quinta-feira, 18 de junho de 2020

Gizmodo Brasil

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Twitter começa a testar mensagens de voz no app para iOS

Posted: 17 Jun 2020 03:44 PM PDT

Pessoa com o logotipo do Twitter ao fundo. Crédito: Leon Neal/Getty Images

Em breve, o Twitter aceitará mais um tipo de post: áudios. A rede social liberou nesta quarta-feira (17) um recurso que permite que os usuários gravem mensagens de voz e compartilhem com seus seguidores. A novidade, por enquanto, é exclusiva para alguns usuários do app de iOS, e deve chegar para todos com este sistema operacional nas próximas semanas.

Um botão de ondas sonoras fica na barra inferior da janela de escrever novo tuíte. Ao tocar lá, a gravação se inicia. O limite de tempo de um tuíte de voz é de 140 segundos (o que dá dois minutos e 20 segundos, mesmo tempo limite dos vídeos). O recurso, porém, se comporta igual aos Stories do Instagram: ao atingir o limite, ele continua a gravação e divide o conteúdo em dois ou mais posts.

Na timeline, as gravações de voz aparecem como se fossem um vídeo, com a imagem de perfil do usuário no centro, um fundo monocromático e animações de ondas de som. No iOS, os áudios também aparecem em uma barra na parte inferior da interface do app, como se fosse um player de música.

GIF mostra como funciona o recurso de áudio do Twitter. Tela do celular com o app de Twitter aberto. O botão para escrever Tweet é tocado. A pessoa começa a escrever uma mensagem, então toca no botão de ondas sonoras para gravar áudio. Aparece a tela com de gravação. O usuário toca no botão de microfone, grava, e toca no botão de finalizar. Aparece a timeline do Twitter com uma janela de vídeo, em que a gravação do Tweet pode ser reproduzida e ouvida.

Obviamente, como muita gente já não gosta de receber mensagens de áudio pelo WhatsApp ou por qualquer outro mensageiro, a novidade recebeu muitas reações negativas, incluindo pessoas com medo de um gemidão do Twitter. Já algumas páginas de futebol estão usando para reciclar memes antigos e recentes. Mas há um aspecto interessante: a acessibilidade.

Como destacou (em um áudio) o jornalista Gustavo Torniero — que participa do Movimento Web Para Todos e já conversou com a gente sobre acessibilidade na web — os tuítes em áudio podem ajudar pessoas com deficiências visuais a disponibilidade de conteúdo e facilidade de compartilhar ideias. Claro, ainda não resolve tudo: quem tem deficiências auditivas não vai poder acessar esses posts, já que o Twitter não tem uma ferramenta de legenda para áudios e vídeos.

“Há muitas coisas que podem deixar de ser ditas ou mal interpretadas ao usar texto e é por isso que esperamos que os Tweets de voz criem uma experiência mais humana para ouvintes e contadores de histórias”, diz o post do Twitter que anuncia a novidade. “Mal podemos esperar para ver como as pessoas vão usar essa nova função para fazer com que suas vozes sejam ouvidas e participem da conversa pública.”

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OMS interrompe mais uma vez testes com hidroxicloroquina para tratar COVID-19

Posted: 17 Jun 2020 03:07 PM PDT

Pílulas de hidroxicloroquina. Crédito: Getty Images

A OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu suspender seu ensaio clínico de hidroxicloroquina para pacientes de COVID-19 pela segunda vez em menos de um mês. A decisão foi tomada após uma revisão de evidências mais recentes, bem como de seus próprios dados preliminares, que concluíram que o medicamento provavelmente pode não ajudar a evitar que as pessoas morram por causa da doença viral.

Em meados de março, a OMS lançou seu estudo SOLIDARITY, destinado a testar uma variedade de tratamentos em potencial para COVID-19. Entre eles estava a hidroxicloroquina, um medicamento antigo usado para tratar a malária, além de alguns distúrbios autoimunes, como lúpus.

Naquela época, havia evidências encorajadoras de estudos de caso que indicavam que ela e a cloroquina poderiam afetar a capacidade do vírus de se replicar e possivelmente melhorar o prognóstico de um paciente.

As evidências para a eficácia da droga desde então foram variadas, mas uma pesquisa controversa pode, ironicamente, ter adiado seu provável fim como um tratamento de COVID-19.

No fim de maio, um estudo observacional publicado na revista científica Lancet alegou não encontrar evidências de que os medicamentos pudessem prevenir a morte em casos graves, bem como evidências de que ele poderia aumentar o risco de morte.

O estudo foi logo sinalizado por outros pesquisadores por usar dados falsos e foi retratado após duas semanas, mas não antes de a OMS decidir interromper seu teste com hidroxicloroquina por questões de segurança.

Após o escândalo de dados, e um dia antes da retratação do estudo pela maioria dos coautores em 4 de junho, a OMS retomou os testes depois que uma análise concluiu que os medicamentos eram seguros o suficiente para continuar sendo testados em pessoas.

