terça-feira, 28 de abril de 2020

Gizmodo Brasil

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Você vai precisar esperar um mês a mais para comprar o iPhone 12

Posted: 27 Apr 2020 04:27 PM PDT

Loja da Apple. Crédito: Getty Images

Para a surpresa de ninguém, parece que a Apple vai atrasar a produção de seus iPhones topo de linha para 2020 devido à baixa demanda e a problemas na cadeia de suprimentos causados pela pandemia do coronavírus, segundo uma reportagem do Wall Street Journal.

Analistas e especialistas na cobertura da empresa vêm especulando há um tempo sobre uma possibilidade de atraso, e agora a reportagem do Wall Street Journal confirma isso, citando fontes relacionadas ao assunto. Geralmente, a Apple lança seu aparelho topo de linha em um evento em setembro, com os dispositivos começando a ser vendidos no próximo mês.

Para isso acontecer, a Apple precisa começar a produção durante o início do verão hemisfério norte, por volta de junho. Neste ano, parece que a Apple atrasará a produção do iPhone 12 (nome ainda não confirmado oficialmente) em um mês.

Sem dúvida, a Apple foi atingida pelas complicações causadas pelo coronavírus. Suas lojas ao redor do mundo foram fechadas, embora 42 na China já tenham sido reabertas. Da parte de produção, também parece que a equipe de engenharia da Apple não pôde viajar para China devido a restrições de viagem — segundo o Wall Street Journal, a equipe teve de recorrer a videochamadas para direcionar as montagens de protótipos nas fábricas asiáticas.

No momento, o atraso estimado de um mês não é o único motivo de preocupação — ele já era bastante previsível. A companhia também está se preparando para a possibilidade de que as pessoas evitem comprar um novo telefone este ano. Aparentemente, a empresa planeja reduzir a produção de telefones no segundo semestre de 2020 em até 20%.

Não seria a primeira vez que um produto da Apple chegaria atrasado. O iPhone X foi adiado para novembro de 2017 devido a atrasos na fabricação relacionados aos sensores 3D do telefone. Dito isso, assim que o iPhone 12 chegar, não haverá muito que ainda não tenha sido divulgado.

Já ouvimos rumores de um design mais plano, que lembra o iPhone 5, além da possibilidade de um entalhe muito menor. Há até um vídeo com supostas renderizações do telefone. A reportagem do Wall Street Journal também ecoa outros rumores dizendo que novos aparelhos virão em quatro modelos em três tamanhos — um telefone de 5,4 polegadas, dois telefones de 6,1 polegadas e um telefone de 6,7 polegadas — e que todos terão algum tipo de compatibilidade 5G, além de telas OLED.

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Ventilador pulmonar barato criado na USP é aprovado em testes com humanos

Posted: 27 Apr 2020 02:16 PM PDT

Ventilador pulmonar da USP

O projeto do ventilador pulmonar emergencial criado por um grupo de engenheiros da Escola Politécnica (Poli) da USP foi aprovado em testes técnicos e agora será enviado para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Esses aparelhos ajudam os pacientes com COVID-19 em estado severo a respirar, bombeando oxigênio para os pulmões e removendo o dióxido de carbono do corpo. A disponibilidade do equipamento pode garantir a sobrevivência do paciente.

Os responsáveis pelo projeto realizaram testes com animais e avaliações técnicas para comprovar a eficiência do respirador, além de terem usado o equipamento em quatro pacientes no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da USP, entre os dias 17 e 19 de abril, seguindo os trâmites da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.

O respirador foi considerado aprovado em todos os modos de uso e não houve nenhum problema com os pacientes ventilados.

O respirador da USP pode ser fabricado em 2 horas e custa 15 vezes menos do que os aparelhos comerciais mais barato, segundo os pesquisadores. Um respirador convencional custa, no mínimo, R$ 15.000. O projeto da universidade permite o item seja produzido com custo de R$ 1.000 – e ele é open-source.

Para acelerar as avaliações técnicas, os engenheiros tiveram que usar a criatividade. Uma bexiga de aniversário, feita de borracha, foi enchida de ar pelo respirador para verificar se o aparelho era capaz de controlar variáveis como pressão e vazão do oxigênio.

O ventilador pulmonar desenvolvido pela Poli-USP é mecânico, para ser utilizado em emergências.

A rede brasileira tem 61.000 respiradores, entre hospitais públicos e privados – 46.000 no Sistema Único de Saúde.

No começo do mês, o governo anunciou a compra de 6,5 mil respiradores mecânicos de fabricação nacional, no valor de R$ 322,5 milhões. Os equipamentos devem ser entregues em até 90 dias.

Nesta segunda-feira (27), foi cancelada a compra de respiradores 15.000 da China – o fornecedor chinês não entregou os aparelhos solicitados pelo Brasil. Dos 15 mil respiradores planejados para serem adquiridos pelo Ministério da Saúde, só 272 aparelhos foram entregues até agora.

Segundo o pesquisador Raul González Lima, a Poli-USP é responsável pelo projeto, mas não pela fabricação. Empresas poderão produzir o aparelho com autorização da Anvisa, e o projeto tem licença aberta para os interessados em fabricar o ventilador.

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Voltado para o público gamer, Huawei Nova 5T chega ao Brasil por R$ 2.999

Posted: 27 Apr 2020 12:57 PM PDT

A Huawei trouxe mais um smartphone para o mercado brasileiro. É o Nova 5T, anunciado no exterior em agosto do ano passado. O aparelho tem foco no público jovem e gamer. Sua ficha técnica é bem interessante, com 8 GB de RAM e processador Kirin 980, o mesmo do P30 Pro. O preço sugerido é de R$ 2.999.

O Nova 5T pode não ser um topo de linha como o novo P40 Pro, mas oferece bastante. O processador Kirin 980 não é o mais recente da marca — o P40 Pro veio com o 990, mais recente — mas ainda tem bastante potência (octa-core com até 2,6 GHz) e é bem moderno, feito com processo de fabricação de 7 nm. Há também dois chips NPU, processadores neurais para aplicações que usam inteligência artificial.

