sábado, 18 de maio de 2019

Gizmodo Brasil

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Novo estudo confirma a sua pior suspeita sobre alimentos ultraprocessados

Posted: 17 May 2019 02:49 PM PDT

Um teste realizado pelo governo norte-americano pode confirmar o maior medo de qualquer pessoa cuja dieta começa e termina no corredor de comida congelada. O estudo sugere que pessoas que se alimentam principalmente de comida ultraprocessada ingerem mais calorias e ganham mais peso do que aquelas que preferem alimentos não processados – mesmo que as duas dietas contenham a mesma quantidade de gorduras, carboidratos e outros nutrientes.

Muitas evidências circunstanciais (e senso comum) nos levam a pensar que dietas ricas em alimentos ultraprocessados podem ser prejudiciais à saúde e propensas a causar um ganho de peso. Mas, segundo o autor responsável pelo estudo, Kevin Hall, cientista do National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, não há provas muito concretas de uma relação direta de causa e efeito. Isso tem sido um problema há muito tempo no mundo da nutrição, já que é difícil (e caro) estudar as dietas das pessoas isoladamente.

"Há um velho ditado que diz que correlação não significa necessariamente causa. Por exemplo, poderia ser que pessoas que ingerem alimentos ultraprocessados não são saudáveis por outros motivos. Ou elas podem ter condições econômicas mais precárias que pessoas que seguem uma dieta mais balanceada. Então, não tem como saber se os alimentos ultraprocessados seriam apenas um espectador inocente", afirmou Hall ao Gizmodo.

Para ajudar a solucionar essas controvérsias, Hall e sua equipe recrutaram 20 voluntários saudáveis para passarem um mês no National Institute of Health's Metabolic Clinical Research Unit para um teste aleatório e controlado – aparentemente o primeiro desse tipo a ser conduzido. Os participantes não precisaram pagar pela acomodação, mas havia uma condição. Por duas semanas, eles teriam que comer uma dieta que consistia em alimentos ultraprocessados e, nas outras duas semanas, as refeições seriam apenas com alimentos não processados.

Uma das refeições com alimentos ultraprocessados que os voluntários receberam durante o estudo. Crédito: Hall, et al /Cell Metabolism

Existem debates sobre o que exatamente se qualifica como um alimento ultraprocessado. Mas, Hall e sua equipe decidiram seguir o padrão estabelecido pelas Nações Unidas, que leva em consideração os diferentes tipos de processos de industrialização pelos quais um alimento ou ingrediente passa antes de chegar ao nosso prato. Um exemplo de café da manhã ultraprocessado, ressaltado pelos autores, pode incluir panquecas, salsichas e hash browns (um tipo de batata frita tipicamente norte-americana), enquanto um café da manhã predominantemente não processado conteria frutas, como mirtilo, sementes cruas e aveia.

"Alimentos processados são como pornografia – é difícil de definir, mas você reconhece quando vê”, observou Hall.

Durante o experimento, especialistas criaram refeições para cada dieta para que tivessem quantidades iguais de calorias, macronutrientes como gorduras e açúcares, sódio e fibras. Os participantes poderiam comer o quanto quisessem. Contando com os petiscos disponíveis, cada indivíduo tinha a opção de ingerir até o dobro de calorias diárias necessárias para manterem seu peso atual, com base em um exame realizado previamente.

Os resultados finais obtidos pela equipe foram impressionantes. Na dieta ultraprocessada, os voluntários ingeriram, em média, 500 calorias a mais por dia, ganharam gordura corporal e cerca de 450 gramas em duas semanas. Já na dieta não processada, eles perderam gordura corporal e perderam os mesmos 450 gramas.

Os resultados foram publicados na quinta-feira (16) na Cell Metabolism.

Embora os resultados possam parecer óbvios, Hall afirma que ainda não está claro por que a dieta com alimentos ultraprocessados geram um efeito tão discrepante na saúde das pessoas. Nos últimos anos, muitos especialistas têm acreditado na simples e intuitiva ideia de que, visto que esses alimentos tendem a ser ricos em gorduras, açúcares e sódio, esses três nutrientes são os principais responsáveis pelo aumento do peso e problemas como obesidade e distúrbios metabólicos. Mas, considerando a metodologia do estudo, essa explicação parece não fazer muito sentido.

