sábado, 26 de dezembro de 2020

Gizmodo Brasil

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Cientistas descobrem nova população de baleias azuis após ouvir elas “cantarem”

Posted: 26 Dec 2020 12:57 PM PST

Baleia Azul. Imagem: Ishara S. Kodikara (Getty Images)

Sabe quando você ouve uma música nova e é diferente de tudo aquilo que você conhece? Bom, teoricamente, esse conceito também pode se aplicar a cientistas, que recentemente escutaram um som diferente e ficaram intrigados com o tal ruído. Só que, em vez de um novo cantor ou banda, o som era originário de uma nova população de baleias.

Em um estudo publicado na revista Endangered Species Research na semana passada, os cientistas analisaram gravações subaquáticas do Mar da Arábia, estendendo-se da costa de Omã até o sul de Madagascar. A equipe de pesquisadores se deparou com um tipo desconhecido de canto de baleia que nunca havia sido documentado até então, gerando um esforço internacional para descobrir do que se tratava.

"Foi notável encontrar um canto de baleia que fosse completamente único, nunca antes relatado, e reconhecê-lo como uma baleia azul", disse em comunicado Salvatore Cerchio, diretor do Programa de Cetáceos do Fundo Africano de Conservação Aquática e coautor do estudo.

Um ano depois de descobrir o canto das baleias, a equipe apresentou suas descobertas em uma reunião do Comitê Científico da Comissão Baleeira Internacional. Lá, eles compartilharam os dados com outros cientistas que disseram ter encontrado o mesmo canto das baleias em gravações do Oceano Índico central. As duas equipes de cientistas se juntaram para aprender mais sobre a espécie.

Enquanto o grupo analisava a nova melodia, ficou claro que ela era cantada por uma população de baleias azuis até então desconhecida no oeste do Oceano Índico. À medida que foram reunindo mais dados, eles descobriram que a nova população provavelmente passa a maior parte do tempo no noroeste do Oceano Índico.

A descoberta é um vislumbre de esperança para as baleias azuis, que foram levadas à beira da extinção e atualmente estão listadas como ameaçadas de extinção pela Lei de Espécies Ameaçadas. Nos anos 1800 e 1900, a indústria baleeira comercial quase erradicou a espécie.

Graças a proteções ambientais, as populações de baleias azuis têm aumentado em todo o mundo desde a última metade do século. No entanto, a espécie ainda enfrenta ameaças globais, principalmente devido à perda de habitat provocada por mudanças induzidas pelo clima na temperatura do oceano e níveis de pH, bem como a poluição marinha. Os navios também colocam as baleias em risco de serem atingidas ou ficaram presas em linhas de pesca.

Os autores da pesquisa ainda cobram um cuidado maior por parte dos líderes mundiais, que devem redobrar os esforços para proteger a espécie, impondo regulamentações mais rígidas sobre o transporte marítimo e redução das emissões de carbono.

As baleias azuis desempenham papéis importantes em seus ecossistemas e são essenciais nas cadeias alimentares marinhas. Como as maiores criaturas da Terra, elas comem grandes quantidades de krill e outras pequenas criaturas, regulando os ecossistemas oceânicos. Elas também absorvem carbono a uma taxa maior do que as árvores.

É possível que as baleias encontradas no Oceano Índico não sejam uma população distinta, mas uma subespécie única de baleia azul, o que tornaria sua conservação particularmente importante devido à necessidade de preservar a biodiversidade.

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Uma impressora 3D quebrada inspirou este tecido futurista

Posted: 26 Dec 2020 10:47 AM PST

As impressoras 3D geralmente funcionam criando longas cadeias de plástico derretido em uma superfície. Quando os pesquisadores do MIT Media Lab identificaram uma impressora quebrada esguichando plástico de forma irregular, eles tiveram uma ideia: ao programar uma impressora 3D doméstica normal, eles poderiam simular essa impressão irregular e criar uma espécie de renda leve e flexível de plástico quente.

Jack Forman, um estudante de pós-graduação do MIT Media Lab, transformou essas impressões defeituosas – chamadas DefeXtiles – em um “tecido” semelhante a um tule que pode até ser usado em roupas.

Na verdade, Forman criou uma saia pregueada ao imprimi-la em uma única peça em uma impressora padrão. Quando aberta, a saia fica completamente vestível e, ouso dizer, bem moderna.

Foto: Jack Forman/MIT Media Lab

O processo funciona movendo um cabeçote de impressão sobre uma superfície enquanto expele o plástico em intervalos regulares. Cada vez que a impressora expele e se move, ela cria um fio; repetindo isso várias vezes, você terá uma espécie de tecido. Como os fios são muito flexíveis, eles se dobram como os tecidos tradicionais.

