novidades, subiram ao palco estrelas como Jennifer Aniston, Jason Momoa, J. J. Abrams e Oprah.

Produções originais

Captura de tela com títulos do TV+, da Apple

Quando surgiram os primeiros rumores sobre um serviço de streaming próprio da Apple, muitos se perguntaram sobre como poderia ser a criação de conteúdo original por parte da empresa. A resposta nesta segunda-feira mostrou que ela será forte.

Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell estrelarão The Morning Show, série sobre um programa de TV com um pano de fundo que debate a relação entre gêneros no atual momento cultural conturbado. Geopolítica e socialmente falando, as coisas não estão exatamente mais simples, e é aí que entra Little America, programa com Kumail Nanjiani que trará histórias reais de imigrantes nos Estados Unidos, mostrando que, independentemente das origens, entre nós, humanos, as similaridades são maiores que as diferenças.

Já Helpsters, com os personagens da Vila Sésamo, vem com uma proposta criativa e educativa, ensinando codificação para crianças. Esses são apenas alguns dos nomes que subiram ao palco nesta segunda-feira em Cupertino. Mas o principal deles ficou para o final, contando ainda com um interlúdio de Tim Cook. Oprah Winfrey tirou as mais barulhentas palmas do auditório ao apresentar duas produções em que está trabalhando para o Apple TV+: Toxic Labor, um documentário sobre assédio e violência sexual no mercado de trabalho, e uma série dividida em várias partes, ainda sem nome, tendo como tema principal a saúde mental, trazendo histórias sobre depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e outros males modernos que afligem a sociedade.

Por fim, Oprah anunciou um renovado Book Club para a plataforma. Antes um segmento de discussão de livros no The Oprah Winfrey Show, a atração agora chega para o serviço da Apple.

O que foi anunciado nesta segunda-feira soa promissor, e os nomes abaixo reforçam essa sensação. Agora, resta esperar até o fim do ano para ver se o Apple TV+ corresponde ao hype e chega de fato forte para bater de frente com Netflix, Amazon Prime Video e outros grandes nomes da indústria de streaming.

Atores e diretores envolvidos na produção de originais para o Apple TV+/Imagem: Reprodução

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Apple Arcade é a plataforma de games que contará com mais de 100 jogos exclusivos

Posted: 25 Mar 2019 11:24 AM PDT

Na semana passada, o Google fez certo barulho ao apresentar o Stadia, um sistema de streaming de games que rodam na nuvem. Nesta segunda-feira (25), a Apple mostrou sua opção de plataforma de jogos chamada de Apple Arcade, que será um serviço de assinatura mensal com acesso a mais de 100 jogos.

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Segundo a Apple, a plataforma contará com games que podem ser jogados tanto online como offline (diferente da plataforma do Google). O Apple Arcade contará com games exclusivos e que só estarão disponibilizados para assinantes.

Por ora, Annapurna Interactive, Bossa Studios, Cartoon Network, Finji, Giant Squid, Klei Entertainment, Konami, LEGO, Mistwalker Corporation, SEGA, Snowman, ustwo são alguns dos desenvolvedores que estão trabalhando com a Apple no desenvolvimento de títulos exclusivos. Além de fornecer suporte aos desenvolvedores, a Apple tem investido grana na elaboração desses games.

Beyond Steal é um dos jogos do Apple ArcadeBeyond Steal é um dos jogos do Apple Arcade. Crédito: Apple

Diferente do sistema do Google, que ainda não teve um modelo de negócio detalhado, o Apple Arcade será cobrado por mês, e os games estarão disponíveis entre os dispositivos da Apple — portanto iPhones, iPads, Macs e Apple TVs.

Os games que fizerem parte do Apple Arcade não contarão com propagandas e não terão compras adicionais.

A companhia não deu muitos detalhes sobre o lançamento, mas parece que teremos só mais informações no WWDC, evento de desenvolvedores da companhia, e no tradicional evento de setembro (em que a Apple costuma lançar o iPhone). Isso porque a disponibilidade da plataforma está prevista para o outono no hemisfério norte, portanto entre setembro e dezembro.

Diferente dos outros lançamentos, no entanto, o Apple Arcade deve chegar em algum momento no Brasil. Na apresentação, foi falado que será disponibilizado em mais de 100 países, então poderemos ter alguma notícia local sobre o assunto até o fim do ano.

Game Game "Sonic Team Racing" vai ser lançado ainda neste ano no Apple Arcade. Crédito: Apple

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Agora a Apple tem seu próprio cartão de crédito nos EUA: o Apple Card

Posted: 25 Mar 2019 11:02 AM PDT

Já faz um tempo que a Apple tem seu próprio sistema de pagamentos, o Apple Pay, que funciona com cartões de crédito de diversos bancos. A empresa, porém, deu um passo além: no evento desta segunda-feira (25), ela anunciou seu próprio cartão de crédito, o Apple Card.

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Como vantagens, o Apple Card promete faturas mais simples, juros mais baixos, dinheiro de volta em todas as compras e um aplicativo para ajudar você a controlar seus gastos. A Apple tem como parceiros no produto o banco Goldman Sachs e a MasterCard.

O Apple Card se baseia muito no Apple Pay — o cartão e todas as informações dele ficam no aplicativo de carteira, e ele fica disponível instantaneamente quando o usuário pede um. Mesmo assim, haverá também um cartão físico, feito de titânio e sem nenhuma informação pessoal nele, tirando o nome.

A Apple também apresentou um programa de recompensas que devolve dinheiro instantaneamente. O Daily Cash pode ser usado para pagar amigos, abater valores da fatura e comprar coisas nas lojas da Apple. As porcentagens de cashback variam:

  • 3% do valor em compras diretamente da Apple, como assinaturas de serviços, produtos em lojas e aplicativos pagos;
  • 2% de transações feitas com Apple Pay;
  • 1% em compras feitas com o cartão físico.

O cartão da Apple também promete faturas de visualização melhor. Em vez de mostrar a razão social do estabelecimento, o sistema usa aprendizagem de máquina para entender qual é aquele estabelecimento e mostra tudo bonitinho, inclusive com logo da loja.

O aplicativo também tem resumos de gastos mensais e semanais, além de visualização instantânea de quanto será cobrado de juros caso o valor total da fatura não seja pago. A Apple promete juros mais baixos.

A empresa também manteve o foco na privacidade como argumento de vendas e marketing, e promete não usar nem vender os dados do seu perfil de gastos e de suas compras.

A guinada da Apple para o setor de serviços já era prevista, mas lançar um cartão de crédito próprio é um passo além do que se podia imaginar há algum tempo.

O Apple Card estará disponível nos EUA no segundo semestre de 2019.

Capturas de tela: Apple

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Apple News+ é o “Netflix de notícias” que dará acesso a revistas e jornais dos EUA

Posted: 25 Mar 2019 10:25 AM PDT

A história de que a Apple lançaria um sistema de assinatura de notícias à la "Netflix" foi finalmente confirmada nesta segunda-feira (25), durante evento realizado em Cupertino (Califórnia), na sede da empresa. Chamado de Apple News+, ele faz parte do Apple News, app de notícias que vem embutido nos iPhones, mas que ainda não está disponível no Brasil.

O preço de assinatura do Apple News+ é US$ 9,99 por mês — o primeiro mês será gratuito. Por enquanto, o serviço estará disponível para os EUA e para o Canadá.

De acordo com a Apple, farão parte do serviço as seguintes publicações norte-americanas: Time, Vogue, People, National Geographic, Wired, Popular Science, Billboard, The New Yorker, Sports Illustrated, Fortune, Wall Street Journal e Los Angeles Times. Ao todo, serão 300 títulos disponíveis.

Especificamente no Canadá, o News+ contará com 30 revistas locais e o jornal The Star, um dos maiores do país.

Revistas no Apple News Plus

A Apple informa que o uso da plataforma levará em consideração a privacidade. Então, se você ler algum artigo no serviço, nenhum sistema de propaganda saberá o que você leu — o que, de certa forma, é interessante, pois não deve haver aqueles anúncios esquisitos te perseguindo porque você acessou determinado assunto.

Os jornais e revistas estarão disponíveis dentro do app Apple News numa aba chamada News+. Lá, será possível ver capas dos títulos disponíveis, e, em alguns casos, as capas contarão com imagens animadas. No que diz respeito ao conteúdo, além do texto, haverá também infográficos.

A plataforma estará disponível via atualização de app que será realizada ainda nesta segunda-feira (25) nos países disponíveis, portanto, nada de Brasil por ora. Segundo a empresa, a próxima leva de países a receber o Apple News+ será Reino Unido e Austrália.

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Telegram agora permite apagar histórico de conversas até mesmo do celular do seu contato

Posted: 25 Mar 2019 09:14 AM PDT

Ilustração do Telegram sobre recurso que permite apagar histórico de conversas

Se você gosta de privacidade e está um pouco ligado nas opções do mercado para aplicativos de mensagens, deve conhecer — e possivelmente usar — o Telegram. O app agora acaba de fortalecer sua imagem de espaço seguro para se conversar, adicionando um recurso que permite que você apague o histórico de conversas inteiras do seu dispositivo e também do seu contato.

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Basicamente, você poderá deletar chats privados inteiros tanto no seu dispositivo quanto no da pessoa com quem você está falando, independentemente de quem tenha enviado as mensagens. O que pode gerar algum desconforto entre certos usuários é que a nova funcionalidade não deixa nenhuma notificação para o seu contato quando você decide apagar a conversa entre vocês.

Pavel Durov, fundador do Telegram, justificou a novidade apontando para a falta de controle que temos sobre os nossos dados e fazendo referência a casos em que uma conversa antiga acaba com a reputação de uma pessoa pública.

"Uma mensagem antiga que você já esqueceu pode ser tirada de contexto e usada contra você décadas depois. Uma mensagem apressada que você enviou para uma namorada na época da escola pode voltar para te assombrar em 2030 quando você decidir se candidatar a prefeito", escreveu Durov no site da empresa.

Anteriormente, o máximo que um usuário poderia fazer no Telegram era deletar, de ambos dispositivos e dentro de 48 horas após o envio, as mensagens que ele próprio havia enviado para algum contato. A atualização agora dá mais controle, possibilitando apagar o histórico conversas inteiras de ambos os dispositivos e em tempo ilimitado.

Ainda visando a privacidade, o Telegram acrescentou opções para restringir quem pode visualizar suas fotos de perfil e evitar que mensagens suas que sejam encaminhadas possam ser rastreadas até sua conta. Anteriormente, se encaminhassem uma mensagem que você enviou, os destinatários do encaminhamento podiam clicar em seu nome e ser levado ao seu perfil.

A versão 5.5 do app vem também com o mecanismo de busca de emojis e GIFs atualizado, além de novos conjuntos de figurinhas, incluindo personagens como Vladimir Putin, Snoop Dogg, Ryan Gosling e Borat.

[Telegram via The Verge]

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Por que uma nova e incrível observação do CERN está fazendo os físicos estourarem champanhe

Posted: 25 Mar 2019 08:29 AM PDT

Cientistas anunciaram a observação de “violação da simetria CP em um méson D” no CERN, uma descoberta que aparecerá nos livros escolares de física durante anos. Você provavelmente está imaginando o que isso significa.

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O Universo é cheio de matéria comum. Existe também antimatéria, até mesmo aqui na Terra, mas muito menos dela. Essa nova observação é importante por si só, mas também aproxima os físicos de explicar onde foi parar toda a antimatéria.