"Eu imaginei que se a dieta não processada tivesse a mesma quantidade desses nutrientes – gorduras, açúcares e sódio, não haveria muita diferença, mas eu estava enganado", afirmou Hall.

O objetivo do estudo não era ir muito além de testar o papel específico que esses nutrientes exerciam no aumento de calorias ingeridas. E a pequena amostra do estudo significa que os resultados devem ser analisados com cuidado, pelo menos até novas pesquisas confirmá-los. No entanto, Hall afirma que há indícios interessantes de por que os alimentos ultraprocessados geram uma vontade de devorá-los.

"Quando as pessoas estavam seguindo a dieta ultraprocessada, os níveis de PYY, um hormônio supressor do apetite secretado pelo intestino, aumentaram. Já durante a dieta não processada, outro hormônio chamado "ghrelin", responsável por induzir a fome, diminuiu", explica Hall.

Até o momento, porém, ainda não está claro quais são os ingredientes específicos ou componentes químicos comumente encontrados em alimentos ultraprocessados ​​que poderiam estar causando essa mudança hormonal que leva as pessoas a comerem mais.

Outra diferença potencialmente grande que os pesquisadores perceberam foi que as pessoas ingeriram os alimentos ultrprocessados muito mais rápido que os não processados. Essa velocidade maior na hora de comer poderia ter dado menos tempo para o corpo sinalizar que já estava cheio. A facilidade em ingerir alimentos ultraprocessados também pode ter ajudado, considerando que eles são muito mais macios e fáceis de mastigar, em média, quando comparados aos não processados.

Em contraste, um fator comumente suspeito de por que os alimentos ultraprocessados causam ganha de peso que não influenciou nesse caso foi o gosto. Os voluntários afirmaram que gostavam das duas dietas igualmente.

"Isso também atrapalha essa explicação", observou Hall. "Mas é uma boa notícia, por outro lado. Isso indica que se você pode mudar sua dieta ultraprocessada para uma não processada, não significa que você necessariamente vai gostar menos dela".

É claro que nossa natureza humana teimosa consegue tornar qualquer mudança de estilo de vida um desafio. Existem diversas razões que tornam essa mudança para uma dieta mais saudável objetivamente difícil para algumas pessoas. Muitas que vivem em áreas mais pobres, por exemplo, não podem facilmente ir a lojas repletas de frutas e vegetais, mas são cercadas de restaurantes fast-food e máquinas de venda automáticas.

Mas para aqueles que são capazes de mudar seus hábitos alimentares drasticamente, Hall afirma que há um lado positivo em suas descobertas.

"Há muito debate na comunidade científica, e pública também, sobre a eficiência de dietas low-carb e low-fat na perda de peso. Mas um coisa com a qual essas pessoas em diferentes lados das guerras de dietas tendem a concordar é que devemos comer menos comida ultraprocessada", afirmou Hall. "É intrigante especular que talvez algumas das histórias de sucesso que as pessoas atribuem a dietas low-carb ou low-fat podem, na verdade, ser devido à redução da quantidade de alimentos ultraprocessados na dieta – é pelo menos uma hipótese intrigante a continuar sendo estudada".

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Microsoft anuncia Minecraft Earth, jogo em realidade aumentada para Android e iOS, que deve rivalizar com Pokémon Go

Posted: 17 May 2019 12:51 PM PDT

Material promocional do Minecraft Earth

O Minecraft ganhará uma versão em realidade aumentada – estilo Pokémon Go. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (17) em Mojang, na Suécia, a Microsoft anunciou o Minecraft Earth, que estará disponível para Android e iOS até o final de 2019.

A ideia do game é explorar as características da realidade aumentada muito além do Pokémon Go, que exibe os personagens no mundo real através da câmera do smartphone. No Minecraft Earth, a Microsoft promete mais interação entre o mundo físico e o virtual.

O jogo contará com cinco recursos essenciais: Tappables, para tocar em objetos do mundo real e coletar itens como madeira; Adventures, para fazer missões com amigos; Build Plates, voltado para construção; Mobs, para enfrentar as criaturas que serão encontradas no mapa e Social Sharing, para se conectar com outros jogadores.

A companhia prometeu que a primeira fase de teste fechado no meio do ano e, na ocasião, somente os modos Tappables, Adventures e Mobs serão disponibilizados.

Em breve, deveremos ter notícias de pessoas sendo atropeladas ou batendo em carros por estarem jogando Minecraft Earth. Ou será que aprenderam a lição?

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Microsoft e Sony fazem parceria para games na nuvem de olho em movimentação do Google

Posted: 17 May 2019 12:39 PM PDT

Kenichiro Yoshida, presidente e CEO da Sony, e Satya Nadella, CEO da Microsoft, apertando as mãos um para o outro e posando para a foto.

Em um movimento um pouco surpreendente, Microsoft e Sony anunciaram que vão colaborar uma com a outra para desenvolver “soluções baseadas na nuvem para experiências de games”. O comunicado também fala em usar os data centers do Microsoft Azure para oferecer streaming de games e de conteúdo, bem como soluções de inteligência artificial.

Ainda não se sabe o que exatamente vai sair disso aí, porém. Como o Ars Technica comenta, possivelmente a Sony terá um reforço em alguns serviços já existentes, como o streaming de games PlayStation Now (que é meio esquecido pela companhia) e a TV por assinatura PlayStation Vue.

A Microsoft vem há algum tempo preparando seu projeto xCloud de streaming de games. O anúncio também fala no desenvolvimento de inteligência artificial e semicondutores para a área de sensores de imagem, o que pode ter a ver com o Azure Kinect.

O streaming de games parece ser uma tendência nesse mercado, atraindo, inclusive, a entrada de outros players. Estamos falando obviamente do Google, que anunciou este ano sua plataforma Stadia, que promete que será possível rodar qualquer jogo em qualquer hardware, desde que haja uma boa conexão pela internet.

O Stadia deve chegar até o fim do ano, e ainda faltam saber detalhes sobre preços de vendas ou assinaturas, além de ver se a coisa toda funciona na prática conforme o esperado.

Há, ainda, indícios de que a Amazon também pode estar se preparando para entrar no mercado com um serviço parecido.

A Sony já deu algumas informações sobre seu PlayStation 5, e a Microsoft disse que quer definir um novo patamar com o próximo Xbox. Portanto, é praticamente impossível que as duas empresas abram mão dos consoles para um modelo de jogue-onde-você-quiser parecido com o Stadia. Títulos exclusivos para cada plataforma também devem continuar, pois são um bom motivo para atrair gamers.

Podemos até esperar serviços de streaming tecnologias compartilhadas nos hardwares da próxima geração, mas esse encontro no melhor estilo Gugu e Faustão juntos não deve render muito mais do que isso — o que já é bastante coisa.

[Microsoft, Ars Technica]

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Os percevejos resistiram até mesmo ao asteroide que extinguiu os dinossauros

Posted: 17 May 2019 11:07 AM PDT

Os percevejos vêm atormentando a humanidade por milênios. Estima-se que sua jornada evolucionária como parasitas começou há dezenas de milhões de anos, quando se alimentavam de morcegos. Mas uma equipe internacional de pesquisadores encontrou evidências que indicam que a origem desses insetos vampíricos estende-se a muito mais tempo, entrando na era dos dinossauros.

Quando as pessoas pensam em percevejos, elas provavelmente imaginam o percevejo comum, também chamado de percevejo de cama, ou Cimex lectularius. Mas existem mais de 100 espécies de insetos desconhecidas que estão relacionadas a ele, integrando a família Cimicidae. Esses insetos, conhecidos como cimicidas, precisam se alimentar do sangue de um hospedeiro. A maioria das espécies consegue sobreviver se alimentando de uma única espécie de hospedeiro, mas alguns podem escolher entre uma lista de opções suculentas.

A principal teoria é que os primeiros percevejos da história colonizaram os antigos morcegos. Isso colocaria o início de seu ramo evolutivo, no máximo, em torno de 50 milhões a 60 milhões de anos atrás. Mas os autores do atual estudo, publicado na revista Current Biology, dizem que coletaram evidências suficientes que sugerem uma origem muito mais antiga.

"Em última análise, esta é uma história muito intrigante que subverte completamente a nossa compreensão da evolução desta linhagem".

