sábado, 31 de agosto de 2019

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


Nos EUA, Apple vai permitir que assistências independentes recebam peças originais de iPhones

Posted: 30 Aug 2019 01:45 PM PDT

Em uma aparente mudança de posicionamento sobre as operações de reparo independentes, a Apple anunciou esta semana que finalmente fornecerá as peças e ferramentas necessárias para executar “os reparos mais comuns do iPhone fora da garantia” para assistências independentes. Mas não dê tapinhas nas costas da Apple ainda.

Como parte de uma nova iniciativa, a Apple começará a fornecer equipamentos de reparo com as mesmas ferramentas OEM, diagnósticos, peças, guias e treinamento necessários para consertar iPhones e que já fornece aos seus AASPs (Fornecedores de Serviço Autorizados da Apple), a empresa anunciou na quinta-feira (29). Para se qualificar para o programa, essas assistências independentes precisarão de um técnico certificado pela Apple para realizar os reparos.

A Apple especificou que essas oficinas pagariam o mesmo preço por peças e ferramentas que suas autorizadas. O programa começará nos EUA, embora a empresa tenha dito que também planeja expandi-lo para os mercados internacionais.

Isso com certeza soa como uma boa notícia – e certamente é um passo na direção certa. Mas os defensores do “direito de consertar” não chegaram a considerar a mudança uma vitória total. Afinal, a Apple é a mesma empresa que há anos faz lobby contra os esforços de direitos de consertar. Embora incluir assistências independentes – desde que atendam aos critérios da Apple – seja ótimo para consumidores e empresas, isso ainda não dá controle total para os clientes optarem por consertar suas próprias coisas.

Kyle Wiens, editor-chefe do recurso de reparo iFixit, disse ao Gizmodo por telefone que “há um argumento econômico em torno de técnicos independentes, mas se você não pode abrir seu próprio produto, você não é realmente dono dele”. Mas Wiens observou que o anúncio da Apple sobre seu programa de reparo independente também é “uma certa justificativa da existência do iFixit".

“Criamos o iFixit para preencher esse buraco que a Apple possuía onde não havia peças, ferramentas e informações disponíveis, então tivemos que criá-los”, disse Wiens. O iFixit fornece há muito tempo as ferramentas e peças necessárias para executar reparos nos produtos da Apple, além dos de outras empresas. (Por exemplo, a Motorola, no ano passado, fez uma parceria com o iFixit para oferecer aos seus clientes um kit de reparo inédito do tipo faça você mesmo.) Mas agora que a Apple está oferecendo essas peças para varejistas independentes, Wiens diz que o iFixit dá boas-vindas à competição.

Gay Gordon-Byrne, diretor executivo da Repair Association, disse ao Gizmodo por e-mail que, embora o anúncio da Apple tenha sido uma surpresa, também sabemos que a Apple tinha a capacidade de implementar esse programa meses atrás, graças a documentos internos obtidos pelo Motherboard e publicados em março.

"Sempre criticamos a Apple pela hipocrisia em recusar vender baterias autênticas e depois dizer aos consumidores que as baterias não são seguras. Eu acho que o workshop Fix Nixing the Fix da FTC (Federal Trade Comission) deixou claro que se recusar a vender peças por falhas de design e outros problemas de segurança é ridículo", disse Gordon-Byrne, mencionando um workshop de julho realizado pela agência que examinou as restrições de reparo e seus efeitos sobre os consumidores e pontos de reparo independentes.

O conceito de “segurança” tem sido um argumento usado pela Apple para manter seu monopólio sobre reparos. E em um comunicado que quase espelhava a linguagem que a empresa usou para defender seu posicionamento antes do anúncio desta semana, Jeff Williams, diretor de operações da Apple, disse que "o reparo mais seguro e confiável é aquele realizado por um técnico treinado, usando peças genuínas que foram devidamente projetadas e rigorosamente testadas".

Mas a Apple realmente mudou a definição do que considera “seguro”. E como Wiens apontou no Twitter, se os diagnósticos de reparo “forem seguros o suficiente para fornecer a técnicos independentes, eles também deverão estar disponíveis para os consumidores!”

