sexta-feira, 21 de junho de 2019

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Testamos se o iCloud realmente funciona bem em sistemas Windows e Android

Posted: 20 Jun 2019 01:50 PM PDT

Não espalhe, mas alguns buracos estão começando a aparecer no jardim murado da Apple: o AirPlay nas TVs, Apple Music no Android, iCloud na web. E agora, um aplicativo iCloud atualizado e renovado para o Windows. À medida que a Apple dá pistas de ser mais compatível com várias plataformas do que no passado, o iCloud agora pode ser utilizado em Windows e Android?

Usuários de iPhone e Mac deveriam considerar usar Windows e Android também? Ou eles devem ficar com o hardware feito pela Apple? Nós selecionamos um PC com Windows e um Pixel 3a XL para tentar acessar nossos arquivos do iCloud e ver se esses aplicativos e serviços realmente funcionam ​​fora dos dispositivos da Apple.

iCloud no Windows

Baixando fotos do iCloud para o Windows. Captura de tela: Gizmodo

O iCloud está disponível como um utilitário no Windows há anos – assim como o iTunes, não se esqueça – mas este mês uma versão nova e melhorada do software apareceu na Microsoft Store oficial.

Uma das mudanças da nova versão é um processo de sincronização mais inteligente para que você possa manter os arquivos na nuvem sem precisar salvá-los localmente em uma máquina Windows, embora você ainda tenha acesso fácil a eles. Há também uma maior integração do iCloud no Explorador de Arquivos.

O aplicativo iCloud fica na área de notificação à direita da barra de tarefas do Windows: ele fornece atalhos rápidos para o download de fotos (por ano, para a pasta Imagens no Windows), upload de fotos e direcionamento para o portal do iCloud.

Integração do iCloud no Windows File Explorer. Captura de tela: Gizmodo

Abra o painel de configurações do iCloud e você poderá organizar a sincronização com o Windows em quatro áreas: iCloud Drive, fotos, e-mail (e contatos e calendários, via Outlook) e marcadores. Você também pode ver quanto do seu armazenamento do iCloud você está usando no momento.

Então, funciona? Bem, é rudimentar e, ocasionalmente, lento, mas realiza o trabalho que promete. O problema é que o Dropbox, o Google Drive e até mesmo o OneDrive são um pouco (ou muito) superiores nesse tipo de sincronização entre plataformas – se você realmente precisa acessar os arquivos do iCloud/Mac no Windows, eles são alternativas melhores.

Mesmo algo tão simples como extrair uma foto no nosso iPhone, abri-lo e editá-lo no Windows, em seguida, sincronizá-lo de volta para um Mac foi um processo repleto de atrasos e inconvenientes (embora acabamos conseguindo).

Configurações do iCloud no Windows. Captura de tela: Gizmodo

Na verdade, é mais fácil usar apenas a interface da web do iCloud (que também é uma opção para quem usa Chromebooks), a menos que você precise especificamente de cópias de todas as suas fotos do iCloud no seu computador Windows. O aplicativo iCloud Windows só é realmente superior em termos de upload ou download de um grande número de arquivos.

Trabalhar com arquivos do iCloud Drive em um navegador no Windows é uma experiência básica, mas razoavelmente suave: as alterações se propagam para o macOS em segundos, o componente Fotos também é direto e rápido, embora não chegue perto do aplicativo Fotos no Mac em termos de funções e recursos.

Os aplicativos web do iCloud definitivamente melhoraram nos últimos anos, mas ainda há muito trabalho a ser feito: isso é óbvio para qualquer um que carregue uma aba do iCloud Drive no navegador ao lado de uma do Dropbox ou Google Drive (o compartilhamento de pasta do iCloud está chegando, finalmente, em setembro).

O iCloud suite na web. Captura de tela: Gizmodo

Esses aplicativos da web são básicos, mas funcionam para visualizar lembretes e anotações, calendários e contatos, e tudo o que você tem no iCloud – você não precisa se preocupar com o fato não ter acesso às suas coisas se precisar mudar para uma máquina Windows. Mas fazer um trabalho sério baseado no iCloud no Windows é outra coisa, até porque nenhum dos principais aplicativos da Apple tem equivalentes do Windows.

