terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


Receita Federal exigirá CPF em pacote de encomenda importada

Posted: 09 Dec 2019 02:28 PM PST

Se você sempre compra coisas de outros países e manda entregar no Brasil, terá mais um passo para fazer seus pedidos em breve. A partir de 1º de janeiro do ano que vem, os pacotes precisarão trazer o CPF, o CNPJ ou o número do passaporte do destinatário.

Se o número não for informado, a encomenda poderá ser devolvida para a origem ou até mesmo destruída, caso o retorno não seja possível.

As lojas online que entregam no Brasil precisarão ter um campo para o cliente informar seu CPF, CNPJ ou número do passaporte, que deverá vir no pacote. Caso isso não seja feito, o comprador precisará entrar no site dos Correios e identificar sua encomenda usando o código de rastreamento na plataforma Minhas Importações. Ela já é usada atualmente para a cobrança da taxa de R$ 15 dos Correios sobre entregas internacionais. Só depois disso ela será encaminhada para a fiscalização aduaneira, onde pode ser taxada ou não.

Esta é a mais recente medida tomada em resposta ao número cada vez maior de encomendas feitas do exterior, principalmente da China. Em 2018, os Correios passaram a cobrar a taxa de R$ 15 de despacho postal de todos os produtos, até os não tributados pela Receita Federal. Há cinco anos, o DealExtreme chegou a abrir um armazém em Curitiba para facilitar suas vendas no País.

[Agência Brasil]

The post Receita Federal exigirá CPF em pacote de encomenda importada appeared first on Gizmodo Brasil.

Amazon terá novo escritório em Nova York, mesmo sem subsídios de US$ 3 bilhões

Posted: 09 Dec 2019 01:01 PM PST

Depois de todo o furor envolvendo a construção de uma nova sede da Amazon, a companhia definiu que irá se instalar em Nova York.

Em um primeiro momento, várias cidades ofereceram subsídios para a gigante, e a escolhida havia sido NY. Porém, após pressão de cidadãos e políticos locais, os benefícios fiscais foram retirados, e a Amazon recuou. Agora, a companhia disse que vai se instalar na cidade mesmo assim.

Na semana passada, a gigante de varejo online assinou um contrato de locação de um escritório de 31.000 m² no bairro de Hudson Yards, de acordo com informações do Wall Street Journal.

Com essa metragem quadrada, a expansão da Amazon vai rivalizar com o tamanho de seus outros escritórios corporativos em Nova York. A nova sede está programada para ser inaugurada em 2021 e empregará mais de 1,5 mil pessoas, informou a empresa em comunicado.

A empresa não vai receber nenhum benefício fiscal ou subsídio do governo para o projeto.

Outra reportagem do WSJ apontou que o Facebook estaria de olho em um espaço de 65.000 m² em Midtown Manhattan, pouco menos de um mês após anunciar a finalização de um contrato de um espaço de quase 140.000 m² no bairro de Hudson Yards.

Então, só para recapitular: depois de muita confusão, a Amazon irá para Nova York. Sem nenhum incentivo de bilhões de dólares. Sem nenhuma batalha entre cidades para saber quem ganharia essa espécie de leilão. Porém, 1,5 mil empregos projetados é um número bem menor do que as 25 mil vagas prometidas no outro empreendimento.

Desde 2019, a Amazon desistiu do plano de construir uma sede satélite porque a companhia sofreu uma forte oposição de políticos locais, ativistas e cidadãos – apesar de algumas pesquisas mostrarem que a maioria dos cidadãos de Nova York eram a favor do projeto.

Entre diversas objeções, os opositores repreendiam o espírito antissindicalista da companhia, criticaram as negociações por terem acontecido secretamente e rechaçaram os US$ 3 bilhões em incentivos que as autoridades municipais prometeram à empresa para trazer o campus para o Queens.

Na época, a Amazon disse, em um comunicado, que “vários políticos estaduais e locais deixaram claro que se opõem à nossa presença e não trabalharão conosco para construir o tipo de relações que são necessárias para avançar com o projeto”.

Mas, assim como qualquer término de relacionamento conturbado, a Amazon superou e seguiu em frente.

O Gizmodo entrou em contato com a Amazon, que enviou o seguinte comunicado:

“Como compartilhamos no início deste ano, planejamos continuar a contratar e crescer organicamente em nossos 18 tech hubs, incluindo a cidade de Nova York. Para apoiar esse crescimento, abriremos um novo escritório em Manhattan em 2021 que abrigará mais de 1,5 mil funcionários de nossas equipes de apoio ao consumidor e de publicidade.”

The post Amazon terá novo escritório em Nova York, mesmo sem subsídios de US$ 3 bilhões appeared first on Gizmodo Brasil.

Como o desmatamento ameaça os animais de florestas tropicais

Posted: 09 Dec 2019 11:39 AM PST

A vida selvagem que depende de florestas tropicais pode estar com mais problemas do que pensávamos. Um novo estudo descobriu que as espécies de florestas tropicais são seis vezes mais sensíveis à fragmentação florestal do que as espécies em ecossistemas temperados.

A pesquisa publicada na Science na semana passada mergulha profundamente no tópico da fragmentação florestal, que ocorre quando vastas áreas florestais são cortadas em áreas menores devido ao desmatamento, agricultura ou incêndios. A fragmentação da floresta é ruim para todos nós, mas especialmente para as espécies que a habitam e outras florestas tropicais também em risco.

Isso se deve a várias razões: menos terreno para os animais chamarem de lar, maior vulnerabilidade a predadores e os efeitos em cascata em todo o ecossistema. No entanto, algumas espécies lidam melhor com a cobertura reduzida de árvores e o aumento do habitat nas margens da floresta – e isso é em grande parte as que tiveram a chance de praticar. Os resultados têm implicações enormes para a conservação daqui para frente.

