sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

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Nova pesquisa mostra como a COVID-19 pode danificar o cérebro

Posted: 31 Dec 2020 04:12 PM PST

Paciente com COVID-19 em hospital em Illinois. Foto: Jae C. Hong (AP)

Uma nova pesquisa publicada nesta quinta-feira (31) nos ajuda a entender melhor como a COVID-19 pode causar danos cerebrais. O estudo sugere que, embora normalmente a infecção viral não chegue diretamente no cérebro, ela pode desencadear uma inflamação destrutiva observada em outras condições neurológicas como o derrame.

A pesquisa foi conduzida por cientistas do governo estadunidense nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) e foi publicada no New England Journal of Medicine. A equipe estudou o cérebro de 19 pessoas que morreram após contrair COVID-19, com ressonância magnética de alta sensibilidade. Eles também avaliaram tecidos cerebrais com um microscópio. Os pacientes tinham idades entre cinco e 73 anos, sendo que alguns já tinham problemas de saúde como diabetes e doenças cardiovasculares.

Os pesquisadores não conseguiram encontrar nenhum rastro dos vírus nas amostras, indicando que eles não infectaram os cérebros. Mas encontraram vasos sanguíneos obstruídos, diluídos e com vazamento. Perto desses vasos, ainda encontraram sinais de inflamação, como níveis mais elevados de células imunológicas no cérebro chamadas microglia. Isso tudo indica que esses pacientes e outros como eles desenvolveram uma resposta imune falha para os ataques aos vasos sanguíneos do cérebro — resposta esta que foi desencadeada pela infecção do coronavírus.

“Estamos completamente surpresos. Inicialmente esperávamos que o dano fosse causado por falta de oxigênio. Em vez disso descobrimos áreas multifocais que normalmente são associadas a derrames e doenças neuroinflamatórias”, disse Avindra Nath, autor sênior do estudo e diretor no Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrames no NIH.

Imagem em alta resolução de tecido cerebral de paciente com COVID-19. Imagem: NIH
Imagem em alta resolução de tecido cerebral de paciente com COVID-19. Imagem: NIH

Outros estudos trouxeram evidências de que o vírus poderia invadir diretamente o cérebro e partes do corpo conectadas a ele, em particular o bulbo olfatório, que nos ajuda a sentir cheiros. A infecção nessas áreas poderia ser responsável por sintomas vistos na COVID-19, como a perda de olfato em alguns casos. Mas os novos resultados trazem evidências importantes de que a inflamação é um fator-chave em explicar como a COVID-19 pode danificar o corpo, incluindo o cérebro. Outras pesquisas descobriram que a COVID-19 pode aumentar o risco ou piorar as condições de saúde relacionadas a inflamações, como derrames e danos cardíacos.

“Embora seja possível que tenhamos perdido qualquer infecção do vírus no cérebro, acreditamos que isso seja improvável já que usamos múltiplas técnicas para detectar o vírus”, disse Nath ao Gizmodo por email. “Outros artigos encontraram muito poucas amostras do vírus no cérebro, então é improvável que sejam mecanismos responsáveis pela patologia”, completou.

Embora todos os pacientes do estudo tenham morrido, as descobertas podem ajudar a explicar por que alguns sobreviventes continuam a ter complicações depois que a infecção se vai. Normalmente, essas complicações parecem ser neurológicas e incluem dificuldade em focar, perda de memória e outros sintomas popularmente conhecidos como “névoa cerebral”.

“Mesmo que os pacientes tenham morrido subitamente, eles não morreram de doenças cerebrais”, explicou Nath. A pessoas analisadas no estudo não são exceções, de acordo com o pesquisador, e portanto “as conclusões devem ser relevantes para os sobreviventes a longo prazo também”.

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B.1.1.7, nova variação do coronavírus, é confirmada em São Paulo

Posted: 31 Dec 2020 09:37 AM PST

Estrutura do novo coronavírus COVID-19

A B.1.1.7, nova variação do Sars-CoV-2, que circulava em 17 países, chegou ao Brasil. Pelo menos é o que indica a Dasa, líder em medicina diagnóstica no Brasil, que identificou dois casos com a nova cepa em São Paulo. A descoberta foi comunicada nesta quinta-feira (31) e já foi encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária.

