Gizmodo Brasil |
- Espécie de ebola considerada inofensiva para humanos pode adoecer porcos
- NASA conclui mais um teste de seu foguete mais poderoso que ajudará em missão na Lua
- O coronavírus chegou até na Antártica
- Quem são os estudantes brasileiros que enviaram projetos para a Estação Espacial Internacional
- [Review] LG Velvet: bonito, competente e sem firulas
- As cadeiras gamer explodiram na pandemia; mas elas valem a pena?
Espécie de ebola considerada inofensiva para humanos pode adoecer porcos Posted: 23 Dec 2020 12:07 PM PST Cientistas do governo dos EUA demonstraram em laboratório, pela primeira vez, que porcos podem ficar gravemente doentes por causa de uma espécie do vírus Ebola, chamada Reston Ebolavirus (RESTV). O vírus é conhecido por ser o único da linhagem do Ebola a não infectar as pessoas até agora. Contudo, a descoberta sugere que ela ainda pode representar uma grave ameaça para o gado, e as chances de algum dia prejudicar os humanos também não estão descartadas. O Reston foi popularizado no livro de não-ficção Zona Quente: Uma História Terrível e Real (The Hot Zone, no inglês), escrito por Richard Preston e publicado em 1994. Nele, o autor relata os eventos do primeiro surto conhecido pela espécie Reston, do gênero ebolavírus, em 1989, quando macacos sendo usados para pesquisas com animais em um laboratório em Reston, Virgínia, começaram a morrer em massa. Vários manipuladores de animais e trabalhadores de laboratório eventualmente testaram positivo para anticorpos contra o vírus, mas para o alívio de todos, nenhum desenvolveu sintomas da febre hemorrágica frequentemente fatal que acompanha outros vírus Ebola. Na época, Reston era considerado uma cepa de outro vírus Ebola, mas agora é categorizado como uma espécie própria de Ebola, junta de outras cinco. Ao longo dos anos, pesquisas e outros surtos mostraram de forma conclusiva que o Reston pode adoecer primatas, mas não humanos. Em 2008, surgiram evidências de que ele pode ter sido o culpado por surtos de doenças respiratórias em várias fazendas de suínos nas Filipinas. Acredita-se que pelo menos seis trabalhadores rurais tenham sido infectados pelos porcos, mas que essas infecções não levaram a nenhuma doença humana. Mesmo assim, o incidente foi alarmante para os epidemiologistas. Desde 2008, houve apenas pesquisas limitadas sobre a conexão entre o vírus Reston e os porcos. Este novo estudo, publicado na última segunda-feira (21) no Proceedings of the National Academy of Sciences, é fruto do trabalho de cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Os resultados sugerem que o ebolavírus Reston pode infectar e causar danos graves aos porcos. Eles transmitiram o vírus a leitões domésticos jovens com idades entre três e sete semanas, expondo-os pela boca e nariz. Os porcos desenvolveram doenças respiratórias graves, com a maioria deles tendo de ser sacrificada uma semana depois. Além disso, os porcos eliminaram prontamente o vírus em seu trato respiratório, indicando que eles poderiam transmitir o vírus a outras pessoas durante esse tempo. "Concluímos que o RESTV deve ser considerado um patógeno do gado com transmissão zoonótica com impacto na saúde animal e talvez até na saúde humana", escreveram os autores. Neste momento, o risco de infecção humana é inteiramente teórico, mas não é impossível. Vírus como a gripe já passam regularmente entre os animais, como pássaros para porcos, e depois para pessoas. Às vezes, essa jornada pode resultar em uma nova cepa de gripe potente que é facilmente transmissível e causadora de doenças em humanos. Outros vírus, incluindo o novo coronavírus causador da COVID-19, costumam se originar em animais antes de sofrerem uma mutação que pode infectar pessoas. Se os porcos se tornassem um hospedeiro comum do vírus Reston, é muito possível que as cepas possam um dia passar pela mesma mutação e começar a contaminar seres humanos. Não há necessidade de entrar em pânico agora. Mas se a pandemia de COVID-19 deve nos ensinar alguma coisa, é que temos que identificar essas ameaças virais muito antes que se espalhem para as pessoas, se quisermos uma chance de detê-las. "O surgimento de RESTV em porcos é um alerta, pois a transmissão para humanos por meio do contato direto com porcos ou da cadeia alimentar é uma possibilidade", concluíram os autores. The post Espécie de ebola considerada inofensiva para humanos pode adoecer porcos appeared first on Gizmodo Brasil. |
NASA conclui mais um teste de seu foguete mais poderoso que ajudará em missão na Lua Posted: 23 Dec 2020 10:00 AM PST Engenheiros da NASA e da Boeing revelaram nesta terça-feira (22) novas informações sobre o projeto que lançará ao espaço o foguete mais poderoso e avançado já construído pela agência. Uma das novidades é a adição de propelentes criogênicos ao estágio central do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) – um movimento que fez parte da sétima e penúltima fase de testes envolvendo o futuro foguete que ajudará na missão Artemis. Neste momento, a NASA vem fazendo testes centrais do chamado "Green Run", que é quando os quatro motores do foguete são acionados ao mesmo tempo. O experimento mais recente, conduzido no último domingo (20) no Stennis Space Center da NASA no Mississippi, foi apelidado de “ensaio geral molhado”, no qual foram colocados mais de 700.000 galões de propelentes criogênicos nos tanques do foguete. O propelente foi então controlado e drenado, "retornando a uma condição segura", segundo um comunicado oficial da agência. Com o sétimo teste Green Run concluído, a NASA agora vai se dedicar ao oitavo e último teste, no qual todos os quatro motores RS-25 serão acionados por mais de oito minutos. O experimento vai preparar o terreno para a era Artemis, que tem como objetivo transportar uma nova leva de astronautas até a Lua. A NASA espera lançar o SLS, sem tripulação, em novembro de 2021. Imagem: NASA O foguete tem 64 metros de altura. Seu estágio central composto por quatro motores é um componente integral do programa Artemis, e o sucesso dos testes é de extrema importância, pois sem ele os planos de enviar astronautas à superfície lunar em 2024 podem ser interrompidos e atrasar. O propelente do SLS consiste em hidrogênio líquido e oxigênio líquido. Juntos, eles atuam como combustível e também como o agente oxidante necessário para fazer o líquido queimar. Os produtos químicos são resfriados a temperaturas ultrabaixas para manter o propelente em uma forma líquida compacta. Seis barcaças entregaram o propelente necessário para o teste, o que só foi possível graças a uma rede de hidrovias da região. O abastecimento foi feito enquanto a seção do núcleo do foguete SLS era estabilizada pela bancada de testes B-2 da instalação. Os engenheiros da NASA e da Boeing monitoraram cuidadosamente todos os sistemas de estágio principal durante o teste. Uma análise preliminar dos dados sugere que o "estágio teve um bom desempenho durante o processo de carregamento e reabastecimento do propelente", de acordo com a NASA. Mas o teste não foi perfeito. O plano era simular uma contagem regressiva real com propelente no núcleo, mas o teste terminou abruptamente quando o relógio atingiu T-33 segundos, por razões que ainda não são conhecidas. O "estágio principal e a bancada de teste B-2 estão em excelentes condições e não parece ser um problema com o hardware", explicou a NASA, acrescentando que "a equipe está avaliando os dados para identificar a causa exata do desligamento precoce". A NASA agora avançará com o oitavo teste Green Run, que deve ser muito mais emocionante do que o carregamento de propelentes. Na verdade, estamos ansiosos para ver esse monstro ficar todo inflamado, mesmo que tenha que permanecer no chão. Pelo menos por enquanto. The post NASA conclui mais um teste de seu foguete mais poderoso que ajudará em missão na Lua appeared first on Gizmodo Brasil. |
O coronavírus chegou até na Antártica Posted: 23 Dec 2020 07:42 AM PST O vírus responsável pelo COVID-19, o SARS-CoV-2, já atingiu todos os sete continentes da Terra agora que a Antártica relatou seus primeiros casos. Trinta e seis pessoas que trabalham na base de pesquisa do General Bernardo O’Higgins Riquelme do Chile na Antártica testaram positivo para COVID-19, de acordo com vários veículos de comunicação em espanhol. A notícia derruba a publicação da Associated Press de setembro, no qual cientistas pesquisadores descreveram o continente congelado como “nossa pequena bolha segura”. A base O’Higgins, como é conhecida, está localizada perto da ponta mais ao norte da península Antártica (algumas imagens de drones muito legais da base podem ser vistas aqui). Mais de duas dúzias de membros do exército chileno foram infectados pelo vírus, junto com 10 funcionários terceirizados de manutenção, de acordo com a Newsweek. Por causa da “ação preventiva antecipada”, foi “possível dispensar a equipe, que, após ser submetida a um controle médico e a testes de PCR”, ou testes de reação em cadeia da polimerase (que é muito confiável), foram encontrados resultados positivos para COVID-19, de acordo com um comunicado do exército chileno. Conforme relata a Newsweek, todos os 36 indivíduos foram evacuados para Punta Arenas, no sul do Chile, onde passam bem e estão atualmente em quarentena. Uma nova tripulação está agora na base O’Higgins. A equipe substituta estava em quarentena e todos os membros testaram negativo para o vírus antes de chegar. Três tripulantes da marinha do Chile testaram positivo para COVID-19 na segunda-feira (21). Os tripulantes do navio, que fornecia apoio logístico para a base, tiveram todos resultados negativos no momento do embarque, segundo a Newsweek. Nenhum residente permanente vive na Antártica, mas centenas e às vezes milhares de cientistas e equipes de apoio trabalham lá a todo momento. Um surto maior no continente parece algo pequeno, dado o baixo número da população e a natureza isolada das estações de pesquisa da Antártica, mas seria sensato limitar a exposição. Em declarações à ABC da Austrália, Hanne Nielsen, da Universidade da Tasmânia, descreveu os impactos potenciais do vírus no continente. Ela disse que ele afetará "o planejamento e a logística da atividade humana no continente até a tomada de decisões de alto nível" nos países de origem. A Antártica fica longe de hospitais e outros serviços de saúde, o que aumenta ainda mais os riscos, disse Nielsen, acrescentando que o vírus pode afetar a vida selvagem local caso os humanos transmitam o vírus para outras espécies. O turismo é outro fator a ser considerado. Parece que esse serviço turístico da Antártica planeja retomar suas atividades para a temporada de 2021-22, o que é algo preocupante, mesmo com as vacinas circulando. A Antártica terá um apelo especial no dia 4 de dezembro de 2021 devido ao eclipse solar total, já que será o único lugar do planeta de onde esse espetáculo será visível. Esta não é a primeira vez que o COVID-19 afeta a pesquisa polar. Em março, o vírus interrompeu a expedição científica do MOSAiC, afetando seriamente a missão de um ano. The post O coronavírus chegou até na Antártica appeared first on Gizmodo Brasil. |
Quem são os estudantes brasileiros que enviaram projetos para a Estação Espacial Internacional Posted: 23 Dec 2020 06:00 AM PST "É difícil você conhecer alguém que um dia pensou seriamente em ir pro espaço depois que passou da infância. Você sonha em ser astronauta quando é pequeno, mas depois você percebe que não dá, que não é uma opção viável. Até que chega um projeto e diz: está aqui uma oportunidade para você levar um experimento para o espaço". É assim que o estudante Eduardo Vieira descreve como o projeto Garatéa-ISS despertou seu interesse em fazer ciência. Junto com Larissa Paes e Karine Ascoli, os três alunos do ensino médio foram os ganhadores da última edição da iniciativa que leva experimentos de alunos brasileiros à Estação Espacial Internacional (ISS). Após serem selecionados entre 89 projetos de 2.800 estudantes de todo o Brasil, o trio da cidade de Sorriso, no interior do Mato Grosso, comemora a conquista e aguarda o retorno do experimento à Terra para concluir sua pesquisa e registrar as descobertas em um artigo científico. No caso, eles enviaram um tubo com bactérias, água, carne lactose e antibióticos para entender como a microgravidade pode influenciar a degradação da lactose na flora intestinal humana. Ter problemas gastrointestinais no espaço pode ser algo muito sério. Mas, antes de tentarmos entender esse experimento inovador proposto pelos jovens, aqui vai uma breve explicação sobre o que é exatamente o Garatéa-ISS O que é o Garatéa-ISSFinanciado pelo Instituto TIM, o projeto Garatéa-ISS corresponde à iniciativa de cunho educacional que faz parte da Missão Garatéa, fundada pelo engenheiro Lucas Fonseca. O objetivo é promover a participação de alunos brasileiros no programa American Student Spaceflight Experiments Program (SSEP), que envia experimentos de alunos dos Estados Unidos e Canadá em foguetes da NASA para a ISS. Assim, o ciclo anual do Garatéa-ISS se inicia com as inscrições de escolas de todo o país. A partir de então, os educadores participam de treinamentos sobre conceitos, metodologias e regulamentos que ajudarão no desenvolvimento do projeto. Os professores se tornam, assim, os facilitadores da iniciativa nas escolas, sendo responsáveis por incentivar a participação dos alunos e guiá-los durante todo o processo. Em entrevista ao Gizmodo Brasil, Fonseca conta que a ideia é "trazer a ciência em idade precoce para essas crianças se sentirem cientistas, se empolgarem e quererem seguir uma carreira científica. Tentamos despertar o interesse nesses jovens através de um programa que tem uma narrativa fantástica de mandar alguma coisa para o espaço". Para ele, isso também mostra que a NASA não precisa ser responsável por todos os projetos que acontecem na ISS e que o Brasil pode, sim, fazer parte dessa nova economia espacial. Para se ter uma ideia, o custo de mandar um projeto para a ISS é de US$ 50 mil, sendo que 50% desse valor é subsidiado pelo programa de educação da NASA. "A ISS é muito custosa para os países contribuintes. Já existia desde 2015 a premissa de que a ISS deveria ser financiada majoritariamente pela iniciativa privada, mas a NASA nunca conseguiu tirar isso do papel", explica Fonseca. Por isso, investimentos como esse do projeto Garatéa, além de toda a importância para a ciência e educação, traz benefícios para a própria ISS. Fonseca conta que é muito interessante ver como as crianças pensam em coisas que adultos não pensam. Segundo ele, há muitas ideias lúdicas, mas isso não diminui a importância do projeto. De fato, os vencedores deste ano apresentaram uma ideia de extrema relevância para os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, e o Gizmodo Brasil conversou com eles para entender melhor do que se trata. O que é o projeto vencedorTudo começou quando a professora de física Michele Poleze apresentou o Garatéa-ISS para suas turmas, incentivando os alunos a participarem. Vieira conta que isso despertou o interesse do grupo imediatamente, mas eles ainda não faziam ideia de qual experimento gostariam de realizar. Para Larissa, o projeto fez com que eles passassem a ver o mundo com outros olhos, sempre questionando como as coisas funcionariam em microgravidade. Professora Michele Poleze (centro) com alunas. Crédito: Divulgação Foi assim que, durante uma aula de biologia, eles descobriram qual seria o tema do seu projeto. Na ocasião, a professora havia mencionado que o número de pessoas intolerantes a lactose estava aumentando e que não havia um consenso acadêmico sobre o porquê disso. O trio decidiu, então, testar como essa condição poderia se manifestar no espaço. Em relação à importância desse experimento, Larissa explica:
Para isso, eles enviaram um tubinho, chamado "minilab", para a ISS, enquanto outro ficou aqui na Terra. Dividido por presilhas, o tubo contém três compartimentos. O primeiro deles foi preenchido com água; o segundo, com as bactérias, o caldo de carne e a lactose; e o último, com antibiótico para matar as bactérias e interromper o projeto no espaço para que ele não seja alterado na viagem de volta ao nosso planeta. Para Vieira , essa foi a parte mais desafiadora. Foram necessários diversos testes para descobrir a proporção ideal de água para dissolver a lactose e o caldo de carne, os tipos ideais de bactérias a serem utilizados, se o caldo de carne, que serve de alimento às bactérias, era realmente necessário e qual tipo deveriam utilizar, entre outras questões a serem respondidas. Ele ainda conta que, por morarem em uma cidade do interior do Mato Grosso, foi difícil conseguirem acesso às bactérias que precisavam, sendo necessário mandarem manipulá-las em outra cidade. Todo esse trabalho, no entanto, valeu a pena. Essa é a segunda vez que o grupo participa do Garatéa-ISS com o mesmo projeto. Na primeira vez, em 2018, eles contam que o texto foi muito elogiado pela Universidade de São Paulo (USP), responsável por analisar todos os projetos brasileiros, porém faltava