sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Gizmodo Brasil

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Recurso de rastreamento ocular do Windows permite que portadores de ELA utilizem computadores

Posted: 16 Jan 2020 02:00 PM PST

Dorivaldo Fracaroli tinha 48 anos quando foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em 2009. A doença degenerativa afeta o sistema nervoso, fazendo com que o paciente perca seus movimentos aos poucos, restando apenas tratamentos com efeito paliativo para retardar seu progresso.

Passaram-se alguns anos até que Fracaroli visse seu movimento limitado apenas ao piscar dos olhos. Seu desejo era ter um dispositivo como o de Stephen Hawking, também portador de ELA, para trabalhar e se comunicar. Após escrever o livro Ipê "DO" Amarelo, em parceria com a fonoaudióloga Maria José Oliveira, sobre a sua história de vida, ele conseguiu arrecadar dinheiro com as vendas para comprar a máquina Tobii Dynavox PCEYe Mini em 2017. Trata-se de um rastreador ocular que, ao ser conectado a um dispositivo com Windows, permite que o usuário utilize seus olhos como mouse ou teclado.

Segundo a Microsoft, o recurso de interpretação do movimento dos olhos utilizado por Dorivaldo surgiu em um hackathon. Steve Gleason, ex-jogador da NFL e também portador de ELA, havia mandado um e-mail para a Microsoft pedindo para que os participantes do evento criassem uma tecnologia para auxiliar em sua comunicação com a esposa e para que ele pudesse mover a cadeira de rodas sozinho. O projeto Eye Gaze foi o ganhador do hackathon 2014.

Após três anos, a ideia se expandiu e a empresa decidiu incluir um suporte integrado ao rastreamento dos olhos e o recurso Controle pelo Olhar no Windows 10. Já em junho do ano passado, a Microsoft lançou os jogos Tile Slide, Match Two, Double Up e Maze que podem ser jogados utilizando o rastreamento ocular do Windows 10.

Além de oferecer a tecnologia, a Microsoft diz que também investiu US$ 1 milhão em recursos de computação em nuvem para a Fundação Answer ALS (“Resposta a ELA”) para auxiliar no trabalho de pesquisa sobre a doença — a instituição busca uma cura para a esclerose lateral amiotrófica,.

Com o novo aparelho, Fracaroli está trabalhando em seu segundo livro, que conta a história de Boraceia, sua cidade natal. Além de poder realizar pesquisas e coletar informações, ele diz que o equipamento permite que ele escreva uma página em poucas horas, sendo que antes, com uma tabela de papel, levava muitas horas para que uma pessoa pudesse transcrever apenas algumas de suas frases.

Fracaroli também criou um canal no YouTube, o Dorivaldo Fracaroli Receitas Naturais, em que é responsável pela edição e publicação dos vídeos que mostram algumas receitas feitas em sua casa.

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Os primeiros fones de ouvido sem fio da LG vêm com uma luz UV que mata bactérias

Posted: 16 Jan 2020 01:17 PM PST

Só no ano passado, vimos várias marcas renomadas anunciarem seus primeiros fones de ouvido sem fio, incluindo Microsoft, Google, Amazon e muito mais. E agora é a vez da LG entrar no jogo com seus novos earbuds Tone Free.

Ao preço de US$ 200 e já disponíveis nos EUA, eles podem ter se perdido um pouco no momento pós-CES, mas têm um recurso não encontrado em nenhum de seus concorrentes: uma luz UV desinfetante embutida no estojo de carregamento, projetada para matar bactérias, incluindo estafilococos e E. coli, o que pode protegê-lo de uma infecção desagradável. A LG afirma em seu site que realizou “testes independentes” em outubro que constataram que sua tecnologia UVnano reduziu as bactérias “na ponta do fone de ouvido mais próximo do canal auditivo”.

Os fones devem durar cerca de seis horas com uma única carga, com outras 21 horas de bateria armazenadas no estojo de carregamento que vem incluso, o que deve ser suficiente para mais de três cargas adicionais completas, de acordo com a LG.

E, como muitos concorrentes, o Tone Free possui um painel lateral sensível ao toque que permite pular músicas, ajustar o volume e até ativar o Assistente do Google com alguns gestos simples. Eles também possuem uma classificação IPX4 para resistência à água — portanto, devem resistir à chuva e à academia.

Infelizmente, o Tone Free vem apenas com dois pares extras de pontas para os ouvidos — usar a luz UV para matar bactérias é bom, mas apenas uma parte da tentativa de manter os fones de ouvido realmente limpos. Foto: LG

E quanto ao áudio, o Tone Free foi sintonizado pela Meridian para oferecer um som de alta qualidade sem distorção, além de apresentar um diafragma composto feito de vários materiais, incluindo metal e plástico, para garantir que as notas agudas e graves soem nítidas.

Curiosamente, a LG diz que o Tone Free é um fone de ouvido semiaberto, diferente de muitos outros fones de ouvido fechados, como o Galaxy Buds da Samsung, o Amazon Echo Buds e outros.

Infelizmente, o design semi-aberto do Tone Free significa que os botões da LG também não suportam o cancelamento de ruído ativo (ANC). Isso pode ser um problema para a LG, porque por cerca de US$ 200 ou US$ 250 você já começa a ver mais fones de ouvido de alta qualidade oferecendo ANC como o AirPods Pro de US$ 250 da Apple.

Para quando você ficar com pouca bateria, o Tone Free suporta o carregamento rápido, que deve proporcionar aos fones de ouvido uma hora extra de reprodução de música após apenas cinco minutos de carregamento. Além disso, uma detecção de ouvido automática permite que os fones pausem sozinhos quando você os tira, o que facilita a sua vida e ajuda a prolongar a duração da bateria ao mesmo tempo.