De acordo com a rede, os estudos para detecção da cepa já haviam sido iniciados em 13 de dezembro, quando o Reino Unido divulgou as primeiras informações sobre a variante. Foram analisadas 400 amostras de saliva coletadas por testes de RT-PCR (considerado padrão ouro) e que detecta o RNA do vírus nas amostras. Em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP), a Dasa fez o sequenciamento genético do material e confirmou a mutação.

"O sequenciamento confirmou que a nova cepa do vírus chegou ao Brasil, como estamos observando em outros países. Dado seu alto poder de transmissão esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa", diz em nota Ester Sabino, pesquisadora do IMT-FMUSP.

O que significa a mutação

Até o momento não foram encontradas evidências de a variação ser mais mortal ou resistente às vacinas mas, de acordo com Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), ela é 70% mais contagiosa No Reino Unido, onde a mutação surgiu em setembro, o B.1.1.7 já representa 50% dos novos casos diagnosticados, de acordo com a OMS.

Isso porque as mudanças acontecem principalmente na proteína da espícula viral (spike). É pela proteína que o vírus se liga à célula humana. As mutações permitem que ele se ligue mais facilmente — tornando-o mais infeccioso.

É necessário ainda desenvolver mais estudos para garantir que a mutação não passe desapercebida em novos testes. Por isso, a Dasa, também em parceria com o IMT-FMUSP, está isolando e cultivando as cepas para descobrir como evitar falsos negativos.

[G1, Estadão, Folha]

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O que esperar da exploração espacial em 2021

Posted: 31 Dec 2020 08:49 AM PST

Espaço

Vamos partir para uma incrível aventura em 2021! Sem dúvidas, estamos esperando uma tonelada de fatos incríveis relacionados ao espaço no ano que vem. E essas são as histórias pelas quais estamos mais ansiosos.

Três missões para Marte

Em 2021 nossa capacidade de estudar Marte dará um passo gigante com a chegada de três missões diferentes ao Planeta Vermelho.

Lançada em 30 de julho de 2020, a rover Perseverance chegará a Marte em 18 de fevereiro. Se o pouso der certo, a Perseverance será a quinta rover a chegar em Marte. As outras são a Sojourner, Spirit, Opportunity e Curiosity (outras sondas famosas, como a Nasa InSight, são módulos estacionários, não rovers). O veículo de seis rodas e pouco mais de uma tonelada é equipado com vários instrumentos, incluindo 23 câmeras diferentes, um dispositivo para monitorar o clima marciano, um espectrômetro ultravioleta para escanear a superfície em escalas microscópicas, um radar que penetra no chão, além de vários outros brinquedos legais.

A Perseverance ainda vai retirar amostras da superfície de Marte e depositá-las em pequenos recipientes que voltarão para a Terra durante uma missão subsequente.

Ilustração da Perseverance

A rover aterrissará na cratera Jezero, região de um antigo lago, onde a Perseverance irá procurar por sinais de vida antiga. Ela também será equipada com um pequeno helicóptero chamado Ingenuity, que será a primeira aeronave a voar em outro planeta (o que nos dá sérios arrepios).

Em 23 de abril a missão da China Tianwen 1 também chegará a Marte. Essa será a primeira missão chinesa no Planeta Vermelho e levará 13 carregamentos científicos diferentes — sete dentro de um orbitador e seis em uma rover. O orbitador usará radar, espectrômetro, magnetômetro e outros instrumentos para estudar Marte a partir da órbita. Já a rover de aproximadamente 240 kg chegará com câmeras, radar de penetração no solo, detector de campos magnéticos, detector de superfície composta e outros instrumentos que estudarão a região de Utopia Planitia.

Os Emirados Árabes também enviarão a Hope, sua primeira missão a Marte. O satélite de aproximadamente 1.300 kg chegará em fevereiro para estudar a atmosfera e o clima marciano. A sonda entrará em uma órbita equatorial única, que se moverá na mesma direção da rotação do planeta. Isso vai permitir que os instrumentos da Hope foquem em um único alvo por períodos prolongados.

