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- Cientistas podem ter criado hidrogênio metálico 80 anos depois de previsão teórica
- Como as redes sociais estão lidando com a desinformação sobre coronavírus
- Uma nova descoberta pode finalmente explicar os anéis de gelo gigantes encontrados em lago siberiano
- FBI estaria investigando a NSO Group por invasões a smartphones de autoridades internacionais
Cientistas podem ter criado hidrogênio metálico 80 anos depois de previsão teórica Posted: 02 Feb 2020 12:36 PM PST Resultados de um experimento publicados recentemente oferecem evidências convincentes de que o hidrogênio, em pressões extremamente altas, é um metal. Mas a pesquisa é suficiente para convencer os cientistas de que o hidrogênio metálico existe? Os teóricos previram há muito tempo que, a pressões muito altas (mais de 4 milhões de vezes a pressão da atmosfera na superfície da Terra), o hidrogênio deveria existir como um metal, um material que conduz eletricidade. Os pesquisadores procuraram esse material, às vezes acabando com resultados duvidosos. Mas nos últimos anos, equipes nos EUA, França e Alemanha fizeram progressos para restringir e comprimir o hidrogênio e sondar suas propriedades sob alta pressão. Um novo artigo encontrou a evidência mais forte de hidrogênio metálico até o momento. Cobrimos essa pesquisa quando ela apareceu pela primeira vez no servidor de pré-impressão arXiv physics, em junho de 2019. O trabalho passou pela revisão por pares e foi publicado — mas a busca ainda não acabou. Para recapitular, o físico Eugene Paul Wigner previu 80 anos atrás que, quando você aumenta a pressão, o hidrogênio se transforma em sólido e, eventualmente, em metal. Criar essas pressões incríveis para confirmar a teoria é extremamente difícil. A equipe por trás da nova pesquisa, liderada por Paul Loubeyre na Comissão de Energia Atômica da França, comprimiu o hidrogênio entre as pontas dos diamantes usando um dispositivo chamado célula de bigorna de diamante. Depois, os cientistas observaram a amostra usando radiação infravermelha no síncrotron SOLEIL, na França. A pressões acima de 300 GPa (300 gigapascais, ou 300 bilhões de pascais; a atmosfera da Terra no nível do mar tem uma pressão de apenas 101,325 pascais), o hidrogênio se torna sólido e opaco à luz visível. A 425 GPa e 80 graus acima do zero absoluto (0 Kelvin, a temperatura em que toda a matéria tem a quantidade mínima de calor), o hidrogênio se tornou opaco à luz infravermelha — ele refletia comprimentos de onda infravermelhos. Isso é evidência de que o hidrogênio passou de um estado sólido para um estado metálico. Loubeyre disse ao Gizmodo nesta semana que eles reverteram o processo, realizando mais medições após afrouxar a pressão entre os diamantes para confirmar que o hidrogênio não havia escapado das pontas. A chave para seus resultados, Loubeyre disse, é dupla. Primeiro, eles usaram um tipo relativamente novo de célula de bigorna de diamante, chamada toroidal, com pontas de diamante especialmente formuladas que podem suportar pressões mais altas do que as tradicionais. Segundo, seu experimento na SOLEIL combinou um microscópio com um espectrômetro de medição de comprimento de onda, permitindo que eles medissem várias propriedades do hidrogênio no diamante simultaneamente. Nesta semana, a equipe publicou os resultados dessa pesquisa na revista Nature, um sinal de que eles passaram pelos revisores. Os resultados são uma prova quase definitiva da criação de hidrogênio metálico, de acordo com um comentário de Serge Desgreniers, físico da Universidade de Ottawa que não participou do trabalho, publicado na mesma revista. Mas anunciar uma descoberta não é como acionar um interruptor; em muitos casos, é mais como ir aumentando a luz com um dimmer. Mesmo agora que o artigo passou por uma revisão por pares, os cientistas não afirmam que observaram hidrogênio metálico, como demonstrado pelo título do artigo publicado, que diz apenas que eles viram evidências da “provável transição para o hidrogênio metálico”. A sensibilidade dos equipamentos usados tem um limite. Isso significa que eles não podiam descartar a existência de uma pequena banda proibida — uma pequena quantidade de energia necessária para transformar o material em um condutor. Se essa banda proibida realmente estiver presente, isso quer dizer que eles ainda não demonstraram a criação de um metal. Eles escrevem que é improvável que ela esteja