terça-feira, 23 de julho de 2019

Gizmodo Brasil

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Cientistas escreveram um tributo à primeira geleira da Islândia a desaparecer devido às mudanças climáticas

Posted: 22 Jul 2019 03:00 PM PDT

Isso pode soar como uma manchete satírica, mas, infelizmente, não é. Chegamos ao ponto em nosso experimento planetário onde os humanos estão criando monumentos para as coisas que estamos conscientemente destruindo.

A Islândia perdeu sua primeira geleira para o aumento das temperaturas. Agora, cientistas da Universidade Rice e da Islândia planejam instalar uma placa perto da triste pilha de gelo e neve conhecida anteriormente como Ok Glacier. Os pesquisadores dizem que esse é o primeiro memorial de uma geleira que está desaparecendo, mas as mudanças climáticas garantem que quase certamente ele não será o último.

As geleiras são mais do que apenas gelo. Elas recebem mais massa de neve do que perdem com o derretimento no verão, o que lhes permite deslizar pelas montanhas e triturar rochas. As mudanças climáticas, é claro, mudaram a equação causando mais derretimento glacial, fazendo com que o gelo reduzisse ao redor do mundo. Um número crescente de geleiras se transformou em manchas de gelo estagnadas ou desapareceu completamente.

A geleira Ok desapareceu em 2014, tornando-se a primeira geleira na Islândia a sumir. Os pesquisadores estimam que todas as geleiras vão derreter até 2200 na ilha, o que os levou a homenagear Ok.

A placa será instalada no dia 18 de agosto, perto do antigo reduto de Ok, no oeste da Islândia. A placa contém uma mensagem melancólica para as gerações futuras:

Ok é a primeira geleira islandesa a perder seu status de geleira. Nos próximos 200 anos, todas as nossas geleiras deverão seguir o mesmo caminho. Este monumento é para reconhecer que sabemos o que está acontecendo e sabemos o que precisa ser feito. Só vocês sabem se conseguimos.

A placa também inclui a inscrição "415 ppm", uma referência à quantidade de dióxido de carbono na atmosfera registrada em maio deste ano. Como o mundo continua emitindo poluição por carbono, esse recorde será quebrado no ano que vem. Mas colocá-lo em uma placa é talvez o mais comovente lembrete das escolhas que enfrentamos. E este verão é uma atmosfera particularmente sombria para se fazer isso.

As regiões do norte do globo sofreram as consequências do rápido aumento do dióxido de carbono, aquecendo duas vezes mais rápido que o resto do mundo. Este verão tem sido um demolidor de recordes em particular, com o calor do Ártico ajudando a transformar este mês de junho no mais quente já registrado. Julho está programado para seguir o exemplo e muito provavelmente se tornar o mês mais quente já registrado na Terra. Do Canadá ao Alasca, da Sibéria à Groenlândia , os impactos do aumento das temperaturas tornaram-se mais claros do que nunca neste verão. Instalar uma homenagem a uma geleira morta na Islândia é o tributo perfeito para um mundo cada vez mais imperfeito.

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ROG Phone 2: smartphone gamer da Asus tem insanos 12 GB de RAM e 512 GB para armazenamento

Posted: 22 Jul 2019 01:49 PM PDT

O Asus ROG Phone do ano passado parecia ser um dos primeiros telefones gamers que faziam sentido. Mas, para a segunda tentativa da marca, a Asus dobrou quase tudo. Com uma tela de 6,6 polegadas, novo processador Qualcomm e uma bateria gigante, a Asus pode ter criado o mais poderoso smartphone Android do mercado.

Vamos começar com sua tela. Em vez de um display com taxa de atualização de 90 Hz, a Asus selecionou uma tela OLED ainda mais rápida, com uma taxa de atualização de 120 Hz — aliás, essa configuração é a primeira a estar presente em um smartphone e está em sintonia com a tendência de monitores para PC com telas mais responsivas. A tela também apresenta uma taxa de amostragem por toque de 240 Hz, para um um reconhecimento de entrada mais preciso. De acordo com a Asus, o display é quatro vezes mais sensível que as taxas de amostragem de 85 Hz e 87 Hz vistas no OnePlus 7 Pro e no Galaxy S10.

No entanto, por padrão, a tela é configurada apenas para 60 Hz para ajudar a economizar energia. O usuário pode selecionar apps específicos para rodar com taxas de atualização maiores, então você ainda pode maximizar o desempenho da tela quando precisar, sem reduzir a autonomia de bateria de forma inútil.

Traseira do ROG Phone 2, da Asus

Por dentro, a Asus colocou uma memória de 12 GB e 512 GB para armazenamento com o recém-lançado Snapdragon 855 Plus, da Qualcomm, que possui velocidades de clock maiores que o Snapdragon 855 padrão. O chip também vem com um conjunto especial de funcionalidades para jogos, como o Game Jank Reducer e uma funcionalidade para abrir games mais rápido.

Porém, o verdadeiro recurso chocante do ROG Phone 2 é sua bateria de 6.000 mAh. Para efeitos de comparação, o primeiro ROG Phone tinha apenas 4.000 mAh, enquanto outros telefones top de linha, como o Galaxy S10+ e o One Plus 7 Pro contam com 4.100 e 4.000 mAh, respectivamente.

Comparativo de Benchmark do ROG Phone 2, da AsusPor ter versão aprimorada do chip Snapdragon 855, Asus diz que seu aparelho tem desempenho 10% superior ao dos seus concorrentes. Crédito: Asus

Quem joga sabe como games como PUBG Mobile e Fortnite Mobile podem acabar rapidamente com a bateria do telefone. Então, esta capacidade extra de bateria é muito bem-vinda. De fato, a Asus promete que é possível jogar PUBG Mobile por 7 horas seguidas com apenas uma carga, embora isso seja com a tela configurada em apenas 60 Hz em vez de 120 Hz.

O ROG Phone 2 inclui uma série de outros impulsionadores de desempenho, incluindo uma câmara de vapor integrada para melhor refrigeração, várias portas USB-C (para que você possa manter o telefone recarregado durante o jogo sem cabos atrapalhando) e versões mais responsivas dos botões touch sensíveis usado no ROG Phone original.