Ilustração da Tianwen-1 Fonte: CNSA
Ilustração da Tianwen-1 Fonte: CNSA

A Lua será o lugar para ficar de olho

A Lua se tornou um lugar legal de novo, especialmente com as grandes notícias de 2020 de que ela tem mais água do que pensávamos. Essa água, na verdade, está praticamente em todos os cantos. Algumas missões de 2021 irão continuar a aprofundar nosso conhecimento sobre o maior satélite natural da Terra.

Em julho, a empresa estadunidense privada Astrobotic Technology, lançará a Peregrine Missione One pela Nasa. A sonda de quatro pés irá aterrissar na face visível da Lua em uma região chamada Lacus Mortis. Junto com vários itens, a Peregrine enviará instrumentos da Nasa para testar tecnologias de navegação e pouso. Ela ainda depositará o DNA de Arthur C. Clarke, lendário escritor de ficção científica, junto com o DNA e os restos cremados de outros indivíduos.

Outra empresa privada estadunidense, a Intuitive Machines, também enviará um módulo de pouso chamado Nova-C para a Lua durante o terceiro trimestre do ano. Ela irá “capturar imagens óticas brutas da superfície lunar e convertê-las para a medida TRN (Navegação Relativa Terrestre, na sigla em inglês) para poder pousar em até 200 metros do local de pouso pretendido”, de acordo com o site da companhia.

A Rússia voltará à Lua em 2024 com o módulo de pouso Luna 25. Ela irá à cratera Bogulavsky, próxima ao polo sul. A sonda estará equipada com oito instrumentos científicos que serão usados para explorar a região e procurar por sinais de água congelada. A última missão russa para a Lua foi em 1976, com a missão Luna 24.

Por fim, a Índia enviará a Chandrayaan-3 que fará um pouso suave de um rover no polo sul lunar. O lançamento está marcado para o vim de 2021, mas poderá ser adiado para 2022. A expectativa é que essa missão se saia melhor do que a Chandrayaan-2, quando a sonda Vikram se chocou com o solo lunar por conta de um problema de comunicação.

Foguetes decolando

Alguns lançamentos muito importantes estão marcados para 2021, mas talvez nenhum seja tão importante quanto o lançamento inaugural do SLS (Sistema de Lançamento do Espaço, na sigla em inglês) da Nasa.

Imagem de conceito do SLS

Esse é o foguete que supostamente enviará astronautas para a Lua em 2024 como parte do programa Artemis, da Nasa. Eventualmente um dia também levará humanos a Marte. A primeira versão desse foguete gigantesco será capaz de carregar mais de 27 toneladas para órbitas além da Lua, além de alcançar velocidade de aproximadamente 39 mil km/h. O lançamento inaugural está marcado para novembro de 2021, quando o foguete levará uma cápsula não tripulada da Orion para a órbita.

Com Joe Biden assumindo como presidente dos EUA em janeiro de 2021, saberemos mais sobre suas políticas administrativas da Nasa e se a agência espacial ainda continuará com a pretensão de levar tripulação para solo lunar em 2024.

2021 ainda deve ser um ano empolgante para a SpaceX, já que a empresa de Elon Musk pretende enviar um Starship de 50 metros para a órbita. A próxima geração de foguetes deverá levar bagagem e passageiros para órbita da Terra, da Lua e Marte. A empresa também continuará a entregar lotes de satélites Starlink, enquanto continua a construir sua mega constelação de internet banda larga.

A Boeing também deverá fazer o lançamento não-tripulado da nave CST-100 Starline em janeiro, além de um lançamento tripulado no segundo semestre. O problemático programa está atrasado após um teste fracassado e uma notificação da Nasa com nada menos do que 80 recomendações para a empresa melhorar. Dito isso, o sucesso da CrewDragon da SpaceX em 2020 significa que a Nasa ao menos tem uma opção viável para colocar astronautas no espaço.

Após inúmeros adiamentos e muita expectativa, a Nasa lançará (cruzando os dedos) o telescópio espacial James Webb em 31 de outubro de 2021. Essa nova geração de telescópio infravermelho ficará no ponto Terra-Sol L2 Lagrange, a “apenas” 1,6 milhão de km da Terra. Deste ponto, o telescópio conseguirá contemplar o universo primitivo, estudar galáxias e buracos negros supermassivos, além de nos dar novas noções sobre exoplanetas, incluindo suas composições atmosféricas e possibilidades de ser habitáveis.