Foto: LG

No geral, tenho que dar crédito à LG por aprimorar a categoria com o benefício da luz UV — um recurso que nenhuma outra empresa realmente oferece. Mesmo assim, temo que o Tone Free possa ficar preso em um lugar difícil, entre fones de ouvido mais acessíveis sem ANC e fones de ouvido mais caros e sofisticados que suportam o ANC, como o AirPods Pro e o WF-1000XM3 da Sony.

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Novos modelos climáticos mostram que nuvens podem afetar previsão de aquecimento global

Posted: 16 Jan 2020 12:24 PM PST

Os últimos modelos climáticos dos cientistas mostram que o mundo pode aquecer ainda mais do que pensávamos.

Em um novo estudo publicado em Geophysical Research Letters, pesquisadores examinaram a sensibilidade de mais de duas dúzias de novos modelos climáticos. Se os modelos estiverem certos, as metas estabelecidas no Acordo Climático de Paris para limitar o aquecimento global podem estar fora de alcance.

A sensibilidade climática é uma das métricas mais importantes dos modelos. Os pesquisadores a estudam não modelando cenários de emissões da vida real, mas examinando o quanto o planeta teoricamente aqueceria se as emissões dobrassem.

Em média, os novos modelos mostraram um aquecimento da Terra superior aos modelos anteriores em cerca de 0,5 graus Celsius. Muitos dos modelos mostraram que se as emissões dobrarem, o aquecimento excederá 4,5 graus Celsius.

Os pesquisadores descobriram que a principal razão para esse enorme aumento no aquecimento pode ser devido a mudanças na modelagem de nuvens, tipicamente a parte mais complicada da modelagem climática como um todo, dada a sua natureza efêmera e tamanho relativamente pequeno na atmosfera.

No entanto, as nuvens desempenham um papel importante na regulação do clima e podem tanto resfriar como aquecer a Terra, dependendo do tipo de nuvem e da latitude. E o aquecimento global pode afetar as nuvens de diferentes formas. As nuvens de latitude média podem realmente mudar de forma benéfica.

“Espera-se que as nuvens de latitude média e alta se tornem ‘mais suculentas’ e, portanto, mais luminosas com o aquecimento, pois uma atmosfera mais quente significa que mais umidade está disponível para condensar na água das nuvens e que as nuvens de gelo transitarão para nuvens líquidas mais brilhantes”, disse Mark Zelinka, especialista em clima do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, em um e-mail para o Gizmodo.

Isso é bom para o aquecimento global, disse ele, porque “uma nuvem mais brilhante reflete mais luz solar de volta ao espaço – mais protetor solar”.

Mas Zelhenka disse que em novos modelos climáticos, esse efeito não é tão poderoso para o resfriamento da Terra como os cientistas pensavam. Ao mesmo tempo, os modelos também prevêem que a Terra terá menos e mais finas nuvens de baixo nível, particularmente no Hemisfério Sul, nas partes de latitude média.

Nuvens espessas e fofas de baixo nível na atmosfera ajudam a bloquear a luz solar da Terra e a protegê-la de algum aquecimento, portanto, perder a cobertura das nuvens significa perder essa proteção.

“Menos delas significa menos protetor solar”, disse Zelinka.

Para piorar a situação, espera-se que as nuvens mais altas da atmosfera subam ainda mais alto. “Este é um feedback positivo e amplificador do aquecimento global porque limita fortemente a capacidade da Terra de irradiar calor para o espaço à medida que aquece (como se seu corpo de alguma forma não pudesse suar enquanto se exercita)”, disse Zelinka.

As descobertas são preocupantes. Mas para saber o quanto precisamos nos preocupar, os pesquisadores precisarão examiná-las mais a fundo. Isso inclui fazer mais experiências para ver quais modelos climáticos têm nuvens mais parecidas com as do mundo real.

“Esses últimos modelos altamente sensíveis são muito sofisticados e de alta tecnologia”, disse Tim Myers, co-autor do artigo, em um comunicado. “Nós os levamos a sério, mas também precisamos examiná-los de perto para descobrir se as suas previsões são plausíveis”.

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O FBI simplesmente conseguiu desbloquear um iPhone 11 Pro no ano passado

Posted: 16 Jan 2020 11:31 AM PST

iPhone 11 Pro

As autoridades norte-americanas pediram publicamente para a Apple ajudar a desbloquear a segurança de dois iPhones pertencentes a Mohammed Saeed Alshamrani, um cidadão saudita que atirou contra pessoas na base naval de Pensacola, na Flórida (EUA). No entanto, uma reportagem da Forbes descobriu que o FBI recentemente conseguiu desbloquear um smartphone da Apple sem a ajuda da empresa da maçã.

De acordo com a reportagem, investigadores do FBI de Ohio usaram um aparelho chamado GrayKey para desbloquear um iPhone 11 Pro Max. No caso, o aparelho pertencia a um suspeito chamado Baris Ali Koch, que supostamente ajudou o irmão condenado a deixar os Estados Unidos com seus documentos.

O site norte-americano confirmou com o advogado de Koch a informação de que o FBI conseguiu ter acesso ao seu dispositivo, e que seu cliente não cedeu em nenhum momento senha ou o seu rosto para desbloqueio.

Detalhe: tudo isso ocorreu eu outubro de 2019, e o tiroteio da base naval de Flórida foi em dezembro de 2019. Sem contar que os aparelhos do atirador de Pensacola são um iPhone 5 e iPhone 7 — portanto, modelos que, em tese, também poderiam ser desbloqueados pela ferramenta. Um possível problema enfrentado pelo FBI no processo é que os dispositivos foram atingidos por balas de revólver. Porém, a polícia diz ter recuperado os aparelhos.

