sábado, 15 de junho de 2019

Gizmodo Brasil

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Os melhores recursos do iOS 13 e do macOS Catalina que não receberam muita atenção na WWDC

Posted: 14 Jun 2019 03:16 PM PDT

Craig Fedrighi, da Apple, com o logotipo do iOS 13

Durante a WWDC (conferência de desenvolvedores da Apple), a companhia falou de vários recursos que serão disponibilizados no iOS 13, no novo iPadOS e no macOS Catalina. No entanto, a própria empresa admitiu que não conseguiu falar de todas as novas funções que devem chegar ao sistema. Aqui vão algumas das melhores e mais legais funcionalidades de software que devem chegar nos iPhones, iPads e Macs ainda neste ano.

iOS 13 e iPadOS
Logotipo do iOS 13 na WWDC

Seleção de rede Wi-Fi na Central de Controle: as próximas versões dos sistemas móveis da Apple vão permitir que você selecione uma rede Wi-Fi diretamente na Central de Controle. Atualmente, você só pode ligar ou desligar o Wi-Fi, então isso deve fazer você economizar a navegação até o menu Ajustes.

Etiquetas de relacionamento para seus Contatos: contatos têm agora uma opção de personalização para definir o seu tipo de relacionamento com certas pessoas — como irmão ou amigo. Isso pode ajudar, de alguma forma, a organizar melhor a lista de contatos.

Compartilhar para o app Mensagens: tocar o botão de compartilhar dentro do aplicativo oferece opções extra no iOS 13 e no iPadOS — especificamente, a habilidade de compartilhar para as pessoas diretamente numa conversa no app Mensagens.

Emudecer conversas de e-mail: não deixe que uma conversa de e-mail distraia você. Depois que o iOS 13 e o iPadOS chegarem, você poderá silenciar os tópicos por um tempo específico, para que eles não enviem notificações. O silenciamento funciona em todos os seus dispositivos Apple.

Suporte a mouse: finalmente o suporte a mouse está chegando ao iOS 13 e ao iPadOS como um recurso de acessibilidade. Um clique funciona como um toque de dedo e, embora ainda não exista uma lista oficial de dispositivos compatíveis, sabemos que funcionará com mouses USB e Bluetooth.

Controle com quem seus filhos estão conversando: entre os novos recursos relacionados ao Tempo de Exibição está a opção de impor limites das pessoas que conversam com seus filhos em determinados momentos. Você também poderá gerenciar os contatos que aparecerem nos dispositivos de seus filhos.

Bloqueio de remetente no Mail: falando do aplicativo padrão de e-mail da Apple, o iOS 13 e o iPadOS permitirão que você bloqueie remetentes específicos — as mensagens dessas pessoas são enviadas diretamente para a lixeira e, novamente, a regra é aplicada a todos os gadgets da Apple sincronizados.

Pesquisas de fotos mais complexas: a Apple continua a adicionar funcionalidades no app Fotos, como vimos na apresentação da WWDC. Um novo recurso que não foi muito comentado é o que eles chamam de pesquisa complexa. Você poderá combinar termos como "praia" e "selfies" numa mesma consulta.

Volume na tela: o iOS 13 tem um novo indicador de volume: ele começa pequeno e vai aumentando conforme você faz ajustes no botão do dispositivo. Sem contar que agora ele está mais discreto, ocupando apenas parte da lateral da tela. Você também pode tocar e arrastar na tela para alterar o volume.

Download de apps grandes via internet móvel: o limite de download via internet móvel no iOS é de 200 MB, mas a Apple vai tornar isso mais fácil com o novo iOS e iPadOS. Você poderá remover o limite ou pedir para que o sistema pergunte a você se quer baixar um app tão grande.

Modo "low data": quer usar menos seu plano de dados? O novo modo "low data" (baixo consumo de dados, em tradução livre) é para você. Ele fica nas Opções de Dados Celular, em Ajustes. Segundo a Apple, ele ajuda os aplicativos a "reduzir o uso de dados da rede". Por ora, isso é tudo que sabemos.

Carregamento otimizado de bateria: esta nova opção que fica em Ajustes no iOS 13 e no iPadOS altera a carga de seus dispositivos. Em vez de voltar aos 100% quando você plugar seu aparelho na tomada, ele aprenderá sua rotina diária e hábitos para se adaptar. Por exemplo: se você sempre carregar seu telefone ao dormir, ele carregará até 80%. No entanto, como ele tem noção da hora que você acorda, uma hora antes ele carrega os 20% restantes. No fundo, isso deve ajudar a aumentar a vida útil da bateria.

Fechando automaticamente guias inativas do Safari: navegando no item Safari em Ajustes, você verá algumas novas opções para fechar automaticamente algumas abas que talvez você tenha se esquecido no iOS 13 e iPadOS. As opções são "após um dia", "após uma semana" ou "após um mês".

Faça capturas completas de uma página web: quer fazer a captura de tela de uma página toda? Sem problemas com a próxima atualização de software da Apple: basta tirar uma captura de tela no Safari, como você faria normalmente, e escolha a opção "full page" na parte de cima da tela.

AirPlay 2 chega ao Apple Home: você conseguirá adicionar alto-falantes AirPlay 2 e automações no iOS 13 e no iPadOS.

macOS Catalina
Logotipo do macOS Catalina

Acesse sua conta Apple: a Apple está finalmente trazendo algumas configurações de gerenciamento de conta que anteriormente só ficavam na web para o macOS. A partir de uma nova opção de Preferências do Sistema, você poderá gerenciar dispositivos, suas assinatura da Apple e assim por diante.

