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- Reentrada de lixo espacial provoca bola de fogo e ilumina céu noturno da Austrália
- EUA colocam dezenas de empresas chinesas de inteligência artificial e reconhecimento facial em lista de proibições
- Uma conversa com o Sleeping Giants Brasil, que quer que marcas parem de fazer propaganda em sites de fake news
- Temperatura no Ártico atingiu 26 graus nesta semana
Reentrada de lixo espacial provoca bola de fogo e ilumina céu noturno da Austrália Posted: 23 May 2020 01:54 PM PDT Um vídeo incrível capturado na Austrália na sexta-feira (22) mostra o que provavelmente era um dos estágios finais de um foguete russo queimando na reentrada na atmosfera. O acontecimento provocou um show de luzes que foi visto nas partes sudeste do país. Os australianos que vivem em partes de Victoria e da Tasmânia foram presenteados com um espetáculo notável na noite passada de sexta (22), quando uma bola de fogo cruzou o céu do país. A procedência do objeto ainda não foi confirmada, mas especialistas acreditam que seja o estágio final de um foguete russo que queimou na reentrada. De fato, a Rússia lançou com sucesso um foguete Soyuz-2.1b transportando um satélite militar EKS 4 no início do dia no Cosmódromo de Plesetsk, ao norte de Moscou.
O Guardian relata que a bola de fogo em chamas e sua cauda longa puderam ser vistas das cidades vitorianas de Rochester, Kyneton, Echuca e Cashmore. A Australian Broadcasting Corporation (ABC) diz que as chamas também foram vistas em partes da Tasmânia. Vídeos do evento, que durou generosos 20 segundos, logo apareceram na internet, incluindo uma vista deslumbrante capturada por Mel Aldridge e postada na página do Facebook dos Victorian Storm Chasers (“caçadores de tempestades de Victoria”, em tradução livre). Os comentários publicados nesta página sugerem que a bola de fogo apareceu por volta das 18h15 no fuso horário de Melbourne. Jonathan McDowell, astrofísico do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, descreveu o evento como um caso especial, mas tem certeza de que foi o terceiro estágio descartado do lançamento de foguetes russos. "Os russos lançaram um foguete Soyuz com um satélite Kosmos às 07:31 GMT. O terceiro de quatro estágios do foguete de foi colocado em uma trajetória quase suborbital com impacto ao sul da Tasmânia", disse McDowell ao Gizmodo. “Então foi isso que as pessoas viram — o terceiro estágio, descartado, a caminho de bater no oceano. Não é uma reentrada descontrolada como [aconteceu recentemente com] o foguete chinês, mas uma trajetória cuidadosamente direcionada. Muito incomum, porém, que o corredor de reentrada do alvo tenha começado tão perto da costa."
“O fato de ele se mover lentamente e em um ângulo raso, e uma grande quantidade de desintegração ocorrer, revelou que não era uma espaçonave alienígena, um meteoro ou um cometa”, disse o astrônomo Perry Vlahos ao Guardian Australia. Em declarações à ABC, o astrofísico Jonti Horner disse que a velocidade lenta do objeto, “cerca de 6 quilômetros por segundo, é um sinal revelador de que é lixo espacial”, seja o foguete russo em estágio final ou um pequeno satélite. Em entrevista ao Guardian, Vlahos disse que toda a estrutura provavelmente se desintegrou na atmiosfera, mas Horner disse à ABC que é possível que pequenos pedaços de detritos caiam no chão. The post Reentrada de lixo espacial provoca bola de fogo e ilumina céu noturno da Austrália appeared first on Gizmodo Brasil. |
Posted: 23 May 2020 12:14 PM PDT O Departamento de Comércio dos EUA colocou 33 empresas chinesas — muitas das quais desenvolvem tecnologias de inteligência artificial e reconhecimento facial — em sua lista econômica de proibições. A medida é uma punição por conspirar supostamente com Pequim e a brutal repressão do governo a minorias muçulmanas. A chamada “lista de entidades” do Departamento proíbe as empresas incluídas de usarem tecnologia fabricada nos EUA em seus dispositivos. Estabelecida por ordem executiva em maio passado, esta é a mesma lista que inclui a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo, além de 68 afiliadas acusadas de atuar a mando de agências de espionagem chinesas. De acordo com uma reportagem da Reuters publicada na sexta-feira (22), sete empresas e duas instituições foram citadas em um comunicado do Departamento do Comércio como “cúmplices de violações e abusos dos direitos humanos cometidos na campanha