“Isso abre um novo campo”, disse Giovanni Passaleva, porta-voz do experimento LHCb que detecta colisões de partículas no Grande Colisor de Hádrons (LHC) no CERN, ao Gizmodo. “Nunca havíamos conseguido ver uma violação da simetria CP nesses quarks up, mas agora temos os instrumentos no LHC e no LHCb para explorá-la.”

Entender a violação da simetria CP requer começar do quark top, ou melhor, o quark charm. Existem seis tipos de quarks: up, charm e top, todos com uma carga elétrica de 2/3, e o down, o strange e o bottom, cada um com carga de -1/3.

Cada quark tem um parceiro antiquark com a mesma massa e a carga oposta (-2/3 em vez de 2/3, e 1/3 em vez de -1/3), e paridade oposta, que você pode pensar como quiralidade. Essas partículas se combinam em prótons e nêutrons que criam átomos além de uma variedade de outras partículas, como o méson D, uma partícula composta de quark charm e um antiquark up.

As leis da física diferem se apenas a paridade for trocada, mas devem permanecer as mesmas se a carga e a quiralidade são trocadas — isso se chama simetria CP e basicamente diz que a física se comporta da mesma maneira quando você troca uma partícula por uma imagem-espelho de sua antipartícula. Mas uma particularidade das antipartículas é que elas aniquilam quando elas encontram sua matéria correspondente comum — e, ainda assim, existe muito mais matéria do que antimatéria no Universo. Como é que isso aconteceu?

Uma potencial explicação por trás disso é a violação da simetria CP, ou violação CP — exemplos em que as leis da física funcionam diferentemente se você substitui uma partícula por outra partícula que tem a carga e a quiralidade opostas.

A violação CP foi observada pela primeira vez em káons, partículas que contêm quarks strange, em 1964. Foi algo muito importante, garantindo aos físicos James Cronin e Val Fitch o Prêmio Nobel em 1980. Ela foi detectada de novo no começo da década de 2000, nos mésons B, partículas que contêm quarks bottom.

Se você estiver prestando atenção, verá que tanto o quark bottom quanto o strange têm uma carga de -1/3. A violação CP nunca foi observada em um quark com uma carga de 2/3, mesmo que seja previsto que ele exista pelas regras da física de partículas, chamadas de modelo padrão. Quer dizer, não havia sido observada até agora.

O LHCb é um experimento que monitora colisões de prótons de alta energia no Grande Colisor de Hádrons, em Genebra, na Suíça. Esses prótons viajam quase na velocidade da luz e, quando colidem, transformam muito dessa energia em partículas que então decaem dentro do experimento.

Físicos do LHCb relataram nesta quinta-feira (21) na conferência de física Moriond, na Itália, que seu experimento mediu uma assimetria na taxa com que os mésons D decaíam virando outras partículas, em comparação com a taxa com que os antimésons D decaíam para virar outras partículas.

Sua análise revela que eles detectaram um exemplo de violação CP, especificamente no quark charm do méson D em comparação com o antiquark charm do antiméson D. Foi um efeito minúsculo que levou dezenas de milhões de mésons D para ver, mas ele estava lá.

Isso é importante. “A palestra de Federico Betti”, na qual o resultado foi anunciado, “foi bem recebida por um aplauso mais longo do que o habitual, e depois disso os organizadores [da conferência] chamaram (de surpresa!) toda a equipe do LHCb em Moriond no palco e ofereceram duas garrafas de champanhe”, disse Passaleva ao Gizmodo.

Porém, como é geralmente o caso da física de partículas, a história está longe de terminar. Mesmo com a nova descoberta, “a violação CP que vemos e previmos pelo modelo padrão não é suficiente para explicar por que toda a antimatéria desapareceu e por que temos mais matéria do que antimatéria no Universo”, disse Passaleva. “Precisamos encontrar novos fenômenos para explicar a diferença total entre matéria e antimatéria.”

A equipe vai continuar medindo a quantidade de violação CP para ver se concorda com a quantidade prevista no modelo padrão ou se difere — caso seja este o caso, pode ser um sinal de fenômenos físicos nunca antes vistos.

Mas, hoje, a equipe do LHCb está comemorando.

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Anatel começa a bloquear celulares irregulares em São Paulo e mais 14 estados

Posted: 25 Mar 2019 07:08 AM PDT

Fachada da Anatel. A cor predominante é prata, e o logo da Anatel é um círculo azul e uma curva em amarelo, com a palavra Anatel escrita em maiúsculas na cor verde. O dia está ensolarado e o céu, azul. Há uma bandeira do Brasil hasteada logo em frente ao prédio.

Desde maio do ano passado, a Anatel vem bloqueando os celulares piratas – aqueles contrabandeados, sem certificação da agência e que não têm o número IMEI. Agora, entramos na última fase do cronograma da agência: desde o último domingo (24), eles estão realizando o bloqueio dos telefones irregulares de 15 estados.

Os bloqueios estão acontecendo em São Paulo e Minas Gerais, nos nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe); e em quatro estados da Região Norte (Amapá, Amazonas, Pará e Roraima).

Quem habilitou seu aparelho irregular nesses estados antes de 7 de janeiro não será afetado — o bloqueio será apenas para celulares ativados a partir desta data. Se você recebeu um SMS pelo número 2828 com o texto: "Operadora avisa: Pela Lei 9.472 este celular está irregular e não funcionará nas redes celulares em 75 dias", se prepare para descartar o seu aparelho.

A agência diz que "celular irregular é aquele que não tem o selo da Anatel que indica a certificação do aparelho e garante ao consumidor a compatibilidade com as redes de telefonia celular brasileiras, a qualidade dos serviços e a segurança do consumidor, segundo os requisitos estabelecidos pela Anatel".

De acordo com a Agência Brasil, a Anatel enviou, desde o início do Projeto Celular Legal, 531 mil mensagens de aviso de desligamento a celulares irregulares. Até o momento, foram bloqueados mais de 244 mil celulares em todo o país. O estado com mais celulares desligados é Goiás: 85,9 mil.

Dispositivos importados de marcas que não atuam no Brasil, como Xiaomi e OnePlus, vão continuar funcionando normalmente – ou importados dos Estados Unidos, por exemplo. A medida tem como alvo apenas os celulares que não possuem um número IMEI registrado no banco de dados da GSMA, associação global de operadoras móveis.

A Anatel também disponibiliza um site com informações para quem tiver dúvidas, o Celular Legal, em que é possível consultar a situação do IMEI do aparelho. De acordo com a agência, o programa tem como objetivo aumentar a segurança dos usuários e reduzir o número de roubos e furtos de celulares, combatendo a falsificação e clonagem de IMEIs.

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Boeing recebe sinal verde para atualizar sistema do avião 737 Max

Posted: 25 Mar 2019 06:18 AM PDT

Jatos Boeing 737 Max no Aeroporto Internacional Sky Harbor, em Phoenix

A Boeing anunciou no começo deste mês que planejava lançar uma série de atualizações para o programa de treinamento e software do avião 737 Max até abril. Agora, o Wall Street Journal informa que as alterações foram “provisoriamente” aprovadas pelas autoridades da Federal Aviation Administration (órgão equivalente à Anac nos EUA), embora mais verificações e testes em solo sejam necessários antes do lançamento completo do update.

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Citando fontes governamentais envolvidas com o assunto, o WSJ publicou no sábado (23), que atualização de software para o recurso MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System) da Boeing em aeronaves 737 Max tornará o sistema de estabilização “menos agressivo e mais controlável pelos pilotos”:

As modificações, segundo as autoridades, criam um recurso mais gentil de prevenção de estol, redesenhado para não dominar outros comandos do cockpit ou falhas de ignição com base em leituras defeituosas de um único sensor. Ele foi concebido para empurrar automaticamente o nariz para baixo apenas uma vez – por não mais do que 10 segundos – se a aeronave estiver em perigo de perder a sustentação ou a elevação.

Parte das mudanças previstas inclui um treinamento aprimorado para a tripulação que trabalhará nesses aviões, que segundo o WSJ envolverá cursos interativos em computadores, bem como mais informações sobre como funciona o recurso de MCAS e como desativá-lo. As mudanças devem chegar nas próximas semanas.

Um porta-voz da Federal Aviation Administration (FAA) disse ao Washington Post em um comunicado que “espera que o software seja corrigido no início da próxima semana” e que a avaliação será feita “no momento”.

A Boeing disse em um comunicado à imprensa no dia 11 de março que estava trabalhando com a FAA em um treinamento aprimorado e em uma atualização de software envolvendo o recurso MCAS que seria lançado “o mais tardar em abril”.

A empresa citou em seu comunicado o Voo 610 da Lion Air, um dos dois acidentes fatais envolvendo aviões 737 Max 8. As autoridades têm investigado até que ponto um problema de software foi crucial no acidente da Lion Air, que matou 189 pessoas em outubro.

Após um acidente da Ethiopian Airlines envolvendo novamente uma aeronave 737 Max 8 que matou 157 pessoas no início de março – e que os investigadores dizem ter “semelhanças claras” com o acidente da Lion Air – a empresa anunciou que iria suspender o uso dos modelos 737 Max 8 e Max 9. A Boeing disse que a suspensão foi aplicada à sua frota global dessas aeronaves – eram 371 no total.

O CEO, presidente e chairman da Boeing, Dennis Muilenburg, disse na época que, apesar de manter “total confiança” na segurança do modelo, a suspensão foi emitida “por uma abundância de cautela”.

“A segurança é um valor fundamental na Boeing enquanto estivermos construindo aviões; e sempre será. Não há maior prioridade para nossa empresa e nossa indústria”, disse Muilenburg. “Estamos fazendo tudo o que podemos para entender a causa dos acidentes em parceria com os investigadores, implantar melhorias de segurança e ajudar a garantir que isso não aconteça novamente”.

[Wall Street Journal]

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Como erro fez com que casa virasse “estoque de eletrônicos roubados” sem ter havido nenhum crime

Posted: 25 Mar 2019 04:25 AM PDT

Resumo: nesta reportagem é relatado como uma casa na África do Sul virou alvo de batidas policiais e abordagem de pessoas por supostamente ser o destino de eletrônicos roubados. Todo o problema tem relação com sistemas que tentam determinar a localização baseado em um número IP.


Os visitantes começaram a chegar em 2013. O primeiro que veio e se recusou a sair até que deixaram entrar era um investigador particular chamado Roderick. Ele estava procurando por uma garota raptada e estava convencido de que ela estava na casa.

John S. e sua mãe Ann moram na casa, que fica em Pretória, a capital administrativa da África do Sul ao lado de Joanesburgo. Eles não haviam sequestrado ninguém, então ligaram para a polícia e pediram que um oficial aparecesse. Roderick e o policial atravessaram a casa de sala em sala, olhando armários e sob as camas atrás da menina desaparecida. Roderick alegou ter usado um dispositivo de rastreamento "profissional" que " não poderia estar errado", mas a garota não estava lá.

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Esta não foi uma ocorrência incomum. John, 39 anos, e Ann, 73 anos, estavam acostumados com estranhos aparecendo na sua porta os acusando de crimes; os visitantes costumavam puxar mapas em seus smartphones que apontavam para o quintal de John e Ann como um foco de atividade criminosa.

O avô de John comprou a casa de três quartos em 1964, em um bairro calmo e tranquilo, então popular entre os funcionários públicos, e plantou nectarinas e pessegueiros em seu amplo quintal. Nos primeiros 50 anos, tudo estava mais ou menos bem.

Quintal da casa dos horrores, que era o "estoque de eletrônicos roubados"A casa de Ann e John em Pretória, na África do Sul, atraiu inúmeros visitantes. Foto: Kashmir Hill

Ann e seu marido herdaram a casa em 1989 e, quando a violência e o crime aumentaram na área, instalaram uma cerca em torno da propriedade e grades sobre as janelas. Em 2012, John se mudou, pouco antes de seu pai morrer. Infelizmente, quase na mesma hora que os problemas começaram.