O Nova 5T também conta com 8 GB de RAM, que devem garantir um bom desempenho na hora de alternar entre apps, e 128 GB de armazenamento, um espaço bem generoso. Para focar no público gamer, a Huawei diz ter aperfeiçoado o aparelho para reduzir a latência durante os jogos. A tela usa tecnologia LCD (aparelhos mais caros geralmente usam AMOLED) e tem 6,26 polegadas, com resolução Full HD.

Apesar das disputas entre os EUA e a empresa chinesa, o aparelho que recebemos para testes conta com acesso à Google Play Store, então baixar seu jogo favorito não deve ser um problema. O aparelho roda EMUI 9.1, sistema baseado no Android 9 com personalizações da Huawei.

O smartphone também oferece um bom arsenal de câmeras. A frontal tem sensor de 32 megapixels, o que deve permitir imagens bem detalhadas, e fica em um buraco no canto superior esquerdo da tela. Na traseira, mais quatro câmeras: uma principal de 48 megapixels, uma ultrawide de 16 megapixels, uma de profundidade de 2 megapixels e uma macro, também de 2 megapixels.

O Nova 5T tem bateria com capacidade par 3.750 mAh, um número bem razoável, e vem com carregador de 22,5 W. E não tem saída para fone de ouvido — a única porta é USB-C.

O novo aparelho da Huawei está à venda no Fast Shop, com preço sugerido de R$ 2.999 — à vista, ele sai por R$ 2.700.

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Já conhece o Snaptube? Antes de baixá-lo, confira o review de um usuário

Posted: 27 Apr 2020 12:08 PM PDT

snaptube

“Como posso instalar o Snaptube no meu Samsung Galaxy? O Snaptube também pode baixar vídeos do Facebook“?

Ultimamente, tenho recebido muitas perguntas como esta sobre o Snaptube. Embora o aplicativo esteja por aqui já há algum tempo, ele ganhou muita popularidade nos últimos meses. Já que uso o Snaptube há mais de dois anos, acredito que sou a pessoa certa para responder a essas perguntas. Afinal, o Snaptube mudou muito no último ano e agora se tornou uma fonte de entretenimento para muitos. Bem, se você está planejando fazer o download do Snaptube ou até mesmo conhecer o aplicativo, então aqui está um guia essencial que com certeza o ajudará!

Snaptube: Seus Principais Recursos em Resumo

O Snaptube é um aplicativo popular (e disponível gratuitamente) para Android que nos permite assistir ou baixar vídeos de diferentes lugares. O que eu mais gosto no Snaptube é que ele tem colaborado com muitas plataformas. Portanto, os usuários não precisam alternar entre diferentes aplicativos procurando pelo conteúdo certo. Eles podem simplesmente usar o Snaptube e atender às suas necessidades de entretenimento em um só lugar. Além disso, aqui estão algumas outras coisas que você pode fazer com o Snaptube.

  • O melhor do Snaptube é que ele pode baixar vídeos diretamente do YT. Você também pode baixar vídeos de outras fontes como o Dailymotion, Facebook, Instagram, etc.
  • Se você quiser, você pode carregar um vídeo e baixá-lo também como um arquivo MP3. Isso pode ajudá-lo a converter vídeos de música do YT em músicas.
  • Os usuários também podem adicionar qualquer plataforma específica de sua escolha à interface do Snaptube e acessá-la facilmente para baixar vídeos sem sair do Snaptube.
  • O aplicativo oferece diferentes opções para download de mídia, como formato, resolução e tamanho. Portanto, você pode baixar vídeos em um formato ideal ou mesmo em HD, como 4K/2K.
  • Existem várias outras características do Snaptube que eu gosto, como seu modo dark ou o picture-in-picture.

Como Instalar e Usar o Snaptube no seu Android?

Isso é algo que a maioria das pessoas gostaria de aprender, pois ele não está disponível no Google Play Store. A razão para isso é que o Google não permite que nenhum aplicativo que possa baixar vídeos do YT seja listado na Play Store. Sim, incrivelmente, isso é verdade. O Snaptube é 100% seguro e é verificado por várias agências de segurança para que você não tenha que se preocupar com nenhuma questão de segurança ao usá-lo.

Pré-requisito

Para baixar o Snaptube, você precisa ir até Configurações > Segurança e certificar-se de que a opção de baixar aplicativos de “fontes desconhecidas” esteja ativada. Isso permitirá que você instale arquivos APK de outros lugares que não seja a Play Store. Você também pode ir às configurações do seu navegador e dar a ele a permissão para instalar aplicativos no seu celular.

Ótimo! Uma vez que você tenha feito isso, basta seguir estes passos para instalar e usar o Snaptube:

1. Inicie qualquer navegador no seu celular e vá para o site oficial do Snaptube para baixar o último APK estável.

2. Uma vez que o APK for baixado, toque nele, e siga um simples processo de cliques para completar sua instalação.

3. Após instalá-lo, basta abrir o Snaptube em seu telefone e digitar palavras-chave na barra de busca para procurar por qualquer vídeo para baixar.

4. Você também pode copiar a URL de um vídeo de qualquer outro lugar e carregá-lo diretamente no Snaptube, procurando pela sua barra de busca.

5. Alternativamente, você também pode tocar no ícone de qualquer plataforma da página inicial do Snaptube e navegar por ele para procurar qualquer mídia para download.

6. É isso aí! Uma vez que o vídeo é carregado no Snaptube, você verá um ícone de download ativado na parte inferior da tela.

7. Agora você pode apenas tocar no ícone de download e selecionar uma opção de formato/resolução para ele que atenda às suas necessidades.

snaptube

Pronto! Seguindo estes passos básicos, qualquer pessoa pode usar o Snaptube para baixar vídeos e músicas no seu celular Android. Como você pode ver, o Snaptube é extremamente fácil de usar e certamente irá atender às suas necessidades de entretenimento sem gastar um único centavo. Vá em frente e use este aplicativo fantástico também e sinta-se livre para compartilhar esta análise com seus amigos para que eles conheçam este downloader gratuito de vídeos.

