quinta-feira, 4 de junho de 2020

Gizmodo Brasil

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Vacina de Oxford contra coronavírus será testada em 2 mil brasileiros

Posted: 03 Jun 2020 03:05 PM PDT

A possível vacina contra o coronavírus que a Universidade de Oxford está desenvolvendo será testada no Brasil. Serão escolhidos 2 mil voluntários que atuam na linha de frente contra a pandemia no País para testar a eficácia da imunização.

Os testes serão conduzidos pela Unifesp, em São Paulo, com financiamento da Fundação Lemann, e pela rede de hospitais D’Or São Luiz, no Rio de Janeiro. O procedimento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e contará com o apoio do Ministério da Saúde.

A aplicação começará no mês de junho. No Reino Unido, 10 mil voluntários participam do teste. O Brasil é o primeiro a receber o experimento fora do Reino Unido e fará parte de uma iniciativa global de estudo, em que mais países também serão selecionados.

A decisão tem motivo: como no Reino Unido a curva da epidemia já está em queda, a circulação do vírus SARS-CoV-2 pode não ser suficiente para verificar a eficácia da imunização, o que poderia atrasar os estudos.

O Brasil, por outro lado, é considerado o epicentro da pandemia e já tem mais de meio milhão de casos confirmados da doença. Com mais de 27 mil novos infectados nas últimas 24 horas, a curva não dá sinais de que vai parar de subir tão cedo. Assim, o lugar se torna o cenário ideal para verificar rapidamente se a vacina protege mesmo contra o vírus.

A opção por voluntários que trabalham na linha de frente do combate à pandemia também tem como objetivo facilitar a verificação da imunização — afinal, estas são as pessoas mais expostas ao vírus. Os participantes precisam ser soronegativos, isto é, não terem anticorpos contra o vírus por nunca terem sido infectados anteriormente.

A vacina que vem sendo desenvolvida pela Jenner Institute da Universidade de Oxford usa um vírus (ChAdOx1) criado a partir do adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. Ele foi modificado geneticamente para produzir a proteína spike que o SARS-CoV-2 usa para se ligar e infectar as células humanas.

Esta vacina é uma das 133 em desenvolvimento no mundo, segundo a OMS, e uma dez em fase de testes clínicos. Ela foi testada em seis macacos e conseguiu prevenir pneumonia, mas a quantidade de vírus no nariz dos animais não sofreu alteração. Por isso, os resultados não foram considerados tão inequívocos. Segundo o G1, os testes em humanos têm apenas 50% de chance de sucesso.

A empresa farmacêutica AstraZeneca, que participa do desenvolvimento da vacina, diz que 100 milhões de doses podem estar prontas já em setembro. Especialistas, no entanto, são mais cautelosos. Eles acreditam que, no melhor cenário possível, ainda levará 18 meses para conseguir um método seguro e eficaz de imunização.

[G1, Unifesp]

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Os problemas daquele grande estudo sobre riscos da cloroquina para tratar COVID-19

Posted: 03 Jun 2020 01:54 PM PDT

Frasco de hidroxicloroquina

Há cerca de duas semanas um grande estudo observacional sobre o uso da hidroxicloroquina para o tratamento de COVID-19 foi publicado em uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo, Lancet. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e diversos cientistas ao redor do mundo decidiram interromper seus testes clínicos com a droga, depois de o estudo mostrar que seu uso estava ligado a maiores chances de morte e desenvolvimento de arritmias cardíacas graves. Agora, os resultados são postos em xeque e a OMS retornou seus testes clínicos com o medicamento.

Já naquela época, cientistas observaram que o estudo não era controlado com grupos randomizados, considerado o padrão mais alto na ciência, mas que como tinha uma base ampla com pacientes dos seis continentes e corroborava outros estudos que vinham indicando os riscos da cloroquina, parecia trazer informações importantes sobre o uso do medicamento.

Os problemas do estudo

Nesta terça-feira (2) duas revistas científicas respeitadas, a própria Lancet e a New England Journal of Medicine (que publicou um outro estudo que dizia que medicamentos para pressão alta não estavam associados com pioras no quadro de COVID-19), expressaram algumas preocupações a respeito das pesquisas e disseram que pediram evidências aos autores de que os dados são confiáveis.

Essas preocupações dizem respeito ao método utilizado dos estudos. A pesquisa que envolvia a hidroxicloroquina reuniu dados de 96.000 pacientes de 671 hospitais dos seis continentes e analisou a diferença daqueles que receberam algum tratamento com a cloroquina e aqueles que não tomaram o medicamento.

Os dois estudos, tanto o publicado na Lancet quanto no New England Journal of Medicine, utilizaram dados obtidos a partir da Surgisphere, uma pequena empresa baseada em Chicago, nos EUA. As pesquisas também compartilham alguns dos mesmos autores, incluindo Sapan Desai, que é fundador e CEO da Surgisphere.

O jornal britânico Guardian relatou discrepâncias nos dados que teriam vindo da Austrália, por exemplo. O artigo científico relava 73 mortes por COVID-19 no país da Oceania até 21 de abril, mas dados do mapa da Universidade Johns Hopkins mostravam que tinham acontecido 67 mortes até essa data. Os autores corrigiram as informações e mantiveram suas conclusões.

Outros especialistas levantaram preocupação em relação às análises estatísticas e a falta de transparência das informações utilizadas – uma carta enviada ao editor da Lancet em 28 de maio assinada por mais de 180 cientistas apontaram esses problemas e disseram que os autores não esclareceram quais países e hospitais contribuíram com informações.

A empresa que ofereceu os dados

O Guardian também levantou que a Surgisphere, empresa que coletou e ofereceu os dados para o estudo, não tem um histórico consolidado e os dados públicos disponíveis na internet de seus funcionários sugeriam que eles tinham pouca ou nenhuma experiência científica. Além disso, até segunda-feira, o link para entrar em contato com a Surgisphere em seu site oficial levava o usuário para um site de criptomoedas, levantando questões sobre “como hospitais poderiam entrar em contato facilmente com a companhia para compartilhar sua base de dados”, conforme a reportagem.

Sapan Desai, fundador e CEO da Surgisphere, disse que “há mal entendido sobre o que é o seu sistema e como ele funciona” após o Guardian apontar as preocupações sobre a base de dados. “Há também uma série de imprecisões e conexões não relacionadas que você está tentando fazer com um claro tendenciosismo para tentar desacreditar quem nós somos e o que fazemos”, disse ele.