“Minha mãe me culpou inicialmente”, disse John. “Ela disse que eu trouxe a internet para dentro da casa”.

As visitas vinham em ondas, às vezes até sete por mês, e muitas vezes à noite. Os estranhos espreitavam do lado de fora ou batiam na cerca automática na entrada da garagem. Muitos deles, acompanhados por policiais, acusavam John e Ann de roubarem seus eletrônicos roubados (telefones e laptops). Três adolescentes apareceram um dia à procura de alguém que escreveu comentários desagradáveis ​​em seus posts no Instagram. Uma família veio em busca de um parente desaparecido. Um oficial do Departamento de Estado apareceu procurando um fugitivo procurado. Certa vez, uma equipe de policiais invadiu a propriedade, apontando uma enorme arma pela porta para Ann, que estava sentada no sofá da sala de estar jantando. Os homens armados disseram que estavam procurando por dois iPads.

“Bem-vindo à casa dos horrores”

“É quase de maneira religiosa que essas pessoas chegam aqui, pensando que seus bens estão no meu quintal”, John me disse. “Os clientes da Apple parecem ser os piores”.

Mandado de buscaEm 2017, a polícia apareceu com um mandado de busca à procura de um laptop HP roubado: Serviço de Polícia Sul-Africano do Brooklyn/SAPS/John S.

Eles se perguntaram se seria pior se não fossem sul-africanos brancos. E de fato, quando a polícia apareceu procurando por um laptop roubado na casa de seu vizinho, um pastor chamado Horace, que é negro, a polícia acabou pegando um laptop na casa e levando o inquilino de Horace para a delegacia para interrogatório. Era uma pista errada, como de costume.

Há alguns meses, John recebeu uma queixa legal no correio de uma loja sul-africana de artigos de couro chamada Benna Bok; os donos o acusaram de intimidá-los no Facebook e disseram que estavam temendo por suas vidas. Essa foi a gota d'água. John levou a sério a descoberta do que estava acontecendo e procurou especialistas que pudessem ajudá-lo. Foi também quando o problema começou a custar um bom dinheiro; ele contratou um escritório de advocacia, para o qual ele pagou 20.000 ZAR (ou cerca de US $ 1.500) até o momento.

Apesar das aparências, John e Ann não são criminosos. John é um advogado que trabalha em casos de direito de propriedade e direitos humanos – ajudando pessoas atrás de asilo e retornando terras tiradas de negros sul-africanos no passado. Ann é uma enfermeira que passou a maior parte de sua vida em salas de parto na África e no Oriente Médio. Ela se mudou da Irlanda para a Zâmbia quando tinha 22 anos porque, segundo ela, "queria trabalhar no sol"; lá, ela conheceu o pai de John, que era da África do Sul. Não, eles não são criminosos. Eles simplesmente vivem em um local muito infeliz, um local amaldiçoado por decisões mal feitas por pessoas que viviam a meio mundo de distância, pessoas que faziam marcações em mapas e em bancos de dados sem pensar nos lugares do mundo real e nas pessoas que eles representam.

Ann, uma enfermeira da África do SulAnn, uma enfermeira, veio da Irlanda na década de 1960 para "trabalhar ao sol". Foto: Kashmir Hill

John e Ann foram vítimas de um fenômeno tecnológico que não conseguiam entender e não tinham ideia de como resolver. Eles aceitaram essas visitas como um aborrecimento recorrente, como a chuva ou um alarme de carro, mas isso passou de um aborrecimento para uma ameaça à carreira de John, quando os proprietários de Benna Bok ameaçaram processá-lo por assédio. Eles não acreditaram quando ele disse que era um caso de identidade digital equivocada; eles disseram que haviam registrado uma queixa policial e ameaçaram denunciá-lo à sua associação profissional. Então ele foi trabalhar para desvendar a maldição em sua casa, e eu o ajudei a exorcizá-la.

As linhas gerais desta história podem soar familiar para você, se você já ouviu falar sobre esta casa em Atlanta, ou já leu sobre esta fazenda no Kansas, e é, de fato, semelhante: John e Ann também são vítimas de mau mapeamento digital . Há uma diferença crucial: mas desta vez, aconteceu em escala global, e o governo dos EUA desempenhou um papel fundamental.


“Eu não fazia ideia do que estava acontecendo”, disse Ann em um café em Durban, na costa leste da África do Sul. “Eu pensei que era mentira, que eles estavam vindo para a casa para tentar ver o que estava dentro para que eles pudessem roubá-la”.

A casa foi roubada uma vez, em 2014. O invasor levou o telefone de Ann, tablet, e jóias que ela recebeu de recém mães em Omã, que tendem a dar presentes para as enfermeiras que ajudam a parir seus bebês. Ela não tentou rastrear os dispositivos.

John achou que devia haver algum tipo de sinal digital vindo da casa. Ele entrou em contato com provedores locais de serviços de internet pedindo ajuda, ligou para a empresa que fez o modem, cancelou o telefone fixo da casa e enviou um e-mail para um contato internacional da Apple pedindo à empresa que investigasse o problema – tudo sem sucesso. Ele começou a manter registros meticulosos de todos os visitantes que passavam por ali e redigiu notas sobre o que estava acontecendo que ele imprimia e dava às pessoas que continuavam chegando e acusando-o de novos crimes.

Então, em 2016, ele viu um artigo que eu escrevi sobre um casal em Atlanta que recebia estranhos em sua casa repetidamente procurando smartphones perdidos. Ele me enviou um e-mail, mas foi formal e vago, e descreveu o problema como se estivesse acontecendo com um terceiro.

“Já que o casal referido encontrou uma solução, o escritor ficaria feliz em ouvir de você”, escreveu ele.

Respondi a ele enviando uma história que escrevi sobre uma fazenda no Kansas, localizada aproximadamente no centro dos Estados Unidos. A proprietária da fazenda, Joyce Taylor, vinha lidando com acusações de atividade criminosa há uma década e não sabia por quê – até que liguei para ela e lhe disse que o jardim da frente era um ponto focal em um banco de dados oferecido por uma empresa chamada MaxMind.

Desde 2002, a MaxMind, sediada em Massachusetts, está no negócio de determinar onde, no mundo, um dispositivo digital é baseado em seu endereço IP, que é o identificador único de que um dispositivo precisa para se conectar à internet. Se você está lendo esta história na internet, está fazendo isso em um dispositivo usando um endereço IP e nossos servidores registraram esse endereço de IP. Nós também provavelmente mapeamos para descobrir se você é um leitor americano, ou um leitor brasileiro, ou um leitor africano. Você provavelmente está vendo anúncios em torno dessa história que são direcionados a você com base em onde achamos que você está, com base no seu endereço de IP.

Empresas como a MaxMind têm algumas maneiras diferentes de descobrir onde um endereço IP está localizado. Eles podem fazer pesquisas do mundo real enviando carros para o mundo, como o Google Street View, que procura redes WiFi abertas, conecta-se a elas, obtém seus endereços IP e registra sua localização física. Ou podem comprar informações de localização de aplicativos nos smartphones das pessoas, que correlacionam endereços IP a coordenadas de GPS. (Você leu aquele artigo assustador no New York Times sobre "aplicativos que sabem onde você estava ontem à noite"? São para empresas como a MaxMind que eles estão contando).

Quando esses métodos mais precisos não estão disponíveis, a MaxMind pode simplesmente ver qual empresa possui um endereço IP— essas informações são mantidas por organizações internacionais sem fins lucrativos que "mantêm a Internet funcionando sem problemas" – e, em seguida, fazem uma suposição sobre onde o endereço IP está, seja no escritório da empresa ou localizado em algum lugar na cidade onde a empresa está sediada.

O que muitas pessoas não percebem sobre o mapeamento de IP (e eu gostaria que eles percebessem, já que eu escrevi duas grandes histórias sobre isso em 2016) é que não é uma ciência exata. Às vezes, um endereço IP pode ser mapeado até uma casa – você pode tentar mapear o seu próprio endereço IP aqui – mas, em geral, um endereço IP, em sua forma mais precisa, apenas indica qual cidade e estado um dispositivo se encontra. Na sua forma menos precisa, ele simplesmente revela de qual país um dispositivo está se conectando à internet.

Mas os sistemas de computador não lidam bem com conceitos abstratos como "cidade", "estado" e "país", então a MaxMind oferece uma latitude e longitude específicas para cada endereço de IP em seus bancos de dados (incluindo o seu grátis e amplamente utilizado banco de dados de código aberto). Juntamente com o endereço IP e suas coordenadas vem outra entrada chamada “raio de precisão”.

O raio de precisão faz o que você poderia esperar. Diz quão precisas são as coordenadas; indica a área de 5 milhas (8 km), ou de 100 milhas (cerca de 160 km), ou 3.000 milhas (4.828 km), a partir de um “ponto” em um mapa. Infelizmente, ele é ignorado por muitos sites de mapeamento geográfico, como o IPlocation.net, que obtém seus dados do IPInfo e EurekAPI, outros dois bancos de dados de geolocalização IP que usam o MaxMind como fonte.

A MaxMind fornece informações de localização para milhares de empresas. Alguns usam para exibir anúncios locais. Alguns usam isso para evitar fraudes. Alguns usam para determinar se um cliente está acessando a versão correta de seu site ou serviço.

A MaxMind nunca me disse exatamente qual é sua receita secreta para determinar em que parte do mundo um endereço IP está localizado, mas se eles não sabem muito bem onde está localizado um endereço IP, e sabe apenas que está sendo usado por um dispositivo em algum lugar nos Estados Unidos, anteriormente eles já deram as coordenadas para o jardim da frente da fazenda de Joyce Taylor no Kansas; quando liguei para ela em 2016, 90 milhões de endereços IP eram mapeados para sua casa no banco de dados da MaxMind. Toda vez que um dispositivo usando um desses endereços IP fazia algo terrível, aqueles que observavam presumiam que as pessoas que moravam na fazenda eram responsáveis.

Quando enviei um e-mail ao fundador da empresa, Thomas Mather, em 2016, perguntando por que havia associado tantos endereços IP à fazenda do Kansas, ele tinha sido incrivelmente sincero comigo, explicando que a empresa havia escolhido um local digital padrão para os Estados Unidos, sem perceber que isso causaria problemas para a pessoa que morava lá. Ele me perguntou o que a empresa deveria fazer para corrigir a situação. “Você tem uma noção de quão longe nós devemos localizar essas latitudes e longitudes de um endereço residencial?” Ele me mandou um e-mail de volta. “Nós também precisamos localizar a latitude e longitude para algum lugar afastado de negócios/endereços comerciais?”.

Eu fiquei um pouco atordoada na hora que o CEO de uma empresa me pediu esse tipo de conselho tão básico sobre seu próprio negócio. A empresa acabou mudando o local padrão para os EUA da fazenda de Joyce Taylor para um lago próximo. Taylor e os moradores da fazenda processaram a MaxMind; o caso foi resolvido fora do tribunal.

A MaxMind pareceu perceber que tinha feito uma grande besteira. No início de 2018, eles disseram que estavam removendo longitudes e latitudes do banco de dados gratuito que oferecia online, mas de acordo com um post em abril passado, os clientes reclamaram, então a MaxMind decidiu deixá-los. “Por favor, lembre-se de usar o raio de precisão ao exibir coordenadas em um mapa”, MaxMind advertiu no final do post. Também transferiu preventivamente outras coordenadas populares para locais que não resultariam em assédio para cidadãos particulares.