lá, mas é preciso descartar todas as hipóteses para poder anunciar uma descoberta. Um pesquisador não envolvido no estudo, Zack Geballe, do Laboratório Geofísico da Carnegie Institution for Science, disse ao Gizmodo que o trabalho é um marco que levará a “uma maior exploração das propriedades metálicas desse hidrogênio e de qualquer outra coisa que exista em pressões maiores”. Geballe também disse que era hora de medições elétricas, literalmente colocando eletrodos em ambos os lados do material e medindo a corrente através dele. Essas medições são difíceis, pois dependem da colocação de minúsculos eletrodos na ponta de um diamante e do contato com uma pequena quantidade de hidrogênio sólido de alta pressão. Outro artigo, de uma equipe liderada por Mikhail Eremets, realizou medições de condutividade em sua própria amostra de hidrogênio e descobriu que, entre cerca de 350 GPa e 440 GPa, o elemento continuou sendo um sólido molecular, o que significa que seus átomos ainda estavam ligados, ao invés de ficarem como núcleos em uma rede de elétrons móveis. Uma transição adicional para um metal pode ter ocorrido sob pressões de 480 GPa. Loubeyre disse ao Gizmodo que esses estudos medem a pressão de maneira ligeiramente diferente e provavelmente são compatíveis — que, com base em seus próprios cálculos, o que a equipe de Eremets mediu em 440 GPa pode realmente ter ocorrido em 390 GPa, e os grupos podem estar observando os mesmos efeitos. Mas a busca continua. O trabalho de Loubeyre é empolgante e fornece evidências robustas de que o hidrogênio começa a adquirir propriedades semelhantes a metais a altas pressões, como foi previsto tantas décadas atrás. Também demonstra que fazer uma afirmação conclusiva, como “criamos hidrogênio metálico”, é incrivelmente difícil na ciência e requer muitas evidências e verificação entre várias equipes. “Acho que a comunidade reconhece que as medições são de qualidade excepcional para essa faixa de pressão, e estamos orgulhosos disso”, disse Loubeyre ao Gizmodo. “Mas agora que podemos entrar nessa faixa de pressão, poderemos fazer muito mais medições.” A pesquisa pode manter os cientistas ocupados por mais uma década, à medida que continuam elucidando as propriedades estranhas do hidrogênio sob alta pressão. The post Cientistas podem ter criado hidrogênio metálico 80 anos depois de previsão teórica appeared first on Gizmodo Brasil. |
Como as redes sociais estão lidando com a desinformação sobre coronavírus Posted: 02 Feb 2020 10:35 AM PST Enquanto o novo coronavírus continua se espalhando pela China e surge aos poucos em outros países do mundo, várias grandes redes sociais estão combatendo o surto em uma frente diferente: tentando conter a disseminação de desinformação e informações falsas em meio a uma emergência de saúde pública. Informações falsas sobre o novo coronavírus tem se espalhado em diversas plataformas. Até agora, 23 países além da China relataram casos da doença e mais de 300 pessoas morreram – todas no país asiático. A questão é: o que essas plataformas de mídias sociais estão fazendo a respeito disso? Já foram publicados mais de 15 milhões de tuítes sobre o surto nas últimas quatro semanas, embora não tenha acontecido “tentativas coordenadas de espalhar a desinformação em escala”, conforme escreveu a empresa em um comunicado recente. Questionamos o protocolo existente que o Twitter vem citando e um porta-voz nos indicou para uma página da política global em relação à manipulação, que proíbe contas enganosas, falsas e de spam. Pesquisas no Twitter para “coronavírus” em alguns países mostram uma mensagem dizendo “Conheça os fatos” e um link para o Ministério da Saúde. De acordo com a rede social, mais países passarão a ver uma mensagem como essa caso “seja necessário”. A rede social dos 280 caracteres já tinha testado uma solução similar nos Estados Unidos, tentando combater a desinformação sobre vacinas. O Facebook não tem o melhor histórico quando se trata de eliminar desinformação. Publicações anti-vacina, depoimentos sobre como o óleo de cobra pode ajudar na saúde e outras informações enganosas apareciam de forma desenfreada na plataforma, até que a pressão pública finalmente surtiu efeito e o Facebook começou a tomar medidas para conter mentiras. Desta vez, felizmente, não foi preciso que o público pegasse no pé da rede social para que fizessem algo. O Facebook foi pró-ativo e designou um time global de checagem de fatos para identificar