Em um comunicado, o principal autor dos dois estudos, o cardiologista Mandeep Mehra, do Brigham and Women's Hospital Heart and Vascular Center e Harvard Medical School, nos EUA, disse que o time de pesquisa “iniciou uma análise independente dos dados utilizados nos dois artigos depois de saber sobre as preocupações que foram levantadas sobre a confiança da base de dados”. Mehra disse que a decisão para as revisões externas veio dos demais co-autores dos trabalhos, “independente da Surgisphere”.

Droga politizada

Os resultados do estudo que envolvia a hidroxicloroquina e cloroquina foram os que mais chamaram a atenção, principalmente pelo fato de o medicamente ter sido “politizado”.

O tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina ficou em evidência depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que o país começaria a testar a droga para tratar pacientes com o novo coronavírus. As afirmações de Trump vieram na esteira da divulgação de um estudo francês que mostravam resultados promissores no uso desse coquetel, que posteriormente foi duramente criticado pela comunidade científica. O autor do estudo já havia se envolvido em diversas polêmicas no passado.

Em abril, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) alteraram o texto em seu website removendo a orientações para o possível uso de hidroxicloroquina e cloroquina pelos médicos.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também apostou alto na cloroquina – e continua fazendo menções frequentes ao medicamento, que ainda não possui evidências o suficiente para sustentar seu uso amplo. Os dois ex-ministros da saúde do País alertavam sobre os riscos do uso da cloroquina.

No mês passado, o Ministério da Saúde divulgou um documento que orienta o uso da hidroxicloroquina em pacientes com COVID-19. O texto do ministério mantém a necessidade de o paciente autorizar o uso da medicação e de o médico decidir sobre a aplicar ou não o remédio.

OMS retorna testes clínicos com cloroquina

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes clínicos com a hidroxicloroquina depois da divulgação desse estudo, afirmando que iriam revisar os dados gerados até aquele momento. Nesta quarta-feira (3), a OMS anunciou que não havia razões para descontinuar os testes clínicos globais e que a pesquisa iria retornar.

“O grupo executivo recebeu essa recomendação e endossou a continuidade de todos os barcos dos testes clínicos de solidariedade, incluindo o da hidroxicloroquina”, disse Tedros Adhanom, diretor geral da OMS, em uma coletiva de imprensa.

Ainda não há evidência de qualquer droga consiga reduzir a mortalidade de pacientes com COVID-19, ressaltaram as autoridades da OMS.

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Google é acusado de monitorar usuários no modo anônimo do Chrome em ação bilionária

Posted: 03 Jun 2020 12:03 PM PDT

Modo incógnito do Google Chrome

O modo anônimo (ou incognito mode) do Google Chrome, na verdade, só não grava as URLs de sites visitados e formulários preenchidos pelos usuários. No entanto, uma ação coletiva nos EUA acusa o Google de enganar as pessoas por, mesmo no modo anônimo, monitorar o uso de internet delas. As informações são da agência de notícias Reuters.

A ação, registrada na corte federal de San Jose, na Califórnia (EUA), diz que a companhia coleta informações por meio do Google Analytics, Google Ad Manager, além de outras aplicações, inclusive alguns apps de smartphone, no modo anônimo do Chrome.

Toda esta coleta, diz o texto da agência citando a ação, possibilita que o Google saiba sobre amigos, hobbies, comidas favoritas, hábitos de compra e até os "hábitos mais íntimos e potencialmente embaraçosos" da pessoa. Que tipo de coisa será que a ação está citando, hein?

Baseado nisso, a ação afirma que o Google não pode continuar fazendo isso, pois acessa dados de forma não autorizada de milhares de usuários dos EUA que tem computador ou telefone.

Um porta-voz do Google disse que a empresa iria se defender e afirmou que ao acessar o modo anônimo, a empresa deixa claro para o usuário que "os sites podem coletar informações sobre sua atividade de navegação".

Aviso do modo anônimo do Google Chrome

Parece ser um caso clássico de falta de clareza. O fato de a empresa usar o termo "modo anônimo" pode dar a entender para usuários leigos que eles estão navegando pela internet de forma anônima.

No entanto, já falamos diversas vezes sobre como o modo anônimo não protege o usuário, além de vários especialistas de segurança alertarem que este recurso de navegadores não costuma ser apropriado para uma navegação anônima, de fato. Sem contar que as empresas costumam combinar distintas fontes de dados para ter um perfil da pessoa.

O processo conta com três autores e eles alegam que a ação coletiva inclui "milhões de usuários do Google" que usam o modo anônimo do Chrome desde 1º de junho de 2016.

Pelos danos causados eles pedem pelo menos US$ 5.000 por cada usuário por violar as leis de privacidade da Califórnia, somando pelo US$ 5 bilhões.

[Reuters]

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Mesmo sabendo de vazamento, só um terço dos usuários muda senha exposta

Posted: 03 Jun 2020 10:42 AM PDT

montagem com a silhueta de um sujeito à esquerda e dois campos de formulário de senha ao fundo

A maioria das pessoas não costuma trocar as suas senhas mesmo depois de serem avisadas de um vazamento de dados, conforme aponta um estudo do Instituto de Segurança e Privacidade (CyLab) da Universidade de Carnegie Mellon.

Pesquisadores utilizaram dados de voluntários que compartilharam informações de navegação. Dados de 249 participantes que se inscreveram por meio do Observatório de Comportamento de Segurança (SBO, na sigla em inglês) fizeram parte do conjunto analisado, com informações coletadas entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018.

Esses voluntários deram acesso amplo ao que faziam em seus computadores, com o único propósito de pesquisa acadêmica, o que incluiu o história completo de navegação, senhas utilizadas para fazer logins em sites e aquelas que ficavam armazenadas nos gerenciadores de senha embutidos nos navegadores.

Com base nessa análise, os pesquisadores apontaram que 63 das 249 pessoas tiveram suas contas vazadas em brechas que foram anunciadas publicamente. Somente um terço dessas pessoas (21 delas) trocaram suas senhas. Dessas 21 pessoas, apenas 15 fizeram a troca dentro do período de três meses após o anúncio de vazamento.

Essas não foram as únicas descobertas do time de pesquisa. Entre as pessoas que trocaram as senhas, apenas 9 escolheram uma combinação mais forte. O restante criou senhas similares ou até mesmo mais fracas, geralmente reutilizando sequências de caracteres de suas credenciais antigas ou usando combinações similares a outras senhas que já estavam armazenadas em seus navegadores.

Embora o estudo tenha uma escala relativamente pequena, ele dá uma ideia sobre o comportamento real dos usuários. Vale sempre reforçar o lembrete: use senhas fortes e, se possível, únicas para cada uma de suas contas – isso vai evitar maiores danos caso algum ator malicioso consiga acesso às credenciais.

