terça-feira, 25 de junho de 2019

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Por que Chennai, sexta maior cidade da Índia, ficou sem água

Posted: 24 Jun 2019 03:07 PM PDT

Timelapse mostra degradação de Chennai, na Índia

Este tipo de história parece cada vez mais comum: uma grande cidade ficou sem água. Chennai, a sexta maior cidade da Índia que abriga 4,65 milhões de pessoas, está sofrendo com um severo déficit de água.

Os reservatórios se transformaram em regiões lamacentas e a cidade está se valendo de uma mistura de usinas de dessalinização e de água trazida por trens e caminhões de outras regiões.

A seca é indicativa de um série de questões que afetam cada vez mais o abastecimento de água, não apenas em Chennai, mas no mundo todo: má gestão, uso excessivo de água subterrânea e mudanças climáticas que viram o ciclo hidrológico de pernas para o ar.

No começo da semana passada, uma autoridade de Chennai disse à BBC que “apenas a chuva pode salvar a cidade dessa situação”. E embora tenha chovido na última quinta-feira (20), isso não foi suficiente para reverter a situação catastrófica na região.

Os moradores têm precisado de caminhões-pipa para suprir suas necessidades diárias, mas essa solução tem um custo muito alto. Raj Bhagat, gerente de cidades sustentáveis do World Resources Institute na Índia, disse ao Gizmodo que a escassez significa que as empresas de caminhões-pipa “vendem água a preços muito altos […] tornando difícil o acesso para as camadas mais pobres da população”.

A cidade ficou quase 200 dias sem chuvas, e após uma fraca estação de monções (que acontece entre outubro e dezembro) em 2018, os quatro reservatórios que abastecem a cidade começaram a definhar no começo deste ano.

Acrescente isso ao calor intenso que assolou a Índia em maio (embora o pior tenha acontecido ao norte de Chennai) e o processo de seca só piorou, pois a água evaporou sem formar nuvens.

As alterações climáticas têm uma influência nas ondas de calor, aumentando os riscos de maior evaporação na seca, sugando a umidade do solo. O aquecimento histórico também aumentou as temperaturas de Chennai em cerca de 1,3 graus Celsius nos últimos 60 anos, o que significa que, mesmo sem ondas de calor, a mudança climática está alterando o ciclo hidrológico.

Mas os problemas para o abastecimento de água de Chennai vão além da baixa precipitação.

“A questão que aflige Chennai é uma mistura de aumento de consumo e baixa precipitação durante 2018, durante as monções do nordeste”, disse Bhagat.”A cidade e sua região vizinha testemunharam um crescimento maciço em todos os setores ao longo do último século, o que resultou em enormes aumentos no consumo [de água]”, completou.

De fato, a cidade tem visto sua população crescer em porcentagens de dois dígitos por década desde 1940. O enorme crescimento aliado a um fraco planejamento levou a um sistema hídrico que é sobrecarregado e amplamente ineficiente.

A rápida urbanização também pavimentou superfícies outrora permeáveis, reduzindo as taxas de recarga de água subterrânea. A capacidade do reservatório de Chennai também permanece bem abaixo do necessário para atender à população, e não há um programa de medição de água em vigor, o que significa que os recursos hídricos já escassos não estão sendo monitorados para uso excessivo.

Timelapse de reservatório de Chennai, na ÍndiaSete meses na vida de um reservatório desaparecido. GIF: ESA Sentinel Hub

Em suma, é o conjunto perfeito entre os fracassos humanos e o clima mais severo. Juntos, esses itens criam enormes problemas para os moradores da cidade. Os gestores municipais têm procurado oferecer mais capacidade de dessalinização para lidar com futuras secas, mas Bhagat sugeriu que outros investimentos na infraestrutura hídrica poderiam render mais e ser menos dispendiosos.

Entre eles estão a captação de mais água da chuva, o início de um programa de reutilização da água, a melhoria da eficiência da irrigação ascendente para que mais água chegue aos reservatórios e a conservação de planícies de inundação e lagos.

Lago Chembarambakkam de dezembro de 2018 a junho de 2019.Lago Chembarambakkam de dezembro de 2018 a junho de 2019. GIF: ESA Sentinel Hub

Fazer esses tipos de escolhas será necessário para cada vez mais cidades, já que várias partes do mundo estão sofrendo com esse problema.