“A MaxMind mudou mais de cem coordenadas que eram indicadas com frequência”, disse Tanya Forsheit, advogada da empresa, por e-mail. "A MaxMind escolhe as coordenadas que acredita que não serão mal interpretadas para serem associadas a edifícios ou residências específicas. Isso pode incluir corpos de água, florestas, parques, etc".

Localização da casa em Pretória da MaxMindMaxMind mapeou mais de um milhão de endereços IP para este ponto no quintal de John e Ann: Google Maps

O tecnólogo Dhruv Mehrotra rastreou o banco de dados gratuito da MaxMind para mim e mapeou os locais que apareciam com mais frequência. Infelizmente, a casa de John e Ann deve ter acabado de sair do MaxMind depois da correção. Eles estavam na posição 104 de local mais popular no banco de dados, com mais de um milhão de endereços IP mapeados até eles.


Fico com vergonha de dizer que não percebi isso em 2016, quando John entrou em contato pela primeira vez. Eu recebia muitos e-mails na época de pessoas que esperavam poder resolver seus mistérios tecnológicos, e o de John ficou perdido em minha caixa. Estremeço ao pensar no número de histórias importantes que ficam nas caixas de entrada de jornalistas que estão ocupados demais para dar atenção.

Mas não foi totalmente minha culpa. Quando visitei John em sua casa em Pretória em janeiro deste ano, ele me disse que hesitava em continuar a conversa comigo porque se preocupava com a forma como isso o fazia parecer o alvo frequente de interrogatório criminal. (Ele ainda está preocupado com isso, e pediu para não ser facilmente identificável nesta matéria).

"Você quer ser conhecido pelas coisas boas que fez na vida", John me disse, "não as coisas ruins que aconteceram você".

Ele também pensou que tudo poderia parar por conta própria depois da história da fazenda de Kansas demonstrar tão claramente quão prejudicial o mapeamento de endereços IP defeituoso pode ser. A desvantagem dessa demora é que John e Ann continuaram a receber visitas nos últimos dois anos, tão recentemente quanto dezembro de 2018, quando a polícia apareceu à procura de uma vítima de sequestro. A vantagem é que John procurou outra ajuda. Ele viu no Facebook que um colega de classe do Pretoria Boys High, o mesmo colegial de Elon Musk, era professor de ciência da computação na Universidade de Pretória. John enviou-lhe uma mensagem.

"Você quer ser conhecido pelas coisas boas que você fez na vida, não pelas coisas ruins que aconteceram com você".

"Eu não sou o guru, esse cara é," o colega respondeu, enviando informações de contato para John de Martin Olivier, um professor na universidade. Três dias depois de John entrar em contato com ele, Olivier descobriu que a MaxMind não escolheu colocar o alvo na casa de John e Ann por conta própria. Eles receberam ajuda dos militares dos EUA.


Olivier, como eu, recebeu um e-mail muito cauteloso de John, que não citou nenhuma pessoa em particular como vítima do problema. “No começo, não fazia sentido”, disse Olivier durante um almoço em um restaurante em Pretória. "Mas, conforme ele me contou mais, ficou bem claro o que havia acontecido".

Olivier é um sujeito largo, com cabelos grisalhos e uma grande barba espessa. Quando o conheci, ele estava vestido da cabeça aos pés de jeans azul e usando sapatos de couro azul. Eu pensei nele imediatamente como “Papai Noel de jeans”, e depois não conseguia me livrar dessa descrição do meu cérebro. Ele fala inglês com um sotaque africâner e leciona ciência da computação na África do Sul há três décadas.

Especialista em TI Martin OlivierMartin Olivier, em seu escritório na Universidade de Pretória Foto: Kashmir Hill

Olivier percebeu rapidamente que o endereço IP de geolocalização era o culpado, mas ele queria descobrir por que a casa de John e Ann havia sido selecionada como local padrão, então ele foi para o Google.com. Ele mapeou a casa de John e obteve sua latitude e longitude; digamos que foi -25.700062, 28.224437. Ele então tentou várias buscas envolvendo essas coordenadas e acabou em um site chamado "Pretoria Prayer Times" que dizia aos muçulmanos que hora do dia eles precisavam orar se vivessem em Pretória, conforme identificado pelas coordenadas da casa de John.

Parecia que as coordenadas representavam Pretória como um todo, então Olivier procurou por "coordenadas de GPS da cidade", que o levaram ao banco de dados gratuito da MaxMind. Ele tentou “City GPS database” em vez disso, e depois de um número de caminhos falsos, como capturado na história das buscas do Google que ele imprimiu para mim, ele acabou em uma página do Google Answers para “banco de dados de cidades no mundo + coordenadas GPS + população?" Era uma discussão sobre como encontrar tal banco de dados e um dos comentários mencionou um arquivo "enorme de nomes de cidades que contém provavelmente mais de um milhão de nomes com dados de latitude e longitude". A pessoa acrescentou: "É da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos EUA (quem diria?)".

Quando Olivier acessou o banco de dados e fez uma busca por Pretória, na África do Sul, descobriu que a designação para "a capital de uma entidade política "apontava diretamente para a casa de John. Quando consultou o site da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial, descobriu que é uma agência de inteligência dos EUA e parte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e "fornece inteligência geoespacial de classe mundial que fornece uma vantagem decisiva para os formuladores de políticas, combatentes e profissionais de inteligência".

Tabela da NGA mostra endereço da casaUma busca por Pretoria na base de dados da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial retornou as coordenadas para a casa de John e Ann. Captura de tela: Geonames.nga.mil

Uma pessoa familiarizada com a comunidade de inteligência me disse que a agência faz análise de imagens de satélite para os militares e para a comunidade de inteligência para determinar, por exemplo, se uma determinada região está construindo secretamente silos de armas nucleares. Em 1999, quando a agência era conhecida como National Imagery and Mapping Agency (Agência Nacional de Imagens e Mapeamento), forneceu um mapa e uma análise de imagens de satélite ao exército dos EUA que foi usado quando a OTAN bombardeou erroneamente a embaixada chinesa em Belgrado; Os analistas de agências não reconheceram o prédio como uma embaixada. Quando a agência mudou seu nome em 2003, ele hifenizou "Inteligência-Geoespacial", de modo que, de acordo com essa pessoa, poderia se vangloriar de ter um acrônimo de três letras, como o FBI, a CIA e a NSA. Sendo ele NGA.

Logo da NGA
Uma obscura agência do governo dos EUA, com sede na Virgínia, mapeia o mundo, atualizando mensalmente seu banco de dados online gratuito. Crédito: Agência Nacional de Inteligência Geoespacial

Os seres humanos concebem o mundo como um mapa gigante, como uma série de lugares com linhas desenhadas em torno deles e rótulos dentro das linhas. A NGA é responsável pela gravação oficial das linhas e etiquetas para a totalidade do governo dos EUA (para que funcione a partir de um mapa padrão para o resto do mundo), mas também para todos que usam o banco de dados online gratuito da NGA. A única parte do mundo que a NGA ignora em grande parte são os próprios EUA, porque não deveria estar “espionando” os americanos, e o US Geological Survey cuida do mapeamento local.

"Sim, a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) é uma das fontes de dados nos bancos de dados MaxMind", me disse um advogado da MaxMind por e-mail.

A MaxMind determinou que mais de um milhão de endereços IP foram operados por entidades em Pretória (como a ISP Telkom SA, da África do Sul) e, portanto, geolocalizou esses endereços IP para as coordenadas oferecidas pela NGA para a cidade. E sempre que alguém usa um desses endereços IP para fazer algo ruim – como acossa os donos de uma loja de artigos de couro pela internet -, parece que alguém mapeia o endereço como se a coisa ruim estivesse sendo feita por alguém sentado no quintal de John e Ann.

“Sua opção mais simples pode ser se mudar ;-)”, escreveu Olivier a John em um e-mail.

"Talvez a minha casa sirva como um bom estacionamento", John respondeu, convencido de que pouco podia fazer para combater a desinformação propagada pelos militares dos EUA.

A paixão de Olivier é a forense digital, e fazer com que as autoridades, promotores e juízes usem melhor as evidências tecnológicas, então isso foi particularmente frustrante para ele. (Ele não está sozinho).

“O problema com a localização por IP é que sabemos que é um lixo”, ele me disse. "É bom para jogos e anúncios, mas não para qualquer coisa mais formal".

Não é que os endereços IP sejam inúteis para coleta de provas, mas a abordagem apropriada é ir até o provedor de serviços de internet que opera o endereço IP e informá-lo quem o usava no momento em que fez alguma coisa ruim. Isso geralmente requer uma intimação ou ordem judicial, o que faz com que as pessoas comuns optem por sites de mapeamento de IP. E esses sites infelizmente não dizem às pessoas como o mapeamento IP é impreciso, a menos que eles leiam as letras miúdas ou cliquem no FAQ. (Perguntei a um dos sites mais populares, Iplocation.net, por que eles não têm um aviso mais proeminente sobre a imprecisão do mapeamento de endereços IP, mas não responderam a várias perguntas).

As ferramentas gratuitas disponíveis para nós online pode nos dar uma sensação injustificada de que sabemos mais e com maior grau de certeza do que realmente sabemos.


“Bem-vindo à casa dos horrores”, disse John para mim, quando um motorista do Uber me deixou do lado de fora de sua casa em Pretória.

Era a primeira semana de janeiro, horário de verão na África do Sul, e o sol brilhava forte sobre nós. Ele era alto e vestido formalmente em um terno, mas apertou minha mão calorosamente e me convidou para entrar em sua casa. Sua casa está em uma estrada principal e o som do tráfego que passava era audível em sua sala de estar. Ele me disse que ele e sua mãe estavam pensando em vender a casa, mas sentiam que provavelmente não conseguiriam até que o problema dos visitantes fosse resolvido, porque eles teriam que revelar o problema para qualquer comprador em potencial.

John voltou a entrar em contato comigo em outubro, assustado com as ameaças que estava recebendo da loja de artigos de couro Benna Bok e querendo finalmente resolver o problema. Desta vez, concentrei toda a minha atenção nisso.

De acordo com documentos legais, marido e mulher lançaram a loja Benna Bok no Facebook um ano antes; eles ficaram imediatamente impressionados com o número de pedidos feitos por seus simples sapatos e bolsas de couro. Eles atrasaram na produção e os clientes começaram a ficar irritados com atrasos no envio. Uma pessoa anônima usando o pseudônimo "Frank Vermuelen" revelou dados pessoais dos donos das lojas e de seus pais, postando seus números de telefone e endereços online, chamando-os de golpistas, fraudadores e ladrões. O marido recebeu um telefonema de alguém que ameaçou “cortar suas bolas” se ele não recebesse um reembolso por um pedido não cumprido.

Os donos de Benna Bok, sentindo-se "aterrorizados", de alguma forma conseguiram o endereço IP de Vermuelen e o mapearam até a casa de John. Além de suas ameaças de processar John e denunciá-lo à sua associação profissional, Benna Bok anunciou em uma série de posts no Facebook que logo exporia Vermuelen.

Benna Bok se sentiu injustamente acusada de ser fraudulenta, mas estava perpetuando o ciclo de acusações injustas indo atrás de John, que nunca tinha ouvido falar da loja antes dela acusá-lo de assédio em série. Entrei em contato com Benna Bok e seu advogado várias vezes sobre o caminho que os levou a John, mas nunca recebi uma resposta. A insatisfação do cliente com o fracasso da loja em entregar produtos em tempo hábil foi alta o suficiente para que um dos proprietários tenha sido recentemente entrevistado no programa 60 Minutes da África do Sul. Parece incerto se os donos da loja estão enganando seus clientes ou são apenas pessoas realmente ruins nos negócios, mas de qualquer forma, John agora está agradecido por terem vindo atrás dele.