A Asus ainda incluiu um motor de vibração mais potente para dar um pouco mais ação, além de um sensor de impressão digital sob a tela. A única coisa que o ROG Phone 2 não parece ter é suporte a 5G. E, para minha decepção, o design do ROG Phone 2 é muito parecido com o do modelo do ano passado.

Linha de acessórios do ROG Phone 2, da AsusComo no ano passado, ROG Phone tem um monte de acessórios. Crédito: Asus

Se você quiser um smartphone para jogar, o ROG Phone já chega ocupando o topo da lista. De certa forma, isso deve pressionar a Samsung, pois com o lançamento do Galaxy Note 10, previsto para 7 de agosto, não iria pegar bem se a linha de telefones da Samsung que tradicionalmente vem mais carregada de especificações fosse pior que o novo smartphone gamer da Asus.

O ROG Phone 2 deve começar a ser vendido em setembro globalmente. E embora a Asus ainda não tenha revelado preços, a companhia diz que estará na mesma faixa do ROG Phone, que custava em torno de US$ 900 quando foi lançado.

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Huawei ajudou Coreia do Norte a construir sua rede 3G, diz jornal

Posted: 22 Jul 2019 01:48 PM PDT

O governo dos EUA impôs sanções rigorosas contra a realização de negócios com o governo norte-coreano. Mas a Huawei, uma gigantesca empresa de telecomunicações no centro de uma disputa entre os EUA e a China, pode ter violado essas sanções ao ajudar a construir uma rede sem fio 3G para a Coréia do Norte, segundo uma nova reportagem do Washington Post.

O Post cita três fontes anônimas, incluindo um ex-funcionário da Huawei, que forneceu documentos que mostram que a Huawei pode estar trabalhando na Coréia do Norte com a empresa de tecnologia Koryolink. De acordo com o jornal, muitos dos detalhes ainda são obscuros, mas os documentos, que às vezes incluem códigos numéricos secretos em vez de nomes de países, levantam questões sobre possíveis violações de sanções.

A Huawei está supostamente trabalhando com uma empresa chamada Panda International Information Technology, que é de propriedade do governo chinês. A Panda foi incluída na lista de entidades do Departamento de Comércio dos EUA em 2014. Ela não tem presença nos EUA; portanto, tecnicamente, não importa se ela viola as sanções americanas já que não tem nada a perder. A Huawei, por outro lado, tem presença nos EUA, o que significa que não pode fornecer tecnologia ou serviços para a Coreia do Norte se quiser continuar a trabalhar nos EUA legalmente.

A maior questão que permanece em aberto é quanto do trabalho no Coreia do Norte foi feito pela Huawei e quanto foi pela Panda International, algo difícil de discernir. Mesmo assim, a informação de que a Huawei possa ter feito qualquer trabalho no país, comandado pelo notório ditador Kim Jong Un, é bastante importante.

Do Washington Post:

De acordo com um contrato de 2008, a Panda transportaria equipamentos da Huawei para Dandong, uma cidade no nordeste da China conhecida pelo comércio transfronteiriço. De lá, ele seria levado de trem até Pyongyang.

Documentos internos mostram que a Huawei fez negócios com uma empresa chinesa distinta, a Dandong Kehua, que em novembro de 2017 foi sancionada pelo Departamento do Tesouro dos EUA por exportar e importar mercadorias para e da Coreia do Norte — comércio visto por autoridades dos EUA como fontes de financiamento para os programas nuclear e de mísseis balísticos de Pyongyang. A Dandong Kehua não respondeu publicamente as sanções.

Representantes da Huawei negam as alegações de que fizeram trabalhos na Coreia do Norte. Ao Post, eles disseram que “não têm presença comercial” no país comunista. A Huawei não respondeu a um pedido de comentário do Gizmodo feito esta manhã.

A Coreia do Norte ficou atrás do resto do mundo na construção de uma infraestrutura moderna de comunicações, mas o país vem recebendo lentamente serviços modernos de telefonia e internet. A internet na Coreia do Norte é censurada e já foi comparada ao filme O Show de Truman dos anos 1990, por ser como um mundo alternativo e artificial.

A Huawei já está em maus lençóis nos EUA, já que o Departamento de Justiça apresentou acusações contra a empresa, incluindo fraude, obstrução de justiça e roubo de segredos comerciais da T-Mobile. O Departamento de Comércio colocou a Huawei na chamada Lista de Entidades, por preocupações de que ela representasse uma ameaça à segurança nacional.

Empresas americanas estão proibidas de fazer negócios com qualquer empresa na Lista de Entidades, embora o governo Trump tenha concedido a empresas como o Google um período de tolerância de 90 dias. Outras empresas precisam solicitar uma isenção para fazer negócios com a Huawei, mas a burocracia é complicada e dificulta o processo de trabalho com a gigante chinesa da tecnologia. As grandes empresas de tecnologia têm trabalhado nos bastidores para pressionar Trump e, espera-se, suspender as restrições à Huawei.

Mas, até agora, as coisas têm estado mais restritas do que nunca para a empresa chinesa. A Huawei cancelou o lançamento de seu novo laptop MateBook, citando as restrições comerciais dos EUA. O caso de sua diretora financeira, Meng Wanzhou, ainda está no limbo. Meng, filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei, foi presa em Vancouver, no Canadá, em dezembro de 2018, a pedido do governo dos EUA por supostamente violar as sanções dos EUA contra o Irã. Meng está em prisão domiciliar, e os EUA tentam extraditá-la para que ela seja julgada.

O presidente Donald Trump sugeriu que ele poderia aliviar as sanções contra a Huawei nos EUA em troca de termos comerciais favoráveis, mas essa estratégia parece estar indo a lugar nenhum. A Huawei está frustrada porque as sanções não foram flexibilizadas e Washington está frustrado porque não obteve melhores condições comerciais.