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Fonoaudiólogos ativam remotamente implante e fazem garota voltar a ouvir no Reino Unido

Posted: 27 Apr 2020 12:07 PM PDT

Margarida Cibrao-Roque com sua mãe Joana Cibrao e pai Paulo Roque

As medidas de isolamento social no Reino Unido dificultaram a ida de uma menina de 18 meses de idade para ligar seu implante coclear recém-instalado. Destemidos, seus fonoaudiólogos fizeram o que muitos de nós estamos fazendo: ativaram o implante enquanto trabalhavam de casa.

O implante coclear de Margarida Cibrao-Roque está funcionando e permitindo que a criança ouça sons pela primeira vez, graças a uma equipe de fonoaudiologia da Universidade de Southampton.

É a primeira ligação remota de um implante coclear no Reino Unido, de acordo com um comunicado de imprensa. Esse é só mais um exemplo de pessoas encontrando formas inovadoras de trabalhar durante a pandemia de COVID-19, enquanto tentamos achatar a curva.

Os implantes cocleares não são como os aparelhos auditivos convencionais, que simplesmente aumentam a amplitude dos sons recebidos. Essas neuropróteses são equipadas com um microfone para captação de sons, bem como um conversor para tradução de ondas sonoras em sinais elétricos, que são então retransmitidos para o nervo auditivo. A partir daí, esses sinais vão para o cérebro, permitindo a experiência da audição.

Durante a cirurgia, esses dispositivos são colocados no ouvido interno do paciente, mas os implantes não são ligados por cerca de três a quatro semanas após o procedimento, explicou a professora Helen Cullington da Universidade de Southampton em um e-mail para o Gizmodo. A demora é para garantir que o paciente se recupere completamente da operação e dar tempo para que qualquer inchaço diminua.

A professora Helen Cullington na ligação com Margarida Cibrao-Roque para a sessão de ativação remota

A professora Helen Cullington na ligação com Margarida Cibrao-Roque para a sessão de ativação remota. Imagem: Universidade de Southampton

Margarida tem uma doença genética chamada Síndrome de Ushers Tipo I, que resulta em surdez profunda no nascimento devido a anormalidades no ouvido interno. A condição também leva à perda da visão com o tempo.

Normalmente, a ativação do implante ocorre em uma clínica, mas medidas de distanciamento social descartaram essa possibilidade para Margarida, devido às preocupações com a saúde. Inspirada por fonoaudiólogos australianos, Cullington e seus colegas ficaram animados com a ideia de ligar o implante à distância.

“Na Austrália, os pacientes podem viver a centenas e centenas de quilômetros de seu centro de implantes cocleares, então alguns centros de lá estão usando essa abordagem remota para evitar que os pacientes tenham que percorrer distâncias tão longas”, disse Cullington, que trabalha no Instituto de Pesquisa de Som e Vibração da universidade.

Para ser claro, não é só acionar um interruptor – é preciso muito mais para ativar um implante coclear. Os níveis de estimulação elétrica têm que ser aumentados muito lentamente e gradualmente ao longo do tempo. Além disso, os pacientes precisam ser acompanhados de perto pelos profissionais enquanto isso acontece.

Os médicos também precisam medir a resposta do nervo auditivo para calibrar os níveis – um desafio quando o paciente é uma criança que ainda não fala e que não pode elucidar as nuances de volume.

Em colaboração com especialistas da Austrália, Cullington elaborou um plano para ligar o implante coclear de Margarida a partir de seu escritório em casa. Dois computadores foram conectados pela internet, com um link de vídeo que permitia a Cullington se comunicar com os pais da criança. Software e hardware especializados também foram utilizados durante a sessão de ativação.

“Eu me senti razoavelmente confiante de que funcionaria”, disse Cullington ao Gizmodo. “O Wi-Fi em ambas as pontas era tudo que precisávamos – e eu já tinha conversado com a família e me sentia confiante de que tudo ia dar certo.”

A sessão acabou sendo um sucesso, com o implante coclear de Margarida funcionando como esperado. Para crianças que nunca ouviram sons antes, porém, essa dificilmente é uma revelação instantânea, pois elas não têm um quadro de referência para dar sentido a novos estímulos.

“Aprender a ouvir é como aprender qualquer outra coisa – leva tempo”, disse Cullington. “Especialmente em uma criança pequena que nunca ouviu antes. Margarida está apenas começando a responder a alguns sons agora, o que é muito emocionante para a família.”

De fato, a mãe de Margarida está emocionada.

“A possibilidade de Margarida me chamar de mamãe um dia significaria o mundo para mim”, disse ela em um vídeo da Universidade de Southampton. “Poderemos falar com a nossa filha, brincar com ela – ela poderá assistir à TV, coisas que as pessoas não valorizam tanto mas que ela não tinha, é realmente uma vitória.”

Cullington e sua equipe continuarão a monitorar Margarida remotamente. Eles também estão planejando realizar procedimentos similares nas próximas semanas.

“Essa ativação remota funcionou muito bem, e nos deu confiança de que é uma opção para os pacientes que não podem vir ao centro, por qualquer motivo”, disse ela. “Nós adaptamos nossos cuidados para atender pacientes individuais e famílias, por isso é ótimo adicionar as ativações remota às opções de cuidados que podemos oferecer”.

O COVID-19 tem perturbado as nossas vidas, mas como este comovente episódio mostra, estamos encontrando maneiras de nos adaptarmos.

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Pesquisa mostra que os antigos romanos faziam reciclagem

Posted: 27 Apr 2020 10:17 AM PDT

Sítio arqueológico de Pompéia, na Itália

Uma equipe de pesquisadores em Pompeia encontrou evidências de que os romanos reciclavam, como mostra essa reportagem do Guardian. A mesma sociedade que nos trouxe o planejamento urbano, o aquecimento interno e o concreto também estava à frente de seu tempo com a ecologia.