"Essas [descobertas] realmente enfatizam a importância de conservar o habitat nessas áreas e, em particular, conservar grandes blocos ou grandes áreas de habitat contínuas que ajudarão a evitar que a fragmentação tenha efeitos negativos sobre as espécies", disse ao Gizmodo o autor do estudo Christopher Wolf, associado de pesquisa no Departamento de Ecossistemas Florestais e Sociedade da Universidade Estadual do Oregon.

Os autores – de universidades e instituições de todo o mundo – usaram 73 conjuntos de dados para analisar 4.489 espécies de animais, incluindo aves, répteis, artrópodes e mamíferos.

Esse carinha – um urso-do-sol, encontrado no Bornéu da Malásia – está ameaçado por essa fragmentação. Foto: Matt Betts

Esses conjuntos de dados incluem pontos geográficos em paisagens específicas ao redor do planeta e que espécies de animais os cientistas registraram ali, bem como sua abundância. A partir daí, a equipe de pesquisadores categorizou essas espécies por habitats específicos. Algumas preferiram florestas com cobertura de árvores pesadas longe da fronteira da floresta. Outros foram encontrados ao longo da borda. E havia aqueles animais que parecem criar um lar em qualquer lugar da floresta.

Os animais que evitam as margens das florestas são os mais sensíveis a esse tipo de fragmentação. Se os cientistas não os encontrarem aqui, é provável que não consigam ter sucesso nesse habitat. Mais da metade das espécies que vivem em regiões de baixa perturbação (que geralmente são florestas tropicais) evitam zonas periféricas. Nas regiões de alta perturbação (que geralmente são florestas temperadas), essa porcentagem cai para cerca de 18%.

A pesquisa sugere que a razão das diferenças é resultado da destruição natural que precedeu o ataque da humanidade às florestas. Milhares de anos antes de os humanos destrutivos surgirem para atear fogo e cortarem tudo o que vêem pela frente, muitos ecossistemas ainda sofreram grandes perturbações na forma de incêndios, glaciações e furacões. As florestas temperadas em latitudes mais altas tendem a ser perturbadas mais regularmente, e os pesquisadores argumentam  que esses locais têm menos espécies sensíveis e mais resilientes como resultado.

Quanto às florestas tropicais? Em geral, eles não viram esse nível de mudança ao longo da história ter a vantagem evolutiva na era moderna, onde os seres humanos são a causa do desmatamento em massa, o que é uma pena, dado que o desmatamento simplesmente não desaparece nas regiões tropicais. Essas descobertas também são particularmente preocupantes porque as florestas tropicais abrigam pelo menos dois terços da biodiversidade mundial. Pense na Amazônia, por exemplo. Anos de desmatamento (que dispararam este ano) a fragmentaram tanto que os cientistas preveem que ela poderia se tornar essencialmente duas florestas separadas dentro de algumas décadas.

Mas as novas descobertas confirmam que essas espécies em florestas tropicais em todo o mundo estão em risco. E esses padrões se mostraram bastante consistentes entre os grupos taxonômicos. Em outras palavras, pássaros, répteis e mamíferos nas florestas tropicais estão igualmente em risco. O leopardo nebuloso da floresta de Bornéu, em Sunda, está ameaçado. Assim como o tinamou da América Central e do Sul, um pequeno pássaro cinza corcunda e fofinho. Todo ecossistema requer atenção local especial para descobrir como proteger adequadamente os animais que o chamam de lar, mas essas descobertas reforçam a necessidade de preservarmos as florestas tropicais se quisermos conservar a biodiversidade.

Dada a quantidade de dados que os pesquisadores analisaram, há sempre uma chance de eles categorizarem incorretamente um animal, disse Wolf. E os dados que eles receberam podem conter algum viés, dependendo de onde os pontos de dados estão localizados em um cenário, mas isso é algo que os pesquisadores controlaram em seus modelos. Eles estão confiantes em seus resultados. E considerando a maneira como as florestas tropicais vêm sido tratadas nas últimas décadas, isso deveria assustar a todos nós.

The post Como o desmatamento ameaça os animais de florestas tropicais appeared first on Gizmodo Brasil.

Como colocar a voz do Lula ou de qualquer outra pessoa no Waze

Posted: 09 Dec 2019 11:04 AM PST

Apoiadores e simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentaram nas redes sociais que colocaram a voz dele para dar direções no Waze. A gravação dá instruções usando os bordões de Lula, como usar “companheiro” no final das frases — mas só quando a recomendação é pegar uma via à esquerda, como bem observou o pessoal do Tilt. Segundo as redes sociais do político, não foi o próprio Lula que gravou, e sim um imitador.

Isso não quer dizer que o Waze “virou à esquerda” nem que o aplicativo é comunista. O app já disponibilizou vozes temáticas, como a do narrador Silvio Luiz antes da Copa do Mundo de 2014, do Cookie Monster de Sesame Street e do ator Morgan Freeman. Mesmo assim, o app diz que a de Lula não é oficial.

A brincadeira é possível por meio de um recurso que permite que qualquer pessoa grave as falas do aplicativo e compartilhe. Fizeram com a do Lula, mas dá para imitar outros políticos, tá ok? Tome cuidado, porém: ao mudar a voz, você perde o recurso de ouvir os nomes das ruas do caminho.

Para gravar sua voz personalizada, imitando alguém ou não, vá até Configurações e entre em Voz e Som no aplicativo do Waze. Depois, toque em Voz Waze. A opção Gravar nova voz é a primeira. Você verá uma lista de comandos e o tempo máximo de cada um para fazer as respectivas gravações. Depois, é possível compartilhar o resultado com outros usuários.

[Tilt]

The post Como colocar a voz do Lula ou de qualquer outra pessoa no Waze appeared first on Gizmodo Brasil.