chinesa de repressão, detenção arbitrária em massa, trabalho forçado e vigilância de alta tecnologia contra os uigures”. A agência disse que as outras duas dúzias de organizações foram listadas por fornecer suprimentos para as forças armadas chinesas. Uma das empresas colocadas na lista é a CloudMinds, uma startup especializada em sistemas baseados em nuvem para robôs. A companhia é a criadora do sorridente robô humanoide Pepper. No ano passado, a Reuters informou que a empresam que contou com financiamento do SoftBank, foi impedida de transferir tecnologia e informações técnicas entre seus escritórios nos EUA e Pequim até obter as licenças apropriadas. Outra empresa citada foi a NetPosa, um dos maiores nomes da China em IA. Descobriu-se que sua subsidiária SenseNet estava conduzindo extensas e invasivas medidas de vigilância no ano passado em Xinjiang, uma região remota onde grande parte da população é muçulmana, presumivelmente a mando do governo chinês. A decisão veio depois de novas medidas da China para aumentar o rigor do seu domínio sobre Hong Kong com novas leis de segurança nacional e anti-sedição. No início deste mês, o presidente Donald Trump expandiu as sanções comerciais punitivas contra a Huawei, pressionando as relações EUA-China em meio a uma disputa contínua com a gigante da tecnologia chinesa. The post EUA colocam dezenas de empresas chinesas de inteligência artificial e reconhecimento facial em lista de proibições appeared first on Gizmodo Brasil. |
Posted: 23 May 2020 09:08 AM PDT Na última quarta-feira (20), entrei no Twitter e o termo "#NãoCompreDell" estava entre os assuntos mais comentados da rede. Pensei que havia sido descoberto algum escândalo sobre a marca de computadores, mas não era nada disso. O motivo foi uma resposta da empresa para a conta Sleeping Giants Brasil, que existe a menos de uma semana e já soma mais de 200 mil seguidores. O Sleeping Giants Brasil é um perfil no Twitter inspirado numa iniciativa americana, que busca alertar marcas quando seus anúncios são exibidos em páginas que veiculam desinformação. A polêmica rolou após a conta marcar a Dell em um tuíte dizendo que havia anúncios de laptops no site Jornal da Cidade Online, o que fez a marca responder dizendo que "solicitou a retirada dos anúncios" e que "repudia qualquer disseminação de notícias falsas".
Para entender melhor a ação, é necessário saber um pouco sobre como funciona a publicidade programática na internet. De forma resumida, os sites "emprestam" para o Google espaços para mostrar anúncios, e as marcas, por sua vez, submetem campanhas no AdSense que distribui as peças em diversos sites. Quanto maior o acesso a essas páginas, mais propagandas são exibidas e mais dinheiro é arrecadado pelo dono da página. As companhias geralmente segmentam as campanhas para o público e podem incluir manualmente páginas onde não querem que suas propagandas sejam exibidas. E é aí que entra a campanha do Sleeping Giants Brasil ao expor isso para anunciantes. Uma conversa com o Sleeping Giants BrasilVendo a repercussão do caso, resolvi bater um papo com quem cuida da conta Sleeping Giants para entender a motivação deles, como funciona e de possíveis consequências de ações do perfil. Abaixo, a conversa com o pessoal do Sleeping Giants Brasil feita via mensagem direta no Twitter por uma questão de anonimato. Em seguida, um comentário sobre a iniciativa. Gizmodo Brasil: Como e quando começou o Sleeping Giants Brasil? Foi algo próprio e posteriormente vocês pediram a aprovação para o Sleeping Giants dos EUA? Sleeping Giants Brasil: Nós surgimos por causa de uma matéria do El País sobre a iniciativa americana, nunca havíamos encontrado a resposta para a desinformação e ficamos entusiasmados em aplicar no Brasil. A gente não teve uma "benção" inicial deles, inclusive ficaram assustados com o que estávamos fazendo e após uma explicação eles entenderam a importância do movimento no Brasil. Gizmodo Brasil: Como são escolhidos os sites para monitoramento? Vi que o primeiro foi o Jornal da Cidade Online. Por que ele foi escolhido? Sleeping Giants Brasil: Os sites são escolhidos com base no tamanho do ódio/notícia falsa disseminada no mesmo e também no seu alcance. Escolhemos o site, porque de acordo com a agência de fact check Aos Fatos foi o que mais espalhou fake news durante o último processo eleitoral. Gizmodo Brasil: Como é feito o monitoramento? É tudo feito com a ajuda de colaboração de seguidores? Ou rola algum bot que fica analisando as propagandas veiculadas nesse site? Sleeping Giants Brasil: Fazemos tudo manualmente, claro que com a colaboração dos seguidores para denunciar e cobrar o posicionamento das empresas. Não contamos com nenhum bot. São eles [os bots] que vêm atrás da gente mesmo. Gizmodo Brasil: A publicidade programática é uma fonte de renda também para sites sérios [entenda sites sérios como os que não praticam/publicam fake news]. Vocês não acham que a abordagem do Sleeping Giants pode acabar criando uma guerra contra estas páginas? Sleeping Giants Brasil: A gente acredita fazer justamente o contrário, pois o que buscamos é a volta da confiança do brasileiro nos portais que realmente zelam pela notícia. O único erro na publicidade programática é que ela infelizmente acaba financiando sites assim e estamos aqui para mostrar este erro. Gizmodo Brasil: Além do número de seguidores e ataques a vocês, conseguem mensurar o que já conseguiram neste pouco tempo de atividade no Brasil? Sleeping Giants Brasil: A gente acredita estar construindo uma história que teve um início maravilhoso e esperamos suprir as expectativas de todos em relação a nós para que daqui a alguns [anos] lembrem disso como um basta ao discurso de ódio e Fake News. Gizmodo Brasil: Os críticos de vocês alegam que o Sleeping Giants quer "calar o jornalismo independente". O que vocês têm a dizer sobre isso? Sleeping Giants Brasil: O jornalismo independente não é feito com ofensas e notícias falsas com um único intuito de construir a mesma narrativa. O que eles fazem é simplesmente o ódio rebuscado, inclusive muito mal, para se prenderem a sua "opinião" baseada em dados falsos, desordenados, camuflados ou omitidos. Gizmodo Brasil: Em outros lugares, iniciativas do tipo fizeram com que muitas marcas incluíssem temáticas inteiras ou palavras em uma lista de bloqueio, o que fez com que sites sérios sofressem quedas na renda de anúncios programáticos – o que pode prejudicar especialmente projetos independentes. Vocês consideraram isso? Há uma estratégia para não acontecer algo assim? Sleeping Giants Brasil: Não sabíamos dessa iniciativa, não estudamos a medida e não posso dizer se vamos ou não um dia considerar isso. Os riscos de iniciativas desse tipoPara dar um contexto, esta última questão tem relação com algo que aconteceu no Reino Unido. No início do ano, empresas jornalísticas britânicas perderam receita de publicidade digital devido a listas de restrições por conteúdo. Lá, alguns anunciantes quiseram desvincular sua marca de conteúdos relacionados a "ataque", "morte" ou "sexo", por exemplo. O Sleeping Giants Brasil pede que as empresas excluam de suas campanhas sites que distribuem fake news, solicitando, de alguma forma, que as marcas se posicionem. A repercussão já despertou reações. Outra conta chamada Gigantes Não Dormem foi criada no Twitter dias depois. A página diz que é de “defesa aos conservadores” e ameaça boicotes às empresas que retirarem suas campanhas dos sites denunciados pelo Sleeping Giants Brasil. A Gigantes Não Dormem também tem usado a mesma estratégia para tentar fazer com que empresas retirem publicidade de páginas ligadas à esquerda. Óbvio que estou extrapolando o exemplo, ainda mais para uma iniciativa que tem uma semana de atuação, mas não deixa de ser um risco que pode influenciar o ramo editorial. Como ouvi em conversas com gente do ramo, a questão é que a publicidade programática é algo que algumas empresas querem que funcione automaticamente. Se uma companhia tiver que ficar bloqueando sites em uma lista e ainda responder à repercussão no Twitter por anunciar no site jornalístico X ou Y, uma postura para evitar riscos seria simplesmente tirar a categoria de sites/blogs jornalísticos de suas campanhas. Isso quer dizer que o Sleeping Giants Brasil está errado? Não. Em tese, todo mundo concorda que fake news são ruins e podem trazer consequências para quem compartilha ou para quem simplesmente as lê. E qual seria a melhor forma de combater esse problema? Não tenho a menor ideia. O grande debate que se coloca é distinguir notícias verdadeiras e falsas, e esta é uma tarefa bem complicada, como já falamos em outra ocasião. Há sites que reutilizam materiais de veículos de imprensa estabelecidos, mas com um título sensacionalista. Isso é notícia falsa? Não, mas tem grande chance ser mau jornalismo. Notícia falsa é simplesmente inventar coisas, e o site Jornal da Cidade Online tem uma lista corrida extensa, inclusive com direito a publicar informações falsas sobre a pandemia do novo coronavírus ou usar imagens de gente famosa ou de bancos de imagem para representar colunistas que atacavam políticos e magistrados, segundo a agência Aos Fatos. Talvez tudo isso conscientize as empresas a saberem onde suas propagandas são veiculadas. Tomara. Se não for assim, a campanha pode ser um tiro no pé para publicações independentes no longo prazo. The post Uma conversa com o Sleeping Giants Brasil, que quer que marcas parem de fazer propaganda em sites de fake news appeared first on Gizmodo Brasil. |
Temperatura no Ártico atingiu 26 graus nesta semana Posted: 23 May 2020 07:13 AM PDT A temperatura ao norte do Círculo Polar Ártico chegou a 26 graus Celsius. Um pouco mais ao sul, na Sibéria – aquela região do mundo que nos referimos quando queremos mencionar algo frio – as temperaturas atingiram 30°C. O gelo do mar Ártico, no vizinho Mar de Kara, teve o maior declínio já registrado em um mês de maio. E faixas aleatórias da região estão pegando fogo. As coisas estão extremamente esquisitas. Vamos começar com o calor acima do Círculo Polar Ártico. Mika Rantanen, pesquisadora do Instituto de Meteorologia da Finlândia, sinalizou um mapa mostrando o calor sufocante na Sibéria ocidental. A região tem sido o epicentro de uma onda de calor explosiva que se espalhou pelo Ártico esta semana. Os modelos preveem temperaturas até 2,2°C acima do normal para esta época do ano. O calor pode cessar um pouco até meados da próxima semana, mas as temperaturas devem continuar elevadas na região. “A principal razão para o calor é um sistema de alta pressão em forma de ômega que permite céu limpo e movimentos verticais do ar”, disse Rantanen ao Gizmodo por uma mensagem direta no Twitter. “No entanto, o que eu acho que é o aspecto mais notável é que essa área em particular na Rússia tem sido recordista de calor no inverno. Portanto, acredito que a falta de neve pode desempenhar um papel, já que há um calor não consumido no derretimento da neve.”
Tradução: Temperaturas bastante notáveis na Sibéria ocidental de hoje. Por exemplo, 26,4°C a norte no Círculo Ártico (66,6°N) e 30,1°C a 62,5°N. Isso tudo significa que os incêndios continuam a se espalhar. Pierre Markuse, um especialista em monitoramento via satélite, tem ficado de olho na série de incêndios cada vez mais estranhos acima do Círculo Polar Ártico, um lugar famoso mais pelo gelo do que pelo fogo. A maioria dos incêndios que ele documentou está na porção oriental da Sibéria, que também lidou com uma parcela de calor durante todo o ano, além de pouco volume de neve. Ver incêndios ao lado de rios trançados e grandes manchas de neve não derretida é um sinal desta era de desestabilização climática. Incêndio acima do Círculo Ártico. Imagem: Pierre Markuse/Flickr Há ainda impactos no oceano, porque a mudança climática não se detém apenas na beira da água. O calor tem chegado aos mares que banham a Sibéria, e o Mar de Kara, ao norte da parte oeste da região, tem visto o declínio mais precipitado do gelo marinho. Após um lento declínio na primeira parte de maio, o ar quente alimentou um declínio acentuado no gelo marinho. Desde o início desta semana, a extensão do gelo registrada esteve no nível mais baixo em um mês de maio. É uma antecipação acentuada, especialmente quando se observa como o gelo se comportava nos anos 1980, quando costumava declinar em julho. Diversos outros mares que circundam o Ártico também têm perdido gelo. E embora não estejam em níveis recordes como o Mar de Kara, os mares de Bering e Barents estão em níveis recordes para esta época do ano.
Tradução: Impressionante comparar o início da estação de derretimento no Mar de Kara – por exemplo, veja 2020 (linha vermelha) em relação à década de 1980 (linhas roxas) Estes impactos são os últimos de uma série de eventos climáticos negativos para o Ártico como um todo. No verão passado, a região atingiu quase 34,8°C acima do Círculo Polar Ártico na Suécia. A Groenlândia também derreteu e teve casos de incêndios. Há registros similares para os anos anteriores. O Ártico está aquecendo duas vezes mais rápido do que o resto do mundo, e o que está acontecendo lá é inédito. The post Temperatura no Ártico atingiu 26 graus nesta semana appeared first on Gizmodo Brasil. |
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