domingo, 3 de março de 2019

Gizmodo Brasil

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Corpo de paciente vítima de câncer deixa material radioativo em crematório nos EUA

Posted: 03 Mar 2019 12:45 PM PST

Crematório. Há duas câmaras para cremação -- buracos abertos em uma parede metálica. Em frente a cada um desses buracos, há um caixão.

Um crematório do Arizona foi contaminado com radiação após a cremação de um paciente que recebeu tratamento radiofarmacêutico, de acordo com um novo estudo de caso.

Os materiais radioativos têm vários usos na medicina, tanto para diagnóstico como para tratamento. Um assunto ocasionalmente negligenciado é o que fazer com o corpo depois do óbito, um problema para o qual não há regulamentações federais nos EUA. A exposição à contaminação por radiação após a cremação de um paciente que recebeu tratamento radiofarmacêutico é especialmente importante aqui nos Estados Unidos, onde o percentual de pessoas que aderem à cremação é superior a 50%.

“Sem regulamentação, a comunicação é realmente importante” em casos como este, Kevin Nelson, autor do estudo e cientista do Departamento de Radiodiagnóstico da Mayo Clinic, em Phoenix, Arizona, disse ao Gizmodo. Essa comunicação não aconteceu neste caso.

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O estudo de caso documenta um homem de 69 anos de idade com um tumor incomum em seu pâncreas. Ele recebeu um tratamento radioativo por via intravenosa, chamado lutécio-177 dotatate. Ele inesperadamente morreu dois dias depois, em um hospital diferente de onde estava recebendo seu tratamento de radiação. Aquele hospital não contou à funerária nem ao crematório sobre seu tratamento de radiação, e ele foi cremado cinco dias depois.

Quando os pesquisadores descobriram sobre o caso, eles perguntaram ao Departamento de Controle de Radiação do Arizona se existiam regulamentações para essas situações. Não havia, e o órgão enviou representantes para inspecionar o crematório. Os pesquisadores também testaram a urina de um empregado de crematório para determinar se o operador havia sido exposto inadvertidamente ao lutécio radioativo do tratamento.

De fato, o equipamento acionou o contador Geiger usado para medir a radiação com uma taxa máxima de exposição de 7,5 mR por hora quando o medidor estava em contato direto o equipamento. Isso é quase 200 vezes a radiação média experimentada por seres humanos que vivem no nível do mar, com a ressalva de que a exposição a ela diminui acentuadamente com a distância, de modo que o operador não receberia esse nível de exposição apenas por estar na sala. Além disso, o lutécio se decompõe em elementos não radioativos, então, após cerca de dois meses, não haveria níveis detectáveis ​​de radiação, disse Nelson.

O operador do crematório não tinha lutécio em sua urina, mas os pesquisadores encontraram uma pequena quantidade do tecnécio 99m de tratamento radiofarmacêutico, talvez da cremação de outra pessoa.

“O funcionário do crematório nunca teve o tecnécio 99m administrado como parte de um procedimento”, diz Nathan Yu, autor do estudo e cientista do Departamento de Radiação Oncológica da Mayo Clinic, em Phoenix, Arizona, ao Gizmodo. “Isso traz à tona um dos mecanismos pelos quais há uma exposição desnecessária para os trabalhadores dessa área.”

Os pesquisadores observaram que o operador provavelmente não recebeu mais do que o limite de exposição definido pela Comissão Reguladora Nuclear. Ainda assim, de acordo com o estudo publicado no Journal of American Medical Association, “mais estudos são necessários para avaliar a frequência e o alcance da contaminação por radiação e os efeitos da exposição repetida ou a longo prazo na saúde de trabalhadores de crematórios nos Estados Unidos”.