Uma forma eficiente de criar senhas únicas e complexas é utilizar um gerenciador de senhas – existem diversas opções e já listamos algumas delas aqui.

É importante também ficar atento ao vazamento de dados, que agora costuma ser notificado por e-mail quando contas são comprometidas. Mesmo assim, dê uma olhada de vez em quando n Have I Been Pwned?. Em casos de brechas, troque a senha o mais rápido possível.

Outras medidas importantes incluem o uso de autenticação em dois fatores. Em todo caso, temos um guia que mostra o que você deve fazer caso seus dados vazem na internet.

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Xiaomi lança mais dois aparelhos Redmi Note 9 no Brasil, com preços a partir de R$ 2.699

Posted: 03 Jun 2020 09:59 AM PDT

A DL Eletrônicos, parceira da marca Xiaomi no Brasil, anunciou nesta quarta-feira (3) o lançamento de mais dois modelos da linha Redmi Note 9 no mercado nacional. Além do modelo principal, chega também a versão Pro. Eles se juntam ao Redmi Note 9S para completar a família. Todos os aparelhos têm câmeras quádruplas e baterias grandes. Os preços começam em R$ 2.699.

Redmi Note 9 Pro

Dos dois smartphones apresentados hoje, o Redmi Note 9 Pro é, como o nome indica, o mais completo.

A Xiaomi destaca o design do aparelho, com traseira em dois tons e desenho simétrico. A câmera frontal fica em um buraco centralizado na parte superior da tela. O display, aliás, tem 6,67 polegadas. Outro diferencial é o leitor de impressão digital na lateral, integrado ao botão liga/desliga.

O Redmi Note 9 Pro tem um conjunto de câmeras quádruplas:

  • Câmera principal com 64 megapixels.
  • Câmera ultra-grande-angular de 8 megapixels com campo de visão de 119°.
  • Câmera macro de 5 megapixels.
  • Câmera teleobjetiva de 2 megapixels para modo retrato.

O aparelho tira fotos em formato RAW e faz vídeos com resolução 4K em 30 fps. As câmeras ainda têm recursos espertos, como zoom fluído durante gravações, criação de vídeos com efeito caleidoscópio e modo noturno para fotografia.

A câmera frontal tem 16 megapixels e conta com o recurso de selfies em câmera lenta, algo que já tínhamos visto no iPhone 11.

O Redmi Note 9 Pro vem com processador Snapdragon 720G, da Qualcomm, com recursos gamers e placa gráfica Adreno 618. O aparelho tem bateria de 5.020 mAh e suporte a carregamento rápido de até 30 W. Ele vem com carregador de 33 W.

O Redmi Note 9 Pro vem em uma única versão, com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Ela custa R$ 4.199, mas chega a um preço especial de lançamento de R$ 3.699. O aparelho será vendido na loja oficial da Xiaomi e também nas Casas Bahia, no Extra e no Ponto Frio.

Redmi Note 9

A linha Redmi Note 9 também conta com um aparelho mais básico e menor, com câmeras mais simples e design sem tantos detalhes. A tela tem 6,53 polegadas, e o sensor biométrico fica na traseira.

A câmera principal do Redmi Note 9 tem 48 megapixels, e a lente macro vem com um sensor de 2 megapixels. As outras duas câmeras são parecidas com as do modelo Pro: ultra-grande-angular de 8 megapixels e ângulo de visão de 118° e teleobjetiva de 2 megapixels para modo retrato. O software de câmera vem também com um modo de escaneamento de documentos. A câmera frontal tem 13 megapixels de resolução e recursos de inteligência artificial.

O Redmi Note 9 vem com processador Helio G85, da MediaTek, A bateria tem a mesma capacidade do modelo Pro, com 5.020 mAh, mas com suporte a um carregamento mais lento, de 18 W. O aparelho vem com carregador de 22,5 W.

O Redmi Note 9 chega ao Brasil em duas versões: uma com 3 GB de RAM e 64 GB de armazenamento e outra com 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. A primeira custa R$ 2.699, e a segunda, R$ 2.999. Em preço promocional de lançamento, elas saem por R$ 2.499 e R$ 2.699, respectivamente.

Se o preço parece alto para você, saiba que a Xiaomi concorda. Em entrevista coletiva, Luciano Barbosa, que comanda a operação da companhia no Brasil, disse que sabe que o custo foi impactado pela alta do dólar e pela pandemia, e que a marca é a primeira a lançar aparelhos no País depois desses fatores.

Mi Note 10 Lite

A Xiaomi também aproveitou o evento para apresentar o Mi Note 10 Lite, versão simplificada do aparelho de topo de linha da marca. Ele troca o conjunto de cinco câmeras do aparelho padrão por um de quatro lentes e sensores, sendo o principal deles de 64 megapixels, mas mantém o chip Snapdragon 730G e os 6 GB de RAM.

A Xiaomi ainda não divulgou o preço do produto no Brasil nem a data de lançamento.

Mi Smart Compact Projector

A Xiaomi não faz apenas smartphones, como você deve saber. Nesta quarta, a empresa lançou no Brasil um projetor para uso doméstico. O Mi Smart Compact Projector roda Android TV 9.0 e tem controle com microfone para controle por comando de voz usando Google Assistente. Ela também tem a capacidade de controlar itens de casa inteligente pelo Google Home, e funciona como caixa de som Bluetooth para smartphones.

A Xiaomi anunciou que o Mi Smart Compact Projector chega ao Brasil custando R$ 5.999. Na loja oficial da marca, porém, ele aparece com preço mais alto: R$ 6.416 à vista.

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Android 11 Beta tem mais formatos de ícones e novo controle de música e vídeo

Posted: 03 Jun 2020 08:57 AM PDT

Embora o Android 11 Beta Show que estava programado para esta quarta-feira (3) tenha sido adiado, parece que o Google começou a enviar a versão de testes do sistema operacional para um punhado de usuários ainda mais cedo do que o esperado.

As compilações anteriores do Android 11 eram destinadas a desenvolvedores, mas esta nova versão beta está disponível publicamente para que mais pessoas testem a próxima versão principal do sistema operacional móvel do Google antes do lançamento oficial, que deve ocorrer ainda este ano. Porém, o mais importante é que, com base nas informações dos usuários que já usaram esta nova versão (via XDA Developers), parece que existem alguns recursos e alterações que não estavam ou não eram facilmente acessíveis nas atualizações anteriores.

Embora a aparência geral do Android não tenha sofrido grandes alterações, o Google fez alguns ajustes para tornar o controle da reprodução de mídia um pouco mais simples.