“É quase uma bênção”, ele me disse. "Eu estava esperando que tudo fosse embora sozinho, mas isso me forçou a fazer algo a respeito. Antes o problema era efêmero. A polícia vinha procurar algo e ia embora sem encontrá-lo. Mas desta vez houve um caso, algo que eu poderia me apegar e lutar".

John me levou em uma caminhada em torno de seu quarteirão. Todas as casas tinham cercas na frente, algumas com arame farpado no topo. Cães latiram para nós quando passamos por muitas das casas.

Ele me levou para o seu quintal para me mostrar o lugar que servia como um farol para um número desconhecido de bancos de dados. Era um grande espaço gramado, com pedras posicionadas em um quadrado de aproximadamente 6 por 6 metros no meio. Havia uma banheira de pássaros, uma laranjeira, um galpão que servia de espaço de trabalho e um gato correndo por ali, de olho em um pássaro preto tomando banho. Era enganosamente sereno e pacífico comparado a todos os problemas que causou.

Quintal da casa em Pretória (África do Sul)As bases de dados digitais fizeram com que parecesse que mais de um milhão de dispositivos se ligavam à Internet a partir daqui. Foto: Kashmir Hill

Por que razão a NGA escolheu este local para representar toda a cidade de Pretória?

“Nossos geógrafos políticos usam mapas de escala média para colocar as coordenadas de um elemento o mais próximo possível do centro de um lugar populoso”, disse a porta-voz da NGA, Erica Fouche. "Nesse caso, [John] mora perto da capital. Não havia absolutamente nenhuma intenção de colocar as coordenadas em sua residência".

"Para contexto adicional, nossas coordenadas para características politicamente sensíveis, como Jerusalém, são precisas e baseadas nas especificações do Departamento de Estado", ela acrescentou em um e-mail posterior, como se dissesse que os cartógrafos geralmente não são tão casuais sobre essas coisas.

"Este é o primeiro pedido de um cidadão privado para reavaliar as coordenadas que a equipe de GeoNames da NGA recebeu em pelo menos sete anos".

O que é um lugar? Qual é o seu centro? O que melhor o representa? Existem vários possíveis “centros” diferentes de Pretória. Tem o parque zoológico. Tem o maior shopping da África. Existem vários prédios do governo que serviram como centros políticos na longa e complicada história da África do Sul. Há o Palácio da Justiça na Praça da Igreja, onde Nelson Mandela foi preso. Há os Union Buildings, com a famosa estátua de Nelson Mandela, com os braços erguidos, que serve como sede do governo sul-africano. O quintal de John e Ann fica em um subúrbio ao norte do centro da cidade, e não está claro como os cartógrafos da NGA decidiram que era um local-chave. Foi uma decisão pesada, embora aparentemente aleatória.

“Eu acho que é bastante irresponsável”, disse Ann. "Você imaginaria que eles iriam pesquisar ou fazer algum tipo de investigação antes de colocar o farol lá".

Fouche me disse que John e Ann poderiam enviar um e-mail para a agência para "corrigir a situação" e me deram um endereço de e-mail que eu passei para John.


Quando descobrimos qual era o problema, foi relativamente fácil consertar. Os advogados de John enviaram um e-mail para a NGA e, após cerca de um mês, eles mudaram as coordenadas para um local recomendado pelo advogado de John: Church Square, um centro histórico de Pretória.

“O que basicamente significa que eu acabei de colocar a mira dos militares dos EUA na testa de Oom Paul, certamente uma das maiores conquistas da minha vida”, escreveu o advogado de John em um e-mail, referindo-se a uma controversa estátua na praça que comemora Paul Kruger, um líder político africânder do final do século 19 que lutou contra os britânicos e fazia parte de uma longa linhagem de líderes sul-africanos que oprimiam os cidadãos negros do país. ("Oom" significa "tio".)

Estátua em Pretória, África do SulIsso agora é "Pretória" na base de dados da NGA. Foto: Kashmir Hill

Perguntei à NGA se iria reavaliar outras coordenadas na sua base de dados para evitar que algo assim acontecesse novamente.

“A NGA rotineiramente modifica coordenadas para manter um produto preciso e continuará a melhorar todos os nossos metadados, como a disponibilidade da fonte permite”, um porta-voz da NGA respondeu por e-mail. "Este é o primeiro pedido de um cidadão para reavaliar as coordenadas que a equipe de GeoNames da NGA recebeu em pelo menos sete anos".

"Devemos ter muito cuidado em confiar nesses enormes conjuntos de dados".

A MaxMind optou por mover as coordenadas para um local diferente: um lago em uma parte industrial da cidade. Dois anos depois que a MaxMind tomou conhecimento desse problema com os locais padrão, seu advogado disse que ainda está tentando consertá-lo.

"A MaxMind tomou medidas significativas para ajudar a reduzir a probabilidade de uso indevido de coordenadas por terceiros e está atualmente trabalhando para finalizar um longo projeto para desenvolver uma ferramenta para revisar todas as coordenadas usadas e fazer ajustes conforme necessário", disse Tanya Forsheit, a advogada da empresa, por email. Quando pedi mais detalhes sobre a “ferramenta”, ele contou ser uma visualização de “onde no mundo um determinado par de latitude e longitude aparece em um mapa [com a habilidade] para fazer e salvar ajustes, conforme necessário, após duas pessoas conduzir revisão manual".

Forsheit não conseguiu fornecer um cronograma de quando a MaxMind seria capaz de analisar mais profundamente as coordenadas em seu banco de dados, mas disse que a MaxMind "antecipa que vai começar a incorporar ajustes já no começo do ano". Ela também disse que a MaxMind está "ajustando suas mensagens sobre o sentido de latitude e longitude". Companhias que usam seu banco de dados deve usar uma mancha indicando a região no mapa, e não um ponto.

E esse é o problema, na verdade. Os problemas de John e Ann não foram necessariamente causados ​​por um agente ruim, mas pela interação de um monte de decisões descuidadas que se espalharam por uma série de bancos de dados. A NGA fornece um banco de dados gratuito, sem regulamentações sobre seu uso. A MaxMind usa algumas coordenadas desse banco de dados e adiciona endereços IP a elas. Em seguida, os sites de mapeamento de IP, assim como as operadoras de telefonia que oferecem serviços de "localizar meu telefone", exibem essas coordenadas em mapas como locais distintos e exatos, ignorando o "raio de precisão" que deve acompanhá-las.

As vítimas de roubo, policiais, investigadores particulares, os Hawks (o FBI da África do Sul) e até mesmo investigadores do governo estrangeiro apareceram equivocadamente na porta de John e Ann, e nenhum deles jamais tentou descobrir o por quê.

“Assumimos a exatidão dos dados e, muitas vezes, essas pessoas que são supostamente competentes cometem erros e esses erros são muito prejudiciais para o dia a dia das pessoas”, disse Olivier. "Precisamos chegar a um ponto em que a responsabilidade possa ser atribuída a indivíduos que usam os dados, para garantir que eles usem os dados corretamente".

Um efeito colateral estranho das alterações feitas pela NGA e MaxMind foi que uma busca pelas coordenadas da casa de John e Ann no Google Maps mostrava um ponto de localização no quintal, enquanto fotos do Google Street View exibiam a Prefeitura de Tshwane. O Google disse que isso foi o resultado de “um erro de backend” quando perguntei a respeito.

Olivier disse que provavelmente ninguém no mundo realmente entende como todos esses bancos de dados interagem.

"Há uma relação interessante entre os vários conjuntos de dados. O que parece ser uma mudança local pode ter um efeito global", disse Olivier. "Até entendermos essas mudanças, nós devemos ser muito cuidadosos ao depender desses grande conjuntos de dados".

Enquanto as mudanças que a NGA e a MaxMind fizerem forem distribuídas para outros bancos de dados, o pesadelo provavelmente acabou para John e Ann. Mas é bem provável que existam outras pessoas no mundo com o mesmo problema, que não sabem porque isso está acontecendo com elas, que não sabem quem está causando isso, e não tem ideia de como resolver. Esperamos que eles encontrem essa matéria.

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Mais um rumor para o evento da Apple de segunda-feira: um serviço de games por assinatura

Posted: 24 Mar 2019 01:22 PM PDT

O tão esperado evento da Apple na segunda-feira (25) provavelmente terá uma revelação dos próximos serviços de streaming de TV e de notícias por assinatura da companhia. Mas há uma possibilidade de que a Apple também possa abordar seu serviço de jogos por assinatura, informou a Bloomberg no sábado (23).

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O serviço de jogos, relatado pelo Cheddar em janeiro, terá supostamente como foco principal o agrupamento de jogos para iPhones e iPads e funcionará basicamente como uma “Netflix dos jogos”. A Bloomberg noticiou que a Apple pode discutir o serviço durante seu evento de segunda-feira, mas disse que a empresa também pode adiar até junho, quando realizará sua Conferência Mundial de Desenvolvedores. Citando fontes familiarizadas com os planos da empresa para o serviço, a Bloomberg afirmou:

A empresa coletaria essas taxas mensais e então dividiria a receita entre os desenvolvedores com base em quanto tempo os usuários passam jogando seus jogos, uma das pessoas disse. A Apple provavelmente está considerando títulos populares pagos na App Store e excluiria títulos que são gratuitos para download, mas que geram receita por meio de compras no aplicativo.

A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de entrevista do Gizmodo sobre a reportagem da Bloomberg.

O Cheddar noticiou anteriormente que a Apple estava trabalhando no serviço de jogos, citando cinco fontes que afirmaram que as conversas com os desenvolvedores começaram em 2018. Na época, ainda havia uma questão de se a empresa estava seriamente se empenhando no produto. Como informou o Cheddar, o projeto estava “ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento, e a Apple poderia, por fim, decidir abandoná-lo”.

Mas a informação da Bloomberg sobre a busca da Apple por jogos pagos para a plataforma — diferentemente daqueles que arrecadam dinheiro por meio de ofertas dentro de aplicativos — parece ser mais uma forma de a empresa aumentar suas ofertas de serviços. Como o Cheddar apontou, o esforço colocado pela empresa em serviços vem em um momento em que ela está procurando expandir sua receita, já que as vendas de aparelho estão desacelerando, paralelamente a uma época em que vemos uma onda de streaming e serviços de assinatura.

Mesmo que o suposto serviço de jogos da Apple não seja anunciado nesta segunda-feira, ainda há muitas possibilidades (principalmente rumores) para o que Tim Cook tem na manga. E, como o Verge observou, falar do serviço de jogos em sua conferência de desenvolvedores pode fazer mais sentido. E mais, além dos serviços de notícias por assinatura e de streaming de filmes e séries, ainda há uma chance de vermos algumas revelações de hardware na segunda-feira também. Porém, dado o hábito da Apple de nos manter em suspense, qualquer coisa pode acontecer até amanhã.

[Bloomberg]

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Especialistas especulam como o Google vai cobrar para que você jogue no Stadia

Posted: 24 Mar 2019 11:28 AM PDT

O Google anunciou durante a semana o seu novo e extravagante serviço de streaming de jogos Stadia. No entanto, a questão de como o gigante da tecnologia está planejando monetizá-lo permanece bastante aberta. Não está claro se os usuários terão acesso à biblioteca de jogos do Stadia comprando títulos individuais, pagando uma assinatura mensal ou até mesmo jogando gratuitamente em um modelo à base de anúncios.