Entramos em contato com a National Funeral Directors Association sobre o que isso significava para operadores crematórios, e um porta-voz forneceu a seguinte declaração:

Dado o uso difundido de radiação na medicina nuclear (diagnóstico e tratamento) na radio-oncologia (tratamento de câncer) nos Estados Unidos e ao redor do mundo, é provável que os operadores crematórios tenham cuidado de corpos de indivíduos que passaram por tais tratamentos. Um dos princípios do Programa de Certificação de Operador de Crematório da National Funeral Directors Association é garantir que o trabalhador tenha as informações necessárias sobre o falecido para conduzir a cremação com segurança. Espera-se que os operadores crematórios sejam informados se existem dispositivos, incluindo marca-passos, implantes radioativos ou outros dispositivos que possam exigir precauções especiais quando colocados em uma câmara de cremação e submetidos ao calor. Este artigo relata um único caso envolvendo a cremação de um indivíduo que foi tratado com um determinado radionuclídeo para um tumor pancreático e que morreu pouco tempo após o tratamento, tendo sido cremado cinco dias após o tratamento. Antes da cremação, nenhuma notificação de tratamento de câncer foi fornecida ao operador do crematório, incluindo se as precauções de segurança eram aconselháveis ​​sob as circunstâncias. A NFDA apoia estudos adicionais sobre este assunto e acolhe recomendações sobre como a saúde e a segurança dos funcionários e da comunidade podem ser protegidas ao máximo possível, inclusive, como sugere a carta de pesquisa, avaliando a radioatividade em pacientes falecidos antes da cremação e assegurando que os operadores dos crematórios recebam notificações suficientes para empregar as precauções de segurança apropriadas, se necessário.

Esta não é a primeira vez que alguém percebe que pacientes que usaram tratamentos radiofarmacêuticos podem deixar radiação residual, mas é um dos primeiros estudos a relatar a contaminação do crematório em si. Ainda assim, é apenas um estudo de caso, o que significa que não necessariamente representa um padrão. Os autores do estudo recomendam que as instalações testem pacientes falecidos quanto à radioatividade antes da cremação.

Yu diz ao Gizmodo que o próximo passo é “identificar a frequência e o escopo deste problema, e ver se há algum efeito potencial para exposição repetida e de longo prazo para esses funcionários”.

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Canadá aprova audição de extradição de executiva da Huawei para os EUA

Posted: 03 Mar 2019 10:31 AM PST

Logo da Huawei

A Huawei sofreu um duro golpe nesta sexta-feira (1º) em sua batalha judicial com o governo dos Estados Unidos. As autoridades canadenses decidiram que uma audição de extradição da diretora financeira da companhia, Meng Wanzhou, poderá ser realizada. A decisão marca um último ato em uma semana conturbada para a Huawei, na qual a companhia conseguiu algumas vitórias mas também saiu com algumas derrotas ao tentar provar para o mundo que não representa uma ameaça.

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Meng é filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei, e o seu caso tem um peso pessoal muito grande na empresa. Em dezembro, ela foi presa em Vancouver, no Canadá, a pedido dos Estados Unidos que a acusa de mentir para instituições financeiras para burlar sanções internacionais contra o Irã.

De acordo com a Bloomberg, o Departamento de Justiça do Canadá anunciou que estão satisfeitos com uma audição de extradição. Este é um trecho do comunicado da agência:

A decisão segue uma revisão diligente e minuciosa das evidências do caso. O Departamento está convencido de que as exigências definidas pelo Ato de Extradição para a emissão da Autorização de Prosseguimento foram cumpridos e há provas suficientes para serem apresentadas a um juiz de extradição para a decisão.

A audição sobre a extradição de Meng está agendada para se iniciar no dia 6 de março e a expectativa é que haja ressonância política para além do tribunal. Esse caso é apenas uma das facetas da guerra da administração Trump contra a Huawei. A comunidade de inteligência dos Estados Unidos tem tido sérias preocupações sobre o mercado fabril de telecomunicações há anos.