Pilhas de lixo conservadas, algumas de vários metros de altura, foram encontradas fora das muralhas da cidade. Acredita-se que esses locais tenham sido “bases de ciclos de uso e reutilização”, de acordo com a professora Allison Emmerson, acadêmica do time de escavação da Universidade de Cincinnati.

Embora pesquisadores já tenham descoberto pilhas de lixo similares ao redor de Pompeia, a teoria predominante era que elas foram criadas por um terremoto que atingiu a cidade quase duas décadas antes da infame erupção do Monte Vesúvio, em 79 d.C., que a enterrou em cinzas vulcânicas.

De fato, muito desse lixo já havia sido limpado em meados do século 20, como aponta o Guardian. Mas ao examinar algumas pilhas de lixo recentemente descobertas, Emmerson e seus colegas arqueólogos Steven Ellis e Kevin Dicus foram capazes de rastrear a jornada desses pedaços de gesso, cerâmica e outros resíduos.

“Descobrimos que parte da cidade foi construída a partir do lixo”, disse ela ao jornal. “As pilhas fora das paredes não eram material que tenha sido jogado fora para se livrar dele. Elas estavam fora dos limites da cidade sendo coletadas e classificadas para serem revendidas dentro dos muros”.

Ao analisar amostras de solo, a equipe determinou que o lixo da cidade seria transportado para “depósitos suburbanos equivalentes a modernos aterros sanitários”, segundo o Guardian, onde seria então separado e incorporado aos materiais de construção dos prédios, estradas e muros da cidade.

“O lixo jogado em locais como latrinas ou fossas deixa para trás um solo rico e orgânico. Em contraste, o lixo que se acumulou ao longo do tempo nas ruas ou em montes fora da cidade resulta em um solo muito mais arenoso”, disse Emmerson. “A diferença no solo nos permite ver se o lixo foi gerado no local onde foi encontrado, ou coletado de outro lugar para ser reutilizado e reciclado.”

E como ninguém quer viver em um lugar que se parece lixo, por mais ecológico que seja, essas paredes “receberam uma camada final de gesso, escondendo a bagunça de materiais de dentro”, de acordo com Emmerson.

Fica evidente que a humanidade do século 21 poderia aprender uma ou duas coisas com seus antepassados. Para termos uma ideia, o americano médio gera 2 quilos de lixo por dia, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Só em termos de plástico, foram gerados 6,3 bilhões de toneladas de lixo desde 1950, e mais de três quartos foram parar em aterros sanitários ou lixões.

“Esse ponto tem relevância para a crise do lixo moderno”, disse Emmerson ao Guardian. “Os países que mais efetivamente gerenciam seus resíduos têm aplicado uma versão do modelo antigo, priorizando a mercantilização em vez da simples remoção.”

Por isso, da próxima vez que você reclamar sobre o trabalho que dá fazer reciclagem – e eu entendo, pode ser algo inconveniente e tedioso dependendo de onde você vive – lembre-se que se as civilizações antigas faziam isso enquanto lutavam contra pragas e tinham inúmeras outras inconveniências.

[The Guardian]

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Provavelmente não haverá uma cura milagrosa para o novo coronavírus

Posted: 27 Apr 2020 08:18 AM PDT

Lote de hidroxiclorquina. Crédito: Getty Images

Uma série de desenvolvimentos recentes na pesquisa sobre COVID-19 está fornecendo uma importante lição, embora profundamente deprimente, sobre a doença e o coronavírus que a causa. Apesar do otimismo contínuo de autoridades de alguns países, não há tratamento milagroso para COVID-19.

Hidroxicloroquina não é tão eficaz quanto se pensava

Na última semana, cientistas na China liberaram dados do maior estudo randomizado já feito e controlado do medicamento hidroxicloroquina.

Dos 150 pacientes hospitalizados com COVID-19 inscritos no estudo, metade recebeu o medicamento mais o tratamento padrão. No dia 28 de abril, aqueles que tomaram a medicação não pareciam se livrar da infecção viral mais rapidamente do que aqueles que não usavam, enquanto os dois grupos tiveram uma melhora semelhante nos sintomas. Em outras palavras, havia pouca evidência de que a droga fizesse algo além do tratamento padrão.

Enquanto isso,  pesquisadores do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA apresentaram seu próprio estudo sobre hidroxicloroquina recentemente. Eles analisaram retroativamente os registros médicos de mais de 360 pacientes tratados no hospital de veteranos apenas com hidroxicloroquina ou em combinação com um antibiótico, o que alguns médicos teorizam que pode dar um impulso à sua eficácia.

Independentemente de como foi tomado, eles não encontraram evidências de que a hidroxicloroquina diminuísse o risco de os pacientes eventualmente precisarem de ventilação mecânica, um sinal de piora da doença causada pelo coronavírus. Aqueles que tomaram apenas hidroxicloroquina tiveram uma chance maior de morrer, embora não seja certo que a droga seja responsável por isso.

Dito isto, médicos de vários países, como Brasil e França, encerraram seus próprios testes de hidroxicloroquina e o medicamento relacionado com cloroquina no início, pois os pacientes começaram a mostrar um risco maior de problemas cardíacos. Embora esses medicamentos sejam rotineiramente usados em certas condições auto-imunes e na malária da doença parasitária, eles são conhecidos por potencialmente afetar o coração.

Até especialistas da rede de TV norte-americana Fox News, que têm sido defensores da hidroxicloroquina após o anúncio de Trump no início de abril de que seria um "divisor de águas", começaram a evitar mencionar o medicamento.

Remdesivir não rolou bem também

Mas não é apenas a hidroxicloroquina que pode ter sido alvo de exageros. Na última quinta-feira (23), o STAT News publicou um resumo pouco animador de um estudo na China sobre o antiviral experimental remdesivir, que foi publicado no site da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas a publicação foi logo removida do site da entidade.

De acordo com o resumo, o ensaio clínico controlado não encontrou evidências de que o antiviral tenha desempenhado melhor do que o tratamento padrão para pacientes graves com COVID-19, com ambos os grupos morrendo aproximadamente na mesma taxa.