A pesquisa inclui uma análise genética das atuais espécies de percevejos que se alimentam de pássaros e morcegos de uma ampla variedade de subgrupos desse inseto, coletados ao longo de 15 anos de cavernas e museus, além de evidências fósseis de um inseto do tipo cimicida que foi preservado em âmbar há mais de 100 milhões de anos (sua descoberta foi documentada em 2002). Esse inseto fossilizado provavelmente não é o ancestral direto dos cimicidas atuais, mas sua relação genética próxima à família ajudou os autores a construírem uma linha do tempo para o inseto que daria origem ao percevejo.

Espécie de percevejo se alimentando de um de seus hospedeiros preferidos, o morcego.
Crédito: Mark Chappell/University of Cailfornia, Riverside

Com base nessas evidências, eles estimaram que esse inseto primitivo surgiu por volta de 122 milhões de anos atrás, com uma linhagem que levaria diretamente ao percevejo surgindo por volta de 100 milhões de anos atrás. Isso é muito anterior à origem estimada dos morcegos, e indica que eles já existiam no período Cretáceo.

Segundo Warren Booth, um ecologista molecular da University of Tulsa que estuda a evolução dos percevejos, mas não está afiliado a essa pesquisa, o caso dos pesquisadores é robusto. E, caso estejam certos, os percevejos seriam uma das maiores histórias de sucesso que esse planeta já viu.

"Para simplificar, o asteroide que atingiu a Terra levando à extinção em massa  (conhecida como K-Pg) ocorreu cerca de 66 milhões de anos atrás. Então, os percevejos são mais antigos que isso e sobreviveram ao evento. Mas, voltando ainda mais no tempo, o T. rex surgiu por volta de 77 milhões de anos, ou seja, esses insetos já estavam aqui antes da evolução do T.rex", afirmou Booth ao Gizmodo. "Para mim, essa é uma imagem marcante".

Apesar de a ideia de um T.rex se contorcendo para coçar as picadas de percevejo ser engraçada, os dinossauros provavelmente nunca hospedaram esses insetos primitivos, observaram os autores. Mesmo se os dinossauros fossem endotérmicos (de sangue quente), assim como os hospedeiros do percevejo atual são, eles não teriam vivido ou dormido em um único lugar por muito tempo. Percevejos são horripilantes, claro, mas eles também se movem lentamente e precisam de um abrigo próximo às suas presas para sobreviverem.

Além de terem movido a linha de evolução do percevejo para um ponto inicial muito anterior, os autores afirmam que suas descobertas também podem derrubar outras suposições comuns sobre esse inseto.

Eles encontraram evidências, por exemplo, de que as espécies de percevejos raramente evoluíram de uma encarnação que infestou muitos tipos de animais para uma que se limita a um único hospedeiro. Falando em termos de evolução, imagina-se que parasitas tendem a trocar de uma variedade de hospedeiros para apenas um devido à maior eficiência de recursos. Mas isso não parece ser o caso dos percevejos. É mais comum que eles mudem de um hospedeiro para outro, como de pássaros para morcegos. Considerando que a maioria desses insetos hoje têm vítimas específicas, é improvável que isso tenha sido diferente no passado, afirmam os autores. Mas ainda não está claro qual animal teria sido se não eram morcegos.

"Há apenas especulações sobre qual poderia ter sido o hospedeiro, mas, na minha opinião, é algum tipo de pássaro arborícola (que vivem em árvores) primitivo, ou possivelmente um tipo de mamífero arborícola", afirma Booth. "Será que algum dia saberemos qual era realmente esse hospedeiro ancestral? É provável que não, mas nós sabemos que é algo que viveu antes do T.rex, e isso é incrível".

Os percevejos parasitas de humanos parecem ser uma exceção a essa regra geral, entretanto. De acordo com os autores, as três espécies que nos atacam evoluíram de percevejos que costumavam se alimentar de um único hospedeiro, mas hoje esses insetos ainda podem se alimentar do sangue de outros insetos (como morcegos) caso tenham uma oportunidade. Os resultados do estudo também contestam outra teoria sobre nossa história pessoal com os percevejos.

A espécie que se alimenta de sangue humano provavelmente se dividiu antes de os humanos modernos surgirem (algo em torno de 2 milhões de anos atrás). Em outras palavras, os insetos que hoje nos veem como jantar já existiam quando começamos a morar em cavernas e próximos a morcegos – eles apenas agarraram a oportunidade quando viram. Dito isso, embora esse percevejo de cama seja geneticamente similar a seus primos que ainda moram em cavernas ou sótãos e se alimentam principalmente de morcegos, e podem até serem cruzados em laboratório, os dois grupos estão lentamente se distanciando em seu processo de evolução.