Seja como for, as autoridades pediram ajuda, fazendo até que o presidente Donald Trump se pronunciasse, e a Apple cedeu aquilo que ela tinha, no caso alguns dados do iCloud. Porém, nada de ajuda para desbloquear os iPhones.

Em um comunicado enviado ao Gizmodo US, a Apple diz o seguinte:

“Sempre defendemos que não existe isso de backdoor [porta de entrada] apenas para os caras do bem. Backdoors também podem ser exploradas por aqueles que ameaçam nossa segurança nacional e a segurança de dados de nossos consumidores. Hoje, as autoridades têm mais acesso a dados do que nunca, portanto, os americanos não precisam escolher entre enfraquecer a criptografia e resolver investigações. Consideramos fortemente que a criptografia é vital para proteger nosso país e os dados de nossos usuários”

Qual é a do GrayKey?

O GrayKey já é um velho conhecido das autoridades norte-americanas. Falamos dele pela primeira vez em 2018 em meio à discussão sobre o desbloqueio dos atiradores de San Bernardino, nos EUA. No fundo, ele é uma espécie de caixinha com saídas de cabos Lightning, que consegue descobrir o código de desbloqueio do iPhone em duas horas, embora possa demorar até três dias em casos de senhas maiores.

Caixinha GrayKeyA caixinha GrayKey. Crédito: Malwarebytes

Depois de quebrar a senha, a caixa pode ser usada para baixar o conteúdo de um dispositivo ou para analisar e descriptografar o keychain do dispositivo.

Tela com senha de iPhone após ser submetido ao GrayKeyTela com senha de iPhone após ser submetido ao GrayKey. Crédito: Malwarebytes

Após toda a repercussão sobre o funcionamento do item, ficamos sabendo que a Apple planejava introduzir uma nova medida de segurança via iOS que bloqueava o acesso de dados via USB uma hora após o celular ter sua tela bloqueada. A medida, em tese, tornaria o iPhone uma caixa preta. No entanto, parece que os desenvolvedores da GrayKey já conseguiram superar isso.

De qualquer jeito, parece que as autoridades dos EUA estão querendo mesmo é que a Apple facilite as coisas e forneça uma espécie de "porta de entrada" para acessar os iPhones de suspeitos. Do lado da empresa da maçã, eles continuam dizendo que se abrir uma brecha para o governo, pessoas mal-intencionadas também vão descobrir. Então, a companhia deve lutar na justiça o quanto puder para manter os aparelhos seguros.

[Forbes via MacRumors]

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Infecção por vermes deixou homem com testículo duro feito pedra

Posted: 16 Jan 2020 10:09 AM PST

Fotomicrografia de Brugia malayi em forma larval, uma das várias lombrigas que podem causar filariose linfática

Não existe um lugar bom para ter um parasita no corpo, mas médicos na Índia disseram que um paciente deles de 80 anos desenvolveu um caso particularmente infeliz. A infecção por vermes do homem o deixou com o testículo direito maciço e inchado.

Segundo o relato, publicado no início do mês no BMJ Reports, o homem marcou uma consulta para reclamar de ter encontrado sangue na urina, um sinal comum de infecção no trato urinário. Porém, quando ele foi examinado fisicamente, os médicos descobriram que ele tinha um testículo direito "grosseiramente aumentado", enquanto o testículo esquerdo estava normal. Além disso, o testículo parecia "duro como uma pedra" durante o toque.

Testículo do homem com hidrocele. Crédito: Goel A, Kumar P, Jain M, et al, BMJ ReportsTestículo do homem com hidrocele. Crédito: Goel A, Kumar P, Jain M, et al, BMJ Reports

Após os médicos examinarem o paciente em uma tomografia computadorizada, eles constataram a presença de um saco cheio de líquido que não deveria estar lá. O tipo de saco que eles descobriram é chamado de hidrocele, que se forma quando o fluido se acumula em um revestimento fino que circunda um testículo. Aparece frequentemente em recém-nascidos, desaparecendo no momento em que completam um ano sem causar nenhum dano. Mas quando acontece em homens mais velhos, geralmente é devido a uma lesão local ou inflamação no escroto, geralmente causado por uma infecção.

Neste caso, os médicos suspeitavam que o homem havia sido contaminado por uma espécie de verme filarial, que são nematóides semelhantes a fios comumente encontrados em áreas mais quentes do mundo. Esses vermes chegam às pessoas como larvas por meio de picada de mosquito e, em seguida, migram para os gânglios linfáticos espalhados pelo corpo, incluindo a região próxima ao testículo.

A princípio, algumas vítimas podem experimentar pouco mais do que uma doença semelhante à gripe, enquanto a maioria não sentirá nada. Mas se uma infecção não for tratada, a larva produzida por vermes adultos pode bloquear importantes vasos linfáticos que desencadeiam crises de inchaço doloroso e tornam as pessoas mais vulneráveis a outras infecções. Se isso acontecer por tempo suficiente, o inchaço pode desfigurar permanentemente as partes afetadas do corpo, uma condição conhecida como elefantíase.

A filariose linfática, como é conhecida, infelizmente é endêmica na Índia. E em partes endêmicas do mundo, essas infecções são realmente a causa mais comum de hidrocele nos homens, de acordo com os autores do estudo de caso. Mas a "calcificação da casca do ovo" do testículo do homem é uma complicação extremamente rara, provavelmente o resultado de uma infecção muito longa dentro do saco, que causou a formação de cálcio ao redor dele.

Essas infecções são apenas um pouco tratáveis em áreas endêmicas. Os medicamentos atuais tomados anualmente podem matar a maioria dos vermes larvais produzidos por adultos, o que pode reduzir o risco de complicações e interromper o ciclo de transmissão das pessoas infectadas de volta aos mosquitos. Mas eles têm um efeito limitado em vermes adultos, que podem viver até oito anos no corpo. Outros tratamentos, como cirurgia, também são necessários para as complicações causadas por uma infecção crônica, incluindo a remoção da hidroceles.