Obviamente, existem advertências para o lançamento deste novo programa. A Apple declara em sua página de inscrição, por exemplo, que “reserva-se o direito de rejeitar qualquer inscrição sem comentar”, o que é uma chatice para qualquer empresa que tente participar do processo. Além disso, a Apple disse ao Gizmodo que levará tempo para analisar as inscrições.

Ainda assim, Gay Gordon-Byrne disse que a expansão dos reparos para incluir empresas independentes “pode ​​ser útil para os consumidores que estão implorando à Apple para expandir sua rede de fornecedores autorizados para mais locais”.

The post Nos EUA, Apple vai permitir que assistências independentes recebam peças originais de iPhones appeared first on Gizmodo Brasil.

Erro em indústria farmacêutica faz bebês desenvolverem “síndrome do lobisomem” na Espanha

Posted: 30 Aug 2019 12:00 PM PDT

Um erro de medicamentos deixou vários pais na Espanha lutando para descobrir por que seus filhos estavam com pelos crescendo por todo o corpo.

Pelo menos 17 crianças na Espanha começaram recentemente a mostrar sintomas de “síndrome de lobisomem” ou hipertricose, disse o Ministério da Saúde espanhol ao El País e à Agence France-Presse.

“A testa, as bochechas, os braços e as pernas e as mãos do meu filho ficaram cobertas de cabelo”, disse Ángela Selles, mãe de um menino de seis meses, ao El País.

Outra mãe, que não quis se identificar, disse ao jornal espanhol que sentiu “angústia” ao passar de médico para médico, tentando entender a transformação de seu filho de três meses. "Fomos ao pediatra e eles nos disseram que poderia ser algo genético ou relacionado ao metabolismo dele. Tivemos que começar a procurar especialistas para descartar várias síndromes e condições raras", disse ela ao El País.

Petrus Gonsalvus, ou Pedro González, nascido em Tenerife em 1537, foi o primeiro caso registrado de hipertricose da história. Imagem: anônimo, sob domínio público

A Agência Espanhola de Medicamentos e Dispositivos Médicos (AEMPS, na sigla em espanhol) investigou o surto alarmante e descobriu que todas as crianças haviam tomado o que seus cuidadores acreditavam ser um remédio para refluxo gástrico. Eles rastrearam o remédio até a FarmaQuimica Sur, uma fábrica farmacêutica com sede em Málaga, no sul da Espanha.

A AEMPS disse ao El País que a agência descobriu que uma remessa em massa do remédio para refluxo gástrico veio da Índia devidamente rotulada, mas quando foi dividida e reembalada, os trabalhadores usaram os materiais de descrição incorretos. O que foi rotulado como medicamento para refluxo gástrico, omeprazol, era na verdade minoxidil, que trata a perda de cabelo.

A operação FarmaQuimica Sur foi encerrada na terça-feira por não atender aos “padrões de controle da produção de medicamentos”, disse a AEMPS ao El País. A fábrica recebeu seis meses para corrigir os problemas descobertos na investigação, ou ela terá sua autorização de produção farmacêutica revogada.

Em um comunicado sobre a retirada do omeprazol do mercado, o Ministério da Saúde espanhol disse esperar que os sintomas da hipertricose sejam revertidos após interromper o uso do minoxidil.

Os pais que conversaram com o El País disseram que os pelos do corpo começaram a cair. O efeito colateral mais preocupante do minoxidil são as complicações cardíacas.

As autoridades planejam estudar o surto para saber mais sobre o efeito do minoxidil em bebês.

The post Erro em indústria farmacêutica faz bebês desenvolverem “síndrome do lobisomem” na Espanha appeared first on Gizmodo Brasil.

Macaco quebra vidro de zoológico com uma pedra em tentativa de fuga

Posted: 30 Aug 2019 10:12 AM PDT

Um vídeo da China é toda a prova que você precisa de que as travessuras hilárias dos macacos no zoológico são realmente apenas um truque para distraí-lo enquanto eles passam os dias tentando descobrir a melhor maneira de escapar.