publicações falsas sobre o novo coronavírus e prometeu derrubar “alegações falsas ou teorias conspiratórias” que forem assim assinaladas pelas autoridades de saúde. Em uma publicação no blog da empresa, o chefe de saúde do Facebook, Kang-Xing Jin, explicou que esses tipos de posts falsos violam as políticas existentes da plataforma que proíbem conteúdo que possa causar danos físicos. Hashtags que perpetuam reivindicações falsas semelhantes também serão bloqueados. “Estamos nos concentrando em alegações que são projetadas para desencorajar o tratamento ou tomar as devidas precauções”, escreveu Jin. “Isto inclui alegações relacionadas a falsas curas ou métodos de prevenção – como o uso de um alvejando que curaria o coronavírus – ou alegações que criam confusão sobre as opções de saúde que estão disponíveis”. SnapchatComo os posts do Snapchat têm uma vida útil de apenas 24 horas e a plataforma não tem um feed público, seu próprio design impede que a desinformação e notícias falsas se propaguem demais, disse um porta-voz da empresa ao Gizmodo via e-mail. Você poderia pensar que o recurso Discover do aplicativo funciona basicamente como um feed de notícias, mas seu conteúdo é selecionado, confiando em empresas e editores previamente avaliados pelo Snap. O Reddit tem uma série de comunidades tóxicas e cheias de teorias da conspiração, mas tem usado sua experiência para este caso. Na última sexta-feira (31), a rede social colocou um banner no topo de sua página inicial direcionando os usuários à megapostagem do fórum r/AskScience com todas as perguntas e respostas sobre o surto do novo coronavírus. O Reddit também colocou em quarentena o subreddit r/Wuhan_Flu “por conter informações erradas e/ou conteúdo falso”, segundo um porta-voz da empresa. Isso fez com que o fórum fosse excluído dos resultados de pesquisa e recomendações e limitou a capacidade dos usuários de compartilhar seu conteúdo. Os fóruns em quarentena também exigem que os usuários optem por entrar por meio de uma solicitação, antes de ver qualquer conteúdo. A ideia é evitar a exposição acidental. No caso deste subreddit específico, o Reddit também fornece uma mensagem de aviso e um link para a página do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. The post Como as redes sociais estão lidando com a desinformação sobre coronavírus appeared first on Gizmodo Brasil. |
Uma nova descoberta pode finalmente explicar os anéis de gelo gigantes encontrados em lago siberiano Posted: 02 Feb 2020 08:23 AM PST O aparecimento de grandes anéis de gelo no lago Baikal, no sul da Sibéria, tem intrigado os cientistas desde que foram descobertos no início dos anos 2000. Investigações recentes desses anéis de gelo resultaram em uma explicação plausível, mas ainda há muito a aprender sobre esses recursos incomuns. O lago Baikal da Rússia é o maior e mais profundo lago de água doce do mundo. É o lar de muitas variedades de peixes não vistas em nenhum outro lugar, e até de uma população endêmica de focas de água doce. E também possui anéis de gelo estranhos, que foram vistos pela primeira vez no início dos anos 2000 através de imagens do satélite MODIS. Pesquisas publicadas no final do ano passado no Limnology and Oceanography apresentam uma explicação plausível para anéis de gelo estranhos que frequentemente aparecem no lago Baikal durante os meses de inverno: o movimento circular da água quente sob o gelo. A forma geral de um anel de gelo não é realmente discernível para um observador em terra. Eles são grandes o suficiente para que sua forma de anel só possa ser vista de aviões e satélites. As partes internas dos círculos são brilhantes, enquanto os perímetros externos são escuros onde o gelo é fino. Os anéis tendem a ter cerca de 5 a 7 quilômetros de diâmetro, enquanto o perímetro externo escuro tem cerca de 1 km de largura, de acordo com a nova pesquisa. Os anéis duram de alguns dias a alguns meses durante o inverno siberiano. Anéis de gelo vistos no lago Baikal e no lago Hovsgol. Imagem: www.icerings.org Anéis de gelo como esse parecem ser exclusivos do Lago Baikal e do vizinho Lago Hovsgol na Mongólia, bem como do Lago Teletskoye, outro lago russo a cerca de 1300 quilômetros a oeste de Baikal. Mas é inteiramente possível que eles existam em outros lagos e apenas não foram observados ainda. Sua aparência tende a ser imprevisível, tanto em termos de tempo quanto de local. Os anéis de gelo foram atribuídos a inúmeras causas, incluindo efeitos atmosféricos ou biológicos, mentiras elaboradas e até atividades de alienígenas. Uma teoria popular sugere que os anéis de gelo se formaram a partir do vazamento de gás, o metano, que borbulha do fundo do lago. Os anéis, no entanto, foram observados em partes rasas do lago, onde as fugas de gás são improváveis. Para chegar ao fundo desse mistério, os autores do novo estudo – uma equipe colaborativa da França, Rússia e Mongólia – organizaram expedições de campo ao lago Baikal durante os invernos de 2016 e 2017 e estudaram imagens de satélite de infravermelho térmico dos anéis de gelo. A equipe fez buracos perto dos anéis de gelo e colocaram sensores capazes de medir a temperatura da água em profundidades que atingiam 200 metros. As medições foram realizadas duas vezes a cada inverno, uma em fevereiro e outra em março. Isso provou ser um trabalho perigoso. Em 16 de março de 2016, a camada de gelo começou a desmoronar embaixo da van, exigindo que o motorista e os passageiros fossem resgatados. Aconteceu novamente apenas dois dias depois. Esquerda: um veículo preso no gelo ao longo da fronteira oriental de um anel. Direita: um pesquisador explorando um anel a pé. Imagem: A. Beketov/A. Sukenv/www.icerings.org Em fevereiro de 2016, os pesquisadores, que se autodenominavam A Sociedade dos Anéis de Gelo, detectaram um redemoinho – onde a água se movia em um movimento circular – a uma profundidade de 45 metros sob um anel de gelo. Essa descoberta forneceu à equipe uma visão em primeira mão das condições do gelo durante o estágio final da formação dos anéis. Verificou-se que a água no redemoinho era cerca de 1 a 2 graus Celsius mais quente que a água ao redor, e levou cerca de 3 dias para o redemoinho fazer uma rotação completa. Um ano depois, a equipe encontrou outro redemoinho, que migrou 6 quilômetros de sua posição original até o final de março. Nenhum anel de gelo foi visto acima do redemoinho, provavelmente porque não havia passado tempo suficiente para um anel se formar acima dele. Uma coisa semelhante foi descoberta em 2019, quando um anel se moveu 9 quilômetros de sua posição inicial. As descobertas levaram os pesquisadores a acreditar que os redemoinhos quentes são a principal causa dos anéis de gelo. “Os resultados de nossas pesquisas de campo mostram que, antes e durante a manifestação do anel de gelo, há redemoinhos quentes que circulam no sentido horário sob a cobertura de gelo”, disse Alexei Kouraev, membro da equipe e hidrologista da Universidade de Toulouse, em uma recente publicação do Observatório da Terra da NASA. "No centro do redemoinho, o gelo não derrete – mesmo que a água esteja quente – porque as correntes são fracas. Mas no limite do redemoinho, as correntes são mais fortes e a água mais quente leva ao derretimento rápido". Anéis de gelo no Lago Baikal, como visto em 25 de abril de 2019. Imagem: MODIS/NASA O desenvolvimento do anel de gelo, de acordo com a nova pesquisa, começa no outono antes do lago ser congelado. Os redemoinhos são formados por fluxos de água agitados pelo vento da Baía Barguzin até a região central do lago. Os cientistas suspeitam que um processo semelhante esteja acontecendo em outros lagos onde anéis de gelo se formam. Mais pesquisas serão necessárias para elucidar completamente a causa desses anéis de gelo, mas este último estudo oferece uma explicação interessante. Dito isto, muitos mistérios permanecem, como por que os redemoinhos têm uma forma convexa – uma característica que normalmente é vista nos redemoinhos do oceano, mas não nos lagos. Pesquisas futuras também terão que levar em consideração a forma da costa, pois isso parece exercer um papel importante na maneira como os redemoinhos se movem. Em termos de outras descobertas, os cientistas encontraram fotos de satélite dos anéis de gelo que datam da década de 1960, portanto essas estruturas não são um fenômeno novo. Mesmo existindo há um tempo, eles ainda mostram que o lago Baikal continua sendo um dos lugares mais legais do planeta. Espero que possamos aprender mais sobre esses anéis de gelo enigmáticos em breve – e não apenas pela a ciência. Os moradores locais costumam dirigir no lago durante os meses de inverno, e esses anéis de gelo representam um risco real para os veículos. Talvez os relatórios de tráfego futuros destaquem a presença de anéis de gelo perigosos e seu gelo fino associado. The post Uma nova descoberta pode finalmente explicar os anéis de gelo gigantes encontrados em lago siberiano appeared first on Gizmodo Brasil. |
FBI estaria investigando a NSO Group por invasões a smartphones de autoridades internacionais Posted: 02 Feb 2020 05:55 AM PST O FBI está investigando a empresa de inteligência cibernética NSO Group e o possível uso de suas ferramentas para sequestros de smartphones em várias invasões a autoridades de alto escalão, informou a Reuters nesta quinta-feira (30). De acordo com a Reuters, uma fonte entrevistada pelo FBI disse que a agência tem investigado a NSO desde pelo menos 2017 – quando estava procurando informações sobre se “a NSO obteve a partir de hackers americanos algum código que fosse necessário para infectar os smartphones” – e está investigando as alegações de que a NSO esteve envolvida num ataque que usou o seu malware Pegasus para invadir cerca de 1.400 celulares pertencentes a dissidentes, advogados e jornalistas por meio de uma falha no WhatsApp. Duas fontes disseram à Reuters que tinham falado com agentes do FBI ou funcionários do Departamento de Justiça dos EUA sobre o assunto. Sediada perto de Tel Aviv, em Israel, a NSO Group negou qualquer papel em ciberataques no passado, mas justificou o uso de suas ferramentas para atingir advogados e jornalistas. Um porta-voz da empresa disse à Reuters: “Não fomos contatados por nenhuma autoridade dos EUA em relação a nenhum desses assuntos”. A agência de notícias informa que a companhia se negou a responder perguntas sobre a conduta dos funcionários mas, no passado, afirmou que simplesmente fornece ferramentas aos governos que depois as utilizam em suas operações. Fontes disseram à agência de notícias que a investigação do FBI está centrada no tipo de apoio técnico que a NSO dá a esses clientes, o que em teoria pode constituir violações da Lei de Fraude e Abuso de Computadores (CFAA) ou da Lei Wiretap (Lei do Grampo) se for possível demonstrar que a empresa estava envolvida ou sabia que as suas ferramentas estavam sendo usadas para cometer crimes. A investigação também tem um aspecto de contra-espionagem no qual o FBI está tentando descobrir “se algum funcionário do governo dos EUA ou aliado foi invadido com ferramentas da NSO e quais nações estavam por trás desses ataques”, escreveu a Reuters, citando um “oficial do ocidente”. As ferramentas da NSO têm sido supostamente utilizada por governos autoritários, incluindo, especificamente, a monarquia saudita. Pesquisas do Citizen Lab indicaram que os operadores do malware Pegasus da NSO estavam implantando-o em pelo menos 45 países e que ele foi usado para espionar Omar Abdulaziz, um dissidente saudita que vivia no Canadá, enquanto ele estava em contato com outro dissidente e colunista do Washington Post, Jamal Khashoggi. Posteriormente, agentes sauditas atraíram Khashoggi ao consulado do país na Turquia, onde ele foi torturado e assassinado. (Abdulaziz e outros supostos alvos estão processando a NSO.) Reportagens indicam que o CEO da Amazon, Jeff Bezos, recebeu malware de uma conta do WhatsApp pertencente ao príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman. O relatório da empresa contratada por Bezos também sugere fortemente que ferramentas da NSO poderiam ter sido usadas – ou de uma concorrente que utiliza métodos semelhantes. A Arábia Saudita negou que tenha invadido o smartphone de Bezos. Agentes do FBI teriam se encontrado com o CEO da Amazon, segundo a Reuters. A NSO enfrenta também processos da Anistia Internacional, que procura revogar as licenças de exportação da empresa. Facebook e WhatsApp também processaram a companhia, acusando-a de violar os seus termos de serviço para hackear os usuários do WhatsApp. “Eles querem a credibilidade de ter serviços de inteligência poderosos entre os seus clientes, mas ao mesmo tempo querem receber crédito apenas pelos supostos sucessos e, ao mesmo tempo, renunciar à responsabilidade por qualquer um dos supostos abusos”, disse o pesquisador sênior da Citizen Lab John Scott-Railton à Bloomberg em outubro de 2019. “[O processo do Facebook] estilhaça a ilusão desta bolha irresponsável.” A NSO Group, inclusive, é a mesma empresa que ofereceu ajuda em Brumadinho para fazer a varredura nas torres para encontrar sinal de celulares e tentar localizar vítimas. The post FBI estaria investigando a NSO Group por invasões a smartphones de autoridades internacionais appeared first on Gizmodo Brasil. |
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