Os autores não descrevem como o paciente foi tratado. Mas, seguindo as recomendações estabelecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), eles defendem que as pessoas que vivem em áreas de alto risco sejam tratadas com medicamentos anti-filariais anualmente, independentemente do status de infecção. Segundo a OMS, quase 900 milhões de pessoas em 49 países precisam de tratamento preventivo, enquanto 25 milhões de homens com a infecção tem hidrocele.

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Apple Archive é uma ode aos fãs da marca com comerciais e fotos desde a década de 1970

Posted: 16 Jan 2020 08:12 AM PST

Tela de abertura do Apple Archieve

Se um fanboy é uma pessoa que passa parte da sua vida defendendo e falando bem de uma marca, do que podemos chamar Sam Henri Gold, que acabou de lançar o Apple Archive, uma espécie de museu de tudo que a Apple já lançou?

Não sei o adjetivo apropriado, mas o que posso dizer com tranquilidade é que o Gold fez um excelente trabalho em catalogar comerciais da companhia, apresentações completas da empresa, imagens de divulgação de produtos descontinuados e até detalhes de produtos usando informações presentes no site ou em manuais impressos.

Óbvio que tudo feito por Gold não é oficial e muitos dos materiais podem ser encontrados pela internet. No entanto, o grande trunfo do Apple Archive é organizar tudo isso em um só local e com um boa busca.

Pessoalmente, fiz questão de dar uma olhada nos iMacs coloridos, que foram lançados em 2000 e eram objeto de desejo de um monte de gente — na época, estes eram os "computadores modernos da MTV". Também ficaram conhecidos como o "computador jogado na piscina em um clipe da Jennifer Lopez".

iMac colorido lançado em 2000

Também curti ver os comerciais conceituais da Apple. Nos anos 90, quando o lema da empresa era "Think Different", Steve Jobs narra um comercial em que começa dizendo "Here's to the crazy ones". O texto fala sobre os desajustados que pensam diferente e que acabam mudando o mundo, quer você goste ou não. Posteriormente, a narração deste comercial se tornou um clássico no "meio corporativo inovador".

Ao todo, segundo Gold informou ao 9to5Mac, ele reuniu 15 mil arquivos, totalizando um pouco menos de 1 TB ao todo.

A ideia é manter o Apple Archive atualizado conforme a empresa for lançando serviços e produtos. Que o site tenha vida longa e que a Apple não implique com o belo trabalho feito por Sam Henri Gold.

[9to5Mac]

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Fitbit quer diagnosticar sua apneia do sono e inicia testes nos EUA

Posted: 16 Jan 2020 07:53 AM PST

Se você acorda durante a noite sentindo que não consegue respirar direito, ou se levanta da cama todas as manhãs se perguntando por que dormiu muito mal, talvez o problema seja a apneia. O Brasil está entre os três países com maior número de casos de apneia – um estudo publicado pela revista The Lancet indica que existem no mundo quase 1 bilhão de pessoas com o problema, segundo o G1.

Apesar dos números, muita gente não sabe que sofre com isso. Um diagnóstico geralmente requer um estudo supervisionado do sono em uma clínica, o que a maioria das pessoas não podem ou conseguem fazer. Mas a Fitbit acha que em breve poderá ajudar a descobrir se as pessoas têm apneia do sono ao usar dados do seu pulso.

A empresa colocou sensores SpO2 em praticamente todos os rastreadores fitness e smartwatches que lançou nos últimos dois anos com o objetivo de diagnosticar distúrbios de sono, mas não disponibilizou esses dados aos usuários até agora.

Um novo gráfico de Variação Estimada de Oxigênio está aparecendo na versão americana do aplicativo Fitbit para quem tem o Versa 2, Versa, Versa Lite, o Charge 3 e o Ionic smartwatch.

Esses dados não chegam ao ponto de dizer que você tem apneia do sono, já que uma ferramenta como essa exigiria a liberação da Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, órgão equivalente à Anvisa), mas oferece uma visão geral dos seus níveis de oxigênio no sangue enquanto você dorme.

Grandes variações nesses níveis podem sinalizar que algo está acontecendo, e você provavelmente deveria procurar um médico.

Captura de tela: Fitbit

A Fitbit tem trabalhado no diagnóstico da apneia do sono há anos. Primeiro, a companhia adicionou um sensor SpO2 no smartwatch Ionic, lançado em 2017. Depois, lançou o Sleep Score Beta, uma pontuação calculada com base nos dados desse sensor.

Após a companhia ter sido adquirida pelo Google, muita gente se perguntou se os planos iriam mudar, mas parece que o projeto continua. A liberação desse recurso de Variação Estimada de Oxigênio pode ser um último teste antes de tentar a aprovação da FDA.

“A Fitbit continua coletando dados clínicos para testar e desenvolver recursos liberados pela FDA para a apneia do sono”, disse um porta-voz da Fitbit ao Gizmodo. “A expectativa é submeter o recurso para a liberação da FDA em breve e estamos mantendo um diálogo com a agência ao longo deste processo”.

O Fitbit tem concorrentes na cola. A fabricante Withings anunciou recentemente o ScanWatch, que oferecerá recursos de diagnóstico de fibrilação atrial e apneia do sono – a expectativa de lançamento é para o segundo trimestre deste ano (embora esse lançamento também dependa da liberação da FDA).

A Apple, em 2017, adquiriu o Beddit, que fabrica um sensor de rastreamento do sono, e há muito se diz que a companhia está trabalhando na medição dos níveis de oxigênio no sangue – uma função ainda não disponível no Apple Watch.