Na Cidade do Cabo, na África do Sul, os reservatórios se transformaram em pó no ano passado em uma prévia do que pode acontecer no futuro. A cidade evitou uma crise total por meio de um enorme programa de conservação de água e considerou a possibilidade de explorar aquíferos subterrâneos para evitar um “Dia Zero”, embora isso provavelmente causaria danos ambientais significativos.

São Paulo ficou sem água em 2015, também devido a uma seca debilitante e má gestão. Los Angeles, San Francisco e o resto da Califórnia sofreram uma seca de vários anos que só ficou para trás graças às chuvas recordes de 2018 e 2019, um padrão de inconstância que provavelmente se tornará mais frequente conforme o mundo aquece.

As guerras pela água estão batendo à nossa porta, e todas as cidades têm escolhas a fazer para mantê-las à distância.

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Novo Raspberry Pi 4 é basicamente um desktop que custa apenas US$ 35

Posted: 24 Jun 2019 01:14 PM PDT

Um Raspberry Pi 4 na mão de uma criança. Ele é uma placa verde, com vários componentes metálicos prateados em suas bordas para conectar outros componentes.

É raro encontrar um gadget customizado ou personalizado que não tenha um Raspberry Pi minúsculo dentro dele. Há muito tempo, é uma das formas mais fáceis e baratas de colocar em prática uma criação. Porém, o novo modelo anunciado hoje traz atualizações significativas que podem permitir que ele seja usado como um computador desktop incrivelmente barato.

Calma, não precisa morrer de raiva por ter gastado mais de US$ 1.000 em uma nova estação de trabalho. Por US$ 35, o novo Raspberry Pi 4 obviamente não é recomendado para tarefas como Photoshop, edição de vídeo ou jogos. Mesmo assim, agora ele vem com um processador quad-core Broadcom ARM Cortex-A72 de 1,5 GHz. O modelo de US$ 35 vem com 1GB de RAM LPDDR4, e também há opções com 2GB por US$ 45 e 4GB por US$ 55. Isso ajudar muito a tornar o Pi 4 viável para navegação na web e acesso a e-mails sem precisar de grandes adaptações.

Imagem com o interior do Raspberry Pi e a descrição de seus componentes. Na placa verde, estão apontados a RAM e suas opções com 1GB, 2GB e 4GB, o novo e mais potente processador, a entrada USB-C para energia, as portas micro HDMI, as duas portas USB 2 e as duas portas USB 3 e a porta de rede Gigabit Ethernet.Foto: Raspberry Pi Foundation

A porta HDMI de tamanho padrão do Raspberry Pi 3 foi atualizada para um par de portas micro HDMI no Pi 4, permitindo que o pequeno computador se conecte a um par de monitores 4K a 30 quadros por segundo, ou um único monitor 4K a 60 quadros por segundo, graças à adoção do driver gráfico Mesa V3D, feito pelo desenvolvedor Eric Anholt.

Nele, você também encontrará um par de portas USB 2.0 e um par de portas USB 3.0. Por outro lado, não há nenhum microUSB: ele foi substituído por uma porta USB-C somente de energia, que adiciona 500 mA extras. Na parte sem fio, o Bluetooth do Raspberry Pi 4 foi atualizado para o padrão 5.0, e o Wi-Fi agora suporta o 802.11ac de banda dupla.

Originalmente projetado tanto como uma ferramenta para inventores quanto para aqueles que querem aprender mais sobre como os computadores funcionam, o Raspberry Pi tornou-se uma ferramenta essencial para aplicações industriais, de acordo com a empresa. A mais recente iteração do hardware tem muitas atualizações que vieram especificamente a pedido de clientes corporativos, incluindo velocidades de entrada e saída aprimoradas em toda a placa. Mas, em uma entrevista ao Next Web, o fundador da Raspberry Pi, Eben Upton, promete que a educação ainda faz parte do foco da empresa.

“Embora nossas vendas em educação sejam menores do que na indústria, ainda estimamos que vendemos mais de 1 milhão de unidades para esse mercado somente em 2018”, afirmou. Upton também acredita: “O que mudou com o Raspberry Pi 4 é que, além de ser um dispositivo para aprender sobre computação, também é muito mais adequado do que seus antecessores para uso geral como um computador em salas de aula.”

Imagem do sistema do Raspberry Pi 4. Estão abertos os aplicativos Chromium, um gerenciador de arquivos e uma calculadora. O aspecto é de janelas, como no Windows, mas com um visual bem mais simples, com linhas retas e tons cinzas nos componentes do sistema.Foto: Raspberry Pi Foundation

Para esse fim, o Raspberry Pi 4 também incluirá algumas atualizações bem-vindas do sistema operacional, que serão baseadas no futuro Debian 10 Buster. A interface simplificada deve ser menos assutadora para aqueles que estão familiarizados com sistemas operacionais populares como Windows e MacOS, e isso também vale para os aplicativos incluídos, como o navegador Chromium 74.