Uma guerra comercial com a China e o desenvolvimento da infraestrutura 5G ao redor do mundo colocou a Huawei na mira de uma administração que teme a dominância chinesa no setor de tecnologia e o potencial de que seus serviços de inteligência permita a instalação de brechas em equipamentos de rede.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos também acusa a Huawei de roubar segredos industriais da T-Mobile. Na quinta-feira, representantes de duas divisões da companhia alegaram inocência em um tribunal federal em Seattle. A companhia é acusado de roubar informações proprietárias sobre um braço robótico altamente sensível que é usado no testes de smartphones.

A Huawei insiste que não auxilia nos esforços de espionagem da China em nenhuma maneira e que seu relacionamento com o governo chinês é o mesmo que outras companhias que operam no país. Antes da decisão do Canadá de avançar com o processo de extradição de Meng, o embaixador chinês no Canadá, Lu Shaye, disse que as acusações feitas pelos EUA são totalmente "grosseiras". Ele descreveu a situação como um jogo de poder político ao afirmar que "o ataque das agências de inteligência dos EUA e de outros países não se baseia em preocupações reais de segurança nacional, mas destina-se a excluir a Huawei e criar condições de concorrência desleal para beneficiar os equipamentos de telecomunicações de empresas domésticas".

Os EUA têm conduzido uma campanha frenética para convencer seus aliados a não usarem tecnologias da Huawei em suas redes 5G. Espera-se que o novo padrão de redes seja exponencialmente mais rápido e ele é considerado crucial na implantação de tecnologias com muita demanda de dados, como a comunicação de veículos autônomos.

Em meio aos anúncios e apresentações de produtos da feira Mobile World Congress, em Barcelona, nesta semana, uma delegação enviada pelo governo Trump estava fazendo lobby junto a alguns países para que eles evitassem equipamentos da Huawei.

Mas a semana não foi apenas de más notícias para a Huawei. A companhia roubou a cena na feira com seu smartphone dobrável Mate X e, ao contrário da Samsung, eles não tiverem nenhum medo de permitir que os visitantes colocassem as mãos no produto.

No geral, podemos caracterizar a postura da Huawei nesta semana como agressiva. O CEO da divisão de consumo, Richard Yu, disse ao Business Insider que ele não permitiria o prosseguimento de um projeto de celular com um design similar ao do Samsung Galaxy Fold porque tratava-se de um produto pesado e “ruim”.

A empresa não se concentrou muito em suas dificuldades políticas, mas fez algumas piadas sobre a confiabilidade do governo dos EUA após as revelações de espionagem que foram expostas pelo ex-contratado da NSA, Edward Snowden, em 2013. A marca também colocou anúncios de página inteira em jornais encorajando a mídia a ir até a sede da empresa e dizendo aos repórteres que eles não deveriam acreditar em tudo que ouvem.

Os esforços da Huawei para convencer o mundo de que seu equipamento de telecomunicações é seguro parece ter tido algum sucesso. Na quarta-feira, a Reuters informou que a Alemanha está perto de fechar um acordo com a empresa que permitiria a implantação de equipamentos 5G nas redes do país, e progressos semelhantes foram feitos com a Itália, Nova Zelândia e Reino Unido.

Na semana passada, o CEO da Huawei, Ren Zhengfei, zombou dos Estados Unidos por serem tão paranóicos e disse que toda essa controversa sem sido uma ótima “promoção” se sua marca. “O 5G ainda não e conhecido pelas pessoas comuns”, disse ele em uma entrevista para a CBS. “Mas agora, esses figurões estão todos falando sobre o 5G […] e estamos nos tornando mais influentes e obtendo mais contratos”.

[Bloomberg, New York Times]

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Os maiores destaques desta que foi a MWC mais importante da história recente

Posted: 03 Mar 2019 07:23 AM PST

Painel da Mobile World Congress 2019

Embora a Samsung tenha se antecipado à próxima geração de smartphones lançando o Galaxy S10 alguns dias antes do início da Mobile World Congress, a feira deste ano foi bastante especial se comparada com as edições anteriores.