"Em última análise, esta é uma história muito intrigante que subverte completamente a nossa compreensão da evolução desta linhagem", afirmou ou Booth.

Mais do que qualquer coisa, as descobertas ressaltam o quão resiliente esses insetos têm sido. Mesmo a ingenuidade humana não foi capaz de acabar com o percevejo. Os pesticidas que desenvolvemos em meados do século 20 quase exterminaram eles, mas eles retornaram em escala global nas últimas décadas graças a mutações que os tornaram quase imunes a esses químicos.

Embora os autores digam que a pesquisa deve nos ajudar a aprender como gerenciar melhor essas pragas, é difícil imaginar que esses insetos não encontrarão uma maneira de se recuperar de qualquer coisa que jogarmos neles.

Afinal, se um asteroide que extinguiu dinossauros não foi capaz de parar seus ancestrais, que esperança nós temos?

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Finalmente estamos descobrindo mais sobre o MU69, a estranha rocha achatada nos extremos do sistema solar

Posted: 17 May 2019 08:53 AM PDT

MU69

A missão New Horizons divulgou os primeiros resultados dos estudos de 2014 sobre o MU69, o objeto espacial mais distante já explorado.

Apelidado de Ultima Thule, ele parece ser um par de rochas grudadas, medindo cerca de 16 quilômetros de diâmetro cada. Ele orbita o Sol a uma distância de aproximadamente 6 bilhões de quilômetros (Plutão orbita a 5,9 bilhões de quilômetros). Parece que ele se manteve relativamente inalterado desde o início do sistema solar, e já apresentou algumas surpresas quando a espaçonave da New Horizons transmitiu as primeiras imagens – e agora, esses primeiros resultados foram divulgados e analisados. Mas as coisas estão só começando para a equipe de pesquisadores.

"Ainda está muito cedo", afirmou Alan Stern, pesquisador principal da missão New Horizons, ao Gizmodo. "Nós só estamos conseguindo respirar agora".

O astrônomo Marc Buie descobriu o MU69 utilizando o telescópio Hubble em 2014, e os cientistas da New Horizons visualizaram o objeto pela sua espaçonave após uma campanha bem-sucedida registrar imagens do planeta anão Plutão. O MU69 é um clássico objeto frio do Cinturão de Kuiper, o que significa que ele orbita o Sol em um trajeto relativamente circular e inalterado. "Inalterado" é o que melhor descreve essa rocha; os autores do estudo a chamam de "cristalina". Essencialmente, é como uma cápsula do tempo do início do sistema solar e que não foi alterada pela influência do Sol ou outros planetas.

A New Horizons acompanhou o objeto e o observou detalhadamente no dia 1º de janeiro. Nesta quinta-feira (16), os cientistas da missão revelaram a primeira série de análises dos resultados no periódico acadêmico Science. Essa análise inicial revelou algumas coisas importantes: primeiramente, o objeto é um "binário de contato", o que significa que são duas rochas que colidiram relativamente devagar. Surpreendentemente, essas rochas são achatadas, e não esféricas. Em segundo lugar, não há qualquer evidência de anéis, satélites, poeira, uma atmosfera de gás ou qualquer interação com o vento solar. Em terceiro lugar, o brilho e a textura variam em diferentes partes do objeto, mas sua composição não parece variar.

Esses são apenas resultados iniciais, e os cientistas vão continuar coletando dados da New Horizons por, pelo menos, mais um ano. Mas pesquisadores estão sempre tentando entender a história da MU69. O objeto parece ter se formado após duas nuvens homogêneas de seixos colidirem sob influência da gravidade e, então, lentamente se fundiram uma a outra.

Cientistas que estudam formações planetárias estão animados com a ideia desse mundo cristalino. "Nós conseguimos ver algo que se parece mais ou menos com o que era no final da formação dos planetas, que se formou onde está agora", Christa Van Laerhoven, pesquisadora de pós-doutorado na University of British Columbia e que não é afiliada à equipe do New Horizons, afirmou ao Gizmodo. Ela explicou que o MU69 tem um tamanho um pouco grande demais para que o eletromagnetismo seja a força dominante, e um pouco pequeno demais para ser dominado pelos efeitos da gravidade, o que significa que ele poderia fornecer mais dados para auxiliar na compreensão do processo de formação planetária.