Em 20 de agosto, os visitantes do zoológico de Zhengzhou, localizado na província de Henan, no centro da China, divertiram-se com um macaco capuchinho de rosto branco colombiano que pegou uma pedra com uma ponta afiada e a estava usando para bater em uma das paredes de vidro do seu recinto, segundo relato do People's Daily. Para surpresa dos visitantes – e provavelmente do macaco, dada a rapidez com que ele recuou – foram necessários apenas alguns golpes para que a parede de vidro se partisse em milhares de pedaços. A aparente tentativa de fuga do animal ainda foi infrutífera, no entanto, já que a vidraça permaneceu intacta por ser reforçada.

Um funcionário do zoológico disse à imprensa chinesa que esse macaco capuchinho em particular se destacou ao usar ferramentas para quebrar nozes, em vez de apenas se esforçar para morder as cascas duras. Após o incidente, as rochas no recinto foram removidas.

Sem essas ferramentas de pedra, uma fuga futura pode ser impossível – ou é isso que os macacos querem que a gente pense?

The post Macaco quebra vidro de zoológico com uma pedra em tentativa de fuga appeared first on Gizmodo Brasil.

Cientista brasileiro observa ondas cerebrais semelhantes a de humanos em mini cérebros criados em laboratório

Posted: 30 Aug 2019 08:07 AM PDT

Uma maneira de os cientistas estudarem o cérebro humano de forma não invasiva é cultivar “mini cérebros”, grupos de células cerebrais, cada uma do tamanho de uma ervilha, em laboratório. Em uma fascinante progressão dessa linha de pesquisa, uma equipe, liderada por um cientista brasileiro, relatou nesta semana que observou ondas cerebrais semelhantes às de humanos a partir desses organoides.

Estudos anteriores de mini cérebros demonstraram movimento e desenvolvimento de trato nervoso, mas o novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, liderado pelo biólogo brasileiro Alysson Muotri, é o primeiro a registrar atividade neural semelhante a de humanos. Em seu artigo, publicado na Cell Stem Cell na quinta-feira (29), os pesquisadores escrevem que observaram padrões de ondas cerebrais semelhantes aos de um ser humano em desenvolvimento. Essa sofisticação no modelo in vitro é um passo para permitir que os cientistas usem mini cérebros para estudar o desenvolvimento do cérebro, modelar doenças e aprender sobre a evolução do cérebro, de acordo com Muotri.

“Somos bons [no estudo] do câncer, somos bons [no estudo] do coração”, disse Muotri ao Gizmodo por telefone. “Mas o cérebro está ficando para trás.”

Para criar esses mini cérebros, tecnicamente chamados organoides, os pesquisadores pegaram células-tronco humanas pluripotentes e as introduziram em uma placa de Petri rica em nutrientes, projetada para imitar o ambiente em que nosso próprio cérebro se desenvolve. Devido à natureza pluripotente das células-tronco – o que significa que elas têm o potencial de se transformar em qualquer número de células diferentes – essas células podem ser estimuladas a desenvolver uma estrutura 3D que lembra o cérebro humano em desenvolvimento, embora muito menor. Com cerca de dois meses de desenvolvimento, a equipe começou a notar picos de atividade neural na rede que não haviam sido observados anteriormente.

Organoides cerebrais com dez meses de idade, cada um do tamanho de uma ervilha. Foto: Trujillo et al., 2019, Cell Stem Cell

Quando a equipe começou a observar essas explosões intermitentes de atividade elétrica, eles inicialmente não estavam procurando similaridades entre o modelo e bebês humanos, disse o coautor e aluno de doutorado Richard Gao ao Gizmodo por e-mail.

“Vimos que uma característica proeminente dessas oscilações organoides é que elas surgem em explosões: a rede fica inativa na maioria das vezes e a cada 10 ou 20 segundos, mais ou menos, um surto de atividade ocorre espontaneamente”, disse Gao. "Era uma reminiscência de uma característica em bebês prematuros, denominada traço descontinuado, onde o EEG da criança é muito inativo na maioria das vezes, pontuado por fortes transitórios oscilatórios. Portanto, se você tivesse que falar de um recurso específico, acho que seria o fato de as oscilações irem e virem…Tivemos muita sorte naquele momento em encontrar um conjunto de dados relatando esses recursos no EEG prematuro".