Num futuro não muito distante, parece que todos os smartwatches serão capazes de dizer o quão doente você está. Ou pelo menos se você dorme mal.

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Toxoplasmose faz com que ratos não temam tanto gatos

Posted: 16 Jan 2020 07:05 AM PST

A relação entre um parasita notório transmitido por gatos e os ratos que infecta pode ser mais complexa do que pensávamos, de acordo com uma nova pesquisa divulgada nesta semana. Ela sugere que os camundongos infectados com Toxoplasma gondii não têm apenas menos medo dos gatos – eles são mais relaxados em geral.

O Toxoplasma gondii, mais conhecido como toxoplasmose, ganhou muita atenção por sua forma de agir assustadora. O ciclo de vida típico do parasita unicelular começa em gatos, que evacuam ovos não desenvolvidos que acabam indo parar na água ou no solo. Se tudo correr bem, um infeliz roedor ingere esses ovos, que então amadurecem o suficiente para entrar nas células de seu novo hospedeiro, geralmente no tecido muscular ou cerebral. Eles então amadurecem ainda mais em uma forma resistente de cisto. Quando um gato é infectado ao comer um roedor hospedeiro, os parasitas atingem a idade adulta, se reproduzem e iniciam todo o processo novamente.

Mas o toxoplasma não se contenta em ser apenas um espectador passivo no jogo da vida. Quando infecta um hospedeiro roedor, o parasita pode influenciar sutilmente o comportamento do animal para fazer com que ele tenha menos medo da urina do gato, mostrou a pesquisa. Assim, o roedor tem maior probabilidade de se aventurar direto para as garras de um gato.

Embora não haja escassez de parasitas capazes de controlar a mente de seus hospedeiros, esses exemplos envolveram principalmente animais menores e menos complexos do ponto de vista neurológico, como insetos. E há ainda algumas evidências de que o toxoplasma pode afetar mentes humanas também. Os seres humanos não são hospedeiros naturais do toxoplasma, mas o parasita pode nos infectar e permanecer oculto em nossos corpos por longos períodos de tempo (é mais provável que você seja contaminado por comer carne de porco mal cozida do que por ter um gato).  Pelo menos alguns estudos têm sugerido que as pessoas com toxoplasmose são mais propensas a serem impulsivas ou desenvolverem doenças mentais como a esquizofrenia.

O novo estudo, publicado na terça-feira na Cell Reports, não entra no debate contencioso sobre os efeitos do toxoplasma no comportamento humano, mas põe em questão as suposições sobre como afeta os ratos.

Em uma série de experimentos com camundongos infectados com toxoplasmose, os autores encontraram evidências de muito mais mudanças comportamentais do que simplesmente amar xixi de gato. Os ratos infectados, por exemplo, estavam mais ansiosos para explorar novos ambientes ou passar mais tempo ao ar livre em comparação com os ratos de controle. E os camundongos infectados também estavam mais dispostos a cheirar a urina de vários animais sem medo, tanto de predadores, como linces, quanto de não predadores, como porquinhos da índia. Em outras palavras, os ratos não apenas se tornaram tolerantes com os gatos, mas também menos ansiosos.

“Por 20 anos, T. gondii serviu como exemplo de manual para uma manipulação adaptativa parasitária, principalmente por causa da especificidade dessa manipulação”, disse o autor do estudo Ivan Rodriguez, pesquisador em neurogenética da Universidade de Genebra, na Suíça, em um comunicado. “Agora mostramos que a alteração comportamental não afeta apenas o medo de predadores felinos, mas que grandes mudanças ocorrem no cérebro de camundongos infectados, afetando vários comportamentos e funções neurais em geral”.

Rodriguez e sua equipe também encontraram evidências de que essas alterações são causadas por uma inflamação no cérebro, e não por qualquer ação diretamente realizada pelo parasita . Isso é potencialmente importante, porque pode significar que o nível de infecção de um animal (ou seja, o número de cistos toxoacústicos e o local em que estão no cérebro) determinará como eles serão afetados.

Mas os autores alertam que suas descobertas não devem necessariamente ser aplicadas a infecções por toxoplasma em humanos. E mesmo que as pessoas possam ser afetadas mentalmente por esses parasitas, é quase certo que os efeitos sejam muito menos dramáticos do que o que vemos nos ratos.

“Esperamos que as pessoas entendam que não terão a ‘síndrome das velhinhas loucas por gatos’ se estiverem infectadas com T. gondii “, disse a autora do estudo Dominique Soldati-Favre, também pesquisadora da Universidade de Genebra. “Embora pareça que mudanças comportamentais sutis possam ocorrer em humanos, a inflamação no cérebro humano pode nunca atingir o mesmo nível que camundongos infectados em laboratório”.

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Facebook irá notificar quando apps de terceiros estiverem coletando dados

Posted: 16 Jan 2020 05:40 AM PST

Mesmo que você não use tanto o Facebook, é possível que utilize a conta para fazer logins em alguns outros aplicativos – só pela conveniência de não ter que criar uma conta completa e lembrar de uma nova senha. A partir de agora, a companhia vai oferecer mais detalhes sobre como essa ferramenta funciona.

Em um post no blog oficial da companhia anunciando a novidade de “Notificações de Login”, o engenheiro de software Puxuan Qi explicou que os usuários receberão notificações para lembrá-los que terceiros têm acesso a informações e que existem controles disponíveis para limitar a quantidade de dados pessoais que esses terceiros podem coletar. A notificação aparecerá como aviso no aplicativo e como um e-mail, todas as vezes que o usuário:

  • Fazer login em um aplicativo de terceiros com o Facebook Login e garantir ao app acesso a suas informações

ou

  • Re-utilizar o Facebook Login para entrar em um app de terceiros depois que o acesso a informações desse aplicativo tiver expirado.