Elon Musk atinge placa de trânsito com o novo Cybertruck após jantar em Malibu

Posted: 09 Dec 2019 10:08 AM PST

Cybertruck da Tesla

O ícone bilionário da tecnologia Elon Musk atraiu muita atenção em Malibu, Califórnia, na noite de sábado (7), quando apareceu em um restaurante luxuoso em seu novo Tesla Cybertruck. Mas a noite de Musk na cidade incluiu pelo menos um incidente vergonhoso. O fundador da Tesla e da SpaceX atingiu uma placa de trânsito com seu veículo novo e brilhante que alguns usuários do Twitter brincaram ter aproximadamente a altura de uma criança.

Musk foi flagrado no Nobu, um dos restaurantes japoneses mais caros de Los Angeles, onde o novo Cybertruck chamou muita atenção no sábado. De acordo com o site de notícias de celebridades TMZ, os manobristas do Nobu decidiram manter a caminhonete na frente e bem no meio do estacionamento, onde os pedestres paravam para dar uma olhada no novo veículo elétrico. A certa altura, Musk chegou a sair do restaurante com o ator Edward Norton para exibir seu veículo.

O Cybertruck foi apresentado pela primeira vez em uma cerimônia constrangedora em 21 de novembro, em que as janelas quebraram durante uma demonstração de quão “à prova de balas” o caminhão era, mas o incidente deste fim de semana foi sem dúvida mais constrangedor.

Captura de tela: TMZ

O Cybertruck ainda não parece ter recursos básicos de segurança, como espelhos laterais e limpadores de janelas, o que presumivelmente dificultou a capacidade de Musk de dirigir sem bater nas coisas. A forma estranha do veículo deixa alguns pontos cegos bizarros, para dizer o mínimo.

Elon Musk atropelando placa

E, como qualquer um pode ver e ouvir no vídeo, o Cybertruck faz um barulho alto quando Musk bate na placa. É quase cômico, mas aparentemente não foi alto o suficiente para fazer Musk parar o veículo. Ou foi isso ou ele simplesmente não se importou.


Tradução: Quem está dirigindo, @ElonMusk ou o piloto automático?

O veículo de Musk também foi visto na rodovia 405 naquela mesma noite por volta das 23h, de acordo com o usuário do YouTube Roberto Cruz, que postou dois vídeos da caminhonete futurista.

É legalmente permitido dirigir o protótipo de um veículo como o Cybertruck nas vias públicas? Essa parte permanece incerta.

Como aponta o site de notícias sobre carros The Driven, o veículo pode estar nas vias públicas da Califórnia se tiver placas de fabricantes e estiver sendo usado para fins de teste. Mas uma noite no Nobu não é exatamente uma condição adequada de “teste”. Ou talvez seja, desde que você seja rico.

No fim das contas, provavelmente não importa se Musk está infringindo alguma lei enquanto dirige seu veículo experimental nas estradas da Califórnia. As leis comuns a todos nós não se aplicam aos bilionários, como vimos no veredicto da semana passada em favor de Musk, que chamou um homem inocente de “pedófilo” sem absolutamente nenhuma evidência.

The post Elon Musk atinge placa de trânsito com o novo Cybertruck após jantar em Malibu appeared first on Gizmodo Brasil.

Pequim ordena que órgãos do governo substituam PCs e softwares estrangeiros por produtos chineses

Posted: 09 Dec 2019 08:48 AM PST

O governo Trump não tem medido esforços para manter a tecnologia chinesa fora dos Estados Unidos e até mesmo de outros países. A China decidiu pagar na mesma moeda e, segundo  o Financial Times, Pequim ordenou que todos os escritórios do governo e instituições públicas deverão remover computadores e softwares estrangeiros dentro dos próximos três anos.

Em plena guerra comercial, essa decisão poderia causar um grande prejuízo para empresas norte-americanas com forte presença no país. No entanto, uma medida drástica dessas não é tão fácil e simples de ser implementada, visto que envolve uma série de questões.

As companhias que devem ser mais afetadas são as grandes fabricantes de computadores e servidores, como HP e Dell, além de fabricantes de chip, como Intel e AMD. Por outro lado, a chinesa Lenovo, que está no top 3 de maiores fabricantes de PC do mundo, deve se beneficiar. A questão é saber qual substituto a empresa achará para as opções de processadores da AMD e da Intel.

A ordem teria sido dada pelo Escritório Central do Partida Comunista Chinês. De acordo com a corretora China Securities, a mudança implicaria na substituição de aproximadamente 20 a 30 milhões de dispositivos de hardware. O cronograma estipulado pelo governo é que 30% dessa troca seja iniciada já em 2020, continuando com 50% em 2021, para que os 20% restantes sejam finalizados em 2022. Devido a essa estratégia, a política foi batizada de "3-5-2".

O plano da China de se tornar mais independente tecnologicamente não é algo novo. Segundo a Bloomberg, em 2014 Pequim já havia anunciado que pretendia extinguir a maior parte da tecnologia estrangeira dos bancos, forças militares, agências do governo e empresas estatais até 2020. O que acontece agora é que as políticas mais agressivas adotadas por Trump parecem ter pressionado o governo chinês a reforçar e acelerar sua estratégia.  

A premissa é a mesma anunciada pelos Estados Unidos em relação às restrições à Huawei: segurança. Essa substituição seria mais uma iniciativa para que agências do governo e operadoras de infraestruturas consideradas "críticas" passassem a utilizar tecnologias "seguras e controláveis", conforme estipulado pela própria Lei de Cibersegurança aprovada no país em 2017. 

Porém, a implementação da nova medida pode não ser tão fácil e rápida como o governo espera. Primeiramente porque muitas provedoras de softwares desenvolvem produtos para sistemas operacionais norte-americanos, como Windows e macOS. 

Conforme aponta o Financial Times, a Microsoft até chegou a desenvolver uma versão do Windows 10 em 2017 chamada "Chinese Government Edition", juntamente com sua joint venture chinesa. No entanto, empresas de cibersegurança chinesa afirmam que os clientes ligados ao governo devem passar a adotar sistema operacionais completamente chineses. 

Uma das opções de software local é o Kylin OS. O problema é que existe uma quantidade significativamente menor de desenvolvedores trabalhando para oferecer softwares compatíveis.

Outra questão é que o conceito de "produzido localmente" é um tanto complexo. A Lenovo, por exemplo, é uma empresa chinesa que monta muitos de seus produtos na China. Porém, seus processadores são feitos pela Intel e os hard drives pela Samsung. 

Por enquanto, a nova política dirige-se apenas às agências governamentais, que são mais fáceis de pressionar e controlar. Mas, se algum dia a China cogitar estender a decisão às empresas privadas, poderá enfrentar uma resistência muito maior. Afinal, os investimentos para substituir tantos equipamentos seriam altíssimos.

[Financial Times]

The post Pequim ordena que órgãos do governo substituam PCs e softwares estrangeiros por produtos chineses appeared first on Gizmodo Brasil.

Província na Argentina tem 10 anos de dados sequestrados por ransomware

Posted: 09 Dec 2019 06:58 AM PST

A província Argentina de San Luís foi vítima de um ataque de ransomware – um tipo de vírus que, ao invadir um computador, criptografa todos os dados. Um data center com registros de 10 anos de dados foi bloqueado no dia 25 de novembro e os cibercriminosos pediram uma quantia em bitcoin para liberar a senha de 7.700 GB de informações do governo.

A ministra de Ciência e Tecnologia da província, Alicia Bañuelos, explicou à agência de notícias local que os técnicos do governo de San Luís já conseguiram recuperar a maior parte dos arquivos que foram criptografados – após 40 horas de trabalho, os funcionários pensaram ter resolvido o problema, mas ainda há registros de um HD com 350 GB de dados de 2019 que estão mais protegidos. A estimativa é que a descriptografia desses arquivos leve cerca de 15 dias.

Não há informações oficiais sobre a quantia de resgate pedida pelos cibercriminosos, mas circulam números entre 0,5 e 50 bitcoins (algo entre US$ 37 mil e US$ 370 mil). Bañuelos disse que o governo de San Luís não cederá ao pedido por duas razões: por não saberem se o grupo realmente enviará a senha para desbloquear os arquivos e por não querem financiar grupos de cibercriminosos.

Governos e entidades públicas são um dos alvos mais comuns de ransomware, apesar de esses vírus infectarem todos os tipos de usuários – o que interessa para o cibercriminoso é fazer o ataque valer a pena, e entidades maiores têm mais chances de lucro.

Nos últimos anos, centros médicos, hospitais e até agências de transporte foram atacadas. Em 2018, por exemplo, a cidade de Atlanta, na Georgia, nos EUA, ficou mais de uma semana travada por causa de um ataque desse tipo. O caso da Argentina mostra que ataques sofisticados como esse estão mais perto de nós do que imaginamos – e o Brasil não parece muito preocupado sequer com a proteção de dados.

A moeda de troca dos ransomwares são os dados, e a melhor forma de evitar o pagamento de um resgate é manter um backup de tudo que é importante. Alguns malwares mais sofisticados buscam pelos seus backups para criptografá-los também. Então, a melhor ideia é ter um HD externo que esteja desconectado da sua rede. Além disso, é importante ficar de olho para não cair em golpes de phishing – um dos métodos mais comuns para a infecção.

Será preciso ficar de olho nesse tipo de ataque em 2020. Prognósticos da empresa de pesquisa em cibersegurança Kaspersky apontam que ataques à instituições financeiras e cadeias de fornecedores, ataques de chantagem (principalmente à empresas) e ressurgimento do ransomware estarão em alta no ano que vem.

[The Next Web]

The post Província na Argentina tem 10 anos de dados sequestrados por ransomware appeared first on Gizmodo Brasil.

Máquina feita de Lego usa rede neural para classificar peças de Lego

Posted: 09 Dec 2019 06:12 AM PST

Brincar com Lego se torna cada vez mais legal à medida que sua coleção cresce, até o ponto em que sua pilha de tijolos de plástico se torna tão grande que é impossível encontrar a peça que você está procurando. Nesse momento, você precisa desenvolver um sistema de classificação ou fazer o que Daniel West fez e usar suas peças de Lego para construir uma máquina que classifique automaticamente o resto das peças para você.

Não é a primeira vez que o Lego é usado para construir uma engenhoca como essa. Mas todas as tentativas anteriores exigiram algum nível de pré-classificação e são muito limitadas quando se trata de categorizar as peças e colocá-las em caixas separadas. A máquina de West foi projetada com um mecanismo complexo que suporta 18 caixas e categorias diferentes de peças, mas seus recursos gerais permitem que elas sejam classificadas em milhares de categorias e caixas – supondo que alguém tenha peças suficientes para construir um dispositivo desses.

West estima que foram necessárias cerca de 10.000 peças de Lego para construir seu classificador, incluindo seis motores Lego, além de alguns outros componentes não-Lego, como servomotores, um Raspberry Pi, iluminação para a câmera e um laptop que alimenta a rede neural convolucional que identifica cada peça. Fazer com que a máquina aceite pilhas de peças, mas eventualmente apresente apenas um de cada vez à câmera, foi um grande desafio que West resolveu com um par de placas vibratórias que garante que as peças passem individualmente. A máquina em si levou seis meses para ser construída, mas a rede neural e o software por trás dela levaram dois anos e meio para serem aperfeiçoados.

Para treinar a rede neural para reconhecer as imagens de cada parte capturada pela câmera de vídeo do classificador, West precisava acessar um banco de dados de imagens de todas as peças que a Lego já produziu. Isso não é algo que a Lego compartilha prontamente com o público, e é impossível West ter encontrado e fotografado todas essas peças por conta própria. Sua solução foi confiar nas imagens geradas em 3D daquelas partes que os bancos de dados online, como LDraw.org e Rebrickable, criaram ao longo dos anos.

Fazer com que o software de reconhecimento de imagem combinasse a foto de uma peça tirada com iluminação regular em uma esteira em movimento feita de Lego a uma renderização 3D primitiva da mesma peça é praticamente impossível; as diferenças sutis seriam completamente confusas. Mas foi aí que a rede neural convolucional entrou em ação, ela aprendeu a combinar renderizações 3D de peças de Lego às fotos da coisa real e a uma velocidade que permite que a máquina de West processe aproximadamente duas peças a cada segundo.

Além de documentar detalhadamente a sua criação e tudo o que aprendeu no processo, West planeja escrever um artigo acadêmico sobre ela. O que ele não tem intenção de fazer é dar instruções para que os fãs de Lego construam seus próprios. Ele pode lançar o software de graça, mas vai deixar a máquina classificadora para a engenhosidade de outros entusiastas de Lego que terão que criar seus próprios mecanismos.

The post Máquina feita de Lego usa rede neural para classificar peças de Lego appeared first on Gizmodo Brasil.

Steam adia aprovação de jogos sobre protestos de Hong Kong

Posted: 09 Dec 2019 05:35 AM PST

Captura de tela do jogo Liberate Hong Kong

No ano passado, a Valve anunciou que aprovaria praticamente qualquer game em sua plataforma Steam, contanto que os jogos não fossem ilegais ou “trollagens claras”. Porém, desenvolvedores ativistas de Hong Kong perceberam que, talvez, essas não sejam as únicas condições.

Dois grupos de desenvolvedores que tentaram lançar seus games inspirados nos protestos pró-democracia de Hong Kong na Steam estão com dificuldades de obter a aprovação e explicações sobre o processo de revisão da plataforma.

Em um dos jogos, chamado Liberate Hong Kong, os jogadores saem às ruas vestidos com roupas pretas, capacetes e máscaras de gás e tentam se esquivar do gás lacrimogêneo e das balas de borracha da polícia.

Os desenvolvedores enviaram o game à Steam no dia 18 de outubro e até agora não obtiveram nenhuma resposta. De acordo com o site da plataforma, geralmente o processo de revisão demora de três a cinco dias – depois desse período, os criadores ficam sabendo se o game será publicado na plataforma ou se precisam fazer algum ajuste.

A equipe que criou o game disse ao Gizmodo que não recebeu nenhum retorno da Steam até agora, apesar de já terem perguntado sobre o status da aprovação em 30 de outubro e 26 de novembro.

“Entendemos que a Steam esteja preocupada com a perda de mercado da China”, disse Tom Chan, um dos desenvolvedores, ao Gizmodo. “Só esperamos que possam nos comunicar sobre o status do jogo”.

Numa carta aberta à Steam, a equipe do Liberate Hong Kong escreveu que “está profundamente preocupada com esta situação e gostaria de obter uma explicação pormenorizada do processo de revisão.”

A carta acrescenta que “houve múltiplos casos de censura política contra conteúdos em relação aos manifestantes de Hong Kong desde o movimento contrário à lei de extradição, e não seria surpresa para as pessoas do mundo livre se este fosse mais um caso de censura para manter boas relações com um certo regime opressor que suprime a democracia, a liberdade e os direitos humanos.”

Os desenvolvedores de outro jogo inspirado pelos protestos de Hong Kong também estão frustrados com a Steam.

Karma é um romance visual distópico inspirado na “tristeza e sofrimento em Hong Kong”, segundo seu site. Os desenvolvedores dizem que o jogo que foi submetido à revisão da Steam no dia 6 de outubro e, após correções de bug, reenviado no dia 4 de novembro.

A mensagem da Steam, que foi lida pelo Gizmodo, mostra que a plataforma respondeu às perguntas do desenvolvedor dizendo que a revisão estava levando mais tempo do que o habitual devido ao “conteúdo controverso e potencialmente ilegal” do jogo.

Se a Valve está adiando a aprovação desses jogos, não seria a única empresa a tomar decisões controversas relacionadas aos protestos de Hong Kong. Em outubro, a principal desenvolvedora de jogos dos EUA, a Blizzard, suspendeu um jogador profissional de Hearthstone depois que ele deu uma declaração de apoio aos manifestantes de Hong Kong.

Dias antes, a NBA se envolveu em uma controvérsia semelhante, após o gerente geral do Houston Rockets tuitar seu apoio ao movimento pró-democracia.

A China voltou a conceder licenças para jogos em abril deste ano, após reguladores suspenderem a aprovação de novos games em março de 2018. Por lá, todos os videogames devem ser aprovados por censores.

Alguns meses depois de a espera de licenças ser zerada, a Valve fez parceria com uma empresa chinesa para lançar uma versão da Steam na região.

A Valve não respondeu ao pedido de comentários do Gizmodo sobre o status de aprovação dos jogos Liberate Hong Kong e Karma. Perguntamos sobre o processo de aprovação atrasado e o que significava dizer aos desenvolvedores que os conteúdos são “potencialmente ilegais.”

De acordo com o site do Karma, toda a receita do jogo nos primeiros seis meses será doada ao movimento pró-democracia de Hong Kong.

Arte Lee, um dos membros da equipe do Karma, disse ao Gizmodo que os desenvolvedores estão “muito decepcionados” com a Steam, já que a plataforma hospeda muitos outros jogos políticos que se relacionam diretamente com pessoas e eventos reais, enquanto Karma é um jogo fictício sobre um futuro distópico.

“Parece que eles se importam mais com o dinheiro do que com a liberdade da criatividade artística”, disse Lee em uma mensagem, pontuada com um emoji triste.

The post Steam adia aprovação de jogos sobre protestos de Hong Kong appeared first on Gizmodo Brasil.

As redes sociais não estão nem próximas de consertar o problemas de robôs, diz relatório

Posted: 09 Dec 2019 04:09 AM PST

Mark Zuckerberg durante evento F8

Pesquisadores do Centro de Excelência em Comunicações Estratégicas da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) divulgaram um relatório na última semana mostrando que — finja surpresa! — continua sendo muito fácil comprar seguidores e engajamento em plataformas de mídias sociais, como Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.

Os especialistas informaram que testaram o preparo de quatro plataformas comprando o engajamento em 105 postagens separadas nos quatro sites, usando 16 "provedores de serviços de manipulação de mídia social" (11 deles russos e os outros cinco operavam fora da Europa). Por apenas 300 euros (cerca de R$ 1.380), a equipe conseguiu atrair 3.530 comentários, 25.750 curtidas, 20 mil visualizações e 5.100 seguidores — no processo de identificação de 18.739 contas "usadas para manipular plataformas de mídia social".

A equipe também descobriu que quatro semanas depois, cerca de 80% dos engajamentos não autênticos que haviam comprado ainda estavam disponível online. Eles também relataram uma amostra das quase 19.000 contas envolvidas em manipulações, descobrindo que cerca de 95% permaneceram online após três semanas.

O centro aconselha a OTAN e conta com o nome da organização em seu nome, porém ele opera de forma independente da aliança militar, segundo o New York Times. Embora a maioria dos testes tenha sido executado em contas criadas para o experimento, eles também impulsionaram algumas postagens de contas verificadas, como a da comissária antitruste da União Europeia, Margrethe Vestager, e da comissária da justiça, Vera Jourova, — mas apenas aquelas que tinham pelo menos seis meses de idade e transmitiam sentimentos apolíticos para evitar ter um impacto em conversas reais. Segundo o estudo, parecia não haver mecanismos para policiar melhor as contas verificadas do que as artificiais.

O relatório afirma que longe de ser um "submundo sombrio", a manipulação de mídia social é um "mercado acessível a maioria dos usuários da web e que pode ser achado sem esforço por qualquer mecanismo de pesquisa". Em muitos casos, as empresas envolvidas nesse trabalho anunciavam abertamente a compra de produtos falsificados nas próprias plataformas.

Os resultados foram entregues em menos de um dia, com exceção do Twitter, que às vezes levava dois dias. O Twitter removeu aproximadamente metade das curtidas e retuítes comprados no período do estudo, enquanto o Facebook provou ser o melhor em identificar contas não autênticas, mas não em remover conteúdo. O Instagram e o YouTube ficaram para trás, com o YouTube removendo nenhuma das 100 contas relatadas sem nenhuma explicação. No entanto, o YouTube foi a rede mais cara para se adquirir engajamento, o que talvez não seja surpreendente, considerando que as visualizações de vídeo no site podem se traduzir diretamente em receita publicitária.

Os resultados são especialmente preocupantes, uma vez que 2020 é um grande ano eleitoral nos EUA, onde o impacto exato das campanhas de desinformação nas mídias sociais ainda não foi totalmente esclarecido. Eles também indicam que, apesar das garantias, as empresas de tecnologia estão fazendo um péssimo trabalho para impedir ações automatizadas nas redes sociais.

"Avaliamos que o Facebook, Instagram, Twitter e YouTube ainda não conseguem combater adequadamente o comportamento não autêntico em suas plataformas", escreveram os autores Sebastian Bay e Rolf Fredheim no relatório. "A auto-regulação não está funcionando. A indústria de manipulação está crescendo ano a no. Não vemos Sinai de que esteja se tornando substancialmente mais caro ou mais difícil realizar uma manipulação generalizada das mídias sociais".

"Dado o baixo número de contas removidas, é claro que as empresas de mídia social ainda estão lutando para remover contas utilizadas em manipulações, mesmo quando elas são relatadas a elas", concluíram os pesquisadores. "…mesmo que o mercado seja um pouco caótico, ele funciona razoavelmente bem e a maioria dos pedidos é entregue em tempo hábil e preciso. A manipulação de mídia social permanece amplamente disponível, barata e eficiente".

"Passamos tanto tempo pensando em como regular as empresas de mídia social — mas não tanto em como regular o setor de manipulação de mídia social", disse o pesquisador Sebastian Bay ao New York Times. "Precisamos considerar se isso é algo que deve ser permitido, mas, talvez estar muito ciente de que isso é tão amplamente disponível".

"O engajamento falso — gerado por contas automatizadas ou reais — pode distorcer a popularidade percebida de um candidato ou problema", acrescentou a pesquisadora Samantha Bradshaw, do Oxford Internet Institute, no relatório. "Se estas estratégias estão sendo usadas para ampliar desinformação, conspiração e intolerância, as redes sociais poderão exagerar a polarização e a desconfiança que existem na sociedade".

Especialistas disseram ao Gizmodo em 2018 que é praticamente impossível quantificar quantos usuários de mídias sociais são usuários mesmo ou bots, embora todos concordem que a porcentagem provavelmente esteja abaixo de dois dígitos.

Empresas especializadas em monetizar esses exércitos de bots operam em grande parte em uma zona segura legal, embora isso esteja mudando.

No início desse ano, o escritório da Procuradoria Geral de Nova York anunciou um acordo com a Devumi LLD, uma "fábrica de seguidores" criticada por um artigo de 2018, no que caracterizou como a primeira descoberta por uma agência policial que "vendia mídias sociais falsas, engajamento e o uso de identidades roubadas para participar de atividades online são ilegais. "O órgão disse que as atividades da empresa violavam as leis existentes que proíbem fraudes, propaganda enganosa, proteção ao consumidor e (quando esses bots usavam fotos de pessoas reais) roubo de identidade.

The post As redes sociais não estão nem próximas de consertar o problemas de robôs, diz relatório appeared first on Gizmodo Brasil.

O que vai acontecer com o bitcoin?

Posted: 09 Dec 2019 03:32 AM PST

Ilustração de moeda com símbolo do bitcoin sendo jogada para o alto

Desde o seu começo em 2009, o bitcoin fez e destruiu fortunas, ajudou a vender drogas e livros sobre criptomoeda, resistiu a milhões de piadas e a muitas previsões de colapso iminente, e — através um processo pouco transparente para a maioria das pessoas, inclusive eu — chegou a um ponto em que, até o momento em que este artigo foi escrito, cerca de dez unidades poderiam comprar uma casa de tamanho decente, assumindo que seu corretor de imóveis aceite criptomoedas.

O que vem em seguida? Será que tudo vai desmoronar ou ele sobreviverá até a próxima década? Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos vários especialistas para ter uma noção do futuro do bitcoin.

Sabrina T. Howell

Professora Assistente de Finanças da NYU Stern School of Business e NBER

O bitcoin representa um divisor de águas no desenvolvimento de ativos digitais: foi a primeira moeda descentralizada que conseguiu evitar trapaças (geralmente chamada de problema do “gasto duplo”), codificar regras para criar um nova moeda e incentivar participantes ("mineradores") a manter e proteger o registro histórico de transações. Esta é uma inovação na manutenção de registros que não se refere a nenhuma moeda única — e agora existem milhares de criptomoedas. Trata-se da tecnologia subjacente, o blockchain, que é descentralizada e resistente a violações.

Minha resposta para “O que vai acontecer com o bitcoin?” é que eu não tenho ideia. O bitcoin enfrenta muitos desafios para o uso generalizado, incluindo o fato de que ele pode lidar com apenas 7 transações por segundo, enquanto a Visa pode lidar com 10.000. No entanto, se os principais mineradores adotarem uma atualização de protocolo que permita volumes mais altos, não é impossível que o bitcoin se torne muito mais usado. Hoje é principalmente um ativo especulativo, uma ferramenta para lavagem de dinheiro e uma moeda de último recurso para pessoas em países com moedas muito mal gerenciadas, como a Venezuela.

O quadro geral é que o blockchain afetará todos os setores que dependem de dados seguros transacionados entre muitos participantes, que são basicamente todos os setores. Ainda esse ano, os fornecedores de hortaliças do Walmart deverão usar o blockchain da IBM construído para a logística da cadeia de suprimentos. Isso não é por acaso, já que as hortaliças costumam ser foco de doenças transmitidas por alimentos, o que gera muitos custos. Quando cada encomenda está no blockchain, os gerentes poderão rastrear o problema até a fazenda em segundos, em vez de semanas, e descartar apenas os pacotes de lá que tiverem problemas. Acredito que os serviços de saúde, serviços financeiros e imóveis também verão seus dados migrarem para blockchains.

"O bitcoin enfrenta muitos desafios para o uso generalizado, incluindo o fato de que ele pode lidar com apenas 7 transações por segundo, enquanto a Visa pode lidar com 10.000. No entanto, se os principais mineradores adotarem uma atualização de protocolo que permita volumes mais altos, não é impossível que o bitcoin se torne muito mais usado."

Garrick Hileman

Chefe de Pesquisa da Blockchain e Pesquisador da London School of Economics

O bitcoin tem pouco mais de 10 anos, mas já atraiu dezenas de milhões de usuários e está crescendo mais rápido que a internet e os computadores pessoais. Olhando para o futuro, existem vários agentes poderosos por trás do crescimento do bitcoin e de outros criptoativos.

Hoje, os proprietários de stablecoins podem ganhar 10% de juros anuais em suas economias por meio de várias plataformas Open Finance ou DeFi (financiamento descentralizado). Isso é muito superior às taxas de minimis ou mesmo taxas negativas oferecidas em muitos bancos tradicionais. O desenvolvimento de tecnologias descentralizadas da Web 3.0 e o trabalho de reprojetar a internet em torno da infraestrutura blockchain, de uma maneira que ela carregue por definição a característica de "não poder ser má", é outro fator a longo prazo do crescimento dos criptoativos.

No curto prazo, com nossa atual instabilidade financeira, comercial e política, o catalisador mais poderoso para a adoção contínua de ativos de criptografia é o papel do bitcoin como um 'ativo tangível'. De fato, a oferta inelástica e finita faz do bitcoin um dos ativos mais tangíveis da história. Essa qualidade tem sido um fator importante na valorização de 3x que a criptomoeda teve este ano, após as disputas comerciais EUA-China, desafios à independência do banco central, Brexit e outras turbulências políticas europeias, e o retorno da instabilidade financeira à Argentina e outros mercados emergentes.

"No curto prazo, com nossa atual instabilidade financeira, comercial e política, o catalisador mais poderoso para a adoção contínua de criptoativos é o papel do bitcoin como um 'ativo tangível'."

James Grimmelman

Professor de Direito na Cornell Tech, cuja pesquisa se concentra em como as leis que regulam o software afetam a liberdade, a riqueza e o poder.

O bitcoin se tornará bitcoins, no plural. Haverá forks e fragmentação. Parte disso virá de profundas divergências sobre decisões técnicas. Parte disso será uma drama político vindo de dentro da comunidade, alimentado por acusações de cartéis secretos de mineração, identidades secretas e conspirações secretas. E parte disso será impulsionado pelas pressões regulatórias dos governos de todo o mundo. Os humanos nunca foram muito bons em chegar a um consenso, nem mesmo com a ajuda da criptografia.

Linda Schilling

Professora Assistente de Economia Financeira da École Polytechnique CREST

No curto e no longo prazo, o bitcoin precisa enfrentar seus concorrentes. A competição vem de dentro do grupo de criptomoedas e de moedas nacionais. A longo prazo, o bitcoin como produto precisa fornecer uma vantagem sobre outras moedas existentes, algum recurso que o torne único.