E a forma achatada do objeto é especialmente um mistério. "É um pouco surpreendente que haja algo tão achatado no sistema solar", afirmou Kat Volk, cientista associado da University of Arizona e que também não faz parte da New Horizons, ao Gizmodo. Físicos geralmente assumem que tudo no espaço é esférico, então será necessário um certo esforço para entender como o MU69 acabou ficando nesse formato.

É apenas um objeto, no entanto, então não podemos generalizar o resto do Kuiper Belt. "Se pudéssemos ver mais deles, seria ótimo", afirmou Volk. "Especialmente nessa dimensão de tamanho que é difícil ser visto da Terra".

A equipe da New Horizons espera continuar estudando objetos do Kuiper Belt e o espaço, e pode até planejar um voo de outro objeto já que a espaçonave continua sua jornada para longe do Sol, disse Stern. Mas até lá, existem muitos outros mistérios a serem revelados nos dados que ainda serão coletados.

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Google está trabalhando em uma IA de tradução que usa sua própria voz para falar língua estrangeira

Posted: 17 May 2019 07:53 AM PDT

Turistas vendo mapa em uma calçada

A pior parte de visitar um lugar cuja língua você não fala é a sensação de afundar em um livro de frases do idioma, abrir a boca e preparar-se para assassinar a língua estrangeira. Se este é o seu pior pesadelo, boas notícias. O Google está trabalhando em uma inteligência artificial que pode realmente falar em outro idioma usando sua própria voz.

Chamado de Translatotron, a inteligência artificial é descrita em um blog post como um modelo de tradução de fala de ponta a ponta. O que torna isso uma novidade é que ele evita o método convencional de conversão de voz para texto e texto em voz — que é o que o Google Translate atualmente faz. Em vez disso, ele emprega uma rede neural capaz de ignorar a etapa intermediária de traduzir áudio para texto e vice-versa. Também inclui um "codificador de alto-falante" que pode preservar a voz do locutor original.

A nova inteligência artificial tem algumas vantagens em relação ao método tradicional. O Google cita velocidades de inferências mais rápidas, eliminando erros compostos e lidando melhor com palavras que não precisam de tradução, como substantivos e nomes próprios.

No momento, o Google diz que a qualidade da tradução usando o Translatotron é inferior comparado com métodos tradicionais. No entanto, se você verificar os exemplos de áudio disponibilizados pela empresa, os resultados finais não são apenas precisos, mas também soam mais naturais. Ainda há essa entonação mecânica, mas muito menos em comparação com, digamos, a Alexa, da Amazon, ou qualquer outro assistente.

Atualmente, existem alguns aplicativos de tradução "texto para voz" disponíveis — incluindo o Google Translate, SayHi, Microsoft Translator, iTranslate e TripLingo. Nenhum deles usa a sua voz real, e isso pode ser um pouco chocante na vida real.

O Translatotron pode ainda estar em desenvolvimento, mas tomara que, em algum dia no futuro próximo, eu possa fazer aquela viagem à Paris que eu sempre quis, sem ter de me envergonhar por falar incorretamente "confit de canard" (confit de pato) em um restaurante chique.

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Grumpy Cat, a gatinha rabugenta, morre aos 7 anos de idade

Posted: 17 May 2019 07:19 AM PDT

Grumpy Cat, o meme da gatinha rabugenta

Grumpy Cat, a gata rabugenta que ficou famosa na internet, morreu após sofrer complicações com uma infecção no trato urinário. Ela tinha sete anos de idade.

A gatinha, cujo o nome real era Tardar Sauce, ficou famosa depois que o irmão de sua dona publicou uma foto no Reddit em 2012. Na época, a felina tinha menos de um ano de idade e viralizou instantaneamente.

A família conseguiu capitalizar a fama da gata na internet tornando-a garota propaganda em ações de marketing da Friskies, além de tê-la levado à Comicon e fechado um acordo para um filme de TV chamado Grumpy Cat’s Worst Christmas Ever (O Pior Natal de Grumpy Cat, em tradução livre).

A família de Grumpy Cat, incluindo sua dona Tabatha Bundesen, fez o anúncio da morte da gatinha na manhã desta sexta-feira (17) pelo Twitter, descrevendo-a como um “bebê”. Bundesen era garçonete da rede americana de restaurantes de frutos do mar Red Lobster antes da fama de Grumpy Cat.