Por exemplo, em vez de colocar controles de reprodução de músicas e vídeos em uma notificação, o Google criou um novo conjunto de controles compactos de música na janela de configurações rápidas. Conforme observado nas opções do desenvolvedor, esse novo recurso é chamado de “media resumption”, algo como “retomada de mídia”.

Uma deslizada curta de cima para baixo na tela mostra um conjunto compacto de controles, enquanto um gesto longo abre uma interface maior, com acesso a alguns botões e controles extras para avançar, retroceder ou curtir, entre outros.

Enquanto isso, na tela inicial, o Google adicionou três novas formas de ícone para aplicativos, incluindo um retângulo com cantos angulares, uma forma arredondada e oval que o Google deu o nome de Pebble e uma outra chamada Vessel, que parece um selo postal.

Junto com as formas Hexagon e Flower encontradas em versões anteriores e algumas das ferramentas de personalização de temas lançadas com o Pixel 4, parece que o Google está procurando dar opções para personalizar a aparência do dispositivo e deixar as coisas um pouco mais interessantes.

Além dessas três novidades de ícones, também existem algumas alterações menores, como personalizar os aplicativos que o iniciador do Android normalmente sugere, um novo submenu para controlar as notificações de bolha, a randomização de MAC aprimorada por Wi-Fi e as configurações de acessibilidade aprimoradas.

Infelizmente, apesar de estar presente no primeiro preview para desenvolvedores (e disponível em várias skins do Android disponíveis no mercado, como a OneUI da Samsung), parece que uma das novas novidades mais esperadas não foi ativada ainda. São as capturas rolantes de tela, que permitem mostrar um pedaço maior da interface de um app.

Não sabemos quando o Google vai remarcar seu evento ou quando o beta estará disponível para mais pessoas. Seja como for, esperamos que o Google envie atualizações nas próximas semanas, portanto, fique atento a mais notícias do Android 11.

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Como proteger o seu celular antes de ir a um protesto

Posted: 03 Jun 2020 08:11 AM PDT

Manifestantes se ajoelham em protestos contra a brutalidade policial nos EUA após a morte de George Floyd

Em algum momento, as pessoas chegam em um limite em que não conseguem mais ficarem paradas e em silêncio diante de tantas injustiças no mundo. No entanto, se você planeja participar de uma manifestação – por mais pacífico que ela seja – existem algumas precauções importantes que você deve tomar com o seu smartphone.

Neste texto, reunimos algumas dicas importantes para se manter seguro.

Desligue a autenticação via biometria e habilite o PIN ou senha

A autenticação por meio de biometria, como reconhecimento facial ou por digitais, pode se parecer muito como ter um PIN ou senha configurado para desbloquear o seu celular. No entanto, em termos legais, essas coisas podem ser tratadas de formas diferentes dependendo de onde você estiver.

A lei brasileira e o entendimento jurídico por aqui é que tanto o PIN como as informações biométricas fazem parte de sistemas de proteção à intimidade e que o cidadão pode resguardar esses dados se valendo do direito de não produzir prova contra si mesmo, conforme explicou ao Gizmodo Brasil o advogado Luiz Mário Guerra, especialista em Direito Penal do escritório Urbano Vitalino Advogados.

“Interpretar a biometria ou o PIN de formas diferentes viola a finalidade da lei, viola a finalidade de um princípio. É um contorcionismo interpretativo – colocamos nossas digitais e nossas informações de desenho facial como uma espécie de código, todos sabem que o que nós pretendemos com aquilo é proteger a nossa privacidade, a nossa intimidade. Apontar o celular para desbloquear a face de um investigado para desbloquear o celular é uma violação do artigo 5º, que prevê o direito de não produzir prova contra si mesmo”, explica Guerra.

Há ainda precedentes como a anulação de processos após violação do celular para a produção de provas.

Nos Estados Unidos, por outro lado, os métodos de login biométricos são tratados diferentes de um PIN uma vez que este último é visto como uma informação protegida pela Quinta Emenda, que dá às pessoas o direito de não produzirem provas contra si mesmas. Isso significa que se a polícia te perguntar o PIN para desbloquear o celular (mesmo que tenham um mandado), o cidadão pode recusar.

Tela do Face ID, do iPhoneImagem: Sam Rutherford/Gizmodo

No entanto, quando se trata de login via impressão digital ou reconhecimento facial, as mesmas regras nem sempre se aplicam. Em alguns casos, autoridades de aplicação da lei podem pressionar o dedo de uma pessoa ou apontar o celular para o rosto para obter acesso ao aparelho, mesmo contra a vontade do proprietário do aparelho.

Em 2019, um juiz do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte da Califórnia decidiu que policiais não poderiam forçar que as pessoas desbloqueassem seus celulares usando biometria. No entanto, essa determinação só se aplica para as pessoas que estão nesse distrito. A lei ainda não está completamente definida e para se assegurar é melhor remover a biometria do seu celular.

Habilitar um PIN ou senha forte (não use “1234” ou “senha”, por favor) em vez de reconhecimento facial ou digitais é a maneira mais segura.

No iOS, vá até os Ajustes, role a tela para baixo e escolha Face ID e Código para desativar o Face ID.

Diferentes versões do Android terão as configurações de biometria em locais distintos, então você precisará dar checada a respeito do seu aparelho. Geralmente, esse opção fica nas Configurações sob o menu Desbloqueio ou Desbloqueio por impressões digitais.

Também é uma boa ideia desativar qualquer assistente digital em seu smartphone – você não vai querer a Siri, Alexa, ou Google Assistente potencialmente te dedurando. Isso, novamente, depende de qual celular e aplicativos você usa.

No iOS, vá em Ajustes e depois escolha Siri e Busca e depois desative as opções Ativar ao ouvir ‘e aí Siri’ e Permitir Quando Bloqueado.

Nos aparelhos com Android, navegue até as Configurações e procure o Google Assistente para desativá-lo.

Para outros assistentes de voz como Alexa e Cortana, você vai precisar navegar nos próprios aplicativos ou excluí-los completamente para se certificar. Você sempre pode baixá-los novamente mais tarde.

Ative o PIN/Senha imediatamente ao bloquear

Algumas pessoas colocam a exigência de PIN e senha para depois de cerca de 10 minutos de inatividade no aparelho. Em um protesto, no entanto, você não quer que alguém possa acessar o seu aparelho sem colocar a senha porque você acabou de desbloqueá-lo e ele continua disponível.

Para mudar isso no iOS, navegue até os Ajustes, Face ID e Código e na opção Exigir código selecione Imediatamente.

No Android, essa opção pode ficar meio escondida, mas geralmente está nas Configurações, sob o menu Segurança ou Senha.