Cancelar a inscrição de e-mails: além de ter a habilidade de silenciar conversas e bloquear remetentes no Mail, recursos que falamos acima, o Mail no desktop terá um botão para cancelar a inscrição de listas de e-mail no macOS Catalina.

Uma Touch Bar virtual com Sidecar: ficamos sabendo que o iPad pode ser usado como uma segunda tela por meio do novo recurso Sidecar, mas um detalhe extra é uma barra virtual que aparece na segunda tela para aplicativos compatíveis.

Picture in Picture para o QuickTime: o QuickTime já tem um tipo de picture in picture, mas está se tornando oficial com a chegada do macOS Catalina, e ele funcionará em vários espaços e no modo tela inteira. Ele estará disponível com um único clique no controlador de navegação.

Compartilhamento de pastas no iCloud Drive: o iCloud está seguindo os passos do Dropbox. No macOS Catalina (e também no iOS e iPadOS), você pode compartilhar pastas iCloud com outras pessoas em vez de arquivos individuais. Você também pode conceder a permissão de adicionar arquivos a uma pasta.

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OBSBot é uma câmera que usa inteligência artificial para te filmar em vlogs ou vídeos de ação

Posted: 14 Jun 2019 01:46 PM PDT

Câmera OBSBot usa inteligência artificial para seguir usuário

XANGAI* – Você não precisa mais de uma pessoa para fazer gravações de vídeos de esportes, dança ou ação. Na real, você só precisa de uma câmera com inteligência artificial. A ideia da OBSBot é justamente essa: seguir objetos numa cena, como se fosse uma pessoa operando a câmera.

O produto, anunciado na CES 2019, em Las Vegas, foi lançado oficialmente para o mercado durante a versão asiática da feira, em Xangai. Fabricada pela chinesa Remo, a OBSBot tem um sensor de 12 megapixels com zoom óptico de 3,5x capaz de filmar em 4K/60fps e um gimbal de três eixos. Essa última especificação significa que ela se move de forma suave para acompanhar o objeto marcado pelo aplicativo via celular.

A companhia quer vender essa câmera para produtores de conteúdo de ação e esporte. Dá para configurar a câmera para te seguir durante aquela partida de futebol com os amigos, por exemplo, ou pedir para ela acompanhar manobras de skate, o seu pet ou simplesmente usá-la como câmera de gravação de blogs.

Fiz um teste breve no estande da empresa aqui na CES Asia é ela parece ser bem esperta. Há um modo “insano” para ela acompanhar objetos que se movem muito rápido.

A promessa é de 3 horas de autonomia de bateria. Há algumas características interessantes como gravação em super slot-motion (240fps) em 1080p e uma série de gestos que você pode fazer para configurar funções – abrir a palma da mão faz a câmera te seguir, por exemplo. É possível definir ainda modos de enquadramento pelo app. E ela é bem portátil: tem 17 cm de altura e pesa 610 gramas.

Após ser anunciada na CES 2019, a OBSBot foi promovida via financiamento coletivo pelo Kickstarter. Na plataforma, cada unidade custava US$ 489. Para o lançamento definitivo, a Remo comercializa a câmera por US$ 720.

*O jornalista viajou para Xangai a convite da CTA, empresa que organiza a CES

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American Airlines quer reconquistar confiança de passageiros colocando executivos para voar no Boeing 737 Max

Posted: 14 Jun 2019 12:43 PM PDT

Detalhe do bico de um avião Boeing 737 Max

A American Airlines tem um plano para convencer os consumidores de que os Boeing 737 Max são seguros para voo: colocar seus executivos para voarem nele para ver no que vai dar.

O presidente da American Airlines, Doug Parker, disse durante um encontro com acionistas nesta semana que executivos e outros funcionários realizariam voos em aviões 737 Max antes que a companhia aérea disponibilizasse a aeronave para os clientes, informou a Bloomberg nesta quinta-feira (13). Até que não é uma má ideia, né?

Em um e-mail enviado ao Gizmodo sobre a decisão, um porta-voz da American Airlines disse estar "confiante de que as atualizações iminentes do software junto com os novos elementos de treinamento que a Boeing está desenvolvendo para o Max levarão à recertificação da aeronave em breve".

"Nossa equipe continua a trabalhar em colaboração com a FAA, a Boeing e a Allied Pilots Association neste processo", disse o porta-voz da companhia. "Temos a maior confiança em nossa frota, que é pilotada por profissionais altamente treinados. Nossos clientes podem ter certeza de que um piloto da American Airlines nunca operaria uma aeronave insegura".

A decisão segue um período desastroso de relações públicas tanto para a Boeing e para as empresas que têm aviões 737 Max em suas frotas. Desde março, as aeronaves Boeing 737 Max não estão mais voando após dois acidentes que mataram no total 346 pessoas. E como ainda não está claro quando estes aviões serão liberados para voos comerciais, as companhias aéreas com estas aeronaves em sua frotas são forçadas a continuar cancelando voos.

A American Airlines anunciou nesta semana que iria estender os cancelamentos de voos até o dia 3 de setembro, detalhando em um comunicado que cerca de 115 voos por dia seriam cancelados como resultado da proibição temporária das aeronaves. A Southwest Airlines, que também tem aviões 737 Max em sua frota, anunciou esta semana que cancelaria 100 voos por dia até o início de setembro.