Ninguém sabe com certeza o que o futuro reserva para a Huawei nos EUA, mas, se esta última reportagem é uma dica, a Nova Guerra Fria está apenas começando. Mas amanhã é um novo dia, e o presidente Trump é conhecido por mudar de ideia, especialmente quando se trata de países como a Coreia do Norte.

Dois anos atrás, Trump estava ameaçando explodir a Coreia do Norte do mapa com “fogo e fúria”, algo que nunca vimos. Mas hoje, seu relacionamento pessoal com o ditador Kim Jong Un está melhor do que nunca. O presidente americano chegou inclusive a dizer que eles estão apaixonados.

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Inventor francês de prancha voadora agora quer atravessar Canal da Mancha

Posted: 22 Jul 2019 12:40 PM PDT

No início da semana passada, o campeão de jetski Franky Zapata apresentou sua invenção Flyboard Air, um tipo de prancha voadora, durante as festividades do Dia da Bastilha, em Paris. Agora, parece que ele tem um plano mais ambicioso para a próxima celebração histórica: atravessar o Canal da Mancha no 110º aniversário da primeira batalha aérea entre França e Inglaterra.

Zapata planeja voar entre Sangatte e a baía de St. Margaret a uma velocidade de até 140km/h, relata o Guardian. A travessia deve durar cerca de 20 minutos e será um desafio para o inventor da Flyboard Air, considerando que sua apresentação no Dia da Bastilha utilizou apenas 3% das capacidades da prancha, enquanto a travessia do Canal utilizaria 99,9%.

Em relação à distância, em 2016, Zapata bateu o recorde do maior percurso já feito com uma prancha voadora, sobrevoando pouco mais de 2 quilômetros com o Flyboard Air ao longo da costa da França. No entanto, ele precisará voar 35 quilômetros para atravessar o Canal, o que é uma distância mais de dez vezes superior à sua conquista em 2016. O próprio Zapata estima que suas chances de sucesso são de 30%.

Cada um dos cinco motores da prancha produz cerca de 250 cavalos de força. Porém, a estrutura do equipamento – composto pela prancha em si, o controle manual e o tanque de combustível – permite que o Flyboard seja capaz de voar por 10 minutos por vez. Ou seja, para atravessar o Canal da Mancha, Zapata terá que parar no meio do caminho para reabastecer.

O plano de Zapata era fazer duas paradas durante o trajeto, mas as autoridades marítimas da França indicaram que ele só poderá utilizar uma estação de reabastecimento, considerando que a área da travessia é bem movimentada.  Isso significa que ele terá que optar por pousar uma única vez no navio ou tentar reabastecer enquanto estiver sobrevoando, realizando um voo contínuo.

O ponto positivo é que Zapata já caiu com o equipamento na água antes e, embora as partes eletrônicas do Flyboard Air tenham sido arruinadas, Zapata não teve nenhum ferimento sério.

O Flyboard Air tem atraído olhares principalmente pelo seu potencial militar. As forças armadas da França já demonstraram interesse na tecnologia, tanto como ferramenta de logística como de ataque, segundo o The Guardian. Além disso, Zapata recebeu € 1,3 milhão do governo francês para desenvolver a prancha no ano passado.

[The Verge]

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Você poderá ouvir um tostão de nossas vozes no podcast Guia Prático

Posted: 22 Jul 2019 12:23 PM PDT

Acabaram suas desculpas para ficar de bobeira durante o trajeto para o trabalho ou enquanto limpa sua casa. Isso porque a partir desta quarta-feira (22), os jornalistas do Gizmodo Brasil passarão a participar do podcast Guia Prático, fruto de uma parceria com o Manual do Usuário, do nosso camarada Rodrigo Ghedin.

A ideia é que o Guia Prático tenha duração entre 50 e 60 minutos, em que falaremos sobre o que rolou no noticiário de tecnologia. A princípio, ele será publicado quinzenalmente e será no formato "mesa cast". Portanto, praticamente uma conversa de mesa de bar, porém com roteiro e sem ingestão de certas bebidas — se houver ingestão também ninguém vai ficar sabendo, pois estaremos em São Paulo, enquanto o Ghedin estará no Paraná.

Teremos ainda quadros fixos para discutir a agenda dos próximos dias do mercado de tecnologia e comentar sobre bastidores ou curiosidades de matérias que saem nos dois blogs.

Para ouvir o Guia Prático, basta usar seu player favorito (Apple Podcasts, Spotify ou pelo RSS) e buscar pelo nome do podcast.

Quaisquer dúvidas, pitacos ou preocupações que vocês eventualmente tenham sobre a parceria, basta dizer aí na área de comentários ou comentar com a gente nas redes sociais.

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Ex-estagiário da NASA vendeu fitas originais do pouso na Lua por US$ 1,82 milhão em leilão

Posted: 22 Jul 2019 11:23 AM PDT

Lembra daquele ex-estagiário da NASA, Gary George, que queria leiloar as fitas originais com as gravações do primeiro pouso na Lua? No sábado (20), data do 50º aniversário do pouso da Apollo 11, ele conseguiu vender os três vídeos da agência sobre o evento histórico por US$ 1,82 milhão na casa de leilões Sotheby’s, informou a CNN.

A Sotheby’s alega que os vídeos não foram aprimorados, restaurados ou alterados de qualquer outra forma e são as "imagens de vídeo sobreviventes mais precisas, detalhadas e antigas dos primeiros passos do homem na Lua", escreveu a CNN. George pagou US$ 217,77 em 1976 (aproximadamente US$ 980 em dólares de hoje) por 1.150 bobinas de fita magnética da NASA em um leilão do governo, enquanto estudava no Johnson Space Center, em Houston. De acordo com a CNN, George de fato não percebeu que o lote incluía imagens valiosas do pouso na Lua no início, e só se deu conta de que a gravação poderia ser valiosa em 2008:

George vendeu e doou algumas das fitas, mas ele guardou três delas depois que seu pai notou que elas estavam rotuladas como "APOLLO 11 EVA | 20 de julho de 1969, REEL 1 [-3]" e "VR2000 525 Hi Band 15 ips". Ele não tinha dado muita importância a elas até descobrir em 2008 que a NASA estava tentando localizar suas fitas originais para o 40º aniversário do pouso na lua, disse a Sotheby’s.