Um dia depois, pesquisadores do Reino Unido anunciaram seus próprios resultados de um estudo em larga escala de hidroxicloroquina, que ainda não encontrou benefícios que salvassem vidas. Embora seus dados ainda não tenham sido publicados em uma revista científica nem revisados por pares, os resultados foram muito influentes.

Na segunda-feira, a FDA (Food and Drug Administration; órgão análogo à Anvisa no Brasil) disse que estava retirando sua autorização de uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina, citando dados do estudo britânico e de outras pesquisas.

Nesta quarta-feira (17), durante conferência de imprensa, Ana Maria Henao-Restrepo, da OMS, anunciou que o estudo SOLIDARITY com pacientes randomizados e tratados com hidroxicloroquina seria interrompido.

De acordo com Henao-Restrepo, a decisão foi tomada pouco antes da conferência de imprensa e se baseava amplamente de duas coisas: o estudo RECOVERY do Reino Unido e dados do SOLIDARITY, que não encontraram evidências de redução da mortalidade com o uso da droga.

Mais tarde, ela esclareceu que a OMS também considerava as evidências coletadas pela Cochrane Collaboration, uma organização independente e respeitada que conduz revisões sistemáticas de tratamentos propostos.

Neste momento, não se sabe o que os dados do SOLIDARITY mostram, quantas pessoas foram tratadas e quando a OMS divulgará esses dados ao público. Mas, embora ainda existam outros estudos em andamento com hidroxicloroquina em outros lugares, a decisão da OMS provavelmente diminuirá ainda mais as esperanças de que a cloroquina e a hidroxicloroquina sejam úteis para tratar COVID-19.

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Empresas já podem comprar o cão-robô da Boston Dynamics, mas não podem usá-lo para o mal

Posted: 17 Jun 2020 02:23 PM PDT

Spot, o cão-robô da Boston Dynamics

Em setembro do ano passado, anos depois de ser anunciado, o cão-robô da Boston Dynamics se tornou disponível para empresas selecionadas, como parte de um experimento para saber como ele se sairia fora dos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. Um ano depois, o Spot está oficialmente à venda – embora não seja qualquer pessoa que possa comprá-lo ainda.

Mais de 150 Spots fora disponibilizados para diversas companhias e locais de pesquisa no ano passado por meio do Programa de Early Adopters da Boston Dynamics, mas somente durante um tempo limitado para que a empresa conhecesse os tipos de uso as organizações adotariam e para obter feedback para melhorias.

Esse período fez com que o Spot ganhasse câmeras para capturar cerca de 5.000 fotos por semana, documentando um grande projeto de construção no Quebec, Canadá; substituísse humanos em inspeções perigosas dos locais de produção de petróleo da AkerBP na Noruega; e ajudando o time CoSTAR do JPL da NASA a ganhar o Desafio Subterrâneo da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency).

Até Adam Savage, co-apresentador do programa MythBusters, colocou as mãos em um Spot, utilizando-o como meio de transporte em um riquixá. Pode não ter sido a aplicação mais prática da tecnologia, mas demonstrou o quão adaptável o cão-robô é e como ele pode ser customizado, reprogramado e adaptado para usos mais domésticos.

Apesar dessa fase bem-sucedida, a Boston Dynamics ainda não está pronta para disponibilizar o robô para todos. O Spot só estará disponível para compra para “uso comercial e industrial” nos Estados Unidos, embora o Programa Early Adopter continue funcionando nos mercados internacionais.

A empresa também enfatiza que os pedidos estarão “sujeitos aos Termos e Condições de Venda da Boston Dynamics, que exigem o uso benéfico de seus robôs.” Seth Davis, líder de Aplicações de Campo da Boston Dynamics, esclareceu que uma cláusula no acordo “proíbe o uso de robôs de prejudicar pessoas, ou simular prejudicar pessoas”.

Em outras palavras, embora tenhamos postulado os potenciais usos aterrorizantes de muitos dos robôs que a Boston Dynamic tem revelado ao longo dos anos, os termos e condições da empresa exige especificamente que seus clientes apliquem os robôs em tarefas que beneficiem a humanidade, ou demonstrem a capacidade e o potencial do robô para lidar com trabalhos e tarefas que tradicionalmente têm colocado os humanos em perigo.

Assim como muitas tecnologias que utilizamos atualmente (como a internet e o GPS), os militares foram uma das primeiras forças motrizes por trás das inovações robóticas. Ainda faltam muitos anos até que eles marchem em batalha brandindo armas, mas já faz décadas que os robôs são usados como forma mais segura de inspecionar e desarmar bombas, minas terrestres e outros dispositivos incendiários enquanto operadores humanos mantém uma distância segura.

Mesmo um dos antecessores de Spot, o LS3 (Legged Squad Support System), que foi projetado para transportar cargas em terrenos acidentados e difíceis de serem percorridos por veículos de rodas, foi reforçado com um investimento de US$ 10 milhões do Pentágono em 2013. Não há dúvida de que os robôs continuarão a desempenhar um papel ampliado no avanço militar, mas a Boston Dynamics não parece estar confortável em ser o equivalente da Cyberdyne Systems de Hollywood, que foi responsável pelo desenvolvimento dos ciborgues de O Exterminador do Futuro.

É um pouco decepcionante que o Spot ainda não esteja sendo disponibilizado para o público em geral, pois como simples companheiro, ele poderia ser outra opção a cães-robôs, como o Aibo da Sony. Mas a Boston Dynamics também ainda não está pronta para declarar o Spot “amigável ao consumidor”.

Ao classificá-lo como uma ferramenta industrial, há um entendimento de que o robô ainda representa algum risco potencial para os seres humanos, mesmo que seja capaz de evitar esses riscos de forma autônoma. Ainda serão necessários alguns anos de desenvolvimento e refinamento para que o Spot seja considerada um robô amigável para ajudar em casa, mas colocá-lo nas mãos de empresas reais deve ajudar a acelerar isso.

Há também a questão do preço. Se você achava que o Aibo era caro custando US$ 2.900… Bem, o kit de desenvolvimento do Spot Explorer custa US$ 74.500. Preços especiais para educação e empresas (se você estiver comprando mais de um) também estarão disponíveis. Para corporações, se isso significa tornar o trabalho de um funcionário mais seguro, parece uma pechincha.

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Snapdragon 690 quer trazer 5G para celulares intermediários não tão caros

Posted: 17 Jun 2020 01:07 PM PDT

A Qualcomm anunciou nesta terça-feira (16) seu novo chip Snapdragon 690. Voltado para aparelhos intermediários, ele é o primeiro da série 6 da empresa a vir com conectividade 5G.

A numeração dos processadores da Qualcomm indica a qual categoria de smartphone eles se destinam. A série 4 é para aparelhos de entrada, enquanto a série 8 fica com os de topo de linha. A série 6 vem sendo usada por aparelhos como o Moto G8, da Motorola, e o Mi A3, da Xiaomi — ambos usam o Snapdragon 665.

A chegada do 5G à linha 6 tinha sido antecipada por executivos da Qualcomm no fim do ano passado, quando a empresa anunciou o 865, o 765 e o 765G, três chips que contam com a conexão e são voltados para aparelhos mais avançados.

O Snapdragon 690 usa o modem Snapdragon X51. Ele parece ser mais simples que o X52, que vem integrado ao 765 e ao 765G e ao X55, que vem como um componente independente no 865. Uma das principais diferenças é que não há suporte para o padrão de ondas milimétricas do 5G, o mmWave. Este padrão vai operar em frequências bem altas, acima de 24 GHz, e deve entregar as velocidades mais altas.

Por outro lado, ele se conecta em frequências abaixo de 6 GHz e e conta com tecnologias como o Dynamic Spectrum Sharing, que permite usar a mesma faixa do espectro para 4G e 5G, facilitando a transição das operadoras.

Deixando de lado um pouco o 5G — até porque, no Brasil, o leilão da tecnologia ainda precisa ser realizado — o Snapdragon 690 contará com CPU Kryo 560, com oito núcleos divididos entre dois para tarefas mais intensas e seis para trabalhos mais cotidianos. O clock máximo é de 2 GHz.

Junto com ele, virá o processador gráfico Adreno 619L. A Qualcomm promete que o Snapdragon 690 terá desempenho 20% melhor e renderização de gráficos 60% mais rápida que seu antecessor, o Snapdragon 675, lançado em 2018.

Além disso, o chip será feito com processo de litografia de 8 nm, menor que o dos chips da geração anterior da série 6, que ficavam entre 11 nm e 14 nm. Um processo menor quase sempre significa mais eficiência energética. Portanto, eles podem ser mais econômicos e a bateria dos aparelhos equipados com o Snapdragon 690 deve durar mais — ao menos em tese.

Além disso, ele tem especificações animadoras para câmera e tela. Em câmera, ele oferece suporte a sensores de até 192 megapixels e gravação de vídeo em 4K com HDR — é a primeira vez que este recurso, aliás, chega a um chip da série 6. Em tela, ele é compatível com taxa de atualização de 120 Hz, o que abre caminho para termos mais intermediários com recursos gamers.

No comunicado da Qualcomm, executivos de HMD Global (que detém os direitos da marca Nokia), Motorola, LG, Sharp, TCL e Wingtech disseram que usarão o chip em seus aparelhos.