Se você estiver em uma situação em que seu telefone possa ser confiscado e ainda não tiver alterado os requisitos de senha, é importante saber como forçar seu telefone a exigir um PIN ou senha na próxima vez que alguém tentar desbloqueá-lo.

A maneira mais direta é simplesmente reiniciar seu telefone, como nos dispositivos Android e iOS, desde que você tenha um PIN/senha definido, o sistema operacional exija um PIN/senha ao reiniciar.

Tela de bloqueio do AndroidImagem: Sam Rutherford/Gizmodo

Mas se você estiver em uma situação mais urgente, há maneiras ainda mais rápidas. Nos iPhones modernos, você pode segurar o botão de bloquear o aparelho e qualquer um dos botões de volume por alguns segundos. Você pode acionar uma chamada para serviços de emergência pressionando os botões de bloqueio e volume juntos rapidamente, cinco vezes seguidas.

No Android, há uma configuração especial de bloqueio que pode aparecer a qualquer momento que você segurar o botão liga/desliga do celular, mas antes de poder usá-lo é preciso habilitar a opção nas configurações do seu aparelho. Na maioria das versões do Android, essa opção está em Configurações e em Segurança e Localização. Em seguida, escolha Preferências da tela de bloqueio e Mostrar opção de bloqueio total.

Ative o Modo Avião para evitar rastreios

Como vimos na China, governos começaram a se tornar mais sofisticados quando se trata de usar tecnologia para monitorar pessoas, incluindo o uso de dispositivos de rastreamento que se conectam a torres de celulares ou nós Wi-Fis próximos.

Portanto, se você realmente quer levar um smartphone para um protesto para gravar vídeos ou tirar fotos, talvez seja uma boa ideia considerar ligar o modo de avião do seu telefone para ajudar a esconder seus rastros digitais.

Nota: No iOS, ligar o Modo Avião desabilita apenas a conexão celular, o que significa que você terá que desabilitar o Wi-Fi separadamente.

Opção do modo avião no iPhoneFoto: Sam Rutherford/Gizmodo

Infelizmente, ligar o modo avião tem um ponto negativo que é interromper a comunicação do seu aparelho com as outras pessoas. Então, se você habilitar o modo avião temporariamente, é importante saber como desligá-lo.

No Android, desça a barra de notificações a partir do topo da tela e selecione Modo Avião.

No iOS, deslize de cima para baixo sobre o lado direito da tela (sobre os botões de sinal, etc) e pressione o botão do Modo Avião.

Faça backup de seus dados

As manifestações podem se tornar imprevisíveis e é preciso que você esteja ciente do fato de que é possível perder os dados do seu celular (ou até o celular em si). Se você não quer que isso aconteça, faça um backup das suas informações antes de ir para as ruas.

No Android, você pode fazer backup dos dados do seu celular para a conta do Google. Desse modo, é possível restaurar tudo pela internet, mesmo em um aparelho Android completamente novo.

Enquanto isso, no iOS, existem maneiras simples de fazer uma cópia de segurança para o iCloud ou uma cópia local para um computador Apple, para que você restaure tudo caso seu iPhone seja perdido ou danificado.

Habilite a criptografia do seu dispositivo

As versões mais recentes do Android e iOS possuem a criptografia do dispositivo habilitada por padrão. De qualquer modo, é uma boa ideia checar se essa opção está ativa em seu celular – ela evita que suas informações sejam interceptadas após a apreensão do aparelho, exigindo a inclusão do PIN para liberar todos os dados armazenados.

No Android, navegue até as Configurações, procure pelo menu Segurança, depois Avançado e então Criptografia.

No iOS, a opção é habilitada automaticamente ao definir um PIN.

Configure contatos de emergência/identificação médica no iOS e Android

Outra coisa para configurar antes de ir para as ruas são informações médicas pessoais e contatos de emergência.

No Android, o recurso Adicionar informações de emergência tem um local dedicado a listar contatos de emergência, juntamente com um local para listar detalhes médicos pertinentes, como alergias, tipo sanguíneo e muito mais.

Informações médicas no iPhoneImagem: Sam Rutherford/Gizmodo

Nos dispositivos iOS, a Apple oferece um sistema similar como parte do aplicativo Saúde, que permite criar um ID Médico e uma Ficha Médica. A opção de adicionar contatos de emergência fica nos Ajustes, sob a aba SOS Emergência.

Considere a Fixação de tela ou Acesso Guiado

Embora essas funcionalidades talvez só sejam úteis em situações muito específicas, é importante saber que tanto o Android quanto o iOS têm maneiras de mostrar um aplicativo enquanto bloqueia todo o resto por trás de um PIN ou uma senha.

Isso pode ser útil caso você precise do seu aparelho para mostrar um documento digital, mas não quer que a polícia tenha acesso a todo o seu aparelho.

Fixação de tela no AndroidImagem: Sam Rutherford/Gizmodo

No Android, essa funcionalidade é chamada de Fixação de tela (em Configurações > Segurança). No iOS, é chamada de Acesso Guiado (em Ajustes > Acessibilidade).

A configuração varia um pouco entre as plataformas, mas ambas permitem configurar uma maneira de dar acesso limitado a um aplicativo ou arquivo em seu celular sem liberar acesso a todo o dispositivo.

Por fim, outra coisa importante que você deve fazer antes de ir a um protesto é se certificar de que o seu dispositivo está carregado e tem bastante espaço de armazenamento disponível.

Quase todos os aparelhos oferecem maneiras de acessar a câmera sem precisar desbloqueá-lo completamente, então você pode fazer fotos e vídeos de forma mais segura.

Além disso, os gravadores de voz integrados na maioria dos aparelhos continua gravando áudio mesmo depois de bloqueado. Se algo acontecer, é uma boa ideia ter espaço de armazenamento para gravar tudo o que puder.

Neste momento, está claro que nem sempre é possível confiar nas autoridades, então é importante que as pessoas que participam de protestos façam tudo o que puderem para protegerem a si mesmas e as pessoas que amam.

Colaborou: Alessandro Feitosa Jr

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Bombas de gás lacrimogêneo são perigosas e deveriam ser ilegais

Posted: 03 Jun 2020 06:34 AM PDT

Policiais com equipamentos de choque empurram manifestantes que estavam próximos da Casa Branca em 1º de junho de 2020, durante protesto contra a morte de George Floyd

A bomba de gás lacrimogêneo é uma arma química proibida na guerra, mas a polícia dos EUA a utilizou diversas vezes contra pessoas que protestavam pelo fim da brutalidade policial e da violência a pessoas negras nesta semana. Além disso, ela é utilizada frequentemente na dispersão de protestos no Brasil e em vários outros locais do mundo.

