sábado, 9 de maio de 2020

Gizmodo Brasil

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São Paulo libera impressão de licenciamento CRLV em casa

Posted: 08 May 2020 03:17 PM PDT

Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo

Boa parte dos nossos documentos estão sendo disponibilizados de forma digital. O mais recente a entrar nessa é o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) em São Paulo, que agora pode ser emitido e impresso em casa. O estado não é o único a contar com a opção, que já estava disponível em 19 regiões.

A versão digital do documento está disponível no Portal de Serviços do Denatran e no app Carteira Digital de Trânsito (CDT). Para fazer a emissão, o proprietário precisa estar com as obrigações e débitos do veículo em ordem junto aos órgãos de trânsito.

Chamado de CRLV 100%, a opção foi desenvolvida pela Serpro e tem a autenticidade garantida por um QR Code, que pode ser apresentado e consultado pelos agentes de trânsito em uma eventual fiscalização.

Os motoristas poderão optar por duas formas de apresentar o documento: pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT) no smartphone ou pela impressão – se esse for o caso, é preciso que o QR Code esteja legível.

A Serpro recomenda que o próprio usuário dê uma conferida para ver se a impressão permite a leitura do QR Code baixando o app VIO para Android ou iOS. Esse é o mesmo app utilizado pelas autoridades de fiscalização de trânsito.

O CRLV 100% digital já está disponível no Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Distrito Federal.

Outros estados ainda devem contar com a opção até 30 de junho de 2020, conforme a data limite estabelecida pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

“Devido a resposta que os estados precisam dar à situação causada pelo COVID-19, o Serpro antecipou a integração com os sistemas dos Detrans para que seja possível oferecer essa opção ao cidadão", comentou o gestor da CDT no Serpro, Isidro Santos.

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LG Velvet começa a ser vendido na Coreia do Sul

Posted: 08 May 2020 02:18 PM PDT

Depois de muito barulho, o LG Velvet começou a ser vendido na Coreia do Sul. O smartphone promete inaugurar uma nova era na marca, com mudanças no design e uma nomenclatura mais simples.

O LG Velvet traz boas especificações, como 8 GB de RAM, conjunto triplo de câmeras, tela Full HD+ bem grande, com 6,8 polegadas de tamanho, e 5G. O processador, no entanto, não é um topo de linha, e sim um Snapdragon 765, um nível abaixo da família 800 da Qualcomm. Por isso, a briga do Velvet não é com a faixa dos US$ 1.000, de aparelhos como iPhone 11 Pro e Galaxy S20.

Do lado do design, além da tela com ótimo tamanho, o Velvet também traz uma aparência mais elegante, reforçada pelo pequeno recorte em formato de “U” na borda superior da tela e as câmeras traseiras organizadas verticalmente, no que a LG chamou de “pingo de chuva”. O aparelho tem quatro opções de cor: preto, branco, verde e laranja.

Na Coreia do Sul, o preço é de 900 mil won, o equivalente a cerca de US$ 730. Por enquanto, não há informações de disponibilidade em outros países. Segundo o Gizmodo En Español, a LG prometeu uma apresentação em inglês sobre o aparelho até o final de maio — aí deveremos saber quando o Velvet deve desembarcar por aqui ou, ao menos, quando chegará ao mercado americano e europeu.

[Android Central, Gizmodo En Español]

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Uma lista para você que é fã de comédia: cinco filmes nacionais que vão te fazer rir

Posted: 08 May 2020 01:04 PM PDT

O humor é uma importante expressão da cultura popular brasileira. A sociedade sempre se definiu pelos contrastes, pelas desigualdades e os paradoxos do dia a dia são captados com mais competência pelo olhar cômico. Uma mãe que tem uma relação atrapalhada com seus filhos, a executiva que abre mão da sua vida pessoal, os problemas conjugais de um casal que caiu na rotina, uma comunidade marcada pelas contraposições. É um prato cheio para a comédia.

Pensando nisso, em parceria com o Telecine, separamos algumas indicações de filmes brasileiros que te farão cair na risada. Confira!

Minha mãe é uma peça

Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma mulher de meia idade, divorciada do marido (Herson Capri), que a trocou por uma mais jovem (Ingrid Guimarães). Hiperativa, ela não larga o pé de seus filhos Marcelina e Juliano (Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo), sem se dar conta que eles já estão bem grandinhos. Um dia, após descobrir que eles consideram ela uma chata, resolve sair de casa sem avisar para ninguém, deixando todos, de alguma forma, preocupados com o que teria acontecido. Mal sabem eles que a mãe foi visitar a querida tia Zélia (Sueli Franco) para desabafar com ela suas tristezas do presente e recordar os bons tempos do passado.

"Minha Mãe é uma Peça – O Filme" chega escorado em mais de um milhão de espectadores ao longo de seis anos de teatros cheios Brasil afora. O acervo de situações cômicas fáceis de assimilar é grande e o roteiro ainda tratou de acrescentar momentos melodramáticos, coisa que o público adora. Ou seja, é a perfeita combinação da fome com a vontade comer. Entretanto, o grande trunfo do longa é a atuação impecável de Paulo Gustavo.

Assista no streaming do Telecine.