A equipe treinou um algoritmo de machine learning para reconhecer características importantes nos EEGs (Eletroencefalografia – método utilizado para registrar a atividade elétrica do cérebro) prematuros e utilizou para avaliar os organoides cerebrais quanto a similaridades. O algoritmo foi capaz de prever quantas semanas os organoides se desenvolveram na cultura e, entre 25 e 40 semanas de desenvolvimento, o algoritmo não conseguiu mais diferenciar entre os organoides e os EEGs infantis, disse Muotri ao Gizmodo.

Muotri esclareceu, porém, que essa comparação entre os dois não era necessariamente individual. Existem certas características e limitações dos EEGs prematuros de bebês, incluindo os efeitos que a espessura de um crânio humano em desenvolvimento tem nas leituras, que diferem dos organoides cultivados em laboratório. Para os propósitos de seu estudo, Muotri diz que a equipe deixou de fora essas variáveis ​​não comparáveis.

Para realmente solidificar esses resultados, no entanto, os pesquisadores dizem que essas discrepâncias entre os EEGs infantis e o organoide precisam ser reconciliadas.

“Acho que não é possível dizer o quanto a atividade organoide é semelhante ao EEG prematuro”, disse Arnold Kriegstein, neurologista da Universidade da Califórnia, em San Francisco, que não contribuiu para o novo estudo, por e-mail ao Gizmodo. "O desenvolvimento da atividade espontânea nos organoides é bastante interessante e os pesquisadores mostraram convincentemente que isso depende da atividade neuronal. Mas, os organoides são tão diferentes do córtex em desenvolvimento real que, mesmo que a fenomenologia seja semelhante, ainda precisamos de melhores evidências de que os mecanismos subjacentes são os mesmos…É como comparar maçãs com laranjas: mesmo sendo frutas, não são iguais. "

Ainda assim, Kriegstein diz que esta pesquisa é um passo importante para responder a essas perguntas.

Outra pergunta que esse experimento e outros semelhantes levantam, disse Muotri, é se os mini cérebros podem ou não ser considerados conscientes e que dilemas éticos podem surgir no futuro. Enquanto Kriegstein afirmou que os organoides não eram desenvolvidos o suficiente para serem considerados conscientes, Muotri disse que não pode ter certeza.

"Minha resposta original foi dizer ‘acho que não’, mas a verdade é que não temos evidências", disse Muotri ao Gizmodo. “Ainda não temos métodos para testar isso”.

Para abordar essa questão, Muotri planeja realizar uma reunião na UC San Diego em outubro deste ano com cientistas, filósofos e especialistas em ética para discutir o futuro ético de tais tecnologias.

“Minha tendência é sempre dizer, como em qualquer outra tecnologia, seja fazer transfusões de sangue ou transplantes de órgãos ou até carros comuns”, disse Muotri. “Essas são todas tecnologias que podem ser usadas para o bem e para o mal, mas nós, como sociedade, vemos o bem e o mal…E acho que os organoides do cérebro estarão na mesma direção.”

The post Cientista brasileiro observa ondas cerebrais semelhantes a de humanos em mini cérebros criados em laboratório appeared first on Gizmodo Brasil.

Google descobriu bug que permitia monitorar e coletar dados de iPhones

Posted: 30 Aug 2019 07:15 AM PDT

Um time de pesquisadores do Google encontrou uma falha grave em iPhones que permitia que hackers coletassem uma série de dados pessoais dos celulares. Para ser infectado, o usuário precisava apenas visitar um site. O bug foi reportado para a Apple em fevereiro, que dias depois corrigiu o problema por uma atualização do iOS.

De acordo com uma série de publicações no blog do Project Zero, time de pesquisadores de cibersegurança do Google que busca encontrar falhas desconhecidas pelas empresas, a operação de ataques durou dois anos e meio e usava um pequeno grupo de sites para instalar um malware nos iPhones.

Uma das características mais graves do ataque era o fato de o usuário não precisar tomar nenhuma ação além de simplesmente visitar o site — só isso bastava para que o ataque fosse realizado.