As fitas têm um tempo de execução combinado de 2 horas e 24 minutos, e mostram toda a caminhada lunar vista pela equipe do Controle da Missão, desde a primeira caminhada até o telefonema com o então presidente Richard Nixon, disse a casa de leilões.

"Já que a câmera teve que ser implantada antes de [Neil] Armstrong e [Buzz] Aldrin saírem do Módulo Lunar se realmente fossem capturar seus primeiros passos na superfície da Lua, a câmera foi guardada em um suporte à prova de choque e isolada no Conjunto de Armazenamento de Equipamentos Modulares (MESA) da LM", disse a Sotheby’s em comunicado à CNBC. "Armstrong liberou o MESA quando ele olhou pela primeira vez para fora do LM, de modo que a câmera estivesse em posição de capturar sua lenta descida pela escada até a superfície lunar. Os dois astronautas removeram a câmera do LM e a montaram em um tripé para capturar uma visão mais ampla do LM e suas atividades e experimentos. "

A identidade do comprador não foi divulgada.

A NASA "perdeu" 14 fitas de dados (na verdade, provavelmente elas foram reutilizadas para gravar algo por cima) contendo as imagens de televisão de varredura lenta (SSTV) recebidas diretamente do pouso na Lua em 1969, mas diz que nenhum dado foi realmente destruído, pois conseguiram recuperar tanto filmagens de alta qualidade convertidas para o formato NTSC para transmissão quanto um vídeo Super 8 da Austrália de algumas das pré-conversões de filmagens do SSTV.

A agência escreveu que as fitas de George são "fitas de vídeo de 2 polegadas gravadas em Houston a partir do vídeo que foi convertido para um formato que pode ser transmitido pela televisão comercial" que "não contém material que não tenha sido preservado na NASA". A Sotheby’s alegou que as imagens nas fitas são "mais nítidas e distintas" do que outras versões, porque nunca foram degradadas pela transmissão entre as torres de microondas.

É provável que as imagens originais da SSTV nunca sejam encontradas, de acordo com o New York Times, com a NASA determinando nos anos 2000 que provavelmente foram vítimas de escassez de fitas nos anos 80. As próprias gravações da NASA da emissora sofreram danos irreparáveis ​​devido à alta umidade em meio a uma escassez de energia durante o governo Carter, quando as instalações federais foram forçadas a desligar o ar condicionado, acrescentou o Times.

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Google terá de pagar só US$ 13 mi por coletar dados de redes Wi-Fi abertas com carros do Street View

Posted: 22 Jul 2019 07:42 AM PDT

Em 2010, descobriram que carros do Google Street View, além de fazer fotos em alta resolução, estavam coletando dados de redes Wi-Fi abertas. Na época, a empresa foi alvo de processos por violação de privacidade e chegaram a dizer que teria sido um dos "maiores casos de grampo" já ocorridos. O caso teve fim na última sexta-feira (19), com o Google tendo de pegar uma merreca para resolver a situação.

De acordo com a Bloomberg, ficou definido que o Google teria de pagar US$ 13 milhões para encerrar as ações contra a empresa. O valor representa um sexto do que a Alphabet (subsidiária do Google) gera por dia, o que não deve fazer nem cócegas na companhia. O dinheiro vai ser direcionado para grupos que advogam pela privacidade dos usuários.

Os advogados do caso argumentaram que seria impossível identificar as pessoas afetadas e que havia o risco de não sem conseguirem nenhuma compensação financeira pela infração de privacidade.

Este caso sobre as informações obtidas pelo Google teve vários capítulos. Apesar de ter sido revelado apenas em 2010, a companhia estava coletando "acidentalmente" informações de redes abertas desde 2007. Ao todo, a companhia admitiu ter obtido 600 GB de fragmentos de dados de redes Wi-Fi. O “erro” foi causado por causa de um código experimental que foi mantido nos sistemas dos carros. À época, o Google pediu desculpas pelo incidente e informou que não usou essas informações em produtos da empresa.

O Google argumentou em 2013 que não havia infringido regras, dizendo que interceptar redes Wi-Fi abertas equivaliam a transmissões de rádio AM/FM. A corte de apelação dos EUA em San Francisco não comprou a ideia e ainda disse que se a empresa fosse enquadrada na lei federal Wiretap Act, a companhia poderia ter de pagar US$ 10 mil por cada violação.

Não foi o que ocorreu, e o Google acabou se livrando de ter de pagar uma multa gigantesca por violação de privacidade. A Bloomberg nota que um dos desafios neste tipo de caso é provar os danos sofridos por consumidores e que eles têm direitos legais a compensação. Os US$ 13 milhões pagos pelo Google estão em linha com o que o Facebook já pagou por questões relacionadas à questões de privacidade.

[Bloomberg]

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Polícia canadense se desculpa após transmitir coletiva de imprensa com filtro de gatinho ativado

Posted: 22 Jul 2019 06:41 AM PDT

A Real Polícia Montada do Canadá (RCMP), na Columbia Britânica, pediu desculpas depois de transmitir uma coletiva de imprensa sobre o assassinato de uma mulher americana e um australiano no Facebook Live com um "filtro de gatinho" de realidade aumentada, de acordo com o Daily Beast.

Segundo o BuzzFeed News, a sargento Janelle Shoihet disse durante a conferência na sexta-feira que a polícia declarou que a morte da mulher de 24 anos da Carolina do Norte, Chynna Noelle Deese, e seu namorado australiano de 23 anos, Lucas Robertson Fowler, foi suspeita. O casal foi encontrado morto (e com marcas de tiros) perto de sua van Chevrolet 1986 ao lado da rodovia 97 em 15 de julho, com as autoridades canadenses pedindo para quem tivesse visto o casal, a van, ou estavam na área no momento contatá-los para ajudar na investigação.