“Apesar dos cuidados de profissionais de ponta, bem como de sua amável família, Grumpy teve complicações a partir de uma recente infecção no trato urinário que infelizmente se tornou muito forte para que ela superasse a doença”, disse a família em um comunicado publicado no Twitter. “Ela faleceu em paz na manhã de terça-feira, 14 de maio, em casa, nos braços de sua mãe, Tabatha”.

A estrela de Grumpy Cat já não brilhava tanto nos últimos anos, especialmente depois da resposta morna do público ao filme Grumpy Cat's Worst Christmas Ever, que era co-estrelado pelo comediante Aubrey Plaza. Mas é assim que a fama sempre foi, mesmo antes da internet.

“Além de ser o nosso bebê e um membro querido da família, Grumpy Cat fez milhões de pessoas sorrirem ao redor do mundo – mesmo quando as coisas não estavam fáceis”, disso a família de Grumpy Cat.

“Seu espírito continuará a viver por meio dos fãs de todo o mundo”.

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Parece que a Samsung já consertou os defeitos do Galaxy Fold

Posted: 17 May 2019 05:48 AM PDT

Galaxy Fold de frente

Lembra quando a Samsung apressou uma substituição do Note 7 e o novo celular também explodia? Um dia depois que jornalistas e influenciadores dos EUA receberam suas unidades de testes do Samsung Galaxy Fold, a internet foi inundada com vídeos de smartphones dobráveis quebrados. Telas que piscavam, rachavam e inchavam — um verdadeiro pesadelo de relações públicas para a Samsung. Não tivemos problemas com a unidade de testes que veio para o Gizmodo, mas como muitas pessoas passaram por isso depois de alguns dias, a Samsung decidiu adiar o lançamento para resolver os problemas.

Essa foi a atitude correta. Lembra as consequências da bateria explosiva do Note 7? A pré-venda do Galaxy Fold já está esgotada, e mais repercussão negativa, desta vez nas unidades entregues para o consumidor final, poderia ter sido fatal para o futuro dos smartphones dobráveis. Mas apenas três semanas depois, a agência de notícias Yonhap News, da Coreia do Sul, diz que a Samsung já resolveu os problemas.

Espera aí. Como assim?

Muitos problemas do Galaxy Fold aconteceram porque quem estava testando o produto achou que a camada protetiva da tela era um daqueles plásticos que você tira quando compra um celular novo. A Yonhap diz que a Samsung decidiu eliminar qualquer margem para confusão, estendendo essa camada protetora de filme até embaixo das bordas do painel para que você não fique tentado a puxá-la.

Outros problemas relacionados à tela foram supostamente causados ​​por poeira e detritos que ficaram presos em pequenas aberturas causadas da dobradiça do Fold. Para resolver isso, a Samsung vai minimizar a área da articulação.

A reportagem também diz que a empresa está atualmente testando os protótipos "consertados" do Galaxy Fold nas três operadoras da Coreia do Sul. Dependendo dos resultados, a empresa deve anunciar um cronograma de lançamento em algumas semanas e disponibilizar os telefones em junho.

É um cronograma bem agressivo para um aparelho que passou por problemas sérios. O Gizmodo entrou em contato com a Samsung para tentar confirmar algum desses detalhes, mas a Samsung se recusou a comentar.

Na quinta-feira passada (7), DJ Koh, que comanda a divisão móvel da Samsung, disse ao The Korea Herald que a empresa chegaria “a uma conclusão em poucos dias [sobre o lançamento]”. Quando perguntado se o Fold poderia ser lançado em maio, Koh respondeu de forma relutante: “Não chegaremos tarde demais”.

No entanto, isso parece contradizer diretamente outras matérias da semana passada, que diziam que a Samsung, em cartas enviadas aos clientes, parecia não ter ideia de quando as encomendas seriam enviadas.

Seria legal se a Samsung realmente conseguir consertar as falhas em tão pouco tempo. Mas também é um pouco suspeito. Se as correções eram tão simples, por que a Samsung não aproveitou o mês extra de testes, pesquisa e desenvolvimento? Provavelmente porque, como minha colega Alex Cranz observou, estava mais preocupada em ter o primeiro telefone dobrável do mercado.