O Raspberry Pi 4 parece uma escolha fácil para ser o cérebro da próxima atualização inteligente e altamente personalizada para sua smart home. Resta saber, no entanto, se o hardware será viável como uma máquina desktop básica — ele será capaz de executar o Windows 10 S como outros dispositivos espartanos? As novas especificações parecem indicar que o Pi pode ter finalmente evoluído e deixado de ser uma ferramenta para apenas hackers e inventores.

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Hacker usou um Raspberry Pi para roubar documentos restritos da NASA

Posted: 24 Jun 2019 11:59 AM PDT

Duas pessoas, usando roupas de proteção, manuseiam uma porta de espaçonave com o logo da NASA.

Um pequeno Raspberry Pi causou uma grande dor de cabeça para a NASA. Uma auditoria divulgada pelo Escritório de Inspeção Geral da NASA em 18 de junho revela que um ataque cibernético no início de 2018 utilizando um desses minicomputadores levou um hacker a obter acesso a documentos restritos.

Se você não está familiarizado com o Raspberry Pi, ele é um pequeno computador com o mesmo tamanho e formato de um cartão de crédito. Como custa cerca de US$ 35, é uma ferramenta popular para aprender os conceitos básicos de programação de computadores, robótica e criação de projetos de bricolagem. (Você pode ter visto um em Mr. Robot) Como você pode imaginar, seu tamanho pequeno e uso flexível significa que as pessoas nem sempre o empregam para o bem.

É aí que entra a NASA: o "não autorizado" Raspberry Pi criou um portal através do qual o invasor furtou arquivos do Jet Propulsion Laboratory (JPL), que lida com a robótica de missões científicas na Terra e no espaço, incluindo a Mars Curiosity. Essa violação específica foi descoberta em abril de 2018, quando o JPL encontrou uma conta de usuário externo comprometida. O hacker, usando um Raspberry Pi não autorizado conectado ao sistema, conseguiu expandir seu acesso depois de se conectar à rede.

Dois dos 23 arquivos roubados — cerca de 500 MB no total — envolviam informações restritas relacionadas ao Regulamento Internacional de Tráfego de Armas e à missão Mars Science Laboratory. Além disso, o hacker acessou duas de três redes primárias JPL, levando a NASA a desconectar temporariamente vários sistemas relacionados a voos espaciais da rede JPL. Talvez o mais assustador é que a invasão não foi detectada por 10 meses.

Outro ponto preocupante: o JPL não tinha um inventário completo ou preciso dos componentes do sistema em sua rede, de acordo com o relatório do Escritório de Inspeção Geral. Ele também não tinha controles de segurança para monitorar e detectar ataques cibernéticos de forma consistente em sua rede — por isso, os administradores não tinham ideia de que o Raspberry Pi estava lá porque não estava registrado corretamente. Como resultado, ele não foi monitorado adequadamente, e assumir o controle de um Raspberry Pi não supervisionado, praticamente “inexistente” é, ao que tudo indica, uma tarefa bastante fácil para um hacker. Segundo a BBC, a auditoria encontrou vários outros dispositivos “desconhecidos” na rede JPL, embora nenhum deles fosse considerado malicioso.

Até agora, nenhum culpado foi capturado ou identificado, embora o relatório do Escritório de Inspeção Geral da NASA afirme que a investigação ainda está em andamento. Enquanto isso, o JPL instalou mais agentes de monitoramento em seus firewalls e diz que está revisando os acordos de acesso à rede para parceiros externos. O Gizmodo entrou em contato com a NASA para comentar o caso e como a agência planeja melhorar sua segurança daqui para frente, mas ainda não recebeu uma resposta.

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Por que cientistas ensinaram uma foca a cantar a música de Star Wars

Posted: 24 Jun 2019 10:39 AM PDT

Foca-cinzenta dentro da água, com a cabeça para fora.

Ouvir focas-cinzentas recitarem sons de vogais e cantar as melodias de Star Wars e “Brilha, Brilha, Estrelinha” é um excelente entretenimento, mas, para os pesquisadores que treinaram esses mamíferos aquáticos, isso é um trabalho científico sério.

Animais fazem todos os tipos de sons, e alguns são bons em imitar os sons de outros animais. O mockingbird, por exemplo, imita os sons produzidos por outras espécies de pássaros e, às vezes, até sons produzidos pela atividade humana, como alarmes de carros e sirenes de polícia. Alguns papagaios e corvos são realmente bons em imitar a fala humana.

A maioria dos animais, entretanto, não dominam essa habilidade. Isso é uma pena, porque impede que os cientistas estudem o aprendizado vocal, uma característica essencial para a aquisição de linguagem em mamíferos não humanos.

Como mostra uma nova pesquisa publicada na revista Current Biology, as focas-cinzentas parecem ser uma exceção. Em uma série de testes, elas demonstraram uma notável capacidade de copiar melodias simples e formantes humanos, sugerindo que são aprendizes bastante talentosos.

Formantes, neste caso, significam faixas de frequência variáveis ​​produzidas pelo trato vocal que nos permitem fazer sons de vogais. As focas, na verdade, são muito boas em produzir formantes, e também são muito inteligentes, tornando-as objetos de teste ideais para o novo estudo, que foi liderado por Amanda Stansbury e Vincent Janik, do Instituto Oceânico Escocês (SOI, na sigla em inglês) da Universidade de St. Andrews, na Escócia.

"As estruturas anatômicas usadas para produzir vocalizações, como cordas vocais, laringe e cavidades bucais, são as mesmas para focas e humanos", disse Janik ao Gizmodo. "Outros aprendizes vocais usam diferentes estruturas. As aves, por exemplo, não têm laringe, mas uma estrutura diferente, chamada siringe, para produzir sons. Os golfinhos usam os músculos em suas passagens aéreas nasais para produzir sons aprendidos."

O novo estudo mostra que as focas-cinzentas podem imitar alguns sons da fala humana, além de gerar ruídos fora do alcance vocal normal, fazendo isso de forma semelhante aos humanos.

Três jovens focas-cinzentas foram utilizadas no estudo: Gandalf, um macho, e Zola e Janice, duas fêmeas. As focas nasceram na Ilha de May e foram levadas para o abrigo de mamíferos marinhos na Universidade de St. Andrews quando eram muito jovens. Seu treinamento começou logo em seguida e durou 12 meses. As três foram autorizadas a conviver com outros jovens em três recintos e foram devolvidas à natureza um ano depois de terem sido capturadas.

"Nós primeiramente os ensinamos a produzir seus próprios sons de foca, em resposta a nossos sinais de treinamento", disse Janik. "Nós, então, mudamos esses sons no computador para criar diferentes tons e melodias. Uma vez que eles conseguiram copiar essas músicas, nós apresentamos as vogais faladas por um humano e as transferimos para uma faixa de frequência mais fácil para os animais."

Zola demonstrou proficiência em copiar melodias, cantando até dez notas de músicas como "Brilha, Brilha, Estrelinha" e a melodia de Star Wars. Janice e Gandolf foram capazes de replicar combinações de sons de vogais humanas. Ao longo de centenas de tentativas, as focas conseguiram copiar e expressar todas as combinações vogais possíveis de A, E, I, O, U.

"As habilidades de aprendizado vocal das focas não haviam sido exploradas antes", disse Janik. "Uma das próximas perguntas é como elas usam essa habilidade em sua própria comunicação. Essa habilidade sugere um sistema de comunicação mais complexo do que o que tinha sido presumido anteriormente."

Janik disse que essas descobertas podem ser usadas na conservação marinha e em estudos comparativos sobre o desenvolvimento vocal.

"Em primeiro lugar, saber como as focas usam sons é importante para avaliar como elas são afetados pelo ruído criado por atividades humanas, como o transporte marítimo ou a construção marítima", explicou ele. "Isso, por sua vez, nos ajudará a gerenciar as populações selvagens com mais cuidado. Em segundo lugar, estudar como a aprendizagem vocal funciona em focas e como ela pode ser naturalmente prejudicada em alguns indivíduos pode ajudar a entender o desenvolvimento vocal e suas limitações em outros mamíferos aprendizes que usam estruturas semelhantes, como os humanos. "

Além disso, essas descobertas também podem oferecer importantes percepções evolutivas sobre o surgimento da fala e da linguagem.

Focas cantando Star Wars é muito legal, mas os pesquisadores perderam uma oportunidade bastante óbvia de ter uma foca cantando Seal. Quem sabe da próxima vez.