Qi esclareceu que esses alertas dará aos usuários do Facebook um “caminho claro” para editar as configurações de compartilhamento de dados com apps de terceiros.

Um exemplo da notificação que os usuários vão receber. Captura de tela: Facebook

É uma novidade que abrange duas coisas simultaneamente. Primeiro, alivia a pressão de a companhia melhorar sua reputação quando se trata de privacidade.

Depois, serve como um lembrete de que o Facebook não é apenas aquela rede social azul, nem que é apenas suas subsidiárias como Instagram e WhatsApp. Em vez disso, o Facebook tem um papel importante na arquitetura básica da internet.

O botão de login do Facebook, por exemplo, é uma conveniência básica que faz parte de mais de 60 mil sites ao redor da web, de acordo com uma análise da Builtwith. Quando você começa a olhar para outras ferramentas, como o Facebook Pixel, esse número sobre para mais de dois milhões de sites.

E nada disso está sequer tocando o número incalculável de aplicativos usando ferramentas analíticas básicas semelhantes, como o Kit de Desenvolvimento de Software do Facebook.

O que é irônico é que mesmo que você não concorde com esses serviços, o Facebook ainda coleta dados sobre você. Como a empresa explicou em uma publicação em seu blog, em 2018, sobre suas práticas de coleta de dados fora de seus domínios:

Usamos o seu endereço IP, informações do navegador/sistema operacional e o endereço do site ou aplicativo que você está usando para fazer esses recursos funcionarem. Por exemplo, saber o seu endereço IP nos permite mostrar o botão Like para o seu navegador e nos ajuda a mostrá-lo no seu idioma. Cookies e identificadores de dispositivos nos ajudam a determinar se você está conectado, o que facilita o compartilhamento de conteúdo ou o uso do Facebook para fazer login em outro aplicativo.

Embora essa explicação seja inócua, ela ainda destaca o fato de que visitar um site ou abrir um app com uma dessas ferramentas instaladas significa que o seu endereço de IP (e outras informações) vão parar na vasta base de dados dessa megacorporação. Não parece que essa atualização vai mudar alguma coisa nesse sentido.

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NASA confirma que 2019 foi o segundo ano mais quente da história

Posted: 16 Jan 2020 04:48 AM PST

O indicador mais claro da crise climática é o calor, e a Terra está pelando de tão quente. De fato, acabamos de encerrar a década mais quente da história. A última década teve oito dos dez anos mais quentes do planeta já registrados. E o ano passado foi particularmente quente.

Na quarta-feira (15), cientistas da NASA e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) divulgaram sua avaliação anual das temperaturas globais, mostrando que 2019 foi o segundo ano mais quente desde o início dos registros, perdendo apenas para 2016. Na mesma semana, um novo estudo mostrou que houve um recorde de calor nos oceanos durante o ano passado.

“A década que acabou de terminar é claramente a década mais quente já registrada”, disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, em Nova York, em comunicado. “Desde os anos 60, todas as décadas foram claramente mais quentes do que a anterior.”

Essa tendência é inteiramente atribuível aos seres humanos — e não quaisquer humanos, mas aos executivos das grandes corporações. Como um relatório de 2017 mostrou, apenas 100 empresas são responsáveis ​​por 71% das emissões de gases de efeito estufa.

Enquanto a indústria de combustíveis fósseis continua a se expandir, o restante de nós — especialmente minorias étnicas e pobres — está sofrendo.

Durante os últimos dez anos, o mundo viu os efeitos do aumento do calor. A década começou com enormes ondas de calor combinadas com secas e incêndios na Rússia em 2010. Depois houve a Índia e o Paquistão em 2015. E a Argélia no ano passado. Agora a Austrália está pegando fogo.

Além de preparar as florestas para queimarem, o calor também se mostrou mortal para os seres humanos.

“As ondas de calor matam mais pessoas do que quaisquer outros eventos climáticos extremos, mas as mortes por calor geralmente não chegam às manchetes como as de outros eventos, porque muitas vezes as pessoas morrem silenciosamente em suas casas”, disse Renee Salas, professora de medicina de emergência na Harvard Medical School, em uma entrevista coletiva.

Enquanto ninguém está a salvo do aquecimento global, algumas comunidades são mais vulneráveis ​​que outras. “A idade e as condições médicas aumentam os riscos para certas pessoas”, disse Salas. E também a incapacidade de se proteger adequadamente do calor, como não poder pagar pelo ar-condicionado ou não ter como encontrar um local fresco para segurança quando falta energia."

O aquecimento global também causa outros problemas de saúde pública. Ele torna as infecções bacterianas mais resistentes aos antibióticos, dificulta o aprendizado de alunos, diminui a eficácia de alguns medicamentos e piora os impactos da poluição do ar.

A boa notícia é que sabemos como consertar tudo isso. É preciso parar as empresas de combustível fóssil para que elas não extraiam ou queimem mais carvão, óleo ou gás.

“O planeta está com febre, esse é o sintoma”, disse Salas. “Quero ser tão precisa quanto em meus tratamentos e ter certeza de que estou chegando ao cerne da causa. Por isso, a prevenção final é a redução das emissões de gases de efeito estufa e a combustão de combustíveis fósseis."

Estamos seguindo na direção errada, mas muitas pessoas estão tentando consertar isso. Você pode ser um deles. Nos anos 2020, precisamos garantir a vitória dessas pessoas.

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Poeira estelar encontrada em meteorito na Austrália tem 7 bilhões de anos e é o material mais antigo visto na Terra

Posted: 16 Jan 2020 04:26 AM PST

Um meteorito que colidiu com a Austrália em 1969 contém poeira estelar de 7 bilhões de anos, antecedendo a formação da Terra em 2,5 bilhões de anos. A descoberta notável oferece um retrato das condições que existiam muito antes de nosso sistema solar surgir.

Grãos antigos encontrados dentro do meteorito de Murchison foram datados entre 5 bilhões e 7 bilhões de anos, de acordo com uma nova pesquisa publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences. O novo artigo foi liderado pelo astrônomo Philipp Heck, da Universidade de Chicago, mas conta com a contribuição da pesquisadora brasileira Janaína N. Ávila.

Esses grãos se originaram como poeira interestelar e agora são considerados os materiais sólidos mais antigos conhecidos na Terra, que se formaram cerca de 4,5 bilhões de anos atrás. É uma descoberta notável, pois esses materiais são evidências das condições que existiam antes da formação do nosso sistema solar. E, de fato, esses grãos já estão fornecendo novas informações astronômicas, incluindo evidências de um período de formação estelar “baby boom” que ocorreu vários bilhões de anos atrás.

“Este é um dos estudos mais emocionantes em que trabalhei”, disse Heck em um comunicado à imprensa.

A Egg Nebula, uma fonte proeminente de poeira interestelar. Imagem: ASA/ESA e The Hubble Heritage Team STScI/AURA

A poeira estelar vem de estrelas (chocante, eu sei) e é lançada no espaço por ventos estelares. Eventualmente, esses pedaços de matéria estelar se acumulam, formando ainda mais estrelas e, às vezes, planetas, luas e meteoritos (fato interessante: você também é feito desse material). Na Terra, os vestígios desses grãos são escassos, aparecendo em apenas 5% dos meteoritos. Eles também são muito pequenos. Como observa um comunicado de imprensa da Universidade de Chicago, “uma centena dos maiores deles caberia no ponto final desta frase”. Mais especificamente, eles têm cerca de 8 mícrons de diâmetro, o que é aproximadamente do tamanho de um único glóbulo vermelho.

David Bekaert, pesquisador do Centro de Pesquisa Petrográfica e Geoquímica (CPRG) em Nancy, na França, que não participou do novo estudo, disse que as partículas interestelares de poeira que antecedem nosso Sol são conhecidas como “grãos pré-molares”, uma porção que alcançou corpos rochosos que surgiram durante a formação do nosso sistema solar.

“Sabemos de sua existência em meteoritos primitivos há muito tempo”, disse Bekaert ao Gizmodo. “No entanto, avaliar quantos anos eles têm e se foram gerados ou não em um único episódio de formação estelar que antecedeu a formação de nosso próprio sistema solar permanecia um desafio devido à falta de técnicas confiáveis ​​para datar grãos pré-molares individuais”.

A chave para o novo estudo foi uma abundância de grãos pré-molares embalados dentro do meteorito de Murchison e uma nova estratégia para datá-los. Mas o primeiro passo foi isolar os grãos.

“Começa com a transformação dos fragmentos do meteorito em pó”, disse Jennika Greer, coautora do estudo e estudante de pós-graduação no Field Museum e na Universidade de Chicago. “Depois que todas as peças são segregadas, é um tipo de pasta e tem uma característica pungente – cheira a manteiga de amendoim podre”.

Esse material fétido foi então dissolvido com ácido, deixando algumas dezenas desses grãos pré-molares para trás. Para datar esses grãos isolados, os pesquisadores aplicaram uma técnica que media o grau em que os grãos eram bombardeados pelos raios cósmicos – partículas de alta energia que se aglomeram no espaço e podem penetrar em objetos sólidos. Como a exposição prolongada aos raios cósmicos resulta em elementos mais pesados, os pesquisadores observaram a quantidade desses elementos facilmente detectáveis ​​encontrados nos grãos para inferir sua idade relativa.

Os resultados mostraram que os grãos pré-molares eram bastante antigos, tendo absorvido uma tremenda quantidade de raios cósmicos ao longo das eras. Os grãos mais antigos foram datados de cerca de 7 bilhões de anos atrás, com a maioria datando entre 4,6 bilhões e 4,9 bilhões de anos atrás e uma pequena quantidade datando de 5,6 bilhões de anos atrás. Assim, todas as partículas interestelares encontradas no meteorito de Murchison se originaram antes da formação do nosso sistema solar e do Sol.

Curiosamente, este resultado mostra que a formação de estrelas não era constante na galáxia. O excesso de partículas datando de 4,6 milhões a 4,9 bilhões de anos atrás sugere que esses grãos se originaram durante um período de intensa formação estelar – uma espécie de baby boom para estrelas na Via Láctea (nossa galáxia se formou há cerca de 8 bilhões de anos). E, de fato, Heck disse que isso foi “uma das principais conclusões de nosso estudo”.

Bekaert concordou, dizendo que o novo artigo “relaciona uma conquista técnica impressionante, bem como uma importante descoberta científica, nos fornecendo novas ideias sobre a evolução da matéria em nossa vizinhança galáctica”, até cerca de 7 bilhões de anos atrás, disse ele ao Gizmodo.

Com esta nova técnica, os astrônomos estarão mais preparados ao visitar novamente meteoritos semelhantes contendo grãos pré-molares para corroborar essas descobertas. Ainda há muita história nesses objetos primordiais.

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Cientistas criam xenobots, minúsculos robôs programáveis feitos de células vivas

Posted: 16 Jan 2020 03:07 AM PST

Com a ajuda de um supercomputador, cientistas construíram pequenas máquinas compostas inteiramente de materiais biológicos. Capazes de sobreviver por dias e até semanas, esses xenobots, como foram chamados, poderiam eventualmente ser usados ​​para levar medicamentos para dentro do corpo e limpar o meio ambiente.