De acordo com o Daily Beast, a divisão da RCMP na Columbia Britânica pediu desculpas depois de deixar o filtro de gatinho ativado durante a transmissão, com Shoihet apontando para “dificuldades técnicas” após regravar o vídeo. A RCMP disse no Twitter que eles acidentalmente deixaram “um ajuste automático”.

Tradução: A B.C. RCMP está transmitindo uma coletiva de imprensa sobre as duas pessoas assassinadas na Alaska Highway, e eles estão com o filtro de gatinho ativado.

Tradução: Sim, estamos cientes e tomando providências visto que é uma configuração automática. Obrigado, nós vamos retificar e publicar um vídeo em breve. 

Tradução: B.C. RCMP se desculpando pelo filtro de gatinho. Diz que não foi resultado de um “agente externo”, foi um erro interno e que está sendo reparado. “Nossos esforços para estarmos disponíveis nas redes sociais teve desafios tecnológicos, que é um risco que pode acontecer”.

Este é, na verdade, o segundo incidente recente envolvendo o Facebook Live e o filtro de gatinho, embora seja de longe o erro mais grave. Em junho de 2019, o ministro paquistanês regional Shaukat Yousafzai fez uma coletiva de imprensa com o mesmo filtro ativado. O partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (Movimento Paquistanês pela Justiça) disse posteriormente que o incidente foi um “erro humano” cometido por um voluntário e disse que “todas as ações necessárias foram tomadas para evitar tal incidente no futuro”.

A RCMP publicou uma versão da coletiva de imprensa, sem as orelhas de gatinho, no Facebook:

Deese e Fowler estavam apenas alguns dias em uma longa viagem planejada por todo o Canadá quando foram baleados e mortos, de acordo com o Charlotte Observer. Seus corpos foram encontrados fora da estrada cerca de 19 quilômetros ao sul de Liard Hot Springs, uma atração turística popular, e levou dias até serem identificados.

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Imagens de satélite mostram grandes incêndios florestais no Ártico

Posted: 22 Jul 2019 05:16 AM PDT

Vastas extensões de latitudes do norte da Terra estão pegando fogo neste momento. O clima quente tomou conta de uma enorme porção do Ártico, do Alasca à Groenlândia e à Sibéria. Isso ajudou a criar condições propícias para incêndios florestais. Alguns deles foram realmente enormes e queimaram partes remotas da região. Imagens de satélite registraram a dimensão do fogo.

Pierre Markuse, um guru de processamento de imagens de satélite, documentou algumas das chamas que atacaram as florestas e as turfeiras do Ártico. As imagens revelam paisagens delicadas com rios trançados, montanhas imponentes e vastas áreas de floresta, tudo sob um espesso manto de fumaça.

No Alasca, essas imagens mostram alguns dos danos causados ​​por incêndios florestais que queimaram mais de 6 mil quilômetros quadrados de terra este ano. Enormes incêndios enviaram correntes de fumaça a no início deste mês, vindo na sequência do primeiro dia de mais de 32 graus já registrado em Anchorage. A imagem abaixo mostra alguns dos incêndios mais remotos no Alasca, como um próximo ao Lago dos Cisnes, que foi responsável pela fumaça que engoliu Anchorage no final de junho e no início deste mês.

Incêndio próximo ao Lago dos Cisnes, ao sul de Anchorage, no Alasca. Imagens: Pierre Markuse

Tempos muito quentes também espalharam chamas na Sibéria. A natureza remota de muitos dos incêndios por lá significa que eles estão queimando fora de controle, muitas vezes, por faixas de turfeiras que normalmente ficam congeladas ou encharcadas.

Mas, como Thomas Smith, especialista em incêndios da London School of Economics, observou no Twitter, há sinais de que a turfa secou devido ao calor e está em pegando fogo. Isso é preocupante, pois ela é rica em carbono, que pode ser liberado na atmosfera pelos incêndios como dióxido de carbono. Incêndios de turfa também podem queimar no subsolo no inverno e reacender na primavera.

Fogo e fumaça às margens do rio Lena, na Sibéria, Rússia. Imagens: Pierre Markuse

Também há o estranho incêndio que surgiu na Groenlândia na semana passada. Uma paisagem mais conhecida pelo seu gelo, esta é a segunda vez nos últimos três anos que um incêndio florestal se acendeu no oeste da Groenlândia. Há muito poucos precedentes históricos para esses tipos de chamas e, embora eles não sejam da mesma escala do que os que estão acontecendo na Sibéria e no Alasca, são mais um sintoma de que o Ártico está em uma transição para um estado mais volátil à medida que o planeta aquece.

A Groenlândia pegando fogo. Imagem: Pierre Markuse

No total, os incêndios do norte liberaram tanto dióxido de carbono em junho quanto todo o país da Suécia em um ano, segundo dados divulgados pelo programa Copernicus da União Europeia. A agência disse que a atividade de incêndios florestais é “sem precedentes” em meio ao que foi, aliás, o mês de junho mais quente já registrado para o planeta, com o Ártico tendo estado particularmente sufocante.

Todo o dióxido de carbono liberado pelos incêndios representa um dos mais espantosos ciclos viciosos das mudanças climáticas, já que o clima quente leva a mais incêndios, o que libera mais dióxido de carbono e piora a situação do clima. A floresta boreal que circunda a porção norte do mundo está testemunhando um período de atividade florestal nunca vista em pelo menos 10 mil anos, e este verão tem registros ainda mais preocupantes.

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Por que as pessoas acreditam em pseudociência?

Posted: 22 Jul 2019 04:35 AM PDT

É difícil mudar a opinião de alguém se essa pessoa tem uma convicção forte sobre os riscos da vacinação, ou a utilidade de cristais e óleos essenciais no tratamento do câncer de fígado em estágio avançado. Mas se você vai ter uma chance de fazê-lo, você vai precisar tirar a raiva do seu rosto e começar o duro e não especialmente recompensador trabalho de tentar entender essas pessoas. Então, para este Giz Pergunta, procuramos alguns psicólogos e historiadores que estudaram o assunto para descobrir por que as pessoas acreditam na pseudociência (uma crença ou prática que se apresenta como científica, mas que carece de provas).

Robert MacDougall

Professor Associado de História, Universidade de Western Ontario, que estuda a história da ciência e da pseudociência na América do século 19.

Seria ótimo pensar que acreditamos nas coisas porque elas são verdadeiras e não acreditamos nelas porque são falsas. Ser verdade geralmente é uma qualidade útil para uma ideia ter; ela tem alguma vantagem competitiva na batalha por nossos corações e mentes. Mas a verdade dificilmente é o único critério que faz uma ideia se manter ou se espalhar. As crenças persistem quando desempenham alguma função útil para o indivíduo ou para a sociedade que acredita nelas. O trabalho realizado por uma crença estranha ou falsa é muitas vezes óbvio quando você pensa sobre ela: as pessoas acreditam em esquemas de enriquecimento rápido, porque elas realmente gostariam de enriquecer rapidamente. Eles acreditam em curas milagrosas porque querem ficar boas. Elas acreditam em fantasmas ou visões porque não querem que seus entes queridos desapareçam.

Como historiador, os episódios que mais me intrigam são aqueles nos quais o trabalho realizado por uma determinada crença não é tão óbvio. Na década de 1890, algumas centenas de americanos, a maioria deles mulheres casadas, deixaram suas casas e famílias para formar uma utopia comunal no sul da Flórida chamada Unidade Koreshan, dedicada à proposição de que a Terra é oca -e nós vivemos do lado de dentro. É difícil ver exatamente que benefício os Koreshans tiraram dessa crença, até que você se aprofunda ao descobrir que eles também pediam a igualdade estrita dos sexos e o celibato permanente para todos. "Acredite na terra oca e você nunca mais terá que fazer sexo".

Nem todas as ideias são criadas iguais. Tanto a história quanto a psicologia sugerem que nos apegamos com mais força às nossas crenças, mesmo as falsas, quando elas sustentam alguma narrativa sobre quem pensamos que somos. É por isso que há sempre um grande mercado para idéias que parecem justificar a injustiça, como a pseudociência racista do século 19 e início do século 20 ou, eu diria, a negação da mudança climática hoje. Os proprietários de escravos e os CEOs querem ter certeza de que não são pessoas ruins. Isso vale para aqueles de nós que acreditam na ciência também. Eu vi algumas teorias científicas testadas em primeira mão; Acho os aviões e a penicilina bastante convincentes. Mas, sejamos honestos: também acredito na ciência porque me vejo como o tipo de pessoa que acredita na ciência. Isso confirma minha própria visão de mim mesmo como ser racional e bem-educado, e está de acordo com as opiniões das pessoas que eu respeito. Um terraplanista do século 21 (já que não existe nenhum Koreshanista hoje em dia, que eu saiba) é atraído por essa crença por causa de seu próprio autoconceito, como um iconoclasta que não pode ser enganado por figuras de autoridade como professores de ciências ou especialistas na TV. Eu permaneço confiante de que a terra é redonda. Mas os defensores da terra plana e eu somos ambos menos motivados por nossa visão do planeta em si do que por nossas visões de nós mesmos.

É por isso que você não pode lutar contra defensores da terra plana ou pessoas que atacam a vacina ou qualquer outro tipo de pseudociência com argumentos de autoridade. Se você quer combater a crença falsa, você tem que perguntar: "Que trabalho esta crença está fazendo para a pessoa que a mantém?" Então você começa a partir daí.

“Seria ótimo pensar que acreditamos nas coisas porque elas são verdadeiras, e não acreditamos nelas porque são falsas… Mas não é o único critério que faz uma ideia ficar ou se espalhar.”

Christopher French

Professor de Psicologia e Diretor da Anomalistic Research Unit da Universidade de Goldsmiths, que é especialista na psicologia das crenças paranormais e experiências, cognição e emoção.

A maioria das pessoas não tem uma boa compreensão da ciência de verdade, então pode ser enganada se for apresentada a algo com uma linguagem que pareça científica. Dessa forma quem vende a pseudociência médica usará livremente termos como energia, vibrações, freqüências, ressonância e assim por diante para descrever suas intervenções, mas nenhum desses termos está sendo usado da maneira exata que um físico os usaria.

Muitos pseudocientistas também se referem às últimas idéias da ciência real para sugerir que suas reivindicações derivam das mais recentes teorias de ponta. Um exemplo seria afirmar que a homeopatia é consistente com a mecânica quântica, apesar do fato de que, na realidade, a homeopatia não é consistente com qualquer teoria científica aceita e, além disso, não há evidência convincente de que ela tenha qualquer valor terapêutico além do efeito placebo.

Isso destaca outra característica da pseudociência: seus defensores escolhem ignorar completamente todas as evidências que prejudicam suas alegações, muitas vezes fornecendo razões fraquíssimas para isso. Estas razões freqüentemente incluem o seguinte: (a) sua suposta ciência é crua demais para medir os efeitos envolvidos, (b) seu teste foi baseado em uma compreensão falha da teoria pseudocientífica, e (c) você tem que obter as condições precisas para os efeitos para ocorrer e você não conseguiu fazê-lo. Na verdade, essas razões são simplesmente brechas embutidas que permitem ao pseudocientista evitar qualquer possibilidade de suas alegações serem falsificadas.

Algumas pseudociências são inerentemente não falsificáveis. Um bom exemplo seria o chamado Criacionismo Científico. Para permitir a rejeição de todas as evidências científicas sugerindo que a Terra é muito mais antiga do que os poucos milhares de anos em que os criacionistas da Terra Jovem acreditam, a alegação é que Deus criou a Terra com essa evidência de uma existência anterior (por exemplo, fósseis pedras, luz em trânsito de estrelas distantes, anéis nas árvores do Jardim do Éden). Tal não-falsificabilidade inerente é uma garantia de que se está lidando com uma pseudociência.

Por fim, as pseudociências são populares porque muitas vezes fornecem às pessoas crenças que elas gostariam que fosse verdade – desde curas milagrosas até a existência de um Deus benevolente para a vida após a morte e muito mais. O viés de confirmação, o mais onipresente e poderoso de todos os vieses cognitivos, combinado com falta de pensamento crítico faz o resto.

"Se você quer combater a crença falsa, você tem que perguntar: ‘Que trabalho esta crença está fazendo para a pessoa que a mantém?’ Então começa por lá".

Corinne Zimmerman

Professora de Psicologia da Universidade do Estado de Illinois.

Emilio Lobato

Doutorando em Ciências da Informação e Cognição da Universidade da Califórnia, Merced.

Argumentamos que não precisamos recorrer a nenhum mecanismo psicológico especial para entender por que as pessoas acreditam em constatações pseudocientíficas ou rejeitam constatações científicas.

Cada pessoa depende de uma variedade de atalhos mentais que facilitam o decorrer do dia, mas fazemos isso com algum custo para nossa compreensão do mundo. Muitos desses atalhos mentais são conhecidos como "preconceitos cognitivos" e as crenças pseudocientíficas frequentemente exploram preconceitos cognitivos comuns com os quais todos nos envolvemos de tempos em tempos.

Por exemplo, um viés comum envolve o que é chamado de “pensamento teleológico”, o que significa apenas que as pessoas olham para o mundo e tentam entender as coisas que experimentam em termos de funções ou propósitos. Isso faz sentido quando você percebe que nossas vidas estão cheias de pessoas que fazem coisas por motivos propositais e cujos comportamentos muitas vezes desempenham alguma função. Assim, é fácil pensar que fenômenos biológicos ou físicos também existem para algum propósito, e não como consequência de como os processos físicos, químicos ou biológicos simplesmente acontecem. Nuvens não existem “para chover”, mas isso é um conceito mais fácil para a maioria das pessoas compreender do que a descrição das transformações de troca e matéria de energia envolvidas no “ciclo da água”. E a maioria das pessoas não precisa entender o ciclo da água para viver suas vidas, então há muito pouca pressão para entender com precisão por que existem nuvens. Da mesma forma, a compreensão dos inumeráveis processos e mecanismos da evolução biológica é muito mais complicado do que uma crença de que a vida foi propositadamente criado por um ser poderoso, de modo que o conjunto de crenças pseudociência sob os termos guarda-chuva "criacionismo" e "design inteligente" são comuns, apesar de toda a prova científica em sentido contrário.

Outro viés cognitivo que todos nós compartilhamos é uma tendência a se engajar no "pensamento essencialista", que é um viés para tentar entender as diferenças categóricas como sendo devido a uma essência fundamental e imutável das categorias. Essa tendência faz sentido às vezes, porque há diferenças essenciais entre, por exemplo, objetos animados e objetos inanimados e entre entidades vivas e não-vivas. Mas algumas afirmações pseudocientíficas aproveitam nosso viés para se engajar no pensamento essencialista e reivindicar diferenças essenciais entre, por exemplo, as capacidades matemáticas de homens e mulheres, ou diferenças imutáveis ​​em inteligência entre várias categorias raciais. Na verdade, a maioria do "racismo científico", ou a crença pseudocientífica que existem diferenças intrínsecas na superioridade ou inferioridade de determinados grupos raciais, repousa em grande parte em tomar esse viés comum para o pensamento essencialista para apoiar logicamente e cientificamente conclusões absurdas.

Também temos uma tendência a confiar no testemunho de outras pessoas que é desenvolvida na primeira infância e continua na idade adulta. Como adultos, tendemos a tomar a posição padrão de que o que nos é dito como verdadeiro, a não ser que tenhamos motivos para supor que alguém está mentindo ou tentando nos enganar. Todos os vieses cognitivos permitem que as pessoas tenham uma compreensão "boa o suficiente" de seu mundo, ao invés de uma compreensão sofisticada do mundo. E há muitos preconceitos cognitivos — mencionamos apenas alguns. Como os vieses cognitivos facilitam a nossa existência no mundo, mesmo com um custo claro, muitas crenças da pseudociência tendem a ser exemplos de uma versão extrema de um ou uma combinação de vieses cognitivos.

"Isaac Newton pode ser mais famoso hoje por suas contribuições revolucionárias para a física e a matemática, mas ele dedicou uma parte considerável de sua vida a alquimia, incluindo a busca pela Pedra Filosofal que iria converter metais em ouro ou prata".

Dean Keith Simonton

Professor Emérito de Psicologia, Universidade da Califórnia.

As pessoas podem ter muitos motivos diferentes para se comprometer com crenças pseudocientíficas. Às vezes o propósito é defender um sistema de crença mais fundamental, como quando os literalistas bíblicos se vêem obrigados a apoiar o criacionismo. Outras vezes, as ideias anti-científicas resultam de um pensamento positivo, ou mesmo de uma esperança desesperada. Muitos exemplos trágicos podem ser encontrados entre as inúmeras curas milagrosas para cânceres que ainda não têm cura. Talvez uma crença pessoal na astrologia tenha frequentemente uma função similar, embora mais leve: o desejo de exercer controle sobre o incontrolável. No mínimo, o horóscopo diário dá um sentido à vida que, de outra forma, não seria experimentado.

Como cientista, acho que uma outra manifestação de crenças pseudocientíficas é muito mais fascinante, por exemplo, quando os próprios cientistas acreditam nelas! Isaac Newton pode ser mais famoso hoje por suas contribuições revolucionárias à física e à matemática, mas dedicou uma parte considerável de sua vida à alquimia, incluindo a busca pela Pedra Filosofal que transformaria metais básicos em ouro ou prata. Johannes Kepler não foi apenas um grande matemático e astrônomo, mas também um notável astrólogo que ganhou dinheiro fazendo horóscopos. Linus Pauling pode ter ganho o Prêmio Nobel de Química, mas também defendeu megadoses de vitamina C para curar o câncer. Embora eu seja pessoalmente cético sobre o suporte empírico para fenômenos parapsicológicos, muitos cientistas respeitáveis ​​não compartilharam esse ceticismo, incluindo o próprio psicólogo William James.

Como essas aparentes aberrações são possíveis? Como nos exemplos anteriores, as causas são provavelmente múltiplas. Para começar, a fronteira entre a ciência e a pseudociência geralmente não é absoluta e, portanto, está sujeita à interpretação individual. Além disso, esse limite frequentemente muda com o tempo, de modo que as pseudociências podem se tornar ciências, e as ciências podem se tornar pseudociências. No primeiro caso, a alquimia evoluiu para a química, cortesia de Antoine Lavoisier e outros. No último caso, a pesquisa pioneira de Franz Josef Gall em neurociência, incluindo a localização de funções mentais no cérebro, acabou se transformando no insustentável empreendimento da frenologia [uma tese que a inteligência está ligada ao tamanho do crânio]. Finalmente, devemos admitir que os cientistas são apenas pessoas e, consequentemente, às vezes podem ter certos “pontos cegos” cognitivos que os impedem de perceber o status não científico de suas próprias idéias. A teoria psicanalítica de Sigmund Freud oferece mais de um exemplo. Basta perguntar para a mãe dele!

Scott O. Lilienfeld

Professor de Psicologia no Emory College e editor de Science and Pseudoscience in Clinical Psychology, entre outros livros.

Nossas mentes tendem a procurar e detectar padrões; isso é basicamente uma tendência adaptativa, pois nos ajuda a entender nossos mundos frequentemente assustadores e a evitar o perigo. Estamos propensos a ver a ordem na desordem e sentido no absurdo. Por exemplo, quando comemos uma refeição e nos sentimos mal logo depois, tentamos pensar sobre o que comemos que poderia nos causar intoxicação alimentar. Isso é inteiramente razoável. Mas a tendência de encontrar padrões significativos nos dados também pode nos levar a conclusões erradas, como as vastas teorias conspiratórias ou a crença de que as vacinas causam autismo. Nesses casos, geralmente estamos percebendo associações sistemáticas que não estão lá. Nós também não devemos subestimar o papel da emoção. Muitos de nós somos atraídos por crenças pseudocientíficas, como a crença em médiuns espirituais, porque, compreensivelmente, ansiamos por fazer contato com nossos entes queridos que partiram. Muitas dessas crenças também nos proporcionam um senso de controle, mesmo que esse sentido seja ilusório; por exemplo, os horóscopos astrológicos nos asseguram que podemos prever os eventos imprevisíveis do próximo dia. Todos nós temos desejos profundos de maior esperança e controle sobre nossas vidas, por isso não é de surpreender que muitos de nós sejamos propensos a essas crenças.

"Quando se trata de pseudociência médica, eu acho que as pessoas se enganado porque charlatães usar a terminologia médica e palavras que soam como ciência que a pessoa mediana não pode reconhecer como besteirada".

Britt Hermes

O ex-médico naturopata que se tornou um crítico da naturopatia e da medicina alternativa.

Resumindo, eu não acho que as pessoas acreditem tanto em pseudociência quanto se tornam vítimas dela.

Quando se trata de pseudociência médica, eu acho que as pessoas são enganadas porque os charlatães usam terminologia médica e palavras que soam como ciência que a pessoa mediana não pode reconhecer como besteirada; os pacientes se afastam da medicina quando estão se sentindo desesperançados, perdidos e frustrados com o sistema médico (há pesquisas mostrando uma correlação entre pacientes com câncer que se sentem desesperançados e fora de controle e o abraço de terapias alternativas contra o câncer); e a medicina (ainda) não lida bem com condições médicas difíceis de explicar ou realmente inexplicáveis. Isso pode deixar os pacientes desesperados e particularmente vulneráveis ​​a terapias alternativas. Acho que essa é uma das razões pelas quais existem pacientes com fadiga crônica, como exemplo de uma condição crônica difícil de tratar, se voltando para terapias como homeopatia e naturopatia. Eles estão dispostos a tentar qualquer coisa e pensam: "qual o mal?"

Infelizmente, a medicina alternativa pode ser bastante perigosa. As terapias podem ser pouco estudadas ou nada estudadas. Quando uma terapia alternativa foi pesquisada, o levantamento geralmente mostra que essas alternativas são ineficazes. Os pacientes que gastam tempo e dinheiro em terapias alternativas podem estar perdendo uma importante janela de tratamento e desviando recursos limitados de cuidados médicos eficazes. Infelizmente, pacientes com condições que não ameaçam a vida, como o eczema, morreram por usar terapias alternativas [caso] sob a falsa suposição de que, se algo é natural, é seguro.

Julia Shaw

Cientista psicológica e autora de The Memory Illusion: Remembering, Forgetting, and the Science of False Memory

Algumas das maiores razões pelas quais somos enganados incluem:
(1) Sermos distraídos pelo jargão. Nós não somos bem versados ​​em como um tipo particular de ciência funciona e assim somos enganados por termos científicos (como aqueles usados ​​na homeopatia).
(2) Acreditar no oprimido. Nós temos a impressão da conspiração sobre uma área (como não confiar nas grandes indústrias farmacêuticas), que faz com que não confiemos no órgão científico maior nessa área e, em vez disso depositamos mais confiança em que percebemos ser os oprimidos científicos (por exemplo, teorias contra a vacina).
(3) Pensamento mágico. Nós realmente queremos que algo seja verdade, e nosso pensamento ilusório obscurece nosso julgamento (como querer que haja uma cura para uma doença incurável).
(4) Nunca pensei em verificar. Aceitamos informações incorretas porque elas vêm de uma fonte em que geralmente confiamos – como um amigo ou parente ou professor – e nunca verificamos se as informações estão corretas.
(5) Confiando em nós mesmos demais. Quando temos dificuldade em entender alguma coisa, particularmente em uma área em que sentimos que temos algum conhecimento básico, podemos supor que os outros são errados ou perigosos (como assumir que os organismos geneticamente modificados são inerentemente ruins).

Precisamos ter cuidado para não presumir que o pensamento pseudocientífico é limitado a pessoas que não são bem educadas ou que não são inteligentes, e ao invés disso perceber que todos nós temos algumas dessas crenças e tentar nos desfazer delas sempre que necessário.

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