terça-feira, 5 de novembro de 2019

Gizmodo Brasil

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A partir de janeiro de 2020, Anatel terá site para consumidor verificar celulares pré-pagos associados ao seu CPF

Posted: 05 Nov 2019 02:09 PM PST

Fachada da Anatel. A cor predominante é prata, e o logo da Anatel é um círculo azul e uma curva em amarelo, com a palavra Anatel escrita em maiúsculas na cor verde. O dia está ensolarado e o céu, azul. Há uma bandeira do Brasil hasteada logo em frente ao prédio.

Comprar uma linha de celular pré-paga é um processo bem simples e fácil. Basta comprar o chip, colocar no aparelho, fazer um cadastro e sair falando. A praticidade, porém, teu seu preço: é muito fácil fraudar o sistema e usar dados de outra pessoa indevidamente. Para tentar combater isso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está fazendo algumas alterações, como um novo procedimento para cadastro e um site em que qualquer um poderá consultar quais linhas estão associadas ao seu CPF.

O cadastropre.com.br ainda não está no ar. Ele será ativado em 6 e janeiro de 2020 (ou seja, daqui a dois meses). Qualquer pessoa poderá ver quais números estão registrados com seu CPF. Caso o usuário identifique algum número que não pertence a ele, será possível acionar a operadora e resolver a questão.

O site faz parte de uma iniciativa mais ampla da Anatel, o chamado Projeto Cadastro Pré-Pago. “O objetivo do Projeto é garantir uma base cadastral do serviço correta e atualizada, a fim de evitar a ocorrência de fraudes de subscrição (linhas associadas indevidamente a CPFs) e, dessa forma, proporcionar mais segurança aos consumidores”, diz o comunicado da Anatel.

Atualmente, ele se encontra na primeira de três etapas. A agência e as operadoras estão consultando cadastros irregulares e informando a situação aos usuários — se não houver a atualização cadastral, as linhas são bloqueadas e, posteriormente, desabilitadas.

Duas fases dessa primeira etapa já foram realizadas. Nelas, mais de 43 mil linhas foram bloqueadas, e mais de 35 mil outras tiveram seus cadastros atualizados entre um universo de 35 milhões de linhas.

A fase 3, que abrange os estados de Alagoas, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo, tem o dia 18 de novembro como prazo final para clientes notificados regularizarem suas linhas.

O site faz parte da segunda etapa. Ainda não se sabe o que será feito na terceira — o site disponibilizado pela Anatel fala apenas que haverá “medidas adicionais a serem divulgadas oportunamente”.

[Anatel]

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Novo hack permite enviar comandos via laser a alto-falantes inteligentes

Posted: 05 Nov 2019 01:18 PM PST

Se os assistentes de voz já não apresentavam riscos de segurança o suficiente, agora foi descoberta mais uma vulnerabilidade que permite que uma pessoa envie comandos às inteligências artificiais de alto-falantes, celulares e tablets usando um laser. Sim, aquele mesmo aparelhinho irritante com que algumas pessoas gostam de ficar brincando em estádios ou salas de cinema.

Pesquisadores das Universidades de Tóquio e de Michigan conseguiram assumir o controle de dispositivos com Google Assistente, Siri e Alexa apontando um laser para a entrada de microfone dos aparelhos.

Os resultados dos experimentos realizados durante sete meses foram publicados em um artigo e descrevem como eles conseguiram "hackear" dispositivos a 11 metros de distância. Segundo os pesquisadores, existe uma pequena placa chamada diafragma dentro dos microfones desses aparelhos que se move quando é atingida pelo som. O que os lasers fazem é replicar esse movimento e convertê-lo em sinais elétricos que possam ser compreendidos pelo dispositivo.

Os comandos via laser permitiriam que uma pessoa pudesse mandar um assistente abrir a porta de uma garagem, fazer comprar online, abrir portas protegidas por fechaduras inteligentes e até mesmo destrancar carros conectados a dispositivos que utilizam assistentes de voz.

A equipe conseguiu hackear os seguintes dispositivos por meio da técnica de laser: Google Home/Nest, Echo Plus/Show/Dot, Facebook Portal Mini, Fire Cube TV, EchoBee 4, iPhone XR, iPad 6ª Geração, Samsung Galaxy S9 e Google Pixel 2. No entanto, eles afirmam que os alto-falantes inteligentes foram muito mais fáceis de controlar – com dispositivos móveis, o método só funcionou a uma distância máxima de 5 a 20 metros.

Um ponto preocupante é que um hacker poderia utilizar um laser infravermelho, que não é visível ao olho humano. Além disso, no caso dos alto-falantes, o laser pode viajar através do vidro de janelas, o que significa que um ataque pode ser feito até mesmo de outro prédio.

Essa não é a primeira falha de segurança encontrada nesses dispositivos. Conforme menciona o Engadget, pesquisadores da Zheijiang University, na China, descobriram que é possível manipular assistentes de voz, incluindo Siri e Alexa, utilizando frequências ultrassônicas. Já uma equipe da Universidade da California, em Berkeley, conseguiu incorporar comandos em músicas e textos falados que não poderiam ser ouvidos por um humano, mas sim por alto-falantes.

Aparentemente, a falha ainda não foi explorada por hackers, e os pesquisadores já notificaram a Tesla, Ford, Amazon, Apple e Google sobre a vulnerabilidade. Segundo eles, a maioria dos microfones teria que ser reformulada para resolver o problema.

[Engadget, The Next Web]

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Milhares de cientistas declaram emergência climática

Posted: 05 Nov 2019 12:18 PM PST

Planeta Terra do espaço em imagem da NASA

É apenas terça-feira, mas mais de 11 mil cientistas ao redor do mundo se juntaram para declarar que estamos em uma emergência climática. O estudo deles, publicado nesta terça-feira (5), no periódico Bioscience, apresenta a ciência por trás dessa emergência e soluções para como podemos lidar com ela.

Os cientistas não são as primeiras pessoas a fazer esta declaração. Uma nação tribal no Yukon canadense, o Reino Unido e partes da Austrália chegaram à mesma conclusão sombria. Nos EUA, os membros do Congresso pressionaram o governo federal a fazer o mesmo, mas não rolou. De qualquer forma, este comunicado dos cientistas é significativo, porque eles não estão fazendo isso por um agenda política ou como um clamor emocional. Eles estão declarando uma emergência climática baseado na ciência.