De Pernas para o Ar

Alice (Ingrid Guimarães) já passou dos 30, é casada com João (Bruno Garcia), tem um filho e é uma executiva bem sucedida. Na verdade, ela é uma típica workaholic, que tenta se equilibrar entre a rotina de trabalho e a família, mas perde o emprego e o marido no mesmo dia. É quando ela passa a contar com a ajuda da vizinha Marcela (Maria Paula), que mostra que é possível ser uma profissional de sucesso sem deixar os prazeres da vida de lado. Para isso, Alice vira sócia da nova amiga em um sex shop falido e descobre os prazeres dos sex toys.

O longa fala de questões delicadas, que não costumam vir a público, como a do orgasmo feminino. Por este lado é um filme interessante, que toca mais fundo no público feminino por se reconhecer na história. Afinal de contas, é o relacionamento da mulher com o sexo que está em jogo, em um mundo onde é também cobrada para ser uma boa profissional, uma boa dona de casa, uma boa esposa e uma boa mãe. E, ainda por cima, diante de um universo machista.

Assista no streaming do Telecine.

Vai que Cola

Após ser vítima de um golpe que roubou todo seu dinheiro, Valdomiro (Paulo Gustavo) se muda para a pensão da Dona Jô (Catarina Abdalla) no Méier, bairro localizado no subúrbio do Rio de Janeiro, onde pretende escapar da polícia. Para sobreviver, ele passa a vender quentinhas pelas redondezas. A situação muda mais uma vez quando Andrade (Márcio Kieling), seu ex-sócio, consegue fazer com que Valdomiro recupere sua cobertura no Leblon. Mas há um problema: como a pensão foi interditada pela Defesa Civil, Dona Jô e os demais moradores se mudam para a casa de Valdomiro.

A capacidade de rir de si mesmo é um dos maiores trunfos do longa-metragem. São várias as piadas envolvendo uma certa metalinguagem, onde Paulo Gustavo brinca com o fato de estar dentro de um filme e até mesmo conversa com o público, alertando sobre o que vem por aí. A quebra da quarta parede e a autoironia resultam em cenas divertidas.

Assista no streaming do Telecine.

Se eu fosse você

Cláudio (Tony Ramos) é um publicitário bem sucedido, dono de sua própria agência, e é casado com Helena (Glória Pires), uma professora de música que cuida de um coral infantil. Acostumados com a rotina do dia a dia e do casamento de tantos anos, eles volta e meia têm uma discussão. Um dia eles têm uma briga maior do que o normal, que faz com que algo inexplicável aconteça: eles trocam de corpos. Apavorados, Cláudio e Helena tentam aparentar normalidade até que consigam reverter a situação. Porém, para tanto, eles terão que assumir por completo a vida do outro.

O maior trunfo do filme é a naturalidade com que transita entre a comédia ligeira e a comédia vulgar, entre a fina observação das diferenças sexuais e o reforço de estereótipos clássicos. Entretanto, quem dita esse ritmo é Tony Ramos, que sempre consegue emprestar alguma doçura a seus personagens, transmitir o prazer que sente ao interpretá-los e mostrar-se confortável nos mais variados registros.

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Atualização do Google Authenticator torna mais fácil transferir contas para um novo dispositivo

Posted: 08 May 2020 12:35 PM PDT

Aplicativo do Google Authenticator

O Google Authenticator é uma ferramenta útil há muito tempo quando se trata de adicionar a verificação em duas etapas às suas contas. Mas agora, graças à sua primeira atualização desde abril de 2019, o Google tornou mais fácil a migração segura de códigos 2SV (2 step verification, ou verificação em duas etapas) de um dispositivo para outro.

Juntamente com o novo recurso de transferência de conta, a versão mais recente do Google Authenticator (versão 5.10) inclui uma interface do usuário atualizada com um tema escuro opcional e uma nova opção de menu para ajudá-lo a migrar suas credenciais para um novo dispositivo.

Antes, sempre que você passava para um novo telefone ou tablet, o Google Authenticator o obrigava a desvincular individualmente as contas salvas no dispositivo atual antes de adicioná-las manualmente outra vez no aplicativo Google Authenticator no seu novo dispositivo. Mesmo para pessoas que não precisam alternar entre vários telefones ou tablets com frequência, isso costuma ser entediante ou confuso e rapidamente se tornava uma tarefa real para qualquer pessoa que manipula vários dispositivos.

Gif do Google Authenticator, mostrando transferência de configurações para um novo dispositivoProcesso de transferência de contas no Google Authenticator. Crédito: Google

No entanto, na nova versão do app Google Authenticator, a transferências de código 2SV de um dispositivo para outro é tão simples quanto selecionar a opção de menu de exportação no seu dispositivo original (que exibe um QR code na tela), selecionar importar no seu dispositivo e usando a câmera do seu novo dispositivo para digitalizar esse QR code.

Além disso, para garantir que o processo de transferência de conta seja o mais seguro possível, o Google diz que, ao migrar suas contas para um novo dispositivo, nenhum dado é enviado a nenhum servidor externo (incluindo servidores do Google), pois a comunicação ocorre diretamente entre os dois dispositivos.

As atualizações mais recentes do Google Authenticator sejam em grande parte melhorias na facilidade de uso. No entanto, com a segurança digital se tornando uma preocupação maior a cada dia, qualquer coisa para ajudar as pessoas a ativar a verificação em duas etapas (que todo mundo deveria usar sempre que possível) é uma boa.

A nova versão do Google Authenticator está sendo lançada por meio de uma atualização da Google Play Store. Portanto, se você ainda não recebeu a atualização, ela deve chegar ao seu dispositivo em algum momento da próxima semana. A desvantagem de tudo isso é que, pelo menos por enquanto, a transferência de contas diretamente entre dispositivos usando o Google Authenticator funciona apenas no Android. Desculpe aí, pessoal do iOS.

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Atenção, leitor do Gizmodo: adquira licenças para Windows 10 (R$48) e Microsoft Office (R$72) por um preço imperdível

Posted: 08 May 2020 11:42 AM PDT

Hoje em dia, é indispensável que você tenha uma máquina segura, com um bom software original e atualizado e programas básicos, como de organização de planilhas, apresentações e editor de texto e imagens. É importante tanto para vida pessoal, mas, principalmente, para a profissional – ainda mais nesses tempos de home office.

Para atingir estes objetivos, não há atalhos. Você precisa adquirir licenças confiáveis. Pensando nesse contexto, o Gizmodo Brasil, em parceria com a Cdkeysales, separou algumas ofertas exclusivas, para você, nosso leitor, ficar em dia com licenças originais do Microsoft Office e do Windows 10 por um preço imperdível. E o melhor: se você utilizar o código de desconto "GIZMODO"  ganha mais 20%. Confira:

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Windows 10

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Zoom adiciona criptografia de ponta-a-ponta, mas será pago

Posted: 08 May 2020 11:18 AM PDT

Material promocional do Zoom

Zoom, a plataforma de videoconferências do momento, tem aumentado suas medidas de cibersegurança como parte de um plano de 90 dias após uma onda de ataques de trolls em chamadas. Nesta quinta-feira (7), a empresa anunciou mais um passo: finalmente implementar o tipo de protocolo de criptografia que levou investidores e usuários a acreditarem que era uma opção confiável.

Com a aquisição da Keybase, uma startup baseada em Nova York especializada em mensagens criptografadas e serviços em nuvem, o Zoom finalmente será capaz de atender às suas pretensões de oferecer criptografia de ponta-a-ponta.

“Estamos empolgados em integrar a equipe da Keybase à família Zoom para nos ajudar a construir uma criptografia ponta a ponta que possa alcançar a escalabilidade atual do Zoom”, disse o CEO Eric Yuan em um post do blog do Zoom na quinta-feira.

Como relatado pelo Intercept em março, especialistas em cibersegurança descobriram que o sistema de criptografia caseira da plataforma ficava aquém do que era comercializado e, em vez disso, qualificava-se como criptografia de camada de transporte, pois ainda permitia que os servidores da Zoom vissem certos conteúdos na ponta do cliente.

Com criptografia de ponta a ponta, usada em apps como WhatsApp e Signal, somente as pessoas que se comunicam entre si podem ver esse conteúdo, e ele permanece inacessível a qualquer empresa por trás do servidor intermediário que eles estão usando. Desde então, os acionistas do Zoom processaram a empresa por alegações de fraude em relação a essa discrepância.

A novidade, no entanto, vem com muitas condicionantes. Uma vez instalada, a criptografia de ponta a ponta só estará disponível para usuários com planos Zoom pagos (que começam em US$14,99 por mês), o que significa que qualquer pessoa que utilize o serviço gratuito do Zoom não terá acesso à funcionalidade.

Se o anfitrião de uma reunião tiver habilitado esse recurso, os participantes serão impedidos de participar por telefone e a gravação pela nuvem será desativada. Yuan enfatizou que o recurso não irá armazenar a chave de criptografia nos servidores do Zoom, portanto a empresa não poderá ver nenhuma parte da chamada.

“Acreditamos que isso proporcionará segurança equivalente ou melhor do que as plataformas de mensagens criptografadas de ponta a ponta existentes para os consumidores, mas com a qualidade de vídeo que fez do Zoom a escolha de mais de 300 milhões de participantes de reuniões diárias, incluindo as de algumas das maiores empresas do mundo”, escreveu.

A empresa também anunciou que planeja publicar um “esboço detalhado de design de criptografia” no dia 22 de maio, enquanto continua a desenvolver seu plano de segurança de 90 dias.

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Imagem de alta resolução do asteroide Ryugu sugere que ele passou perto do Sol

Posted: 08 May 2020 10:06 AM PDT

A sonda Hayabusa2 está voltando para casa, mas os cientistas continuam revisando os dados coletados durante sua visita ao asteroide Ryugu, incluindo seus breves momentos na superfície. Novas imagens estão fornecendo uma visão sem precedentes dessa gigantesca pilha de rochas, além de uma possível explicação para sua superfície estranha e bicolor.

Imagens recém-processadas mostram a superfície do Ryugu em resoluções que atingem 1 milímetro por pixel, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Science. Esses closes sem precedentes estão permitindo que os pesquisadores estudem o asteroide em detalhes, incluindo formas como a aterrissagem do Hayabusa2 afetou a superfície.

Curiosamente, o novo estudo oferece uma explicação para a estranha coloração do asteroide: uma passagem curta, mas intensa, perto do Sol. Esta última pesquisa foi co-autoria de Tomokatsu Morota, do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Tóquio.

As imagens foram tiradas em 21 de fevereiro de 2019, quando Hayabusa2 fez o primeiro de seus dois toques na superfície. No ponto de contato, a sonda disparou um projétil na superfície, produzindo um campo de destroços. O segundo pouso ocorreu em 11 de julho de 2019, quando a sonda coletou material de uma camada mais interna da superfície.

Se tudo deu certo, um recipiente especial recolheu algumas dessas rochas e poeira, que atualmente estão a caminho da Terra. A Hayabusa2, uma missão da Agência Espacial Japonesa (JAXA), deve voltar para casa com sua carga em dezembro de 2020.

Ryugu está a cerca de 300 milhões de quilômetros da Terra e mede 870 metros de diâmetro. O asteroide tem a forma de um pião e é basicamente uma pilha de entulho. Como os pesquisadores apontam no novo artigo, Ryugu se formou a partir de um impacto em tempos antigos, que fez com que ele se desintegrasse em pedaços menores, que se transformaram em uma estrutura singular, porém frouxa.

As câmeras da Hayabusa2 capturaram o local de pouso e a área circundante com detalhes fantásticos, nos quais muitas rochas e pedrinhas são visíveis. Os cientistas agora podem determinar a idade desse asteroide rico em carbono e caracterizar melhor sua história geológica.

Mapa global de Ryugu, mostrando os recursos espectrais do asteroide em azul e vermelho. Imagem: Morota et al., 2020

Um dos aspectos mais enigmáticos de Ryugu tem a ver com dois tipos diferentes de material de superfície, um que dá uma tonalidade avermelhada nas regiões de latitude média do asteróide e o outro uma aparência azulada ao longo de sua borda equatorial e regiões polares. As pedras do asteróide tendem a ser azuis, enquanto os materiais de granulação fina ao seu redor são vermelhos. Crateras com material de superfície azul tendem a ser mais jovens que crateras com materiais vermelhos. O motivo desses recursos pontilhados de bolinhas e a variada paleta de cores do asteróide iludiu os cientistas.

Em um feliz acidente, Hayabusa2 conseguiu capturar fotos do antes e depois da superfície, mostrando a área de pouso como era antes do ataque do projétil e também depois. O novo estudo descreve como a aterrissagem levantou uma camada de material escuro e granulado, o que corresponde às seções mais vermelhas do asteroide. Uma comparação desses materiais levou a uma nova teoria interessante.

“Sugerimos que um evento de avermelhamento da superfície dentro de um curto período de tempo poderia ser explicado se Ryugu passasse por uma excursão orbital temporária perto do Sol, causando maior aquecimento da superfície”, escreveram os pesquisadores do estudo.

Vistas lado a lado da superfície de Ryugu e a distribuição de diferentes materiais. Imagem: Morota et al., 2020

Não está totalmente claro quando este evento de avermelhamento aconteceu. Usando modelos para estimar a frequência de colisões ao longo do tempo, os autores apresentaram duas possibilidades, dependendo da história orbital do asteroide e do tempo gasto em seu local de nascimento — o principal cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

"Após o evento de avermelhamento da superfície, os materiais mais vermelhos foram quebrados e redistribuídos por impactos, fadiga térmica e desperdício de massa [movimento de declive] do equador para as regiões de latitude média", escreveram os autores. “Uma camada de material vermelho e azul misturado posteriormente se formou na superfície de Ryugu.”

Se o asteroide não deixou seu berço, o avermelhamento da superfície pode ter acontecido 300 mil anos atrás, mas se ele se afastasse do cinturão principal, o avermelhamento remonta a 8,5 milhões de anos atrás, segundo a pesquisa. Estima-se que o próprio Ryugu tenha 9 milhões de anos.

Outra possibilidade considerada pelos pesquisadores é a erosão espacial, que também pode causar o avermelhamento da superfície. Mas isso foi descartado pelos pesquisadores, porque a erosão espacial afeta tipicamente uma fina camada de cerca de 100 nanômetros. O aquecimento solar, por outro lado, pode penetrar na superfície por dezenas de centímetros, o que corresponde à profundidade dos materiais vermelhos em Ryugu.

Uma parte interessante dessa missão é que, se a coleta de amostras foi bem-sucedida, a Hayabusa2 retornará à Terra com uma mistura de materiais azuis e vermelhos permitindo que os cientistas explorem todas essas possibilidades.

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Singapura coloca robôs em parques para lembrar frequentadores de distanciamento social

Posted: 08 May 2020 08:15 AM PDT

Robô Spot em parque de Singapura. Crédito: Strait Times

O robô da Boston Dynamics conhecido como Spot foi implantado em um parque em Singapura para lembrar as pessoas de que devem seguir as diretrizes de distanciamento social durante a pandemia, de acordo com um novo relatório da principal agência de tecnologia do governo local. E parece que os robôs estão lá para nos provocar, porque, diferentemente dos robôs, os humanos podem morrer de doenças.

O novo robô de quatro patas, que foi solto nesta sexta-feira (8) no parque Bishan-Ang Mo Ko, transmite uma mensagem lembrando aos visitantes que eles precisam ficar longe de outros seres humanos, pois o COVID-19 representa uma ameaça muito séria à nossa saúde. O Spot foi disponibilizado para compra por empresas e governos no ano passado e projetou câmeras especialmente para garantir que não ocorram problemas.

"Essas câmeras não poderão rastrear e/ou reconhecer indivíduos específicos e nenhum dado pessoal será coletado", de acordo com o comunicado de imprensa da agência GovTech de Singapura.

O modelo Spot que está sendo testado a partir desta sexta foi equipado com software personalizado desenvolvido pela GovTech para estimar quantas pessoas estão no parque a qualquer momento. O teste durará até 22 de maio e um funcionário do Conselho Nacional de Parques de Cingapura (NParks) acompanhará de perto o robô durante este período.

O vídeo do robô Spot, disponível no YouTube do Strait Times, mostra o cachorro robótico passeando tranquilamente pelo parque.

Tecnicamente, o robô Spot pode subir escadas e aguentar uma carga de 13 kg, mas aparentemente ele não deve carregar nenhum peso em parques. Pelo menos até alguém decidir que o Spot deveria começar a forçar as pessoas manterem o distanciamento social em vez de apenas lembrar que é uma boa ideia nesse tempo de pandemia.

O Spot, que tem uma bateria máxima de 90 minutos, já foi equipado com armas especiais nos EUA para que possa abrir portas para a polícia, algo que a ACLU  (American Civil Liberties Union), uma ONG dos EUA que milita para defender e preservar direitos dos cidadãos do país não está muito feliz, para dizer o mínimo. A polícia de todo o mundo parece bastante animada com as possibilidades do Spot, como este novo teste em Singapura deixa claro.

O parque em Singapura também está postando sinais sobre o novo teste, incentivando as pessoas a não "atrapalharem" o robô, embora não esteja claro o que você poderia fazer para realmente atrapalhá-lo. Talvez alguém tente montar nele? Bem, no passado, vimos vários deles puxarem um caminhão grande.

Outra pessoas fizeram piadas no Twitter de que "a natureza está se curando" agora que os robôs foram para os parques de Singapura. A piada é pelo fato de o Spot ser frequentemente associado a um cachorro robótico.

Singapura foi bastante elogiada por sua capacidade de controlar a disseminação de COVID-19 nos primeiros dias da pandemia. Mas isso mudou drasticamente nas últimas semanas. Os casos estão surgindo, com cerca de 90% das novas infecções pelo novo coronavírus ocorrendo em moradias apertadas de trabalhadores estrangeiros.

O país identificou 21.708 casos e 20 mortes por COVID-19, com base nos dados mais recentes do rastreador da Universidade Johns Hopkins, incluindo 768 novos casos nas últimas 24 horas. A cidade-estado obviamente espera que a tecnologia ajude a mudar à maré à medida que as coisas pioram.

Mas não são apenas os robôs terrestres que ajudarão as autoridades de Singapura durante a crise do coronavírus. Eles também estão usando dezenas de drones para ficar de olho nas coisas, como alguns departamentos de polícia dos EUA fizeram nos últimos meses.

"Um total de 30 drones também estão sendo implantados em parques e áreas naturais selecionados para fornecer às autoridades um ponto de vantagem para obter atualizações de visitantes rapidamente, complementando as observações no solo e dando-lhes uma melhor noção da densidade de visitantes em uma área específica", de acordo com um comunicado de imprensa da GovTech, de Singapura.

E esta não é a primeira vez que um parque em Singapura vê um pequeno robô sendo implantado para lembrar os humanos de que devem manter o distanciamento social. No mês passado, um robô controlado remotamente chamado O-R3 foi usado pela primeira vez para transmitir mensagens de áudio incentivando as pessoas a não ficarem em parques e jardins.

Qualquer referência ao Spot inevitavelmente faz comparações com o episódio "Metalhead", de Black Mirror". E por uma boa razão.

O episódio de Black Mirror gira em torno de humanos que estão em uma missão para obter algo de um armazém, mas são caçados por robôs de quatro patas que se parecem muito com o Spot da vida real da Boston Dynamics.

A versão fictícia do Spot está equipada com armas, algo que a Boston Dynamics não deu a seus robôs. Ainda.

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Read Along é um app do Google para ajudar as crianças a lerem melhor

Posted: 08 May 2020 07:36 AM PDT

Logo do app Read Along

O Google antecipou o lançamento de um aplicativo de leitura para crianças por causa da pandemia do novo coronavírus. Com muitas crianças longe da escola, a responsabilidade de ensinar a ler e escrever ficou ainda maior para os pais, mas esse app pode dar uma mãozinha.

Disponível para Android, o Read Along (Leia Junto, em tradução livre) é voltado para crianças com mais de 5 anos e utiliza os recursos de reconhecimento de falapara ajudar a desenvolver a leitura. Ele está disponível em mais de 180 países e em 9 idiomas, incluindo português, inglês e espanhol.

O app tem cerca de 500 histórias para serem lidas pelas crianças para a assistente Diya. Enquanto leem em voz alta, Diya utiliza os recursos de reconhecimento de fala para detectar se a frase está sendo lida com facilidade ou se há dificuldades no trecho.

A assistente oferece orientações como se fosse uma professora, elogiando em casos de acerto ou informando quando se está lendo muito rápido, por exemplo – as crianças também podem tocar na figura para obter ajuda sobre como se pronuncia uma determinada palavra ou frase.

Como é de costume em aplicativos de aprendizagem, há uma série de recursos de videogame como coleta de estrelas e distintivos. A ideia é incentivar as crianças a continuar utilizando o aplicativo com esses prêmios. Além disso, os parentes podem configurar mais de um perfil no celular para que cada criança aprenda em seu ritmo e acompanhe o progresso individualmente.

Conforme a criança avança, as histórias vão ficando mais complexas – assim como os jogos que acompanham o conteúdo principal.

As histórias do Read Along ficam disponíveis offline, basta baixá-las com antecedência. O Google diz em seu blog que o app foi criado com a “segurança e privacidade das crianças em mente” e afirma que não há publicidades ou compras dentro do app, nem compartilhamento de dados. O próprio reconhecimento de voz e processamento é feito dentro do aparelho, sem passar pelos servidores da companhia – inclusive, não é preciso nem criar uma conta.

O aplicativo já foi testado num programa piloto no distrito de Unnao, na Índia, envolvendo 1.500 crianças. Aquelas que utilizaram o app tiveram resultados melhores na avaliação de leitura do Relatório de Status de Educação Anual (ASER, na sigla em inglês). Os pais também indicaram que perceberam melhoras nas habilidades dos seus filhos.

Capturas de tela do app Read Along, do Google

O Read Along está disponível em acesso antecipado na Google Play Store – por enquanto, não há opção para iOS.

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Samsung terá cartão de débito e app de gerenciamento de finanças nos EUA

Posted: 08 May 2020 06:19 AM PDT

Pessoa pagando pelo celular com Samsung Pay

Está rolando um movimento das grandes empresas de tecnologia para o lançamento de soluções financeiras – além de oferecerem tecnologias de pagamento por aproximação. Depois da Apple, a Samsung também deve ter o seu próprio cartão, mas de débito. A ideia, inclusive, se parece com uma iniciativa do Google.

A Samsung anunciou que planeja expandir o Samsung Pay, que já oferece um cartão virtual pré-pago em algumas regiões, e oferecer uma nova “experiência” com um cartão de débito “inovador” junto com uma conta de gerenciamento. Não há detalhes de disponibilidade, mas é provável que a iniciativa comece nos Estados Unidos.

Essa conta, provavelmente, será acompanhada um aplicativo com opções de controle de gastos e outras funcionalidades de organização financeira. Não deve ser muito diferente do que a Apple oferece para gerenciar os gatos de seu cartão, por exemplo.

Os detalhes, no entanto, só serão revelados nas próximas semanas. O que sabemos pelo post no blog oficial da Samsung é que a empreitada será realizada em parceria com a startup SoFi. A publicação ressalta mais a questão de gerenciamento de finanças do que a possibilidade de ter um cartão de débito em si.

“Agora, mais do que nunca, serviços financeiros móveis e ferramentas de gerenciamento de dinheiro terão um papel ainda maior em nosso dia a dia, enquanto abre novas possibilidades”, escreveu a companhia.

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A Alphabet simplesmente deixou de lado o plano de criar uma cidade inteligente no Canadá

Posted: 08 May 2020 05:31 AM PDT

Frente da Sidewalk Labs. Crédito: Getty Images

Nos últimos dois anos, a Sidewalk Labs, empresa da Alphabet (subsidiária dona do Google), centrada em cidades inteligentes, investiu milhões para construir o que chamou de cidade inteligente modelo no centro de Toronto, no Canadá.

O bairro planejado, chamado "Quayside", deveria ser nada menos que utópico, com tudo, desde moradias acessíveis até a própria rede elétrica da companhia — mas, como a maioria das tecnologias que o Google toca, essas vantagens viriam com a obtenção de dados dos moradores, vários protestos e uma eventual ação de advogados canadenses preocupados com o potencial de vigilância da cidade inteligente.

No fim das contas, não foram os críticos que acabaram com os planos da cidade. Em vez disso, de acordo com um post no Medium feito nesta quinta-feira (7) pelo CEO da Sidewalk, David Doctoroff, os planos para o Quayside foram descartados devido à queda induzida pela pandemia no setor imobiliário local. Diz ele:

Nos últimos dois anos e meio, estávamos apaixonados em fazer o Quayside acontecer — de fato, investimos tempo, pessoas e recursos em Toronto, incluindo a abertura de um escritório para 30 pessoas à beira mar. Mas como a incerteza econômica sem precedentes se instalou em todo o mundo e no mercado imobiliário de Toronto, tornou-se muito difícil viabilizar financeiramente o projeto de 12 acres sem sacrificar as partes principais do plano que desenvolvemos em conjunto com a Waterfront Toronto para construir uma comunidade verdadeiramente inclusiva e sustentável.

E assim, depois de muita deliberação, concluímos que não fazia mais sentido prosseguir com o projeto Quayside e avisamos a Waterfront Toronto ontem.

Mesmo antes do mercado imobiliário afundar, o projeto Quayside estava enfrentando uma batalha árdua desde o início. No ano passado, a Sidewalk Labs reduziu drasticamente a cidade proposta de uma extensão de quase 200 acres para uma menos de um décimo desse tamanho, sem mencionar algumas renúncias públicas do comitê de supervisão do projeto citando a "apatia" da Sidewalk Labs em relação ao público canadense, particularmente quando preocuparam-se com a história instável do Google com a privacidade digital.

Obviamente, essas preocupações não impediram a Sidewalk Labs de avançar e provavelmente não os impedirão de avançar no futuro. Uma cidade abastecida por vigilância pode estar fora de questão por enquanto, mas, de acordo com o CEO Doctoroff, a Sidewalk Labs continuará apoiando seus desdobramentos. Esses planos incluem o Replica, um projeto que mapeia cidades usando dados de localização móvel dos telefones de residentes, e a Cityblock, uma startup milionária criada para levar serviços de saúde às comunidades mais pobres.

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Cientistas discutem se é ético infectar pacientes com coronavírus em testes de vacinas

Posted: 08 May 2020 04:19 AM PDT

Duas mãos com luvas azuis manipulam um instrumento de laboratório e tubos de ensaio.

Uma maneira de acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19 é realizar testes iniciais em voluntários humanos — uma situação cheia de desafios éticos. Um novo documento de políticas descreve os requisitos éticos para esse tipo de trabalho, mas alguns críticos acreditam que as diretrizes propostas não adiantam nada.

Uma abordagem convencional de desenvolvimento de medicamentos resultaria em uma vacina para a COVID-19 até 2036, o que é claramente inaceitável. Precisamos desenvolver uma vacina rapidamente, pois o número de mortos e as consequências econômicas da pandemia continuam a subir. Na quinta-feira (7), a COVID-19 matou mais de 269 mil pessoas em todo o mundo, incluindo 9.188 no Brasil, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Os estudos controlados de infecção humana (CHIs, na sigla em inglês), também conhecidos como testes de desafio em humanos, representam uma maneira possível para os pesquisadores agilizarem o desenvolvimento de uma vacina. Para esses estudos, os cientistas recrutam um pequeno número de voluntários, que recebem uma vacina promissora e são deliberadamente expostos ao vírus. Isso permite que os cientistas executem testes e coletem dados importantes de maneira controlada.

Esses estudos servem como substitutos dos estudos convencionais de fase 3, que normalmente envolvem placebos, milhares de participantes, precauções especiais e períodos de avaliação prolongados, entre outras medidas para garantir segurança e eficácia.

Essa técnica de pesquisa tem o potencial de acelerar o processo de desenvolvimento de medicamentos em um grau considerável, mas há dificuldades éticas bastante óbvias.

Durante a epidemia de zika de 2015-2016, por exemplo, um painel dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês) vetou uma proposta de teste CHI para uma vacina, dizendo que apresentava riscos e que havia outras abordagens experimentais possíveis.

Anthony Fauci, membro da Força-Tarefa de Coronavírus do EUA, participou desse painel, assim como Seema Shah, professora associado de pediatria da Northwestern University e principal autora de um novo artigo do Policy Forum publicado nesta quinta-feira (7) na Science.

Quais seriam as diretrizes éticas para testes em humanos?

No novo artigo, Shah e seus colegas consideram a ética dos CHIs para estudar a COVID-19. Para esse fim, os autores elaboraram uma "estrutura ética abrangente e de última geração para os CHIs, que enfatiza seu valor social como fundamental para justificar esses estudos", como escreveram no artigo.

Revisões éticas de estudos controlados de infecção humana tendem a se concentrar em riscos aceitáveis ​​e questões de consentimento informado, mas os benefícios sociais obtidos por esse tipo de pesquisa são apenas “presumidos”, segundo os autores.

“Com base em nossa estrutura, concordamos com as condições éticas para a condução de CHIs de SARS-CoV-2”, escreveram os autores. "Nós divergimos se o valor social de tais CHIs é suficiente para justificar os riscos atualmente, dada a incerteza sobre ambos em uma situação em rápida evolução; no entanto, não vemos nenhuma das nossas divergências como intransponíveis. Fornecemos orientação ética para patrocinadores, comunidades, participantes e revisores independentes essenciais, considerando os CHIs da SARS-CoV-2."

Devido à natureza da pesquisa, os participantes teriam que permanecer em quarentena em uma instalação designada por um longo período de tempo e ser monitorados de perto quanto a sintomas e efeitos colaterais.

Os pesquisadores acompanhariam os principais indicadores de saúde, como o nível de oxigênio no sangue e o aparecimento de anticorpos para a caça de vírus. Acomodações especiais e assistência médica estariam disponíveis caso um participante sofresse a doença ou apresentasse outros problemas.

Nem todos os 24 autores listados no Policy Forum concordam que os CHIs da COVID-19 trarão benefícios sociais suficientes, dados os riscos e incertezas relacionados à doença e à pandemia em andamento. Ainda assim, os autores deram o ok para os testes de desafio em humanos com SARS-CoV-2, desde que as condições estabelecidas na estrutura proposta sejam atendidas, incluindo a coordenação de vários ensaios e iniciativas de saúde pública relacionadas.

As considerações na estrutura proposta incluem provar que existe valor social suficiente da pesquisa, realizar análises de risco-benefício, escolher um local adequado para o experimento, ter critérios razoáveis ​​para selecionar participantes, envolver-se com o público e outras partes interessadas, adquirir um consentimento informado robusto dos participantes e concordar com uma compensação justa.

Para provar um valor social suficiente, os pesquisadores precisam “identificar e abordar questões científicas relevantes e não resolvidas em experimentos rigorosamente projetados e conduzidos” e também garantir “acesso equitativo a medicamentos comprovadamente seguros e eficazes”, escreveram os autores.

Como obter consentimento informado sobre uma doença conhecida há apenas cinco meses?

Ao selecionar participantes, por exemplo, os cientistas devem escolher pessoas entre 20 e 29 anos que não tenham problemas de saúde pré-existentes. E, ao adquirir o consentimento informado, os pesquisadores precisam apresentar aos possíveis participantes materiais baseados em evidências e garantir que eles entendam os riscos envolvidos, ou pelo menos, os riscos conhecidos envolvidos.

De fato, não é imediatamente óbvio que o consentimento verdadeiramente informado seja atualmente possível para um estudo envolvendo COVID-19.

Qualquer teste de vacina pode resultar em resultados adversos, como reações alérgicas graves e até efeitos colaterais com risco de vida, mas uma possível infecção pelo novo coronavírus pode levar a sérios e atualmente imprevisíveis problemas de saúde no futuro.

Os cientistas estudam esta doença há apenas cinco meses, e está surgindo um quadro sombrio sobre a COVID-19 e sua capacidade de infligir problemas de saúde remanescentes, como danos permanentes nos pulmões, problemas cardiovasculares e até doenças neurológicas.

Marc Lipsitch, professor de epidemiologia da Escola de Saúde Pública T.H. Chan, de Harvard, é muito favorável à adição de CHIs à nossa caixa de ferramentas. Ele disse que estava “bastante feliz” ao ler o novo artigo do Fórum de Políticas.

Ele ficou surpreso, no entanto, ao ver uma discordância entre os autores sobre a existência de valor social suficiente para justificar testes de desafio em pesquisas sobre vacinas e terapias contra a COVID-19.

“Tem que haver uma avaliação ao se fazer testes de desafio”, disse Lipsitch ao Gizmodo, “mas parece muito difícil imaginar uma situação em que o valor social seja pequeno.”

Em março, Lipsitch e seus colegas escreveram um artigo para o Journal of Infectious Disease defendendo estudos controlados de infecção humana como um meio de acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. O novo artigo é um pouco diferente, disse Lipstitch, em que esses estudos foram avaliados com base em questões-chave que foram divididas “de acordo com critérios que os autores consideram importantes” e “justificados de acordo com o valor social”, disse ele.

Quanto à obtenção do consentimento informado, Lipsitch disse que todas as pesquisas sobre novos medicamentos envolvem incerteza, e os estudos sobre a COVID-19 não são diferentes a esse respeito. Os pesquisadores podem deixar claro para os possíveis participantes que os efeitos a longo prazo são desconhecidos, disse ele.

“Tomamos nossas decisões com base nas melhores evidências que temos”, disse ele ao Gizmodo. “Mais fundamentalmente, o voluntariado para um estudo é como servir no exército, na polícia ou no corpo de bombeiros, cargos que também estão cheios de incertezas.”

Uma vacina testada em um pequeno grupo seria segura para aplicação em bilhões de pessoas?

Kerry Bowman, bioeticista da Universidade de Toronto, não está entusiasmado com os estudos de infecção humana controlada da COVID-19 no momento, dizendo que a doença apresenta riscos à saúde e que o limiar de aceitabilidade para uma vacina segura precisa ser muito alto. No entanto, “se houver maneiras de entender melhor a doença e o risco, eu estarei mais aberto”, disse ele ao Gizmodo.

Bowman aceita que estamos em “uma emergência de saúde globalmente profundamente complexa, e novas formas progressivas de pensar e agir devem ser consideradas”, mas vários fatores éticos exigem uma análise mais profunda, disse ele.

O consentimento válido deve ser voluntário, capaz e informado, disse Bowman, mas as diretrizes propostas no Fórum de Políticas tratam insuficientemente a parte “informada” da equação.

"Meses atrás, o maior risco era entendido como respiratório. No entanto, agora sabemos que, em um número aparentemente pequeno e não quantificado de pessoas, são possíveis formas cardíacas, neurológicas e possivelmente outras formas de lesão de longa data, independentemente da idade", disse Bowman ao Gizmodo. Isso não é explicado, disse ele, na diretiva dos autores de “recrutar jovens sem condições médicas subjacentes que enfrentam riscos mais baixos de mortalidade por COVID-19”, como os autores definiram.

Bowman disse que não está claro se algum órgão regulador nacional de medicamentos, como a Food and Drug Administration dos EUA, aprovaria uma vacina testada por meio de testes de desafio, e seria necessária uma coordenação perfeita entre pesquisadores, as equipes que fazem os testes e reguladores federais para justificar a pesquisa desta natureza.

“Uma grande deficiência dos CHIs é que as vacinas são diferentes dos tratamentos, porque os medicamentos são administrados a um número relativamente baixo de pessoas e apenas àqueles que estão doentes”, disse Bowman.

"Centenas de milhões, senão bilhões de pessoas saudáveis, precisarão de uma vacina para COVID-19 para desenvolver a imunidade de rebanho. Mesmo se um efeito colateral impactar apenas uma quantidade minúscula de pessoas, isso pode se traduzir em uma enorme quantidade de pessoas saudáveis ​​em escala global. Por sua vez, é necessário um limiar mais alto para segurança e tolerabilidade nas vacinas."

Bowman aprecia a honestidade dos autores, que admitiram discordâncias em matéria de benefícios sociais, mas, no final das contas, ele não acha que o artigo apresente “um argumento ético sólido para avançar”.

Essa é claramente uma questão complicada, com muitas variáveis, mas pelo menos estamos tendo essa conversa. Todos os caminhos precisam ser considerados quando precisamos das ciências médicas para encontrar uma solução para a crise de saúde que estamos vivendo.

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