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Em entrevista ao Business Insider na sexta-feira (22), alguns analistas da indústria se mostraram céticos quanto à viabilidade da última opção, dados os imensos custos do desenvolvimento de títulos campeões de venda e a necessidade das empresas de desenvolvimento de saber se conseguirão gerar lucro.

“Em um mundo perfeito para o Google, seria um modelo baseado em anúncios, já que a empresa não é tão bem-sucedida em serviços pagos”, disse ao site o analista Patrick Moorhead, da Moor Insights & Strategy. “A realidade é que levaria décadas para que a jogabilidade e o conteúdo fossem otimizados para esse modelo.”

Outro analista, Eric Haggstrom, da eMarketer, disse ao Business Insider que o mercado de anúncios em jogos, avaliado em US$ 3 bilhões, é atualmente composto principalmente por games móveis de qualidade inferior. Mas ele viu várias áreas onde o Google poderia injetar publicidade, sugerindo que a empresa também poderia recorrer a um modelo no estilo Fortnite ou Apex Legends, em que a jogabilidade básica é gratuita, mas os usuários podem pagar por complementos como skins e itens estéticos:

“Se você tem um novo jogo de battle royale que acabou de sair e quer que as pessoas joguem seu jogo, em última análise, o melhor lugar para anunciar seria dentro de outros jogos que são semelhantes”, disse Haggstrom.

O analista acha que o serviço do Google deve adotar uma abordagem parecida com a do megapopular Fortnite, que não cobra dos jogadores para baixar seu jogo, mas permite a compra de skins e outros itens estéticos no game. Ele acredita que esse tipo de modelo de compra dentro do jogo poderia fazer sentido, considerando que o Stadia tem divulgado uma plataforma aberta com pouquíssimas barreiras de entrada.

Os jogadores também são notoriamente inconstantes, e muitos já estão perdendo a paciência com táticas mesquinhas como microtransações, então é difícil imaginar que eles se adaptem bem a um modelo que requer a interrupção de suas jogatinas de vez em quando para que sejam bombardeados com anúncios.

Por fim, no entanto, as despesas de execução de um modelo com suporte a anúncios podem ser muito grandes para o Google suportar. Os concorrentes atuais normalmente optam por modelos de assinatura.

O vice-presidente do Google, Phil Harrison, sugeriu ao Polygon que o serviço exigirá o gasto de imensas quantias de dinheiro para funcionar em primeiro lugar; o Stadia será, pelo menos em teoria, um streaming de jogos em resoluções HD com altas taxas de quadros para milhões de usuários que terá a capacidade de entregar isso com uma fidelidade gráfica muito maior (além da escala, como, por exemplo, com as partidas de Battle Royale com mil jogadores) que a dos consoles existentes.

“É registro público que, em 2019, o Google estará gastando US$ 13 bilhões em infraestrutura e despesas de capital”, disse Harrison ao site. “Portanto, este é um investimento muito significativo para a empresa.”

Outras questões sobre o serviço permanecem, além de como, exatamente, os usuários terão acesso ao Stadia,. Uma delas é se vale a pena a troca de ter os títulos individuais em sua prateleira ou dentro do seu console por ter acesso a uma plataforma de streaming que pode definir seus próprios termos. Outra é se o Google consegue firmar parcerias com players da indústria cautelosos em relação a transtornos e/ou saltar com tudo em direção ao desenvolvimento interno de jogos, um negócio complicado que às vezes corre terrivelmente mal até para gigantes da indústria como a Bethesda (o lançamento desastroso de Fallout 76 serve de exemplo).

Como o Verge apontou, o Google também está fortemente inclinado a usar a integração com o YouTube e o Twitch como uma ferramenta promocional, assim como um recurso de crowd play que permitirá aos jogadores jogar com seus streamers favoritos — mas fazer isso sem expor esses streamers a assédio e trolls pode ser difícil.

[Business Insider/Polygon]

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Astrolábio português de nau de Vasco da Gama é o mais antigo já encontrado, confirma análise

Posted: 24 Mar 2019 09:27 AM PDT

Cientistas confirmaram que um disco de bronze gunmetal descoberto na costa do Omã em 2014 é o astrolábio mais antigo já conhecido, de acordo com um novo artigo.

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O disco foi encontrado debaixo d’água no local de naufrágio do navio de Vicente Sodré e continha imagens icônicas portuguesas ainda presentes na bandeira de Portugal. O navio fazia parte de uma subfrota da armada portuguesa numa viagem à Índia liderada por Vasco da Gama em 1502-1503, comandada pelos tios de da Gama, Vicente e Brás Sodré.

Embora parecesse ser um astrolábio, era preciso mais confirmação. Imagens laser de cientistas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, revelaram agora marcadores de escala ao longo das extremidades do disco, confirmando que se tratava, de fato, de uma ferramenta de navegação antiga. Os astrolábios eram instrumentos utilizados pelos marinheiros a partir do final do século XV para determinar a latitude, apontando o disco para o Sol e lendo as marcações nas laterais do objeto.

“Foi diferente de tudo que já escavamos no local anteriormente”, disse David Mearns, especialista em busca e recuperação em águas profundas da Blue Water Recoveries, que encontrou o astrolábio, em entrevista ao Gizmodo.

O astrolábio ainda debaixo d’água no local. Foto: David Mearns

O astrolábio vem de um conjunto de escavações do naufrágio do navio de Sodré perto de Al Hallaniyah, uma ilha ao largo da costa de Omã. As decorações históricas no artefato levaram os pesquisadores a sugerirem que ele já tinha sido utilizado em 1496.

A tripulação havia ancorado em Al Hallaniyah para encontrar abrigo dos ventos sazonais das monções — mas um vento particularmente forte afundou o navio, matando Vicente Sodré e muitos dos seus marinheiros (você pode ler mais sobre a história do naufrágio no artigoAn Early Portuguese Mariner’s Astrolabe from the Sodré Wreck-site, Al Hallaniyah, Oman” [“Astrolábio antigo português do naufrágio do Sodré, Al Hallaniyah, Omã”], publicado no International Journal of Nautical Archaeology).

Mearns liderou a missão de escavar o naufrágio e encontrou o objeto em 2014. O escudo português e a esfera armilar, que hoje aparecem na bandeira do país, foram imediatamente identificáveis, mas, no início, a função do disco não foi confirmada acima de qualquer suspeita. Afinal, os astrolábios são raros; apenas 104 foram descobertos.

Em 2016, engenheiros da Universidade de Warwick visitaram Muscat, em Omã, onde o item foi guardado e digitalizado em 3D com um laser. As imagens revelaram 18 marcas de escala ao longo do canto superior direito do disco, que os cientistas deduziram serem marcas de cinco graus. Talvez as marcas de um grau tenham desaparecido.

Engenheiros examinando o astrolábio. Foto: Jason Warnett

Embora a data exata da criação do astrolábio não esteja clara, a data do naufrágio do navio de Sodré por si só o confirma como o exemplar sobrevivente mais antigo já encontrado, de acordo com o artigo. Além disso, ele conta a história do desenvolvimento dos astrolábios em si. Diferentemente de astrolábios mais recentes, que eram uma roda aberta, o astrolábio de Sodré era um disco sólido.

Os pesquisadores por trás do artigo explicam que os astrolábios posteriores eram mais pesados e tinham aberturas para reduzir a interferência do vento, tornando-os mais estáveis. “Em comparação, os primeiros astrolábios feitos de madeira, ou do tipo de disco sólido, teriam sido instrumentos relativamente primitivos, propensos à instabilidade com ventos fortes no mar e não particularmente precisos”, escrevem eles.

O objeto agora aparece no inventário de astrolábios da Texas A&M University e foi verificado independentemente pelo Guinness World Records como o astrolábio mais antigo do mundo. Atualmente, ele está localizado no Museu Nacional do Omã, em Muscat.

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Apple: tudo que se especula para o evento de novos serviços desta segunda-feira

Posted: 24 Mar 2019 06:09 AM PDT

Caso você não saiba, haverá um evento da Apple nesta segunda-feira, 25 de março. É provavelmente por causa disso que vimos a empresa lançar silenciosamente algumas atualizações de produtos conhecidos nesses últimos dias. Na segunda-feira (18), tivemos dois iPads reforçados, na terça (19), notícias de um novo iMac, e na quarta (20), novos AirPods.

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Porém, a grande estrela do evento desta semana provavelmente serão os serviços de streaming e notícias especulados pela imprensa (a teoria é de que a empresa está atualizando tudo o que tem para atualizar de uma vez para que você foque o que é realmente novo: esses serviços). Abaixo, confira todos os rumores rodando pela internet sobre o que a empresa de Cupertino pode estar preparando.

Assinatura do Apple News com alguns — mas não todos — grandes veículos

A Apple estaria trabalhando em um serviço de assinatura mensal de notícias. Pense nele como um agregador, com o bônus de não ter que lidar com paywalls. Segundo o Wall Street Journal, o preço deve ficar na casa dos US$ 10, embora, aparentemente, a companhia esteja tendo problemas em convencer algumas empresas a concordar com seu modelo de receitas. A Apple supostamente quer uma fatia de 50%, e empresas noticiosas não estão nem um pouco contentes com esse retorno financeiro.

O serviço de notícia também incluirá algumas revistas, depois da aquisição do app Texture pela Apple. Desde que ela comprou o aplicativo, a Apple já fez algumas mudanças, segundo a Bloomberg, como optar por um valor de mensalidade único em vez de um sistema de dois níveis.

A mesma reportagem sugere que as tentativas da Apple de relançar o Texture estão diretamente nos planos da companhia para o serviço de assinatura de notícias. De acordo com o MacRumors, editoras de revistas parecem estar, em sua maioria, a bordo, já que já estão acostumadas com a divisão ao meio das receitas desde que a Apple comprou o Texture. Já com os jornais, a coisa é mais incerta. O New York Times noticiou que o Wall Street Journal estará disponível no serviço. Enquanto isso, NYTWashington Post estariam optando por ficar de fora.

Apple TV

Foto: Alex Cranz/Gizmodo

Um serviço de streaming de TV como a Netflix… sem nenhum conteúdo ousado

Especula-se que o serviço de streaming de TV da Apple será lançado com mais duas dezenas de séries e filmes, abarcando uma gama de gêneros (no entanto, em entrevista à Sports Illustrated, a Apple disse que esportes ao vivo não estarão no pacote). Fora isso, os detalhes confirmados sobre o serviço são poucos. De acordo com a CNBC, caso você já tenha dispositivos da Apple, pelo menos parte do conteúdo deverá ser livre. A mesma reportagem diz que talvez exista uma taxa fixa por mês. Muito provavelmente, ele ficará perto de concorrentes como Hulu e Netflix em termos de preço.

No que diz respeito ao conteúdo, a suposta oferta da Apple inclui uma mistura de conteúdo original com a opção de acesso a conteúdo de assinatura de outros provedores de TV a cabo, embora a Netflix já tenha dito que não participará. Mesmo assim, a Apple ainda tem muita programação em andamento. Alguns destaques incluem uma comédia não intitulada feita pelos criadores de It’s Always Sunny in Philadelphia, assim como uma série de animação chamada Central Park, feita pelos criadores de Bob’s Burgers. Há vários dramas, incluindo The Morning Show, estrelado por Reese Witherspoon, Jennifer Aniston e Steve Carell, e um reboot da série de antologias de ficção científica Amazing Stories, de Stephen Spielberg. Ainda assim, a atitude reticente da Apple em relação a sexo e violência levou alguns criadores, como Bryan Fuller, a deixar projetos por causa de “diferenças criativas”.