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Bill Gates afirma que seu maior erro foi permitir que a Microsoft perdesse para o Android

Posted: 24 Jun 2019 09:16 AM PDT

Bill Gates no fórum econômico mundial

Conquistar o topo (e se manter lá) no setor de tecnologia significa estar disposto a entrar em uma batalha acirrada e em constante movimento. A Microsoft é uma das grandes líderes nessa corrida e, pelo menos no mercado de desktops, ela vem mantendo sua soberania com o Windows. Segundo o The Verge, o sistema operacional Windows 10 é o mais popular em desktops no mundo, com um market share de 39,22% em dezembro de 2018. O segundo lugar também é ocupado por um produto da Microsoft: o Windows 7, com 36,9%.

No entanto, quando o assunto é dispositivos móveis, a empresa não carrega a mesma história de sucesso. Nem mesmo a aquisição da Nokia em 2013 por US$ 7,6 bilhões foi capaz de impulsionar os esforços da Microsoft em abocanhar o mercado mobile. O encerramento dessa jornada conturbada está marcado para o final deste ano com o fim do suporte ao Windows 10 Mobile. E o próprio Bill Gates reconhece essa oportunidade desperdiçada, alegando que seu maior erro foi perder para o Android.

Durante uma entrevista à empresa de venture capital Village Global, o cofundador da Microsoft fez algumas reflexões sobre o seu papel na empresa e as decisões (cruciais) tomadas ao longo do tempo. Segundo ele (grifo nosso):

"[…] o maior erro de todos foi qualquer que tenha sido minha falha de gerenciamento que fez com que a Microsoft não se tornasse o que o Android é hoje. O Android é a plataforma padrão para celulares que não são da Apple. Seria uma coisa natural para a Microsoft ganhar".

De fato, Eric Schmidt, ex-CEO do Google, admitiu que a aquisição do Android em 2005 por US$ 50 milhões era parte dos planos da empresa de superar os esforços iniciais da Microsoft com o Windows Mobile. Em uma entrevista em 2012, Schimdt teria afirmado que eles estavam "muito preocupados que a estratégia da Microsoft para o setor mobile fosse bem-sucedida".

No entanto, conforme observado pelo The Verge e pelo Engadget, apesar de Bill Gates assumir a culpa pelo fracasso da empresa no setor mobile, ela é comumente (e compreensivelmente) atribuída a Steve Ballmer, que ocupava a posição de CEO da Microsoft na época.

Talvez, um dos primeiros indícios de que a Microsoft poderia ser deixada para trás nessa corrida pelo mercado mobile foi o famoso vídeo em que Ballmer literalmente ri do iPhone, afirmando ser "o celular mais caro do mundo e não atrai consumidores das áreas de business porque não tem um teclado". Claramente, ele não conseguiu enxergar a ascensão da era dos aparelhos touch e, quando a empresa finalmente decidiu tentar se adaptar à concorrência, já era tarde demais.

Gates renunciou sua posição de CEO da Microsoft em 2000, por isso não esteve diretamente envolvido nas decisões da empresa em relação ao mercado mobile. Mas, talvez, seja isso que ele queira dizer com "falha de gerenciamento". Afinal, sua saída aconteceu exatamente nesse período em que o Android passou despercebido pela empresa e destruiu as chances de a Microsoft se tornar líder no mercado de sistema operacional para mobile também.

[The Verge, Engadget]

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Bactérias do oceano colonizam sua pele após apenas 10 minutos de natação

Posted: 24 Jun 2019 08:26 AM PDT

Banhistas na praia durante pôr do Sol

Se tubarões e queimaduras não assustam você quando você vai à praia, talvez isso o faça: segundo pesquisa preliminar divulgada nesta semana, leva apenas 10 minutos natação no oceano para ter sua pele coberta com uma nova camada de bactérias. Embora isso não seja necessariamente ruim, algumas dessas bactérias podem causar doenças ou aumentar o risco de infecção ao afetar o delicado ambiente microbiano da pele, conhecido como microbioma.

Para seu estudo peculiar, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine foram à praia e recrutaram um grupo seleto de banhistas. Eram pessoas que nadavam no oceano com pouca frequência e que não usavam protetor solar no momento. Eles também não tiveram que tomar banho nas últimas 12 horas e não tomaram antibióticos nos últimos seis meses. Antes de nadar, os nove voluntários tiveram uma pequena amostra de pele removida da parte de trás da panturrilha com uma espécie de esfregão, e depois nadaram por 10 minutos. Depois que eles voltaram e se secaram completamente, a pele foi novamente submetida ao esfregão — o mesmo ocorreu seis horas e um dia depois.