Será que o fato de a American Airlines colocar seus principais executivos em aeronaves responsáveis pela morte de centenas de pessoas recuperará a confiança dos consumidores? Pesquisas sobre a percepção dos passageiros parecem ter resultados bem conflitantes. Porém, não deixa de ser uma ação ousada.

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Projeto aprovado na Alerj exige que usuário de patinete elétrico sem CNH faça prova online no Detran

Posted: 14 Jun 2019 11:14 AM PDT

Os patinetes elétricos se tornaram uma realidade nas grandes cidades brasileiras — e, agora, o poder público quer regulamentar seu uso. Depois de algumas iniciativas e brigas em São Paulo, o Rio de Janeiro começa a adotar medidas. A mais recente é a exigência de uma prova para pilotar os veículos desse modo de transporte.

O projeto, de autoria dos deputados Alexandre Knoploch e Gustavo Schmidt (PSL) prevê a realização de uma prova online no site do Detran para quem não tem CNH ser autorizado a usar os patinetes. De acordo com o G1, a aprovação na prova geraria um número vinculado ao CPF. Esse número seria usado no cadastro nos aplicativos.

O projeto de lei foi aprovado no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e ainda precisa ser sancionado pelo governador Wilson Witzel (PSC) para começar a valer. Diante das reações ruins desde a quinta-feira (13), Knoploch pediu que Witzel vete sua própria proposta.

O projeto de Knoploch e Schmidt também o depósito de um “cheque caução” no valor de R$ 1.710 para o condutor que não possui seguro contra acidentes. Nas demais normas, constam identificação única obrigatória para os patinetes, cadastro obrigatório de usuários pelas empresas e estabelecimento de locais para estacionar e retirar os veículos.

O texto também diz que as empresas podem ser responsabilizadas por acidentes, mau uso e estacionamento em lugares irregulares. Elas também poderão estabelecer convênios com o Estado para integração com outros meios de transporte, uso de espaços públicos e melhorias na utilização dos patinetes.

Dois espacialistas ouvidos pelo jornal O Dia criticaram o projeto. Eles apontam que a regulamentação é de competência municipal, enquanto a exigência da prova precisaria contar no Código Brasileiro de Trânsito, de competência federal e que não tem classificação para esse tipo de veículo.

Apesar de bastante abrangente, o projeto não é o primeiro a passar na Alerj. Outra proposta foi aprovada na terça-feira (11) e também aguarda sanção de Witzel.

De autoria dos deputados Giovani Ratinho (PTC) e Rosane Félix (PSD), o texto determina que as empresas forneçam capacetes aos usuários. Ele também proíbe o uso em áreas de pedestres, liberando os patinetes em ciclovias e ciclofaixas a uma velocidade máxima de 20 km/h. Os patinetes deverão ter sinalização noturna e velocímetro. Por fim, o texto determina que as empresas tenham um número de telefone 24 horas para ser contatado em caso de estacionamento em local proibido, e que o patinete nesta situação seja recolhido em até duas horas.

[G1, O Dia]

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Novo estudo sugere que o Sol pode gerar “super erupções” perigosas

Posted: 14 Jun 2019 10:20 AM PDT

Super erupções de alta energia são tipicamente associadas a estrelas jovens e com rápida rotação, mas novas evidências sugerem que estrelas maduras e pesadas, como a nossa, ainda podem produzir o estranho fenômeno de super erupção.

Estrelas localizadas a centenas de anos-luz de distância às vezes emitem rajadas de energia poderosas o suficiente para serem detectadas por astrônomos aqui na Terra. Conhecido como "super erupções", elas são como explosões solares de força normal, mas em uma escala muito maior. O pensamento convencional sugere que esses fenômenos são produzidos por estrelas jovens e que nosso Sol de meia-idade, com 4,6 bilhões de anos, é imune a essas explosões espasmódicas de energia.

Uma nova pesquisa publicada no Astrophysical Journal sugere que as super erupções podem, de fato, ser geradas por estrelas maduras e de rotação lenta, como o Sol, embora de forma relativamente infrequente. O novo estudo, liderado pelo astrofísico Yuta Notsu, pesquisador visitante da University of Colorado Boulder, apresentou evidências que sugerem que estrelas maduras emitem super erupções uma vez a cada 2.000 a 3.000 anos. Isso é raro – mas não tão raro a ponto de não precisarmos nos preocupar com isso.

Os efeitos de uma super erupção na Terra não seriam suficientes para desencadear uma calamidade ecológica, mas certamente causaria estragos em nossa civilização de alta tecnologia. A explosão de radiação de alta energia infligiria danos severos aos equipamentos eletrônicos e sistemas de telecomunicações, causando apagões, danificando satélites e expondo os astronautas a níveis perigosos de radiação.

Super erupções, vale observar, não são o mesmo que tempestades geomagnéticas, mas os dois fenômenos estão relacionados.

"As tempestades geomagnéticas são perturbações graves dos campos magnéticos da Terra, enquanto as super erupções são grandes explosões na superfície do Sol ou das estrelas", disse Notsu em um e-mail ao Gizmodo. “Se super erupções ocorrem no Sol, elas geram grandes ejeções de plasma, e se esse plasma colide com a Terra, tempestades magnéticas muito grandes são causadas”, disse ele, acrescentando que, “simplesmente falando, grandes tempestades geomagnéticas são resultado de super erupções”.