Alguns pequenos ajustes de design com o iOS 12.2

O iOS 12.2 está em teste beta desde o fim de janeiro de 2019, o que significa que desenvolvedores astutos já identificaram algumas possíveis atualizações que a Apple pode estar planejando. De acordo com essa matéria do 9to5Mac, é possível que existam limitações de geofencing para o eletrocardiograma no Apple Watch Series 4 (porque outros países não o liberaram como a FDA fez). E, com a notícia de que a Apple está fazendo uma parceria com a Goldman Sachs para um cartão de crédito, poderíamos ver “anéis de atividade” para o Wallet aparecendo também.

Outras atualizações pequenas podem incluir a introdução do Apple News no Canadá, um suporte para TV do HomeKit e uma miscelânea de ajustes de design.

A esperada chegada do AirPower

Finalmente. Depois de muitas reflexões sobre se o AirPower era só um vaporware, há muitas provas de que o seu lançamento é iminente.

Parte da especulação vem da evidência do suporte ao AirPower no iOS 12.2 beta. O Wall Street Journal noticia que a Apple aprovou a produção do dispositivo no início deste ano. Isso foi reforçado pelo anúncio da Apple dos novos AirPods, que também vieram com um estojo de carregamento sem fio. Se ele não for lançado neste evento, a Apple talvez espere até junho pela WWDC ou mesmo o fim de ano. O que são mais alguns meses de espera, né?

Imagem do AirPower, o carregador sem fio da Apple

Um iPod Touch novinho

Esta semana que passou foi repleta de atualizações de produtos mais antigos da Apple, e um iPod Touch novo pode ser o próximo. O confiável analista especializado em Apple Ming-Chi Kuo disse que espera um novo iPod Touch com um processador mais potente neste ano. Enquanto isso, o MacRumors observa que um desenvolvedor encontrou referências a um novo iPod Touch no código do iOS 12.2 também.

Tocador iPod na cor azulGizmodo

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Facebook arruina tentativa de mulher de culpar sua irmã por um crime

Posted: 23 Mar 2019 02:29 PM PDT

Na semana passada, o gabinete do xerife da Carolina do Sul publicou uma história bem doida em sua página do Facebook sobre como a funcionalidade “Pessoas que você talvez conheça” do Facebook frustrou a tentativa de uma mulher de esconder sua identidade da polícia.

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O caso, que já foi compartilhado milhares de vezes e foi destacado pela mídia local, aconteceu quando uma mulher que dirigia uma SUV foi parada pela polícia por infrações de trânsito. Ela disse aos policiais que não estava com sua habilitação ali, mas informou seu nome e data de nascimento. Os policiais colocaram o nome em seu sistema e não encontraram nenhuma pendência, então a liberaram depois de multá-la por dirigir sem o documento.

É aqui que entra a parte doida: de acordo com o gabinete do xerife do condado de Berkeley, um dos policiais “estava no Facebook quando um perfil com o mesmo nome dado às autoridades na blitz apareceu na lista de pessoas que ele talvez conhecia. Acontece que o nome mostrava uma outra pessoa”.

A mulher parada pelos policiais era Amanda Leigh Wall, 31, de acordo com a polícia, mas ela deu a eles o nome e data de nascimento de sua irmã. Quando os policiais procuraram pelo nome real de Wall no sistema, descobriram o porquê dela ter mentido: sua habilitação estava suspensa.

O gabinete do xerife publicou a história no Facebook junto com uma foto de Wall, as hashtags #GirlStopLying (#GarotaPareDeMentir) e #YouThoughtYouFooledUs (#VocePensouQueTinhaNosEnganados) e um pedido para que Wall se entregasse.

publicamos por aqui como o Facebook consegue fazer conexões inexplicáveis (e às vezes assustadoras) entre estranhos dentro da funcionalidade de recomendação de amigos na aba “Pessoas que você talvez conheça”. Esse incidente pareceu particularmente inexplicável.

Entrei em contato com o departamento de polícia cujo policial supostamente viu a irmã de Wall como uma “pessoa que você talvez conheça” (curiosamente, era um departamento diferente daquele que publicou a história no Facebook. As autoridades dos dois departamentos estavam juntas na blitz). Um porta-voz do Departamento de Polícia do Condado de Goose Creek me disse que essa história “não aconteceu desse jeito” que foi contado pelo gabinete do xerife de Berkeley.

A policial do condado de Goose envolvida na blitz teve a sensação de que Wall tivesse revelado sua identidade real. Então, posteriormente, ela procurou no Facebook o nome que Wall tinha informado, como todo mundo faz, e descobriu uma pessoa com uma foto de perfil que não se parecia com a pessoa que estava dirigindo o SUV. Vamos chamar essa pessoa de Irmã Prejudicada. A policial tinha um amigo em comum com a Irmã Prejudicada e conseguiu o número dela, ligou e perguntou se ela havia sido parada recentemente em uma blitz e, se não, quem poderia ter dado aos policiais o nome dela e sua data de nascimento.

A Irmã Prejudicada decidiu não assumir essa responsa e revelou o nome real de Wall. O Dia de Ação de Graças vai ser muito estranho nessa família.

“O policial fez um bom trabalho investigativo e descobriu quem realmente era”, disse o porta-voz por telefone.

Então, um algoritmo mágico e misterioso não resolveu este caso; foi apenas um policial que foi dar uma procurada no Facebook e explorou os poderes da máquina de vigilância que Mark Zuckerberg trouxe ao mundo.

Algumas lições desta história:

  • Não minta sobre sua identidade para a polícia;
  • Se você mentir para polícia sobre quem você é, não dê o nome de alguém que saiba quem você é;
  • Mais importante, não dê o nome da sua irmã (a menos que seja sua gêmea);
  • E, como sempre, não acredite em tudo o que você lê no Facebook.

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Especialistas já alertavam sobre riscos da automação de controle de voo há 15 anos

Posted: 23 Mar 2019 11:05 AM PDT

Os dois acidentes trágicos com os aviões 737 Max mais vendidos da Boeing parecem cada vez mais causados ​​por dois fatores. Um deles é um defeito no sistema automatizado projetado para evitar que a aeronave perdesse sustentação. O outro é a falta de treinamento dos pilotos para lidar com esse sistema. Os relatórios finais ainda não estão disponíveis, mas há semelhanças entre os acidentes na Indonésia e na Etiópia, que juntos mataram 346 pessoas, e o registro de reclamações de outros pilotos. Tudo aponta para problemas com o Sistema de Aumento de Características de Manobra, ou MCAS.

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Em suma, uma combinação de um sistema de automação não familiar e potencialmente defeituoso e uma tripulação que não foi adequadamente informada sobre como operar ou tomar o controle desse sistema pode ter levado a ambos os acidentes, segundo constatações preliminares. Uma coisa chama a atenção: esse é precisamente o cenário perigoso que um grupo de previsões para segurança da aviação avisou há mais de uma década.

A Equipe de Segurança da Aviação Futura (FAST) é um grupo que foi convocado pela primeira vez em 1999 por um consórcio de reguladores internacionais de voo. Ela é copresidida por Brian E. Smith, do Centro de Pesquisas Ames, da NASA. Em 2004, o grupo publicou um relatório chamado "Aumentando a confiança na automação de voo", abordando uma tendência que já estava em curso. Segundo a FAST, o relatório tinha "duas principais conclusões":

a) haverá problemas ao tentar manter o costume de "aprender na prática" devido a futuros avanços na automação da cabine de pilotagem;

b) o estresse e a fadiga aumentarão rapidamente quando a tripulação de voo não entender o que a automação está solicitando à aeronave.

O relatório chamou isso de "surpresa da automação". O termo descreve com precisão o que parece ter acontecido com os pilotos ao tentarem tomar o controle das mãos do sistema MCAS para impedir que seus aviões Boeing Max caíssem (“surpresa de automação” é um termo tão potente e útil que pode ser aplicado de maneira mais ampla à forma como nos confundimos e nos sobrecarregamos com sistemas automatizados desconhecidos).

Basicamente, como os novos aviões 737 Max 8 têm motores que ficam mais avançados na asa do que os modelos anteriores, eles tendem a perder sustentação com mais facilidade, caso o nariz da aeronave se incline para cima excessivamente. O MCAS automaticamente entra em ação para abaixar o nariz.

No acidente da Indonésia, o piloto lutou contra um MCAS que estava respondendo a dados errôneos do sensor, elevando a inclinação do nariz manualmente 21 vezes. O sistema empurrava o nariz de volta para baixo após cada correção. Ao fim, parece que foi o MCAS quem derrubou o avião no Mar de Java. Até agora, os dados de voo do acidente na Etiópia indicam um padrão semelhante.

É possível tomar o controle das mãos do sistema de piloto automático MCAS, mas a Boeing aparentemente não revelou como a nova automação funciona para os pilotos, no que parece ter sido um esforço para manter a mesma "classificação de tipo" de avião — mesmo que isso significasse reter informações sobre os riscos que isso representava. Isso ajudou a empresa a evitar inúmeras horas de um treinamento financeiramente caro para os pilotos.

Assim, tanto na Indonésia quanto na Etiópia — e em voos que os pilotos registraram reclamações sobre o problema, mas que não caíram —, os pilotos foram submetidos à surpresa da automação. O sistema desconhecido entrou em ação (erroneamente, no caso do voo da Lion Air na Indonésia), e eles não tinham as ferramentas ou conhecimento para controlar a aeronave a tempo.

Por 20 anos, a FAST trabalhou na identificação de dezenas de Áreas de Mudança (AoCs, sigla em inglês para “Areas of Change”) no campo da aviação. Elas variam de “Novos sistemas de vigilância e registro de cockpit e cabine” a “Modelos organizacionais globais” a “Novas aeronaves hipersônicas” até “Confiança na capacidade de a automação suportar um complexo sistema de transporte aéreo". O grupo se dedicou a pesquisá-los profundamente para entender como eles podem impactar a segurança dos passageiros e dos pilotos.

No caso do estudo "Aumentando a confiança na automação da cabine de voo", de 50 páginas, segundo a FAST, as "informações vieram de uma pesquisa piloto com mais de 190 entrevistados, com uma média de 10.000 horas de voos e 20 anos de experiência”.

Os cinco principais perigos identificados pela FAST com sistemas emergentes de voo autônomo foram:

  1. Tripulação de voo gastando tempo excessivo em um papel de monitoramento, potencialmente comprometendo sua capacidade de intervir quando necessário.
  2. Falha da tripulação de voo em permanecer ciente do modo de automação e do estado de energia da aeronave.
  3. Modos desconhecidos de automação de aeronaves podem resultar em aeronaves com condições de voo perfeitamente normais assumindo, de repente, características que o piloto raramente ou nunca encontrou anteriormente.
  4. Falhas latentes nos monitores ou no sistema primário de controle de voo podem passar despercebidas porque não foram realizados testes suficientes envolvendo interação humana.
  5. Os pilotos podem não ser adequadamente treinados para entender a filosofia do projeto de automação quando a funcionalidade está sendo automaticamente degradada em situações particulares por razões conhecidas apenas pelo software.

Cada um dos perigos que coloquei em negrito — isto é, todos menos o primeiro — parece ter acontecido aos dois voos da Boeing Max que terminaram em acidentes devastadores.

A FAST continuou a estudar a automação da área de mudança à medida que evoluía. No ano de 2016, em um relatório chamado "Preocupações sobre a segurança da aviação para o futuro", os autores escreveram que, "embora a crescente dependência da automação da cabine de pilotagem tenha sido um fator importante no atual registro favorável na segurança da aviação comercial ocidental, o uso incorreto/a má compreensão da tecnologia tem estado envolvido em certos acidentes de grande importância".