O bitcoin se vende como um veículo para realizar pagamentos anônimos sem envolver uma observação confiável de terceiros. Para pagar anonimamente via euro, em contrapartida, você precisa entregar as notas de euro pessoalmente. Ou então, alguma outra pessoa precisa fazê-lo no seu lugar, alguém em quem você confie e não pegue seu dinheiro e saia correndo. Curiosamente, a popularidade das criptomoedas levou alguns bancos centrais a restringirem ainda mais os serviços fornecidos por seus produtos. O abandono do dinheiro em favor de uma moeda digital do banco central implica que os pagamentos anônimos com a moeda nacional serão impossíveis por completo, criando outro nicho para as criptomoedas preencherem. O futuro dos bitcoins pode, portanto, depender da avaliação da privacidade das pessoas e da capacidade dos bitcoins possibilitarem pagamentos anônimos de forma confiável em uma escala potencialmente grande, de maneira rápida e barata.

"O abandono do dinheiro em favor de uma moeda digital do banco central implica que os pagamentos anônimos com moeda nacional serão impossíveis por completo, criando outro nicho para as criptomoedas preencherem."

Steven Goldfeder

Pesquisador de pós-doutorado na Cornell Tech/IC3, co-fundador da Offchain Labs e co-autor de bitcoin and Cryptocurrency Technologies

A tecnologia principal do bitcoin é revolucionária, e você pode esperar que o bitcoin e outros projetos de blockchain continuem existindo. Mas se o bitcoin continuará sendo a criptomoeda dominante do futuro ou será destronado por outro projeto depende muito de como seus concorrentes amadurecem e de como a comunidade bitcoin, por sua vez, irá responder.

Apesar de seus muitos pontos fortes, o bitcoin tem várias deficiências que outras criptomoedas procuram resolver. Para citar alguns: os contratos inteligentes da ethereum expandem em muito as possibilidades de criação de poderosos aplicativos descentralizados. As transações privadas do zcash oferecem uma enorme melhoria sobre a natureza totalmente pública do histórico de transações do bitcoin. E as mais de mil transações por segundo de vários outros projetos é muito maior que a capacidade do bitcoin (estimada em menos de dez transações por segundo).

Atualmente, esses projetos concorrentes estão em estágios relativamente iniciais e ainda precisam provar que podem oferecer suas respectivas visões em maior escala sem comprometer a segurança. Mas com o passar do tempo, eles sem dúvida amadurecerão. E, quando isso acontecer, caberá à comunidade bitcoin incorporar essas novas tecnologias — algo que a comunidade até agora tem sido lenta ou relutante em fazer — para manter o domínio dessa moeda digital.

Embora o bitcoin tenha sido bastante revolucionário em 2009, em 2019 outros projetos estão avançando e fazendo melhorias inovadoras em relação ao design original. E, para que ele mantenha seu domínio em 2029, precisará estar aberto a incorporar algumas dessas inovações mais recentes à medida que amadurecem.

"Embora o bitcoin tenha sido bastante revolucionário em 2009, em 2019 outros projetos estão avançando e fazendo melhorias inovadoras em relação ao design original do bitcoin."

Ghassan Karame

Líder do Grupo de Pesquisa de Segurança, NEC Labs e autor de Bitcoin and Blockchain Security

É claramente difícil prever como será o futuro do bitcoin. Muitos fizeram este exercício por diversão (e lucro), e suas tentativas não foram necessariamente bem-sucedidas. Entretanto, qualquer previsão desse tipo deve considerar os seguintes aspectos: a maior conscientização dos usuários, os planos dos reguladores, a posição dos pools de mineração e os avanços da tecnologia de consenso.

Com o passar do tempo, mais usuários (que não são mineradores) parecem estar mais conscientes dos conceitos/problemas intrínsecos ao bitcoin. Embora a empolgação não tenha desaparecido completamente, os usuários parecem perceber que (1) os custos de efetuar pagamentos com a moeda digital, no final das contas, não são tão baixos, (2) o mecanismo do bitcoin (Prova de Trabalho) consome mais energia do que o esperado, (3) suas transações não são tão privadas e podem ser vinculadas ao seu perfil (camada de rede e associação baseada em comportamento) e (4) não são tão descentralizados quanto desejado (poucos pools de mineração controlam o poder da computação).

Paralelamente, os reguladores também estão se tornando cada vez mais conscientes de que (1) o bitcoin não é tão privado quanto eles inicialmente temiam e muitos criminosos deixam um rastro que não é tão fácil de apagar e (2) não é impossível regular o bitcoin como pensado inicialmente.

Os pools de mineração continuarão movimentando o bitcoin enquanto continuar sendo um negócio lucrativo. Enquanto isso continuar acontecendo, os pools podem estar dispostos a resistir à pressão dos reguladores, podem até cooperar com as legislações tributárias nacionais e podem até concordar com uma estrutura que regule o envolvimento deles.

Finalmente, a própria tecnologia pode amadurecer e podemos ver o nascimento de uma eventual tecnologia de consenso que não favorece o pool e pode substituir com eficiência a Prova de Trabalho. A tendência é que isso adicione pressão considerável sobre os pools de mineração, mas não deve afetar consideravelmente a posição dos usuários/reguladores.

Resumindo, o bitcoin parece já ter passado por uma fase difícil (adoção/resistência à pressão). Não parece haver nenhuma ameaça considerável para ele que mudaria a situação atual no curto prazo. A longo prazo, se continuar resistindo a quaisquer mudanças drásticas, apesar de todos os aspectos mencionados, corre o risco de ser simplesmente ter seu lugar tomado por um sistema mais jovem, que agrade melhor o apetite de todos os envolvidos.

The post O que vai acontecer com o bitcoin? appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário