quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Gizmodo Brasil

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Instagram permitirá que você acesse perfis via QR Code

Posted: 18 Aug 2020 05:30 PM PDT

Capturas de tela da função QR Code do Instagram. Crédito: Instagram

Ouço falar de QR Code desde o início da década de 2010, porém, com o advento de carteiras digitais e lives durante a pandemia com esses códigos, parece que em 2020 finalmente os códigos de resposta rápida, na tradução literal, pegaram. A mais nova rede a aderir ao QR Code é o Instagram, conforme anunciado nesta terça-feira (18).

Nas palavras do Instagram, o QR Code é uma forma fácil de indicar o perfil na rede social. Com ele, basta que alguém utilize sua câmera para poder adicionar ou visitar a conta de uma pessoa ou estabelecimento comercial. Também pode ser uma opção para colocar no cartão de visita: em vez de um endereço, é só ter o QR code impresso.

Para acessar o seu QR Code, acesse o seu perfil no app (onde você visualiza suas fotos), vá no menu hambúrguer (aquele que fica no lado direito superior que três linhas) e selecione Configurações. Lá aparecerá a opção Código QR, que mostrará o seu. Caso você queira imprimir, acesse o seu perfil na web via "instagram.com/nametag” e aparecerá a opção para baixar o código.

Esta aqui é a tag do Gizmodo Brasil no Instagram.

Para ler um QR Code, se você tem um smartphone atual, o próprio app de câmera reconhecerá o código e perguntará se você quer acessar o perfil. O Instagram diz ainda que ao abrir a câmera para fazer Stories e manter o visor focado no QR Code, ele já reconhece.

O movimento do Instagram parece estar em consonância com anúncios recentes de outras plataformas do Facebook. Há algumas semanas, por exemplo, falamos que o WhatsApp também ganharia uma função de QR Code, para facilitar adicionar as pessoas no app em vez de ficar ditando um monte de números. Não duvido que logo apareça QR Code no próprio Facebook.

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Samsung passa a garantir três atualizações do Android para alguns smartphones Galaxy

Posted: 18 Aug 2020 03:34 PM PDT

Uma das maiores vantagens dos iPhones em relação aos Androids é que os aparelhos da Apple recebem atualizações regularmente por longos períodos. Essa distância vai ficar um pouco menor porque, embora não sejam os mesmos cinco anos de suporte que os iPhones normalmente desfrutam, a Samsung se comprometeu a atualizar vários smartphones e tablets Galaxy por pelo menos três gerações do Android.

A Samsung prometeu inicialmente três atualizações para o Galaxy Note 20 Ultra em seu recente evento Unpacked, mas agora a empresa deu mais detalhes de toda a gama de dispositivos que serão cobertos.

Em termos gerais, a Samsung fornecerá três atualizações para todos os dispositivos Galaxy S, Galaxy Note e Galaxy Z lançados em 2019 e 2020. Isso inclui as linhas S10 e S20, e também dispositivos mais de nicho como o Galaxy Fold, que foi adicionado retroativamente à linha Galaxy Z de dobráveis ​​da Samsung.

O novo compromisso de atualização do Android também abrangerá a linha de tablets premium da Samsung, desde o Galaxy Tab S6 e o S6 Lite, junto com um punhado de smartphones de gama média da Samsung, como o Galaxy A71, o A51 e o A90 5G. Para um resumo completo dos dispositivos, verifique a lista no final deste texto.

Com tantas pessoas agora optando por ficar com seus aparelhos por mais tempo e esperar mais para trocar de smartphone, estender o cronograma de suporte de software para os principais aparelhos é incrivelmente importante. E entre os telefones Android, o suporte por três atualizações coloca os aparelhos da Samsung no mesmo patamar do Pixel do Google.

No entanto, é importante notar que a Samsung afirma que fornecerá três gerações de atualizações do Android, não três anos de atualizações do Android, o que não é a mesma coisa.

Por exemplo, como o novo Galaxy Note 20 Ultra vem pré-instalado com Android 10, isso significa que a Samsung deve fornecer atualizações para os Androids 11, 12 e 13.

Isso é diferente do que contar os anos. O Google deve lançar o Android 11 em algum momento deste segundo semestre. Dependendo de quando você comprou um novo telefone Samsung 2020, poderia pensar que iria receber o Android 11 este ano e o 12, o 13 e o 14, nos três anos seguintes, mas parece que não é bem assim.

Mesmo assim, ciclos de suporte estendidos para atualizações do sistema operacional Android e patches de segurança são definitivamente uma coisa boa e algo que mais fabricantes deveriam incluir em seus dispositivos. E, com sorte, no futuro, Google, Samsung e outros aumentarão o suporte para quatro ou até cinco gerações de atualizações.

De acordo com a Samsung, os dispositivos Galaxy que receberão três atualizações do sistema operacional Android incluem:

  • Série Galaxy S: Galaxy S20 Ultra 5G, S20 Ultra, S20 + 5G, S20 +, S20 5G, S20 além de S10 5G, S10 +, S10, S10e, S10 Lite e dispositivos da próxima série S
  • Série Galaxy Note: Galaxy Note20 Ultra 5G, Note20 Ultra, Note20 5G, Note20, Note10 + 5G, Note10 +, Note10 5G, Note10, Note10 Lite e os próximos dispositivos da série Note
  • Dispositivos Galaxy Dobráveis: Galaxy Z Fold2 5G, Z Fold2, Z Flip 5G, Z Flip, Fold 5G, Fold e próximos dispositivos da série Z
  • Série Galaxy A: Galaxy A71 5G, A71, A51 5G, A51, A90 5G e futuros dispositivos selecionados da série A
  • Tablets: Galaxy Tab S7 + 5G, Tab S7 +, Tab S7 5G, Tab S7, Tab S6 5G, Tab S6, Tab S6 Lite e dispositivos da série Tab S futuros

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Algumas pessoas podem produzir anticorpos para drogas opioides, aponta estudo

Posted: 18 Aug 2020 02:32 PM PDT

Comprimidos que acredita-se estarem atrelados com fentanil

Pesquisas preliminares publicadas esta semana descobriram que pacientes que tomam opioides para dores crônicas podem produzir anticorpos para os medicamentos, o que poderia ajudar a explicar alguns dos efeitos colaterais do uso de opioides a longo prazo.

Esses anticorpos também podem dificultar os esforços para criar vacinas a opioides, que os cientistas esperam que possam tratar o distúrbio e vício nessas substâncias de uma maneira mais efetiva do que os medicamentos existentes.

Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison e do Instituto de Pesquisa Scripps na Califórnia coletaram amostras de sangue de 19 voluntários que haviam tomado analgésicos opioides para dores lombares crônicas.

Em seguida, eles analisaram essas amostras procurando por anticorpos contra o opioides, expondo o sangue a proteínas que estavam ligadas aos opioides hidrocodona e oxicodona, comumente usados.

Em 10 desses pacientes, eles encontraram anticorpos específicos para opioides. Aqueles que recebiam uma dosagem mais alta de opioides tinham níveis mais altos desses anticorpos, enquanto três pacientes do grupo de controle que não estavam tomando opioides para suas dores não tinham nenhum ou níveis muito baixos.

Os resultados foram apresentados nesta semana na Reunião Virtual da American Chemical Society Fall 2020. Isso significa que os resultados são baseados em dados preliminares que ainda não passaram pela revisão de pares. O tamanho da amostra de 19 pacientes também é muito pequeno, portanto estas conclusões estão longe algo bem estabelecido.

Mas se comprovarem a existência dos anticorpos, dizem os autores, essa pode ser parte da razão pela qual as pessoas que tomam opioides podem desenvolver sintomas como a hiperalgesia, onde a sensibilidade de uma pessoa à dor se torna tão extrema que até mesmo sensações normalmente inofensivas se tornam dolorosas.

Uma teoria que os pesquisadores estão explorando é que os subprodutos metabólicos que vêm do consumo de drogas opioides podem se ligar aos carboidratos no corpo, criando coisas chamadas produtos finais avançados de glicação (AGEs). Estes AGEs têm sido ligados a condições inflamatórias crônicas como diabetes e artérias entupidas, que também envolvem o sistema imunológico.

“Pensamos que os anticorpos podem ser produzidos em resposta aos opioides que modificam algumas proteínas que já fazem normalmente parte do corpo. Assim, embora os anticorpos possam reconhecer os opioides, em alguns casos eles também podem reconhecer elementos de ‘si mesmos’, causando inflamação e dor adicional”, disse o autor do estudo Cody Wenthur, professor da Escola de Farmácia da UW-Madison, em um e-mail. “Estamos muito interessados em acompanhar este conceito por meio da identificação direta e determinação estrutural das proteínas modificadas.”

Os autores também especulam que estas respostas imunes nativas podem diminuir a eficácia das vacinas potenciais para o transtorno de uso de opiáceos. Alguns cientistas, incluindo os autores do estudo, esperam criar vacinas que possam induzir uma resposta temporária de anticorpos aos opiáceos que as pessoas tomam, sejam eles por meio de pílulas prescritas ou por drogas ilícitas.

Os anticorpos se apegariam às moléculas dessas drogas quando elas entrassem no sistema, bloqueando-as de entrar no cérebro e de causar os efeitos associados ao abuso de opioides, tais como uma euforia viciante.

Na teoria, essas vacinas poderiam prevenir melhor os sintomas de dependências do que outras drogas atualmente disponíveis, embora elas também pudessem ser usadas em conjunto com a atual terapia assistida por medicamentos.

No estudo, os voluntários produziram anticorpos IgM para opioides, que são anticorpos de curto prazo que normalmente duram algumas semanas. Mas as vacinas que esses pesquisadores e outros esperam desenvolver estão tentando produzir anticorpos IgG, que normalmente duram mais do que os IgM. A preocupação é que ter essa resposta nativa mais fraca tornará mais difícil para o corpo responder à vacina e produzir um exército de anticorpos mais eficaz.

As vacinas opioides não são universalmente vistas como uma boa ideia, com alguns defensores da redução de danos argumentando que os recursos necessários para desenvolvê-las deveriam ser utilizados para apoiar outras medidas para ajudar as pessoas que lutam contra o uso de drogas, tais como proporcionar moradia acessível e maior acesso aos tratamentos existentes.

Mas se os autores estiverem certos, para chegarmos ao ponto em que uma vacina contra o abuso de opiáceos seja eficaz será mais difícil do que o esperado. As tentativas anteriores de criar vacinas para a dependência da nicotina e da cocaína também fracassaram, embora por diferentes razões.

Wenthur e sua equipe não acham que estas descobertas afundarão a ideia de uma vacina para a dependência de opioides, no entanto. E ao estudar estes anticorpos mais de perto, os pesquisadores esperam entender melhor os efeitos do uso de opioides a longo prazo, bem como como desenvolver uma vacina de sucesso que avance.

“A possibilidade de gerar uma vacina opioide eficaz ainda está muito viva. Estes resultados destacam um possível desafio e uma oportunidade futura; a concentração de anticorpos anti-opioides na corrente sanguínea de uma pessoa antes da vacinação poderia ajudar a prever sua relativa sensibilidade à eficácia da vacina e talvez até ajudar a informar a dose de vacina que ela deve receber”, disse ele.

Wentur acrescentou que uma pesquisa relacionado a esse trabalho foi aceito por uma revista que fará o processo de revisão por pares e deve ser publicado em questão de semanas. Eles também planejam continuar estudando mais pessoas, inclusive aquelas sem histórico de uso de opiáceos, para validar suas descobertas.

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Zenfone 7 será apresentado dia 26 de agosto e deve ter modelo Pro com Snapdragon 865+

Posted: 18 Aug 2020 12:38 PM PDT

A Asus confirmou que seu próximo smartphone, o Zenfone 7, será apresentado na semana que vem, no dia 26 de agosto. O novo aparelho deve contar com mais câmeras em relação ao modelo deste ano, além de processador de topo de linha e compatibilidade com a rede 5G.

O Zenfone 7 é sucessor do Zenfone 6 apresentado ano passado. O Zenfone 6 é um bom aparelho, com especificações bem avançadas, uma câmera giratória e um preço não tão alto. O modelo deste ano promete repetir a dose.

Segundo o Android Central, o Zenfone 7 terá duas versões, e as duas virão com processadores potentes. O Zenfone 7 padrão virá com Snapdragon 865, enquanto uma versão Pro contará com o Snapdragon 865 Plus, que tem frequência 10% maior e passa dos 3 GHz. Esses chips também contam com modem 5G, o que quer dizer que os aparelhos serão compatíveis com o novo padrão de internet móvel.

De acordo com documentos de certificação, o modelo terá bateria com a mesma capacidade do antecessor, com 5.000 mAh, e carregamento de 30 W. O modelo Pro pode ter números ainda maiores nesses quesitos.

O módulo de câmera deve continuar sendo giratório, fazendo as vezes de câmera frontal e traseira — assim, pode ser usado para fotografias tradicionais e para selfies. O número de câmeras, porém, provavelmente será maior, com quatro lentes e sensores.

O evento de apresentação do Zenfone 7 terá transmissão pelo YouTube, mas você provavelmente não vai querer ver ao vivo: devido ao fato de ser um evento global e ao fuso horário, ele começa às 3 da madrugada, no horário de Brasília.

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Oracle, empresa com ligações com CIA e NSA, demonstra interesse no TikTok

Posted: 18 Aug 2020 11:08 AM PDT

Larry Elison, fundador da Oracle

A Oracle é mais uma empresa a manifestar interesse em comprar o TikTok, segundo o Financial Times. A rede social deve ser vendida após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar proibir o aplicativo no país.

Trump declarou que proibiria o TikTok nos EUA antes de ser revelado que Microsoft e Twitter estavam estudando formas de adquirir a empresa. A Oracle está interessada em comprar não apenas as operações da TikTok nos Estados Unidos, mas seus escritórios no Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

A administração Trump está supostamente preocupada com a privacidade dos americanos no TikTok e com as maneiras pelas quais o governo chinês poderia explorar os dados dos usuários baseados nos EUA. O TikTok é de propriedade da Bytedance, uma desenvolvedora com sede na China.

Porém, a Oracle é uma pretendente curiosa, principalmente se lembrarmos a história da empresa: ela foi criada por Larry Ellison em 1977 como um projeto financiado pela CIA e foi fundamental para a criação do estado moderno de vigilância.

A história real da Oracle é muitas vezes ofuscada sempre que a imprensa escreve sobre como Larry Ellison criou a gigante de software nos anos 1970.

O Vox, por exemplo, escreveu um artigo inteiro sobre a história da Oracle em 2014 que não mencionava a CIA nem mesmo uma única vez.

Mas os laços da Oracle com a CIA e a comunidade de inteligência dos EUA são profundos, mesmo que esse fato seja frequentemente ignorado por pessoas que gostam de fingir que a Oracle foi apenas mais uma humilde startup do Vale do Silício.

Ellison escolheu o nome Oracle porque trabalhou nos planos de rede de banco de dados da CIA, que também tinha o nome Oracle em 1975.

Ellison, que agora é bilionário, trabalhou em uma empresa chamada Ampex, construindo um sistema de memória terabit (um hardware utilizado o processamento de dados de computadores na época) para a CIA – o objetivo era ter uma quantidade absolutamente enorme de espaço de armazenamento computacional em meados da década de 1970.

“A primeira versão de nosso banco de dados foi chamada Oracle Version 2. Não pensei que ninguém, nem mesmo o governo, compraria a primeira versão de um banco de dados feito por cinco caras na Califórnia”, teria dito Ellison, como consta no livro Softwar de 2003 escrito por Matthew Symonds.

“As notícias sobre nosso banco de dados viajaram pela comunidade de inteligência muito rapidamente”, disse Ellison à Symonds. “Eu faria uma apresentação em uma agência na segunda-feira, o que resultaria em um telefonema na terça-feira para visitar outra agência na quarta-feira. Uma semana voei para Washington D.C. três vezes. Em pouco mais de seis meses tínhamos ganho vários negócios – a CIA, a Inteligência da Marinha, a Inteligência da Força Aérea e a NSA.”

A integração da Oracle com a comunidade de inteligência dos Estados Unidos não parou nos anos 1970, obviamente. Symonds estava escrevendo seu livro Softwar antes e depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, por isso há muitas pistas sobre como Ellison se saiu após uma de suas conversas em um jantar com Michael Hayden da NSA em 13 de setembro de 2001 ou no almoço com o Procurador-Geral do Presidente George W. Bush, John Ashcroft, nessa mesma viagem.

Não sabemos exatamente o que foi dito nessas reuniões entre a Oracle e os maiores espiões dos EUA, mas podemos dar um palpite. Ellison queria criar um banco de dados de segurança nacional que reunisse tudo o que fosse possível para identificar alguém, desde impressões digitais, passando por identificação das mãos e indo até leituras de íris. Ellison chegou a dizer o mesmo publicamente na época.

“Criar um banco de dados deste tipo é tecnicamente simples. Tudo o que temos que fazer é copiar as informações das centenas de bancos de dados separados das forças da lei em um único banco de dados. Um banco de dados de segurança nacional poderia ser construído em poucos meses”, escreveu Ellison no New York Times em janeiro de 2002, quando os ataques terroristas de 11 de setembro ainda estavam muito frescos na mente de todos os americanos.

Ellison ganhou muito dinheiro com o governo nos anos que se seguiram aos ataques de 11 de setembro. O governo federal foi responsável por cerca de um quarto dos bilhões de receitas da Oracle em 2003, de acordo com um livro de 2004, The Naked Crowd: Reclaiming Security and Freedom in an Anxious Age (A Multidão Nua: Recuperando segurança e liberdade na era da ansiedade, em tradução livre) de Jeffrey Rosen.

Ellison tem defendido repetidamente as táticas da comunidade de inteligência sempre que surgiram controvérsias, dizendo à CBS News em 2013 que o programa de espionagem doméstica da NSA é “essencial“.

Há uma janela constante entre a Oracle e a CIA. Leon Panetta, que atuou como diretor da CIA de 2009 a 2011 e Secretário de Defesa de 2011 a 2013, juntou-se ao conselho da Oracle em 2015. E o site da Oracle tem depoimentos de pessoas que se mudaram com sucesso do mundo da coleta de informações secretas para a Oracle, como Andrew C., que não tem seu sobrenome revelado, presumivelmente como um sinal de que você pode se manter discreto no setor privado, assim como era na CIA.

David Carney, ex-funcionário da alto escalão da CIA que passou 32 anos na agência, passou a trabalhar para a Oracle e foi bastante contundente ao falar com Jeffrey Rosen sobre o ambiente de negócios.

“De certa forma, o 11 de setembro tornou os negócios um pouco mais fáceis. Antes do 11 de setembro, você praticamente tinha que divulgar a ameaça e o problema”, diz Carney no livro, explicando que depois do 11 de setembro, todos estavam “clamando” por seus negócios.

Ainda há muito que não sabemos sobre o relacionamento da Oracle com a comunidade de inteligência após os anos 1970. Documentos da CIA que foram desclassificados em 2004 e só publicados online em 2016 ajudam a dar um pouco do histórico dos planos da Oracle da CIA antes que Ellison desse esse nome à sua empresa.

Mas provavelmente passarão décadas até que compreendamos o verdadeiro escopo do papel da Oracle na construção de ferramentas para o governo nos anos 1980 e 1990, sem contar o ambiente pós 11 de setembro.

Por enquanto, só temos que acreditar na palavra de Ellison para saber quanta informação a Oracle está ajudando a armazenar e especular sobre o que aconteceu ou não aconteceu após as reuniões de Ellison com os líderes do governo dos Estados Unidos.

“O banco de dados Oracle é usado para acompanhar basicamente tudo”, disse Ellison a Rosen no início dos anos 2000 para o livro The Naked Crowd. “As informações sobre seus bancos, seu saldo de cheques, seu saldo de poupança, são armazenadas em um banco de dados Oracle. Sua reserva de companhia aérea é armazenada em um banco de dados Oracle. Os livros que você comprou na Amazon são armazenados em um banco de dados Oracle. Seu perfil no Yahoo! é armazenado em um banco de dados Oracle.”

O ex-terceirizado da NSA, Edward Snowden, ajudaria a expor muitas das táticas de espionagem da América em 2013, mas dada a decisão do jornalista Glenn Greenwald de fechar o arquivo dos documentos de Snowden em 2019, talvez nunca tenhamos a história completa.

Ninguém sabe ao certo se a Oracle vai acabar comprando o TikTok, mas o relógio está correndo. A administração Trump deu ao TikTok 90 dias para ser vendido, o que significa que o app tem que mudar de mãos antes de novembro.

De acordo com o Financial Times, a Oracle também está falando com vários investidores sediados nos Estados Unidos, como a General Atlantic e a Sequoia Capital, empresas que já possuem partes do aplicativo.

Coincidentemente ou não, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos estão todos na chamada aliança de espionagem Five Eyes, sugerindo que se a Oracle comprar o TikTok, os usuários poderão trocar potenciais preocupações de privacidade colocadas pelo governo chinês por preocupações de privacidade colocadas pelo governo dos EUA e seus aliados.

Todas essas preocupações são provavelmente menores em comparação com o que as empresas de dados privados já estão vendendo para agências governamentais em todo o mundo.

Mas não é como se qualquer um dos concorrentes potenciais tivesse mãos limpas quando se trata de vigilância patrocinada pelo governo. Nem vamos falar da Microsoft. O navio de privacidade já zarpou, e praticamente todas as empresas do Vale do Silício ganharam dinheiro empurrando-o para o mar.

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Disney+ chegará na América Latina em 17 de novembro

Posted: 18 Aug 2020 07:59 AM PDT

Logo do Disney Plus

sabíamos que o serviço de streaming Disney+ chegaria ao Brasil em novembro, mas temos uma data mais específica: 17 de novembro. A confirmação começou com uma publicação no Twitter do perfil oficial da Disney+ para América Latina.

O post fazia parecer que o anúncio foi acidental, mas teve toda a pinta de ação proposital. O tuíte diz, em espanhol: “[Não publicar] Postar anunciado o lançamento do Disney+ na América Latina em 17 de novembro. Nota: usar hashtag #DisneyPlus”, mas não foi apagado imediatamente.

Pouco depois o perfil brasileiro do Disney+ brincou que a “data tinha vazado”. Em um comunicado enviado ao Gizmodo Brasil, a assessoria do streaming confirmou a data de estreia do produto.

A chegada do Disney+ à América Latina e ao Caribe cumpre o cronograma prometido no anúncio de lançamento em abril de 2019 — na ocasião, foi dito que o serviço chegaria por essas bandas no fim de 2020.

Além de todo o catálogo da Disney — e também de Pixar, Marvel, Lucasfilm e National Geographic –, o serviço também contará com lançamentos globais simultâneos. Isso quer dizer que você não vai mais precisar esperar ou recorrer a métodos obscuros para ver aquele filme ou série que já estreou no serviço nos EUA ou na Europa.

Ainda não há informações oficiais sobre preços locais. Nos EUA, a assinatura do Disney+ sai por US$ 7 por mês, algo em torno de R$ 37,50 na cotação de hoje.

No entanto, dá para esperar um valor menor que isso: nos EUA, o Disney+ é mais barato que o Netflix, que custa a partir de US$ 9 por mês lá e a partir de R$ 21,90 por mês aqui.

O site Disney Plus Brasil, em agosto, relatou que usuários brasileiros que moram nos EUA mas têm contas brasileiras na Play Store do Google conseguiam ver o preço em reais no app: R$ 28,99 por mês ou R$ 289,99 por ano.

É possível que a empresa repita a estratégia no Brasil. Foi o que fez, por exemplo, o Apple TV+, que custa R$ 9,90 por mês aqui, um valor bem menor que os US$ 5 por mês cobrados nos EUA.

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Um pequeno buraco negro está causando uma pulsação a uma distância de 100 anos-luz

Posted: 18 Aug 2020 07:28 AM PDT

Concepção artística do microquasar SS 433, ao fundo, e a nuvem de gás Fermi J1913+0515, visto no primeiro plano à esquerda. Os dois objetos estão em sincronia, apesar de estarem a uma distância de 100 anos-luz. Imagem por DESY e Science Communication Lab

Há um pedaço de espaço nublado dentro de nossa galáxia que inesperadamente produz radiação gama em intervalos marcados, como um relógio. Cientistas agora ligaram esses pulsos periódicos a um "microquasar" (uma versão reduzida de um objeto quase estelar) — provavelmente, um buraco negro — localizado a impressionantes 100 anos-luz de distância, no que é uma observação extraordinária.

Uma nova pesquisa publicada nesta segunda-feira (17) na Nature Astronomy descreve uma relação incomum de longa distância envolvendo uma nuvem de gás radioativa, chamada Fermi J1913 + 0515, e um microquasar, chamado SS 433, ambos os quais residem dentro da Via Láctea.

Dados coletados nos últimos 10 anos sugerem que os objetos estão intrinsicamente conectados e trabalhando em sincronia, apesar da enorme distância que separa eles. Os autores do novo artigo, liderados por Jian Li do Deutsches Elektronen-Synchrotron e Diego Torres, do Instituto de Ciências Espaciais, não têm certeza do que está acontecendo ou como o microquasar está causando o “batimento cardíaco” de raios gama da nuvem de gás, que pulsa uma vez a cada 162 dias.

Localizado a 15 mil anos-luz da Terra, o microquasar SS 433 é um dos lugares mais fascinantes da galáxia. É um sistema binário que consiste em um objeto compacto, provavelmente um buraco negro, mas possivelmente uma estrela de nêutrons, e uma estrela com excesso de peso.

O presumível buraco negro pesa entre 10 e 20 massas solares (em que 1 massa solar é igual ao tamanho do nosso Sol), enquanto a estrela tem uma massa de 30 massa solares. Presos juntos, os objetos giram em torno uns dos outros uma vez a cada 13 dias. SS 433 é uma versão diminuta de um quasar normal, um tipo de objeto cósmico que engloba buracos negros muito mais pesados com milhões de massas solares.

Concepção artística do microquasar SS 433, com um buraco negro, disco de acreção e jatos à esquerda, e sua estrela, que esta se livrando de seu material, à direita. Imagem por DESY e Science Communication LabConcepção artística do microquasar SS 433, com um buraco negro, disco de acreção e jatos à esquerda, e sua estrela, que esta se livrando de seu material, à direita. Imagem por DESY e Science Communication Lab

Essa união celestial gera uma série de efêmeras detectáveis na forma de raios gama, raios X, ondas de rádio e gás hidrogênio. A grande estrela está derramando muito de seu material no buraco negro, resultando em um intenso acúmulo de gases.

"Esse material se acumula em um disco de acreção antes de cair no buraco negro, como a água do redemoinho acima do ralo de uma banheira", explicou Li em um comunicado à imprensa. "No entanto, uma parte dessa matéria não cai pelo ralo, mas dispara em alta velocidade em dois jatos estreitos em direções opostas acima e abaixo do disco de acreção giratório".

Estes jatos geram raios X e raios gama devido às forças combinadas de partículas de alta velocidade e campos magnéticos ultra-fortes residentes no sistema binário. Dito isso, o disco de acreção ao redor do buraco negro não está perfeitamente plano ao longo do plano orbital dos dois objetos.

"Ele processa, ou balança, como um pião que foi colocado inclinado sobre uma mesa", disse Torres no lançamento do DESY. "Como consequência, os dois jatos espiralam no espaço circundante, em vez de apenas formarem uma linha reta".

Os dois jatos estreitos têm um formato semelhante a um saca-rolhas devido à precessão, ou oscilação, do disco de acreção do buraco negro. Imagem por DESY e Science Communication LabOs dois jatos estreitos têm um formato semelhante a um saca-rolhas devido à precessão, ou oscilação, do disco de acreção do buraco negro. Imagem por DESY e Science Communication Lab

Esta precessão oscila com um período de 165,25 dias. E, como mostra a nova pesquisa, Fermi J1913 + 0515 emite um sinal de raios gama em perfeita sincronia com o microquasar, embora esteja a 100 anos-luz de distância. Afora isso, não há nada de especial neste pedaço de espaço nublado, mas os dados, coletados usando o telescópio espacial de raios gama Fermi da NASA, sugerem que a pulsação de raios gama está sendo alimentada pelo microquasar SS 433.

Para tornar as coisas ainda mais estranhas, os jatos do microquasar, mesmo com a precessão, não cruzam o caminho do Fermi J193 + 0515, como Li explicou em um e-mail.

"É a primeira vez que vemos este resultado de observação, e isto é inesperado considerando os modelos teóricos publicados anteriormente", afirmou.

Li e seus colegas não têm certeza de como o microquasar está alimentando a nuvem de gás remota, mas eles acham que os prótons da saída equatorial do SS 433 estão interagindo com a nuvem, levando à emissão de raios gama e à periodicidade observada de batimentos cardíacos.

"Para manter a coerência do batimento cardíaco, um tubo magnético pode conectar a nuvem de gás e SS 433", disse Li em um e-mail.

Mais observações dos objetos e uma nova explicação teórica para explicar este achado inesperado e o hipotético "tubo magnético" ajudariam a levar este trabalhado adiante. Uma coisa é certa, porém: este pedaço de espaço, localizado na constelação de Aquila, está agora entre os pontos mais fascinantes da Via Láctea.

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As melhores ofertas que encontramos na Terça Tech da Amazon

Posted: 18 Aug 2020 07:23 AM PDT

A Terça Tech da Amazon está de volta! Nesta edição, tem ofertas de vários notebooks, caixas de som, fones de ouvido e acessórios. Confira abaixo nossa seleção!

Além disso, nos itens vendidos pela Amazon, você pode contar com a entrega do Amazon Prime — veja aqui tudo sobre o programa.

Computadores e notebooks

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Áudio

Acessórios

Preços consultados originalmente na manhã de 18 de agosto de 2020 — pode haver alterações. Comprando pelos links acima, você não paga nada a mais, e o Gizmodo Brasil ganha uma comissão.

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Apple expande política de reparo independente para Macs

Posted: 18 Aug 2020 06:04 AM PDT

Logo da Apple

A Apple está expandindo o suporte de seu programa de assistências técnicas independentes para incluir seus computadores Mac. Isso significa mais opções para os consumidores, mas é importante lembrar que o suporte técnico independente da Apple ainda está muito dependente das condições da companhia.

A Reuters divulgou a chegada da novidade, que expande o programa existente da Apple de assistências técnicas independentes autorizadas, lançado no ano passado e que anteriormente só oferecia reparos para iPhones.

Por meio desse programa, a Apple se comprometeu a fornecer ferramentas OEM (originais), peças, diagnósticos e treinamento para assistências terceirizadas aprovadas pela Apple que realizam reparos para iPhone.

O suporte de reparos expandido significará mais opções para as pessoas que precisam consertar seus computadores, mas podem não ter acesso a uma loja da Apple ou a um dos Provedores de Serviços Autorizados da empresa.

Isso é ótimo, é claro – mas é apenas uma parte do quadro. Primeiro que os computadores e iPhones não são os únicos aparelhos de consumo que a Apple fabrica, e isso significa que ainda há um limite para o que a companhia permitirá que você pague a outra pessoa para consertar.

Além disso, os termos destas operações de reparo independentes mostram que a Apple ainda tem um enorme poder sobre as pequenas assistências.

Uma cópia do contrato obtido pela Vice e publicado em fevereiro indicou que essas oficinas independentes devem concordar com termos como inspeções sem aviso prévio, entrega de informações sobre seus clientes e possíveis multas por possuírem peças de reparo “proibidas”.

Mais reveladores do que os acordos asfixiantes da Apple, vinculados à embargos com pequenas lojas de reparo, no entanto, são os documentos internos que surgiram recentemente e indicam que até mesmo a empresa sabe que suas iniciativas de reparo voltadas para o público são um amontoado de disparates.

Os próprios funcionários da Apple reconheceram em trocas de mensagens que os esforços de reparos da empresa voltados para o público não são totalmente compatíveis com seus esforços de lobby para interromper o movimento de direito a reparos nos EUA.

O fato de esta ser uma questão sendo ativamente discutida entre os funcionários da Apple deixa a companhia com uma imagem ruim, particularmente porque ela continua a argumentar que sua posição nesse setor depende principalmente de preocupações com “segurança”.

Resumindo, o fato de a Apple estender o suporte a mais produtos e dar aos consumidores mais opções é ótimo. Mas, pelo menos por enquanto, vamos conter os aplausos. A Apple ainda tem um longo caminho a percorrer.

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Cientistas encontraram uma cama de 200 mil anos atrás feita de grama e cinzas

Posted: 18 Aug 2020 05:24 AM PDT

Grama fossilizada com mais de 200 mil anos. Crédito: L. Wadley

Arqueólogos da África do Sul descobriram leitos rudimentares que os primeiros humanos fizeram colocando maços de grama sobre uma camada de cinzas. Parece básico, mas essas camas da Idade da Pedra eram mais sofisticadas do que parecem à primeira vista.

"Nós relatamos a descoberta de camas de grama usadas para criar áreas confortáveis para dormir e trabalhar por pessoas que viviam na Border Cave há pelo menos 200 mil anos", declararam os autores em estudo publicado na Science na semana passada.

Border Cave, um abrigo rochoso localizado nas montanhas Lebombo perto da fronteira da África do Sul com Essuatíni (antiga Suazilândia), foi ocupada intermitentemente por humanos de aproximadamente 227 mil anos atrás e 1.000 anos atrás. A cama de grama encontrada no local é a mais antiga no registro arqueológico — o recorde anterior era uma cama de grama de 77 mil anos em Sibudu, na África do Sul.

Entendendo o estudo

Ossos massacrados, ferramentas de pedra e pinturas em cavernas obviamente fornecem um vislumbre da existência paleolítica, mas há muito sobre os povos da Idade da Pedra que não sabemos, incluindo alguns dos aspectos mais mundanos da vida diária. Sem as evidências necessárias, no entanto, os arqueólogos não podem tirar conclusões precipitadas. O material vegetal não se preserva bem ao longo de vastas escalas de tempo, destacando a importância das novas evidências encontradas na Border Cave.

Border Cave fica nas montanhas Lebombo, na África do Sul. Crédito: A. KrugerBorder Cave fica nas montanhas Lebombo, na África do Sul. Crédito: A. Kruger

Este abrigo rochoso é bastante amplo, com porções interiores bem protegidas das intempéries, permitindo uma excelente preservação dos materiais orgânicos escondidos no interior.

Escavações na Broder Cave de 2015 a 2019 revelaram vestígios de "grama fossilizada efêmera", nas palavras de Lyn Wadley, autora principal do novo estudo de arqueologia da Universidade de Withwatersrand na África do Sul.

Escavações na Border Cave, na África do Sul. Crédito: D. StratfordEscavações na Border Cave, na África do Sul. Crédito: D. Stratford

Cama bem fofinha

"A camada de grama teria sido bastante espessa — provavelmente com uma espessura de pelo menos 30 centímetros — e colocada sobre uma base de cinza limpa e macia, então seria tão confortável quanto qualquer cama de acampamento ou palheiro", explicou Wadley em um e-mail.

Era em cima dessa cama de grama que os humanos do Paleolítico dormiam, moldavam ferramentas de pedra e, possivelmente, até argila colorida, que eles podem ter usado para pintar objetos e até eles próprios. Embora não tenhamos certeza, estas camas de grama provavelmente também eram usadas para, digamos, fins mais recreativos.

Durante as escavações, a equipe de Wadley descobriu uma camada fina e estranha embutida no chão da caverna. Suspeitando de algo importante, os arqueólogos cortaram pequenos pedaços, envolveram-nos em uma cobertura protetora de gesso e os enviaram a um laboratório para análises posteriores. Lá, os pesquisadores investigaram as amostras com microscópio eletrônico de varredura e espectômetro, além de fazer uma análise de fitólitos, na qual são extraídos materiais vegetais de amostras de solo e sedimentos.

Este trabalho produziu evidências de células de folhas bilobadas, espinhos, estômatos e outras estruturas de grama. O material vegetal foi identificado como pertencente à família Panicoideae, que inclui um capim conhecido como Panicum maximum. Incrivelmente, essa grama "cresce profusamente perto da caverna hoje", disse Wadley.

 99/5000 Imagem do microscópio eletrônico de varredura de uma amostra de caverna, mostrando espinhos e estômatos. Imagem: L. WadleyImagem do microscópio eletrônico de varredura de uma amostra de caverna, mostrando espinhos e estômatos. Imagem: L. Wadley

Como os autores hipotetizam no estudo, as pessoas que viveram na Border Cave usavam maços desta grama para produzir uma forragem. Curiosamente, a grama foi colocada sobre camadas de cinzas. Isso provavelmente proporcionou maior conforto e uma superfície isolante limpa, mas, como os autores apontam no estudo, as cinzas também ofereciam certa proteção:

Especulamos que a instalação da cama, assim como o fato de ter cinzas previamente queimadas, foi deliberada, porque várias etnografias relatam que a cinza repele insetos rastejantes, que não podem ser mover facilmente através do pó fino porque bloqueia sua respiração e seu mecanismo de morder e eventualmente os deixa desidratados.

O fato de os primeiros humanos queimarem regularmente suas camas de grama despertou nossa curiosidade, então pedimos a Wadley que explicasse esse comportamento aparentemente contraintuitivo.

"Queimar forragem de grama livra o acampamento de pragas, de ratos a pulgas, e limpa áreas fuliginosas [obsoletas]", explicou ela. "A grama fresca seria então trazida para criar camas novas e limpas, e então seria possível ocupar o local por mais tempo, caso contrário, ela teria que ser abandonada".

Felizmente, esta cama de 200 mil anos em particular não foi queimada, o que sugere que o local foi abandonado e a cama não foi reabastecida após aquela ocupação específica, explicou ela. Camadas queimadas encontradas abaixo desta cama indicam que a prática começou muito cedo. Quanto às cinzas, as evidências coletadas na Border Cave sugerem que foram provenientes de camas em chamas e fogueiras.

Curiosamente, os pesquisadores também encontraram vestígios de flocos de pedra e fabricação de lâminas nas camas, bem como partículas de argila moídas. Assim, verifica-se que essas camas de grama, além de proporcionarem um local confortável para dormir, também eram um local para a realização de tarefas diárias. É possível, claro, que a argila não tenha sido processada nessas camas e que os pigmentos vermelho e laranja tenham caído de sua pele enquanto esses humanos descansavam. De qualquer forma, ainda é uma observação muito interessante.

Quando questionada se estes maços de grama poderiam ter sido usados para algo diferente que não fosse uma cama, como isca em fogueiras, por exemplo, Wadley disse que a grama foi arrumada de maneira deliberada, muitas vezes ao longo de vários metros, o que sugere um desejo de criar superfícies limpas para dormir e trabalhar. Também perguntamos se esse maços de grama poderiam ter se acumulado naturalmente, sem intervenção humana.

"Os pássaros fazem ninhos e alguns animais dormem na grama, então essa é uma boa pergunta", disse Wadley. "As camadas de cama ficam na parte de trás da caverna, protegida do vento e potencialmente protegidas de predadores quando fogos são feitos na frente deles. A caverna está completamente seca e nada cresce nela, então a grama na parte de trás da caverna foi trazida para lá; não poderia crescer no interior da caverna".

Além do mais, a caverna está à beira de um penhasco, tornando improvável que a grama crescesse dentro da caverna, disse ela.

"A grama ocorre em camadas e nas camadas estão ferramentas de pedra, ossos de alimentos, madeira, ou seja, coisas que as pessoas teriam usado em superfícies limpas que funcionariam bem como áreas de dormir", disse Wadley. "Ao lado das camas estão pequenas lareiras que seriam para uso doméstico e para manter os predadores afastados. Este tipo de arranjo é uma espécie de acampamento típico de caçadores-coletores".

Como Wadley explicou, essa descoberta aparentemente simples de cama de grama de 200 mil anos tem algumas implicações antropológicas muito significativas. Mostra que os primeiros humanos que viveram nessa época — cerca de 100 mil anos após a estreia do Homo Sapiens — já estavam usando seus cérebros para resolver problemas e inovar, o que é uma marca registrada de nossa espécie. Estes humanos também tiveram a capacidade de criar e utilizar o fogo e de encontrar utilidades para os seus subprodutos, como as cinzas e o fumo medicinal.

"Com o uso de cinzas e plantas medicinais para repelir insetos, percebemos que eles tinham algum conhecimento farmacológico", acrescentou. "Além disso, eles poderiam estender sua estadia nos acampamentos preferidos, planejando com antecedência e limpando-os formando camas. Eles, portanto, tinham algum conhecimento básico de cuidados de saúde por meio da prática de higiene".

Claramente, livrar-se de pragas problemáticas era um passatempo regular para esses humanos do Paleolítico. Não só isso, parece que eles ficaram muito bons nisso, encontrando maneiras inovadoras de manter suas casas livres de insetos rastejantes. Como mostra esta pesquisa, desejar e manter uma cama confortável e bem cuidada é uma atividade temporal.

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Qual é o produto químico mais tóxico?

Posted: 18 Aug 2020 04:15 AM PDT

Ilustração de um bola com um desenho de uma caveira, representando um elemento químico perigoso. Ilustração por Angelica Alzona/Gizmodo

As pessoas dizem que os Estados Unidos não produzem mais nada. Mas e os produtos químicos tóxicos? O país produz tanto que até joga metade deles nos rios, de graça!

O problema é que pode ser difícil identificar quais desses produtos químicos são extremamente tóxicos e quais são apenas um pouco tóxicos. Se um ou outro aparecer em um exame médico, você deve surtar ou ficar agradecido por não ter sido algo pior? Para o Giz Pergunta desta semana, contatamos vários especialistas para descobrir qual é o produto químico mais tóxico.

Peter LaPuma

Professor Associado de Saúde Ambiental e Ocupacional, Universidade George Washington

Você pode encontrar um bom consenso sobre esta questão, mas alguns podem discordar. Quase todas as aulas de toxicologia que eu tive diriam que o produto químico mais tóxico é a toxina botulínica.

A toxicidade pode ser medida de várias maneiras, mas uma maneira popular é o quanto é necessário para matar 50% dos indivíduos. Chamamos isso de DL50 ou dose letal para 50% dos indivíduos. E a toxina botulínica produzida por bactérias anaeróbicas tem um DL50 muito baixo. Pode ser encontrada em alimentos estragados que foram selados, por exemplo os enlatados.

Ironicamente, também é o material que alguns pagam para injetar em seus rostos para reduzir rugas e nos fazer parecer mais jovens, conhecido como botox. O botox é uma forma muito diluída da toxina botulínica que relaxa os músculos lisos ao redor dos olhos e da testa para reduzir as rugas.

Philippe Grandjean

Professor Adjunto de Saúde Ambiental da Harvard University

A toxicidade é tradicionalmente vista como um resultado das propriedades da substância juntamente com a dose, além da sua duração. Quando começamos a identificar muitos agentes tóxicos graves, como chumbo, mercúrio, dioxina e amianto, tornou-se óbvio o que precisa ser feito para proteger as pessoas contra eles. Na prática, o chumbo e outros venenos tornaram-se menos tóxicos, não porque desaparecem, mas porque pelo menos sabemos o que fazer a respeito deles.

Mas há outro fator que precisa ser enfatizado. Alguns produtos químicos industriais se mostraram muito mais tóxicos do que pensávamos, em parte porque os relatórios de toxicidade foram ocultados pelos produtores.

Consequentemente, pouca atenção foi dada aos possíveis riscos à saúde desses produtos químicos "secretos". Atualmente, estamos começando a entender que os produtos químicos perfluorados, como o PFOA usado para utensílios de cozinha antiaderentes, são altamente persistentes no ambiente e também muito mais tóxicos para os seres humanos do que se dizia no passado.

Da mesma forma, certos pesticidas, como os clorpirifós, considerados seguros por décadas, agora acabam se revelando altamente tóxicos. Então, na minha opinião, os mais preocupantes são os produtos químicos secretamente tóxicos, como PFOA e clorpirifós, aos quais estamos expostos involuntariamente.

“Alguns produtos químicos industriais se mostraram muito mais tóxicos do que pensávamos, em parte porque os relatórios de toxicidade foram escondidos pelos produtores”.

Diana Ceballos

Professora Assistente de Saúde Ambiental da Universidade de Boston

Para mim, o chumbo é o produto químico mais tóxico.

Aprendi pela toxicologia que os produtos químicos mais tóxicos são aqueles que o deixariam doente ou o matariam mais rapidamente em doses menores. No entanto, ao pensar amplamente no sentido da saúde pública através da história, acho que de longe o chumbo é o produto químico mais tóxico para os seres humanos.

O chumbo pode não matá-lo em pequenas doses, como alguns venenos mais potentes; no entanto, o chumbo é um assassino silencioso, pois não existe um nível seguro de chumbo para os nossos corpos. O chumbo foi identificado como venenoso desde as culturas antigas e foi ainda mais reafirmado como tóxico durante a Era Industrial. O chumbo, no entanto, permanece na nossa vida cotidiana ainda hoje, porque foi usado por décadas em gasolina, tinta e canos de água, contaminando, portanto, nosso solo e nossa infraestrutura de água. Também é encontrado em muitos itens do cotidiano, como eletrônicos, jóias, brinquedos e cosméticos.

As crianças envenenadas por chumbo geralmente apresentam problemas de desenvolvimento, comportamentais e muitos outros problemas de saúde. O chumbo está associado a maior criminalidade e resultados adversos à saúde mental, assim como a um declínio na função cognitiva e na inteligência.

Conforme envelhecemos, o chumbo pode continuar afetando nossa saúde cardiovascular e neurológica e até causar câncer. Por fim, o chumbo contribui para as disparidades atuais em saúde pública, pois é frequentemente encontrado em moradias precárias assim afetando as pessoas mais necessitadas. De maneira desproporcional, também aqueles que têm os empregos mais perigosos assim como as suas famílias correm um risco maior de sofrer as consequências da grande variedade de problemas de saúde.

“O chumbo contribui para as disparidades de saúde pública de hoje, pois é frequentemente encontrado em moradias precárias assim afetando as pessoas mais necessitadas”.

Rita Loch Caruso

Professora de Ciências da Saúde Ambiental da Universidade de Michigan

A toxina botulínica é considerada a substância química mais tóxica, com base no fato de que uma quantidade muito pequena dela – na ordem de nanogramas – mata um ser humano. É um produto químico natural, produzido por uma bactéria (Clostridium botulinum), que geralmente se desenvolve quando certos vegetais não são enlatados adequadamente.

Você pode conhecê-la pelo seu nome farmacêutico, Botox – quando é usada para tratar certas condições de saúde, como dores de cabeça crônicas de enxaqueca e para suavizar rugas no rosto. O produto químico inibe um dos transmissores químicos que vai do nervo ao músculo para fazer com que o músculo se contraia. Os músculos ficam relaxados e não se contraem. Se você tiver uma quantidade suficiente dessa neurotoxina nos pulmões, por exemplo, o corpo deixará de ser capaz de respirar.

A ricina é um segundo próximo. É outra toxina natural, derivada da planta da mamona. A ricina tem como alvo uma estrutura na célula chamada ribossomo. Ele se liga ao exterior dessa estrutura celular, e depois é absorvida a envenenado por dentro. Uma única molécula de ricina pode desativar milhares de ribossomos em um minuto – ela desliga a síntese protéica muito rapidamente e, então, as células morrem. Famosamente, foi usado no caso Guarda-chuva Assassino de 1978, no qual o dissidente búlgaro Georgi Markov foi inoculado por um guarda-chuva com veneno na ponta contendo ricina enquanto aguardava o ônibus. Ele sentiu uma dor aguda e, posteriormente, morreu de envenenamento.

“A toxina botulínica é considerada a substância química mais tóxica, com base no fato de que uma quantidade muito pequena dela – na ordem de de nanogramas – mata um ser humano”.

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