A fabricante do remdesivir, a Gilead Sciences, disse em um comunicado ao STAT que a publicação caracterizou as descobertas como imprecisas. A empresa também argumentou que, como o estudo foi encerrado precocemente devido à falta de pacientes elegíveis, quaisquer conclusões tiradas dele não seriam estatisticamente significativas. No total, mais de 200 pacientes foram incluídos no estudo antes do término, dos 450 pacientes planejados e 153 pacientes receberam o medicamento.

No entanto, apesar do apelo em analisar esses estudos decepcionantes, uma coisa é clara: não será fácil encontrar um tratamento confiável e eficaz para o COVID-19, e a maioria dos esforços será insuficiente.

Por um lado, os vírus são osso duro de roer. Seu modo de vida estranho (se essa é a palavra certa a ser usada), que depende de sequestro de células, dificulta o ataque com segurança do que as bactérias de vida livre. É por isso que temos muito menos antivirais que antibióticos e uma razão pela qual provavelmente nunca teremos uma cura para o resfriado comum.

Deixando a biologia de lado, os tratamentos experimentais geralmente não cumprem sua promessa, não importa quão grandes possam parecer no laboratório ou nos primeiros ensaios clínicos. Um estudo realizado em 2018, por exemplo, constatou que apenas 14% de todos os candidatos a medicamentos que haviam chegado a ensaios clínicos foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) para vacinas, com o exemplo de taxa de sucesso foi maior, em torno de 33%.

Já com o COVID-19, os médicos já tentaram vários outros tratamentos promissores além da hidroxicloroquina, como antivirais mais antigos direcionados ao HIV, com pouco a mostrar.

Nem tudo são más notícias

Por mais sombria que a realidade seja, isso não significa que nada funcione ou que a hidroxiclorquina e o remdesivir não terão nenhum papel a desempenhar no combate à doença. Há mais ensaios clínicos desses medicamentos e de outros a caminho, e nem todos os dados que vimos até agora foram más notícias. Também pode haver esperança de que, mesmo que esses medicamentos não possam tratar os casos mais graves, eles ainda possam impedir que as pessoas nos estágios iniciais da doença (quando o vírus cresce mais rapidamente) se agravem.

Mas, julgando apenas pela história, é provável que nenhum tratamento encontrado forneça mais do que um benefício modesto. Embora as chance sejam maiores de encontrar uma vacina que dê certo, o melhor cenário absoluto é que ela chega ao público em um ano, se não mais. Idealmente, países acometidos pela doença serão capazes de impedir que o coronavírus fique ainda mais fora do controle nesse meio tempo.

No momento, porém, mesmo isso é um tiro no escuro.

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WhatsApp: encaminhamento de mensagens caiu 70% após plataforma limitar ação

Posted: 27 Apr 2020 06:45 AM PDT

Ícone do WhatsApp

O WhatsApp anunciou no começo deste mês que passaria a limitar o encaminhamento de mensagens para conter a desinformação sobre a pandemia do novo coronavírus. Agora, o aplicativo afirmou que o compartilhamento caiu 70% ao redor do mundo após essa restrição.

A medida valia para aquelas mensagens populares, com o ícone de setas duplas, que indica conteúdos encaminhados diversas vezes.

Antes, era possível encaminhar essa mensagem para até cinco contatos por vez. Com a mudança das regras, o usuário só conseguia compartilhar a mensagem rapidamente com apenas uma conversa.

“Introduzimos recentemente um limite ao compartilhamento de ‘mensagens altamente encaminhadas’ para apenas um chat. Desde que colocamos esse novo limite, houve redução de 70% no número de mensagens altamente encaminhadas ao redor do mundo enviadas pelo WhatsApp”, disse um porta-voz do aplicativo ao TechCrunch.

O objetivo com a nova medida, disse o porta-voz, é ajudar a manter o WhatsApp como um “lugar para conversas pessoais e privadas” e que estão se esforçando para combater “mensagens virais”.

O recurso de encaminhamento já passou por algumas mudanças, sempre na tentativa de conter o compartilhamento de mensagens falsas e desinformação.

A primeira mudança realizada pelo app foi a inclusão de um ícone de setas, para indicar que as mensagens não tinham foram escritas por quem as enviou. Depois, foi criada ainda a etiqueta de setas duplas, que indicava que aquela mensagem foi compartilhada muitas vezes.

Em janeiro de 2019, foi colocado um limite de 5 encaminhamentos por vez – a medida foi tomada depois de relatos do uso do WhatsApp para espalhar desinformação nas eleições ao redor do mundo, inclusive no Brasil. O aplicativo diz que essa medida já tinha ajudado a diminuir o compartilhamento de mensagens em 25%.

Recentemente, o Ministério da Saúde e a OMS lançaram bots para que as pessoas possam se atualizar sobre as informações do novo coronavírus a partir de canais oficiais.

A resposta de plataformas de mídias sociais e aplicativos, incluindo WhatsApp, Facebook e Twitter, tem sido mais contundente durante a pandemia.

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Wuhan, a cidade onde surgiu o coronavírus, relatou zero pacientes hospitalizados por COVID-19

Posted: 27 Apr 2020 05:50 AM PDT

Clientes esperam em um shopping center em Wuhan, China, no dia 25 de abril

Autoridades chinesas disseram neste domingo (26) que Wuhan, a cidade que registrou os primeiros casos do coronavírus em dezembro, não tem pacientes internados com COVID-19. A notícia chega três meses depois de a cidade, com 11 milhões de habitantes, ter entrado em lockdown – a quarentena obrigatória.

Segundo o New York Times, Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde da China, disse que o próximo passo era continuar a se proteger contra transmissões externas e “rebotes internos”. A China relaxou o lockdown de Wuhan em 8 de abril, permitindo que os residentes retomassem uma vida normal.

A nova normalidade está repleta de restrições, como verificações de temperatura e limites de deslocamento, para evitar que os casos surjam e cresçam novamente.

As autoridades disseram que no sábado que a cidade tinha 12 casos de COVID-19, mas nenhuma nova infecção. A China relatou 11 novos casos de coronavírus no país no dia anterior.