No geral, o iCloud no Windows continua sendo uma experiência aceitável: você pode obter alguns e-mails e alguns compartilhamentos de arquivos, mas não espere que tudo seja executado da forma mais tranquila possível. Se você só precisa acessar um arquivo ocasional, ou quer transferir um monte de fotos para o iCloud do Windows, então tudo bem; para qualquer outra coisa, não é assim tão bom.

Se você é alguém que gasta muito tempo no Windows e no Mac, você sempre optará por uma das opções mais aprimoradas e mais naturalmente compatíveis entre plataformas: você vai manter todas as suas fotos e vídeos no Google Fotos, ou fazer toda a sincronização dos seus arquivos no Dropbox. A Apple tem um longo caminho a percorrer para mudar isso.

iCloud no Android

O Apple Music funciona bem no Android, pelo menos. Captura de tela: Gizmodo

Esta seção é muito mais curta, porque não há realmente uma opção para colocar suas coisas do iCloud – fotos, anotações, arquivos – no Android de alguma forma útil…pelo menos não sem usar um serviço de terceiros como o Dropbox para preencher essa lacuna. A Apple deve saber que está afastando as pessoas que usam múltiplas plataformas para longe do iCloud, mas não parece particularmente preocupada com isso no momento.

O Apple Music está disponível, no entanto. Se você paga US$ 10 por mês pelo serviço, então você pode, pelo menos, acessar suas músicas e suas listas de reprodução (e até mesmo seus arquivos locais, se estiverem na sua Biblioteca de Música do iCloud). Você também pode adicionar um endereço de e-mail do iCloud ao Gmail no Android, o que permite que você envie e receba mensagens do seu endereço do iCloud.

É aí que a possibilidade de usar o iCloud no Android de maneira séria começa e termina: Música e e-mail. A Apple não disponibiliza outros aplicativos para o Android e, embora seja possível copiar informações de contatos e calendários, é um processo desajeitado – e é um processo único, portanto não há sincronização bidirecional.

O portal do iCloud no Android e acesso ao e-mail do iCloud no Gmail. Captura de tela: Gizmodo

Ir para o portal da web do iCloud em um navegador no Android leva apenas à página Localizar meu iPhone, portanto, não há acesso a arquivos ou a outros aplicativos por padrão. Você pode solicitar a versão para desktop do site, mas o que você vai receber são apenas ícones minúsculos e um fluxo de trabalho bastante complicado – é tecnicamente possível fazer o download de fotos do iCloud para um dispositivo Android dessa maneira, mas está longe de ser uma experiência agradável.

Conseguimos carregar um PDF do iCloud Drive no Android usando o mesmo método, mas novamente você está trabalhando com ícones minúsculos e tentando lidar com uma interface da web que é lenta na melhor das hipóteses. Ele está lá para emergências e é só isso.

Você não pode utilizar o iCloud para coisas importantes no Android no momento, ponto final – se você usa regularmente um dispositivo Android ou acha que pode utilizar em algum momento, considere evitar o iCloud para tarefas gerais de armazenamento de fotos e arquivos. Se a Apple eventualmente vai resolver essas questões, teremos que esperar para ver…mas não crie muitas expectativas.

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Cinco perguntas sobre o Galaxy Note 10, que deve ser lançado em 7 de agosto

Posted: 20 Jun 2019 11:58 AM PDT

Smartphone Samsung Galaxy Note 9

De acordo com a CNET, o Galaxy Note 10 vai ser lançado em 7 de agosto na cidade de Nova York — baseado no lançamento do Note 9 em 9 de agosto, parece fazer sentido. Mas mais importante que o lançamento do Note 10 é o que a Samsung planeja para o seu próximo grande smartphone.

Critiquei a Samsung durante o ano de 2018 por jogar seguro, mas a empresa tem sido muito mais agressiva em 2019. No Galaxy S10, a Samsung atualizou seu aparelho topo de linha com leitor de digitais sob a tela, câmeras triplas na traseira e uma câmera selfie discreta na frente, além de uma versão especial 5G do S10 com uma tela de 6,7 polegadas e uma câmera time-of-flight 3D. E então tem o Galaxy Fold, que por mais problemas que tenha tido com sua durabilidade, ofereceu um vislumbre de uma nova classe de dispositivos móveis.

Mas ao mesmo tempo, com rumores de que o próximo iPhone terá três câmeras e o Google mostrando imagens do Pixel 4 com múltiplas câmeras traseiras, está claro que os principais competidores da Samsung entrarão nesta briga com recursos semelhantes.