As super erupções foram detectadas pela primeira vez pelo Telescópio Espacial Kepler – e aconteceu meio que por acidente. O observatório espacial é projetado para buscar exoplanetas, mas as observações de Kepler às vezes mostravam um comportamento estelar anômalo, no qual algumas estrelas de repente ficavam muito brilhantes por um curto período. Os astrônomos apelidaram essas características celestes de “estrelas de super erupção de Kepler”.

Erupções de tamanho normal no Sol são bastante comuns, mas certamente não se comparam à escala que está sendo discutida aqui. Super erupções são consideravelmente maiores em termos de gasto de energia, com explosões sendo de centenas a milhares de vezes mais potentes do que qualquer outra coisa observada em nosso Sol. A natureza volátil de estrelas jovens é um gatilho provável para essas explosões, explicou Notsu.

“Grandes quantidades de energia magnética armazenadas em torno de manchas na superfície das estrelas podem causar super erupções”, disse ele. "Estrelas jovens, que giram rapidamente, podem gerar grandes quantidades de energia magnética de forma muito eficiente por causa dos grandes cisalhamentos [corte ou deformação a partir da tensão provocada por forças que atuam em sentidos iguais ou contrários, mas seguindo uma mesma direção] rotacionais no interior das estrelas".

Ao se aprofundar no estudo, Notsu procurava descobrir se estrelas maduras como a nossa são suscetíveis a super erupções e, em caso afirmativo, qual seria a frequência de tais eventos. Dados observacionais do telescópio Kepler foram confirmados pela sonda Gaia da ESA e pelo Observatório Apache Point, no Novo México, que descartaram outras causas para as aparentes explosões, como ruídos de fundo. Feito isso, a lista total de super erupções conhecidas diminuiu para 43 estrelas semelhantes à nossa. Uma análise estatística desses objetos confirmou a suspeita de que a idade de uma estrela é um fator determinante em termos de sua capacidade de produzir super erupções; enquanto estrelas jovens produziam super erupções uma vez por semana, estrelas maduras produziam apenas uma vez a cada poucos milhares de anos em média.

Nós não sabemos quando o nosso Sol pode produzir uma super erupção. Questionado se alguma vez seremos capazes de prever super erupções, Notsu disse que isso seria um grande desafio.

“Nosso estudo atual mostra apenas que as super erupções podem ocorrer uma vez a cada 2.000 a 3.000 anos, e não está claro como serão os próximos 100 anos”, disse ele ao Gizmodo. "No entanto, nossas descobertas sugerem que a existência de grandes manchas estelares, ou manchas solares, é uma condição necessária para super erupções. Assim, pelo menos, podemos dizer que, se grandes manchas como essas aparecerem na superfície do Sol, existe uma grande possibilidade de super erupções acontecerem".

Assim, o próximo tópico importante da pesquisa, ele disse, é entender melhor como essas manchas solares incomumente grandes podem ser geradas pelo sol. Dadas essas descobertas mais recentes, provavelmente deveríamos estudar isso.

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Anatel determina que operadoras criem lista para quem não quiser receber ligações de telemarketing

Posted: 14 Jun 2019 07:53 AM PDT

Fachada da Anatel. A cor predominante é prata, e o logo da Anatel é um círculo azul e uma curva em amarelo, com a palavra Anatel escrita em maiúsculas na cor verde. O dia está ensolarado e o céu, azul. Há uma bandeira do Brasil hasteada logo em frente ao prédio.

Se existe uma certeza nesse mundo é que você alguma vez já recebeu ou vai receber uma ligação de uma operadora de telefonia oferecendo um pacote de internet no momento mais importuno possível. Às vezes, essas insistentes chamadas ocorrem mais de uma vez por dia. E não importa quantos números você bloqueie, eles sempre conseguem te encontrar. A boa notícia é que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está tomando medidas que podem ajudar a aliviar um pouco essa sua dor de cabeça.

Na quinta-feira (13), foi determinado que as empresas do setor de telecomunicações deverão, dentro de um prazo de 30 dias, implementar uma lista nacional de consumidores que não querem receber chamadas de telemarketing. Segundo comunicado da agência, a medida vale para Claro/Net, Oi, TIM, Vivo, Nextel, Sky, Algar e Sercomtel. Essas empresas deverão, dentro desse prazo de 30 dias, criar e divulgar um canal para os consumidores alertarem a empresa que não querem receber essas ligações.

A iniciativa surgiu das próprias empresas de telecomunicação, segundo a Anatel. Em março, elas haviam se comprometido a implementar um "código de conduta e mecanismos de autorregulação das práticas de telemarketing" até setembro. No entanto, a Anatel considerou a lista de "não perturbe" como uma das prioridades dentre as propostas apresentadas e antecipou a implementação da medida.

Considerando que a Anatel é responsável por regular as empresas de telecomunicação, a obrigatoriedade dessa lista só contempla esse setor. (O que já é um grande passo, visto que a grande parte das ligações é proveniente das operadoras de telefonia.) Ainda assim, a agência sinaliza que está ciente de que a lista não vai resolver completamente o problema. De acordo com o comunicado divulgado:

"[…] o Conselho Diretor da Agência determinou às suas áreas técnicas que estudem medidas para combater os incômodos gerados por ligações mudas e realizadas por robôs, mesmo as que tenham por objetivos vender serviços de empresas de setores não regulados pela Anatel".

A vantagem dessa medida da Anatel é que ela é de abrangência nacional. Antes dela, os consumidores dependiam de leis locais. Em São Paulo, por exemplo, o Procon criou em 2009 um sistema em que os cidadãos podem cadastrar até cinco números de telefone de sua titularidade para bloquear chamadas de telemarketing.