Uma vez que o iPhone fosse infectado, o malware enviava constantemente dados para os atacantes. O nível de privilégio alcançado era absurdo e era possível recolher desde a localização minuto a minuto, quanto mensagens do WhatsApp, Telegram, iMessage, lista de contatos, dados do Gmail e cópias de todas as fotos. As informações poderiam ser enviadas para um servidor a cada 60 segundos.

Brecha no iOS permitia coletar mensagens do WhatsAppBrecha no iOS permitia coletar mensagens do WhatsApp. Imagem: Google Project Zero

Para ganhar esse nível de acesso, 14 brechas do iOS eram exploradas por meio de cinco “cadeias de brechas”. A série de falhas permitia que os hackers fossem acessando bug por bug, aumentando suas capacidades. Boa parte das vulnerabilidades estavam no Safari, o navegador padrão do sistema da Apple.

Quase todas as versões a partir do iOS 10 até as versões do iOS 12 foram afetadas. A versão mais recente do sistema não está mais vulnerável, já que a Apple corrigiu a falha no dia 7 de fevereiro, seis dias depois de o Google notificá-la.

Dados de localização enviados via falha no iOSAtacante também conseguia enviar dados de localização do iPhone para um servidor.

O malware, no entanto, não era persistente — se o celular fosse reiniciado, o vírus era apagado da memória. O pesquisador do Google, Ian Beer, destaca que, apesar disso, dada a amplitude de informações roubadas, os atacantes poderiam “ser capazes de manter o acesso persistente a várias contas e serviços usando os tokens de autenticação roubados, mesmo depois de perderem o acesso ao dispositivo”.

Não há informações sobre a quantidade de vítimas, quem perpetrou os ataques, nem quais foram os prejuízos — se houveram extorsões, por exemplo. A análise do Google sugere que os sites infectados eram visitados milhares de vezes por semana. Também não foi revelado que tipo de sites eram esses, nem quais campanhas foram utilizadas para que fossem acessados.

O pesquisador do Google ainda disse que não há muito que os usuários possam fazer agora, além de se assegurar que seus dispositivos estejam atualizados. “Tudo o que os usuários podem fazer é estar conscientes de que a exploração de brechas em massa ainda existe e se comportar em função disso; tratando os seus dispositivos como parte integrante das suas vidas modernas, mas também como dispositivos que, quando comprometidos, podem enviar todas as suas ações para uma base de dados que pode ser utilizada contra eles”, escreveu.

Para saber se há alguma atualização disponível para o seu iPhone, vá até os Ajustes > Geral > Atualização de Software.

[The Guardian via Google Project Zero]

The post Google descobriu bug que permitia monitorar e coletar dados de iPhones appeared first on Gizmodo Brasil.

CEO da Uber diz que “boa e velha eficiência” de funcionários fará a empresa finalmente dar lucro

Posted: 30 Aug 2019 06:39 AM PDT

A Uber perdeu impressionantes US$ 5,2 bilhões no último trimestre, mas o CEO Dara Khosrowshahi ainda está otimista de que a empresa poderá ganhar dinheiro um dia. Khosrowshahi deu uma entrevista para a repórter da Bloomberg Technology Emily Chang ontem. Ele continuou insistindo que a Uber tem como dar lucro, apesar do ceticismo generalizado de pessoas que continuam vendendo as ações da empresa desde que elas começaram a ser negociadas na bolsa em maio.

Esta nova entrevista realmente merece ser colocada em uma cápsula do tempo para ser vista de novo daqui a dez anos. Ou Khosrowshahi mostrará que estava certo e esta entrevista parecerá muito visionária, ou ele mostrará que estava errado e o Uber será um exemplo das empresas fracassadas dos anos 2010.

É difícil imaginar um meio termo, e Chang realmente faz um trabalho admirável ao perguntar a Khosrowshahi repetidas vezes como a Uber planeja ser lucrativa no futuro.

Chang: Houve alguns obstáculos no caminho e, apesar de todas as histórias negativas, Uber, Lyft, empresas de caronas compartilhadas, foram transformadoras. A grande questão para você é: a Uber pode ser tão transformadora na próxima década, como na última década?

Khosrowshahi: Eu acho que sim. Realmente, o que a Uber fez é trazer transporte e oportunidade neste momento para o que acreditamos ser um pequeno segmento da população. Ouça, temos mais de 4 milhões de parceiros motoristas em todo o mundo, o que é um número enorme e é incomparável. Mas queremos que a Uber esteja disponível para todos. E o que estamos fazendo agora é a próxima etapa do acréscimo de outras opções de transporte. Sempre tivemos o Pool, mas, por exemplo, agora estamos testando ônibus no Cairo para reduzir o preço para um próximo nível (…) um dólar, um dólar e cinquenta, etc. Estamos colocando bicicletas e patinetes para mobilidade elétrica pessoal, de modo que, essencialmente, de qualquer maneira que você queira conhecer sua cidade, estaremos lá para você. Serão principalmente produtos da Uber, mas também teremos terceiros como a Transit, como a Lime que também é um dos nossos parceiros. De qualquer maneira que você quiser se locomover, queremos que a Uber esteja lá.

Mas Chang não deixou o assunto morrer com ele dizendo simplesmente que eles iam crescer. Qualquer empresa pode crescer se os investidores continuarem torrando dinheiro nela. O crescimento não é bom se sua empresa estiver perdendo dinheiro com todas as transações. Ela continuou perguntando repetidamente quando a Uber poderia obter lucro e Khosrowshahi não tinha respostas tão boas assim.

Chang: Você disse que a Uber pode ser rentável, mas com que confiança e com que rapidez a Uber pode ser rentável? Você está confiante de que a Uber pode ser rentável e com que rapidez?

Khosrowshahi: Estou muito confiante. Acho que as perdas que reportamos foram de US$ 5 bilhões do ponto de vista da contabilidade. Se você vive no mundo contábil, é uma grande perda. Eu vivo no mundo real.

Khosrowshahi continuou explicando como a Uber não estava realmente perdendo dinheiro no “mundo real”, o que é um pouco difícil de engolir, mas eles seguiram em frente. Ele insistiu que estaria “exigindo” que seus funcionários “façam ainda mais com menos”.

Chang: Então, o preço é a principal alavanca que você puxa para a lucratividade ou existem outros fatores?

Khosrowshahi: Escala, escala. Está ficando grande quando você tem mais de um bilhão de viagens por trimestre e viagens que crescem 35% ao ano, em uma base anual. Pensamos que podemos usar a tecnologia para ser muito mais eficiente. Por exemplo, em vez de agora ter que enviar um e-mail a um agente de call center ou ligar para um agente de call center, se você tiver problemas, basta fazê-lo no aplicativo. São inovações tecnológicas que permitem que os clientes tenham uma experiência melhor e, ao mesmo tempo, reduzem os custos. Portanto, a combinação de crescimento das receitas ainda está acima de 30%, a inovação tecnológica para encantar o cliente e reduzir custos ao mesmo tempo, além de uma boa e velha eficiência do modo antigo, garantindo que os custos corporativos caiam tão rápido quanto nossa receita cresce. Todos juntos fornecem uma fórmula para obter rentabilidade.

A Uber perdeu US$ 3 bilhões em 2016, US$ 4 bilhões em 2017 e US$ 3 bilhões em 2018. A empresa está com uma hemorragia financeira e, para quem está de fora, é difícil entender como isso pode parar. Khosrowshahi insiste que o Uber pode ser lucrativo com mais “boa eficiência do modo antigo”.

Se você está lendo isso em 2029, já sabe que fim levou a Uber. Você também sabe qual foi o resultado de várias outras questões que estão em aberto aqui em agosto de 2019 – como o Brexit, a ascensão global do fascismo e as mudanças climáticas.

É uma droga estar vivo em 2019, mas dá para imaginar como as coisas vão piorar na próxima década.

The post CEO da Uber diz que “boa e velha eficiência” de funcionários fará a empresa finalmente dar lucro appeared first on Gizmodo Brasil.

Diretor da NASA diz que Plutão é planeta, sim; mas será que é mesmo?