"Em geral, o que mais me empolga neste trabalho é como ele pode ser imediatamente útil para muitos criadores", disse Forman. "Ao contrário do trabalho anterior, o fato de que nenhum software ou hardware personalizado é necessário – apenas uma impressora relativamente barata de US$ 250, o tipo mais comum de impressora usada – realmente torna essa técnica acessível a milhões de pessoas".

Forman também conseguiu imprimir rendas adicionando flores e outras decorações durante o processo de impressão. O verdadeiro objetivo, porém, é usar esses tecidos na área de saúde.

"Uma direção futura particularmente empolgante é alavancar o DefeXtiles para produzir malhas cirúrgicas personalizadas de baixo custo e eficazes que reforçam melhor os órgãos e tecidos após a cirurgia", disse Forman. "Implantes cirúrgicos impressos em 3D já foram estudados com resultados promissores. Além disso, se carregado com antibióticos, como ciprofloxacina HCl, a degradação liberaria lentamente o antibiótico, evitando infecções. Outra característica é que as propriedades mecânicas da malha podem ser ajustadas para corresponder às do tecido que está sendo suportado".

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Google teria orientado cientistas de IA para não falarem mal de tecnologias da empresa

Posted: 26 Dec 2020 08:30 AM PST

Imagem: Leon Neal / Staff (Getty Images)

Quase três semanas após a demissão de Timnit Gebru, especialista negra em ética da inteligência artificial do Google, mais detalhes estão surgindo sobre como a companhia orientava seus funcionários da equipe de pesquisa a lidar com o próprio trabalho. Em mais de um caso, a empresa pediu que os autores não manifestassem tons negativos sobre tecnologias de IA desenvolvidas internamente.

Depois de revisar comunicados internos e falar com pesquisadores afetados pela mudança de regra, a Reuters informou na última quarta-feira (23) que o Google adicionou recentemente um processo de revisão de “tópicos sensíveis” para os artigos de seus cientistas, e em pelo menos três ocasiões solicitou de forma explícita que os autores usassem uma abordagem positiva para falar sobre a tecnologia da empresa.

De acordo com o novo procedimento, os cientistas agora devem se reunir com equipes jurídicas, políticas e de relações públicas especiais antes de realizar pesquisas de IA relacionadas aos tais tópicos sensíveis, que podem incluir análise facial e categorizações de raça, gênero ou afiliação política. Não se sabe quando a companhia passou a implementar as novas regras, mas três funcionários do Google disseram à Reuters que as mudanças começaram em junho.

Em um exemplo analisado pela Reuters, os cientistas que pesquisaram a recomendação usada pela inteligência artificial para preencher os feeds dos usuários em plataformas como o YouTube, que é de propriedade do Google, redigiram um documento detalhando as preocupações de que a tecnologia poderia ser utilizada para promover “resultados com desinformação, discriminatórios ou injustos" e "diversidade insuficiente de conteúdo", além de levar à "polarização política". Após revisão por um gerente sênior, que instruiu os pesquisadores a adotar um tom mais positivo, a publicação final sugere que os sistemas podem promover “informações precisas, justas e com diversidade de conteúdo”.

"Os avanços em tecnologia e a crescente complexidade de nosso ambiente externo estão nos levando cada vez mais a situações em que projetos aparentemente inofensivos levantam questões éticas de reputação, regulatórias ou legais", afirma uma página interna da web que descreve a política.

Nas últimas semanas – e particularmente após a saída de Timnit Gebru, que alertou sobre a censura no processo de pesquisa dos algoritmos dos serviços do Google -, a empresa tem passado por um minucioso processo que analisa os potenciais preconceitos de sua divisão de pesquisa interna.

Quatro pesquisadores da equipe que conversaram com a Reuters validaram as afirmações de Gebru, dizendo que eles também acreditam que o Google está começando a interferir em estudos críticos sobre os danos que a tecnologia pode causar.

"Se estivermos pesquisando o que é apropriado devido ao nosso conhecimento e não tivermos permissão para publicar isso por motivos que não estão de acordo com a revisão de alta qualidade [do Google], vamos enfrentar um sério problema de censura", disse Margaret Mitchell, uma cientista sênior da empresa.

No início de dezembro, Gebru declarou ter sido demitida pelo Google depois de se opor a uma ordem de não publicar pesquisas alegando que a inteligência artificial capaz de imitar a fala poderia colocar populações marginalizadas em desvantagem. Na época, e-mails internos sobre conversas envolvendo a pesquisadora e seus superiores vazou na internet.

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Polvos gostam de distribuir socos em peixes, sugere pesquisa

Posted: 26 Dec 2020 06:57 AM PST

Uma nova pesquisa um tanto perturbadora, mas estranhamente engraçada, documenta polvos socando peixes durante sessões de alimentação colaborativas. Os polvos fazem isso principalmente por razões práticas, mas às vezes esses golpes subaquáticos parecem ser puramente maldosos.

Descobrimos tantas coisas perturbadoras este ano e, infelizmente, temos que acrescentar outro item à lista: os polvos gostam de socar peixes. Como os autores especulam em seu artigo, publicado na Ecology, esses golpes são lançados para "prevenir a exploração e garantir a colaboração". Em alguns casos, entretanto, a violência dos polvos contra os peixes não pode ser relacionada a nada em particular. Em outras palavras, os polvos estavam sendo simplesmente babacas. Ou talvez há algo sobre esse comportamento que ainda não foi compreendido.

No total, os pesquisadores documentaram oito eventos distintos (vídeo aqui) em que os polvos podiam ser vistos socando peixes. Isso ocorreu no Mar Vermelho entre 2018 e 2019, na costa de Israel e do Egito. Os polvos realizaram "um movimento rápido e explosivo com um tentáculo direcionado a um peixe específico, que chamamos de soco", escrevem os autores. As vítimas incluíam peixes-esquilo, tubarões galha-preta, peixes-cabra sela dourada e peixes-cabra do Mar Vermelho.

Tradução: Sabe-se que polvos e peixes caçam juntos, se beneficiando da morfologia e estratégia de caça um do outro. Como muitos se juntam ao grupo, isso cria uma rede complexa em que investimento e lucro nem sempre são equilibrados, resultando em mecanismos de controle.

A cooperação entre espécies é rara, mas acontece. Coiotes e texugos às vezes unem forças para caçar juntos, assim como garoupas e enguias. Em um tuíte recente, Eduardo Sampaio, coautor do novo estudo do Instituto Max Planck de Comportamento Animal e da Universidade de Lisboa, disse que polvos e peixes caçam juntos para tirar proveito dos atributos físicos e habilidades de caça especializadas um do outro.

Garoupas e outras espécies de peixes caçam junto com polvos em sessões que duram mais de uma hora. Os peixes atuam como sentinelas, vasculhando o fundo do mar em busca de uma refeição em potencial. Quando uma vítima é avistada, o peixe gesticula em direção à presa, o que coloca o polvo em movimento. O ágil polvo persegue a presa – às vezes tendo que alcançar rochas e recifes de coral – e os lucros de guerra são compartilhados entre o grupo.

Às vezes, no entanto, podem surgir conflitos e desigualdades. Nesta "complexa rede social de interações", escrevem os autores, "mecanismos de controle de parceiros podem surgir para prevenir a exploração e garantir a colaboração". É aí que entram os socos, "onde diferentes indivíduos de Octopus cyanea se envolvem em um deslocamento ativo de peixes parceiros [ou seja, socos] durante a caça colaborativa", de acordo com o artigo. Os socos podem ser dados pelo polvo para manter o controle sobre o comportamento dos peixes, para banir certos peixes do grupo, para impedi-los de alcançar as presas, ou por razões puramente egoístas, ou seja, para obter acesso imediato a uma refeição, como os autores especulam.

Dos oito eventos, no entanto, dois não puderam ser imediatamente relacionados a um episódio de caça ou acesso a uma presa próxima. Esses golpes ocorreram “na ausência de benefícios imediatos”, e os autores sugerem duas possíveis motivações, conforme escrevem:

No primeiro, os benefícios são totalmente desconsiderados pelo polvo, e o soco é um comportamento maldoso… No outro cenário teórico, o soco pode ser uma forma de agressão com benefícios posteriores…onde o polvo "pune" aqueles que se comportam mal, em um esforço para promover o comportamento colaborativo nas seguintes interações.

Nesse último caso, isso significaria que os polvos estão planejando com antecedência para futuras sessões de caça, o que seria muito legal se fosse verdade. Bem, exceto pelo aspecto coercitivo, é claro.

E, de fato, ainda há muito a aprender sobre essas interações surpreendentes. Pesquisas futuras serão necessárias para validar as observações da equipe e as razões hipotéticas para esse comportamento. Mas eu não me surpreenderia com esses animais – os polvos são inteligentes, emocionalmente complicados e um pouco travessos.

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