Segundo o Procon-SP, de 2009 a 2017, cerca de 1,45 milhão de números, incluindo telefones fixos e celulares, foram cadastrados para não receberem essas ligações. Ainda assim, muitas empresas não obedecem a lei estadual. Em 2018, 20 empresas foram multadas por não respeitarem a lista de números para os quais não podem ligar.

Quem sabe a decisão da Anatel acabe reforçando esses decretos estaduais que já existem atualmente. Além disso, teremos mais um agente fiscalizador garantindo que as empresas respeitem a lista de "não perturbe". Será que finalmente teremos uma era de paz em que só ouviremos falar das operadoras quando, por livre e espontânea vontade, quisermos contratar um serviço?

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Impressora 3D usa brilho de tela do smartphone para auxiliar na criação de objetos

Posted: 14 Jun 2019 07:07 AM PDT

Impressora ONO 3D

XANGAI* – É raro ver o estande de uma startup em feiras de tecnologia ficar lotado, especialmente quando não está rolando nenhuma apresentação da tecnologia. Andando pela CES Asia, me chamou a atenção que o pequeno espaço reservado à startup ONO 3D estava lotado nas três vezes que passei por perto.

A companhia vende uma impressora 3D que utiliza a tela do smartphone como fonte de luz para a confecção dos objetos. Além disso, a escolha do projeto de impressão também é feita pelo celular.

Depois de ter um arquivo pronto ou selecionar um modelo a partir da biblioteca do aplicativo, é preciso colocar o celular na base da impressora, por baixo de uma película. Acima da película, o usuário coloca a resina e fecha a impressora, que tem um indicador de LED para avisar quando o processo terminar.

A startup diz que a impressora 3D é compatível com qualquer iPhone ou Android e promete resolução de 42 micrômetros nos eixos X e Y e 50 micrômetros no eixo Z. Uma impressão com 5,2 cm de altura leva cerca de 2 horas e 30 minutos, mas o processo pode ser mais rápido em celulares com brilho mais alto.

Impressora ONO 3D semi-abertaO smartphone fica dentro da impressora; seu brilho ajuda na confecção dos objetos

As impressões demonstradas no estande da companhia eram bem detalhados e uma rápida olhada no app mostrou centenas de modelos que podiam ser usados. Para quem manja de impressão 3D, é possível mandar o arquivo próprio que pode ou não ser compartilhado com a comunidade.

O CEO da empresa, Filippo Moroni, foi bem pragmático ao responder a utilidade da impressora: diversão. Segundo ele, trata-se de um dispositivo barato e que permite pessoas terem um primeiro contato com a impressão 3D – seja para aprender como funciona, como desenvolver modelos melhores ou simplesmente ter objetos impressos em três dimensões.

Yoda feito na impressora Ono 3D

A ONO 3D custa US$ 99 e está em pré-venda nos Estados Unidos e Europa, com previsão de envio para mês que vem. As resinas custam US$ 15 e vem com 100 ml. Dez unidades da película de impressão também custam US$ 15.

Apesar da inovação e do preço relativamente acessível, principalmente tratando-se de uma impressora 3D, a companhia já se envolveu com controvérsias. A empresa, fundada em 2016, realizou uma campanha de financiamento coletivo no Kickstarter e arrecadou incríveis US$ 2,3 milhões. O início da campanha foi em março de 2018 e a promessa para os primeiros envios ficou para setembro do mesmo ano.

Alguns objetos impressos na ONO 3D

Mesmo com o sucesso, os produtos não foram enviados para os apoiadores, alegando desafios de logística, entre outros problemas.

A startup chegou a realizar um novo financiamento coletivo via StartEngine e estendeu sua campanha. Eles entregaram alguns modelos para apoiadores, mas um comentário de quatro meses atrás reclama dos atrasos.

Questionamos o CEO da ONO 3D via e-mail sobre esses problemas, ele disse que a empresa quase foi à falência há 8 meses por problemas de gerenciamento. No entanto, ele alega que obteve mais financiamento (inclusive vendendo itens próprios) e que entregará em breve os produtos encomendados.

Estande da Ono3D cheio durante a CES Asia

*O jornalista viajou para Xangai a convite da CTA, empresa que organiza a CES Asia.

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Como a Samsung com o Fold, Huawei vai atrasar lançamento do Mate X

Posted: 14 Jun 2019 06:19 AM PDT

Homem segura o smartphone Huawei Mate X

Após a Samsung liberar unidades do Galaxy Fold para jornalistas e influenciadores, houve alguns problemas no aparelho e a empresa decidiu atrasar o lançamento do smartphone dobrável por tempo indeterminado. Nesta sexta-feira (14) foi a vez de a Huawei anunciar o atraso de seu smartphone dobrável, o Mate X.

O Mate X foi apresentado em fevereiro com pompa e circunstância durante o Mobile World Congress. Apesar de não ter sido liberado para análises mais aprofundadas, como o Galaxy Fold, a Huawei informou que deve mudar para setembro o lançamento do seu smartphone dobrável — a data prevista para lançamento era que rolaria ainda no mês de junho.

A razão para o atraso tem ligação direta com o que rolou com a Samsung. De acordo com a CNBC, um porta-voz da Huawei disse que a companhia estava mais "cautelosa" após ocorrerem os problemas com o Galaxy Fold. "Não queremos lançar um produto para destruir nossa reputação", disse o representante da companhia, sem detalhar direito quais poderiam ser os problemas ou inconsistências no produto que fizeram a Huawei alterar o lançamento.

A ideia da Huawei é comercializar o Mate X em mercados com redes 5G operantes, e o dispositivo não deve ser nada barato, com preços na casa dos US$ 2.600, estreando um novo teto para valor de smartphone — o Galaxy Fold tinha preço sugerido na casa dos US$ 2.000.

Apesar de toda a situação da Huawei com os EUA, o sistema operacional do Mate X deve ser mesmo o Android. A companhia trabalha em um sistema próprio, mas o considera um plano B. "Não queremos usar nossos próprios sistemas; nós gostamos de nossa cooperação com o Google nos últimos anos. Se formos forçados a usar nosso sistema, estamos prontos. Podemos viabilizá-lo nos próximos 6 ou 9 meses", afirmou o porta-voz da companhia à CNBC.

Não custa lembrar um pouco o que está rolando com a Huawei. Após a empresa ter entrado em uma "lista de entidades" do governo dos EUA, empresas do país foram proibidas de fornecer ou vender itens para a companhia chinesa.  Houve, no entanto, uma concessão até agosto que estenderá a cooperação do Google com a empresa, o que deve ajudar na manutenção e atualização do sistema Android para usuários Huawei.

Fora isso, nesta semana ficamos sabendo que a Huawei atrasou o lançamento de novos laptops Matebook, previsto para serem mostrados durante a CES Asia, por causa do banimento imposto pelos Estados Unidos.

Em abril deste ano, após se consolidar no segundo lugar, a Huawei argumentava que tinha como objetivo ser líder no ramo de smartphones ainda neste ano. No entanto, com as restrições dos Estados Unidos, isso não deve ocorrer tão cedo.

[CNBC]

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Oceano escondido sob a crosta congelada da lua Europa, de Júpiter, pode conter sal de cozinha

Posted: 14 Jun 2019 06:11 AM PDT

Lua Europa, de Júpiter. Um círculo não enquadrado por inteiro na imagem predominantemente branco com várias linhas avermelhadas em todos os sentidos.

Observações do Telescópio Espacial Hubble apontam para a presença de cloreto de sódio na superfície da lua gelada Europa de Júpiter. Esta é uma evidência potencial de que a substância, também conhecida como sal de cozinha, está presente no oceano debaixo da superfície do satélite natural do planeta — mais uma indicação do potencial desta lua para dar condições para vida alienígena.

“A potencial habitabilidade do oceano subsuperficial de Europa depende da sua composição química, que pode ser refletida na superfície geologicamente jovem de Europa”, afirma um novo estudo publicado nesta quarta-feira (12) na Science Advances.

De fato, essa lua jupiteriana abriga um oceano de água líquida em escala global sob sua volátil crosta gelada. Portanto, é razoável imaginar se as coisas que vemos em sua superfície congelada também podem existir no oceano. O ambiente oculto é rico em substâncias químicas e oferece “um lugar animador para explorar a habitabilidade do sistema solar”, observam os autores no novo estudo, liderado pela cientista planetária Samantha Trumbo, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (também conhecido como Caltech).

Como a pesquisa sugere, uma dessas substâncias superficiais pode ser o cloreto de sódio (NaCl), também conhecido como sal de cozinha. Observações prévias feitas pelo Near-Infrared Mapping Spectrometer (Espectrômetro de Mapeamento de Infravermelho Próximo, em tradução livre) a bordo da espaçonave Galileo apontavam para sais de sulfato na superfície de Europa, mas não havia evidência de que esse sal tivesse origem no gigante oceano sob a superfície.

O que é diferente no novo estudo é que o cloreto de sódio foi detectado em áreas conhecidas como regiões de “caos”, onde a mistura de materiais de superfície e as águas abaixo são possíveis.

“Isso muda nossa imagem da Europa da seguinte maneira: que tipo de sais estão na superfície e, portanto, que tipo de sais estão no oceano”, Jonathan Lunine, cientista planetário da Cornell University que não teve participação no novo estudo, diz em um email ao Gizmodo. "Por muito tempo depois [das imagens] da Galileo, pensou-se que os sais de sulfato de magnésio poderiam ser os mais importantes. Mas, depois desse estudo, nosso entendimento mudou — pode ser sal de cozinha!"

O problema com o cloreto de sódio, e não estamos aqui falando de pressão alta e doenças cardíacas, é que ele é praticamente invisível para os astrônomos — ele não exibe características espectrais facilmente identificáveis ​​em comprimentos de onda infravermelhos.

“O sal de cozinha é branco e não se destaca em um espectro visível”, explica Trumbo em um e-mail ao Gizmodo. “Mas, quando ele é bombardeado por partículas energéticas carregadas, como sabemos acontece na Europa, ele muda de cor e forma assinaturas espectrais únicas, que podemos ver com o Hubble.”

De fato, a Europa é atingida pela radiação tanto do Sol quanto, especialmente, de Júpiter. A assinatura espectral resultante do sal irradiado pode ser vista a uma absorção no comprimento de onda de 450 nanômetros (nm).

"Usamos o Telescópio Espacial Hubble para obter os primeiros espectros de comprimentos de onda visíveis espacialmente resolvidos [isto é, levando a distância em consideração] da superfície de Europa com o objetivo de procurar as assinaturas características dos sais de cloreto irradiados", diz Trumbo. "Especificamente, usamos um instrumento chamado Space Telescope Imaging Spectrograph (STIS) [espectrógrafo de imagem telescópica espacial, em tradução livre]. Os espectros mostraram uma característica de absorção distinta na luz solar refletida na superfície de Europa, perto de um comprimento de onda de 450 nm, o que indica a presença de NaCl irradiado."

Como esses dados foram resolvidos espacialmente, a equipe de Trumbo conseguiu mapear esses recursos de cloreto na superfície da Europa para determinar as regiões nas quais o sal está localizado. Crucialmente, a substância foi detectada próxima de jovens regiões do caos — características geológicas nas quais o gelo da superfície da lua é fortemente quebradiço e onde blocos de gelo podem ser vistos à deriva.

As regiões do caos provavelmente são causadas por materiais que sobem à superfície, causando a quebra do gelo. Como os materiais do oceano subterrâneo podem estar se derramando na superfície nesses pontos, "as regiões do caos podem ser as mais representativas da composição interna da Europa", diz Trumbo.

Imagem da superfície da lua Europa, de Júpiter. A imagem é cinza, com diversos fragmentos de tamanhos diferentes justapostos e pequenos cacos.Imagem da Galileo mostrando uma jovem região do caos na superfície de Europa. Imagem: NASA / JPL

É importante ressaltar que a equipe de Trumbo também conduziu experimentos no laboratório para ver como o cloreto de sódio adquire cor e, portanto, sua assinatura espectral detectável no ambiente de forte radiação em torno de Europa. Lunine diz que ficou "impressionado com o extenso trabalho de laboratório que os autores realizaram, que tornou possível interpretar os dados do Hubble em termos de cloreto de sódio".

Mesmo levando tudo isso em consideração, só porque esse material salino foi encontrado na superfície não significa que ele realmente veio do oceano subsuperficial. Trumbo diz que sua equipe está “confiante de que este sal tem origem no oceano interior”, mas não pode “dizer com certeza que a presença de NaCl na superfície implica uma química oceânica dominada pelos cloretos”, e isso é “porque não sabemos como estão diretamente relacionadas as composições da superfície e do oceano, mesmo no terreno do caos".

Fran Bagenal, professora de ciências astrofísicas e planetárias da Universidade do Colorado, gostou do novo estudo. Ele afirma que os autores "têm bons dados, dados que são abrangentes e honestos". É "outro tijolo na parede de evidências de que o oceano de Europa poderia ser muito interessante — possivelmente de significado astrobiológico", escreve ela ao Gizmodo em um e-mail.

Bagenal também ficou impressionada com o fato de os pesquisadores terem conseguido “extrair números de um sinal relativamente fraco”, acrescentando que “parece sal marinho na superfície de Europa — mas, como eles admitem, essa conclusão não é definitiva”.

A primeira imagem do texto, da lua Europa de Júpiter, em uma concepção artística, sendo sobrevoada por uma sonda espacial. A sonda tem um módulo central, dois planos retangulares (provavelmente placas para captar luz solar) e duas antenas na transversal dos planos.Concepção artística da Europa Clipper, uma nave espacial da NASA prevista para o lançamento na década de 2020. Imagem: NASA

Na mesma nota, Bagenal compartilhou alguns insights sobre onde vamos a partir daqui, particularmente o papel principal que será desempenhado pela Europa Clipper da NASA — uma nave espacial prevista para o lançamento na década de 2020.

"O próximo passo é a Europa Clipper, que vai voar sobre o satélite várias vezes e [fará] muitos tipos diferentes de medições: capturar das estruturas geológicas na superfície, buscar por assinaturas espectrais para identificar a ‘gosma marrom’ que parece estar saindo das rachaduras do oceano subsuperficial, medir as assinaturas magnéticas e de partículas das correntes elétricas que fluem no oceano sob o gelo — e usar o radar para estimar a espessura do gelo, se possível ", disse ela. "Depois que a Clipper fizer essas medições — no final da década de 2020 e início da década de 2030 — saberemos o suficiente para enviar uma sonda capaz de ‘arranhar e cheirar’ a superfície."

Em termos do potencial da Europa para hospedar a vida alienígena, essa ainda é uma questão em aberto — mas essa lua certamente parece um lugar interessante do ponto de vista astrobiológico.

“Esta descoberta não tem a ver diretamente sobre a potencial habitabilidade da Europa”, diz Trumbo. “No entanto, se o NaCl na superfície reflete a composição salina predominante do oceano abaixo da superfície, então essas águas podem ser quimicamente mais semelhantes aos oceanos da Terra do que se pensava anteriormente — o que pode ser bom para a habitabilidade”.

De fato, como essa nova pesquisa sugere, essa exótica lua congelada pode ter mais em comum com a Terra do que imaginávamos.

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Incríveis, mas mortais: as algas bioluminescentes da China estão se proliferando

Posted: 14 Jun 2019 04:32 AM PDT

Imagens de satélite tiradas nas últimas duas décadas mostram que os microrganismos bioluminescentes tóxicos responsáveis ​​pelos mares azuis cintilantes da China estão se tornando cada vez mais abundantes.

Uma nova pesquisa publicada na Geophysical Research Letters é a primeira a utilizar dados de satélite para rastrear proliferações de algas consistindo em Noctiluca scintillans vermelhos (RNS, em inglês), um microrganismo unicelular que produz o belo brilho azul bioluminescente conhecido como “lágrimas azuis”. Essas pequenas criaturas marítimas preferem as águas costeiras, especialmente ao longo da costa do Mar da China Oriental, onde elas aparecem em quantidades necessárias para produzir o espetacular brilho azul.

Também conhecidos como brilhos do mar, os Noctiluca scintillans vermelhos contribuem para as marés vermelhas – florações de algas mortíferas que são tóxicas para a vida marinha. O excesso de algas também pode privar a água de oxigênio, criando zonas mortas nocivas. Ao mesmo tempo, no entanto, as RNS são importantes para os ecossistemas oceânicos, pois se alimentam de outros fitoplânctons e zooplânctons.

Células do Noctiluca scintillans vermelho produzindo o brilho azul, observadas por um microscópio. Imagem: Sheng-Fang Tsai/National Taiwan Ocean University

Os biólogos marinhos gostariam muito de acompanhar os fluxos e refluxos dinâmicos dos Noctiluca scintillans vermelhos, mas não é algo fácil. O tamanho dessas flores muda drasticamente dependendo da estação, e sua natureza transitória e efêmera torna-as notoriamente difíceis de detectar e monitorar. Os biólogos tentaram acompanhar a floração do RNS usando barcos, mas não conseguiram mostrar padrões de distribuição em grandes áreas.

O novo estudo, liderado por Lin Qi, um oceanógrafo óptico da Universidade Sun Yat-Sen, na China, é o primeiro a usar satélites para acompanhar a floração de RNS. Como mostra o estudo, esses microrganismos podem ser encontrados mais longe da costa e em águas mais quentes do que se imaginava. Talvez, o mais importante, no entanto, é que o novo estudo sugere que essas criaturas marinhas azuis se tornaram mais abundantes nos últimos anos.

Os pesquisadores foram capazes de detectar as florações de RNS devido à maneira única como este plâncton absorve e dispersa a luz. Em comparação com outras algas, seus minúsculos corpos absorvem mais luz azul e disseminam mais luz vermelha.

Para realizar o estudo, os cientistas analisaram quase mil imagens do Mar da China Oriental capturadas pelos satélites Terra e Aqua da NASA e pela Estação Espacial Internacional de 2000 a 2017. A partir dessas imagens, os pesquisadores conseguiram detectar as distintas flores vermelhas do RNS, que se distinguem de outras espécies de algas.

Imagem de satélite do Mar da China Oriental mostrando as flores de Noctiluca scintillans vermelhos ao leste da Baía Hangzhou. Imagem: NASA/Laboratório de oceanografia ótica da University of South Florida.

O resultado da análise revelou padrões sazonais distintos em termos de crescimento, mais notavelmente a observação indicou que o pico de florescimento da RNS é de abril a agosto. Esses microrganismos também foram encontrados mais longe da costa do que nunca – em alguns casos até 300 quilômetros da costa. Os RNS também foram encontrados em águas quentes tipicamente não conhecidas por abrigarem as espécies; RNS são normalmente vistos em águas com temperaturas entre 20 e 25 graus Celsius, mas o novo estudo mostra que eles podem viver e prosperar em águas a 28 graus Celsius. No geral, estas observações expandem o habitat conhecido dos Noctiluca scintillans vermelhos.

O tamanho das florações de RNS variou a cada ano, mas uma tendência geral de crescimento foi observada durante os 18 anos estudados, especialmente entre 2013 e 2017. Os pesquisadores detectaram um florescimento particularmente prolongado em 2017, que durou de meados de abril a meados de julho. Quanto à causa desse fenômeno, os pesquisadores atribuíram o excesso de nutrientes das fazendas na China devido ao aumento do uso de fertilizantes. Curiosamente e perturbadoramente, algo semelhante está acontecendo no Golfo do México. Os pesquisadores afirmam que gostariam de fazer mais observações nos próximos anos para confirmar essa aparente tendência de crescimento no Mar da China Oriental.

É importante ressaltar que a análise também mostrou uma diminuição nas florações de RNS em 2000, que os pesquisadores atribuíram à construção da hidrelétrica das Três Gargantas da China. Um comunicado da American Geophysical Union explica :

A barragem abrange o rio Yangtze, no leste da China, e gera aproximadamente a quantidade de energia de 12 reatores nucleares. A barragem tem sido controversa desde que os líderes chineses apresentaram a ideia pela primeira vez devido aos impactos ambientais e por causar o deslocamento de mais de um milhão de moradores locais.

A construção da barragem começou em 1994 e foi concluída em 2006; a barragem entrou em operação total em 2012. O fluxo de água no rio Yangtze diminuiu drasticamente durante a construção, mas uma vez que a barragem foi preenchida e se tornou operacional, o fluxo se recuperou. O rio Yangtze deságua no Mar da China Oriental e as florações Noctiluca scintillans vermelhos são frequentemente encontradas perto da foz do rio, então os autores suspeitam que o fluxo reduzido do rio durante a construção da represa também reduziu as florações de 2000 a 2003.

Uma compreensão mais profunda de como as flores do RNS crescem e se espalham pelo Mar da China Oriental é obviamente importante, dado o valor ecológico desta espécie, e seu potencial para causar estragos como um organismo que contribui para as marés vermelhas. Dito isto, esta pesquisa também poderia impulsionar o turismo na região.

Conforme apontado pela publicação da AGU, a nova técnica de monitoramento por satélite poderia ser usada por autoridades locais para identificar a localização das flores de RNS, permitindo alertar os turistas sobre a presença das lágrimas azuis. Assim, os turistas saberiam os melhores momentos e lugares para contemplar esse espetáculo marcante.

É uma pena que as melhores coisas da vida, quando em excesso, se tornam venenosas.

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