Isso torna o Note 10 uma espécie de ponto de virada para os telefones da Samsung, já que a empresa tenta aperfeiçoar o que você pode fazer em um smartphone contemporâneo, enquanto também olha para um futuro com dispositivos com telas flexíveis. Então, aqui estão as cinco maiores perguntas sobre o Galaxy Note 10.

Nós realmente precisamos de duas versões do Note 10?

Quando os primeiros rumores afirmavam que o Galaxy Note 10 só ia ter bateria de 4.170 mAh, foi um pouco decepcionante, já que é apenas 170 mAh maior que a bateria de 4.000 mAh do Note 9 e 330 mAh menor do que você recebe no Galaxy S10 5G. O que torna especialmente preocupante quando você considera que o Note 10 também deve suportar a conectividade 5G.

Mas agora, baseado nos relatos de imprensa da Coreia do Sul feitos pelo Bell e ETNews, parecce que a Samsung está planejando fazer duas versões do Galaxy Note 10: um modelo pequeno de 6,3 ou 6,4 polegadas, e uma versão grande com 6,7 ou 6,8 polegadas.

Preciso perguntar também: as pessoas realmente querem um Galaxy Note 10 menor, dado que o dispositivo é conhecido justamente por ser grandão?

Claro, pode ser legal ter a opção de usar uma caneta em um dispositivo um pouco menor, mas a linha Note tem sido historicamente equipada com os maiores e mais rápidos componentes que a Samsung pode colocar em um telefone. Ao fazer uma versão menor do Note, a Samsung pode estar diminuindo o que deve ser o aparelho tecnicamente mais impressionante.

O que mais a Samsung pode adicionar na stylus do Note 10?

No ano passado, a Samsung adicionou algumas funcionalidades de controle remoto na S-Pen, permitindo que os usuários pulem músicas ou abram apps específicos ao pressionar um botão da stylus do Note 9. Lógico, são truques, mas nos últimos anos, parece que a Samsung atingiu o limite do quanto pode avançar com a S-Pen.

Caneta S-Pen da Samsung na cor amarelaCrédito: Sam Rutherford/Gizmodo

E quando você adiciona velocidade e responsividade em telas sensíveis ao toque modernas, você terá também de imaginar quantas pessoas vão querer um smartphone com uma Stylus.

Quantas câmeras e quão distante será o zoom?

A Huawei chamou a atenção de todo mundo ao adicionar um zoom óptico de 5x ao P30 Pro. No entanto, o que a maioria das pessoas não sabe é que a Huawei licenciou a tecnologia da CorePhotonics, uma empresa que a Samsung comprou no ano passado. Então, a grande questão é se a Samsung já está preparada para incluir esta tecnologia no Note 10, possivelmente junto com a câmera time-of-flight presente no Galaxy S10 5G.

Se a Samsung colocar estes dois itens no Note 10 junto com uma câmera ultra-grande angular e o sensor principal do Galaxy S10, isso daria ao Note 10 quatro câmeras distintas para ele trabalhar, o que pode ser um dos melhores equipamentos disponíveis entre os aparelhos lançados neste ano.

Será que este ano a Samsung vai acabar com a entrada tradicional de fone de ouvido?

Embora headphones Bluetooth estejam cada vez mais comuns, a Samsung sempre teve boa vontade ao manter a entrada convencional, que tanto agrada fãs de áudio com fio. No entanto, a empresa pode ser a última a matar a tradicional conexão P2.

Detalhe da entrada de fone de ouvido do Galaxy Note 9Crédito: Sam Rutherford/Gizmodo

Infelizmente, os últimos rumores vindos da Coreia do Sul sugerem que a dedicação da Samsung à entrada de fone de ouvido vai acabar no Note 10, forçando compradores em potencial a lidar com a entrada USB-C ou usar alguma opção sem fio.

O Note 10 estará à venda antes do Galaxy Fold?

Após a decisão da Samsung de atrasar o lançamento oficial do Galaxy Fold para resolver algumas falhas de design, parece que toda semana há novas informações de uma operadora ou varejista dizendo que foi forçado a cancelar as pré-vendas do aparelho. No entanto, apesar dos repetidos rumores de que o Galaxy Fold será lançado em breve, não ouvimos um pio da própria Samsung.