Eles analisaram pelo menos cinco voos em que acidentes foram atribuídos à surpresa da automação. Um exemplo é o voo 447 da Air France, que ia do Rio de Janeiro a Paris. A confusão com um controle automático e com um sistema de computador que interferiu em um momento crucial contribuiu para um acidente que matou todos 228 passageiros a bordo do avião Airbus A330-200.

Curiosamente, na época desse acidente, a Boeing era publicamente resistente a empregar muita automação. Enquanto a Airbus usava alavancas de controle que os pilotos podiam programar e liberar rapidamente — deixando-as no que poderia parecer uma posição neutra, que é uma das fontes de confusão no acidente do 447 —, a Boeing ainda usava alavancas "à moda antiga", facilmente identificáveis, ​​que se assemelhavam a suas antecessoras ​​mecânicas, e se recusou a adotar a redução automática de potência em seus cockpits, como a Airbus fez.

Imagem: FAST. Tradução: Gizmodo Brasil.

"Em cada um dos acidentes listados na Tabela II, as surpresas de automação afastaram as equipes da ação apropriada", explica o relatório da FAST. “Ainda não está claro se o treinamento revisado — por exemplo, treinamento de upset recovery, novos procedimentos ou mudanças de projeto — pode prevenir a ocorrência de tais casos no futuro, porque não entendemos completamente a tomada de decisão humana em situações incomuns.” Eles também pedem mais pesquisas sobre comportamento envolvendo sistemas automatizados.

Como a FAST ressalta, os sistemas automatizados melhoraram a segurança de várias maneiras e provavelmente evitaram muitos acidentes. Isso, porém, não é desculpa para ignorar os riscos que surgem ao trazer novos sistemas automatizados a bordo, especialmente quando perigos foram explicitamente apontados por grupos de segurança da aviação com grande presença pública há mais de uma década. No entanto, situações desse tipo continuam acontecendo — os aviões Max, da Boeing, são apenas o exemplo mais recente e talvez particularmente notório.

Em última análise, 346 pessoas perderam a vida aparentemente devido, em parte, à surpresa da automação. Mas se a Boeing tivesse feito o dever de casa e não tivesse feito cortes para manter os custos baixos, há uma boa chance de não ter havido tal choque. E, talvez, também não houvesse fatalidades.

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Os melhores apps da semana para Android

Posted: 23 Mar 2019 08:43 AM PDT

Apps para fazer listas de compras compartilhadas e para relaxar. Confira nossas sugestões desta semana para dispositivos Android.

O Wallpaper Changer for Reddit é um app para usar os subreddits de belas imagens para encontrar papéis de parede para seu Android. Ele também substitui automaticamente o wallpaper em um período determinado pelo usuário.

Download: Wallpaper Changer for Reddit (grátis, com anúncios e compras no app)
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Disponível há anos para iOS, o AnyList finalmente chegou ao Android. O foco deste app são as listas de compras, principalmente as de mercado. Você pode compartilhá-las com quem mora com você para estar sempre atualizado com o que é preciso comprar para casa.

Download: AnyList (grátis, com compras no app)
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O Endel é um app que gera trilhas sonoras personalizadas para diversos momentos da sua vida. Tem sons para se concentrar no trabalho, relaxar depois do expediente e dormir. Ele se adapta a diversas condições, como condições climáticas e frequência cardíaca, para oferecer o melhor fundo musical para qualquer situação.

Download: Endel (grátis, com compras no app)
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O yoooUp é um app que propõe uma nova forma de usar e pagar academias. Em vez de pagar uma mensalidade fixa em um estabelecimento, você contrata horários avulsos na academia em que quiser. Pode ser interessante para quem quer ficar em forma mas não tem uma rotina muito regular ou viaja muito.

Download: yoooUpdivisoriagizmodo

Um dos jogos mais aguardados para o Android em 2019, o Stardew Valley finalmente chegou aos smartphones com o sistema do robozinho. O game é um RPG de fazenda: você planta, cuida e colhe, e também interage com animais, vizinhos e família. O preço é um pouco caro, mas é um jogo completo, sem microtransações.

Download: Stardew Valley (R$18,99)
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Os melhores apps da semana para iPad e iPhone

Posted: 23 Mar 2019 06:04 AM PDT

Telas do iOS 12

Apps para viajar sem se preocupar com mapas, gerenciar programas de fidelidade e aprender. Veja estas e outras dicas na nossa lista para iOS:

Telas do Pocket Earth PROVai viajar e não sabe como ficará a sua conexão? O Pocket Earth PRO é praticamente indispensável. Trata-se de um mapa que funciona offline – além de dar rotas, é possível acessar pontos de interesse, guias com artigos da Wikipedia e informações sobre transporte público.

Download: Pocket Earth PRO (R$ 18,90)
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Telas do aplicativo Tick DoneO Tick. Done. é um aplicativo que oferece pequenos guias para você aprender a fazer novas coisas. Basicamente, é uma plataforma de vídeo para hobbies, gambiarras, entre outros – são pequenos conteúdos em inglês e também é possível criar os seus próprios guias.

Download: Tick. Done. (grátis)
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Telas do aplicativo Mr JeffA Mr Jeff é um serviço online de lavanderia, com opção de delivery de retirada e entrega das roupas. Eles lançaram um aplicativo onde você pode contratar rapidamente os serviços. Há diferentes planos, começando em R$ 160, e serviços avulsos. As unidades da companhia estão no bairro Abolição no Rio de Janeiro, duas unidades na cidade de São Paulo (uma no bairro Higienópolis e outra em Pinheiros) e uma em Brasília (Sudoeste).

Download: Mr Jeff (grátis)
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Telas do aplicativo OktoplusOktoplus é uma plataforma de gerenciamento em tempo real programas de fidelidade e controle para emitir passagens aéreas. Ele tem ferramentas como buscador de passagens e calculadora de milhas, que ajudam a decidir como utilizar os pontos de acordo com o custo-benefício de cada opção.

Download: Oktoplus (grátis)
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Onirim é um jogo de cartas no estilo paciência e a ideia é abrir as oito portas oníricas antes que o seu deck se esgote. Você desbloqueia as portas combinando as cores da mesma cor e é preciso fugir dos chamados “pesadelos”.

Download: Onirim (grátis)
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Stanford cria instituto para garantir que IA represente a humanidade, mas ele é majoritariamente feito de homens brancos

Posted: 22 Mar 2019 03:22 PM PDT

A Universidade Stanford, bastião do ensino superior conhecido por fabricar o futuro do Vale do Silício, lançou nesta semana o Instituto de Inteligência Artificial Centrada em Humanos com uma enorme festa. Grandes nomes e bilionários como Bill Gates e Gavin Newsom entraram no campus para apoiar a missão declarada de que “os criadores e designers de inteligência artificial devem ser amplamente representativos da humanidade”.

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O novo instituto de IA tem mais de 100 membros do corpo docente listados em seu site e, na quinta-feira (21), o executivo de segurança cibernética Chad Loder notou que nem um único membro do novo corpo docente de inteligência artificial de Stanford era negro.

O que aconteceu em seguida foi um feito estranho de relações públicas.

(“A Stanford acaba de lançar seu Instituto de Inteligência Artificial Centrada em Humanos (@StanfordHAI) com uma grande fanfarra. A missão: ‘Os criadores e designers de IA devem ser amplamente representativos da humanidade’. Cento e vinte e um membros do corpo docente listados. Nem um único membro do corpo docente é negro.”)

Quando o Gizmodo entrou em contato com a Universidade Stanford na quinta-feira de manhã, o site do instituto foi rapidamente atualizado para incluir uma membro do corpo docente que não estava na lista, Juliana Bidadanure, uma professora assistente de filosofia. Bidadanure não estava listada na equipe do instituto antes de nosso e-mail para a universidade na quinta-feira, de acordo com uma versão da página preservada no Internet Archive, da Wayback Machine, mas ela falou nesta semana no evento de abertura do instituto. De fato, a universidade parecia estar adicionando Bidadanure, e mais tarde sua biografia, à página do corpo docente enquanto eu escrevia este artigo.

Com base em nossa contagem, o corpo docente do instituto inclui 72 homens brancos de um total 114 funcionários, ou 63% — um número que aparentemente pode mudar a qualquer momento. A Universidade Stanford não respondeu às nossas perguntas.

A cerca de uma hora de carro de Stanford, esperei na quarta-feira (20) à noite em uma longa fila de 150 pessoas em Berkeley, na Califórnia, para entrar em um auditório lotado. Todos viemos ouvir o Dr. Safiya Noble, do Oxford Internet Institute, autor do livro Algorithms of Oppression (Algoritmos de Opressão, em tradução livre), de 2018, falar sobre como os algoritmos do Vale do Silício — o código que conduz tudo, desde os mecanismos de busca até a inteligência artificial — podem reforçar o racismo.

“Era muito difícil encontrar pessoas que estivessem em um comitê de dissertação em 2010 que estariam dispostas a colocar seu nome na reta e dizer que achavam que a tecnologia poderia discriminar ou que os algoritmos podem discriminar”, disse Noble, que iniciou sua pesquisa há uma década em Berkeley. “O que a maioria das pessoas estava dizendo na época era que ‘é apenas matemática. O código não pode discriminar’. Esse era o discurso dominante. Eu levei muitas pancadas tentando argumentar que pode haver viés racista e sexista em nossa plataforma tecnológica. E, no entanto, aqui estamos nós hoje.”

Atualmente, vivemos em uma era em que o policiamento preditivo é real e pode atingir desproporcionalmente as comunidades minoritárias; a contratação empregatícia é tratada por inteligência artificial e pode discriminar as mulheres; o Google e os algoritmos do Facebook muitas vezes decidem quais informações vemos e qual teoria da conspiração o YouTube deve nos oferecer a seguir. Mas os algoritmos que tomam essas decisões são segredos de empresa bem guardados e com impacto global.

No Vale do Silício, a conversa e os palestrantes mudaram. Não se trata mais de saber se a tecnologia pode discriminar. As perguntas agora incluem quem pode ser afetado, como podemos corrigir isso e o que estamos construindo.

Quando um grupo de engenheiros majoritariamente brancos se junta para construir esses sistemas, o impacto nas comunidades negras é particularmente flagrante. Algoritmos podem reforçar o racismo em campos como habitação e policiamento. O viés algorítmico reflete o que vemos no mundo real. A inteligência artificial reflete seus desenvolvedores e os dados com que é treinada.

Onde antes havia uma mitologia popular de que os algoritmos eram apenas a maneira de a tecnologia servir ao conhecimento objetivo, agora existe um argumento grande e cada vez mais global sobre quem está construindo a tecnologia e o que ela está fazendo com o restante de nós. O surgimento da indústria de inteligência artificial está impulsionando essa conversa ainda mais à medida que sistemas de inteligência artificial que dominarão nossas vidas estão aprendendo e automatizando decisões em processos que são cada vez mais opacos e responsabilizáveis.

No mês passado, mais de 40 grupos de direitos civis escreveram uma carta ao Congresso norte-americano pedindo que eles abordassem a discriminação baseada em dados. E, em dezembro, o Electronic Privacy Information Center (EPIC) enviou um comunicado ao Comitê Judiciário da Câmara detalhando o argumento de que a “transparência algorítmica” deveria ser exigida das empresas de tecnologia.

“Na intersecção de lei e tecnologia, conhecer o algoritmo é um direito humano fundamental”, disse Marc Rotenberg, presidente do EPIC, sobre a questão.

O objetivo declarado do novo instituto da Universidade Stanford é admirável. Mas eles têm um longo caminho até juntar um grupo que, de fato, represente amplamente a humanidade.

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