Havia uma energia forte no período que antecedeu o evento, impulsionada por rumores de tecnologias inovadoras, e, quando ela chegou ao fim, parecia que havíamos entrado em uma nova era, tanto para dispositivos quanto para comunicação sem fio.

E mesmo sendo a maior feira de dispositivos móveis do mundo, muita coisa aconteceu em apenas uma semana. Aqui está um breve resumo dos cinco tópicos mais importantes da MWC 2019.

Dispositivos dobráveis chegaram com força

Imagens do Samsung Galaxy Fold, Huawei Mate X e conceitos de telas dobráveis da TCL
A Royole deu a largada para os smartphones dobráveis no final de 2018, mas o seu FlexPai mostrou que, embora dispositivos dobráveis ​​fossem possíveis, ainda era preciso melhorar muito.

Na MWC, as comportas de gadgets flexíveis se abriram com o Samsung Galaxy Fold e o Huawei Mate X, com componentes e designs que pareciam várias gerações à frente de outros produtos vistos anteriormente.

É importante notar, no entanto, que não foi apenas a Samsung e a Huawei que trouxeram dispositivos flexíveis para a feira. A Nubia, conhecida por ter conceitos malucos, incluindo celulares de duas telas e o primeiro telefone a ter iluminação RGB, mostrou uma visão mais refinada de seu híbrido de relógio e celular chamado Alpha.

A TCL, por sua vez, não tem planos de lançar um dispositivo dobrável até 2020, mas ainda assim trouxe para Barcelona alguns conceitos de dispositivos flexíveis.

Telas dobráveis têm o potencial de alterar a forma como muitos gadgets são criados. A MWC 2019 foi a grande estreia desses caras, e é importante observar que este é apenas o começo. O Galaxy Fold custa pouco menos do que US$ 2.000 e o Mate X chega por US$ 2.600. Esses valores mostram que a primeira onda de aparelhos dobráveis não será nada acessível.

Além disso, há muitas preocupações sobre o design desses aparelhos, especialmente quando se trata de durabilidade. A maioria dos aparelhos dobráveis parecem ser bem grossos, outro obstáculo a ser superado para as próximas gerações.

Uma prévia do avanço na fotografia em smartphones

Câmeras traseiras do Nokia 9 PureviewFoto: Sam Rutherford/Gizmodo

O número de câmeras em smartphones vem crescendo há algum tempo, mas o Nokia 9 PureView entrou em uma nova dimensão.

A companhia equipou seu mais recente topo de linha com cinco sensores – dois RGB e três monocromáticos – e contou com a ajuda da Light e da Qualcomm para fazer todas essas câmeras funcionarem juntas.

O resultado? Um telefone que promete capturar uma infinidade de detalhes e mais de mil níveis de sensibilidade de profundidade de campo com apenas um toque do obturador. Esse é o tipo de dispositivos que poderia atrair muitos fotógrafos profissionais, mas precisamos esperar até que possam ser realizados testes profundos com o Nokia 9.

Enquanto isso, a fabricante chinesa Oppo demonstrou um protótipo de smartphone com um zoom óptico de 10x, que basicamente usa um periscópio para ultrapassar os típicos limites do zoom 2x.

Além disso, cerca de um mês antes da MWC, a Samsung adquiriu a CorePhotonics, a empresa responsável pela tecnologia por trás dessa funcionalidade do Oppo, o que significa que o zoom de 10x pode chegar em um grande lançamento da fabricante sul-coreana.

Por fim, a Huawei já provocou a concorrência dizendo que "reescreverá as regras da fotografia" com o lançamento do P30, programado para o final de março.

Nosso futuro holográfico continua distante

Microsoft Holo Lens 2Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Quando a Microsoft anunciou o HoloLens em 2015, as pessoas não sabiam o que fazer com ele. Era diferente da realidade virtual e muito mais do que uma simples realidade aumentada.