Antes de nadar, descobriram os pesquisadores, o microbioma de cada voluntário era facilmente distinguível. Mas logo em seguida, seus microbiomas mudaram e se tornaram muito semelhantes entre si.

"Nossos dados demonstram pela primeira vez que a exposição à agua do oceano pode alterar a diversidade e a composição do microbioma da pele humana", disse Marisa Chattman Nielsen, autora principal do estudo e estudante de doutorado da Universidade da Califórnia em Irvine, em um comunicado à imprensa. "Enquanto nadavam, bactérias normais residentes foram sendo removidas, enquanto as bactérias do oceano eram depositadas na pele".

As mudanças no microbioma foram temporárias, com uma média geral de 24 horas. No entanto, houve algumas conclusões preocupantes. Em cada pessoa, eles detectaram bactérias comuns do mar chamadas Vibrio. A maioria das espécies da Vibrio é essencialmente inofensiva, mas algumas são responsáveis por doenças como a cólera, ou raramente podem causar infecções de pele em quem come carne, especialmente em pessoas com o sistema imunológico debilitado. Os métodos da equipe só identificaram a presença de bactérias Vibrio, não suas espécies em específico. Mas eles pareciam atraídos pela pele das pessoas, uma vez que uma maior projeção de bactérias Vibrio foi encontrada na pele dos voluntários do que na água oceânica circundante que a equipe também testou.

"Embora muitos tipos de Vibrio não sejam patogênicos, o fato de que encontramos na pele após a natação demonstra que as espécies de Vibrio patogênicas poderiam persistir na pele após a natação", disse Nielsen.

Os resultados, deve ser notado, são um trabalho em desenvolvimento; eles estão sendo apresentados durante a conferência anual da Sociedade Americana de Microbiologia nesta semana. Mas, supondo que se sustente, o estudo poderia ajudar a explicar um padrão — que os banhistas que nadam no oceano são mais propensos a ter dores de estômago ou infecções de ouvido comparado com aqueles que só ficam na areia. E embora a maior parte da culpa possa ser atribuída a germes (geralmente do cocô) que entram em nossos corpos, a equipe suspeita que as bactérias do oceano como um todo podem tornar a doença mais provável através de seus efeitos no microbioma da pele.

"Estudos recentes mostraram que o microbioma da pele humana desempenha um papel importante na função do sistema imunológico, doenças localizadas e sistêmicas e infecção", disse Nielsen. "Um microbioma saudável protege o hospedeiro da colonização e infecção por micróbios oportunistas e patogênicos".

Portanto, certifique-se de tomar banho depois de nadar no oceano e tente não tomar água do mar.

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Bitcoin voltou a ultrapassar o valor de US$ 10 mil após anúncio da moeda digital Libra

Posted: 24 Jun 2019 07:25 AM PDT

O anúncio da moeda Libra, do Facebook, já teve sua primeira consequência inesperada, e olha que ela só deve começar a funcionar em 2020. No caso, o projeto de moeda fez com que o bitcoin ultrapassasse o valor de US$ 10 mil (cerca de R$ 38.200, em conversão direta).

Sendo mais preciso, na manhã de sábado (22) a cotação de 1 BTC chegou a US$ 11 mil, algo que não era alcançado desde o fim de 2017 quando o bitcoin chegou a valer US$ 20 mil. Nesta segunda-feira (24), o valor de 1 BTC está em US$ 10.809,72, segundo o Coindesk.

Gráfico com evolução do preço de bitcoinGráfico do Coindesk mostra variação de preço do bitcoin desde 2010. Crédito: Reprodução

O Wall Street Journal explica que o aumento da cotação tem relação "com a expectativa de que a Libra trará mais usuários para o mundo da criptomoeda, um objetivo que até agora o bitcoin não conseguiu alcançar". Desde o lançamento da moeda do Facebook, a busca por bitcoin, segundo o Google Trends, tem aumentado significantemente desde março.

Apesar do marco de passar o valor de US$ 10 mil, o valor do bitcoin já vinha evoluindo positivamente desde o início do ano. No mês passado, a criptomoeda já havia ultrapassado o valor de US$ 8 mil.

A grande questão é se este valor vai continuar dessa forma. As criptomoedas, sobretudo o bitcoin, costumam ter muita volatilidade, mas com cada vez mais instituições grandes entrando na jogada, há certo otimismo por parte de investidores de que em um futuro próximo possa haver um pouco mais de estabilidade. O banco JPMorgan Chase tem desenvolvido sua moeda própria, chamada de JPMCoin, além disso a Ripple, a startup por trás da criptomoeda XPR, recentemente investiu na Moneygram, uma empresa de transferência internacional de dinheiro.