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Banda larga via satélite da SpaceX talvez seja lenta demais para o gosto de órgão americano

Posted: 17 Jun 2020 11:07 AM PDT

Com base nos requisitos e procedimentos detalhados em um relatório da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, órgão equivalente à Anatel) publicado na semana passada, a SpaceX pode não ter serviço de banda larga suficiente para se qualificar para a primeira fase do leilão do Rural Digital Opportunity Fund (um programa para ampliar a disponibilidade de banda larga em regiões rurais dos EUA) em outubro. [foo_related_posts] Na verdade, a FCC acha improvável que qualquer empresa de satélite de baixa órbita terrestre seja capaz de atender ao seu requisito de latência abaixo de 100 milissegundos. "Desconhecemos qualquer rede de baixa órbita terrestre capaz de fornecer um serviço de banda larga de varejo para o mercado de massa de consumidores residenciais que poderia atender aos requisitos de latência abaixo de 100 ms", disse a agência em comunicado ao CNET. A FCC observa, em seu relatório, que adota uma abordagem caso a caso para determinar quais empresas poderão participar do leilão. Empresas que ainda não implantaram a banda larga nas velocidades ou latências necessárias, como a Starlink da SpaceX, têm a chance de provar que possuem um plano para atender a esses requisitos. Entretanto, a FCC também diz que não acha "prudente autorizar licitações para combinações de níveis/latência/tecnologia que não tenham um histórico comprovado de implantação nas velocidades e latências" que estabeleceu. Isso inclui qualquer empresa de banda larga que não tenha um histórico de entregar as velocidades e latências necessárias nas casas das pessoas. A FCC diz que seu leilão do Rural Digital Opportunity Fund não é para testar "tecnologias não comprovadas usando o apoio do serviço universal". O Rural Digital Opportunity Fund é um subsídio que o governo dá às operadoras, geralmente de milhões de dólares, para expandir seus serviços para mais zonas rurais dos EUA. Essa é uma nova iniciativa criada pela FCC no ano passado (na verdade, um substituto para o Connect America Fund criado durante o governo Obama) que tem como objetivo oferecer àqueles que vivem fora das áreas urbanas ou suburbanas acesso à internet de alta velocidade. A Starlink ainda não passou a oferecer seus serviços para clientes de varejo, mas alega que seu serviço de internet via satélite não apenas atende aos requisitos da FCC, como os supera. Em maio de 2020, a empresa protocolou uma carta na FCC que resumia uma conversa telefônica entre os funcionários da SpaceX e da FCC, declarando que seu sistema de satélite "facilmente supera o limite de 100 ms para serviços de baixa latência." Baixa latência é bem importante. Quanto menor a latência, mais rápida a transferência de dados a partir do seu computador e para ele, o que significa que o filme que você quer assistir no Netflix será carregado mais rapidamente e sua conexão não ficará atrasada se você estiver tentando jogar Overwatch. A velocidade de internet também ajuda nisso, mas a latência rastreia quantos servidores, ou quantos "pontos", sua máquina precisa se comunicar antes que a transmissão de dados esteja completa. A distância física também desempenha um papel nisso, pois quanto mais distante você está fisicamente de um servidor, mais pontos os dados percorrem. Você mesmo pode testar isso. Se você estiver usando Windows, digite "cmd" na barra de busca e então pressione "enter" para abrir o prompt de comando. Digite "ping google.com" ou outro site, depois clique em "enter". Uma vez feito o teste de latência, ele lhe dará o tempo de latência de ida e volta. Geralmente, qualquer coisa abaixo de 100 ms – o limite que a FCC está estabelecendo – é considerado bom, embora para coisas como jogos é preferível estar abaixo de 50 ms. A banda larga por cabo é tradicionalmente muito mais rápida do que a Internet por satélite; os satélites estão muito, muito mais longe de nós do que o servidor de um provedor de serviço internet. Segundo a BroadbandNow, a latência média de ida e volta para a internet via satélite é de 500 ms, mas isso serve para os satélites regulares. Satélites de baixa órbita, como o Starlink da SpaceX podem reduzir esse tempo de latência para menos de 100 ms porque os satélites estão mais próximos da Terra – mas novamente, a FCC está cética, porque a SpaceX não mostrou que pode fazer isso em uma escala em massa até agora. A empresa tem até 15 de julho para convencer a FCC do contrário, caso queira se qualificar para o programa de subsídio rural. Independentemente de se qualificar para o subsídio da FCC, o CNET informa que a SpaceX planeja "ter uma oferta limitada no norte dos EUA e Canadá até o final do ano, com serviço expandido globalmente ao longo de 2021". Ainda na semana passada, a companhia lançou 58 satélites Starlink para o espaço. A empresa espera criar uma megaconstelação de 12 mil satélites, de acordo com o CNET, para fornecer banda larga em todo o mundo.

Com base nos requisitos e procedimentos detalhados em um relatório da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, órgão equivalente à Anatel) publicado na semana passada, a SpaceX pode não ter serviço de banda larga suficiente para se qualificar para a primeira fase do leilão do Rural Digital Opportunity Fund (um programa para ampliar a disponibilidade de banda larga em regiões rurais dos EUA) em outubro.

Na verdade, a FCC acha improvável que qualquer empresa de satélite de baixa órbita terrestre seja capaz de atender ao seu requisito de latência abaixo de 100 milissegundos. “Desconhecemos qualquer rede de baixa órbita terrestre capaz de fornecer um serviço de banda larga de varejo para o mercado de massa de consumidores residenciais que poderia atender aos requisitos de latência abaixo de 100 ms”, disse a agência em comunicado ao CNET.