Uma nova pesquisa publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences descreve o xenobot — um “organismo reconfigurável” projetado por uma equipe colaborativa da Universidade Tufts, da Universidade de Vermont e do Instituto Wyss de Harvard.

“Estas são novas máquinas vivas”, disse Joshua Bongard, roboticista da Universidade de Vermont e um dos líderes do novo estudo, em um comunicado à imprensa. “Eles não são um robô tradicional nem uma espécie conhecida de animal. É uma nova classe de artefato: um organismo vivo e programável.”

A descrição dada pelos autores para sua criação — “organismos”, “máquinas vivas” e “formas de vida” — é ousada. Essas criaturas artificiais não podem se reproduzir, se alimentar ou responder a estímulos externos, entre outros requisitos para a vida.

Ao mesmo tempo, no entanto, esses xenobots são notavelmente realistas, pois são compostos inteiramente de materiais biológicos, alimentam a energia fornecida por suas células, se movem com intenção e até reparam seus ferimentos. Certamente podemos questionar se esses robôs se qualificam ou não como realmente vivos, mas certamente são um precursor de formas de vida totalmente construídas artificialmente.

Mas estamos nos adiantando um pouco. Esses xenobots, que medem cerca de um milímetro de largura, podem ser imensamente úteis, mesmo nesta forma básica e preliminar. Eles poderiam eventualmente levar medicamentos dentro do corpo, ajudar na remediação ambiental e até melhorar nossa compreensão da própria biologia, de acordo com os pesquisadores.

No comunicado de imprensa, Michael Levin, pesquisador da Universidade Tufts e co-autor do estudo, disse que os xenobots podem caçar "compostos desagradáveis ​​ou contaminação radioativa", reunir microplásticos nos oceanos e viajar dentro de "artérias para remover placas".

E como esses robôs são feitos inteiramente de células, em vez de aço ou plástico, eles são biodegradáveis ​​por padrão. Grandes frotas de xenobots podem ser enviadas para o meio ambiente ou dentro do corpo humano para realizar seu trabalho e, em seguida, simplesmente deteriorar-se como qualquer outra célula biológica quando a tarefa estiver concluída.

Uma versão avançada dos xenobots, talvez auxiliada por nanotecnologia molecular ou bactérias de engenharia biológica, poderia converter materiais indesejados em uma forma inerte e inofensiva.

Imagem de cima: Projetos xenobot gerados por computador. Imagem de baixo: Os xenobots cultivados em laboratório, feitos de células. Imagem: UVM

Os xenobots foram inicialmente projetados por um supercomputador instalado na Universidade de Vermont. Usando um algoritmo evolutivo, os pesquisadores criaram milhares de projetos possíveis para sua nova forma de vida, sendo a capacidade de locomoção unidirecional um requisito físico fundamental. Para fazer isso, o algoritmo pegou centenas de células simuladas e as reconfigurou de várias maneiras até que surgissem as soluções mais viáveis.

Os melhores candidatos foram construídos e testados na Universidade Tufts. Lá, os cientistas adquiriram seus componentes biológicos básicos extraindo células-tronco de embriões de sapos africanos, especificamente Xenopus laevis — daí a origem do nome xenobots, que poderia ser traduzido para português como “xenorrobôs”.

Células especializadas foram então cultivadas e meticulosamente montadas para combinar com a forma projetada pelo computador. As resistentes células da pele forneceram a estrutura básica, e as células musculares do coração, que se contraem e se expandem espontaneamente, fornecem os meios de locomoção.

Esquerda: Um modelo de xenobot produzido pelo algoritmo evolutivo, no qual o verde mostra células da pele e o vermelho mostra as células do músculo cardíaco. Direita: o xenobot “vivo” inspirado no design feito pelo computador. Imagem: Sam Kriegman, UVM

Nos testes, os xenobots conseguiram se movimentar em seu ambiente aquático por dias, às vezes até semanas, dependendo da quantidade de energia disponível em suas células, sem que nutrientes adicionais fossem adicionados ao ambiente.

É importante ressaltar que os robôs conseguiram se mover em uma única direção e até empurrar os pellets em direção a um local central. Um dos projetos permitia uma bolsa, dentro da qual produtos químicos, como remédios, poderiam eventualmente ser armazenados para fins de entrega.

Em um teste para ver o que aconteceria quando um xenobot fosse cortado quase totalmente pela metade, o bot se uniu automaticamente e conseguiu voltar à pista. Esse tipo de “comportamento espontâneo não pode ser esperado de máquinas construídas com materiais artificiais, a menos que esse comportamento tenha sido explicitamente selecionado durante o processo de design”, escreveram os autores no artigo.

Tara Deans, engenheira biológica e professora assistente da Universidade de Utah que não participou do novo estudo, disse ao Gizmodo que a conquista foi significativa porque os autores "usaram o poder da biologia" para criar "uma ‘máquina viva’ com base nos parâmetros que eles definem”, ou seja, o objetivo do trabalho.

Deans está particularmente empolgada com a perspectiva de organismos programáveis, o que permitiria aos cientistas codificar instruções para que a máquina começasse a biodegradar após um período de tempo especificado ou quando sentisse um ambiente apropriado para isso.

“Os exemplos de aplicativos são infinitos”, escreveu Deans em um e-mail para o Gizmodo. “Certamente este é um artigo de prova de conceito e ainda há muito trabalho a ser feito para obter as principais aplicações”, disse ela, acrescentando que “não tem nada de Frankenstein aqui [no trabalho]”.

De fato, a capacidade de criar novos organismos a partir do zero pode parecer um pouco arrogante e assustador. Sem dúvida, teremos que monitorar e regular essas invenções biológicas à medida que elas se tornarem mais avançadas, mas os benefícios são simplesmente importantes demais para ignorar.

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