Posted: 30 Aug 2019 05:37 AM PDT

O diretor da NASA, Jim Bridenstine, declarou Plutão é um planeta novamente em um vídeo esta semana. Suponho que Bridenstine estava brincando, já que há alguém rindo ao fundo, e acho que vejo um sorriso no rosto dele. Mas agora é o momento ideal para discutir a complicada questão sobre Plutão ser um planeta ou não.

Plutão é um planeta. Plutão também não é um planeta. A palavra “planeta” é de fato um conceito ultrapassado incapaz de capturar a complexidade do universo.

Um planeta inicialmente se referia a qualquer coisa que vagava pelo céu, incluindo os cometas, o Sol e a Lua. À medida que os cientistas olhavam mais de perto os objetos no céu, eles perceberam que a Terra orbita o Sol e que os outros objetos no sistema solar poderiam receber outras classificações. O conceito de planeta ganhou um tipo de definição “você vai reconhecer se vir um” – Mercúrio, Vênus, Terra, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são obviamente planetas. A Lua não seria um planeta, porque é uma lua. Desde então, atribuímos importância a esses planetas nomeados e nos identificamos fortemente com eles.

Quando Clyde Tombaugh viu Plutão em 1930, ele viu um ponto vagando pelo céu. Por definição, ele estava olhando para um planeta.

Mas, geralmente, quanto mais você questiona uma categoria, menos definida ela se torna. Em 1992, os cientistas David Jewitt e Jane Luu descobriram um objeto no então teorizado Cinturão de Kuiper, que fica depois de Netuno, chamado Albion. Mais tarde, foram descobertos Eris, Makemake e Haumea, e os pesquisadores logo perceberam que havia um monte de objetos semelhantes a Plutão no sistema solar externo. Eris era especialmente problemática, pois tem uma massa maior que Plutão. A questão agora era: nós promovemos esses grandes objetos do cinturão de Kuiper a planetas ou rebaixamos Plutão?

Em 2006, a União Astronômica Internacional escolheu a opção dois, definindo um conjunto insatisfatório de critérios para um planeta. Os planetas devem ser redondos devido à sua própria gravidade, devem orbitar o Sol e devem “limpar sua vizinhança”, uma frase não científica que basicamente significa que eles devem ser o corpo gravitacional dominante em sua órbita. Plutão e Eris receberam a designação de “planeta anão”, já que não “limpavam sua vizinhança”. Isso meio que faz sentido. Olhe Plutão e o objeto do cinturão de Kuiper Charon juntos, e você verá que Charon não orbita Plutão; os dois orbitam um ponto entre eles.

Desde então, tem sido difícil para as pessoas aceitarem o rebaixamento de Plutão – o que faz sentido, porque amamos nossos planetas. Além disso, a cara missão New Horizons da NASA para Plutão havia acabado de ser lançada em 2006, e visitar um planeta anão quando você pensou que estava visitando um planeta é semelhante a cientistas declarando alguma outra montanha como a mais alta a meio caminho da sua escalada ao Monte Everest.

Dois anos atrás, cientistas, incluindo o investigador principal da New Horizon e defensor de Plutão Alan Stern, propuseram basicamente promover cada objeto redondo menor que uma estrela a planeta. Essa definição também não funciona, a propósito, porque há muitos objetos que se estendem na linha entre estrela e planeta.

Este debate não é objetivo. Hoje, a palavra é mais importante para astrólogos, humanos nostálgicos e universidades e agências como a NASA, cujo financiamento depende da definição da palavra. Nem Plutão, nem o restante dos objetos no sistema solar, nem as leis da física ouviram falar de Jim Bridenstine, da NASA, de Alan Stern ou de qualquer humano, a propósito.

Plutão, sem dúvida, se encaixa na definição antiga de planetas. Mas, à medida que aprendemos mais sobre planetas, percebemos que ele simplesmente não pertence à mesma categoria que as outras oito coisas que chamamos de “planeta”. O problema não está em Plutão. O problema é que atribuímos muito peso ao termo datado, e a linguagem não evoluiu tão rápido quanto a nossa compreensão do universo.

Você continuará vendo cientistas, malucos e artigos de notícias debaterem se Plutão é planeta. Mas, na realidade, ele é uma das muitas massas geladas grandes, redondas e interessantes localizadas depois de Netuno…e é isso. A realidade não se encaixa satisfatoriamente em nossos compartimentos semânticos.

The post Diretor da NASA diz que Plutão é planeta, sim; mas será que é mesmo? appeared first on Gizmodo Brasil.

Steve Wozniak é mais um a defender que grandes empresas de tecnologia precisam ser divididas — e isso inclui a Apple

Posted: 30 Aug 2019 04:25 AM PDT

Steve Wozniak sempre foi um franco-atirador. Ele fala o que pensa. E o cofundador da Apple não evitou disparar algumas afirmações ousadas esta semana, dizendo à Bloomberg News que ele acha que as grandes empresas de tecnologia devem ser divididas. E isso inclui a Apple.

“Sou realmente contra os poderes de monopólio que são usados ​​de maneiras injustas e antitruste — não abrindo o mundo à concorrência igualitária […] e acho que isso está acontecendo muito nessas grandes empresas de tecnologia”, disse Wozniak à Bloomberg News.

“Sou bastante favorável à divisão de grandes empresas. Quero dizer, eu gostaria que a Apple tivesse se separado há muito tempo e desmembrado divisões independentes para lugares distantes, e que eles pensassem de maneira independente, como a Hewlett Packard fazia quando eu trabalhava lá", disse o cofundador da Apple.

“Acho que essas empresas ficaram grandes demais. Elas são uma força muito poderosa em nossa vida e levaram nossas escolhas embora”, continuou Woz.

Woz deixou claro que sua principal preocupação quando se trata de como as empresas de tecnologia tratam seus clientes é a honestidade. E ele acha que empresas como o Facebook não foram honestas com seus usuários.

“Se você acha que está obtendo um nível de proteção — sua segurança e suas informações sobre você –, deveria estar recebendo esse nível”, disse Woz. “Se você envia e-mails para alguém e diz algumas coisinhas, ‘Ei, minha cor favorita é verde’ para minha esposa, bem, isso deve ser meio particular. É como sussurrar no ouvido. E ninguém mais deveria ter acesso ou ouvir isso.”

Não é a primeira vez que Wozniak critica as Big Techs. O cofundador da Apple disse em julho que acha que todo mundo deveria abandonar o Facebook, e que ele mesmo já fez isso.

Tirando a questão da privacidade, Wozniak disse que estava realmente muito orgulhoso da Apple por poder ramificar-se em tantos serviços diferentes além dos computadores. Ele também contou que ama o Apple Pay porque é muito fácil de usar.

“Éramos conhecidos por facilitar a vida nos computadores”, disse Wozniak à Bloomberg News. “E agora [tem] o Apple Pay, o cartão de crédito da Apple, [que] é ainda mais seguro.”

Wozniak admite que não é especialista em política, mas tem opiniões sobre o que está acontecendo geopoliticamente no momento. O cofundador da Apple diz que se inclina para o livre comércio e menos subsídios, admitindo que isso faz parte de sua própria experiência e histórico.

“Somos ensinados a partir do momento em que estudamos, ‘minha escola certa ou errada, minha equipe certa ou errada’, e isso funciona até ‘meu país certo ou errado’. Eu prefiro pensar e decidir o que é certo e o que é errado ", disse Woz.

Wozniak pegou um tempo para apontar o quanto o presidente dos EUA, Donald Trump, é terrível como ser humano, mesmo que estivesse tentando fazê-lo diplomaticamente. A diplomacia parecia ser sua palavra de conselho para o atual CEO da Apple, Tim Cook, que foi forçado a se envolver com a toxicidade de Trump regularmente.

“Eu não acho que com este presidente [as discussões] possam ser produtivas”, disse Woz. “Eu nunca criaria um filho meu para ser assim, para ser ‘eu sou a pessoa mais importante do mundo, sou a única pessoa que está com a razão'”.

Você pode assistir a todas as entrevistas de Wozniak (apenas em inglês) em três partes no YouTube: Parte 1, Parte 2, Parte 3.

The post Steve Wozniak é mais um a defender que grandes empresas de tecnologia precisam ser divididas — e isso inclui a Apple appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário