terça-feira, 17 de março de 2020

Gizmodo Brasil

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Estes são os detalhes do novo Xbox Series X, da Microsoft

Posted: 16 Mar 2020 03:01 PM PDT

Xbox Series X

Já há um tempo a Microsoft vem dando detalhes de como será o seu próximo console, o Xbox Series X. Nesta segunda-feira (16), a companhia divulgou todas as especificações técnicas do videogame, e já é possível dizer que esta é uma das configurações mais poderosas já vistas.

De modo geral, a empresa promete que o novo console, por exemplo, iniciará jogos muito mais rápido que o modelo anterior e o jogador não ficará muito tempo vendo o "loading" na tela, pois o tempo de carregamento está bem rápido.

Muitos detalhes já tinham sido vazados, como o processador octa-core AMD Zen 2 funcionando a 3,8 GHz e a poderosa GPU RDNA 2, e outros confirmados pela própria companhia, como contar com a tecnologia Ray Tracing, que torna o processamento de imagens mais realista. No entanto, faltavam ainda os pormenores, que você pode conferir abaixo:

CPU: AMD Zen 2 customizada octa-core de 3,8 GHz (3,66 GHz w/ SMT)
GPU: RDNA 2 customizada de 12 teraflops e 52 CUs (Compute Units) de 1,825 GHz
Arquitetura do processador: 7nm
Memória: 16 GB GDDR6 com 320mb bus
Banda larga da memória: 10 GB em 560 GB/s, 6 GB em 336 GB/s
Armazenamento interno: 1 TB Custom NVME SSD
Armazenamento expansível: 1 TB por meio de cartão de expansão
Armazenamento externo: USB 3.2 suporte à HDD
Drive óptico: Blu-ray 4K UHD
Performance: 4K em 60 FPS podendo chegar a 120 FPS

De bate pronto, processador, um armazenamento SSD gigantesco somado à GPU deve tornar o Xbox Series X uma baita máquina. Ainda não tem data de lançamento, então só temos alguns vídeos de demonstração da Microsoft sobre a rapidez do novo console.

Neste aqui é mostrada a diferença de carregamento de um jogo no Xbox One com o novo Xbox Series X:

Já nesta demonstração o jogador para uma partida, abre outro game e depois volta para o primeiro jogo. Tudo rola em questão de segundos:

O Xbox Series X deve ser lançado até o fim de 2020. A Sony também deve lançar na mesma época o seu console, o Playstation 5.

[Kotaku]

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Coronavírus pode resultar em queda de até 10% na venda de celulares na América Latina

Posted: 16 Mar 2020 01:42 PM PDT

A empresa de consultoria IDC divulgou nesta segunda-feira (16) um levantamento que indica uma possível queda de 5% a 10% nas vendas de dispositivos móveis na América Latina como consequência do surto de coronavírus (COVID-19).

As medidas do governo chinês para conter a disseminação do vírus têm resultado em uma falta na produção de componentes e produtos para o setor eletroeletrônico, com uma diminuição global de 50% nos embarques e produção. Segundo o IDC, o Brasil será o país mais afetado da América Latina devido à grande dependência de importações.

Uma pesquisa anterior realizada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) já havia revelado que 70% das empresas de eletroeletrônicos estavam enfrentando problemas com o recebimento de materiais da China, com 6% operando com paralisação parcial em suas fábricas e 14% planejando o mesmo para os próximos dias.

No caso do México, quase todos os smartphones comercializados no país são montados na China ou com produção combinada com a Coreia do Sul, Índia ou Vietnã. No entanto, os fornecedores ainda mantêm estoques significativos e, por isso, nenhum impacto é esperado por enquanto.

Ricardo Mendoza, analista para a América Latina do IDC, diz que ainda é difícil fazer previsões diante da situação instável do coronavírus no mundo. Porém, no caso do pior cenário possível, em que a pandemia não é contida, a constante baixa na produção de componentes pode resultar em uma queda de 15% a 20% do mercado. Para um cenário positivo, caso a doença seja contida rapidamente, a projeção é de um crescimento entre 0% e -2%.

Por enquanto, a solução que algumas empresas estão adotando é aumentar as vendas online e expandir a cooperação entre as cadeias de suprimento, principalmente para compra e entrega de componentes.

O problema, segundo Mendoza, é que mesmo sem o surto de coronavírus, as vendas de smartphones na América Latina já estavam em declínio, apresentando uma queda de 1,6% em 2019 quando comparado a 2018. Entre os países mais afetados estão Chile (queda de 14,4%) e Argentina (14,3%) devido ao conturbado cenário político e social.

No Brasil, houve um aumento de 8%, enquanto que no México a taxa foi de 2,7%. Esses crescimentos acabaram compensando os números totais da região, segundo o IDC.

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Alguns pacientes recuperados do coronavírus podem ter sequelas no pulmão

Posted: 16 Mar 2020 01:00 PM PDT

Estrutura do novo coronavírus COVID-19

Alguns pacientes que se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) podem ter a capacidade pulmonar reduzida, incluindo falta de ar após atividades físicas moderadas, como andar rápido.

As informações vêm de um estudo da Autoridade Hospitalar de Hong Kong que foi publicado na semana passada, após observarem o primeiro grupo de pacientes que teve alta. Hong Kong teve 155 casos de COVID-19, com quatro mortes. A maioria já teve alta: 84 pacientes, de acordo com as informações do mapa da Universidade Johns Hopkins.

O Dr. Owen Tsang Tak-yin, diretor médico do Centro de Doenças Infecciosas no Hospital Princess Margaret, disse que os médicos estão acompanhando alguns pacientes que tiveram alta, segundo o South China Morning Post.

De 12 pessoas que passaram pelo tratamento e foram curadas, três apresentaram dificuldade para respirar enquanto realizavam alguns testes, como caminhar mais rápido. A análise dos exames pulmonares de nove pacientes infectados no Hospital Princess Margaret encontrou padrões semelhantes em todos eles, sugerindo danos nos órgãos.

Exame mostra dano pulmonar em paciente com coronavírus

Exame mostra dano pulmonar em paciente com coronavírus. Imagem: Lei et al., Radiology, 2020 via ScienceAlert

“Eles ficam ofegantes se andam um pouco mais depressa”, disse Tsang a uma coletiva de imprensa na última quinta-feira (12). “Alguns pacientes podem ter uma queda de 20% a 30% na função pulmonar [após a recuperação]”.

Os pacientes ainda precisarão fazer testes para determinar exatamente essa perda de função pulmonar. Ainda é preciso avaliar se esses danos serão permanentes e se haverá mesmo fibrose pulmonar, uma condição em que o tecido pulmonar endurece.

É possível que atividades como fisioterapia e treinos cardiovasculares ajudem – a natação, por exemplo, poderia ser aliada na recuperação gradual.

De acordo com um mapa atualizado constantemente pela Universidade Johns Hopkins, desde o início do surto já foram 179.000 casos confirmados pelas autoridades dos países. Desses, 78 mil se recuperaram e 7 mil morreram – a maioria na China e na Itália. A última atualização do Ministério da Saúde diz que há 234 casos no Brasil.

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Custando US$ 150, Powerbeats 4 é o modelo mais barato da linha de fones da Apple

Posted: 16 Mar 2020 12:07 PM PDT

Depois de ter sido alvo de rumores há meses e até mesmo ser visto nas prateleiras alguns dias antes, a Apple finalmente anunciou seus novos headphones semi-wireless Powerbeats 4.

Projetado como uma alternativa mais barata ao Powerbeats Pro, o Powerbeats 4 de US$ 150 é o modelo mais acessível da linha de todos os tempos, custando US$ 50 a menos que o Powerbeats 3. (No Brasil, o Powerbeats 3 custa R$ 1.449,00; ou seja, por aqui, o preço pode não ser tão animador assim.)

Preço à parte, a principal diferença entre o Powerbeats Pro e o Powerbeats 4 é que o Powerbeats 4 não é totalmente sem fio, pois ainda conta com um cabo que mantém os dois fones de ouvido conectados. Dito isto, para este modelo, a Apple alterou o design do Powerbeats 4 para que o cabo agora passe por trás das orelhas em vez de na frente, o que deve ajudar a impedir que o cabo fique te incomodando.

Foto: Beats

Outra inclusão interessante é que a Apple alega que o Powerbeats 4 deve soar como o Powerbeats Pro mais caro, enquanto seu chip H1 embutido fará com que seja fácil para os proprietários de iPhone emparelharem rapidamente o Powerbeats 4 com o dispositivo e controlarem por comandos de voz à Siri. (Diga o que quiser sobre a Apple, mas seu trabalho no campo de áudio Bluetooth é excepcional.)

O Powerbeats 4 também ganhou um pequeno aumento na duração da bateria, com um tempo total de execução de 15 horas por carga; o Powerbeats 3 tem 12 horas. E, como nos modelos anteriores, o Powerbeats 4 apresenta uma classificação IPX4 para suor e água, portanto, embora ele não sobreviva a um mergulho, deve ser mais do que capaz de te acompanhar durante um treino.

No entanto, uma coisa que você não encontrará no Powerbeats 4 é o controle remoto nos fios do Powerbeats 3, que foi substituído por botões físicos incorporados nos próprios fones de ouvido. Eles consistem em um botão de volume na parte superior do fone de ouvido direito, um botão multifuncional atrás do logotipo “B” do Beats e um botão liga/desliga na parte superior do fone de ouvido esquerdo.

Foto: Beats

E, finalmente, quando você precisar recarregar, o Powerbeats 4 vem com uma porta Lightning e um cabo USB-A para Lightning incluído (junto com uma bolsa de transporte). No entanto, se você planeja usar um MacBook moderno para recarregar o Powerbeats 4, precisará de um cabo ou dongle diferente, pois os laptops Mac de modelos mais recentes só têm portas USB-C.

O Powerbeats 4 está programado para entrar oficialmente à venda na quarta-feira, 18 de março, por US$ 150, e estará disponível em três cores: vermelho, branco e preto. No Brasil, por ora, só sabemos que ele já foi homologado pela Anatel.

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WhatsApp trabalha em função para apagar mensagens automaticamente depois de um tempo

Posted: 16 Mar 2020 11:20 AM PDT

Aplicativo WhatsApp na tela inicial

Não é segredo para ninguém que o WhatsApp não tem uma veia inovadora, mas o aplicativo de mensagens costuma adotar funções populares em outros mensageiros (embora pouca gente os usem). Uma dessas funções que deve chegar ao app em breve são as mensagens temporárias, daquelas que se apagam depois de um tempo.

O pessoal do WABeta Info, que costuma antecipar os recursos do WhatsApp, publicou que surgiram opções de tempo para a autodestruição de mensagens. São várias opções, mas bem rígidas: 1 hora, 1 dia, 1 semana, 1 mês ou 1 ano. Eu, particularmente, esperava algo mais granular, como “10 minutos” ou “6 horas”.

Essa opção surgiu na tela do contato, onde podemos gerenciar as notificações de cada pessoa. Na versão em inglês, está sob o menu “Delete messages”, que provavelmente será traduzido para algo como “Apagar mensagens”. Ao ativá-la, aparentemente, você transforma toda a configuração daquele chat e todas as mensagens seguirão o tempo determinado para sumirem.

A opção já tinha aparecido em outras versões beta, somente para grupos. Parece que os desenvolvedores mudaram de ideia e o recurso aparece em todos os chats.

Telas da função de apagar mensagens no WhatsApp

A opção pode ser interessante para trocar mensagens com conteúdos mais sensíveis. Outro uso importante é limpar o histórico de um grupo com frequência, mantendo as conversas mais organizadas (ainda que se perca todo o histórico).

O aplicativo sempre destaca suas capacidades de criptografia, mas não são raros os casos de golpes, falhas de segurança e falta de privacidade.

A função de deletar mensagens após determinado período ainda está sendo trabalhada pelos desenvolvedores do WhatsApp e não tem data para aparecer para os usuários.

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Novo telescópio poderoso pode ser prejudicado pela constelação de satélites Starlink, sugere pesquisa

Posted: 16 Mar 2020 09:55 AM PDT

Observatório Rubin que está sendo construído no Chile

Enquanto os astrônomos aguardam ansiosamente a abertura do Observatório Vera C. Rubin no Chile, operadores têm feito testes para ver como o sistema irá funcionar quando a baixa órbita da Terra estiver cheia de megaconstelações de satélites, semelhantes às que estão sendo montadas pela SpaceX. Sem surpreender a ninguém, os resultados não trazem boas notícias.

Novas pesquisas da equipe de Ciência do Projeto do Observatório Rubin (PST, na sigla em inglês) mostram que uma megaconstelação composta por 42.000 satélites causará estragos no Legacy Survey of Space and Time (LSST), um projeto de pesquisa que deverá começar no final do ano que vem e terminar em 2032.

A expectativa é que quase uma em cada três imagens do LSST contenha pelo menos uma rastro de satélite, enquanto praticamente todas as imagens tiradas ao anoitecer ou ao amanhecer estarão manchadas por pelo menos uma trilha, de acordo com essa nova pesquisa.

Se nada for feito para diminuir esse problema, os pesquisadores talvez tenham que estender o projeto por quatro anos.

Nomeado em homenagem a Vera C. Rubin, pioneira na pesquisa de matéria negra, o observatório deverá entrar em funcionamento no final do ano que vem.

Os astrônomos usarão o Telescópio Simonyi Survey de 8,4 metros e a câmera LSST de 3.200 megapixels para capturar 1.000 imagens por noite, levantando informações sobre estrelas e galáxias que estão próximas, longe e muito longe. O Observatório Rubin, além de ajudar na astronomia e cosmologia, poderia detectar asteroides perigosos que se aproximam da Terra.

“A pesquisa do LSST criará um filme colorido do universo, tornando o incomum em comum e o singular observável”, escreveram os autores da pesquisa do PST. “Pela primeira vez, a humanidade verá o universo óptico com uma visão panorâmica no espaço e no tempo. Os maiores avanços a vir do Observatório Rubin são, portanto, quase certamente imprevistos”.

Os autores acrescentam que “isso requer acesso ao céu noturno imaculado e não poluído que durante milênios foi o direito inato dos habitantes da Terra”.

O ideal é que o telescópio capture as imagens com uma exposição de 30 segundos de duração, revelando objetos tênues e distantes que são 20 milhões de vezes mais escuros do que o que pode ser visto a olho nu, de acordo com o PST.

Com esse elevado grau de sensibilidade óptica, não é difícil imaginar como constelações de satélites representarão problemas monumentais para a pesquisa.

Por que os satélites podem causar problemas?

É evidente que os astrônomos têm lidado com satélites durante décadas, mas os cientistas do PST estão antecipando um influxo de novos satélites nos próximos anos. A SpaceX, por exemplo, já realizou cinco lançamentos da Starlink desde maio de 2019, colocando 300 satélites em órbita baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês).

E esse é só o começo. A empresa liderada por Elon Musk espera povoar a órbita baixa da Terra com 42.000 satélites Starlink até meados da década de 2020. Empresas rivais como a Amazon, OneWeb e Samsung, estão se preparando para fazer parte do bolo e especialistas preveem mais de 50.000 satélites nessa faixa até a década de 2030.

Linhas dos satélites Starlink em um quadro da CTIO DECamLinhas dos satélites Starlink em um quadro da CTIO DECam, tirada em novembro de 2019. Imagem: Clara Martínez-Vázquez, Cliff Johnson, CTIO/AURA/NSF

Outro problema tem a ver com a forma como esses satélites são implantados. Os satélites Starlink são inicialmente lançados numa altitude orbital de 290 quilômetros e depois ascendem a uma órbita operacional de cerca de 550 quilômetros acima da superfície terrestre (que na realidade ainda é bastante baixa, uma vez que ainda são visíveis a olho nu).

Durante as fases iniciais desse processo, no entanto, os satélites produzem aquele efeito de “estrela cadente”. A um ritmo de lançamento de dois satélites por mês, os comboios da Starlink são uma presença semi-regular no céu noturno.

Os impactos dos satélites nesse projeto

Levando em consideração os lançamentos já realizados, o PST fez simulações para analisar os efeitos que uma constelação de 42.000 satélites teria na pesquisa do LSST. Os resultados mostraram que cerca de 30% de todas as imagens irão capturar pelo menos um rastro dos satélites, e quase todas as imagens tiradas durante o crepúsculo – quando os satélites em LEO são mais brilhantes – terão a presença de pelo menos um satélite.

A expectativa é que o brilho dos satélites em LEO sature imagens astronômicas, produzindo falhas visuais residuais e forçando os cientistas a jogarem muito material no lixo. A presença dos objetos nas imagens é tão ruim que espera-se que a pesquisa se estenda por mais quatro anos para compensar os dados perdidos, de acordo com o novo estudo do PST.

Infelizmente, as megaconstelações também poderiam interferir pesquisas relacionadas, como a detecção de asteroides perigosos e a realização de trabalhos cosmológicos, como investigações sobre matéria negra.

As possíveis soluções

Esse tipo de problema foi discutido recentemente numa conferência da American Astronomical Society no Havaí, na medida em que os astrônomos lutam para evitar que futuras constelações inibam a sua capacidade de fazer ciência. Naturalmente, a equipe da Vera Rubin trouxe suas preocupações à SpaceX, e os dois grupos estão trabalhando juntos para encontrar soluções.

As possíveis estratégias para diminuir o problema incluem a redução do brilho dos satélites por um fator de 10, de acordo com o estudo do PST. Isso exigirá um anova tecnologia (por exemplo, tinta de baixa reflexividade), custos acrescidos e a adesão de operadores de satélites. A SpaceX já escureceu um de seus satélites Starlink para testar o conceito, que chama de “guarda-sol”.

Como descrito no estudo do PST, outras soluções potenciais incluem poderosos algoritmos de processamento de imagem para corrigir problemas causados por rastros e software para prever os movimentos orbitais dos satélites, o que impedirá o telescópio de varrer determinadas parcelas do céu – o que pode ser bastante complicado: o telescópio Vera Rubin terá um campo de visão de 10 graus quadrados, que é cerca de 40 vezes a área ocupada pela Lua no céu noturno. Com mais de 50.000 satélites espalhados e o plano de realizar exposições de 30 segundos de duração, pode ser difícil para o software encontrar uma extensão livre de satélites artificiais.

Dito isso, outra estratégia proposta pelo PST é a de fazer exposições de 15 segundos do mesmo pedaço de céu. Caso uma dessas duas imagens apresente um rastro de satélite, ela seria rejeitada. Não é uma grande solução, mas uma solução possível.

Esperamos que a equipe do PST e a SpaceX cheguem a algum tipo de acordo sobre a melhor forma de avançar com o tema. No início desta semana, Musk disse que Starlink vai causar “zero” problemas para a astronomia, como publicado pela Forbes, o que parece uma estranha afirmação a se fazer, dado que os objetos já estão causando dores de cabeça. Na ocasião, Musk disse que tomaria medidas para corrigir problemas se já os tivesse causado.

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Cientistas brasileiros trabalham em vacina contra o novo coronavírus

Posted: 16 Mar 2020 08:59 AM PDT

Estrutura do novo coronavírus COVID-19

À medida que os casos de coronavírus (COVID-19) aumentam ao redor do mundo, pesquisadores se dedicam a desenvolver uma vacina para conter a pandemia. Um dos esforços mais recentes é de cientistas brasileiros que pretendem adotar uma estratégia diferente a fim de acelerar o desenvolvimento e oferecer uma candidata a vacina já nos próximos meses.

O projeto, liderado por pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e apoiado pela FAPESP, é baseado em uma técnica que está sendo testada nos Estados Unidos.

Basicamente, a ideia da vacina é fazer com que o organismo combata o vírus. Para isso, os pesquisadores querem inserir na vacina moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA), com instruções para a produção de uma proteína capaz de ser reconhecida pelo sistema imunológico.

Assim, são utilizadas VLPs (sigla para "virus like particles", em inglês), que possuem uma estrutura semelhante a de um vírus, mas sem o material genético dele. Isso permite que elas sejam inseridas de forma segura, já que não podem ser replicadas, ao mesmo tempo em que são reconhecidas pelas células do sistema imunológico.

Após reconhecer as proteínas artificiais, o sistema imunológico será capaz também de identificar e combater o coronavírus real. Gustavo Cabral, pesquisador responsável pelo projeto, declarou à Agência FAPESP que diante das incertezas em relação ao novo vírus, o desenvolvimento de vacinas deve priorizar a segurança. Por esse motivo é necessário evitar inserir material genético no corpo humano, que poderia resultar em uma multiplicação do vírus e efeitos indesejados.

Para garantir uma resposta do sistema imunológico, as VLPs são injetadas juntamente com antígenos, que desencadeiam a produção de anticorpos. Cabral ainda explicou que as VLPs são componentes naturais e seguros, podendo ser facilmente degradadas.

Para produzir os antígenos que serão utilizados na vacina, os cientistas precisam identificar quais regiões da estrutura do vírus interagem com as células permitindo sua entrada. Após a identificação dessas proteínas spike, como são chamadas, eles extraem fragmentos delas para combinar às VLPs. Também são realizados testes com o plasma sanguíneo de pacientes infectados para analisar quais fragmentos induzem uma resposta protetora.

Segundo Cabral, os antígenos sintéticos serão testados em soros de pacientes infectados. A potencial vacina será aplicada em camundongos e, caso sua eficácia seja comprovada, os pesquisadores pretendem trabalhar com outras instituições de pesquisa no Brasil e no exterior para acelerar o desenvolvimento da vacina.

[Agência FAPESP]

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Apple é multada em 1,1 bilhão de euros por práticas anticompetitivas

Posted: 16 Mar 2020 07:41 AM PDT

Logo da Apple com prédio ao fundo

A Apple recebeu uma multa de € 1,1 bilhão (R$ 6 bilhões) por práticas anticompetitivas na França. O órgão antitruste francês concluiu que a companhia realizou acordos com fornecedores que impediam a competitividade de revendedores independentes.

“A Apple e dois atacadistas concordaram em não competir entre si e impedir que os revendedores promovessem a concorrência entre si, esterilizando o mercado atacadista de produtos Apple”, disse Isabelle de Silva, chefe da autoridade de concorrência da França, em uma declaração nesta segunda-feira (16).

Os dois atacadistas, Ingram Micro e Tech Data, também foram multados em € 62,9 milhões (R$ 346 milhões) e € 76,1 milhões (R$ 419 milhões), respectivamente. O órgão regulador havia recebido uma queixa de fixação de preços por parte da Apple em 2012, realizada pela rede de lojas eBizcuss.

Somando as três multas, esse é o recorde de uma multa por táticas de vendas anticompetitivas.

O processo tem a ver com selos que a Apple oferece para lojas: há os revendedores “autorizados” e os “premium”. Os revendedores premium têm acesso especial a produtos e serviços desde que cumpram regras mais específicas na maneira com que vendem e precificam os produtos.

A autoridade francesa disse que a Apple “abusou da dependência econômica” de distribuidores premium, sujeitando-os a condições comerciais injustas e desfavoráveis em comparação com a sua rede de distribuidores integrados. A decisão leva em consideração todos os produtos Apple – incluindo computadores e tablets – exceto iPhones, que muitas vezes são vendidos por operadoras.

De acordo com o Engadget, a Apple irá recorrer da decisão. Em um comunicado ao blog americano, a companhia disse que “a decisão da Autoridade de Concorrência da França é decepcionante. [A conclusão] está relacionada com práticas de há mais de uma década e descarta 30 anos de precedentes legais que todas as empresas na França seguem e que pode causar caos às companhias de todos os setores”.

A empresa tem sofrido com multas na Europa. Em 2016, a União Europeia decidiu multar a Apple em € 131, bilhões por evasão fiscal na Irlanda, além de € 1,2 bilhão em juros. Eles recorreram da decisão, mas uma decisão final ainda deve estar longe de acontecer.

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App da 99 agora tem função que permite bloquear motoristas e passageiros

Posted: 16 Mar 2020 06:44 AM PDT

Os aplicativos de corrida vêm lançando uma série de recursos focados na segurança de motoristas e passageiros, desde ferramentas para gravar conversas a verificação de viagens por código. No entanto, muitas pessoas ainda podem ter receio em manifestar qualquer insatisfação por medo de acabar em uma corrida com a mesma pessoa no futuro.

Felizmente, a 99 está lançando a Função Bloquear em todas as cidades para acabar com esse tipo de desconforto. A partir dessa segunda-feira (16), motoristas e passageiros que não quiserem mais estar no mesmo carro podem optar por não receber mais corridas um do outro.

Para utilizar a nova funcionalidade, é preciso esperar o fim do percurso quando aparece a tela de avaliação por estrelas. Depois, nessa mesma seção, basta selecionar a opção de bloqueio. Segundo comunicado da empresa, nenhuma das partes é notificada, assim ninguém fica sabendo quando for bloqueado.

Logo abaixo do campo de gorjeta tem a opção de “Bloquear esse motorista”. Imagem: Divulgação

A 99 ainda reforça no comunicado que é possível deixar críticas e sugestões pelo próprio aplicativo e pelo telefone 0300 3132 421. A nova função de bloqueio pode ser muito útil para quem se sente desconfortável em reclamar direto com a pessoa ou à empresa. Porém, em casos mais graves, é importante denunciar para que outros incidentes não ocorram com outras pessoas. Após a denúncia, é só bloquear o motorista ou passageiro para garantir uma maior segurança.

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Como acessar seus arquivos, apps e senhas do trabalho no home office

Posted: 16 Mar 2020 06:05 AM PDT

Atualmente, muitos de nós estão trabalhando de casa no esquema de home office, o que pode ser tanto desafiador quanto revigorante. Também pode ser uma dor de cabeça quando você precisa trocar de aparelho.

Este não é um cenário que se aplica a todos — algumas pessoas simplesmente poderão pegar seu laptop de trabalho e levá-lo para casa — mas se você precisar alternar entre dois laptops ou desktops diferentes, temos algumas dicas para você.

A boa notícia é que continuar o trabalho em um computador doméstico é muito, muito mais fácil do que costumava ser há alguns anos. Agora, muitos aplicativos e plataformas foram projetados para serem usados ​​simultaneamente em vários dispositivos. Se você tem um computador em casa e outro no escritório, veja como sincronizar as informações necessárias.

Deixe seus arquivos disponíveis de qualquer lugar

Se você ainda não estiver usando um aplicativo para sincronizar seus arquivos de casa e do escritório, escolha um que funcione para você. Algumas das melhores opções incluem Dropbox (2 GB de espaço grátis), Google Drive (15 GB grátis), iCloud (5 GB grátis), OneDrive (5 GB grátis) e Box (10 GB grátis).

Todos esses serviços cobrarão alguns dólares por mês se você precisar de mais espaço para armazenar mais documentos na nuvem.

Além de armazenar seus arquivos na internet, cada serviço também sincronizará seus arquivos com todos os dispositivos em que você instalou o aplicativo. As alterações feitas em uma máquina são instantaneamente sincronizadas com as outras.

Captura de tela: Gizmodo

Faça a sua escolha com base nas plataformas que você está usando — o iCloud faz sentido para Macs, OneDrive para máquinas Windows –, mas para uma opção abrangente e independente de plataforma, gostamos do Dropbox. É uma das opções mais caras, mas possui alguns truques interessantes em termos de escolha de quais arquivos serão sincronizados em cada dispositivo. Além disso, sua interface da Web é bem aprimorada e intuitiva.

Com um (ou mais) desses aplicativos configurados em casa e no trabalho, você nunca mais precisará colocar um pen drive na sua bolsa ou no bolso. Esses serviços também são úteis se você estiver trabalhando durante um deslocamento com seu telefone ou tablet, já que também é possível acessar seus arquivos nesses dispositivos.

Use web apps

Web apps evoluíram bastante, portanto, gaste o máximo de tempo possível neles para facilitar o trabalho em casa. Por exemplo, compare o tempo de carregamento do Google Docs em uma guia do navegador com a espera interminável do Microsoft Word. A opção do Google é mais rápida, é gratuita e está disponível em qualquer computador com conexão à web.

Muitos dos aplicativos de desktop que você pode usar em uma configuração típica de escritório têm equivalentes ou alternativas on-line decentes. Até a Microsoft começou a desenvolver versões web boas de Word, Excel e PowerPoint (e você pode usá-las gratuitamente, mesmo sem pagar pelo software de desktop).

Captura de tela: Gizmodo

O aplicativo de mensagens de trabalho Slack está disponível na web para que você possa manter contato com seus colegas. O mesmo vale para a plataforma de streaming de música Spotify, para ajudar o dia de trabalho a passar muito mais rápido. Mas o que você deve mesmo usar são os aplicativos de escritório da Apple, Google e Microsoft no navegador, pois todos os seus arquivos também aparecerão neles automaticamente.

Isso não será possível em todos os casos, e programas pesados, como o pacote Creative Cloud da Adobe, ainda exigem instalação, assim como muitos aplicativos proprietários configurados pelo seu empregador.

Configure uma conexão remota

Se você precisar acessar sua máquina de trabalho a partir de casa, poderá instalar um software de conexão remota (geralmente através do departamento de TI, verifique primeiro). Você pode até fazer isso no Google Chrome com o aplicativo Chrome Remote Desktop. Depois de configurar o aplicativo no seu computador da empresa, você poderá acessá-lo em qualquer dispositivo executando o Chrome com os detalhes corretos de login.

Outro programa que permite acesso remoto autônomo — ou seja, onde não há ninguém na outra extremidade da conexão — é o TeamViewer. Ele é gratuito para uso individual e, com o software configurado em casa e no trabalho, você pode conectar-se à sua máquina de trabalho com apenas alguns cliques.

Captura de tela: Gizmodo

Ferramentas como a Área de trabalho remota do Chrome e o TeamViewer permitem que você opere seu computador de trabalho como se estivesse sentado na frente dele: você pode executar qualquer software instalado nele, acessar todos os seus arquivos de trabalho e assim por diante. Pode ser necessário instalar algum tipo de VPN para que isso funcione, mas o suporte técnico de TI da sua empresa pode ajudar você com isso.

Se manter o computador do trabalho ligado 24 horas por dia não for uma opção — ou a rede do seu local de trabalho não estiver configurada para permitir acesso remoto –, será necessário recorrer aos aplicativos da web e de sincronização de arquivos mencionados anteriormente.

Lembre-se de que configurar o software de acesso remoto e usar uma VPN da empresa em sua máquina doméstica não é uma boa ideia se você se preocupa em manter uma divisão entre sua vida pessoal e profissional.

E finalmente… logins e senhas

Você pode precisar acessar seus logins de trabalho enquanto estiver em casa — qualquer navegador moderno ou gerenciador de senhas pode cuidar disso para você. Apenas certifique-se de configurar algum tipo de sincronização antes de sair do escritório (e de usar o mesmo software nos dois locais diferentes).

Se você não deseja que seus dados de navegação pessoal sejam misturados com os dados de navegação profissional, você pode configurar perfis de usuário separados no navegador no Chrome, Firefox ou Edge. Temos um guia completo sobre como fazer isso, e você sempre pode excluir o perfil de trabalho quando voltar ao escritório em tempo integral.

Captura de tela: Gizmodo

Você pode sincronizar alguns dados fazendo login com a mesma conta do Google, Microsoft ou Apple em casa e no trabalho, dependendo de quais plataformas você está usando nos dois locais (e se a política de TI no seu local de trabalho não for tão rígida). Se você nunca fez isso antes, pode valer a pena tentar.

Se você precisar que seu computador de trabalho permaneça ligado, talvez seja necessário desativar as atualizações automáticas para que ele não seja reiniciado repentinamente da noite para o dia. No Windows, isso pode ser feito nas opções Windows Update e Opções avançadas na parte Atualização e segurança das Configurações; no macOS, abra o menu Apple, escolha Sobre este Mac e Atualização de software e desmarque Manter o Mac automaticamente atualizado.

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SpaceX aborta lançamento do foguete Falcon 9 nos últimos segundos da contagem regressiva

Posted: 16 Mar 2020 05:44 AM PDT

Um foguete Falcon 9, da SpaceX, abortou um lançamento planejado na manhã de domingo (15), no último segundo, devido a um problema de potência do motor. O evento gerou confusão no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, onde a contagem regressiva parecia estar ocorrendo normalmente. No entanto, o foguete não saiu do lugar.

Em um vídeo publicado pela SpaceX, você pode ouvir um comentarista começar a contagem regressiva. Neste momento, o foguete ainda parece estar se preparando para decolar, e ninguém parece suspeitar que algo está errado. Quando o comentarista chega a zero e anuncia a decolagem, ele imediatamente acrescenta: "Desconsidere. Temos um aborto".

Segundo o Space.com, aparentemente, o computador de bordo do Falcon 9 interrompeu o lançamento pouco antes da decolagem porque detectou um problema com um dos nove motores Merlin 1D do foguete. Michael Andrews, supervisor de cadeia de suprimentos da SpaceX, disse no comentário do lançamento que eles tinham uma “condição em relação à potência do motor que nos levou a abortar o lançamento de hoje”.

Andrews acrescentou que o veículo parecia estar em boas condições, mas a empresa não tentaria mais lançá-lo hoje.

A própria SpaceX falou sobre o assunto no Twitter logo depois.

"Missão abortada hoje; a interrupção automática padrão foi acionada devido a dados anômalos durante a verificação de potência do motor", afirmou a SpaceX. “Anunciaremos a data da próxima oportunidade de lançamento assim que ela for confirmada”.

A SpaceX planejava lançar um lote de 60 novos satélites Starlink, parte de uma iniciativa para fornecer Internet de baixo custo para locais remotos em todo o mundo, onde é difícil obter serviços online. O CEO Elon Musk disse que o sistema de constelação Starlink estará disponível quando 400 satélites estiverem em órbita e ativados. Ele afirma que alcançará “capacidade operacional significativa” com 800 satélites.

O lançamento de hoje foi significativo porque teria sido o primeiro impulsionador de foguetes do Falcon 9, ou o primeiro estágio, a ser lançado cinco vezes. A primeira vez que esse booster foi lançado foi em 2018, segundo a Ars Technica. A SpaceX também anunciou que reutilizaria a carenagem da carga útil do foguete. No geral, isso significava que a única parte desse Falcon 9 que não estava sendo reutilizada era o segundo estágio.

A SpaceX visa reduzir o custo dos lançamentos de foguetes reutilizando partes deles. Ainda não se sabe quando a empresa tentará lançar o Falcon 9 novamente. Mesmo que seja uma pequena decepção, é melhor prevenir do que remediar quando você está lançando um foguete caro, mesmo que planeje reutilizá-lo. Mais sorte da próxima vez.

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Que religião é mais amigável à ideia de alienígenas?

Posted: 16 Mar 2020 04:22 AM PDT

Na maioria das religiões mundiais, uma rápida aparição de um alienígena não soaria, pelo menos superficialmente, particularmente estranha. Ocorrências incomuns são meio vitais para o negócio como um todo. E os adeptos de ambos os campos — observadores de OVNIs e religiosos — sabem o que significa acreditar em certas coisas mesmo contra as probabilidades.

Se um membro do primeiro grupo decidir entrar em contato com o último, onde eles se sentiriam mais em casa? Que religião é mais receptiva ao conceito de vida em outros planetas? Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos vários especialistas em religião para descobrir.

Diana Walsh Pasulka

Professora de Filosofia e Religião da Universidade da Carolina do Norte Wilmington e autora de American Cosmic: UFOs, Religion, and Technology

Antes que a pergunta possa ser respondida, é uma boa ideia considerar a questão da definição de religião. Para a maioria das pessoas da tradição ocidental, a religião é algo que segue uma forma definida de padrões. Existe um Deus, geralmente existem livros sagrados e lugares para as pessoas frequentarem.

Geralmente, quando é explicado que muitas culturas não-ocidentais e indígenas não pensam em religião dessa maneira, isso abre a mente para o fato de existir uma ideia de religião que não é universal no planeta todo.

Em muitas espiritualidades indígenas, por exemplo, extraterrestres, muitas vezes chamados de “povos das estrelas”, existem e são até ancestrais de certas tribos da Terra. Mesmo em certas espiritualidades indígenas ocidentais, como os irlandeses pré-cristãos, por exemplo, extraterrestres vieram das nuvens e forneceram aos seres humanos conhecimento sobre como viver.

Mesmo nas tradições ocidentais — como o catolicismo, por exemplo –, as conversas sobre vida extraterrestre acontecem há mais de mil anos. Em 1891, o Papa Leão XIII estabeleceu um observatório espacial (que já estava lá) para estudar “objetos voadores inexplicáveis”.

O budismo também faz referência à existência de outros mundos. É óbvio que a maioria das religiões e espiritualidades consideraram a existência de seres de outros mundos. Na verdade, não é novidade.

O que é novo, no entanto, é que existem “religiões ufológicas” ou religiões hoje em dia que incorporam idéias de que os extraterrestres estão aqui por várias razões. A nação do Islã é um exemplo clássico de tal religião. Obviamente, religiões como a fundada pelo francês Raël são uma religião OVNI, pois ele disse que teve uma experiência direta de um disco voador e sua espiritualidade emergiu diretamente dessa experiência.

Portanto, essas religiões já incorporam essas ideias, assim como muitas religiões indígenas. Na minha opinião, se os extraterrestres existirem, não acho que a maioria das religiões ou seus membros terão problemas com isso.

“Em muitas espiritualidades indígenas, os extraterrestres, freqüentemente chamados de ‘povo estelar’, existem e são até ancestrais de certas tribos da Terra”.

Karen Pechilis

Professora de Religiões Comparadas na Drew University

Acho que o budismo é um bom candidato para ser a religião mais amigável à ideia de existir vida em outros planetas, especialmente se a política puder ser deixada de fora.

O budismo é uma religião de “inscrição aberta” que tem um método de conversão (a Joia Tríplice) que é usada há milênios para recrutar membros entre populações muito diferentes entre si. Com esse método eles tem um histórico de interação com tradições locais pré-existentes, ao invés de oprimi-las. Assim, se mantém aberto à diferença.

Além disso, alguns textos budistas descrevem várias regiões, nem todas terrenas, nas quais as pessoas vivem simultaneamente, mas sem contato entre as regiões. Por fim, a oração budista universal é "que todos os seres sejam (desinteressadamente) felizes", que é direcionada a todos, em todos os lugares.

“Alguns textos budistas descrevem várias regiões, nem todas terrenas, nas quais as pessoas vivem simultaneamente, mas sem contato entre as regiões.”

Douglas Vakoch

Presidente da Messaging Extraterrestrial Intelligence (METI), uma organização de pesquisa sem fins lucrativos que cria e transmite mensagens interestelares para procurar civilizações extraterrestres

Depois que detectarmos vida extraterrestre, tudo mudará. As religiões que foram resistentes à perspectiva de vida extraterrestre serão forçadas a fazer um balanço e reavaliar suas posições. Não perguntaremos mais “Você acredita na existência de extraterrestres?” mas, em vez disso, nos perguntaremos: “O que a existência de extraterrestres significa para suas crenças?”.

Hoje, quando se pergunta às pessoas religiosas se a vida fora da Terra é consistente com sua fé, elas são colocadas em uma posição constrangedora. Espera-se que eles considerem uma questão científica através das lentes de suas crenças religiosas. As escrituras deles fazem referência explícita à existência de vida em planetas que orbitam outras estrelas? O silêncio sobre esse tópico implica na ausência de alienígenas, ou simplesmente o fato de os textos religiosos não estarem tentando responder a perguntas científicas que eram impossíveis de serem feitas antigamente?

Para as tradições religiosas mais antigas do mundo, muitas dessas perguntas não fazem sentido. Os textos sagrados escritos há milhares de anos foram baseados em cosmologias radicalmente diferentes da presente na astronomia moderna. Era inconcebível perguntar se existem Terras habitadas em torno de estrelas distantes, quando ninguém imaginava que as estrelas fossem algo como o nosso próprio Sol. Tentar extrair uma resposta científica de uma escritura religiosa tende ao fracasso.

É certo que algumas tradições terão mais facilidade do que outras em absorver a notícia de que não estamos sozinhos no universo. Numerosas escolas de budismo e hinduísmo postulam incontáveis ​​reinos celestes, povoados por seres mais espiritualmente avançados ou menos espiritualmente avançados que os humanos. Notícias de vizinhos extraterrestres seriam bem-vindas e facilmente assimiladas.

No cristianismo, duas denominações importantes surgiram recentemente o suficiente para serem informadas por observações astronômicas do século 19 de planetas em nosso próprio sistema solar. O fundador dos Adventistas do Sétimo Dia teve visões de extraterrestres, e as escrituras dos Santos dos Últimos Dias, A Pérola de Grande Valor, afirma a existência de outros mundos habitados além da Terra. Nessas tradições, supõe-se que os alienígenas existam, então nenhuma adaptação será necessária.

A questão mais interessante é se a descoberta da vida além da Terra criará uma abertura para o diálogo com uma espécie que evoluiu de maneira independente em outro mundo. Em caso afirmativo, quais indivíduos ou grupos iniciarão uma empreitada que não será concretizada durante a vida humana? Dadas as distâncias entre as estrelas, uma troca interestelar alternada pode levar séculos ou milênios.

Aqui na Terra, as religiões estão entre as organizações sociais de maior sucesso a operar em prazos tão longos. O conhecimento de que um exoplaneta distante é habitado será o ímpeto para o lançamento de um diálogo inter-religioso multigeracional e inter-espécies?

“O fundador dos Adventistas do Sétimo Dia teve visões de extraterrestres, e as escrituras dos Santos dos Últimos Dias, A Pérola de Grande Valor, afirma a existência de outros mundos habitados além da Terra."

Liz Wilson

Professora de Religião Comparadada Universidade de Ohio de Miami

Budismo, com certeza. Nenhuma outra religião oferece uma representação tão vívida de como é a vida em planetas distantes dos nossos. Nos textos budistas, aprendemos como é, fenomenologicamente, estar em outro planeta. Aprendemos como seria viver em mundos habitados por seres sencientes, mundos imbuídos de qualidades sagradas.

Dentro do budismo mahayana, o estado de Buda pode assumir várias formas. Seus filósofos distinguem entre o corpo inefável do Buda — o eterno dharma-kāya ("corpo da verdade") — e corpos, como o nosso, sujeitos a decadência. Entre esses dois corpos estão os corpos celestes do Buda que estão associados ao espaço exterior, a universos fora do nosso. Esses "corpos de prazer" (saṃbhoga-kāya) são construídos com base nos votos que os budas fizeram muito antes de se tornarem budas.

Os corpos de prazer são compostos de energia sutil e não morrem como corpos comuns na Terra. Os reinos em que esses corpos de prazer presidem são chamados campos de Buda (Buddha-kṣetra), e diz-se que são incontáveis ​​em número.

Assim como todo ser é potencialmente um Buda, todos os Budas se lançam como seres volitivos que fazem votos para serem benéficos a seres sencientes. Esses votos assumem a forma de mundos no espaço sideral, onde um ser pode nascer. Os campos de Buda são projetados para ajudar até os seres mais tolos e obstinados a ver a realidade como ela realmente é. O melhor dos muitos campos de Buda que existem são descritos como paraísos puros, sem dor, repletos de calma e compaixão.

Terras puras são lugares ideais para alcançar o nirvana, já que a vida lá é ideal para aumentar as oportunidades de consciência. Para praticantes budistas iniciantes, o objetivo é conseguir o nascimento em um campo puro de Buda após a morte. Para praticantes avançados, o objetivo é criar o seu próprio.

Como cada campo de Buda é feito sob medida de acordo com o voto que se faz como um Buda em formação, é bom olhar em volta para o que outros Budas criaram com seus votos. Antes de criar o plano para o seu próprio futuro campo de Buda, você deve viajar em transes meditativos, olhar para outros mundos e observar as opções.

O budismo mahayana oferece uma cosmologia extraordinariamente rica. Para esses budistas, a vida no espaço sideral é um artigo de fé e uma prática essencial.

"Nos textos budistas, aprendemos como é fenomenologicamente estar em outro planeta. Aprendemos como seria viver em mundos habitados por seres sencientes, mundos imbuídos de qualidades sagradas."

Chris Taylor

Professor de estudos islâmicos e diretor do Centro de Religião, Cultura e Conflitos da Universidade Drew (CRCC) na Universidade Drew

A maioria das religiões historicamente é bastante focada neste planeta, e muitas o conceberam como o centro do universo — se não literalmente, pelo menos efetivamente — então essa não é uma questão que as pessoas gastaram muito tempo escrevendo sobre, embora eu tenha certeza de que as pessoas se perguntam a respeito.

Como a maioria das religiões é complexa, não é possível perguntar qual é a mais "amigável" para uma ideia como a vida extraterrestre. Encontramos pensadores em várias tradições cujo pensamento pode não ter abordado especificamente essa questão, mas suspeitamos que eles teriam tido poucos problemas em aceitar a possibilidade de vida extraterrestre.

Na tradição islâmica, por exemplo, o grande filósofo místico do século 12 e 13 Ibn al-‘Arabi provavelmente ficaria muito à vontade com a teoria contemporânea em cosmologia física de que nosso próprio universo pode muito bem ser apenas um dos múltiplos universos, provavelmente ocupando múltiplos e diferentes dimensões de tempo e espaço.E já que você consegue aceitar algo tão estranho quanto isso, imaginar vida extraterrestre deve ser fácil.