Samsung Galaxy Fold aberto com a tela ligadaCrédito: Sam Rutherford/Gizmodo

E se esse atraso continuar por mais tempo, poderemos encontrar uma linha do tempo em que o Note 10 estará à venda antes do Galaxy Fold, apesar de este último ter sido anunciado pela primeira vez no final de fevereiro.

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YouTube está testando ocultar a seção de comentários da plataforma na Índia

Posted: 20 Jun 2019 10:03 AM PDT

A maioria das pessoas provavelmente concordaria que os comentários do YouTube geralmente não valem nada (especialmente os que informam o ano em que o comentarista assistiu pela última vez a um determinado videoclipe). Na verdade, o site de streaming de vídeo é amplamente conhecido por ter alguns dos piores comentários na internet. Então, agora, depois de todos esses anos, parece que o Google está finalmente começando a perceber isso e está tentando mudar as coisas com um teste na Índia que oculta comentários do YouTube por padrão.

Este teste do YouTube foi detalhado pela primeira vez pelo XDA Developers e parece afetar apenas o aplicativo do YouTube no Android por enquanto, e não poderia ser mais simples. Normalmente, quando você abre um vídeo no YouTube e começa a rolar para baixo, verá uma linha de botões para curtir, não curtir e compartilhar um vídeo entre outras ferramentas, seguida por uma lista de vídeos sugeridos e, finalmente, depois de rolar para além disso tudo, os comentários desse vídeo.

Mas no novo teste na Índia, o Google simplesmente removeu a seção de comentários abaixo da lista de vídeos sugeridos e a substituiu por um botão de comentário que fica entre os botões de Não Gostei e Compartilhar, para que os usuários não vejam comentários, a menos que eles saiam do seu caminho e cliquem no botão Comentar.

Para abrir espaço para o novo botão Comentar, o YouTube está testando um layout que remove o botão de "salvar para mais tarde", o que pode ser irritante para alguns, mas não é uma perda completa, já que essa funcionalidade foi movida para a janela suspensa que aparece quando você clica na seta para ver a descrição completa de um vídeo.

Captura de tela: XDA Developers

O YouTube não respondeu imediatamente ao pedido do Gizmodo para comentários.

Embora seja fácil caracterizar todos os comentários do YouTube como lixo, também há muitas informações úteis ou anedotas emocionantes compartilhadas pelos usuários, por isso é bom saber que o YouTube não está totalmente pronto para abolir os comentários por completo. (Aqui vai um salve para todos os comentaristas que gastam seu tempo listando todas as faixas de longos sets de DJ).

E talvez, ao tornar o processo de leitura e postagem de comentários um assunto mais deliberado, o YouTube possa, na verdade, incentivar um discurso mais ponderado. Mas isso é um grande talvez.

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Arqueólogos descobrem que uma das cidades mais antigas enfrentou problemas surpreendentemente modernos

Posted: 20 Jun 2019 08:16 AM PDT

Novas evidências arqueológicas sugerem que habitantes de Çatalhöyük, uma cidade que existiu há 9 mil anos no local que atualmente corresponde à Turquia, enfrentaram muitos problemas urbanos com os quais estamos familiarizados hoje em dia, incluindo superlotações, violência interpessoal e problemas de saneamento.

Em seu auge, há cerca de 8.500 anos, Çatalhöyük abrigava uma população estimada de 3,5 mil a 8 mil habitantes. Esse assentamento agrícola do período Neolítico, localizado a 40 quilômetros ao sudeste de Konya, na Turquia, era uma comunidade extraordinariamente grande para a época. Arqueólogos a consideram uma cidade proto-urbana, tendo surgido apenas alguns milhares de anos após os humanos iniciarem sua transição de estilo de vida de caçadores para cultivadores.

Uma nova pesquisa publicada na segunda-feira (17) na Proceedings of the National Academy of Sciences mostra que Çatalhöyük era um sinal do que estava por vir, tanto em termos de organização social humana como de problemas causados pela vida em grandes cidades. Os habitantes de Çatalhöyük "passaram pelo o que se espera que aconteça quando se coloca muitas pessoas em uma área pequena por um longo período", afirmou Clark Larsen, principal autor do novo estudo e antropólogo da Ohio State University, em uma publicação da universidade. De fato, assim como os moradores das cidades atuais, os habitantes de Çatalhöyük tiveram que conviver com doenças infecciosas, multidões, violência e degradação ambiental.