Segundo o NYT, no total, foram 46.452 casos e 3.869 mortes causados pelo novo coronavírus em Wuhan, até este último domingo. Entretanto, os críticos dizem que o número é maior.

Especialistas em saúde e governos acusaram a China de minimizar os casos na região e disseram que isso tornou mais difícil para outras nações entenderem e se prepararem para a doença. Um estudo publicado recentemente revelou que mais de 232 mil pessoas podem ter sido infectadas pelo COVID-19 na China no final de fevereiro. No total, há atualmente 83.909 casos notificados na China. A subnotificação, porém, não é exclusividade do país asiático.

O relaxamento do lockdown de Wuhan foi comemorado na China. As autoridades fizeram um show de luzes ao lado do Rio Yangtze e projetaram imagens de profissionais de saúde em arranha-céus e pontes, segundo a agência de notícias AP. Os cidadãos agitaram bandeiras e cantaram o hino nacional da China. Milhares de pessoas embarcaram em trens e aviões saindo da cidade.

Não há dúvida de que países ao redor do mundo irão observar Wuhan de perto enquanto a cidade passa por esse movimento de relaxamento da quarentena obrigatória. Na Europa, dois dos países mais duramente atingidos, Itália e Espanha, estão planejando afrouxar suas medidas de quarentena nas próximas semanas.

Enquanto isso, no Brasil, alguns governadores e prefeitos anunciaram planos para o relaxamento da quarentena. O País tem 61.888 casos confirmados e 4.205 mortes.

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Em tempos de quarentena, BlaBlaHelp quer conectar pessoas dispostas a ajudar

Posted: 27 Apr 2020 05:06 AM PDT

Logotipo do app BlaBlaCar em smartphone

O BlaBlaCar conecta motoristas e viajantes que queiram ir para outra cidade. Com este tempo de quarentena e com menos gente se locomovendo, a plataforma francesa criou um aplicativo que tenta conectar pessoas que querem ajudar com quer ser ajudado.

Chamado de BlaBlaHelp, o aplicativo, disponível para iOS e Android, tem como objetivo facilitar a vida de quem precisa de algo do mercado ou farmácia, mas está doente, faz parte do grupo de risco ou não consegue por algum tipo de incapacidade física. A ideia aqui não é ter uma troca financeira, tanto é que o app nem pede informações deste tipo.

De alguma forma é uma versão tecnológica daquilo que tem ocorrido em muitos condomínios, em que voluntários anunciam no elevador ou numa área comum que estavam dispostos a sair para comprar algo para as pessoas.

Ainda que seja um aplicativo separado do BlaBlaCar, quem já tem conta na solução de caronas pode se logar diretamente no  BlaBlaHelp ou criar uma nova. O cadastro em si não é complicado, você deve informar coisas básicas, como endereço, e-mail e número de telefone. No entanto, em testes, a plataforma demorou para enviar o SMS de confirmação. Então, acabei criando uma conta no BlaBlaCar, onde houve o envio de código por mensagem, e depois entrei no BlaBlaHelp.

Com o cadastro pronto, você pode procurar pessoas na sua região dispostas a ajudar ou se identificar como ajudante e dizer o tipo de serviço que está disposto a prestar, como compras em mercado, hortifrutis, açougues, farmácias, além de informar o tipo de transporte — se tem carro ou se pode ajudar fazendo compras a pé mesmo.

No primeiro caso (procurar pessoas dispostas a ajudar), você informa sua localização e aparecerão bolinhas com a foto da pessoa e um pequeno perfil, informando desde quando é membro do BlaBlaCar (já que o BlaBlaHelp é relativamente novo), como pode ajudar e se tem documentação e telefone confirmados. Para pedir ajuda, basta tocar em “Enviar Pedido”. Com isso, seu número de telefone é compartilhado com a pessoa — então, tome cuidado pois a pessoa solicitada será avisada na hora; não rola um "tem certeza?" antes.

BlaBlaHelp
BlaBlaHelp

Já no segundo, para se tornar um ajudante, basta tocar no botão na página inicial que diz “Tornar-se um ajudante” e, em seguida, descrever o que está disposto a fazer e se tem carro ou não. Após isso, você vira um ponto de contato no mapa de sua região.

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Os meus dados ficarão online para sempre?

Posted: 27 Apr 2020 04:12 AM PDT

Ciclo de documentos em formato de ômega, ilustrando post sobre se dados ficarão online para sempre

Todos nós praticamente nos reconciliamos com o fato de que um punhado de intocáveis executivos de tecnologia, com a nossa ajuda, gerou o maior repositório de informações pessoais já reunido, alojado em vastos complexos fortificados em todo o mundo e peneirados continuamente para o benefício de corporações, agências federais, campanhas políticas, etc. Menos clara é a vida útil de tudo o que eles coletaram. Eles realmente vão se apegar a essas coisas para sempre? E se eles vão, e se preferimos que não o fizessem, há algo que podemos fazer a respeito? Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos vários especialistas para descobrir.

De modo geral, a tendência é que os dados fiquem para sempre, no entanto, uma grande preocupação dos especialistas é em como as informações são utilizadas para empresas em modelos protegidos por segredos comerciais.

Meg Leta Jones

Professora Associada de Comunicação, Cultura e Tecnologia da Universidade de Georgetown, que pesquisa regras e mudanças tecnológicas com foco em privacidade, proteção de dados e automação em informações digitais e tecnologias de computação.

Nada é "para sempre". A internet popular e comercial tem apenas 25 anos, a internet após  a "crise ponto com" do ano 2000 tem apenas 20 anos e o Facebook apenas 15.

A maior parte do que estava online nas décadas de 1980 e 1990 desapareceu, assim como a maior parte da internet inicial. Sites, fóruns e plataformas vêm e vão. Apodrecimento de links e apodrecimento de bits assola os arquivos e registros históricos.

Os dados digitais são incrivelmente frágeis e muitas coisas precisam ocorrer em várias camadas para que meu computador possa solicitar e receber um arquivo do seu computador. O acesso requer manutenção e poucas pessoas (por exemplo, amadores dedicados), organizações (por exemplo, grupos de notícias) ou instituição (por exemplo, arquivos) têm a motivação e os recursos para manter os dados digitais por longos períodos de tempo.

Quanto tempo os "meus" dados permanecem online também depende de quem eu sou. Se eu sou uma pessoa famosa, posso ter gerado o interesse de muitos mantenedores de dados e aumentado a probabilidade de acesso a longo prazo. Também posso ter dificuldade em exercer meu direito de ser esquecido, que um número crescente de pessoas ao redor pode utilizar como figura pública.

Se eu puder efetivamente exercer o direito de ser esquecido, meus dados poderão não estar online por muito tempo. Meus dados também podem ser considerados dados ou fala de outra pessoa. Nesse caso, provavelmente sou americano e posso esperar que a gigante da tecnologia que mantém meus dados seja comido por outro gigante da tecnologia, que matará o site/conteúdo/banco de dados.

O fato de os meus dados estarem "online" também pode mudar, mesmo que não sejam apagados da fonte. Hoje, pode haver vários obstáculos que impedem alguém de acessar facilmente meus dados, mesmo que estejam online em algum lugar.

Muitos europeus exerceram seu direito de serem esquecidos após um processo judicial da União Europeia em 2014, solicitando que o Google desindexasse determinados resultados de pesquisa. A menos que o titular dos dados também tenha procurado apagar com sucesso a fonte real, os dados ainda estavam online – mas como alguém saberia? As organizações de notícias e as pesquisas de pessoas trouxeram paywalls e assinaturas para acessar conteúdo antigo e sites de redes sociais possuem camadas de configurações de privacidade que podem revelar dados para alguns, mas não para outros.

Não devemos ter medo de registros permanentes. Devemos ter medo da dinâmica do poder informacional que traz consequências imediatas e prejudiciais e uma séria falta de infraestrutura de preservação para a cultura contemporânea.

“Quanto tempo os 'meus' dados permanecem online também depende de quem eu sou”.

Fred H. Cate

Vice-Presidente de Pesquisa, Professor de Direito e Membro Sênior do Centro de Pesquisa Aplicada em Cibersegurança da Indiana University

Companhias (e agências governamentais) coletam quantidades extraordinárias de informações pessoais sobre indivíduos o tempo todo. Essa coleta ocorre através de uma ampla variedade de meios: dispositivos portáteis, triangulação em telefones celulares, câmeras de vídeo, aplicativos, e-mail, navegação na web, programas de fidelidade, transações online, ferramentas de pagamento etc.

A grande maioria dessas informações realmente não está "online" no sentido de que as pessoas podem procurar informações próprias ou de outras pessoas. De fato, alguém pode argumentar que mais deve estar disponível "online", para que você possa ver (e possivelmente até corrigir) o que foi coletado sobre você, e para que a monopolização de dados não oculte novos participantes em mercados importantes.

Mas esses dados coletados, que geralmente são compartilhados com outras empresas ou corretores de dados de terceiros, existirão o mais próximo possível da eternidade. Realmente não há limites legais nos Estados Unidos aplicáveis ​​à grande maioria dos dados, e os chamados limites legais em outros lugares não costumam chegar a muito, porque geralmente há um uso legítimo dos dados – para pesquisa ou treinamento em ferramentas de IA ou segurança – que tem o efeito de cobrar limites no armazenamento de dados.

Além disso, muitos dos dados, mesmo em países com limites de armazenamento aparentes, são mantidos por pessoas que simplesmente não se importam com esses limites. Com que frequência a maioria dos usuários checa os seus contatos, e-mails ou fotos para excluir dados desatualizados ou sem uso legítimo?

Para mim, isso sugere que a atenção à coleta ou armazenamento de dados provavelmente está completamente bagunçada e pode, em muitos contextos, ser totalmente impraticável. É como pedir às pessoas para organizar o ar ou a água do oceano. Em vez de focar nos dados (como no termo "proteção de dados"), não devemos nos concentrar nas pessoas e nas comunidades e no bem e no dano que podem ser causado com os dados?

Eu diria que é muito mais útil e mais prático focar no que pode ser feito com os dados, não importa quantos anos tenham ou como foram coletados – como esses dados podem ser usados?

Assim, poderíamos identificar usos prejudiciais ou censuráveis ​​ou suscetíveis de causar ofensa e proibi-los completamente ou exigir consentimento explícito e opcional. Podemos permitir outros usos, por exemplo, talvez para pesquisa, desde que sejam tomadas precauções de segurança razoáveis.

Fazemos algo semelhante em outras áreas com as quais nos preocupamos como sociedade, para que possamos procurar, por exemplo, ferramentas que funcionem bem e sejam escalonáveis. Por exemplo, quase todas as pesquisas com seres humanos nos EUA e na Europa são feitas de acordo com os Comitês de Revisão Institucional ou os Comitês de Ética em alguns casos, que requerem consentimento individual e, em alguns casos, dizem que o consentimento não é prático ou não é necessário. Por que não exigir o uso de um "Quadro de Revisão de Dados" para fornecer supervisão e responsabilidades semelhantes?

"Em vez de focar nos dados (como no termo 'proteção de dados'), não devemos nos concentrar nas pessoas e nas comunidades e no bem e no dano que lhes pode ser causado com os dados?"

Anu Bradford

Professora de Direito e Organização Internacional da Columbia Law School, pesquisadora sênior da Columbia Business School e autora de The Brussels Effect: How The European Union Rules the World (O Efeito de Bruxelas: Como a União Européia Governa o Mundo)

Não necessariamente [os dados ficam online para sempre], diz a União Européia. A Lei Geral sobre a Proteção de Dados da União Européia (LGPD) concede aos indivíduos o direito de solicitar que as plataformas da internet apaguem permanentemente determinados dados sobre si mesmos nos casos em que esses dados são imprecisos ou não são mais relevantes.

Este conceito de apagamento de dados – conhecido como "o direito de ser esquecido" – foi estabelecido pela primeira vez pelo mais alto tribunal europeu em um caso no Google Espanha.