Embora seja considerado uma arma não letal, o gás lacrimogêneo é muito mais perigoso do que parece – especialmente em meio a uma pandemia global.

Há diferentes tipos de produtos químicos disponíveis para os chamados agentes de controle de tumultos. O ingrediente mais comum usado hoje no que chamamos de gás lacrimogêneo é o 2-clorobenzilideno malononitrilo, ou CS.

Embora também seja utilizado como spray, a forma de gás lacrimogêneo do CS é na verdade um pó que é aerossolizado quando a lata ou granada que o contém explode.

Os potenciais danos do gás lacrimogênio

Como o nome implica, os efeitos imediatos da exposição ao CS incluem uma irritação intensa e dolorosa dos olhos que causa choro, espasmos e prurido. Mas o produto químico também pode afetar praticamente todas as partes do corpo com as quais entra em contato.

Uma análise científica de 2016 apresenta a lista de efeitos do gás lacrimogêneo sobre a saúde. Na pele, pode causar vermelhidão, prurido, erupções cutâneas e bolhas. Quando inalado, o gás causa acessos de tosse que podem progredir até asfixia e aperto no peito. Em nossos olhos, uma dose a curta distância pode causar sangramento, rasgamento das córneas e possivelmente até mesmo danos traumáticos aos nervos.

Esses efeitos deveriam ter curta duração e serem relativamente leves, mas essas suposições vêm em grande parte de experimentos iniciais com animais e pequenos estudos envolvendo homens jovens e saudáveis. Como o gás lacrimogêneo se tornou mais amplamente utilizado pela polícia em cidadãos ao redor do mundo nas últimas décadas, as evidências do mundo real não são tão belas.

Por exemplo, um estudo de 2014 envolvendo pessoas que vivem na Turquia – um país com um longo histórico de instabilidade política e protestos – descobriu que aqueles que foram repetidamente expostos a gases lacrimogêneos tinham o dobro da probabilidade de ter problemas respiratórios do que um grupo de controle, e que também tinham maior risco de desenvolver bronquite crônica.

Não há pesquisas sobre isso, mas parece lógico que uma pessoa que entrou em contato com gás lacrimogêneo possa ser mais suscetível à COVID-19. Outros estudos têm documentado queimaduras químicas em massa causadas pela explosão da granada ou por uma dose pesada do CS, bem como lesões oculares graves.

Aconteceram também inúmeros óbitos ou lesões debilitantes atribuídas ao uso de gás lacrimogêneo. Algumas vezes, essas mortes são causadas pelo impacto físico de granadas lançadas a curta distância – algumas armas são capazes de atirá-las a mais de 300 km/h.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) observa que o gás lacrimogêneo pode causar “morte imediata” a partir de queimaduras graves na garganta e nos pulmões.

O spray de pimenta, o outro tipo mais comum de agente químico anti-tumulto, também está longe de ser inofensivo. Estudos têm associado a inalação de altas doses a “efeitos cardíacos, respiratórios e neurológicos adversos, incluindo arritmias e morte súbita.”

Exposições com risco de vida a gases lacrimogêneos e spray de pimenta são provavelmente mais comuns quando são usados em ambientes internos e/ou em pessoas com problemas respiratórios pré-existentes, como asma.

Alguns manuais de treinamento da polícia aparentemente desaconselham o uso de gás lacrimogêneo em espaços confinados, mas um homem em Washington D.C. diz que a polícia atirou gás lacrimogêneo em sua casa na segunda-feira à noite, depois de ter convidado manifestantes que também estavam sendo atacados com spray de pimenta pela polícia.

Segundo Dan Kaszeta, especialista em segurança que escreveu sobre os riscos do gás lacrimogêneo e outros agentes químicos na revista Nature e em outros lugares, a utilização injustificada ou insegura de gás lacrimogêneo pela polícia tende a ser a regra e não a exceção.

“O gás lacrimogêneo é frequentemente utilizado sem o devido cuidado com as consequências de seu emprego. Muitos dos usos observados nos últimos dias são problemáticos. O gás lacrimogêneo é originalmente destinado a dispersar multidões, mas muitas multidões têm direitos legais de se reunirem”, disse Kaszeta ao Gizmodo por e-mail.

Outra camada de perigo: COVID-19

A pandemia de COVID-19 acrescentou outra camada de perigo ao uso de gás lacrimogêneo durante os protestos, segundo Peter Chin-Hong, um especialista em doenças infecciosas da Universidade da Califórnia em San Francisco.

“Suponha que alguém tem COVID-19 e recebe gás lacrimogêneo. O que vai acontecer? Bem, eles vão tossir mais, espalhar todas aquelas gotículas pelo ar e vão gritar de dor. Isso não é nada inteligente”, disse Chin-Hong ao Gizmodo pelo telefone. Outro risco mais especulativo é que a irritação da boca e do nariz causada pelo gás lacrimogêneo pode tornar as pessoas não infectadas mais suscetíveis a qualquer infecção respiratória, incluindo a COVID-19, acrescentou.

Sven-Eric Jordt, biólogo da Duke University, cuja equipe tem estudado os riscos à saúde do gás lacrimogêneo desde o início dos anos 2000, teme de forma semelhante como o gás lacrimogêneo pode agravar a pandemia.

“Estou chocado com o uso em massa que estamos vendo atualmente, especialmente no contexto da pandemia de COVID-19”, disse ele ao Gizmodo, acrescentando que quaisquer complicações poderiam ser ainda piores para as pessoas negras que participam dos protestos, já que elas já possuem um risco maior de contrair a doença e podem estar mais propensas a desenvolver doenças graves por não terem acesso ao sistema de saúde.

Chin-Hong ajudou a criar uma carta aberta para que especialistas em saúde pública assinassem e expressassem sua solidariedade com os protestos e que também pede estratégias para diminuir o risco de propagação de COVID-19 durante as manifestações. A principal recomendação é que a polícia deixe de usar gás lacrimogêneo. Até agora, disse ele, a carta já foi assinada por mais de 1.000 pessoas.

Os veículos de mídia dos EUA, assim como inúmeras publicações nas redes sociais, continuam documentando o uso indiscriminado de gás lacrimogêneo e spray de pimenta pela polícia contra manifestantes pacíficos e jornalistas, no entanto.

Em Indiana, por exemplo, Balin Brake, 21 anos, editor de uma emissora de televisão local, perdeu seu olho esquerdo após ter sido atingido por uma lata de gás lacrimogêneo durante um protesto. (A polícia negou que a lesão tenha sido intencional). Jornalistas em Minneapolis também relataram que a polícia disparou contra eles com gás lacrimogêneo à queima-roupa.