Os signatários, que são de 153 países, observam que as sociedades adotaram poucas ações para evitar desastres climáticos. Tem sido um negócio, como sempre, apesar do consenso científico de que a queima de combustíveis fósseis e a condução de carros estão prejudicando gravemente o meio ambiente —  o ambiente em que todos nós teremos de viver no futuro próximo. As emissões de gases de efeito estufa continuam a entrar na atmosfera e, se não pararmos rapidamente, estaremos condenados.

Os cientistas oferecem indicadores diferentes além da temperatura global que líderes mundiais devem monitorar, como crescimento populacional, consumo de carne, consumo de energia e perdas econômicas anuais devido a eventos climáticos extremos. Isso pode ajudar a todos nós a acompanhar o progresso que fizemos para enfrentar a crise climática. Diminuir as taxas de natalidade e um aumento de energia renovável significa que as coisas estão melhorando. Uma diminuição na cobertura arbórea ou no crescimento da população de animais, no entanto, sinaliza o contrário. Mas há tempo para agir — e esses cientistas estão nos exortando a atender o chamado deles.

"Embora as coisas estejam ruins, nem tudo é desesperador", disse Thomas Newsome, signatário do estudo e pesquisador da Universidade de Sydney, em um comunicado à imprensa. "Podemos tomar medidas para resolver a emergência climática".

Essas etapas envolvem a substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis, a redução de poluentes que exacerbam o aquecimento (como hidrofluorcarboneto), a restauração de florestas, a mudança para uma dieta baseada principalmente em vegetais, a estabilização da população global e a transformação da economia. Nossa economia baseada em combustíveis fosseis precisar desaparecer se quisermos resolver as mudanças climáticas. Escreveram os cientistas:

Mitigar e adaptar-se às mudanças climática, ao mesmo tempo que honra a diversidade de seres humanos, implica grandes transformações nas formas como nossa sociedade global funciona e interage com os ecossistemas naturais. Somos encorajados por uma recente onda de preocupação. Órgãos governamentais estão fazendo declarações de emergência climática. Algumas crianças estão fazendo greves. As ações judiciais de ecocídio [destruição em larga escala do meio ambiente] estão em andamento nos tribunais. Os movimentos de cidadãos de base estão exigindo mudanças, e muitos países, estados e províncias, cidades e empresas estão respondendo.

Como a Alliance of World Scientists [Aliança dos Cientistas do Mundo, em tradução livre], estamos prontos para ajudar os tomadores de decisão em uma transição justa para um futuro sustentável e equitativo. Exortamos o uso generalizado de sinais vitais, que permitirão aos formuladores de políticas, ao setor privado e ao público entender melhor a magnitude dessa crise, acompanhar o progresso e realinhar as prioridades para aliviar as mudanças climáticas. A boa notícia é que essa mudança transformadora, com justiça social e econômica para todos, promete um bem-estar humano muito maior a longo prazo do que os negócios habituais. Acreditamos que as perspectivas serão maiores se os tomadores de decisão e toda a humanidade responderem prontamente a esse aviso e declaração de emergência climática, e agirem para sustentar a vida no planeta Terra, nosso único lar.

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Mi Watch: novo relógio da Xiaomi tem pinta de Apple Watch e promete autonomia de 36 horas

Posted: 05 Nov 2019 10:34 AM PST

Relógio Xiaomi Mi Watch

Após alguns rumores nas últimas semanas, a Xiaomi apresentou seu smartwatch para o mercado chinês — que, com alguma sorte, vai chegar por aqui, seja via distribuidor oficial, a DL Eletrônicos, seja via importação independente. O Mi Watch, por coincidência ou não, tem a maior pinta de Apple Watch. Ele terá opções em dois materiais distintos. No entanto, diferente do modelo da Apple, ele tem apenas um tamanho de caixa (44mm).

O smartwatch da Xiaomi tem uma tela AMOLED de 1,78 polegada que pode ficar ligada a todo momento. O sistema é o MIUI for Watch, que nada mais é que uma adaptação do WearOS feita pela Xiaomi, como já acontece com os smartphones da marca chinesa.

O corpo é de alumínio, mas a parte de contato com o corpo é de cerâmica, contendo um sensor para medir batimento cardíaco, além do sistema para carregar a bateria.

Por dentro, ele conta com o chip Snapdragon Wear 3100 com quatro núcleos Cortex A7 de 1,2 GHZ. Como boa parte dos relógios inteligentes modernos, ele tem conexão 4G, que possibilita fazer chamadas por ele usando a tecnologia eSIM, Wi-Fi, GPS. Bluetooth e NFC. O Mi Watch vem com 8 GB de armazenamento, 1 GB de RAM e bateria de 570 mAh, prometendo uma autonomia de até 36 horas.

Como ocorre na pulseira Mi Band 4, o Mi Watch ajuda a monitorar sono e diversas atividades físicas, como natação, ciclismo e corrida, além dos batimentos cardíacos, que citamos há pouco.

São duas versões do Mi Watch. Uma de alumínio que tem preço sugerido de 1.299 yuan (cerca de US$ 186 ou R$ 745) que já está à venda na China, e uma outra de aço inoxidável, que chegará às lojas apenas em dezembro por 1.999 yuan (cerca de US$ 285, ou aproximadamente R$ 1.140).

Vale lembrar que o Apple Watch Series 5 custa US$ 399 nos EUA — por aqui, a versão mais barata parte de R$ 3.999.

A Xiaomi já tem pulseiras há um tempo, e agora, parece, quer dar um passo além com seu relógio. Não existe data para a chegada do smartwatch Mi Watch em mercados fora da China. Porém, com uma distribuidora local no Brasil, pode ser que chegue por aqui, ainda que demore um pouco, como ocorreu com a Mi Band 4.

[Engadget e TechCrunch]

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Waze quer facilitar carona em São Paulo com pontos de encontro em áreas da cidade

Posted: 05 Nov 2019 09:48 AM PST

O Waze é um aplicativo muito popular entre motoristas. Mas, para quem não dirige, ou prefere outros meios de transporte, não há muitos motivos para usar essa ferramenta. Pensando nesse público, o app Waze Carpool foi lançado no Brasil em agosto de 2018 para facilitar o compartilhamento de caronas. Agora, a empresa anunciou que pretende difundir cada vez mais o recurso, principalmente na cidade de São Paulo.

Desde que o Carpool chegou aqui no Brasil, foram realizadas mais de 2 milhões de corridas nessa modalidade, segundo o Waze. Por isso, para incentivar mais pessoas a utilizarem o serviço e facilitar a logística do processo, a empresa instalou quatro totens de embarque e desembarque, além de um parklet – uma extensão da calçada para servir como área de convivência.

Os pontos foram determinados seguindo uma análise dos locais com maior tráfego e concentração de usuários do Carpool. A cidade de São Paulo é a primeira do mundo a receber essas instalações físicas e a ideia é que o projeto chegue a outras metrópoles brasileiras, sendo que Joinville (SC) deve receber algumas dessas áreas ainda este ano. Na capital paulista, o parklet fica na Rua Raul Saddi, 70, no Butantã, enquanto as áreas de embarque e desembarque estão nos seguintes endereços:

  • Av. Hélio Pellegrino, 1341
  • Av. Cidade Jardim, 125
  • Praça Luís Carlos Paraná
  • Viaduto Antártica (Av. Francisco Matarazzo com Rua Pedro Machado)

Durante um evento para a imprensa nesta terça-feira (5), Thais Blumenthal, líder global do Waze for Cities Data, disse que a iniciativa surge para mostrar que a ideia da empresa não é simplesmente trazer a tecnologia, mas pensar como ela se complementa no desenho da cidade.

Ponto de encontro do Waze CarpoolPonto de carona do Waze Carpool. Crédito: Waze

Por enquanto, a prefeitura de São Paulo concedeu um tipo de autorização de evento para o Waze, o que permite que esses pontos instalados em locais públicos permaneçam por 30 dias. Como o projeto piloto ainda está em fase de testes, Blumenthal afirma que a ideia é manter um diálogo com os órgãos públicos para pensarem em soluções a longo prazo.

Desafios do Waze Carpool

São Paulo é a cidade que concentra o maior número de usuários do Waze, sendo 4,5 milhões de usuários ativos. O que o aplicativo faz é tentar balancear o tráfego, indicando rotas para os motoristas a fim de gerar uma melhor distribuição de veículos. "O problema é que não há estradas suficientes para a quantidade de carros que são comprados todos os anos", explica o CEO do Waze, Noam Bardin, em passagem pelo Brasil. E foi por isso que surgiu o Carpool, para tentar resolver o problema do trânsito de uma forma simples, sem grandes mudanças ou investimentos na infraestrutura das cidades; apenas colocando mais pessoas nos assentos vazios dos carros.

Imagem: Waze

Um ponto ressaltado por Bardin é que o Carpool não é um Uber. Os motoristas não ganham dinheiro com isso, apenas dividem os gastos com combustível e pedágio. Por não ser um serviço comercial, as pessoas também podem escolher com quem estarão no carro.

Quando perguntamos sobre como o Waze pretende garantir a segurança de passageiros e motoristas, Bardin explicou que essa possibilidade de escolher quem estará com você no carro é o que ajuda as pessoas a evitarem situações de risco. Uma passageira mulher, por exemplo, pode escolher apenas motoristas mulheres e vice-e-versa. Também é possível pegar ou oferecer carona apenas para pessoas da sua empresa ou que moram na sua vizinhança. Assim, vão sendo criados grupos de confiança e o usuário não terá que necessariamente dividir carona com uma pessoa diferente a cada dia.

O maior desafio para o Carpool, segundo o Waze, é promover essa mudança cultural e educar as pessoas a não dirigirem sozinhas. A proposta é realmente muito interessante, principalmente em uma cidade como São Paulo, em que provavelmente existem várias pessoas indo para o mesmo lugar, mas isoladas em seus carros, o que é péssimo para o trânsito e para o meio-ambiente.

A vantagem do Carpool para o motorista é a possibilidade de economizar ao dividir os custos de combustível, enquanto que passageiros podem evitar o transporte público, mas pagando mais barato que uma corrida de Uber – os preços variam de R$ 4 a R$ 25 por carona, com pagamento apenas via cartão de crédito. Porém, um desafio será realmente essa mudança de cultura.

O Uber já incluiu a opção de indicar para o motorista que você não quer conversa e o Waze Carpool também oferece esse recurso. Mas, você pediria para uma pessoa que está te dando carona para não falar com você? E, claro, você está dividindo o custo do combustível, mas isso te dá o direito de pedir para o dono do carro ligar o ar-condicionado ou mudar a estação de rádio? Obviamente, isso são só detalhes perto dos benefícios que o compartilhamento de carona traria para uma cidade como São Paulo. Mas tudo isso faz parte do desafio de convencer as pessoas de que o Carpool é, sim, uma boa ideia.

Caso você queira tentar pegar carona no Waze Carpool, basta instalar o app, que está disponível para Android e iOS.

 

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Mi CC9 Pro, da Xiaomi, tem cinco câmeras e sensor de 108 megapixels

Posted: 05 Nov 2019 08:14 AM PST

A Xiaomi revelou hoje seu mais novo celular, e o negócio dele é fotografia. O Mi CC9 Pro tem cinco câmeras na parte de trás, sendo a principal delas um sensor de 108 megapixels da Samsung. Além disso, ele conta com bateria grande, processador potente, carregamento rápido e um preço bem atraente.

Vamos começar falando das câmeras. Como dissemos, são cinco na traseira do aparelho, cada uma com uma característica específica.

A câmera principal conta com um sensor ISOCELL Bright HMX, da Samsung, de 108 megapixels — ele já tinha sido apresentado em agosto. Ele tem 1/1,33 polegadas de tamanho, o que é, a título de comparação, três quartos do sensor do sensor da câmera Sony RX100 VII da Sony, uma das principais compactas da marca japonesa.

Apesar de o número de megapixels, por si só, não significar qualidade, o sensor abre possibilidades interessantes, como gravar vídeos em resolução 6K ou combinar os pontos e tirar fotos de 27 megapixels em condições de iluminação ruins. A ver como tudo isso se sai na prática.

E as outras câmeras? Tem duas para zoom óptico. Uma aproxima a imagem em 2x e tem sensor de 12 megapixels. A outra aproxima em 5x e tem sensor de 5 megapixels.

Isso pode ser interessante para resolver uma queixa que tivemos ao testar o Motorola One Zoom: a lente telefoto dele oferece zoom óptico de 3x, o que pode comprometer algumas fotos por aproximar demais, o que limita suas possibilidades de uso. Com duas lentes de aproximações diferentes, deve ser possível enquadrar cada objeto com uma lente mais apropriada.

Além disso, há uma lente ultrawide de 117° de visão e sensor de 20 megapixels e uma lente macro com sensor de 2 megapixels e pontos de 1,75 µm.

Ainda em fotografia e vídeo, o Xiaomi Mi CC9 Pro ainda conta com estabilizador ótico de quatro eixos, dois LEDs com intensidades diferentes para iluminar situações escuras e câmera lenta de 960 quadros por segundo.

Por fim, tem também a câmera selfie, a sexta do conjunto, que conta com 32 megapixels.

Câmeras à parte, o Mi CC9 Pro parece ser um telefone potente e com especificações interessantes. Ele vem com processador Qualcomm Snapdragon 730G, com processo de 8nm, e versões com 6 GB e 8 GB de RAM. A bateria tem impressionantes 5.230 mAh de capacidade, e o aparelho vem com um carregador de 30 W. A tela é uma AMOLED curvada de 6,47 polegadas e resolução FullHD+.

O Mi CC9 Pro tem preços bem interessantes: a versão de 6 GB de RAM de armazenamento custa 2.799 yuan (US$ 400 ou R$ 1.600), enquanto a versão de 8 GB de RAM sai por 3.099 yuan (US$ 440 ou R$ 1.770). As duas têm 128 GB de armazenamento.

Há ainda uma edição limitada, chamada de Premium Edition, com 256 GB de armazenamento e 8 GB de RAM. Ela será vendida por 3.499 yuan (US$ 500 ou R$ 2.000)

Este modelo será exclusivo do mercado chinês. No resto do mundo, segundo o Android Central, uma versão do aparelho batizada de Mi Note 10 deve ser anunciada nesta quarta (6), em um evento em Madri, na Espanha.

Por aqui, a Xiaomi tem um evento marcado para quinta (7). O convite falava em “evolução da fotografia mobile”. Será que teremos o Mi Note 10 já por aqui oficialmente? Estaremos lá para contar para vocês.

[Engadget, Android Central]

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Microsoft desenvolve pedaço de vidro super-resistente para armazenar grandes arquivos

Posted: 05 Nov 2019 07:11 AM PST

Pedaço de vidro do Project Silica, da Microsoft

Parece um pouco ridículo à primeira vista. Dezenas de gigabytes de dados agora podem ser codificados em um disco rígido de vidro praticamente indestrutível, com o tamanho e o formato de uma bolacha de chope.

A Microsoft revelou uma prova de conceito. Ela consiste em um vidro quadrado com formas geométricas chamadas de "voxels", que contêm 75,6 gigabytes de dados combinados, com o filme Superman, de 1978, armazenado. O anúncio é um "truque de publicidade", é claro, mas a ideia de armazenar nossos dados mais importantes em pedaços de vidro é inegavelmente comovente e prática.

A Microsoft chama este novo sistema de armazenamento de vidro de Project Silica. O anúncio desta semana rolou em conjunto com a Warner Bros, o estúdio que produziu o filme Superman. De acordo com o comunicado enviado à imprensa, essas pequenas "bolachas de chope" de vidro poderiam ajudar a Warner Bros a transferir seus arquivos de um vulnerável filme de 35 milímetros para um meio que poderia durar séculos. Aparentemente, os discos do Project Silica oferecem não apenas métodos mais baratos, mas também mais duráveis para armazenar grandes quantidades de dados.

"O vidro tem uma vida útil muito longa", disse Ant Rowstron, da divisão de pesquisa Microsoft Research, à Variety. Sua equipe disse que está tentando produzir o vidro em fornos ultra-quentes, submergindo-o em água fervente, aplicando micro-ondas nele e arranhando-o com lã de aço. Mesmo assim, os dados permaneceram intactos. "Se você acertar um martelo, poderá quebrar o vidro", acrescentou Rowstron. Então, esta é uma solução boa, mas que ainda exige cuidados.

James Clegg, cientista óptico sênior da Microsoft, coloca um pedaço de vidro em um sistema que usa inteligência artificial e tecnologia óptica para recuperar e ler informações no vidro. Crédito: Jonathan Banks/MicrosoftJames Clegg, cientista óptico sênior da Microsoft, coloca um pedaço de vidro em um sistema que usa inteligência artificial e tecnologia óptica para recuperar e ler informações no vidro. Crédito: Jonathan Banks/Microsoft

Quando você pensa sobre isso, porém, um método de armazenamento a frio como esse pode ser bastante promissor. O termo "armazenamento a frio" refere-se ao processo de armazenamento de dados que não precisa ser acessado diariamente, semanalmente ou mesmo anualmente, mas sim preservado a longo prazo.

Muitas das técnicas de armazenamento físico de dados comumente usadas, como fita, filme ou disco compacto, estão sujeitas a deterioração ao longo do tempo. O armazenamento de dados em discos rígidos ou servidores, em última análise, os deixa vulneráveis à exclusão e, no caso da computação em nuvem, tudo depende do cuidado que os administradores do data center têm com as informações.

Imagine se todos tivessem o poder de armazenar seus dados em uma "bolacha de chope" de vidro e se sentissem seguros de que eles permaneceriam ali, intocados, praticamente até o fim dos tempos. Seria ótimo, não? Ao longo da história, informações e dados foram vítimas de tudo, de tiranos a deterioração. A queima da biblioteca de Alexandria, cerca de 2.000 anos atrás, por exemplo, não seria uma tragédia se essa nova tecnologia da Microsoft estivesse disponível para os antigos egípcios.

A melhor analogia do século 21 pode ser a exclusão em massa de muitos sites amadores iniciados por alguma organização hostil. E se, por exemplo, você acordasse um dia para descobrir que todo o seu blog do Tumblr havia sido excluído porque alguém do gerenciamento do Tumblr decidiu que era muito caro permitir que todos criassem um blog no Tumblr? Nesse momento, você poderia ter sorte se tivesse esse blog e todo o seu arquivo armazenado em um desses pedaços de vidro da Microsoft.

Por enquanto, ficamos imaginando o futuro do sofisticado Project Silica. O armazenamento de Superman é apenas uma evidência de que essa ideia funciona, mas não está claro como a Microsoft planeja comercializar essa tecnologia. No entanto, quando se trata de salvar informações que seriam jogadas no fogo, todos podemos concordar que os usuários merecem controle sobre seus dados. Se eles puderem armazenar esses dados de uma maneira que possa sobreviver ao incêndio, melhor, né?

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Mesmo com prejuízo menor, Uber continua perdendo muito dinheiro

Posted: 05 Nov 2019 05:36 AM PST

Escritório da Uber na Califórnia

A Uber, a gigante das caronas pagas, continuou sangrando dinheiro no terceiro trimestre de 2019. A empresa diz que as notícias são positivas, pois partes de seus negócios seriam tecnicamente lucrativas — bastaria ignorar todas as maneiras pelas quais a companhia está perdendo dinheiro.

Nos resultados trimestrais divulgados na segunda-feira (4), a Uber registrou uma perda líquida de cerca de US$ 1,2 bilhão. O Wall Street Journal reportou que este valor superou as expectativas de muitos analistas. Mesmo assim, é a terceira maior perda desde que ela começou a divulgar dados financeiros, em 2017.

Isso é significantemente melhor que o último trimestre, no qual a empresa perdeu US$ 5,2 bilhões, embora não seja uma grande melhoria quando se considera que, naquele semestre, houve o pagamento único de US$ 3,9 bilhões em compensação de ações.

A Uber informou que seu principal negócio, o compartilhamento de viagens, apresentou lucro de US$ 631 milhões, com receita de US$ 2,9 bilhões, mas apenas ao excluir grandes categorias de despesas não operacionais, como juros, depreciação e remuneração baseada em ações. Esse número de US$ 631 milhões, que novamente existe apenas em teoria, é superior ao total de US$ 416 milhões no terceiro trimestre de 2018.

Como notou o Ars Technica, esses são custos reais que não podem ser descontados e continuarão afetando os negócios da Uber. A empresa também está sendo prejudicada por grandes perdas nos negócios do serviço Uber Eats, que apresentou prejuízo de US$ 316 milhões, alimentados em grande parte pelos custos de expansão.

Excluindo juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), diz o WSJ, a perda total da Uber foi de US$ 585 milhões. Isso é pior que o mesmo trimestre do ano passado, quando perdeu US$ 458 milhões.

A Uber agora projeta que todo o seu negócio será rentável em 2021 com base no EBITDA, embora todas as suas unidades estejam enfrentando uma concorrência feroz. Além disso, a AP informa que o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, "forneceu poucos detalhes sobre como as diferentes unidades da Uber mudariam para que a empresa atingisse as novas metas de rentabilidade".

A empresa fez sua abertura de capital (ou IPO, em inglês) em maio de 2019, oferecendo cada ação por US$ 45, antes de imediatamente sofrer perdas pesadas. Investidores não parecem particularmente tranquilizados pela última divulgação de resultados financeiros, com as ações caindo novamente — depois do fechamento do mercado na segunda (4), elas estavam sendo negociadas por cerca de US$ 29,37.

Segundo o Wall Street Journal, a Uber também está à beira do período de "bloqueio após o IPO", que expira nesta quarta-feira (6). Depois disso, grandes acionistas, como executivos de empresas e grandes investidores, estarão livres para começar a vender suas ações. A Reuters informou que mais de 80% das ações em circulação da empresa se qualificam para entrar no mercado. Isso poderia significar más notícias para a Uber, mesmo que apenas um número relativamente pequeno de ações em circulação seja negociado.

“Para uma empresa cujos investidores já são céticos, eles precisavam apresentar um trimestre A+, mas, em vez disso, apresentaram um trimestre B-", disse Dan Ives, analista da Wedbush Securities, ao Washington Post. "Tudo isso pouco antes do fim do perído de bloqueio — existe muita agitação entre os investidores, e este trimestre não acalmou esses medos."

A reação regulatória também atingiu certamente a Uber: seu estado natal, a Califórnia, recentemente aprovou a lei AB5. A legislação visa forçar a empresa a classificar seus motoristas como funcionários, e não como autônomos, o que devastaria a Uber e outras empresas que dependem da "economia de bico". A Uber alegou que está isenta do projeto de lei, argumentando que é uma "plataforma" e não uma empresa de transporte, e que planeja lutar no tribunal pelos seus direitos.

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Equipe da Voyager 2 divulga os primeiros dados científicos sobre o espaço interestelar

Posted: 05 Nov 2019 04:30 AM PST

A missão Voyager 2 divulgou suas primeiras medições científicas do espaço interestelar, de acordo com uma pesquisa publicada recentemente.

A Voyager 2 atravessou a heliopausa em novembro passado, juntando-se à Voyager 1 como os únicos objetos feitos pelo homem que deixaram a heliosfera, a área ao redor do Sol que é influenciada pelo vento solar. Felizmente, os instrumentos da Voyager 2 funcionaram bem o suficiente para medir as partículas e os campos magnéticos presentes nessa região distante. Embora sua transição compartilhe semelhanças com a da Voyager 1, esses resultados iniciais revelaram uma área de interação anteriormente não observada entre partículas do espaço e partículas do Sol.

As sondas Voyager foram lançadas em 1977, cada uma equipada com um conjunto idêntico de instrumentos para explorar o sistema solar externo. Depois de mais de 40 anos, ambos estão funcionando bem o suficiente para medir os raios cósmicos do Sol e do espaço interestelar; as propriedades de partículas carregadas próximas; o campo magnético local; e, no caso da Voyager 2, a energia do plasma local. (O instrumento de medição de plasma da Voyager 1 parou de funcionar em 1980.) Todos esses dados podem oferecer insights aos cientistas sobre a natureza da em meio interestelar.

O instrumento de plasma quebrado da Voyager 1 dificultava que os cientistas medissem diretamente se e quando a sonda havia atravessado a heliopausa em agosto de 2012, pois não podiam ver a transição esperada do plasma quente do Sol para o plasma mais frio e denso do meio interestelar. Por fim, as medições do comportamento dos elétrons locais e dos campos magnéticos confirmaram que ele havia cruzado a fronteira.

A Voyager 2 cruzou no ano passado com um instrumento de plasma em funcionamento, confirmando as medições passadas e oferecendo uma primeira visão direta da transição, incluindo um aumento de 20 vezes na densidade do plasma, de acordo com um dos artigos publicados hoje na Nature Astronomy. A densidade é semelhante às densidades plasmáticas inferidas pelos cientistas da Voyager 1, com pequenas discrepâncias provavelmente devido às diferenças de localização.

Os cruzamentos da heliopausa das duas sondas ocorreram a distâncias semelhantes ao Sol: para a Voyager 1, ele estava em 121,6 unidades astronômicas, e para a Voyager 2, havia 119 unidades astronômicas (uma UA é igual à distância média da Terra ao Sol). O fato de as densidades do plasma mudarem a distâncias semelhantes, embora as sondas estejam separadas por mais de 150 unidades astronômicas, diz aos cientistas que a heliopausa não muda muito entre essas duas partes radicalmente diferentes do céu, disse o físico de plasma Bill Kurth ao Gizmodo. Kurth é um dos autores do estudo e cientista das missões Voyager.

Mas muitas coisas diferiam entre as sondas. A Voyager 2 descobriu uma mudança contínua na direção dos campos magnéticos ao atravessar a heliopausa, enquanto a Voyager 1 não viu uma mudança. Ambas as missões observaram aumentos repentinos no número de raios cósmicos de alta energia, mas a Voyager 2 continuou a ver partículas de energia mais baixa do Sol . Os cientistas da Voyager divulgaram seus resultados em cinco artigos publicados hoje na Nature Astronomy (1,2,3,4,5) .

Esses tipos de medidas podem ser trabalhosas, mas são cruciais para a compreensão do espaço pelos astrônomos de maneira mais geral; presumivelmente, toda estrela tem uma região de fronteira semelhante entre sua esfera de influência e o meio interestelar local.

As sondas Voyager estão envelhecendo. Já estão em andamento discussões sobre como racionar seu poder remanescente, escreveu R. Du Toit Strauss, professor sênior da North-West University, na África do Sul, em um comentário na NatureOs pesquisadores ainda esperam entender melhor as profundidades do meio interestelar, além de regiões onde partículas solares ainda vazam da heliosfera. Eles também esperam entender melhor a forma da heliopausa – supõe-se que a estrutura tenha uma cauda longa, como um cometa, mas nenhuma evidência dessa cauda foi encontrada ainda.

Enquanto isso, os cientistas utilizarão as sondas ao máximo. Não haverá outra oportunidade de coletar dados sobre essa região do espaço por muito tempo – mesmo que uma nova sonda seja lançada hoje, os limites do sistema solar estariam a décadas de distância.

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Qual tecnologia é mais provável que se torne obsoleta durante a sua vida?

Posted: 05 Nov 2019 03:24 AM PST

Mãe vê holograma saindo do relógio, enquanto filha vê vitrine com periféricos de computador

Alguns porões são pequenos santuários devotados à obsolescência, quartos lotados de objetos que uma vez foram super sofisticados: videocassetes, telefones com fio, imensos e monitores beges de PC, etc. Os millennials terão menos porões para guardar entulho (sendo a "casa própria" um item que está rapidamente se tornando obsoleto) conforme nos mudarmos para residências corporativas, mas provavelmente teremos armários para guardar algumas coisas. Então vale a pena perguntar: que tecnologia inútil guardaremos como tesouro então?

Para o Giz Pergunta dessa semana, contatamos alguns historiadores de tecnologia para entender como a tecnologia se tornará obsoleta nos próximos cinquenta anos.

Peter Norton

Professor Associado de Ciência, Tecnologia e Sociedade na Universidade da Virgínia, cuja pesquisa foca na história da tecnologia, entre outras coisas

Se você pudesse dizer aos futuristas de cinquenta anos atrás que eu, em 2019, usaria giz em um quadro negro na minha sala de aula da faculdade todos os dias, eles desistiriam de previsões. Cinquenta anos atrás, as pessoas na NASA estavam prevendo bases tripuladas na Lua e missões tripuladas em Marte até o final do século. E ninguém realmente conseguiu prever as mídias sociais, a Wikipedia ou os patinetes elétricos até que essas coisas já existissem. Se você tivesse feito essa pergunta cinquenta anos atrás, respostas comuns seriam o papel, usinas elétricas a carvão e aviões de passageiros subsônicos. Cinqüenta anos depois, esses e muitas outras coisas ainda são onipresentes. O Boeing 747, lançado há 50 anos, ainda está em produção hoje.

A velha tecnologia raramente desaparece. Quadros brancos e telas de LED se juntam a quadros de giz, mas não os eliminam. Os telefones fixos ficam escassos, mas não os eliminam. Câmeras de filme se tornam raridades, mas não as câmeras. As máquinas de escrever desaparecem, mas não a datilografia. E as tecnologias que parecem ser as mais ultrapassadas podem voltar como objetos cultuados por fãs – o disco de vinil, por exemplo. Tudo isso é para dizer que ninguém pode nos dizer o que será obsoleto em cinquenta anos, mas provavelmente muito menos coisas se tornarão obsoletas do que pensamos.

Chamamos algo de obsoleto quando uma inovação torna esta coisa inútil. Mas isso realmente acontece? O aspirador de pó não tornou a vassoura inútil. O automóvel não tornou a bicicleta inútil. O avião não tornou o trem de passageiros inútil. Na verdade, nos três casos, a tecnologia mais antiga era superior em alguns aspectos importantes – o que explica a sua sobrevivência.

A obsolescência é real, mas o marketing distorce e exagera. É uma boa propaganda defender que seu produto tornará obsoletos seus predecessores. Os profissionais de marketing dizem aos consumidores que um produto não é apenas útil ou diferente, mas também é existencialmente melhor. As empresas dizem aos investidores que suas inovações não apenas se juntarão aos mercados existentes, mas criarão outros novos. Grande parte da inovação tem menos a ver com atender às necessidades do que com a criação de novas demandas, menos com a solução de problemas do que com a geração de mercados.

Essas tendências transmitem um viés de alta tecnologia na inovação. A noção de obsolescência protege esse viés. Vendem para nós um futuro em que inovações de alta tecnologia nos livram de nossos problemas. Essas visões atraentes são necessárias se quisermos ser persuadidos de que o que temos agora é obsoleto.

Por exemplo, os futuros de carros de alta tecnologia que todos nós já vimos são tão atraentes – muito mais seguros, convenientes e empolgantes – que até consideramos começar a trilha interminável de consumo e investimento que seria necessária para chegar lá. Ninguém vai gastar uma fortuna em marketing em um futuro em que resolvemos nossos problemas com o que temos agora, mas o fato é que não precisamos de um futuro sem motorista de alta tecnologia para nos livrar de nossos problemas. Nós só precisamos de um futuro em que possamos dirigir menos, atendendo aos nossos desejos e necessidades. Nós já temos tudo o que precisamos para fazer isso. A densidade habitável, a capacidade de andar, o ciclismo e os sistemas básicos de transporte, melhorados pelas novas tecnologias sempre que forem úteis, podem fazer muito mais por nós agora do que os utópicos da tecnologia prometem fazer por nós daqui a décadas – se apenas comprarmos os seus produtos.

Não sei o que será obsoleto em cinquenta anos, mas os dispositivos de alta tecnologia não tornarão obsoletos seus equivalentes de baixa tecnologia.

Podemos até ver a obsolescência ao contrário, à medida que redescobrimos o desempenho inigualável de dispositivos de baixa tecnologia supostamente obsoletos, como bicicletas, e adotamos inovações que desafiam as visões de alta tecnologia e consumo excessivo, como os patinetes elétricos. Ou, visto de outra forma, talvez algumas antigas suposições devam se tornar obsoletas: a noção de que a alta tecnologia é sempre melhor do que a baixa tecnologia, ou que a solução para o consumismo é mais consumismo. Temos um amplo espectro de tecnologias para escolher, de tecnologia zero a super alta tecnologia. Muitas vezes descartamos a maior parte desse espectro antes mesmo de dar uma olhada. Nos próximos cinquenta anos, espero que possamos redescobrir todo o espectro. É a única maneira de termos certeza de que escolhemos com sabedoria.

"A velha tecnologia raramente desaparece. Quadros brancos e telas de LED se juntam a quadros de giz, mas não os eliminam. Os telefones fixos ficam escassos, mas não os telefones. Câmeras de filme se tornam raridades, mas não as câmeras".

Amy E. Slaton

Professora de História na Universidade de Drexel e coeditora da History & Technology

Se estou tentando pensar sobre as origens históricas e os impactos da tecnologia – sobre como as coisas feitas pelo homem vêm e vão nas culturas humanas – a obsolescência parece ser a maneira errada de encarar. Acho que isso alimenta nosso impulso de imaginar que as tecnologias surgem como artefatos materiais autônomos, satisfazendo alguma necessidade ou desejo humano singular, e então desaparecem, como se apagados, quando essa necessidade ou desejo acaba. Eu acho que isso nos encoraja analiticamente a retirar as tecnologias dos mundos que as produzem. Em vez disso, se eu quiser pensar melhor sobre mudanças tecnológicas significativas que provavelmente acontecerão nas próximas cinco décadas, eu não me concentrarei em tecnologias que podem ou não desaparecer, mas talvez em como os padrões de acesso às tecnologias pode mudar. Ou seja: acho que se enquadrarmos nossas perguntas em termos mais relacionais, mais explicitamente voltados para o poder (como acesso, controle ou risco), entenderemos mais sobre como mudar os compromissos humanos com a tecnologia – passada ou futura.

Por exemplo, daqui a 50 anos os humanos, como espécie, terão água limpa e alimentos frescos, mas poucos membros da espécie (para escolher palavras deliberadamente frias) serão capazes de suprir essas necessidades, à medida que os recursos necessários para produzir e transportá-los se tornarem mais caros com a perda do ecossistema, o rápido crescimento das populações de refugiados e as crises econômicas globais em escala. Também podemos considerar que algumas pessoas em alguns lugares ainda aproveitarão de viagens aéreas movidas a combustíveis fósseis, dispositivos eletrônicos de vida curta e coisas feitas de plástico barato em cinquenta anos. Mas assentamentos costeiros, economias agrícolas e a funcionalidade de nações inteiras mais pobres que não podem se sustentar em meio a oceanos em ascensão e eventos climáticos extremos, desaparecerão. Estes são os casos de obsolescência que o prognóstico mais profundamente crítico sobre a tecnologia revela.

Nos Estados Unidos, à medida que a riqueza se torna cada vez mais concentrada e as lógicas de mercado cada vez mais fortes, os gastos já baixos do país em bens públicos amplamente distribuídos como o transporte público encolherão, por isso não seria totalmente enganador simplesmente responder a essa pergunta com "ônibus urbanos e metrôs".

Como tecnologias que não se baseiam na canalização eficiente da riqueza para cima, prevejo que os sistemas de transporte coletivo em breve perderão qualquer força que ainda tenham sobre os formuladores de políticas, planejadores e engenheiros americanos – talvez carros sem motorista de propriedade particular ganhem sua atenção nesse cenário. Mas ainda assim, acho que a tentação de pensar em tecnologias como tendo expectativa de vida nos causa problemas porque estamos tão habituados a imaginar invenção, inovação e produção (e obsolescência) como processos facilmente rastreados, sem contexto e experimentados da mesma maneira por todas as pessoas em todos os lugares. Isso é exatamente o que o capitalismo industrial exige para manter sua reputação não merecida como uma fonte benéfica de abundância material universal. E é por isso que eu não sou uma grande fã de enfatizar os primeiros ou melhores em nosso pensamento histórico sobre tecnologia, nem, como essa questão sobre o futuro provoca, quem permanece e quem desaparece.

"Nos Estados Unidos, à medida que a riqueza se torna cada vez mais concentrada e as lógicas de mercado cada vez mais fortes, o gasto já baixo do país em bens públicos amplamente distribuídos como o transporte público encolherá, por isso não seria totalmente enganador simplesmente responder a essa pergunta com "ônibus urbanos e metrô".”

David Edgerton

Professor de História da Ciência e Tecnologia e de História Britânica Moderna no King’s College London e autor de The Shock of the Old: Technology and Global History since 1900 (2019)

Quando pensamos em “tecnologia” – um conceito estranho e maravilhoso, que muda de forma -, somos rápidos em invocar as ideias do tempo como um determinante. Esperamos que algumas coisas se tornem obsoletas em algum momento, que chegam ao fim à medida que são substituídas por coisas novas. Essa maneira de pensar está profundamente enraizada. Pensamos em tempos históricos específicos sendo caracterizados por máquinas ou processos específicos, e imaginamos que o futuro será feito de novo por algumas dessas máquinas e processos. O favorito atual é algo chamado inteligência artificial. Nesse modo de pensar, algumas pessoas estão “à frente de seus tempos”, enquanto a maioria de nós, não tendo compreendido o significado do que alguns gurus afirmam ser o futuro, está naturalmente “atrasada”.

Mas esse modo de pensar ainda dominante é, ele próprio, muito atrasado. É uma maneira caracteristicamente ingênua e propagandística de falar sobre “tecnologia” que está conosco há muito tempo.

Existem maneiras muito melhores de pensar sobre os artefatos que são tão importantes para o nosso mundo. Podemos começar com o argumento de que, longe de sempre substituir os modelos mais antigos das coisas, as coisas novas muitas vezes acrescentam ao antigo. Nós apenas temos mais de tudo. Podemos também notar que o que nós consideramos como coisas "velhas" frequentemente mudam: elas são velhas e novas. Da mesma forma, muitas coisas que consideramos novas geralmente contêm elementos muito antigos. Certamente, certas coisas são menos aparentes, embora algumas vezes reapareçam.

Quais são então os tipos de processos que fazem as coisas desaparecerem? Pode ser, por exemplo, que peças de reposição ou combustíveis, por algum motivo, não estejam mais disponíveis. Pode ser que algo melhor apareça, e vale a pena parar de usar a máquina antiga e comprar uma nova. Pode ser que máquinas antigas simplesmente quebrem e não possam ser substituídas. Ou pode ser que certos tipos de máquinas ou produtos se tornem proibidos de possuir ou produzir. Assim, restam poucos produtos que usam CFC no mundo. Armas químicas são muito menos comuns do que eram nos anos 1930, por exemplo.

Poderíamos então perguntar de que tipo de “tecnologia” poderíamos nos livrar nos próximos cinquenta anos. Muitos diriam qualquer máquina que queime ou use carvão fóssil. Outros acrescentariam qualquer máquina usando combustíveis fósseis, e talvez, portanto, a maioria dos motores de combustão interna. Note que poderíamos, se quiséssemos, livrar-nos de todas essas coisas sem introduzir novidades. Poderíamos ampliar o uso de alternativas já existentes.

"Muitos diriam qualquer máquina que queime ou use carvão fóssil. Outros acrescentariam qualquer máquina usando combustíveis fósseis, e talvez, portanto, a maioria dos motores de combustão interna".

Corinna Schlombs

Professora Assistente de História do Instituto de Tecnologia de Rochester

Novas tecnologias normalmente acrescentam ao invés de substituir tecnologias antigas, e as pessoas usam ambos para diferentes finalidades. Na área de tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, o telégrafo não substituiu o sistema postal e ambos tiveram seus diferentes usos. Assim, os jornais usavam o telégrafo para transmitir informações sensíveis ao tempo, como um resultado eleitoral, e o correio significativamente mais barato para material menos sensível ao tempo, como um comentário político.

Uma notável exceção a essa observação é a telegrafia: em 2006, a Western Union enviou a última mensagem telegráfica comercial nos Estados Unidos e, desde então, as mensagens em código Morse são mediadas pela internet.

Claro que com o tempo as tecnologias da informação mudaram e, às vezes, de forma significativa. Usos, propósitos e condições evoluíram. Por exemplo, o sistema postal dos EUA serviu como o principal meio de transmissão de notícias no início do século 19. Os impressores podiam enviar os jornais a uma taxa preferencial e, em 1832, os jornais respondiam por noventa e cinco por cento do peso do correio e criavam apenas quinze por cento da receita. O correio permitiu que a informação circulasse nos "bosques selvagens", como observou o francês Alexis de Tocqueville em 1831, e criou o que o historiador Richard John chamou de comunidade nacional de cidadãos que debatem a mais recente questão política. A maioria das empresas enviava as caras cartas que financiavam a circulação de jornais.

Os americanos não começaram a se corresponder regularmente com familiares e amigos até a década de 1840, quando o Congresso reduziu significativamente o preço da postagem de cartas. Eles logo se tornaram ávidos escritores de cartas aguardando ansiosamente notícias de seus entes queridos, e no processo transformaram o sistema postal de um meio de transmissão de notícias em algo parecido com uma rede social.

Duas tecnologias de informação e comunicação que podem estar em mudança são a televisão e o rádio. De acordo com uma pesquisa da Nielsen, os millennials já passam metade do tempo assistindo TV ao vivo em comparação com os baby boomers, e dois terços a menos ouvindo rádio AM/FM. O precedente histórico sugere que o conteúdo de vídeo e áudio não se tornará obsoleto. Mas se ele será entregue através de podcast, streaming ou sob demanda, como será pago, quem irá ver ou ouvir, e quando – todas essas questões permanecem abertas.

"O precedente histórico sugere que o conteúdo de vídeo e áudio não se tornará obsoleto".

Thomas Haigh

Professor Associado de História da Universidade de Wisconsin Milwaukee, cuja investigação se concentra na história da tecnologia e na história social do trabalho e negócios, entre outras coisas.

A história óbvia dos últimos quinze anos tem sido o smartphone devorando todos os outros tipos de dispositivos eletrônicos de consumo. Portanto, com toda a probabilidade, câmeras, consoles de videogame, laptops tradicionais etc. não existirão por muito mais tempo. Dentro de cinquenta anos, no entanto, espero que o próprio smartphone tenha sido substituído por outra coisa. Ninguém sabe pelo que, mas como relógios e óculos são itens socialmente aceitáveis, é compreensível que os designers se concentrem neles.

Minha previsão, no entanto, é a gravata. Ela já existe há muito mais tempo do que a maioria das tecnologias de consumo, mas eu não uso uma já faz dez anos e roupas casuais são cada vez mais aceitas. Como a historiadora de arte Anne Hollander explicou em seu clássico livro Sex and Suits, a gravata combinada com ternos sob medida começou no final do século 18. Vestimentas masculinas ornamentadas saíam de moda então os homens precisavam de algo fálico para atrair a atenção para suas virilhas. Suspeito que Donald Trump será o prego final em seu caixão, esses laços excessivamente longos e sua conexão com a masculinidade agressivamente frágil, assim como Hitler tornou obsoleto o bigode de escova de dentes.

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