Surgindo por volta de 7.100 a.C., Çatalhöyük cresceu rapidamente de uma pequena comunidade de fazendeiros que habitavam casas de barro. O assentamento prosperou entre 6.700 e 6.500 a.C., seguido de um rápido declínio que esvaziou a cidade em 5.950 a.C., conforme os pesquisadores descrevem no estudo.

Çatalhöyük foi escavada pela primeira vez por arqueólogos em 1958. Localizada no Platô Sul da Anatólia (ou Ásia Menor), seu território era de 32 acres, com até 18 camadas de assentamento se estendendo por mais de 21 metros abaixo; a cidade foi ocupada initerruptamente por mais de 1.150 anos. Çatalhöyük foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO em 2012. O projeto de escavação mais recente foi finalizado há dois anos, preparando terreno para o novo estudo.

Este esqueleto de uma mulher adulta sem cabeça foi enterrada em Çatalhöyük com seu feto não nascido (indicado pela seta preta no centro). A remoção do crânio antes do enterro era uma prática funeral comum na região na época. Imagem: Projeto de Pesquisa Çatalhöyük/Jason Quinlan

Os autores do novo estudo, além de analisarem os resíduos de plantas e animais, também examinaram os esqueletos de 742 indivíduos datados de um período entre 7.100 e 5.950 a.C. Análises isotópicas revelaram que os habitantes de Çatalhöyük se alimentavam de trigo, cevada, centeio, algumas plantas silvestres, ovelhas, cabras e alguns animais selvagens. Essa comunidade da Anatólia havia adotado uma dieta neolítica rica em carboidratos vegetais e alimentos como pão e mingau – mas isso gerou um problema bem familiar: cárie dentária. Cerca de 13% dos esqueletos de adultos encontrados no local apresentavam cáries dentárias.

Além disso, mais de um terço dos esqueletos exibiram sinais de doenças infecciosas. O fato de os habitantes morarem muito próximos uns aos outros é uma das principais explicações, mas a disseminação de doenças também foi relacionada ao fato de eles viverem próximos às regiões de pecuária, principalmente de ovelhas – uma das bases da dieta de Çatalhöyük, mas também um animal que hospedava parasitas perigosos.

"Eles viviam em condições de superpopulação, com lixões e criações de animais bem ao lado de suas casas", disse Larsen. "Então havia um grande problema de saneamento que contribuía para a disseminação de doenças infecciosas".

Fascinantemente, os esqueletos também exibiram mais sinais de desgaste durante o período mais tardio do assentamento. Especificamente, os habitantes desse período mais tardio de Çatalhöyük caminhavam significantemente mais do que seus antecessores. Os autores do novo estudo afirmaram que isso é uma evidência de que terrenos agrícolas estavam se distanciando cada vez mais da cidade ao longo do tempo. A região também começou a secar, o que não ajudou.

"Nós acreditamos que a degradação ambiental e as mudanças climáticas forçaram os membros da comunidade a se mudarem para longe do assentamento para cultivarem e encontrarem suprimentos como madeira", disse Larsen. "Isso contribuiu para a extinção de Çatalhöyük".

A vida em Çatalhöyük era difícil. É possível que "essa superpopulação levou a um nível elevado de estresse e conflitos dentro da comunidade", afirmou Larsen. Análises dos esqueletos mostraram sinais de violência interpessoal, como evidenciado pela abundância de ferimentos na cabeça. Dentre os 93 crânios analisados, 25 exibiram evidências de fraturas curadas. Doze crânios mostraram evidência de trauma infligido em múltiplas ocasiões. Esses ferimentos foram observados tanto em crânios de homens como de mulheres, e tendiam a aparecer na parte de trás da cabeça, o que sugere que as vítimas foram atacadas por trás.

Claro que a vida em Çatalhöyük não era totalmente ruim. Escavações arqueológicas revelaram pinturas nas paredes, esculturas de barro, espelhos de obsidiana e relevos cravados nas paredes. Ou seja, era uma comunidade culturalmente vibrante e integrada.

Interessantemente, o novo estudo também resultou em um tipo de mistério. Os habitantes de Çatalhöyük tinham práticas funerárias em que os indivíduos mortos eram enterrados no solo abaixo de suas casas. No entanto, uma análise genética desses restos mortais mostrou que a maioria dos indivíduos que foram enterrados juntos não eram biologicamente relacionados. Essa foi uma descoberta inesperada digna de estudos futuros, observaram os autores.