O gás lacrimogêneo é famoso por ser proibido de ser usado na guerra por vários tratados internacionais. Mas governos ao redor do mundo tem permitido que ele seja usado contra seus próprios cidadãos. O fato dessa arma química estar sendo utilizada amplamente mais uma vez é mais um exemplo da brutalidade policial sistêmica – o principal motivo dos protestos nos EUA.

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Mais de 500 espécies vertebradas estão correndo sérios riscos de extinção

Posted: 03 Jun 2020 06:04 AM PDT

O rinoceronte-de-sumatra está entre os mamíferos mais raros da Terra

Um novo estudo encontrou mais evidências de que os humanos estão conduzindo a sexta extinção em massa do mundo. Publicada nesta segunda-feira (2) no Proceedings of the National Academy of Sciences, a pesquisa se concentra em vertebrados terrestres – anfíbios, aves, mamíferos e répteis – e descobriu que mais de 500 espécies estão “à beira da extinção”, segundo o artigo.

A extinção dos vertebrados não se trata apenas de perder belas criaturas. Toda e qualquer espécie desempenha algum tipo de função ecológica. A perda de uma única espécie pode ter um efeito de cascata sobre o seu ecossistema, com efeitos que podem impactar também os seres humanos.

“A atual crise de extinção é um dos problemas ambientais globais mais urgentes e o único verdadeiramente irreversível”, disse o autor do estudo, Gerardo Ceballos, pesquisador do Instituto de Ecologia da Universidade Nacional Autônoma do México, ao Gizmodo. “Uma vez desaparecida uma espécie, não há como trazê-la de volta. Nosso trabalho indica que isso está se acelerando muito”.

Os autores do trabalho se basearam em conjuntos de dados compilados pela União Internacional para a Conservação da Natureza, que rastreia espécies ameaçadas de extinção.

Eles analisaram 29.400 espécies de vertebrados terrestres e usaram o tamanho de sua população para mapear as espécies de maior risco – ou seja, aquelas com população menor do que 1.000 indivíduos. Os autores também analisaram as espécies com populações menores que 5.000 indivíduos para destacar quais espécies podem ser as próximas a correr esse risco.

Pelo menos 1,7% das espécies de vertebrados terrestres têm menos de 1.000 indivíduos. Isso inclui espécies como o rinoceronte-de-sumatra e a tartaruga-gigante-de-galápagos. A maioria dessas espécies está localizada na América do Sul e nos trópicos em geral. As aves constituem a maior proporção das espécies impactadas. As descobertas corroboram pesquisas anteriores que mostram que as aves, em particular, sofrem com as pressões do desmatamento e das mudanças climáticas, o que pode desarticular seus ritmos migratórios.

Enquanto este conjunto de dados observa espécies com menos de 1.000 indivíduos, os cientistas descobriram que, na realidade, muitos dos números dessas espécies são menores. Estima-se que mais da metade dessas espécies tenha populações de 250 indivíduos ou menos. Isso vale principalmente para os mamíferos e anfíbios.

Pesquisas anteriores indicam que os anfíbios – inclusive aqueles que ainda não descobrimos – estão extinguindo a um ritmo espantoso. Há 903 espécies de vertebrados com menos de 5.000 indivíduos restantes, indicando que aqueles que estão no limite poderão ter mais companhia em breve.

“Ao focar nas espécies de vida selvagem que costumam ganhar mais atenção dos seres humanos, incluindo mamíferos e aves que estão reduzidas a menos de 1.000 indivíduos, esses cientistas apontam que a extinção está se acelerando, e isso está minando os sistemas de suporte de vida dos quais a humanidade depende”, disse Tierra Curry, uma cientista sênior do Centro de Diversidade Biológica que não estava envolvida neste trabalho, em um e-mail para o Gizmodo.

“Eles estão afirmando claramente que a própria sobrevivência da humanidade está em jogo. Não estamos mais olhando para a perda de espécies obscuras que a maioria das pessoas não está interessada. Estamos olhando para a aniquilação biológica”, completou.

Os dados sobre algumas espécies de fauna silvestre são bastante limitados, o que significa que essa destruição pode ser muito pior do que os números dizem. Ceballos acredita que haja mais espécies no limiar do que as delineadas no novo estudo. Até que os cientistas possam coletar dados sobre o tamanho de suas populações, o número de espécies em risco permanece um mistério.

A questão é que estamos ficando sem tempo de ação para salvar essas espécies. Um relatório histórico divulgado no ano passado descobriu que poderíamos ver um milhão de espécies serem extintas nas próximas décadas, tudo devido aos seres humanos.

A destruição do habitat, o comércio da vida selvagem e as mudanças climáticas estão pressionando o mundo natural. As taxas de extinção atuais são centenas ou milhares de vezes mais rápidas do que as taxas que vimos durante os eventos de extinção anteriores.

Para contextualizar isso, nos últimos 100 anos, Ceballos disse que perdemos tantas espécies quanto historicamente teríamos perdido em 10.000 anos caso os humanos não estivessem alterando o meio ambiente de forma tão radical.

Isso também significa que estamos ficando sem tempo para nos salvarmos. Precisamos do mundo natural o mais intacto possível, pois ele fornece serviços ecológicos que o ser humano costuma acreditar que estão garantidos pata sempre. Isso inclui a filtragem da água doce, a proteção das margens contra tempestades e a polinização de culturas, entre inúmeros outros.

Até que possamos criar medidas suficientes para proteger os habitats e acabar com o comércio ilegal de vida selvagem que alimenta essa crise, esse evento de extinção continuará a se desenrolar.

“Já aconteceram cinco extinções em massa”, disse Ceballos ao Gizmodo. “Essa é a única causada pelos humanos. E é muito diferente por isso. Nós somos a causa. Mas a nossa sobrevivência está em jogo por causa dessa perda maciça de espécies.”

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Substituto do Chromecast terá Android TV e controle com microfone embutido

Posted: 03 Jun 2020 05:14 AM PDT

Dongle com Android TV tem codinome Sabrina

No início do ano, provas indicavam que o Google estava trabalhando em um novo dongle de streaming que substituiria o Chromecast Ultra e iria rodar Android TV. Agora, graças a uma nova série de vazamentos, nós temos uma ideia melhor de como este dispositivo será.

Baseado em renderizações de produtos obtidas pelo XDA Devlelopers, o dongle do Google, chamado internamente de Sabrina, tem um corpo de formato mais oval que o Chromecast Ultra e também inclui um controle remoto. Isto é uma grande mudança dos esforços anteriores da empresa neste ramo, pois dispositivos como o Chromecast Ultra requeriam que os usuários transmitissem conteúdos de seus telefones para a TV.