prática. "De fato, na primeira vez, fizemos poucos testes e usamos muitas referências de pesquisas já feitas. Mas não testamos muito o que funcionaria no nosso projeto em específico", conta Vieira . Após aprimorarem a ideia, eles conseguiram se classificar como os vencedores que representariam o Brasil neste ano. Uma das etapas finais da competição, após o ganhador ser selecionado, envolve a apresentação do projeto pelo grupo de estudantes em um congresso nos Estados Unidos. No evento, eles devem explicar seu experimento para os alunos vencedores de outros países e aos cientistas envolvidos na iniciativa. "Em julho, a gente ia ver o foguete com o nosso projeto decolando, mas não deu certo por conta da pandemia", lamenta Larissa. Ainda assim, eles estão animados para a etapa final do projeto. Com as instruções enviadas aos astronautas pelos alunos, a última fase consiste na retirada das presilhas para dar início ao experimento de degradação da lactose em microgravidade. Isso será realizado ao mesmo tempo aqui na Terra. Depois, o tubo irá retornar e os alunos vão comparar os resultados. Eles contam que pretendem escrever um artigo científico para ser publicado, detalhando suas descobertas. Lucas Fonseca, coordenador do Garatéa-ISS, aponta que os participantes são "alunos de transição; são alunos de ensino médio prestes a entrar na faculdade. Então, eles já entram com esse pé na academia, já com a chance de ter um artigo científico publicado no primeiro ano de faculdade, o que é muito legal". Ascoli é a única do grupo que pensa em seguir uma carreira relacionada ao projeto. Segundo ela, isso aumentou seu interesse pela ciência, principalmente em relação a como entender processos, chegar a uma justificativa e conduzir um experimento, em geral. A estudante, que, assim como seus colegas, finalizou o terceiro ano do ensino médio neste semestre, diz que está pensando em estudar engenharia espacial, aeronáutica ou química. "O projeto também mostrou que alunos do ensino médio têm a capacidade de promover uma mudança e de realizar um estudo que provavelmente só se realizaria na vida acadêmica, então acho que é uma forma de servir de referência pras pessoas, incentivar a busca pelo conhecimento", conta ela. Estudante Karine Ascoli trabalhando no experimento. Crédito: Divulgação Vieira , por outro lado, quer se dedicar ao campo das ciências sociais, mas isso não torna a experiência menos importante. "O mais legal foi escrever o projeto. Eu quero seguir carreira acadêmica e é muito legal você, estando no ensino médio, ter que escrever um artigo seguindo as norma da ABNT, entender métodos científicos. No ensino médio, ninguém lê artigo científico". Com a classificação do grupo para as etapas finais, eles ainda tiveram a oportunidade de viajar até São Paulo para conhecer a USP e conversar com pesquisadores. Larissa, que pretende estudar psicologia, também reforça a importância do projeto em direcionar os alunos para a pesquisa e incentivá-los a sonhar alto. "Acho que foi uma provação para nós. Quando você é estudante de ensino médio, não tem noção de coisas que pode fazer. Por isso, ter um feedback positivo da USP, de lugares como a NASA, é algo incrível; te prova muita coisa, te prova que realmente dá pra fazer coisas grandes". Os três alunos concordam que um dos saldos mais positivos da experiência foi a motivação. Para eles, é gratificante pensar que uma cidade do interior do Mato Grosso conseguiu se destacar a nível nacional, provando que existe muito potencial fora dos grandes centros e, principalmente, da região Sudeste e Sul do país. "Participar do Garatéa-ISS me fez pensar o que estamos formando e inspirando daqui pra frente. Acho que esse é um motor muito forte do Garatéa, principalmente em tempos tão difíceis". De olho no futuroNesses três anos de Garatéa-ISS, Lucas Fonseca conta como as experiências foram moldando a iniciativa e continuam a surpreendê-lo. Para ele, um dos grandes objetivos é despertar o interesse pela ciência nos jovens, oferecendo oportunidades para quem, muitas vezes, é excluído desse campo. No primeiro ano, ele conta que um dos integrantes do grupo vencedor era de Paraisópolis, região periférica de São Paulo. "O fato de ele ter participado com a gente, proposto uma ideia que foi pro espaço, foi suficiente pra ele ganhar uma bolsa de três anos de ensino médio no Anglo Morumbi. Então, a gente vê umas transformações bem legais com o projeto", conta Fonseca. Além do experimento, também são enviados desenhos para a ISS. Neste ano, foram quatro selecionados: um da cidade de São Paulo, dois de São Desidério (Bahia) e um de Diadema (São Paulo). No caso deste último, de Diadema, Fonseca conta que tem um carinho muito grande. "É uma escola municipal de surdos que participa todo ano. A gente teve que adequar o material do projeto por conta dessa escola, e tem sido uma jornada fantástica junto com eles. Isso tudo é muito inclusivo. A ciência se torna inclusiva. E isso é muito importante para criar vocação para essas crianças pensarem num futuro para elas". Os alunos também afirmam que o projeto fez com que eles refletissem sobre a educação no Brasil. "Eu acho que a gente, como aluno de escola particular, tem muitos privilégios nessa parte da ciência. Tem muitos alunos de escolas públicas que são realmente capazes de fazer isso como a gente fez e isso me fez perceber como o incentivo à educação é falho no Brasil. Participar deste projeto, ter a chance de pagar para ir pra São Paulo, é um privilégio enorme, porque se fosse um aluno de escola pública, não sei se teria a mesma oportunidade", conta Larissa. Para Ascoli , o incentivo da professora Michele, que apresentou o Garatéa-ISS para a escola, foi fundamental para os alunos participarem. "Falta infraestrutura em algumas escolas, mas eu acho que também falta motivação. A gente só conseguiu desfrutar de tal conquista graças à nossa professora e à motivação que ela nos dava". Vieira concorda que muitos estudantes não têm esse desejo de buscar conhecimento. "É preciso mostrar a importância da educaçãpo para nós como indivíduos, como sociedade, e pensar em uma educação que crie menos trabalhadores e mais pessoas críticas, independentes. Eu sonho com uma educação que cada vez mais liberte e consiga construir independência pro nosso povo". O minilab contendo o experimento dos três alunos deve retornar à Terra já no início do ano que vem, e já estamos ansiosos para ver o artigo desses jovens publicado. The post Quem são os estudantes brasileiros que enviaram projetos para a Estação Espacial Internacional appeared first on Gizmodo Brasil. |
[Review] LG Velvet: bonito, competente e sem firulas Posted: 23 Dec 2020 05:00 AM PST Você pode acusar a LG de tudo, menos de ser monótona. Ela já lançou smartphones com duas telas, com comando por gestos, com módulos para trocar, com formato de “T”. Nem sempre ela acerta, e o mercado costuma ser bastante cruel com os erros — afinal, não é nada fácil competir com Apple e Samsung. O Velvet, porém, parece tomar outro rumo. Anunciado como produto que inauguraria uma nova era nos smartphones da marca, ele deixa de lado esses recursos inusitados para se concentrar em basicamente dois quesitos: desempenho e design. Eu usei o Velvet ao longo de seis semanas e conto como ele se sai.
DesignA primeira reação que tive ao tirar o Velvet da caixa foi: “rapaz, mas é bonito, hein?” As imagens de divulgação que tinham aparecido até então mostravam um aparelho com design interessante, mas pessoalmente o acabamento se destaca, principalmente pelo efeito de iridescência (nome chique para dizer que ele forma as cores do arco-íris). A traseira, aliás, é quase toda lisa, exceto por um pequeno relevo em uma das três câmeras. O leitor de digitais não fica na parte de trás, mas sim sob a tela. O material usado até que não pega muitas marcas de dedo. Por falar em tela, ela tem bordas mínimas e se curva nas laterais. É bonito e ajuda no gesto de voltar do Android 10, aquela passada de polegar do ladinho do display, indo para dentro. Por outro lado, acaba dando uma distorcida em imagens, vídeos e linhas de texto. Para constar, o Velvet tem uma porta USB-C e uma entrada para fone na parte de baixo, uma bandeja com dois espaços (um para nanoSIM, outro para nanoSIM ou microSD) na parte de cima, botão de liga/desliga na direita, botões de volume e Google Assistente na esquerda. Toda essa beleza, porém, acaba atrapalhando na hora de usar o aparelho. O acabamento é um pouco escorregadio, e dá medo de deixá-lo escapar da mão. Se você estiver usando uma calça com bolsos largos e muito abertos, tem que tomar cuidado para não deixar cair. Além disso, a tela do Velvet é bem esticada na vertical, com proporção 20,5:9. Eu já usei aparelhos com proporção 21:9, como era o caso do Motorola One Vision, mas como o Velvet é bem maior e tem 6,8 polegadas na diagonal, acaba ficando um pouco difícil segurar firme e alcançar o topo da tela com o polegar. A LG colocou recursos de software para ajudar nisso, mas eles não funcionam tão bem — falo mais adiante disso. Eu acabei preferindo colocar a capinha de silicone que vem na caixa para diminuir o risco de derrubar. Fica menos bonito, mas mais seguro. DesempenhoLá fora, o Velvet vem com Snapdragon 765, com 5G. Por aqui, a LG preferiu deixar de lado o novo padrão de conectividade e optar por um SoC (system-on-a-chip) só com 4G mesmo. Mesmo assim, nada de um processador recente, e sim um Snapdragon 845, apresentado originalmente lá em 2018. É curioso porque é praticamente a oficialização de uma velha recomendação que a gente que é jornalista de tecnologia sempre faz: compre o topo de linha do ano passado porque ele ainda é um bom aparelho e o preço já caiu o suficiente para ser um bom negócio. E, olha, o Snapdragon 845 ainda tem muita lenha pra queimar e, junto com os 6 GB de RAM e o Android 10, roda muito bem. Apps abrem rápido, transições são fluidas e interfaces rolam bem, sem travadas nem engasgos. O desempenho é muito superior a de intermediários que testei recentemente, como o competente Samsung Galaxy M31, e mesmo jogos mais pesados, como PES e PUBG Mobile, rodam muito bem mesmo com os gráficos na qualidade mais alta. SoftwareEsta foi a primeira vez que testei um LG com Android 10 — os últimos modelos que vi eram ainda com a versão 9 do sistema operacional. Eu nunca gostei muito das alterações da marca no Android, mas esse aqui parece ter facilitado algumas coisas, como a organização de pastas e o ordenamento automático dos apps na gaveta. Também tem recursos interessantes, como um modo de janela suspensa para abrir um aplicativo bem pequenininho em cima de outro — sempre útil para abrir coisas como uma calculadora ou uma agenda sem precisar deixar o que você está fazendo. O modo noturno abrange todo o sistema e não abusa tanto do preto, apostando mais em efeitos de desfoque e cinza, o que dá um visual bem interessante. Outros recursos e personalizações continuam, como colocar teclas extras na barra inferior ou mudar a cor de fundo da barra superior da interface para esconder o notch. A LG colocou um recurso de software para ajudar a usar a grande e alongada tela do Velvet. Outros aparelhos oferecem uma opção de interface reduzida, que ocupa só uma parte da tela, mas esse tem uma abordagem diferente. Ao trazer o dedo da borda para o centro e segurá-lo ali, a metade superior da interface rola até a parte inferior da tela. Assim, se tem algum botão que você não está alcançando com o polegar por estar muito alto, ele “desce”. A interface volta ao normal logo em seguida — não é pra usar o sistema em meia tela o tempo todo, só pra ajudar em alguns momentos mesmo. (Se ficou difícil visualizar com a descrição, tem um vídeo do recurso na prática aqui.) Seria um recurso bem interessante, mas, no aparelho que eu estava testando, ele parou de funcionar nas primeiras horas de uso e não voltou mais. Mesmo mudando opções, ele não voltou: ao fazer o comando, o aparelho vibrava, mas nada mudava na interface. BateriaA bateria dura bem mais do que era de se esperar para os 4.300 mAh. A LG costuma fazer um bom trabalho de software para otimizar o uso de bateria — o próprio sistema sugere quais aplicativos “matar” para que não rodem em segundo plano e acabem com a carga. Geralmente, quando eu usava moderadamente o celular, apenas para acessar Instagram e Twitter por três a quatro horas no dia, além de responder mensagens e e-mails e pagar contas, a bateria durava quase dois dias — das 8h do primeiro às 18h do segundo. Mesmo nos dias em que passei jogando por muito tempo ela chegou ao fim do dia com 30%. Ou seja: dura bastante. O Velvet vem com um carregador de 18W. Não chega a ser extraordinário, mas é competente: dá uns 40% de bateria em meia hora e leva entre duas horas e duas horas e meia para completar a carga. CâmeraA LG também optou pela simplicidade nas câmeras do Velvet. Enquanto alguns aparelhos da marca contam com conjuntos quádruplos, esse aqui vem com um conjunto “apenas” triplo na traseira, deixando de lado a lente macro. Sinceramente, não faz falta — ainda mais levando em consideração que a maioria dos celulares com câmera macro por aí têm sensores de baixa resolução. O Velvet conta com uma câmera principal de 48 megapixels e abertura f/1.8, uma ultrawide de 8 megapixels e 120 graus de ângulo de visão e um sensor de profundidade de 5 megapixels. Na prática, o conjunto se sai muito bem. Não são fotos impressionantes, mas muito competentes, com ótimo nível de detalhe e saturação e contraste bem equilibrados. Nos recursos de software, há um detector automático de modos de cena — se você está tentando tirar foto do seu cachorro, por exemplo, ele se ajusta para o modo “animal de estimação”, por exemplo. A diferença é pouca, mas ajuda. Também tem um modo noturno que é apenas razoável — ajuda a deixar mais claros uns cliques à noite ou com pouca iluminação, mas nenhum milagre, já que as fotos ainda saem com muito ruído e definição mediana. ConclusãoSe a intenção da LG era fazer do Velvet um smartphone com design bonito e bom desempenho, ela acertou. Nada de recurso por comando de gestos que não funcionava direito, como no G8S. Segunda tela? Diferentemente do G8X, ela é opcional, e será vendida como acessório separado. Se você quiser só um aparelho simples, bonito e funcional, ele cumpre tudo isso com louvor. E isso faz do Velvet uma boa compra? No momento, ainda não. Ele está saindo na casa dos R$ 3.000, consideravelmente menos do que os R$ 4.300 do anúncio. A recomendação de procurar um topo de linha mais antigo, porém, continua valendo. Com um pouco mais de dinheiro, dá pra pegar um Galaxy S20 do começo do ano, por exemplo, que tem câmera e software melhores. Se você quer economizar bastante, dá até para optar por um Galaxy S10 Lite, por exemplo, que tem um processador um pouco mais moderno (Snapdragon 855), os mesmos 6 GB de RAM e custa na faixa de R$ 2.200, bem abaixo do Velvet. É curioso que ele parece fazer a aposta contrária: dá preferência às especificações e deixa o design um pouco de lado, com um acabamento bem mais simples. O grande ponto para saber se o Velvet compensa é ver até onde o preço vai cair. Se você conseguir um bom valor, vá em frente. Ele é um ótimo aparelho, tanto no visual quanto no desempenho. LG Velvet – ficha técnica
The post [Review] LG Velvet: bonito, competente e sem firulas appeared first on Gizmodo Brasil. |
As cadeiras gamer explodiram na pandemia; mas elas valem a pena? Posted: 23 Dec 2020 04:00 AM PST As chamadas cadeiras gamer não são uma novidade para streamers que passam horas jogando. Agora com a pandemia de coronavírus, esse item passou a chamar atenção de outras pessoas que procuram pelo bem-estar no home office, uma vez que temos passado mais tempo em casa, seja trabalhando ou na frente do computador. Portanto, é sábio dizer que cadeira não é tudo igual e sua escolha pode influenciar muito na sua saúde. Só que você precisa pensar duas vezes antes de investir nesse tipo de produto. Será que usar essa cadeira por várias horas é realmente vantajoso para a sua coluna/lombar? É mais confortável mesmo ou tudo não passa de marketing por parte das empresas? E claro, não vamos esquecer do fator preço, pois, se uma cadeira normal de escritório já não é muito barata, uma cadeira gamer pode te custar uma pequena fortuna. Para responder essas e outras perguntas, eu conversei com Alexandre Fogaça, ortopedista e presidente eleito em 2021 para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna vertebral do Hospital Israelita Albert Einstein; Carla Barbosa, diretora de marketing da Herman Miller para América Latina e Caribe; e com alguns consumidores na Santa Ifigênia, bairro de comércio popular na região central de São Paulo. Direto ao ponto: cadeira gamer não faz milagresA primeira coisa que preciso destacar é essa: uma cadeira gamer – e na verdade qualquer cadeira, por mais cara ou cheia de promessas que ela seja – não vai alinhar sua coluna ou lombar como em um passe de mágica. Quantas vezes você já ouviu falar que nunca é uma coisa só, mas sim o conjunto de vários fatores? Pois é.
Para quem trabalha várias horas sentados, o conceito é exatamente o mesmo: não basta gastar centenas de reais em uma cadeira sem adaptar o resto do ambiente, pois os benefícios não são entregues em sua totalidade. É por este motivo que às vezes se torna impossível trabalhar 100% do tempo mantendo uma postura mais alinhada. “Estávamos em uma rotina de trabalho em escritórios muitos bem adaptados ao longo de muitos anos, com cadeiras, mesas e telas de computador adequadas. Com a pandemia e o home office, temos visto cadeiras sem apoio para as costas, e mesas e telas de computador em alturas inadequadas. Por isso é difícil manter a postura em casa", explica Luciano Miller, ortopedista e cirurgião de coluna vertebral do Hospital Israelita Albert Einstein, ao Gizmodo Brasil. Imagem: Ella Don (Unsplash) Miller afirma que o principal objetivo desse tipo de cadeira é justamente evitar a fadiga muscular na região das costas e lombar. E o mesmo diz Alexandre Fogaça, ortopedista e presidente eleito em 2021 para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), em entrevista ao Gizmodo Brasil. “Para o home office, é muito importante tornar o ambiente tão ergonômico quanto na empresa onde você trabalha. O ideal é o computador fique na altura dos olhos e o teclado na altura do cotovelo dobrado e apoiado sobre os braços da cadeira, que também precisa ter um encosto e o pé apoiado no chão ou algum suporte, caso ela seja mais alta", diz. Segundo Fogaça, não tem uma diferença explicitamente clara entre uma boa cadeira de escritório e uma cadeira gamer. O que muda é o conforto de cada peça. A gamer costuma ter esse apelo de marketing porque atende boa parte dos requisitos: tem um encosto para deixar a coluna a 90 graus, oferece regulagem de altura e é feita de materiais para tornar o uso mais confortável. "Não é necessário investir em uma cadeira gamer, mas sim adaptar [o ambiente] e adotar condições minimamente econômicas que não prejudiquem a coluna", completa. Cadeira gamer tá com tudo na pandemiaCom mais pessoas trabalhando dentro de casa, era de se esperar que o investimento nesse tipo de cadeira disparasse nos meses de isolamento social. E foi o que aconteceu. Durante uma passagem pela região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, notei o quanto foi difícil encontrar as tais cadeiras gamer. Conversando com o gerente de uma loja na esquina com a Rua Aurora, que preferiu não se identificar, ele me contou que as vendas das cadeiras subiram mais de 200% de março a outubro deste ano. "Principalmente depois que investimos mais no nosso e-commerce, vimos um salto em comparação com o total de vendas do ano passado. Aqui na loja o movimento também é alto. Durante a semana, saem pelo menos cinco cadeiras por dia, mas esse número chega a quase 15 nos fins de semana. Tem sido difícil repor o estoque com tanta frequência", disse. Na mesma loja, encontrei a farmacêutica Ana Beatriz Ferreira, de 47 anos, acompanhada do filho Lucas, de 13. "Ele já estava querendo uma cadeira dessas. E como eu tenho trabalhado mais tempo dentro de casa, pensei da gente dividir o uso: ele com os jogos dele, eu com minhas planilhas no computador. É um produto caro, talvez nem todo mundo tenha dinheiro para comprar, mas acho que a longo prazo deve ajudar na postura", contou. De fato, as pessoas parecem estar mais preocupadas com a saúde. Segundo o ortopedista Luciano Miller, cerca de 70% das pessoas terá algum tipo de dor nas costas ao longo da vida devido a diversos fatores: sedentarismo, ganho de peso corporal, permanecer muitas horas sentado, entre outros motivos. As principais reclamações dos pacientes são dores na coluna cervical, coluna lombar, torcicolos e formigamento em braços ou pernas. O ortopedista Alexandre Fogaça afirma ainda que as pessoas têm buscado se informar mais sobre alguns dos problemas mais comuns ligados à saúde da coluna. O especialista diz que muitos pacientes têm pesquisado mais sobre lombalgia, uma dor ou desconforto na região na lombar e próxima aos glúteos, e cervicalgia, que provoca dores no início da coluna vertebral a partir da cabeça. A Embody Gaming da Herman Miller, em parceria com a Logitech G, é um dos modelos mais ergonômicos (e caros) no mercado de cadeiras. Imagem: Divulgação Por falar em pesquisas na internet, em um dado fornecido pelo Google a pedido do Gizmodo Brasil, a empresa de buscas revelou que, entre os dias 25 a 31 de outubro deste ano – um mês antes da Black Friday -, houve um aumento de 234% nas pesquisas pelo termo "cadeira gamer", em comparação com o mesmo período de 2019. Esse aumento expressivo também foi visto pela Herman Miller, fabricante de móveis e equipamentos para casas e escritórios. De acordo com Carla Barbosa, diretora de marketing para América Latina e Caribe da marca, só no período de Black Friday, houve um crescimento de 50% no volume de vendas ante a mesma data no ano passado. Na loja online da companhia, o aumento foi ainda maior: 400% de abril a novembro, em comparação com os mesmos meses em 2019. “Eu acho que as pessoas, dentro da sua realidade, estão valorizando mais o bem estar. Como você está mais tempo dentro de casa, é natural querer valorizar seu espaço, seja o tamanho que for. Também acredito que as pessoas, de uma certa forma, tiveram uma economia de recursos: a grande maioria não tirou férias, não teve grandes investimentos na economia. Por isso, e por ter esse olhar mais para si mesmo e para onde você passa a maior parte do tempo do seu dia, foi um movimento natural e super favorável para a compra de uma cadeira", diz Barbosa em entrevista ao Gizmodo Brasil. Como escolher sua cadeira gamerAs cadeiras podem variar de modelo e de categoria, como é o caso das cadeiras gamer. Mas entre especialistas de saúde e executivos do setor, é fundamental que todas atendam a alguns requisitos de ergonomia. Os três principais são: um encosto firme na parte traseira, um encosto para posicionar os cotovelos e regulagem de altura. O material também é importante, podendo ser um estofado acochado ou uma fibra mais leve para aumentar a circulação de ar e evitar aquecimento e transpiração, mas isso não chega a ser um consenso. E sabe aquela cruzadinha de perna que eu tenho certeza que você, assim como eu, costuma fazer de tempos em tempos enquanto fica sentado? Pode esquecer, pois isso contribui bastante para dores na coluna. "Os erros mais comuns [na hora de sentar] são: não apoiar as costas na cadeira, não apoiar os pés no chão porque a cadeira é muito alta, não apoiar o antebraço para digitar e flexionar muito a cervical. Tudo isso pode gerar dor nas costas. Cruzar as pernas leva a um desequilíbrio no quadril, podendo causar dores na coluna devido a alterações do disco. [Em alguns casos] pode evoluir para uma hérnia de disco", alerta o ortopedista Luciano Miller. Muitas vezes, a saúde acaba em segundo plano devido a uma barreira: o preço. Em uma busca rápida na internet, o valor médio que encontrei para "cadeira de escritório" foi de R$ 700. Para "cadeira gamer", o preço varia bastante; há opções básicas de R$ 600, mas versões mais tradicionais da categoria – aquelas maiores, com encosto para a lombar e regulagem de altura e ângulo – não saem por menos de R$ 1.200. Felizmente, esse é um produto que foi feito para durar bastante tempo. A Embody Gaming da Herman Miller em parceria com a Logitech G, por exemplo, tem uma garantia de 12 anos. A maioria das cadeiras gamer possui encosto para cotovelos e alavancas para regular altura e o ângulo do encosto para as costas. Imagem: Caio Carvalho (Gizmodo Brasil) Comprada sua cadeira, também é muito importante se atentar aos seguintes detalhes:
E de novo: não espere por milagresOs especialistas reforçam que, para manter a saúde da sua coluna, não basta uma boa cadeira, seja ela normal ou gamer. Tudo é uma questão do conjunto de elementos que complementam a experiência. E nesse bolo aí também entra a atividade física e movimentação corporal. “A cadeira faz parte de um conjunto de alterações que a pessoa tem que buscar em casa para tornar o home office minimamente ergonômico. Mas é igualmente importante que, a cada 1h30 ou 2h00, a pessoa se movimente um pouco fora do cômodo de trabalho. Levante, faça um pouco de alongamento e, na medida do possível, pratique uma atividade física de duas a três vezes por semana. Também é importante controlar a ansiedade e aquilo que você come para evitar sobrepeso", diz o presidente eleito da SBOT, Alexandre Fogaça. "Uma dica é praticar exercício físico que misture alongamento com fortalecimento muscular. Outra recomendação é manter a boa postura no trabalho ou durante o tempo que permanecer sentado. Também fazer pausas no trabalho ou durante o jogo a cada 30 minutos, para alongamento e andar um pouco. E manter um peso adequado", afirma Miller. The post As cadeiras gamer explodiram na pandemia; mas elas valem a pena? appeared first on Gizmodo Brasil. |
You are subscribed to email updates from Gizmodo Brasil. To stop receiving these emails, you may unsubscribe now. | Email delivery powered by Google |
Google, 1600 Amphitheatre Parkway, Mountain View, CA 94043, United States |
Nenhum comentário:
Postar um comentário