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As condições de trabalho dos moderadores do Facebook são muito piores do que você imagina

Posted: 20 Jun 2019 06:40 AM PDT

Durante anos, surgiram relatos detalhando os danos que a moderação de conteúdo on-line causa aos responsáveis ​​pela limpeza dos sites das mais poderosas empresas de tecnologia. O Facebook anunciou em maio que faria algumas mudanças para que uma parte dessa força de trabalho responsável pela moderação (embora nem toda) receba um salário um pouco maior e cuidado extra, mas uma nova reportagem indica que essas mudanças graduais são apenas curativos para o que é descrito como um ambiente de trabalho severamente angustiante.

A reportagem, publicada pelo The Verge na quarta-feira (19), detalha as condições de trabalho dos moderadores de conteúdo em um centro de Tampa, Flórida. Ele é operado pela Cognizant, uma empresa de serviços profissionais que assinou um contrato de dois anos e US$ 200 milhões com o Facebook para liderar essas ações, disse um ex-funcionário ao The Verge.

“No começo, isso não me incomodou – mas depois de um tempo, começou a me prejudicar”, disse Michelle Bennetti, ex-funcionária terceirizada do escritório de Tampa, ao The Verge. "Eu sinto como se tivesse uma nuvem – uma escuridão – pairando sobre mim. Eu comecei a ficar deprimida. Eu sou uma pessoa muito feliz e extrovertida, e eu estava [ficando] retraída. Minha ansiedade aumentou. Era difícil enfrentar isso todos os dias. Isso começou a afetar minha vida pessoal".

Os detalhes da publicação são, na melhor das hipóteses, um relato sombrio das condições sujas e caóticas do local de trabalho e, na pior das hipóteses, uma visão perturbadora dos efeitos psicológicos que o trabalho pode causar.

Funcionários terceirizados disseram ao The Verge que encontravam "secreções nasais, unhas e pelos púbicos, entre outros itens" em suas mesas compartilhadas quando chegavam para seus turnos. O escritório era completamente limpo antes das visitas do Facebook.

"Cada canto daquele prédio era absolutamente repugnante", disse um ex-funcionário ao Verge. "Se você fosse ao banheiro iria encontrar sangue menstrual e fezes por todo o lado. Estava sempre com um cheiro horrível". Ela também caracterizou o local de trabalho como "uma sweatshop nos Estados Unidos".

Em uma transmissão ao vivo no Facebook, um funcionário teria dito que queria “esmagar a cabeça de um gerente” e não recebeu nenhuma ação disciplinar porque outro gerente disse que o comentário era apenas uma piada. Outro funcionário ameaçou “disparar contra o prédio” em um grupo de troca de mensagens. A empresa deixou ele retornar após uma licença remunerada, e ele só foi demitido depois que uma segunda ameaça semelhante foi feita.

O relatório detalha como a estrutura e as regras extenuantes impostas aos trabalhadores os forçavam a trabalhar quando estavam doentes, para que não corressem o risco de perder seus empregos. Funcionários terceirizados do Facebook teriam que relatar via uma extensão de navegador sempre que usassem o banheiro, com direito a apenas um certo número de pausas.

O medo de ser demitido também era constante – "dias de bolsa vermelha" é um termo comumente utilizado entre os trabalhadores para se referir aos dias em que os gerentes demitem funcionários. Eles recebem bolsas vermelhas para colocar suas coisas.

“Trabalhamos com nossos parceiros de revisão de conteúdo para fornecer um nível de suporte e compensação líder no setor”, disse um porta-voz do Facebook ao Gizmodo por e-mail. "Haverá inevitavelmente desafios com funcionários ou insatisfações que colocam em dúvida nosso compromisso com esse trabalho e com os funcionários de nossos parceiros. Quando as circunstâncias justificam uma ação por parte da administração, nós garantimos que isso aconteça".

O que fica claro nesta reportagem é que o Facebook ignorou as condições infernais de trabalho sofridas por uma grande parte de sua força de trabalho. Esses trabalhadores, a propósito, são responsáveis ​​por uma das tarefas mais vitais para a manutenção do Facebook: garantir que as postagens mais hediondas sejam tiradas do ar. O aumento do salário e dos benefícios oferecidos pelo Facebook este ano indicam que a empresa, no mínimo, responde às críticas da imprensa, mas as melhorias incrementais para funcionários terceirizados como os de Tampa não são suficientes para manter os trabalhadores felizes, saudáveis ​​e seguros.

Contratar mais moderadores pode ajudar a evitar que alguns vídeos terrivelmente violentos ou inadequados passem despercebidos, mas sem condições de trabalho justas e seguras, isso significa apenas sacrificar o bem-estar desses funcionários terceirizados pelos resultados financeiros da empresa.

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Astrônomos retrocedem 13 bilhões de anos e veem duas galáxias colidindo

Posted: 20 Jun 2019 05:03 AM PDT

Os cientistas descobriram um dos exemplos mais distantes (e, portanto, o mais jovem) de fusão de galáxias já observados, de acordo com novos estudos.

A equipe de pesquisadores no Japão observou uma fonte distante de luz chamada B14-65666 usando a série de telescópios Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) no Chile. Dados de alta resolução da luz emitida por oxigênio e íons de carbono sugeriram aos pesquisadores que o objeto pode ser uma única galáxia formando novas estrelas rapidamente como resultado de uma colisão.

Graças ao fato de que a luz tem uma velocidade máxima, objetos e fenômenos mais distantes revelam informações sobre períodos cada vez mais antigos. Os cientistas, portanto, esperam recontar a história do universo, como ela evoluiu e acabou parecendo o que é hoje, observando os objetos mais distantes.

Os cientistas já estavam familiarizados com o B14-65666, um objeto que aparenta existir há 13 bilhões de anos. Dados do Telescópio Espacial Hubble revelaram que ele parecia ter dois lobos, separados por cerca de 6.500 a 13.000 anos-luz – a Via Láctea, nossa galáxia, tem um diâmetro de mais de 100.000 anos-luz, para efeito de comparação. Assim, uma equipe liderada por Takuya Hashimoto, pesquisador de pós-doutorado da Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência e da Universidade de Waseda, observou o objeto mais de perto usando o ALMA nas noites de 2016, 2017 e 2018.

Os pesquisadores observaram a radiação emitida por íons específicos de carbono e oxigênio, bem como a radiação da poeira cósmica. Eles confirmaram que o objeto estava de fato organizado em dois grupos e estimou sua massa total em cerca de 770 milhões de vezes a massa do Sol (que é muito menor que a nossa própria Via Láctea). Eles também previram que o objeto estava formando aproximadamente 200 estrelas de massa solar a cada ano.

Imagem: SOUL (ESO/NAOJ/NRAO), Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, Hashimoto et al.

Os pesquisadores concluíram que o objeto deve ser o resultado de duas galáxias menores se fundindo, experimentando uma explosão de estrelas – um rápido período de formação de estrelas – como resultado.

O que torna a galáxia interessante, no entanto, não é apenas a sua idade. O fato de que os pesquisadores foram capazes de detectar o sinal da poeira, bem como as linhas espectrais específicas de oxigênio e carbono, significa que isso pode ser um alvo promissor para pesquisas futuras com novos telescópios. De acordo com a publicação, esta é a primeira galáxia a ser observada a essa distância com um conjunto completo de medidas dessas características. Os pesquisadores tentarão ver linhas espectrais representando outros elementos também, para ter uma ideia do tipo de matéria que compõe a galáxia primitiva.

Mas esse não é o único exemplo inicial de fusão de galáxias, e há evidências de algumas ainda mais distantes. “O universo primordial parece ser um momento muito emocionante para as galáxias, com muitas colisões violentas e nada que se pareça com as estruturas ordenadas que estamos acostumados em períodos posteriores”, Dan Marrone, professor associado da Universidade do Arizona, disse ao Gizmodo.

Ele apontou especificamente para o oxigênio como uma fonte útil de linhas espectrais para esses objetos distantes, mencionando que há muitas medições desses íons de oxigênio desta época. "Deveria haver muitas coisas interessantes acontecendo neste espaço, mesmo antes [do Telescópio Espacial James Webb]".

Os cientistas acreditam que as fusões são uma parte importante da formação de galáxias. Ver galáxias tão distantes se fundirem e principalmente há um período tão antigo acrescenta certa credibilidade a essa teoria.

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