Nesse caso, um usuário na Espanha solicitou que o Google removesse dos resultados de seus mecanismos de pesquisa que o vinculavam a antigos artigos de jornal detalhando seus problemas financeiros. Segundo esse usuário, as informações, embora precisas, não eram mais relevantes, pois todas as suas dívidas foram pagas. O Google se recusou a desvincular as informações. No final, o tribunal europeu forçou o Google a desconectar permanentemente as informações solicitadas e garantir que elas não fossem mais pesquisáveis. Desde então, esse direito foi codificado na LGPD. Também foi adotada por vários países ao redor do mundo, pois promulgaram leis de privacidade modeladas a partir da LGPD.

O direito de ser esquecido tem sido tanto controverso quanto eficaz. Seus críticos afirmam que o apagamento de informações de plataformas mina a liberdade de expressão e sufoca o debate público. Por exemplo, os tribunais dos EUA rejeitaram categoricamente o direito de ser esquecido e favoreceram as considerações de liberdade de expressão sobre a privacidade individual.

Para consternação de seus críticos, o direito de ser esquecido da União Europeia também é efetivo: leva a cancelamentos de registro significativos devido aos incentivos assimétricos que a LGPD impõe aos mecanismos de busca.

Embora empresas individuais como o Google mantenham a autoridade para tomar decisões em casos individuais sobre a exclusão de informações, é provável que qualquer caso limítrofe resulte na remoção das informações dos resultados da pesquisa. A falha no apagamento das informações pode levar a multas pesadas – até 4% do faturamento global da empresa – enquanto a desconexão excessiva não gera penalidade, incentivando o apagamento dos dados.

Como evidência da capacidade de resposta da empresa aos pedidos de desvinculação, o Google concordou em remover cerca de 44% dos 2,8 milhões de pedidos recebidos desde a decisão de maio de 2014, de acordo com seu relatório de transparência de maio de 2019.

O direito a ser esquecido é um dos muitos exemplos da UE que exerce sua autoridade reguladora na economia digital. Embora os EUA tenham relegado amplamente a regulamentação da privacidade de dados ao setor privado, a UE avançou com extensas regulamentações que estão moldando as práticas comerciais dos governos multinacionais.

Hoje, a maioria das grandes empresas de tecnologia elabora suas políticas globais de privacidade de dados com a União Européia em mente. Por exemplo, Facebook, Google e Microsoft têm uma política de privacidade global, que segue de perto a LGPD.

Da mesma forma, o Facebook, o Twitter e o YouTube adotaram a definição da UE de discurso de ódio em todo o mundo ao decidir que tipo de conteúdo remover das suas plataformas. Como resultado, geralmente é Bruxelas que decide como seus dados são armazenados, processados, compartilhados, transferidos ou apagados – e, portanto, se ficarão online para sempre.

“Enquanto empresas individuais como o Google mantém a autoridade para tomar decisões em casos individuais sobre a exclusão de informações, é provável que qualquer caso limítrofe resulte na remoção das informações dos resultados de pesquisa”.

Sandra Wachter

Professora Associada e Pesquisadora Sênior em Direito e Ética da IA, Big Data e robótica, além de Regulamento da Internet no Oxford Internet Institute da Universidade de Oxford e Professora Visitante Associada de Direito na Universidade de Harvard

A estrutura da UE para a LGPD é um fantástico primeiro passo em termos de tentativa de garantir – em toda a Europa e talvez até além dos limites da União Europeia – proteções básicas de privacidade para dados pessoais.

Infelizmente, a LGPD e a lei de proteção em geral estão mais focados no estágio de entrada do que no estágio de saída. Não regula o que pode ser, ou deveria ser, inferido a partir das informações de uma pessoa. Uma empresa pode ter que pedir seu consentimento para coletar seus dados de localização geográfica, mas você não tem idéia do que está sendo inferido a partir deles. E isso é importante, porque o potencial para danos invasivos à privacidade não ocorre necessariamente no estágio de entrada, no qual você fornece informações para uma empresa.

O estágio interessante vem depois, quando o aprendizado de máquina e a IA são aplicados a esses dados, um processo que pode derivar muitas informações potencialmente muito íntimas: sua orientação sexual, seu status de moradia, sua religião, suas crenças políticas, potenciais deficiências, sua identidade de gênero. O usuário geralmente não tem idéia de que os dados que deram podem realmente revelar essas coisas.

Parte da dificuldade em regular esse aspecto da situação é que as pessoas podem argumentar que esses processos são protegidos por segredos comerciais. Eles podem argumentar que os recursos investidos na coleta e análise dos dados transformam isso em propriedade da empresa ou do setor público. Há uma batalha interessante no horizonte quando se trata de quem deve ter poder sobre dados inferidos derivados de dados aparentemente neutros e entregues voluntariamente, e se o usuário deve ou não ter algum controle sobre isso.

Tomemos, por exemplo, o Apple Card, o sistema de pontuação de crédito usado pela Apple. A pontuação de crédito inferida pela Apple são dados pessoais do cliente, ou da empresa? Se forem dados pessoais, você poderá corrigir essa pontuação? E que implicações isso tem para a empresa e para o indivíduo? Você deve apagar a sua pontuação de crédito?

Atualmente, estou trabalhando em um projeto de pesquisa que será executado nos próximos dois anos, chamado IA e o direito a inferências razoáveis, no qual afirmo que precisamos observar padrões normativos eticamente aceitáveis ​​e analíticos inferenciais, porque no momento não temos governo e nenhum padrão de como eles devem ser usados ​​com responsabilidade. Você precisa encontrar um equilíbrio muito bom entre os direitos de proteção do indivíduo e os interesses dos negócios.

"O potencial para danos invasivos à privacidade não ocorre necessariamente no estágio de entrada, no qual você fornece informações para uma empresa. O estágio interessante vem depois, quando o aprendizado de máquina e a IA são aplicados a esses dados, um processo que pode derivar muitas informações potencialmente muito íntimas…"

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