Com o passar dos anos, a plataforma de realidade mista da Microsoft se transformou em uma ferramenta capaz de mudar a forma como as empresas ensinam, treinam e capacitam seus funcionários.

Com a chegada de um headset de segunda geração, o HoloLens 2 ganhou maior conforto e ergonomia, o dobro do campo de visão e precisão de rastreamento de mãos e olhos que permite interagir com hologramas como se fossem reais.

A Microsoft criou ainda novas suítes de software para ajudar as empresas a colocar o HoloLens 2 em operação com mais rapidez, além de oferecer ferramentas para personalizar o design do headset de acordo com as necessidades.

Mas o triste é que, para os meros mortais, o preço de US$ 3.500 (ou US$ 125 por mês) ainda é proibitivo. Não há dúvida de trata-se de uma tecnologia incrível, mas ainda estamos longe do momento em que esse será um aparelho acessível, que várias pessoas terão em casa.

Os aparelhos prontos para 5G chegaram

Traseira do LG V50 5GA LG até colocou um logo 5G na parte de trás do LG V50 5G que irá acender quando conectado à rede. Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Apesar de todo o auê sobre como o 5G vai mudar a comunicação móvel, grande parte dessa discussão tem sido acadêmica. Isso porque há pouquíssimos pontos de acesso 5G e ainda não havia nenhum aparelho compatível com a nova rede.

Durante a feira, tivemos o anúncio do Galaxy S10 5G, do LG V50 5G e do Huawei Mate X. Além deles, OnePlus, Oppo, ZTE e outras mostraram protótipos de modelos compatíveis com a rede.

Apesar dos anúncios, só poderemos falar da rede com propriedade quando eles chegarem ao mercado. A previsão é que os primeiros seja lançados durante o segundo trimestre de 2019.

Mas ainda teremos que esperar as redes 5G

Logo 5GFoto: Sam Rutherford/Gizmodo

Para uma feira que tinha 5G estampado em tudo quanto é lugar, não havia muita informação concreta ou uma previsão que nos dissesse quando as redes 5G estarão disponíveis.

Dentre as quatro grandes operadoras dos EUA, a maior revelação veio da Sprint. A companhia previu que as primeiras quatro cidades com a rede 5G seriam "muito provavelmente" lançadas em maio. Enquanto isso, Verizon, AT&T e T-Mobile ficaram em silêncio sobre a chegada de suas redes. A expectativa por lá é o parao segundo semestre de 2019.

Uma informação importante dada na feira veio do fundador da OnePlus, Pete Lau. Em um painel coorganizado pela Qualcomm, ele disse que a revolução 5G ocorrerá em três fases e que a primeira delas será a melhoria da velocidade da transferência de dados, que deve ocorrer nos próximos três ou cinco anos.

Somente quando as redes 5G estiverem funcionando, poderemos começar a construir ecossistemas completos de dispositivos compatíveis e software de inteligência artificial, na segunda fase. Por fim, a terceira fase de interconectar tudo.

Então, sim, o 5G está chegando, mas estamos só começando.

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Esta mão robótica notavelmente ágil aprende sozinha a manusear objetos

Posted: 03 Mar 2019 05:49 AM PST

Em uma fração de segundo antes de se esticar para apanhar um objeto, o seu cérebro pré-calcula todos os movimentos necessários para alcançá-lo e agarrá-lo com segurança. É uma abordagem subconsciente que é resultado de anos de desenvolvimento e aprendizagem na infância — e que os pesquisadores de robótica estão agora usando para as suas próprias criações. O novo BionicSoftHand, da Festo, é não apenas notavelmente hábil, mas também sabe como segurar e manipular corretamente um objeto antes de fazer qualquer movimento real. Tudo isso usando inteligência artificial.