Outros notáveis lançamentos de 2021 são a nave Lucy, da Nasa, que irá para os asteroides troianos de Júpiter em algum momento entre novembro e outubro; além do Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos da Nasa. A nave do teste visitará o asteroide duplo Didymos e deliberadamente baterá no objeto para testar a nossa capacidade de redirecionar um asteroide perigoso.

Aventuras no espaço profundo

Você se lembra da Juno da Nasa — a sonda responsável por essas imagens incríveis de Júpiter? E como ela detectou raios superficiais e granizo mole no gigante gasoso? Infelizmente ela está chegando ao fim da linha, já que a Nasa planeja tirá-la de órbita e desintegrá-la na atmosfera de Júpiter em 16 de julho (eles farão isso para não contaminar o sistema joviano). Pelo menos a missão durou 41 meses a mais do que a Nasa pretendia.

A Agência Espacial Japonesa de Exploração é a única que coletou amostras de um asteroide (a Hayabusa2 retornou com amostras do asteroide Ryugu no início do mês), mas a nave OSIRIS-Rex, da Nasa, que está no asteroide Bennu, tem altas chances de ter uma câmara cheia de detritos coletados da superfície do corpo celeste. A OSIRIS-Rex deixará Bennu em março, mas só chegará na Terra em setembro de 2023.

A sonda Parker Solar, da Nasa, realizará três periélios (abordagens orbitais mais próximas do Sol) em 2021, aproximando-se cada vez mais de seu fim, que provavelmente acontecerá em 2025. Ela ainda passará por Vênus em outubro, ficando a apenas 3,7 mil km do planeta. Este sobrevoo por Vênus fará com que a sonda consiga se tornar o objeto construído por humanos mais perto do Sol.

Há ainda a Órbita Solar da ESA, que já está estudando o Sol, e entrará oficialmente no estágio principal da missão em novembro. Independente disso, ela já está fazendo trabalhos sensacionais. A ESA tem a Bepi Colombo, que deve entrar na órbita de Mercúrio em 2025, mas chegará mais perto de Vênus em 10 de agosto de 2021 — ficando a apenas 552 km do planeta.

Aventuras espaciais mais perto de casa

Atividades na Estação Espacial Internacional continuarão normalmente, com a tripulação da Expedition 64 fazendo a maior parte do trabalho graças à sua câmara pressurizada, batizada de Nanorock Bishop Airlock, além de fazer vários experimentos bacanas de ciência.

Falando em estações espaciais, a China deve dar um grande passo com a sua. Em algum momento de 2021 o país lançará o módulo Tianhe, que servirá como elemento fundamental da estação espacial chinesa que deverá estar pronta em 2025.

O observatório Vera C. Rubin, no Chile, não vai atingir eu potencial completo até 2022, mas seu telescópio refletor de campo amplo verá sua primeira luz já em 2021. Astrônomos deverão utilizar as instalações para tirar mil fotos por noite, olhando tanto para estrelas próximas quanto para galáxias distantes — a menos que os Starlink de Elon Musk entrem na frente.

Eventos celestiais

Astrônomos amadores terão alguns eventos importantes para observar em 2021, incluindo um eclipse lunar completo em 26 de maio que será visível nos EUA, a maior parte do Canadá, sudeste da Ásia, Austrália, Oceania e partes da América do Sul.

Haverá também um eclipse solar completo em 4 de dezembro, mas só será percebido na Antártica. A África do Sul verá parte do eclipse.

O asteroide potencialmente perigoso Apophis se aproximará um pouco mais da Terra em março, quando ele chegará a 16,9 milhões de km de nosso planeta. Essa será nossa última chance de observá-lo com imagens de radar antes que ele fique muito perto, em 2029, quando chegará a apenas 31 mil km de distância da Terra (um décimo da distância entre o planeta e a Lua). O Apophis tem um chance muito baixa (mas não zero) de bater na Terra em 2068.

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