A maioria das religiões tradicionais entenderam que o cosmos real é maior que o universo físico que experimentamos, e o cosmos real consiste em dimensões que transcendem o mundo físico. De fato, essas dimensões eram de maior interesse para eles do que nosso cosmos físico, porque a realidade suprema, de qualquer forma que a entendessem, existia em última instância nessas outras dimensões e transcendia necessariamente nosso próprio cosmo físico, porque para eles a realidade suprema era definida por qualidades que são impossíveis no contexto do nosso cosmos físico: (1) deve ser eterno; e (2) deve ser imutável.

Eles entenderam que tudo nesse cosmos não pode atender a nenhum dos critérios pelos quais eles definem define a realidade última. Assim, para muitas religiões tradicionais, a realidade suprema, por mais definida que seja, pode, em certo sentido, ser encontrada neste cosmos, mas não necessariamente pertence a esse cosmos. Quando você pensa sobre isso por um momento, é muito mais surpreendente do que a possibilidade de outra vida neste cosmos.

Assim, desconfio que as religiões tradicionais tipicamente tinham muito mais humildade do que a maioria das pessoas seculares do século 21 sobre o que é possível em última instância – tanto neste cosmos quanto além dele.

“Encontramos pensadores em várias tradições cujo pensamento pode não ter abordado especificamente essa questão, mas suspeitamos que eles teriam tido poucos problemas em aceitar a possibilidade de vida extraterrestre.”

Christian Weidemann

Conferencista, Teologia Protestante, Universidade de Muenster; artigos recentes incluem 'Jesus morreu pelos klingons também?' e 'A origem da vida é um acaso? Por que a hipótese da chance não deve ser descartada tão rapidamente'

Todas as principais religiões da Terra poderiam facilmente acomodar a descoberta de vida alienígena (inteligente), com uma exceção: o cristianismo.

Os cristãos sustentam que as pessoas que cometeram erros morais precisam desesperadamente de salvação divina. A boa notícia é que, por graça, Deus salvará muitos (de acordo com o universalismo, todos) pecadores humanos. Os cristãos também acreditam que Jesus Cristo desempenha um papel essencial na obra terrestre de salvação de Deus: Jesus era uma encarnação divina cuja expiação (sofrimento, ensino, bom exemplo…) acabaria reconciliando muitos (ou todos) pecadores humanos com Deus.

Agora imagine que o universo está repleto de outras civilizações inteligentes. O que um crente cristão deveria dizer? Afirmar que Cristo morreu apenas por nós, enquanto o resto do universo está ferrado, seria incompatível com o amor de Deus.

Se, no entanto, Jesus terrestre morresse por todo o universo, incluindo inúmeros pecadores extraterrestres, teríamos de aceitar um geocentrismo ainda mais absurdo do que a variante espacial.

Também não há uma saída sugerindo que outras espécies inteligentes podem não ser “caídas”. Essa proposta equivale a um excepcionalismo humano negativo que é totalmente inacreditável, dado que as espécies exóticas estão sujeitas aos mesmos mecanismos evolutivos gerais que nós. A seleção natural favorece traços “egoístas”.

E as múltiplas encarnações? Aqui outra dificuldade da doutrina cristã tradicional entra em jogo: Cristo tem duas naturezas — ele é “verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem”. Mas como os membros de espécies biológicas completamente diferentes ("verdadeiramente homem" e "verdadeiramente Klingon", digamos) devem permanecer em um relacionamento de identidade pessoal?

Pior ainda, se o número de espécies pecaminosas no universo exceder um certo limiar, Deus seria forçado a encarnar simultaneamente. No entanto, nenhuma pessoa que é um ser corporificado com natureza finita, isto é, um organismo biológico "verdadeiramente", pode ser mais do que um ser ao mesmo tempo. Se, por outro lado, as encarnações não fossem pessoalmente idênticas, resultariam muitas pessoas diferentes com uma natureza divina — muitas mesmo para um cristão.

Finalmente: os pecadores extraterrestres podem ter sido reconciliados com Deus por meios diferentes de uma encarnação divina? Talvez, mas mesmo que o crente cristão admita meios alternativos de salvação, ele está preso à alegação geocêntrica altamente implausível de que a encarnação, ou seja, um dos eventos mais notáveis ​​da história do cosmos, acontece há apenas 2000 anos em nosso planeta, embora inúmeros de outros planetas habitados também estavam disponíveis.

Portanto, concluo, o crente cristão tradicional não pode fazer sentido teológico da vida inteligente extraterrestre.

"Aqui outra dificuldade da doutrina cristã tradicional entra em jogo: Cristo tem duas naturezas — ele é ‘verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem’. Mas como os membros de espécies biológicas completamente diferentes (‘verdadeiramente homem’ e ‘verdadeiramente Klingon’, digamos) devem permanecer em um relacionamento de identidade pessoal?"

Kelly Eileen Hayes

Professora Associada de Estudos Religiosos, Universidade de Indiana

Embora possa parecer a trama de um romance de ficção científica, a ideia de que seres benevolentes e altamente avançados de outros planetas estão secretamente facilitando a evolução humana é comum a várias religiões.

Membros da religião brasileira chamada Vale do Amanhecer, por exemplo, afirmam ser os descendentes espirituais de uma raça de seres da estrela distante Capella, enviados por Deus para impulsionar a evolução da Terra. De acordo com os ensinamentos do Vale, as pirâmides elaboradas construídas por vários povos antigos eram na verdade estruturas tecnologicamente sofisticadas para manter as comunicações com Capella.

No continente norte-americano, uma ideia relacionada é central para Unarius, cuja líder carismática Ruth Norman, também conhecida como Arcanjo Uriel, afirmou estar em contato com os “Irmãos Espaciais” — inteligências altamente evoluídas que habitam outras galáxias. Uriel prometeu a seus seguidores que os Irmãos Espaciais aterrissariam na Terra em suas enormes naves estelares para inaugurar uma nova era de paz e unidade, mas somente quando os seres humanos estiverem prontos para entender sua mensagem.

Seja expresso na ficção científica ou na mitologia religiosa, nosso fascínio pela possibilidade de seres extraterrestres é venerável. Muito antes de desenvolvermos a tecnologia para explorar o universo fora da atmosfera da Terra, pensadores do Iluminismo como Kant e Swedenborg e grupos organizados de espíritas e teosofistas admitiram a existência de formas de vida avançadas em outros planetas. E, portanto, a resposta para a questão de qual religião é mais amigável com a ideia de vida existente em outros planetas é: muitas!

"Membros da religião brasileira chamada Vale do Amanhecer, por exemplo, afirmam ser os descendentes espirituais de uma raça de seres da estrela distante Capella, enviados por Deus para impulsionar a evolução da Terra."

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