A FCC observa, em seu relatório, que adota uma abordagem caso a caso para determinar quais empresas poderão participar do leilão. Empresas que ainda não implantaram a banda larga nas velocidades ou latências necessárias, como a Starlink da SpaceX, têm a chance de provar que possuem um plano para atender a esses requisitos.

Entretanto, a FCC também diz que não acha “prudente autorizar licitações para combinações de níveis/latência/tecnologia que não tenham um histórico comprovado de implantação nas velocidades e latências” que estabeleceu. Isso inclui qualquer empresa de banda larga que não tenha um histórico de entregar as velocidades e latências necessárias nas casas das pessoas. A FCC diz que seu leilão do Rural Digital Opportunity Fund não é para testar “tecnologias não comprovadas usando o apoio do serviço universal”.

O Rural Digital Opportunity Fund é um subsídio que o governo dá às operadoras, geralmente de milhões de dólares, para expandir seus serviços para mais zonas rurais dos EUA. Essa é uma nova iniciativa criada pela FCC no ano passado (na verdade, um substituto para o Connect America Fund criado durante o governo Obama) que tem como objetivo oferecer àqueles que vivem fora das áreas urbanas ou suburbanas acesso à internet de alta velocidade.

A Starlink ainda não passou a oferecer seus serviços para clientes de varejo, mas alega que seu serviço de internet via satélite não apenas atende aos requisitos da FCC, como os supera. Em maio de 2020, a empresa protocolou uma carta na FCC que resumia uma conversa telefônica entre os funcionários da SpaceX e da FCC, declarando que seu sistema de satélite “facilmente supera o limite de 100 ms para serviços de baixa latência.”

Baixa latência é bem importante. Quanto menor a latência, mais rápida a transferência de dados a partir do seu computador e para ele, o que significa que o filme que você quer assistir no Netflix será carregado mais rapidamente e sua conexão não ficará atrasada se você estiver tentando jogar Overwatch. A velocidade de internet também ajuda nisso, mas a latência rastreia quantos servidores, ou quantos “pontos”, sua máquina precisa se comunicar antes que a transmissão de dados esteja completa. A distância física também desempenha um papel nisso, pois quanto mais distante você está fisicamente de um servidor, mais pontos os dados percorrem.

Você mesmo pode testar isso. Se você estiver usando Windows, digite “cmd” na barra de busca e então pressione “enter” para abrir o prompt de comando. Digite “ping google.com” ou outro site, depois clique em “enter”. Uma vez feito o teste de latência, ele lhe dará o tempo de latência de ida e volta. Geralmente, qualquer coisa abaixo de 100 ms – o limite que a FCC está estabelecendo – é considerado bom, embora para coisas como jogos é preferível estar abaixo de 50 ms.

A banda larga por cabo é tradicionalmente muito mais rápida do que a Internet por satélite; os satélites estão muito, muito mais longe de nós do que o servidor de um provedor de serviço internet. Segundo a BroadbandNow, a latência média de ida e volta para a internet via satélite é de 500 ms, mas isso serve para os satélites regulares. Satélites de baixa órbita, como o Starlink da SpaceX podem reduzir esse tempo de latência para menos de 100 ms porque os satélites estão mais próximos da Terra – mas novamente, a FCC está cética, porque a SpaceX não mostrou que pode fazer isso em uma escala em massa até agora. A empresa tem até 15 de julho para convencer a FCC do contrário, caso queira se qualificar para o programa de subsídio rural.

Independentemente de se qualificar para o subsídio da FCC, o CNET informa que a SpaceX planeja “ter uma oferta limitada no norte dos EUA e Canadá até o final do ano, com serviço expandido globalmente ao longo de 2021”. Ainda na semana passada, a companhia lançou 58 satélites Starlink para o espaço. A empresa espera criar uma megaconstelação de 12 mil satélites, de acordo com o CNET, para fornecer banda larga em todo o mundo.

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Facebook vai permitir que pessoas bloqueiem anúncios políticos nos EUA

Posted: 17 Jun 2020 09:12 AM PDT

Logo do Facebook em vidraça

O Facebook vai permitir que as pessoas desativem a exibição de anúncios políticos na rede social. O anúncio foi feito por Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em um editorial opinativo no jornal USA Today. “Para aqueles que já se decidiram e só querem que as eleições acabem, nós ouvimos vocês”, escreveu.

Os usuários poderão desativar os anúncios políticos, eleitorais e que abordem problemas sociais que foram publicados por candidatos, comitês de ações políticas e outras organizações que tiverem a etiqueta que indica quem pagou pela publicidade.

De acordo com a CNBC, a empresa irá liberar essa opção a partir desta quarta-feira (17) e ela estará disponível para todos os usuários nos EUA pelas próximas semanas. A medida também vale para o Instagram e o plano da companhia é expandir essa opção para outros países do mundo no futuro.

Quando as pessoas virem um anúncio político, poderão clicar no menu de opções para desabilitar futuras publicidades. Haverá ainda uma opção nas configurações da conta para desabilitá-las.

Zuckerberg escreveu em seu editorial que, mesmo possibilitando a desativação desses anúncios, “lembrará as pessoas de votarem”. Nos EUA, é preciso se registrar antes das eleições, e o Facebook anunciou que planeja ajudar 4 milhões de pessoas a se registrarem a partir de uma iniciativa chamada “Voting Information Center”. Esse centro terá opções sobre como e quando votar, como se registrar, entre outras coisas.

As iniciativas do Facebook com anúncios políticos não são novas, mas as medidas só começaram para valer depois de ficar claro que as redes sociais tiveram grande influência nas eleições de 2016. No começo deste ano, o Facebook já tinha anunciado que permitiria que usuários escolhessem ver menos publicidades políticas. Outras redes e serviços, como o Twitter e o Spotify, proibiram anúncios políticos em suas plataformas.

Enquanto essa medida sobre anúncios políticos não chega ao Brasil, o Facebook anunciou que está apoiando pelo terceiro ano consecutivo o Comprova, um programa colaborativo que reúne jornalistas de 28 veículos de comunicação de todo país para verificação de notícias.

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Comissão Europeia investiga Apple por práticas anticompetitivas relacionadas à App Store e o Apple Pay

Posted: 17 Jun 2020 07:20 AM PDT

Foto tirada do logotipo da Apple em loja na Itália. Crédito: Miguel Medina (AFP via Getty Images)

O futuro é o streaming e planos de pagamentos, e é também disputas contra práticas anticompetição. Isso significa que o motim contra a Apple está progredindo um pouco: a Comissão Europeia anunciou duas investigações antitruste sobre as regras da App Store e do Apple Pay.

A primeira investigação examina o uso obrigatório do sistema de pagamento da Apple para compras dentro da App Store. Eles fazem referência a reclamações de um distribuidor de e-books/audiolivros e do Spotify, que registrou uma reclamação antitruste na União Europeia no ano passado.

Faz um tempo que o Spotify protesta que a Apple cobra uma comissão de 30% em compras feitas por meio do sistema de pagamento da companhia, pressionando o Spotify a aumentar o preço do seu serviço premium, enquanto o Apple Music consegue manter preços mais baixos. O Spotify optou por redirecionar os usuários para uma janela do navegador. Na época, Daniel Ek, CEO do Spotify, disse que a Apple ainda os retaliava bloqueando a companhia de ter acesso à Siri, ao HomePod e ao Apple Watch. Segundo a Comissão Europeia, a Apple também proíbe os desenvolvedores de informar os consumidores sobre alternativas tipicamente mais baratas.

No ano passado, a Apple reagiu ao Spotify, acusando-o de afanar artistas, enquanto a loja da Apple fornece "ferramentas críticas de desenvolvimento de software" e um "sistema seguro de pagamento" gratuitamente. A Apple se defendeu mencionando uma tentativa do Spotify de recorrer de uma decisão do Conselho de Direitos Autorais dos EUA, exigindo que eles aumentem o pagamento de royalties a artistas. "Isto não é só errado, mas também representa um passo real, significativo e prejudicial e retroativo para a indústria da música" (A Apple se saiu bem nessa história por não participar do apelo). Eles têm razão: o Spotify não é exatamente um santo nesta história, mas isso ainda não aborda o fato de que não há grandes concorrentes da App Store para iOS.

A segunda investigação é relacionada ao sistema "toque para pagar" da Apple. Para usá-lo, os clientes quase sempre precisam passar pela carteira pré-instalada do Apple Pay no ponto de revenda. Resumindo: a Apple estaria dificultando o acesso à tal tecnologia "toque para pagar" para outras companhias.

Em 2017, um grupo de bancos australianos tentou negociar coletivamente com a Apple a tecnologia de pagamento via NFC (Near Field Communication) e perdeu. A Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores constatou, entre outras coisas, que um maior acesso à NFC aumentaria a concorrência, mas a adoção dos bancos poderia sufocar outras plataformas de tecnologia de pagamento móvel.

Como observou o Quartz no ano passado, a tecnologia NFC parece estar por toda parte, pelo menos na União Europeia. Os processadores de pagamento se queixam particularmente disso, mas "eles estão dispostos a brigar com uma empresa que possui em caixa US$ 250 bilhões. É melhor ser amigo do titã da tecnologia que controla a App Store e tem um relacionamento profundo de Washington a Shenzhen".

A Comissão Europeia lançou uma série de investigações antitruste em empresas de tecnologia. Na semana passada, após uma investigação da Comissão Europeia, a UE anunciou planos de apresentar acusações antitruste contra a Amazon por exigir que comerciantes terceirizados entregassem dados que permitem à Amazon oferecer o mesmo produto por menos. Nos últimos anos, a Comissão Europeia aplicou três multas antitruste separadas contra o Google, totalizando mais de US$ 9 bilhões.

Embora os EUA tenham recuado enquanto as empresas de tecnologia criavam ambientes fechados para os consumidores, o governo recentemente vem trilhando um caminho em direção a mais regulamentação antitruste.

Uma investigação antitruste do Comitê Judiciário da Câmara sobre Apple, Amazon, Facebook e Google está em andamento. No ano passado, a Suprema Corte decidiu que os clientes da App Store são clientes diretos da Apple, não de desenvolvedores, como a Apple queria; a decisão permitiu que um grupo de consumidores de apps processasse a companhia pelo monopólio da App Store, possibilitando que a empresa fosse alvo de mais litígios.

O Senado dos EUA também está considerando seriamente a regulamentação antitruste de empresas de tecnologia. A senadora Amy Klobuchar, em conjunto com o senador Richard Blumenthal e o senador Cory Brooker, apresentou recentemente um projeto de lei para prevenir conduta anticompetitiva, que reforçaria o poder de fiscalização antitruste do Departamento de Justiça dos EUA e da FTC (Comissão Federal de Comércio) e, potencialmente, multas civis de até 30% da receita obtida nos EUA.

Aparentemente, tentar dividir as empresas de tecnologia é politicamente popular agora. A Apple não entregará um centavo sem se manifestar.

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Bola de fogo azul é vista no céu sobre o deserto australiano

Posted: 17 Jun 2020 06:40 AM PDT

Uma bola de fogo azul esverdeada riscou o céu sobre a Austrália na madrugada desta segunda-feira (15). O objeto apareceu pouco antes da 1 da manhã no horário local, com relatos de testemunhas da região de Pilbara, na Austrália Ocidental, no Território do Norte e na Austrália Meridional, segundo a ABC News. A natureza do objeto ainda não foi confirmada, mas os especialistas suspeitam que tenha sido uma ocorrência natural.

A bola de fogo ficou suspensa no céu por um período generoso de tempo, permitindo que os observadores no solo capturassem a cena com câmeras de celular. Várias testemunhas enviaram cenas para a página Australian Meteor Reports no Facebook, incluindo essa incrível imagem da bola de fogo vista da Ilha de Barrow.

A bola de fogo fez o céu noturno brilhar em tons misteriosos de azul e verde. Em entrevista à ABC News, Glen Nagle, cientista da estação de rastreamento CSIRO-NASA em Canberra, disse que a cor provavelmente se deve ao conteúdo abundante de ferro do objeto.

Renae Sayers, embaixadora de pesquisa no Centro de Ciência, Tecnologia e Espaço da Universidade Curtin, disse que provavelmente é um objeto natural, pelo que indica sua linha limpa e forte no céu.

“O que costumamos ver quando objetos como detritos espaciais ou um satélite queimando é como estalos e faíscas”, disse Sayers à ABC News. “Isso se deve ao fato de haver coisas queimando — então você tem painéis solares espalhados por todo o lugar, há pedaços de metal movendo-se à medida que queima em nossa atmosfera.”

Embora espetaculares e um tanto assustadores, meteoros — ou, como costumam ser chamados, estrelas cadentes — são uma ocorrência comum.

Cerca de 500 meteoritos atingem a superfície da Terra por ano, com incontáveis ​​meteoros queimando na atmosfera antes de atingir o solo. Objetos do tamanho de um campo de futebol americano atingem a Terra uma vez a cada 2 mil anos, causando extensos danos locais, enquanto asteroides que representam um risco existencial atingem a Terra na ordem de milhões de anos, como o objeto que causou a extinção de todos os dinossauros não aviários, de acordo com a NASA.

Um evento semelhante foi visto na Austrália em maio, quando os detritos espaciais reentraram na atmosfera e produziram uma bola de fogo particularmente impressionante — um evento atribuído a um dos estágios finais de um foguete russo queimando na reentrada.

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Adobe Flash vai mesmo ser descontinuado, desta vez pra valer

Posted: 17 Jun 2020 05:41 AM PDT

RIP Adobe

Há três anos, muito depois depois da ascensão (e queda) do Flash, a Adobe anunciou que a sua plataforma multimídia iria embora. Mas a companhia nunca ofereceu uma data específica para o fim da linha. Agora sabemos: o Adobe Flash vai parar de funcionar oficialmente em 31 de dezembro de 2020.

Os mais jovens podem ser perdoados por não conhecerem o Flash, que fez bastante sucesso no final dos anos 1990, e nos anos 2000. Muitos espaços da internet confiaram no Flash para adicionar interatividade aos sites, com animações, jogos e até mesmo vídeos. Na verdade, em seus primórdios, o YouTube dependia quase que inteiramente do Flash para fazer o streaming de vídeos para milhões de pessoas ao redor do mundo.

No entanto, isso mudou na segunda metade dos anos 2000, graças ao surgimento de plataformas mais poderosas de código aberto, como HTML5 e CSS3, e à necessidade de um padrão mais eficiente projetado para rodar em celulares. O Adobe Flash (ou Macromedia Flash como era conhecido antes da Adobe comprá-lo em 2005) rapidamente começou a perder seu apelo. E olha que nem entramos nos inúmeros problemas de segurança frequentemente causados por brechas do Flash.

Em 2010, Steve Jobs sinalizou o início do fim do Flash quando publicou uma carta aberta explicando porque a Apple não incluiria suporte ao Flash no iPad, iPhone ou qualquer produto futuro. Desde então, produtos e sites têm trabalhado para substituir o Flash ou implementar soluções e gambiarras para se livrar de uma plataforma outrora útil, mas agora ultrapassada.

O Flash não vai simplesmente desaparecer do ar em 31 de dezembro, mas Adobe afirmou que vai parar de distribuir e atualizar a ferramenta. Tem um lado negativo nisso, já que significa que o Flash não vai receber mais correções de segurança ou privacidade.

Para uma plataforma de software que durou mais de duas décadas e teve um papel importante na bolha da internet no final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, o Flash durou muito mais tempo do que a maioria das pessoas imaginavam. Agora, é hora de se despedir.

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Orbitador da Agência Espacial Europeia detecta brilho verde na atmosfera de Marte

Posted: 17 Jun 2020 04:14 AM PDT

O Planeta Vermelho tem um toque de verde, de acordo com as observações atmosféricas realizadas pelo ExoMars Trace Gas Orbiter. É a primeira vez que esse efeito foi documentado em outro planeta que não a Terra.

Assim como nosso planeta, Marte apresenta emissões de airglow — também conhecido como luminescência atmosférica — verde em sua atmosfera diurna, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Nature Astronomy. A tonalidade verde acontece quando os raios do Sol excitam as moléculas de oxigênio na atmosfera superior.

Esse efeito de brilho verde é bastante fraco, mas os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) têm os melhores lugares para ver o fenômeno acontecendo na Terra. Eles podem detectar a luminescência ao olhar para o limite da Terra — a extremidade curva do planeta, que parece uma intersecção com o espaço.

Luminescência atmosférica verde na atmosfera da Terra vista da ISS em 2011. Imagem: NASA

As emissões verdes do airglow não devem ser confundidas com as auroras, comumente conhecidas como luzes do norte e do sul.

As auroras surgem de colisões entre moléculas atmosféricas, nomeadamente oxigênio e nitrogênio, e partículas em movimento rápido, ou seja, elétrons, que se originam no campo magnético da Terra.

As emissões verdes também envolvem átomos de oxigênio, que produzem a tonalidade verde, mas o brilho diurno acontece quando os raios do Sol excitam diretamente esses átomos e moléculas, já que Marte não possui um forte campo magnético. As emissões noturnas acontecem quando as moléculas quebradas se recombinam.

E sim, Marte tem oxigênio, embora não nos mesmos níveis vistos na Terra. Na verdade, o oxigênio atmosférico em Marte existe como um subproduto da desintegração do dióxido de carbono, resultado dos raios solares derrubando um de seus dois átomos de oxigênio. É esse mesmo processo que produz o brilho verde, de acordo com a nova pesquisa, liderada por Jean-Claude Gérard, da Universidade de Liège, na Bélgica.

As emissões de luminescência atmosférica verde em Marte foram previstas há 40 anos, mas esta é a primeira detecção confirmada. Isso foi possível graças ao ExoMars Trace Gas Orbiter, um satélite que circula Marte desde 2016. O orbitador detectou o oxigênio excitado com seu espectrômetro NOMAD, que examinou a superfície marciana do dia tanto em luz ultravioleta quanto em luz visível.

"Observações anteriores não capturaram nenhum tipo de brilho verde em Marte, então decidimos reorientar [o espectrômetro ultravioleta e visível] para apontar para a ‘borda’ de Marte, semelhante à perspectiva que você vê nas imagens da Terra tiradas da ISS", explicou Ann Carine Vandaele, do Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial, em um comunicado da ESA.

Os pesquisadores fizeram medições entre 20 km a 400 km acima da superfície marciana. As emissões verdes de oxigênio foram encontradas em todas essas altitudes, mas eram mais fortes a 80 km acima da superfície. A força variou de acordo com a distância entre Marte e o Sol.

Curiosamente, esta técnica agora pode ser usada para medir a densidade da atmosfera marciana. Isso pode ser útil para as próximas missões nas quais os engenheiros precisam levar em consideração o arrasto atmosférico experimentado por satélites em órbita e por paraquedas ao pousar sondas na superfície.

Terra e Vênus, como visto da superfície de Marte. Imagem: NASA / JPL-Caltech

Em outras notícias relacionadas a Marte, o rover Curiosity da NASA capturou uma imagem da Terra e Vênus no céu noturno de Marte. Ambos os planetas aparecem como manchas brilhantes de luz. Vistos do quarto planeta, o terceiro tem um brilho mais forte que o segundo. A imagem foi capturada em 5 de junho de 2020, enquanto o Curiosity media a claridade do crepúsculo.

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