Mesmo assim, as criptomoedas são alvo constante de hacks, relatos de fraude ou problemas de segurança. Um dos casos recentes mais bizarros foi do fundador da exchange QuadrigaCX, que faleceu e que era a única pessoa que sabia as senhas de "armazenamento frio" das moedas. Isso fez com que a empresa pedisse recuperação, pois não tinha como pagar os clientes.

[WSJ]

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Cloudflare sofre problema técnico, e serviços como Feedly e Discord saem do ar

Posted: 24 Jun 2019 06:31 AM PDT

O Cloudflare, que entre seus produtos oferece hospedagem, sofreu uma instabilidade na manhã desta segunda-feira (24). Aplicativos como o Feedly e Discord ficaram fora do ar para muitos usuários por cerca de uma hora

A página de suporte do Cloudflare afirma neste momento que “todos os sistemas estão operacionais”. A companhia afirmou há pouco que estava trabalhando numa “possível falha de rota“.

“Esta falha de rota está impactando muitos serviços de internet, incluindo o Cloudflare”, disse um porta-voz da companhia ao Verge. “Estamos trabalhando com o provedor de rede que criou essa fuga de rede para consertá-la”.

A empresa não revela qual é a provedora responsável pela falha. Ainda de acordo com o Verge, a operadora Verizon está sofreste problemas na Costa Leste dos Estados Unidos nesta manhã.

Em um comunicado no site oficial do Discord, o app avisa que “está sendo afetado por uma indisponibilidade geral da internet”. Pouco antes da publicação desta matéria, o app voltou a funcionar normalmente.

O Feedly avisou aos seus usuários pelo Twitter que estava fora do ar devido aos problemas com o Cloudflare. Há cerca de 40 minutos publicou um novo tuíte avisando que os problemas pareciam ter sido resolvidos.

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Steam deve abandonar suporte oficial para o Ubuntu

Posted: 24 Jun 2019 05:57 AM PDT

Logo da Steam

A Valve deixará de oferecer suporte oficial da Steam no Ubuntu 19.10 e posteriores. Isso significa que as próximas versões da plataforma podem não funcionar corretamente. A mudança ocorrerá porque o sistema operacional eliminará atualizações de componentes 32-bit x86, de acordo com o Engadget.

Segundo o desenvolvedor da Valve Pierre-Loup Griffais, a companhia irá “avaliar maneiras de minimizar os danos para os atuais usuários”, embora eles irão focar em uma “distribuição diferente, a ser determinada”.

Como nota o Betanews, muitos desenvolvedores já se mostraram descontentes com a decisão da produtora do Ubuntu, a Canonical, de abandonar o suporte aos pacotes 32-bit, o que provavelmente resultará na ausência de novos softwares 32-bit para o sistema operacional e a falha de apps existentes com o passar do tempo.

O Ubuntu é a principal distribuição do Linux, embora a Canonical pareça estar tomando esse caminho para agradar os consumidores que instalam o sistema em seus servidores de nuvem. A iniciativa também deixará gamers que usam o Linux irritados.

Muitos jogos da Steam rodam em distribuições 64-bit do Linux “mas apenas com as bibliotecas 32-bit”, conforme explica o Betanews. Abandonar esse suporte também fará com que a camada de compatibilidade da Steam que roda jogos Windows no Linux quebre nos games 32-bit.

 


Tradução: O Ubuntu 19.10 e os lançamentos futuros não serão suportados oficialmente pela Steam, nem recomendados para os nossos usuários. Iremos avaliar maneiras de minimizar os danos para os usuários atuais, mas também iremos mudar o foco para uma distribuição diferente, atualmente a ser definida.

De acordo com o Phoronix, a mudança também levantou preocupações entre os desenvolvedores do Wine, o pacote de softwares que permite que usuários rodem programas desenvolvidos para o Windows no Linux e que é utilizado por muitos gamers.

Em uma outra reportagem, a Phoronix afirmou que em meio a repercussão do assunto, o desenvolvedor de longa data do Ubuntu e funcionário da Canonical, Steve "vorlon" Langasek, publicou um esclarecimento no Ubuntu Discourse afirmando que a companhia pretende assegurar que aplicativos 32-bit continuem a funcionar nas versões 19.10 e posteriores:

Eu sinto muito por termos dado a qualquer pessoa a impressão de que estamos “deixando de lado o suporte para aplicações i386”. Este não é o caso. O que estamos fazendo é deixando de lado as atualizações para as bibliotecas i386, que ficarão congeladas como nas versões 18.04 LTS. Mas ali existe toda a intenção de assegurar que existe uma história clara sobre como aplicações i386 (incluindo jogos) possam rodar em versões do Ubuntu posteriores a 19.10.