Os regulamentos da FTC (comissão americana que regula atividades comerciais) atualmente exigem que as empresas enviem dispositivos comprados na pré-venda dentro de um prazo especificado ou permitam que os clientes cancelem pedidos. Como informamos na semana passada, esse novo prazo seria 31 de maio, o que também poderia explicar a pressa para entregar os produtos. A ideia da Samsung parece ser que, se eles começarem a entregar logo os aparelhos, talvez pessoas que tenham cancelado o pedido voltem a comprar.

Tomara que desta vez a Samsung não esteja repetindo a história.

[Yonhap News via CNET]

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O Burger King está testando entrega de sanduíches no trânsito, e São Paulo está na lista de cidades

Posted: 17 May 2019 04:23 AM PDT

Se você mora em São Paulo, sabe que uma das marcas registradas da cidade são os congestionamentos quilométricos diários. Ficar preso no trânsito já é um teste de paciência, mas estar em meio a essa fila infinita de carros e com fome é ainda mais irritante. O Burger King decidiu tirar proveito desse problema enfrentado em muitas capitais do mundo e anunciou na semana passada que vai lançar o "Traffic Whopper Jam", uma plataforma de entrega que vai levar o fast-food direto à janela do seu carro.

A ação surgiu na Cidade do México, em que as pessoas gastam 59 minutos em média no trânsito diário. Por meio do aplicativo do Burger King, as pessoas que estiverem presas no trânsito poderão pedir sua comida, que será entregue diretamente no seu carro. Segundo o AdAge, a empresa vai utilizar dados de trânsito em tempo real sobre as áreas mais congestionadas e enviar banners no Waze e anúncios digitais para alertar os motoristas de que o serviço está disponível.

Para garantir que não haja nenhum problema na logística do serviço, a plataforma vai coletar uma série de dados para estabelecer alguns parâmetros. O anúncio vai mostrar quanto tempo o motorista tem para fazer o pedido e eles sempre serão encaminhados a um Burger King localizado a um raio de 3 quilômetros. Além disso, o usuário será informado quando o seu pedido estiver próximo, e um entregador irá até o veículo, utilizando uma tecnologia do Google Maps que permite rastrear a sua localização e velocidade.

Após o teste bem-sucedido no México, a empresa disse que pretende expandir a iniciativa para outras cidades que sofrem com congestionamento, como São Paulo, Los Angeles e Xangai. O Burger King afirma que a campanha inicial na Cidade do México resultou em um aumento de 63% no número de pedidos diários e a taxa de download diário do app do restaurante também aumentou em 44%.

A ideia parece realmente genial, principalmente se pensarmos em todas as experiências negativas que tivemos presos no trânsito. No entanto, o site Jalopnik levantou algumas questões importantes em relação à campanha, principalmente se a ideia é expandir para outras partes do mundo. O Burger King teria que levar em consideração diversas características locais e atuais problemas que essas cidades já enfrentam.

Atualmente, o trânsito de São Paulo, por exemplo, já é extremamente caótico com carros, motos, ônibus e caminhões competindo por espaço. Com a crescente oferta de aplicativos de entrega, a situação parece ter se agravado, com um aumento de 9% para 16%, entre 2017 e 2018, do número de entregadores vítimas de acidentes. Agora, imagine a radial Leste [uma das vias de maior movimento de São Paulo] infestada de entregadores do Burger King parando entre os carros para entregar hambúrgueres depois de terem cometido todas as atrocidades possíveis no trajeto até ali para chegarem ao carro antes que o motorista saísse do trânsito.

Já no caso do México, a campanha da cadeia de fast-food toca em outro ponto. A população do país possui a maior taxa de obesidade do mundo, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É claro que antes as pessoas já consumiam fast-food, mas a nova campanha vai tornar isso muito mais acessível, incentivando, de uma forma ou de outra, esse tipo de alimentação.

Claro que o discurso do Burger King é que o objetivo é oferecer um tipo de "solução" para os problemas que os motoristas enfrentam no trânsito. No entanto, a iniciativa é mais sobre a empresa coletar dados de localização das pessoas e incentivar o consumo de fast-food do que uma solução para as grandes cidades. Para aliviar de fato esse estresse diário, talvez devêssemos celebrar e encorajar políticas de investimentos em infraestrutura e de melhoria da mobilidade urbana em geral.

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