O controle remoto em si conta com vários botões, inclusive um dedicado ao Google Assistente, juntamente com os botões Home, Voltar, Favoritos, Play/Pause e Mute. O dispositivo também deve vir com um ponteiro de infravermelho para que os usuários possam configurar para que ele funcione com suas TVs. Infelizmente, como os vazamentos não mostram completamente o controle, não está claro se ele terá botões dedicados de serviços de streaming de terceiros, como Netflix ou Prime Video.

Controle remoto do substituto do Chromecast codinome SabrinaCrédito: XDA Developers

Além disso, parece que Sabrina rodará uma versão completa da Android TV em vez de contar apenas com funções de transmissão de conteúdo do celular, com capturas de tela dos vazamentos sugerindo que o Google tem planos de reformular a interface da sua plataforma de TV no futuro.

Como outros produtos recentes do Google, o hardware será disponibilizado em preto e branco, além de uma versão pastel de rosa, que lembra o tom "Not Pink" que o Google introduziu junto com o Pixel 3. Como você deve esperar de um dispositivo do Google, Sabrina deve suportar vários apps da Android TV, além de contar com integração nativa com o YouTube TV (serviço não disponível no Brasil) e suporte a comandos de voz por meio de um microfone embutido no controle remoto.

Tela do YouTube TV no novo dispositivo que vai substituir o Chromecast
YouTube TV é um serviço de assinatura que permite ver programação esportiva, séries e notícias. Não está disponível no Brasil. Crédito: XDA Developers

Infelizmente, não há detalhes de quando Sabrina será anunciada oficialmente ou disponibilizada no varejo (aposto que seja em algum momento do último trimestre). Por ora, só temos alguns rumores de que este dongle custará cerca de US$ 80 (quase R$ 420 em conversão direta).

Ainda assim, considerando que o Chromecast Ultra foi lançado em 2016, um novo dongle de streaming do Google está, digamos assim, atrasado. Então, é bom saber que fãs do Chromecast e da Android TV terão algo novo até o fim deste ano. E para as pessoas que buscam suporte expandido para o Stadia, o streaming de games do Google (não disponível no Brasil), o novo dispositivo pode ser além de um bom sistema para ver vídeos como também proporcionar jogar games pela internet.

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Terra perdeu cobertura florestal equivalente a um campo de futebol a cada seis segundos em 2019

Posted: 03 Jun 2020 04:11 AM PDT

O mundo não está protegendo suas florestas mais antigas como deveria. Mesmo em um momento em que são necessárias mais árvores para armazenar carbono, o mundo perdeu área de cobertura florestal no ano passado. De acordo com um novo relatório, um campo de futebol de cobertura florestal foi derrubado a cada seis segundos em 2019. Além disso, novos pontos de desmatamento estão surgindo na Amazônia brasileira, onde as comunidades indígenas lutam para proteger suas terras de grileiros.

Esses novos números vêm da Universidade de Maryland, que divulgou os dados terça-feira (2) no Global Forest Watch. O relatório se concentra na floresta primária, onde as árvores são mais antigas e mais eficazes para armazenar carbono e abrigar a vida selvagem.

Os autores descobriram que a perda de florestas primárias aumentou quase 3% em 2019 em comparação com o ano anterior. Isso representou 1,8 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono, o equivalente a 400 milhões de carros. Essa foi a terceira maior taxa de perdas desde a virada do século.

“O nível de perda de floresta que vimos em 2019 é inaceitável”, disse Frances Seymour, uma ilustre pesquisador do Instituto de Recursos Mundiais, em uma conferência para apresentar o novo relatório. “2020 deveria ser o ano em que interromperíamos o desmatamento, mas parece que estamos indo na direção errada.”

O prazo de 2020 foi descrito nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Embora a perda de cobertura florestal inclua mais do que o desmatamento, que é totalmente causado pelo homem, é uma métrica importante para florestas primárias, pois permite que os pesquisadores rastreiem onde danos a longo prazo podem estar acontecendo.

Brasil, Bolívia, Colômbia, República Democrática do Congo e Austrália tiveram perdas recordes. A trágica temporada de incêndios contribuiu para a diminuição sem precedentes na cobertura florestal da Austrália. 2019 foi o pior ano já registrado: um aumento de seis vezes na perda florestal em comparação a 2018.

Mas as florestas tropicais são uma grande preocupação, principalmente a Amazônia brasileira. Especialistas esperam que o desmatamento piore este ano. Isso é uma má notícia para todos nós, pois a Amazônia ajuda a sequestrar quantidades incríveis de carbono.

São notícias ainda piores para as pessoas que moram lá e precisam enfrentar tanto a violência causada por grileiros quanto a perda de recursos críticos. No Brasil, isso é resultado direto do presidente Jair Bolsonaro, que tem um discurso favorável à exploração da floresta.

“Para os povos indígenas, é necessário e importante manter essas florestas e territórios, porque isso lhes permite continuar com suas culturas e práticas”, disse Tuntiak Katan, coordenadora geral da Aliança Global de Comunidades Territoriais. Ela é também líder do povo indígena Shuar, que vive nas porções peruana e equatoriana da Floresta Amazônica. "Por outro lado, é importante que esses territórios existam porque eles não apenas beneficiam os povos indígenas que vivem lá. Eles beneficiam todo o planeta e toda a humanidade porque ajudam a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. "

A pesquisa mostrou que as taxas de desmatamento são mais baixas em territórios indígenas e áreas protegidas. Isso ocorre porque essas comunidades precisam proteger a floresta tropical para manter sua cultura.

Na Amazônia, os povos indígenas protegem a floresta tropical para proteger suas tradições, diz Peter Veit, diretor da Iniciativa de Direitos à Terra e Recursos do Instituto de Recursos Mundiais. Ele acrescenta que conceder direitos territoriais para comunidades indígenas na Amazônia geralmente é suficiente para proteger as florestas “porque, historicamente, eles administram essas terras de maneira consistente com a conservação e o uso sustentável”.

Embora existam soluções claras para parar o desmatamento e a perda de cobertura de árvores, este ano provavelmente será pior para as nossas florestas do que o último. A pandemia de coronavírus pode levar os países a procurar indústrias extrativas para impulsionar suas economias, e pode impedir que agências e comunidades indígenas protejam a terra de maneira ostensiva. A aplicação da lei e o monitoramento adequados devem ser capazes de impedir a perda ilegal de florestas que sofremos no ano passado — mas isso só vai ocorrer se os líderes mundiais estiverem dispostos a investir na conservação desses ecossistemas-chave.

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