O BionicSoftHand é mais uma criação “branda” de robótica. Os robôs que você vê movendo partes pesadas em uma fábrica são feitos de aço e componentes pneumáticos que os tornam  que os tornam fortes e rápidos, mas não muito misericordiosos. Se um robô industrial gigante como o da FANUC acidentalmente entrasse em contato com um humano enquanto se mexe, isso resultaria em lesões sérias. Robôs suaves, em comparação, são construídos usando materiais maleáveis como tecidos inteligentes e bexigas infláveis. Como resultado, eles têm elasticidade e conformidade, de forma que, se entrarem em contato com um humano enquanto trabalham, não causarão uma lesão imediata ou um dano a eles próprios.

Para máxima segurança, o novo BionicSoftHand, da Festo, não tem uma estrutura esquelética rígida no seu interior. Em vez disso, ela apresenta uma série de foles infláveis cercados por uma pele de tecido tricotado de fibras elásticas que se movem e flexionam junto com os movimentos da mão enquanto o ar é bombeado para criar movimento. Ela funciona de forma semelhante ao sistema muscular e tendinoso que a mão humana usa, mas seus componentes moles tornam muito mais seguro para os humanos interagirem diretamente com ele.

Captura de tela: YouTube

Os dedos do BionicSoftHand também são equipados com sensores de força e inércia (movimento), facilitados por meio do uso de placas de circuito flexível e fiação que não se quebram quando deformados. Esses sensores fornecem feedback aos sistemas de controle do robô sobre quando a mão e os dedos estão em movimento e também quando param, indicando que foi feito contato com um objecto ou que um objeto está numa posição em que não pode ser mais movimentado. Basicamente, eles fornecem um sentido de toque, o que é importante, dadas as outras capacidades da mão robótica.

Braços e manipuladores robóticos em fábrica são pré-programados para repetir infinitamente movimentos muito específicos. Eles podem ocasionalmente contabilizar pequenas quantidades de variação nas tarefas que estão executando, mas, principalmente, eles pegam exatamente o mesmo objeto que sempre estará em um local muito específico na mão e o movem para outro local pré-definido.

Assim como os humanos, o BionicSoftHand aprende como agarrar e manipular objetos e executar tarefas sozinho. Mas ele faz isso por meio de tentativas e erros virtuais, em vez de arriscar um acidente na vida real. Quando criança, você provavelmente deixou cair uma xícara de leite cem vezes antes de dominar o movimento de pegar uma xícara e tomar um gole; mas o BionicSoftHand pode cometer esses erros bilhões de vezes, usando um gêmeo digital alimentado por IA e aprendizado de máquina — sem nunca derramar uma única gota de leite na vida real.

É dado ao robô um objetivo específico, como reposicionar uma forma de 12 lados na sua mão para que um canto específico aponte para cima, mas nunca lhe é dito como mover os seus dedos para manipular esse objeto. Uma câmera com sensor de profundidade cria uma cópia digital de um objeto do mundo real com o qual a mão precisa interagir, o que permite que inúmeras mãos virtuais manipulem a cópia do objeto até que uma solução seja descoberta. É só nesse momento que o verdadeiro BionicSoftHand assume o controle. Ele é capaz de aprender muito mais rápido do que uma criança pequena, além de ser melhor em aplicar movimentos e técnicas que já descobriu em novos desafios.

Neste primeiro olhar sobre a tecnologia que a Festo forneceu, um único BionicSoftHand é mostrado movendo habilmente um cubo de 12 lados, mas não é preciso muita criatividade para imaginar um par dessas mãos aprendendo rapidamente a resolver um cubo mágico: uma habilidade que eu ainda tenho que dominar. Custa milhões de dólares projetar, desenvolver e programar um robô industrial para executar apenas uma única tarefa em uma fábrica, mas essa abordagem de autoaprendizagem significa que um só robô poderia ajudar com inúmeras tarefas em casa.

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