segunda-feira, 25 de maio de 2020

Gizmodo Brasil

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“Monitor de sabor” recria gosto sem usar comida: basta lamber o aparelho

Posted: 24 May 2020 02:48 PM PDT

Imagem mostra uma boca aberta. A língua toca um aparelho cilíndrico branco envolto em material dourado. Dele, saem fios para um dispositivo circular com 5 blocos de sabores.

Lamber seu celular ou outros eletrônicos não é nem um pouco recomendável. A única exceção é caso você seja um pesquisador da Universidade Meiji, no Japão, que inventou o que está sendo descrito como uma monitor de sabor. O aparelho pode recriar artificialmente quase todos os sabores, acionando os cinco gostos diferentes na língua do usuário.

Anos atrás, pensava-se que a língua tinha regiões diferentes para provar sabores doces, azedos, salgados e amargos, cada uma delas com maiores concentrações de papilas gustativas adaptadas a sabores específicos.

Hoje sabemos que a distribuição é mais uniforme pela língua e que um quinto sabor, umami, desempenha um papel importante no nosso prazer pela comida. Essa compreensão de como a língua funciona é crucial para um novo protótipo que seu criador, Homei Miyashita, chama de Norimaki Synthesizer.

Ele foi inspirado na facilidade com que nossos olhos podem ser levados a ver algo que tecnicamente não existe. A tela que você está vendo usa pixels microscópicos compostos de elementos vermelhos, verdes e azuis que se combinam em intensidades variadas para criar imagens coloridas.

Miyashita se perguntou se uma abordagem semelhante poderia ser usada para enganar a língua, e é por isso que o Norimaki Synthesizer também é chamado de monitor de sabor.

Houve muitas tentativas de simular artificialmente sabores na língua com e sem a presença de alimentos, mas eles tendem a se concentrar em um sabor específico ou a melhorar um sabor único, como aumentar o sabor de algo salgado sem realmente precisar adicionar mais sal. O Norimaki Synthesizer adota uma abordagem mais agressiva: ele usa cinco géis que acionam os cinco sabores diferentes quando eles fazem contato com a língua humana.

Os géis são identificados por cores. Eles são feitos de ágar na forma de tubos longos e usam glicina para criar o sabor doce, ácido cítrico para ácido, cloreto de sódio para salgado, cloreto de magnésio para amargo e glutamato monossódico para umami.

Quando o dispositivo é pressionado contra a língua, o usuário experimenta todos os cinco gostos ao mesmo tempo, mas sabores específicos são criados misturando-os em quantidades e intensidades específicas, como se fossem pixels RGB na tela.

Para conseguir isso, o protótipo é envolto em papel de cobre, de modo que, quando está na mão e toca na superfície da língua, forma um circuito elétrico através do corpo humano, facilitando uma técnica conhecida como eletroforese.

A eletroforese é um processo que move moléculas em um gel quando uma corrente elétrica é aplicada, permitindo que elas sejam classificadas por tamanho com base no tamanho dos poros do gel. Mas aqui o processo simplesmente faz com que os ingredientes nos tubos de ágar se afastem da ponta que está tocando a língua. Assim, fica mais difícil sentir seu gosto. É um processo subtrativo que remove seletivamente os sabores para criar um perfil específico.

Nos testes, o Norimaki Synthesizer permitiu que os usuários experimentassem o sabor de tudo, de balas de goma a sushi, sem ter que colocar um único item de comida na boca.

Em sua forma atual, o protótipo é um pouco volumoso, mas pode ser facilmente miniaturizado para um dispositivo tão compacto quanto os cigarros eletrônicos que um monte de gente já carrega e usa regularmente. Ele poderia recriar a sensação satisfatória de comer um pedaço de chocolate ou beber um milkshake sem ter que ingerir uma única caloria.

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Abelhas mordem folhas de plantas para adiantar processo de florescimento

Posted: 24 May 2020 12:50 PM PDT

Abelha pendurada de cabeça para baixo em uma flor.

Abelhas precisam de pólen das flores para sobreviver. Mas, devido à crise climática, estas criaturas estão despertando mais cedo no ano, quando as plantas ainda não floresceram. A natureza parece estar dando um jeito, no entanto.

De acordo com uma pesquisa publicada na Science na quinta-feira (21), as abelhas desenvolveram uma maneira de forçar as flores a desabrocharem mais rapidamente, fornecendo ainda mais provas de que são muito inteligentes e resistentes. Os cientistas descobriram que elas dão mordidinhas nas folhas das plantas que ainda não floresceram, o que resulta em perfurações que levam as plantas a passar pelo processo 30 dias antes, em média.

A equipe de pesquisadores suíços notou esse comportamento em seu laboratório. Enquanto conduziam um experimento não relacionado, eles viram abelhas cortando pedaços de plantas sem uma razão clara. Isso chamou a atenção, e eles recorreram a informações sobre este fenômeno na literatura científica, mas descobriram que pouca pesquisa havia sido feita.

“Descobrimos que outros também observaram esses comportamentos, mas ninguém havia explorado o que as abelhas estavam fazendo com as plantas ou relatado um efeito sobre a produção de flores”, disse Mark Mescher, professor da universidade ETH Zürich e um dos autores do estudo, em um comunicado.

Para entender melhor, os cientistas colocaram abelhas famintas em gaiolas de malha cheias de pés de tomate e mostarda que ainda não haviam florescido. Em pouco tempo, eles viram as abelhas usando suas mandíbulas para perfurar as plantas. A equipe também tentou replicar o que as abelhas faziam, usando lâminas de barbear nas folhas.

O experimento descobriu que todas as plantas perfuradas floresceram mais rapidamente, mas as danificadas pelas abelhas produziram flores semanas antes das que os cientistas cortaram. Para os pés de tomate, foram 30 dias, enquanto as mostardas danificadas pelas abelhas viram flores desabrocharem 14 dias antes.

Isso sugere que ou um produto químico na saliva das abelhas acelera o processo de floração, “ou que nossa imitação manual do dano não foi suficientemente precisa”, diz Consuelo De Moraes, co-autora do estudo e professora da universidade ETH Zürich, em um comunicado.

Para investigar se essas descobertas também se aplicam a lugares onde as plantas são mais dispersas e escassas, a equipe também conduziu um experimento em colônias de abelhas. Elas exibiram o mesmo comportamento, especialmente quando menos flores estavam desabrochando ao seu redor. E não foram apenas as abelhas criadas em cativeiro do laboratório que perfuraram as folhas das plantas. Os cientistas observaram duas outras espécies de abelhas selvagens fazerem a mesma coisa.

O estudo sugere que as abelhas desenvolveram o comportamento de se adaptar às condições quando o pólen não está presente. Estas são boas notícias, e não somente para elas próprias. Como as abelhas polinizam as plantas e as ajudam a crescer, muitas espécies dependem delas para alimentação — entre elas, nós, humanos. Cerca de um terço da comida que os seres humanos comem todos os dias depende da polinização, principalmente pelas abelhas.

“Uma interpretação encorajadora das novas descobertas é que as adaptações comportamentais dos visitantes de flores podem fornecer aos sistemas de polinização mais plasticidade e resistência para lidar com as mudanças climáticas do que até agora se suspeitava”, Lars Chittka, co-autor do estudo e professor da Universidade Queen Mary de London, escreveu em uma carta na Science que acompanhou o novo estudo.

O quanto esse mecanismo de enfrentamento ajudará as abelhas a sobreviver ao caos climático é uma questão em aberto. Um relatório de fevereiro constatou que, devido às mudanças no clima, a chance de sobrevivência das populações de abelhas em qualquer lugar diminuiu em média mais de 30% ao longo de apenas uma geração humana.

Mais pesquisas serão necessárias para determinar o tamanho do impacto causado por este comportamento. Por isso, ainda não podemos confiar na esperteza das abelhas para garantir que elas sobrevivam. Também precisamos reduzir as emissões de carbono para garantir que elas não estejam sujeitas a condições ainda mais desafiadoras.

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Cachorro robótico da Boston Dynamics ganha um novo emprego: pastorear ovelhas na Nova Zelândia

Posted: 24 May 2020 09:38 AM PDT

Cuidado, caninos. Aparentemente, nós, humanos, não somos os únicos que precisam se preocupar com robôs ficando com nossos empregos. Nesta semana, a empresa de software neozelandesa Rocos anunciou uma parceria com a Boston Dynamics para dar um novo trabalho ao seu famoso cão robótico: pastorear ovelhas.

A Rocos é especializada no desenvolvimento de software para operação remota de robôs. Ela diz que sua plataforma em nuvem permitirá que o Spot — uma linha de robôs ágil o suficiente para atravessar terrenos acidentados e forte o suficiente para puxar um caminhão como se fosse um trenó — supra a escassez de trabalhadores causada pelo surto de coronavírus. O objetivo é tornar a produção de alimentos no país mais eficiente.

“Equipado com cargas úteis como sensores de calor e gás, LIDAR e câmeras de alta resolução, o Spot navega em ambientes hostis para capturar dados em tempo real”, disse a empresa em uma publicação recente em seu blog. "Na agricultura, os fazendeiros podem acessar informações como estimativas de colheitas mais precisas e atualizadas. Isso fornece acesso a uma nova categoria de automação e a um negócio mais seguro e eficiente."

A empresa também publicou um vídeo, que você pode conferir abaixo, em que Spot trota sobre colinas gramadas e pastoreia um rebanho de ovelhas com nenhum humano ou cachorro — a própria imagem de alguma fantasia pastoral cyberpunk.

(Estranhamente, em um momento do vídeo, o Spot parece estar descansando no chão, movendo suas patas robóticos em um local ensolarado, como se esticasse seus músculos cansados ​​após um árduo dia de trabalho. Ou talvez eu esteja apenas delirando. Ele provavelmente caiu, e a Rocos queria demonstrar que um tropeço não pode parar esse totó robótico.)

O vídeo é bem divertido, mas também serve para mostrar que a Rocos e a Boston Dynamics parecem pensar em suplementar e não em substituir os cães de pastoreio tradicionais.

Seja como for, o Spot tem suas vantagens exclusivas: durante os primeiros testes, a Rocos disse que a equipe da Boston Dynamics conseguiu navegar em terrenos anteriormente desconhecidos na Nova Zelândia, tudo a partir do conforto de seu escritório nos EUA. É o exemplo mais recente de como a crescente influência da tecnologia agrícola teve uma rápida evolução em meio à tensão da crise do COVID-19.

“A era dos robôs autônomos está chegando”, disse David Inggs, CEO da Rocos, no blog da empresa. “Nossos clientes estão aumentando suas forças de trabalho humanas para automatizar processos físicos que geralmente são monótonos, sujos ou perigosos.”

Da mesma forma, a Boston Dynamics vem se expandindo para a telemedicina nos últimos meses por causa do surto, instalando o Spot em hospitais locais para ver se ele pode ajudar na diminuição do risco de exposição dos profissionais de saúde. O cachorro robótico começou a ser vendido para o público no ano passado, caso você tenha alguns milhares de dólares para queimar e um rebanho de ovelhas que precisam de um pastor.

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Reino Unido volta atrás e vai reduzir a zero participação da Huawei em seu 5G

Posted: 24 May 2020 07:01 AM PDT

Fachada de prédio da Huawei, com logo da marca.

Parece que o Reino Unido quer que a empresa chinesa de telecomunicações Huawei fique o mais longe possível de seu 5G. Em uma reviravolta, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse às autoridades para criarem planos para reduzir a participação da Huawei nas redes 5G do país para zero até 2023.

A notícia, divulgada pelo Telegraph e pelo Guardian, vem meses depois de Johnson ter dito que permitiria que a Huawei fornecesse até 35% do 5G do Reino Unido, mas impediria o acesso a partes “sensíveis do núcleo” das redes. De acordo com o Telegraph, os novos planos são uma resposta à crescente oposição ao investimento chinês por membros do próprio partido de Johnson, que alegam falta de transparência no tratamento da pandemia de coronavírus por Pequim.

Sir Iain Duncan Smith, um dos conservadores que se opõe à presença da Huawei nas redes 5G, disse ao Guardian que recebeu com satisfação a mudança de atitude de Johnson.

“São notícias muito boas e espero e acredito que será o início de uma revisão completa e minuciosa de nossa perigosa dependência da China”, disse Smith.

Segundo o Guardian, Smith não está sozinho em suas opiniões. Os ministros seniores também querem reduzir a dependência econômica de bens essenciais da China. Atualmente, eles estão trabalhando em uma iniciativa chamada “Project Defend”, que visa aumentar a autossuficiência britânica em medicina e tecnologia.

O recuo de Johnson deve ser bem recebido pelos EUA, que pressionaram intensamente as autoridades britânicas contra o uso da tecnologia Huawei nas redes 5G do país. Algumas autoridades americanas disseram aos ministros britânicos que permitir a participação da Huawei seria “nada menos que loucura” e colocaria em risco o compartilhamento de informações transatlânticas.

Os EUA alegaram que a Huawei colocam backdoors em seus equipamentos, o que permite que a empresa espione usuários. Isso daria efetivamente à empresa o acesso a todos os dados transmitidos pela rede, incluindo chamadas telefônicas e mensagens de texto, coisa que nem as autoridades têm, já que precisam de mandados para obter essas informações. A Huawei negou repetidamente essas acusações.

Até recentemente, Johnson parecia estar dando à Huawei o benefício da dúvida. Seu plano inicial de permitir que a Huawei fornecesse até 35% das redes foi aprovado pelas agências de inteligência do Reino Unido, que argumentavam que qualquer risco de vigilância em massa associado aos equipamentos poderia ser contido. Mas as coisas mudam.

O vice-presidente da Huawei, Victor Zhang, disse que as notícias “simplesmente não fazem sentido”, segundo o Politico.

“Como uma empresa privada, 100% de propriedade de funcionários, que opera no Reino Unido há 20 anos, nossa prioridade tem sido ajudar as empresas de telefonia móvel e banda larga a manter a Grã-Bretanha conectada, o que nesta atual crise de saúde tem sido mais vital do que nunca” disse o executivo. “Este é o nosso histórico comprovado.”

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