De qualquer maneira, parece que essa decisão irá gerar alguns problemas para os gamers do Linux, os quais a Valve tem tentado cortejar nos últimos meses – embora com pouco sucesso, já que as pesquisas mostram que menos de 1% dos usuários da Steam jogam nesse sistema operacional.

[Engadget]

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Diferença de gênero na área de ciência da computação levará mais de um século para acabar

Posted: 24 Jun 2019 04:42 AM PDT

Campus da Universidade Stanford no Vale do Silício

A diferença de gênero na pesquisa de ciência da computação não alcançará igualdade por mais de um século, de acordo com uma nova pesquisa divulgada na semana passada que mostrou que o ramo da ciência da computação não está só para trás, como também tem ido na direção errada.

Uma análise de 2,87 milhões de artigos de pesquisa em ciência da computação entre 1970 e 2018 mostra que "sob nossos modelos de projeção mais otimistas, a paridade de gênero está prevista para ser alcançada em 2100, e significantemente depois levando em conta suposições mais realistas", escreveram os pesquisadores. "Em contraste, a paridade está projetada para ser alcançada dentro de duas a três décadas na literatura biomédica. Nossa análise das tendências de colaboração em ciência da computação revela taxas decrescentes em colaboração entre autores de diferentes gêneros".

Os pesquisadores expuseram exatamente quanto tempo de uma linha de tempo que estamos analisando:

Gráfico mostra a projeção de fim da disparidade entre gêneros em ciência da computaçãoCrédito: os pesquisadores Lucy Lu Wang, Gabriel Stanovsky, Luca Weihs e Oren Etzioni (Instituto Allen para Inteligência Artificial em Seattle)

O estudo, primeiramente noticiado pelo New York Times, reafirma um problema fundamental de gênero no ramo de tecnologia. Outros campos, como biomedicina, estão com paridade muito melhor.

A indústria de tecnologia tem um problema de diversidade que se manifesta de muitas maneiras. Por exemplo, grupos de cientistas da computação majoritariamente brancos e e do sexo masculino costumam ter dificuldade em entender como a ciência, produtos, aplicativos e serviços podem impactar a vida de pessoas que não são exatamente como eles: mulheres, neste caso, e também negros. E olha que não estamos nem falando do quanto estes ambientes podem ser hostis para as mulheres.

O problema vem à tona em empresas gigantes de tecnologia, como Facebook, Microsoft e Google, que estão construindo coletivamente um futuro tecnológico que definirá o primeiro século. Pouca coisa, né?

Talvez o exemplo mais óbvio atual é do crescimento da vigilância por reconhecimento facial, que é uma tecnologia movida por inteligência artificial e aprendizado de máquina. Em uso em todo o mundo, veja o que a tecnologia significa com aplicações reais:

No início do ano, pesquisadores do MIT Joy Buolamwini e Timnit Gebru destacaram uma das maneiras pelas quais o reconhecimento facial é enviesado contra pessoas negras: rostos mais escuros são sub-representados nos conjuntos de dados usados para treiná-los, deixando o reconhecimento facial mais impreciso quando se olha para rostos de negros. Os pesquisadores descobriram que, quando vários algoritmos de reconhecimento facial forem encarregados de identificar o sexo, eles classificaram mal homens e mulheres de pele escura em até 34,7% das vezes. A taxa máxima de erro para homens de pele clara, por outro lado, foi inferior a 1%.

San Francisco se tornou recentemente a primeira cidade a banir o uso de vigilância por reconhecimento facial. Outros cidades e estados dos Estados Unidos também estão analisando o uso da tecnologia.

"As baixas taxas de crescimento na proporção de cientistas do sexo feminino na ciência da computação continua a desafiar mulheres entrando no ramo", escreveram os pesquisadores. "Cientistas do sexo feminino podem enfrentar mais desafios em encontrar colaboradores do que os homens, devido à distribuição de gênero existente entre os autores e comportamentos de coautoria observados. Esperamos que essas descobertas motivem outras pessoas no campo a avaliar sua relação com esses preconceitos de gênero e considerem maneiras de melhorar o status quo".

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