sábado, 30 de janeiro de 2021

Gizmodo Brasil

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Brasil deve liberar participação de empresas da China no 5G

Posted: 29 Jan 2021 04:25 PM PST

Fachada com logo da Huawei

As empresas chinesas poderão participar do 5G brasileiro. O Brasil atendeu aos pedidos da China e não impedirá a participação de empresas do país asiático nas redes de internet móvel da próxima geração, de acordo com informações da CNN Brasil e da TV Globo.

De acordo com a CNN, as diretrizes do leilão do 5G serão publicadas em uma portaria no Diário Oficial da União ainda nessa sexta-feira (29). A Huawei e outras empresas chinesas poderão participar do processo desde que atendam os mesmos requisitos das empresas brasileiras listadas em bolsa de valores.

Além disso, a CNN Brasil também afirma que o leilão terá uma série de contra partidas, como melhorar a disponibilidade de fibra óptica nas regiões Norte, cobertura de internet móvel em todas as rodovias federais e 4G em todas as localidades com mais de 600 habitantes. O texto também prevê uma rede privativa segurança para a administração pública federal.

A reaproximação do Brasil com a China nas últimas semanas. O Brasil precisava de insumos para a produção de vacinas contra Covid-19. Após dificuldades diplomáticas, a China ajudou na exportação do produto.

As restrições à participação de empresas chinesas — principalmente a Huawei — no 5G foram capitaneadas nos últimos anos pelos EUA, que se envolveu em uma grande guerra comercial com a China, envolvendo sanções contra várias empresas, como a própria Huawei, o TikTok e, mais recentemente, a Xiaomi. Outros países, como o Reino Unido, a Austrália e o Japão, aderiram à medida. A alegação é de que os fornecedores chineses não são confiáveis e podem facilitar a espionagem do país asiático.

[CNN Brasil, TV Globo]

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Operadoras Claro, TIM e Vivo assinam contrato de compra da Oi Móvel

Posted: 29 Jan 2021 02:39 PM PST

Oi Operadora. Imagem: Ricky Montalvo (Flickr)

Nesta quinta-feira (28), após divulgação de um comunicado, as operadoras Claro, TIM e Vivo avançaram nos trâmites de compra da Oi Móvel com a assinatura do contrato de aquisição. A transação de R$ 16,5 bilhões deve dividir a base de clientes, espectro e outros ativos de telefonia celular da Oi. Desse total, R$ 756 milhões se referem a serviços de transição que a operadora prestará ao consórcio comprador por até 12 meses.

Este contrato segue o modelo take or pay, no qual os clientes devem pagar por toda a capacidade de transmissão combinada, mesmo que não a utilizem. Segundo informado pelo site Tecnoblog, a divisão feita foi a seguinte:

  • TIM deve ficar com a maior parte e arcará com R$ 7,3 bilhões, obtendo 40% dos clientes, 7,2 mil sites de acesso e 49 MHz de licenças de espectro;
  • Claro não deve levar espectro, mas ficará com a 32% da base de clientes e 4,7 mil sites de celular, com custo final de R$ 3,7 bilhões;
  • Vivo pagará R$ 5,5 bilhões para ficar com 10,5 milhões de clientes, 2,7 mil sites e 43 MHz de radiofrequências.

Este plano estratégico da Oi começou em 2016, quando a dívida da empresa chegou a R$ 64 bilhões. No ano passado, ela divulgou detalhes do seu plano de divisão móvel, quando em 14 de dezembro foi realizado um leilão, no qual as companhias vencedoras foram anunciadas.

Este foi mais um passo na etapa do plano de recuperação judicial da concessionária de serviços de telecomunicações. Detalhes mais específicos do documento não fora divulgados, mas ainda precisa de aprovação da Anatel e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Antes disso, outra empresa também estava interessada na Oi Móvel. Em julho, a Highline, empresa de infraestrutura controlada pelo fundo americano Colony Capital, efetuou uma oferta vinculante e até havia fechado exclusividade nas negociações. Ela tinha pretensão de transformar a operadora em uma rede móvel neutra, mas acabou não renovando a proposta.

[Tecnoblog , MoneyTimes]

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Com integração ao Pix, WhatsApp Pay deve ser lançado no Brasil no primeiro semestre

Posted: 29 Jan 2021 01:35 PM PST

Ícone do WhatsApp na tela inicial do iPhone.

Entre idas e vindas desde o ano passado, o WhatsApp Pay pode enfim receber permissão do Banco Central (BC) para operar no Brasil. Pelo menos essa é a expectativa do CEO da Cielo, Paulo Caffarelli, que sugeriu a chegada do serviço ao País dentro de alguns meses, já que "todos os requisitos solicitados pelo BC às bandeiras foram atendidos".

“Estamos muito próximos de receber a autorização (para o WhatsApp Pay). Isso deve acontecer, pela nossa expectativa, no primeiro semestre deste ano", disse o executivo em uma coletiva virtual com a impressa nesta quinta-feira (28) para apresentar resultados financeiros do quarto trimestre de 2020. As informações são do Mobile Time.

A ideia inicial era ter lançado o WhatsApp Pay no segundo semestre do ano passado. Em junho, foi anunciado que o serviço será compatível com cartões de crédito e débito, com cobrança de uma taxa para pagamentos destinados a comerciantes e profissionais liberais; pagamentos entre usuários comuns, aparentemente, não geram esse tipo de taxa adicional.

No entanto, o Banco Central proibiu o lançamento do recurso alegando falta de informações para autorizar seu funcionamento. “A motivação do BC para a decisão é preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato", afirmou o órgão regulador naquela época.

O Brasil seria o primeiro país do mundo a receber o WhatsApp Pay, que usará a Cielo como adquirente dos pagamentos feitos através do aplicativo — outras empresas, como Nubank e Banco do Brasil, também devem entrar como parcerias. Nesse meio tempo, a plataforma estreou na Índia, onde estava sendo testada desde 2018.

Agora com um lançamento mais certeiro por aqui, a previsão do CEO da Cielo é que o serviço já venha integrado ao sistema Pix de pagamentos. Com isso, os usuários poderão usar a nova alternativa do BC para enviar dinheiro para contatos diretamente pelo WhatsApp Pay.

Lembrando que o nome oficial do serviço de pagamentos do WhatsApp é Facebook Pay, mas aqui no Brasil ele tem sido chamado de WhatsApp Pay.

[Mobile Time 1, 2]

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Possível sinal de vida em Vênus era apenas dióxido de enxofre, sugere estudo

Posted: 29 Jan 2021 12:37 PM PST

Os cientistas surpreenderam o mundo no último ano, alegando ter descoberto traços de fosfina nas nuvens venusianas. Uma nova pesquisa sugere que esse gás – que, curiosamente, é produzido por micróbios – não foi o verdadeiro responsável pelo sinal que eles detectaram. Em vez disso, provavelmente era dióxido de enxofre, um produto químico não tão surpreendente.

Uma pesquisa publicada na Nature em setembro passado está sendo contestada por um artigo a ser publicado no The Astrophysical Journal, um pré-impresso que está atualmente disponível no arXiv. Este não é o primeiro estudo a criticar a aparente descoberta de fosfina em Vênus e provavelmente não será o último.

O fato de a fosfina estar presente em Vênus foi uma revelação que nos surpreendeu, e isso porque os organismos vivos são uma das únicas fontes conhecidas do gás fedorento. A equipe responsável pela aparente descoberta, liderada pela astrônoma Jane Greaves, da Cardiff University, encontrou a evidência em sinais espectrais coletados por duas antenas de rádio: o James Clerk Maxwell Telescope (JCMT) e o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma). As linhas espectrais em certos comprimentos de onda indicam a presença de substâncias químicas específicas e, neste caso, implicavam na presença de fosfina na camada de nuvem venusiana.

Os autores do estudo da Nature não afirmaram que existe vida em Vênus. Em vez disso, eles pediram à comunidade científica para explicar sua observação um tanto bizarra. Na verdade, foi uma afirmação excepcional, pois significava que Vênus – um dos planetas mais inóspitos do sistema solar – poderia realmente ser habitável, com organismos microscópicos flutuando através das nuvens.

Infelizmente, não parece ser esse o caso.

"Em vez de fosfina nas nuvens de Vênus, os dados são consistentes com uma hipótese alternativa: eles estavam detectando dióxido de enxofre", Victoria Meadows, coautora do novo estudo e professora de astronomia da Universidade de Washington, explicou em um comunicado. "O dióxido de enxofre é o terceiro composto químico mais comum na atmosfera de Vênus e não é considerado um sinal de vida."

Meadows, junto com pesquisadores da Nasa, do Instituto de Tecnologia da Geórgia e da Universidade da Califórnia, em Riverside, chegaram a esta conclusão modelando as condições dentro da atmosfera venusiana para reinterpretar os dados de rádio coletados pela equipe original.

"Isso é conhecido como um modelo de transferência radiativa e incorpora dados de várias décadas de observações de Vênus de várias fontes, incluindo observatórios aqui na Terra e missões espaciais como a Venus Express", explicou Andrew Lincowski, pesquisador do UW Departamento de Astronomia e principal autor do artigo, no comunicado.

Equipados com o modelo, os pesquisadores simularam linhas espectrais produzidas por fosfina e enxofre em múltiplas altitudes atmosféricas em Vênus, bem como a forma que esses sinais foram recebidos pelo Alma e JCMT. Os resultados mostraram que o sinal, detectado em 266,94 gigahertz, provavelmente veio da mesosfera venusiana – uma altura extrema onde o dióxido de enxofre pode existir, mas a fosfina não devido às condições adversas, de acordo com a pesquisa. Na verdade, esse ambiente é tão extremo que a fosfina não duraria mais do que alguns segundos.

Como os autores argumentam, os pesquisadores originais subestimaram a quantidade de dióxido de enxofre na atmosfera venusiana e, em vez disso, atribuíram o sinal de 266,94 gigahertz à fosfina (tanto a fosfina quanto o dióxido de enxofre absorvem ondas de rádio em torno dessa frequência). Isso aconteceu, segundo os pesquisadores, devido a um "efeito colateral indesejável" conhecido como diluição da linha espectral, explicou o coautor do estudo e cientista do JPL da Nasa Alex Akins no comunicado.

"Eles inferiram uma baixa detecção de dióxido de enxofre devido a um sinal artificialmente fraco do Alma", acrescentou Lincowski. "Mas nossa modelagem sugere que os dados do Alma diluídos na linha ainda seriam consistentes com quantidades típicas ou mesmo grandes de dióxido de enxofre de Vênus, o que poderia explicar totalmente o sinal do JCMT observado."

Esse novo resultado pode ser decepcionante para o artigo da Nature, e será interessante ouvir como os autores respondem a essa última crítica. Dito isso, alguns cientistas acreditam que não há o que fazer porque o estudo já perdeu credibilidade.

"Logo após a publicação do trabalho original, nós e outros questionamos muito a análise", escreveu Ignas Snellen, professor da Universidade de Leiden, por e-mail. "Agora, eu pessoalmente acho que este é o prego final no caixão da hipótese da fosfina. Claro, não podemos provar que Vênus é completamente livre de fosfina, mas pelo menos agora não há evidências restantes que sugiram o contrário. Tenho certeza de que outros continuarão procurando."

Em dezembro, Snellen e seus colegas desafiaram o estudo da Nature, argumentando que o método usado pela equipe de Greaves resultou em uma falsa relação sinal-ruído e que não existe “nenhuma evidência estatística” sobre a presença de fosfina em Vênus.

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Facebook bane grupo que negociava ações em meio ao caos da GameStop

Posted: 29 Jan 2021 11:19 AM PST

O Facebook baniu um grupo popular de negociação de ações devido a supostas violações de políticas, afirma o fundador da página, que argumenta que a verdadeira razão por trás da medida repentina é a sorte inesperada de seus membros com todo o drama do GameStonks esta semana.

O Robinhood Stock Traders tinha mais de 157.000 membros antes do Facebook remover o grupo na quarta-feira (27), disse seu fundador, Allen Tran, à Reuters (Nota: O grupo não é afiliado com o popular aplicativo de negociação de ações Robinhood que está atualmente enfrentando um processo de ação coletiva de acionistas revoltados.) Em uma notificação sobre a proibição analisada pela Reuters, o Facebook disse que o grupo violou suas políticas contra a “exploração sexual de adultos” sem entrar em maiores detalhes.

Tran afirma que nunca viu ninguém postar conteúdo adulto no grupo e argumentou que é apenas uma acusação forjada que o Facebook criou para separar os investidores de varejo (ou seja, aqueles que são uma pessoa física e não uma instituição) que estão lucrando com o recente frenesi de negociações alimentado pelo Reddit, segundo a agência de notícias. Em uma postagem no Facebook sobre a suspensão, ele disse que "as principais instituições estão tentando silenciar nossa comunidade" e o Robinhood Stock Traders foi o alvo "porque somos mais poderosos do que eles".

Caso você tenha perdido a história, a popular comunidade de negociação de ações do Reddit, WallStreetBets, lançou um esforço coordenado esta semana para aumentar o valor das ações da GameStop e atrapalhar os investidores de hedge fund (ou "fundos de proteção") que apostavam contra o varejista de jogos (que está enfrentando dificuldades). Os preços das ações da Gamestop dispararam de menos de US$ 20 por ação no início do mês para um máximo histórico de US$ 492 por ação na quinta-feira (28).

O preço oscilou descontroladamente à medida que os investidores de varejo começaram a se movimentar em massa, eventualmente voltando seus olhos para outras empresas com ações potencialmente lucrativas, como AMC e BlackBerry, e aplicativos de investimento em pânico se apressaram para agir contra eles. Toda a confusão resultou em toneladas de memes e perdas massivas para fundos de hedge como o Melvin Capital Management que apostou que essas empresas em dificuldades afundariam.

Alguns dos membros do grupo de Tran ganharam dezenas de milhares de dólares nessas negociações, disse ele, alegando que seu recente sucesso é provavelmente o motivo pelo qual os investidores institucionais agiram para separá-los.

"Fomos os primeiros alvos porque estamos no Facebook, e não em uma plataforma como o Reddit", disse ele à Reuters. "Com todas essas grandes instituições frustradas com o sucesso dos investidores de varejo, elas estão tentando atingir todos os grupos que puderem."

Desde então, Tran criou uma nova página para substituir a original que acumulou quase 10.000 membros na noite de quinta-feira. Mas ele está preocupado que o Facebook possa fechar esse grupo também. O antigo grupo já havia sido suspenso antes em 7 de janeiro, após ser rotulado como uma "organização perigosa", de acordo com um comunicado analisado pela Reuters. O Facebook mais tarde voltou atrás depois que Tran apelou da decisão.

O Facebook não respondeu imediatamente ao pedido do Gizmodo para comentar o assunto. A empresa confirmou a proibição à Reuters, mas se recusou a fornecer detalhes adicionais sobre a suspensão.

[Reuters]

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Fique tranquilo, sua escova de dente não tem partículas de cocô

Posted: 29 Jan 2021 11:10 AM PST

Se você tem medo de que sua escova de dente, que geralmente fica no mesmo cômodo que sua privada, esteja coberta por fezes microscópicas, temos uma boa notícia. De acordo com um novo estudo, nossas escovas estão cheias de bactérias encontradas em nossa boca, mas não no nosso intestino. Em outras palavras, elas não parecem ser tão nojentas quanto muitos de nós temíamos.

A pesquisa foi conduzida por cientistas da Northwestern University, em Illinois. Eles estão trabalhando para catalogar as bactérias nativas das escovas de dente doadas pelo correio. O DNA foi retirado dessas escovas e analisado de uma só vez, dando aos pesquisadores uma visão ampla da vizinhança bacteriana de uma escova dental, ou o que os cientistas chamam de microbioma. Eles compararam esses microbiomas com aqueles previamente amostrados da boca e do intestino das pessoas por meio do Projeto Microbioma Humano.

O que eles descobriram foi que os microbiomas da escova dental têm muitas bactérias comumente encontradas na boca. Mas eles não detectaram sinais de bactérias conhecidas por viverem exclusivamente em nossos intestinos ou, por extensão, em nosso cocô.

Os pesquisadores não descartam a possibilidade de que as nuvens de germes de cocô de uma descarga possam às vezes depositar bactérias em nossas escovas de dente – uma preocupação hipotética que os deixou curiosos o suficiente para conduzir este estudo em primeiro lugar. E algumas das bactérias que eles identificaram nas escovas de dente podem ser encontradas tanto na boca quanto no intestino, então é possível que algumas das bactérias documentadas possam ter vindo da parte menos agradável do nosso trato digestivo. Mas, no geral, eles acham que suas descobertas, que serão publicadas na edição de 1º de fevereiro da Microbiome, devem tranquilizar as pessoas.

"É razoavelmente improvável encontrar bactérias de nosso cocô em sua escova de dente", disse Erica Hartmann, professora assistente de engenharia civil e ambiental da Northwestern, ao Gizmodo por e-mail. "Nossas descobertas indicam que você tem muito mais probabilidade de ter micróbios da boca, ou talvez da água da torneira ou dos encanamentos."

Nem todas as descobertas da análise microbiana foram otimistas, no entanto. A equipe também encontrou evidências de genes relacionados ao aumento de resistência a antibióticos nos microbiomas de escovas de dente pertencentes a pessoas que praticavam melhor higiene oral. Esses genes provavelmente vieram de bactérias nativamente encontradas na poeira ou no ar do banheiro onde as escovas de dente eram mantidas, já que nenhum dos voluntários afirmou usar cremes dentais antimicrobianos.

Nenhuma das bactérias que eles encontraram – mesmo que fossem resistentes a antibióticos – é considerada um perigo sério para a saúde humana, e Hartmann adverte que o estudo não pode nos dizer por que esse padrão pode estar acontecendo. Mas uma teoria é que as pessoas que se preocupam especialmente com a higiene bucal têm maior probabilidade de usar outros produtos promovidos como antimicrobianos. E embora esses produtos afirmem ser melhores do que a versão padrão, na verdade não são.

Estudo após estudo mostrou que produtos antimicrobianos como sabonetes não oferecem nenhuma vantagem real na prevenção de infecções ou na manutenção da limpeza, mas promovem resistência aos antibióticos no ambiente. O trabalho anterior de Hartmann também mostrou que o creme dental comum já faz um bom trabalho na eliminação das bactérias de nossas escovas e que os produtos antimicrobianos não são necessariamente melhores.

Embora não haja nada de errado em ser higiênico e escovar os dentes com frequência, Hartmann espera que a maioria das pessoas evite usar esses produtos antimicrobianos.

"Praticar uma boa higiene oral é muito importante para a sua saúde. Eu absolutamente recomendo. No entanto, não recomendo que as pessoas usem produtos antimicrobianos", disse Hartmann. "Em muitos casos, os antimicrobianos são desnecessários".

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Vacinas evitaram mortes de 37 milhões de crianças desde 2000, diz estudo

Posted: 29 Jan 2021 10:53 AM PST

Vacina. Crédito: Getty Images

As discussões sobre vacinas têm se tornado cada vez mais intensas e frequentes, principalmente do último semestre de 2020 para cá. Há muitos motivos para se comemorar o desenvolvimento de um imunizante em tempo recorde para uma pandemia que ainda parece longe de estar controlada, mas a distribuição dele é um pouco mais complexa e levanta uma série de outras questões.

Por parte dos governos, há muita política envolvida e eles ainda precisam encontrar uma maneira de proteger a saúde da população muitas vezes com recursos limitados. Enquanto Reino Unido e União Europeia brigam pelas doses da vacina contra Covid-19, os países mais pobres correm o risco de serem negligenciados. Por outro lado, o movimento antivacina segue persistente, tentando atacar a credibilidade dos imunizantes. Apesar de todo esse debate ser recente, o fato é que as vacinas não são. E um estudo publicado esta semana no The Lancet mostra que elas já salvaram 37 milhões de crianças entre 2000 e 2019.

A análise, conduzida por pesquisadores da Imperial College London, no Reino Unido, foi feita com base em dados de vacinas contra dez patógenos em 98 países cuja renda é considerada baixa e média, cobrindo o período de 2000 a 2030. O trabalho ainda envolveu 16 grupos de pesquisa independentes, que, juntos, forneceram estimativas para diferentes cenários de vacinação para as seguintes doenças: hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B, papilomavírus humano (HPV), encefalite japonesa, sarampo, meningite meningocócica tipo A, infecções pneumocócicas, rotavírus, rubéola e febre amarela.

Por meio de modelos matemáticos, os pesquisadores apresentaram cenários de vacinação relatado e projetado. Ou seja, o que os registros indicam sobre os impactos de imunizantes e como seria caso eles não existissem. O resultado foi que de 2000 a 2030, as vacinas contra os dez patógenos do estudo poderão ter evitado 69 milhões de mortes, sendo que 37 milhões delas já foram evitadas entre 2000 e 2019. Conforme aponta a pesquisa, esse último número representa uma redução de 45% nas mortes em comparação ao cenário sem vacinação, sendo que a principal consequência foi a queda na mortalidade entre crianças com menos de 5 anos, principalmente no caso do sarampo.

No caso, o foco do estudo foi a vacinação infantil. Mas, considerando que muitos imunizantes são aplicados na infância para evitar infecções na vida adulta, os números acima não refletem o total de vidas que podem ser salvas. Segundo os autores, ao levar em conta essa questão da idade, a quantidade de mortes que podem ser evitadas por vacinação, entre 2000 e 2030, sobe para 120 milhões, sendo 58 milhões graças à vacina contra sarampo e 38 milhões graças ao imunizante contra hepatite B.

Por mais impressionante que sejam esses números, uma análise feita por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e que também foi publicada no The Lancet sugere que o impacto pode ser ainda maior. Segundo eles, cerca de 31% da população mundial vive em países que não foram incluídos na pesquisa do Reino Unido. Além disso, foram analisadas vacinas contra dez patógenos apenas, excluindo algumas importantes como a da gripe sazonal e ebola. O estudo também se limitou a calcular a redução na mortalidade, sem considerar outros impactos indiretos, como prevenção a infecções secundárias e maior resistência antimicrobiana.

Outra ressalva feita pelos pesquisadores do CDC é que o monitoramento de vacinação nem sempre é capaz de mostrar os números reais. Segundo eles, esse acompanhamento é limitado por falhas na vigilância, confirmações de laboratórios e capacidade de análise de dados, principalmente nos países analisados na pesquisa do Reino Unido. No caso de países em que o setor privado exerce um papel importante na distribuição de vacinas, também pode ser um desafio dar conta de acompanhar o número de vacinados.

Por fim, eles alertam que a pandemia de Covid-19 pode representar uma ameaça às estimativas de mortes evitadas até 2030. Afinal, com os sistemas de saúde sobrecarregados em diversas partes do mundo, os serviços de vacinação contra outras doenças acabaram ficando em segundo plano. Aliada a essa cobertura reduzida dos imunizantes, o movimento antivacina também vem ganhando força, o que pode prejudicar as conquistas dos últimos anos.

Por outro lado, os pesquisadores do CDC afirmam que a vacina contra Covid-19, assim como outros imunizantes futuros, poderão aumentar o número de vidas salvas caso os líderes e a comunidade globais continuem com os esforços para garantir que as vacinas cheguem a todos. Resta saber como os países vão tratar questões de saúde no futuro e se estarão dispostos, de fato, a abrir mão de conflitos políticos para priorizar a vida da população.

[The Lancet 1, 2]

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“A nossa existência importa”: a história de seis mulheres trans nas plataformas de streaming de jogos

Posted: 29 Jan 2021 08:18 AM PST

Não deve ser segredo para ninguém que o mercado de jogos eletrônicos se tornou uma das fontes mais rentáveis nos últimos anos, seja para empresas ou streamers. E embora seja um espaço dominado majoritariamente por homens heterossexuais (em sua maioria brancos), a comunidade LGBTQIA+ vem conquistando um lugar cada vez mais significativo nesse cenário, levando milhares de pessoas, dentro e fora dessa bolha, a assistir suas transmissões nas principais plataformas de streaming, como Twitch, Facebook Gaming e Nimo TV.

No Brasil, 29 de janeiro é Dia Nacional da Visibilidade Trans, uma data que destaca a luta diária e a existência de travestis e transexuais. O marco acontece desde janeiro de 2004, quando um grupo travestis e transexuais foram até Brasília lançar uma campanha chamada "Travesti e Respeito", promovida pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.

Conversamos com seis mulheres da comunidade trans e que fazem streaming de jogos na internet para ouvir um pouco de suas respectivas histórias. E como suas existências nesse mercado representam um marco importante na luta pelos direitos das travestis e transexuais.

Mas antes, destacamos alguns dados:

  • Trans é uma abreviação de "transgêneros", que se refere a pessoas que não se identificam com o gênero atribuído ao nascerem. Portanto, é fundamental entender a diferença entre identidade de gênero, que faz referência a como a pessoa se enxerga e se identifica – e que não tem nada a ver com o órgão sexual com o qual se nasce –, e orientação sexual, que diz respeito a como uma pessoa se sente atraída por outra. Reforçando: identidade de gênero não determina a orientação sexual de alguém;
  • De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), cerca de 1,9% das brasileiras e brasileiros são trans;
  • O Brasil é o país que mais registra assassinatos de pessoas trans no mundo, principalmente travestis e mulheres trans negras ou pardas. Entre 2008 e 2019, foram 1.418 assassinatos. Isso se reflete na expectativa de vida de travestis, homens e mulheres trans, que é de 35 anos, segundo dados da Antra. Para efeito de comparação, isso é menos da metade da média nacional, que hoje está em 76,3 anos;
  • E veja só: o Brasil também é o país que mais consome pornografia transexual no mundo;
  • Dados da Antra apontam que mais de 90% das travestis e mulheres trans brasileiras só conseguem trabalho no mercado informal, principalmente na prostituição. Não por opção, mas como única oportunidade de sobrevivência;
  • Desde março de 2018, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) garante às pessoas trans o direito de alteração do sexo e do nome no Registro Geral (RG) sem a necessidade de uma autorização judicial, perícia, cirurgia de redesignação ou terapias hormonais – requisitos que até então eram obrigatórios;
  • Por esse mesmo decreto de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a garantir o direito de travestis e transexuais mulheres a integrarem a cota mínima de 30% estabelecida para candidaturas femininas por partido nas eleições;
  • Ainda sobre cotas, algumas universidades brasileiras já possuem cotas específicas para estudantes trans. Contudo, até 2019, menos de 1% dos alunos que ingressaram em uma faculdade se declararam como homem trans ou mulher trans;
  • Desde 2008, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a cirurgia de redesignação sexual para pessoas trans que desejam adequar características genitais ao gênero com o qual se identificam. O problema é que a espera por esse procedimento pode levar quase dez anos. Além disso, a idade mínima para realizar a cirurgia é 18 anos, segundo resolução do Conselho Federal de Medicina;
  • O número de travestis e transexuais na política tem crescido a cada eleição. Segundo dados da Antra, 294 pessoas trans concorreram a um cargo municipal em 2020, e 30 delas foram eleitas em nove estados brasileiros;
  • O que os pais precisam saber sobre transexualidade;
  • Vale a pena apoiar projetos de acolhimento a jovens transexuais, mas que abraçam toda a comunidade LGBTQIA+. Alguns deles: Casa 1 (SP), Casa Chama (SP), Casa Florescer (SP), Coletivo Arouchianos (SP), Casa Nem (RJ), Grupo Arco-Íris (RJ), CasAmor (SE), Casa Aurora (BA), Instituto Transviver (PE), Casa Miga (AM), TransVest (MG), Casa Transformar (CES). Se souber de mais alguma, me envie uma mensagem no Twitter que atualizo a lista.

Dani Liu

“Se você ainda não me conhece, meus pêsames, viu? Porque é o entretenimento servido todo o dia.”

Com muito bom humor e suas "filhas" (como chama seus seguidores) prestigiando as transmissões, Dani Liu é uma streamer de 28 anos que iniciou sua carreira nas lives há pouco menos de um ano. Antes ingressar nesse mercado, ela já havia trabalhado em empregos formais, como atendente de telemarketing e assistente de cabeleireira, mas viu nos games uma possibilidade para fazer dinheiro enquanto joga. E pelo pouco tempo em que realiza suas lives, Dani considera estar se dando muito bem, ainda mais por ter conseguido um contrato fixo com a plataforma em que trabalha atualmente.

Imagem: Acervo Pessoal

Com uma família composta pela mãe, tia e dois irmãos, Dani diz que no início sentiu um pouco o baque de ser uma criadora de conteúdo em ascensão, principalmente ao ganhar mais visibilidade. "Por sermos transexuais, ouvimos coisas que são muito desagradáveis. E na internet, no geral, sempre houve uma repreensão às mulheres — não somente às trans, mas todas delas. Se você é mulher, é cobrada pela sua aparência o tempo todo, mesmo fazendo um bom trabalho. Acho que, independentemente de ser trans ou não, qualquer mulher que está na internet fica muito mais sujeita a sofrer qualquer tipo de ódio em comparação com os homens, que não passam por esse tipo de cobrança", afirma.

Dani tem mais de 35.000 seguidores na Nimo TV e mais alguns milhares nas redes sociais, onde tem o costume de interagir com os fãs. Além disso, ela lançou há alguns meses seu canal no YouTube com vídeos de Dead by Daylight (DBD), principal título jogado em suas lives. Mas também tem espaço para outros jogos, entre eles Resident Evil, Fatal Frame e mais recentemente Bloodborne.

Imagem: Acervo Pessoal

Enquanto diverte o público com sua jogabilidade nas lives, Dani costuma responder muitas perguntas do público – algumas delas sobre preconceito e transfobia. Para ela, o Brasil ainda é um país que caduca nos direitos de pessoas transexuais e travestis. "Quando eu falo que quero ir embora desse País é porque eu não sinto que uma mulher trans consegue viver aqui. É você andar na rua e as pessoas te olharem como se você fosse uma atração. Para você ter ideia, na época que mudei meu nome nos documentos, eu tive que pagar um processo caríssimo, fiz perícia e fui revistada para que eles tivessem certeza que eu não era uma estelionatária", explica.

Apesar disso, Dani acredita que as coisas podem mudar agora que mais mulheres trans estão ocupando espaço na política. "Eu espero que essas mulheres que foram eleitas representem bastante a gente e consigam muito mais direitos, porque mais do que nunca estamos precisando", diz.

Mesmo sendo nova no mercado de streaming, Dani dá algumas dicas para quem quer ingressar na profissão. Para ela, assim como em qualquer emprego, o mais importante é ter disciplina: sempre tentar abrir a live em um horário fixo, dar atenção ao seu público e diversificar no conteúdo. Além disso, ela lembra que o começo nunca é fácil, e que lidar com pessoas, mesmo estando atrás de uma tela de computador, exige paciência.

Você pode seguir a Dani Liu na Nimo TV.

Beamom

“Se você for maior de 18 anos, vem me assistir. Eu falo palavrão. Muito palavrão. Mas a gente se diverte.”

Com apenas 19 anos, Beatriz Pozzebon, mais conhecida como Beamom nas redes sociais, faz suas lives na Twitch, principalmente dos títulos Dead by Daylight, League of Legends e Overwatch. Com quase 13.000 seguidores na plataforma de streaming, a jovem afirma que tudo começou há quatro anos como uma brincadeira, quando abria suas transmissões sem pretensão de transformar o hobbie em profissão. "Por mais que ainda viesse muita transfobia e comentários ruins, eu me divertia e conheci pessoas incríveis. Por isso continuei fazendo lives", conta.

Beatriz iniciou sua transição em 2020, mas diz que sempre soube ser uma mulher trans. "Quando você descobre quem você é realmente, é um baque muito difícil para se aceitar. Entrei em uma depressão tão profunda que eu só ficava no meu quarto chorando, sem comer, nem beber nada. Um dia minha mãe entrou no meu quarto dizendo que fiquei uma semana inteira sem me alimentar, e aquilo destruiu meu coração. Foi quando comecei a aceitar o fato de ser trans, mas nunca senti a necessidade de me assumir — embora eu ache esse negócio muito errado. Acho que você é do jeito que é e pronto", diz.

Imagem: Acervo Pessoal

Beatriz é gaúcha e mora no Rio Grande do Sul. Mesmo tendo o apoio dos amigos, ela não nega que às vezes tem vontade de abandonar as transmissões. Contudo, a vontade de continuar entretendo seus seguidores e servir como uma porta-voz para as mulheres trans na plataforma é maior do que os desejos de desistência. "Eu continuo por causa da visibilidade, não por causa do dinheiro. Eu fico para dar espaço às outras [mulheres trans] que virão depois de mim. E o carinho que você recebe do público é muito maior do que qualquer comentário transfóbico ou de ódio", relata

Por falar no público, Beatriz diz que, por conta das lives, ela agora tem muito mais contato com pessoas da comunidade transexual. Esse, inclusive, é um de seus maiores orgulhos: saber que gamers trans estão assistindo seu trabalho. "Eu acho muito importante esse negócio da gente criar nossa própria comunidade dentro dos jogos, porque ali nos sentimos seguras e acolhidas. Principalmente quem é trans, pois somos as que mais sofremos preconceito. Isso sem contar que é melhor trabalhar de casa, porque eu tenho muito medo de ter um emprego formal. O mercado de trabalho é muito mais difícil para uma transexual ou travesti", conta.-*

Imagem: Acervo Pessoal

Além dos jogos, Beatriz tem o hábito de abrir sua live para conversar com os seguidores do canal. Ela diz que muita gente que está se descobrindo trans chega no chat sem saber o que fazer para se conhecer, se assumir para si mesma. A jovem afirma que entende a responsabilidade e oportunidade de ajudar essas pessoas, e sempre se surpreende ao receber mensagens de carinho de fãs que acompanham seu trabalho. "É surreal. Eu lido bem com isso, e sempre tento informar ao máximo. As pessoas precisam de carinho", diz.

O que Beatriz acha faltar na sociedade é, de fato, uma visibilidade maior para transexuais e travestis. "Tem visibilidade. Pouca. Bem pouca mesmo, mas tem. Dentro da minha bolha tem um espaço maior, mas acho que isso depende muito, porque cada pessoa tem a sua própria bolha. O que a gente tem que fazer é lutar para alcançar essa visibilidade", conclui.

Você pode seguir a Beatriz "Beamom” na Twitch.

Lu Croft

“Eu sou a Luanny, uma menininha que já passou por vários bocados, mas hoje estou aqui para representar não só o meu trans, a minha causa, mas toda a bandeira.”

Imagem: Acervo Pessoal

Quem joga videogame com certeza vai notar a semelhança no sobrenome. E é exatamente o que você está pensando: fã declarada da franquia Tomb Raider e da "mulher forte Lara Croft que não precisa de homem e é capaz de conquistar tudo”, Lu Croft tem 23 anos e começou a fazer lives de jogos por brincadeira com alguns amigos. A diversão teve início no GTA Roleplay, uma versão modificada de Grand Theft Auto V que dá mais liberdade para os jogadores serem o que quiserem e assumir o papel de alguém que tem profissão, casa e relacionamentos. Isso tudo ao mesmo tempo que interage com outras pessoas vivendo a mesma "vida".

Lu Croft faz lives na Nimo TV, onde compartilha o coletivo Buíque com outros três streamers (Sabrinoca, Demi e Nicky Mitrava) – cada um tem um espaço individual. Mais de 47 mil pessoas seguem a jovem na plataforma, que já garantiu uma grana e qualidade de vida em poucos meses de trabalho. "Hoje já dei entrada no meu apartamento", conta Lu, toda sorridente. Ela também tem um canal no YouTube onde publica destaques das partidas jogadas.

Da mesma maneira que Dani Liu e Beamom, Lu Croft vê no público um refúgio para conversar e desocupar a mente. "De fato, as pessoas nos enxergam como amigas, mães, madrinhas (como costumam nos chamar). Algumas até se abrem totalmente quanto a questões de vida. E é algo recíproco, porque elas veem em você um porto seguro, alguém com quem elas podem contar. Às vezes leio um 'te amo' na live e aquilo me enche de gratidão, de felicidade. Porque mesmo sem a gente se ver, conhecer ou estar se abraçando, fica o sentimento de que estamos ali ajudando de alguma forma", diz.

E assim como suas colegas de profissão, Lu Croft também não passa ilesa pelos preconceitos. Dentro da própria comunidade LGBTQIA+, segundo a jovem, as coisas não estão como eram há 10 anos, mas as mudanças aconteceram principalmente fora do meio que não vive essa realidade. "A gente já enfrenta tantos desafios diariamente que, quando você sofre preconceito dentro da própria roda, o impacto é pior ainda. Precisamos estar unidos dentro da nossa comunidade, mas não tenho visto isso acontecer", desabafa.

Imagem: Acervo Pessoal

Lu Croft se orgulha em saber que transexuais e travestis têm ganhado mais notoriedade no cenário gamer e do stream. Agora no mês da visibilidade trans, ela lembra que é ótimo ter um dia para lembrar das causas que foram e que estão sendo feitas, mas que todos os dias do ano são motivos de luta e de conscientização. "O dia da visibilidade trans reforça que a gente que é transexual e travesti existe e luta todos os dias. Outras vieram antes de nós, e outras virão depois da gente para mostrar que somos um ser humano que ama, ajuda e opina. A nossa existência importa", destaca.

Lu Croft também dá alguns conselhos para gamers de primeira viagem no streaming de jogos. Para ela, muitas pessoas querem transformar isso em um trabalho, e a primeira exigência, claro, é gostar de jogar videogame. "Outra coisa é não deixar o sucesso subir à cabeça. Seja paciente, persistente e tenha um pouco de ambição, que também é bom. E acima de tudo, seja criativo, coloque a cabeça para pensar e traga inovações. Sem esquecer que você está ali no papel de comunicador", completa.

Você pode seguir a Lu Croft na Nimo TV.

Sher Machado

“Corpos trans são reais, e eu sou uma mulher trans, independentemente do que eu visto, de como é meu cabelo, de como é meu corpo.”

Presença ativa nas redes sociais, em especial no Twitter, Sher Machado, também conhecida como Sher "Transcurecer", é uma streamer carioca de 27 anos que desde cedo afirma ter sido inserida no mundo dos games. Antes de começar a jogar em casa, Sher conta que, assim como muitos, frequentava antigas lan houses para passar o dia jogando títulos como Grand Chase, MU Online e Counter Strke. No entanto, foi só no ano passado que ela fez do stream um trabalho rentável desde que estreou na Twitch.

Imagem: Acervo Pessoal

Sher diz que isso só foi possível com o esforço do seu trabalho e a ajuda de doações — os famosos “donates” — que ajudaram a streamer a melhorar a qualidade dos conteúdos. Teve até uma mãozinha da Nath Finanças, que ajudou a jovem na compra do computador usado para realizar as transmissões. De lá para cá, ela diz que tem feito um bom dinheiro com suas lives, o que refinou ainda mais o conteúdo, principalmente no último ano em que a pandemia de COVID-19 nos forçou a ficar muito mais tempo dentro de casa.

"O trabalho como criadora de conteúdo foi o que possibilitou a milhares de pessoas ouvirem o que eu tenho a dizer. E também por uma questão da representatividade que a minha existência gera nesse espaço — algo que eu não tive durante minhas descobertas pessoais. Quando eu pensei em iniciar minha transição, fiz muita pesquisa na internet para encontrar referências de pessoas com histórias semelhantes às minhas. A primeira delas que eu tive contato foi Bryanna Nasck, que acompanho desde 2016 e falava sobre não-binariedade. Depois encontrei outras, como Mandy Candy, Thiessa e Briny de Laet", diz.

Segundo Sher, o mais curioso nessas descobertas foi que todas as mulheres que ela encontrou como referência são brancas e seguem um estereótipo de feminilidade exacerbado que Sher nunca procurou ter. "Eu me questionava se as pessoas iriam me respeitar não sendo parecida com elas – foi quando tive fortes crises de disforia e dismorfia de gênero. Mas daí eu percebi que eu não preciso me enquadrar dentro de um padrão para ser eu", afirma.

Imagem: Acervo Pessoal

Além de streamer de jogos, Sher tem uma participação significativa na capacitação de transexuais e travestis, dentro e fora da internet. Desde 2019, ela faz parte do CapaciTrans, projeto voltado para capacitar pessoas da bandeira trans para se tornarem as próprias chefes no mercado de trabalho, sem depender tanto do sistema para construir uma carreira. Hoje, é secretária geral do projeto, auxiliando no desenvolvimento e formulação das ideias. Sher também integra o time do Wakanda Streamers, nascido em 2018 com o objetivo de reunir e dar suporte à comunidade preta, criando uma rede de apoio, troca de experiências, incentivo, orientação, divulgação, ensino e assessoria.

Calma que tem mais. Sher ainda é embaixadora do Ceres Trans, projeto do fotógrafo Caio Oliver que dá visibilidade para modelos pretas transexuais. E por fim, começando já nesta sexta-feira (29) até o próximo domingo, participará da Copa Rebecca Heineman, evento idealizado por Sher e realizado em prol do Dia da Visibilidade Trans. Trata-se do primeiro campeonato de League of Legends em que apenas pessoas transgêneras, transexuais e não-binárias puderam se inscrever.

Para Sher, o mês da visibilidade trans deveria ser nos 12 meses do ano. Ela ainda faz um paralelo com o movimento Black Lives Matter, quando muitos influenciadores pretos ganharam milhares de seguidores, mas depois que os protestos passaram, a visibilidade dessa comunidade nas plataformas sociais e na mídia caiu drasticamente. "É algo que tem que acontecer todos os dias. Senão, de que adianta dar visibilidade agora, mas daqui dois meses esse alcance diminuir e ficarmos esquecidas de novo?", questiona.

A streamer também manda um recado para quem está se descobrindo ou já descobriu trans:

Se você é uma pessoa trans e está lendo isso, saiba que sim, seu corpo é válido. Sim, seu corpo é real. Sim, ame seu corpo do jeitinho que ele é. Não deixe que o padrão cisgênero normativo binário interfira na forma como você se respeita e se ama. Eu entendi com o tempo que sou uma mulher trans independentemente de como a pessoa do meu lado me olha e fala como eu deveria ser. Você não precisa da validação de ninguém, apenas do seu respeito e amor consigo mesma.

Você pode seguir a Sher Transcurecer na Twitch.

Sabrinoca

"Sou a rainha do Dead by Daylight. E para quem não me assiste, vem me conhecer que você não vai se arrepender."

Sabrinoca, como é conhecida nas redes sociais, integra o coletivo Buíque, o mesmo que sua amiga Lu Croft faz parte, na Nimo TV. No mercado de streaming de jogos há dois anos, ela se destaca nas gameplays de Dead by Daylight, League of Legends, Valorant e GTA Roleplay. E mesmo tendo apenas 21 anos de idade, é um dos nomes mais fortes da plataforma, com mais de 115.000 seguidores e outros 51.000 no canal do YouTube. O público é bastante fiel às lives, que costumam acontecer mais no período da noite. Cerca de 15.000 pessoas ou mais têm o hábito de assistir a streamer diariamente.

Imagem: Acervo Pessoal

No início da carreira, Sabrina conta que ainda existiam poucas pessoas de relevância da sigla trans. E as poucas que estavam ali podem ter alcançado sucesso e reconhecimento por pura sorte, já que, para ela, é muito difícil ter visibilidade e engajamento, principalmente para pessoas da bandeira trans. "O que eu vejo de diferente é que nós, trans, somos mais valorizadas hoje. Mas ainda não é suficiente. Os streamers heterossexuais cisgêneros ainda têm muito mais oportunidades, e isso é extremamente injusto porque exercemos os mesmos trabalhos. Muitas vezes, temos os mesmos números, a mesma relevância e o mesmo alcance – ou até mais -, e ainda assim não conseguimos fechar trabalhos maiores", afirma.

A jovem traz outro exemplo: a falta de representatividade na mídia tradicional, como a televisão. "Tirando a Ariadna no BBB 11, quando você viu uma pessoa trans entrar em um reality show dessa magnitude? Em 20 anos de Big Brother Brasil, só teve ela — e olha que na época ela entrou super escondida, sem revelar nada. A gente até vê uma ou outra trans em uma novela ou série, mas ainda falta muita inclusão para pessoas da nossa bandeira. Falta colocar a gente em mais lugares, nos tornar mais aparentes, porque não é por falta de talento ou habilidade da nossa parte, mas sim falta de oportunidade do mercado", diz.

Sabrina também conta que esses dois últimos anos fazendo live foram suficientes para dar uma qualidade de vida melhor para si e sua família. Ela brinca dizendo que ainda não é rica, mas que não passa vontade quando quer comer alguma coisa, comprar uma roupa nova, sapato ou bolsa. "Já consegui dar um carro para minha mãe. Em breve vou dar entrada no meu apartamento. E aí a gente vai barbarizando. Dá para viver muito bem", diz.

Imagem: Acervo Pessoal

As lives da Sabrinoca, assim como de suas colegas de profissão, também são compostas de muito bom humor. Mas claro, também tem espaço para conversas em tom mais sério. "Eu gosto de comentar sobre alguns assuntos quando acho necessário, mas não sou o tipo de pessoa que fica militando o tempo todo, porque só de a gente estar ali já é um ato de militância. Isso por si só faz com que as pessoas vejam que tem alguém ali para elas se inspirarem. Eu acho sim que existe muita cobrança e desunião por parte do nosso público, mas ao mesmo tempo é o público mais unido que existe", diz, citando uma live beneficente feita há alguns dias com algumas amigas que arrecadou R$ 11.000 em doações de espectadores para a compra de oxigênio em Manaus.

E para quem planeja se aventurar na indústria de streaming de jogos, Sabrinoca lembra que sim, você pode se inspirar em outras pessoas, mas é fundamental ter algo de diferente para fidelizar o seu público. "As pessoas precisam ser autênticas para chegar a algum lugar. Seja você mesmo abra sua live e não fique pensando em números ou contratos, porque essas coisas vêm com o tempo e esforço. Se você não conseguir sustentar o seu público e não tiver personalidade própria, não adianta em nada", declara.

Você pode seguir a Sabrinoca na Nimo TV.

Bryanna Nasck

"Hoje eu me tornei a pessoa que eu sempre precisei ser para mim mesma.”

Uma trans não-binária, que não se identifica nem como homem, nem como mulher. É assim que a influenciadora Bryanna Nasck se descreve. Moradora de Tatuí, no interior de São Paulo, a jovem de 26 anos ganhou projeção nacional com seus vídeos no YouTube em que discute não-binariedade, identidade de gênero e saúde mental. O canal estreou em 2016, e de lá para cá, ela participou de várias plataformas de streaming de games, incluindo o finado YouTube Gaming, Twitch e Facebook Gaming, onde realiza lives atualmente.

Foi no início da adolescência que Bryanna afirma ter se debruçado sobre as questões da comunidade LGBTQIA+, mas sem ainda conhecer especificamente a pauta transgênero. Primeiro, se assumiu gay e apresentou um namorado à família, mas mesmo assim tinha conflitos internos que a faziam questionar a própria existência. Depois, após ouvir o conselho de uma melhor amiga, diz que se descobriu como “genderqueer” (não-binária), que é quando alguém se identifica fora de uma identidade completa de gênero — no caso, a imagem exata do que é ser um homem ou mulher.

Imagem: Acervo Pessoal

Apesar das novas descobertas, a jovem diz que ainda se sentia incompleta, descrevendo a sensação como "uma angústia, algo desconfortável". Só então foi que Bryanna se deparou com as questões da comunidade transgênero. "Foi exatamente naquele momento que eu vi uma luz que elucidou minha existência como um todo. Você existir sendo você, sem necessariamente ter uma definição ou formato pré-definido. Foi ali que eu encontrei minha identidade", explica.

Embora se autodenomine como não-binária, Bryanna afirma que usa os estereótipos femininos para construir sua identidade, pois assim ela se sente mais confortável. "Eu não faço isso porque eu quero ser ou parecer uma mulher. Eu faço as coisas que vão me trazer conforto interno com minha própria existência e com meu corpo. O que eu quero é colocar minha cabeça no travesseiro à noite e dormir tranquila, porque eu passei a maior parte da minha vida desejando minha morte. Por isso, paz para mim é eu estar tranquila com minha existência", conta.

Além do canal no YouTube, foi através da lives de games que Bryanna encontrou mais um veículo para levantar essas discussões sobre não-binariedade, identidade de gênero e saúde mental. Isso mesclando uma militância e outra a  bom humor com o público que a assiste. A auidência, inclusive, se renova de tempos em tempos e serve como combustível para continuar desempenhando seu trabalho. "Eu penso em desistir de tudo umas cinco vezes por semana. Mas todos os dias eu vejo as pessoas que me acompanham e percebo que minha existência é útil para um monte de gente. É um longo processo entender que eu sou uma ferramenta para as pessoas que me assistem e consomem meus conteúdos", diz.

Imagem: Acervo Pessoal

Bryanna também percebe durante as transmissões que a maioria de seus espectadores hoje é composta por homens heterossexuais cisgêneros. "Os caras chegam na minha live com tesão, talvez olhando para mim como uma figura sexualizada, mas no final saem educados. Eu acho ótimo encontrar uma forma de usar um estereótipo que seja negativo — olhar para mim como um objeto ou fetiche — e usar a perspectiva social que a sociedade constrói sobre o meu corpo trans como uma ferramenta para impulsionar o meu trabalho. Hoje eu consigo transmutar a sexualização que é jogada sobre o meu corpo em um artifício para ecoar diversidade, respeito e educação", explica.

Assim como suas colegas e amigas trans, Bryanna espera que haja parcerias reais entre a comunidade e empresas que possam levar projetos que atingem a sociedade, causando mudanças verdadeiramente impactantes. De acordo com a influenciadora, as ações atuais são, em sua maioria, pontuais e muito especificas, e não permitem que transexuais e travestis não estejam em todos os ambientes. "A gente não pode achar que esse pouco é suficiente", destaca.

Hoje, Bryanna se diz grata pelas oportunidades e pelo espaço conquistado na internet que a transformaram em uma voz para as bandeiras que levanta. "Eu só tenho a agradecer a todas as pessoas que me assistem por acabar com a sensação de estar sozinha, que foi o que eu mais vivi em toda a minha vida. Durante anos eu senti que não tinha uma comunidade, que não poderia contar e confiar nas pessoas. E hoje milhares delas me permitem continuar vivendo, porque eu sei que o meu trabalho tem um impacto positivo na existência delas. Tem um motivo pelo qual eu estou aqui", completa.

Você pode seguir a Bryanna Nasck no Facebook Gaming.

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Congresso dos EUA fará audiência sobre ações da GameStop compradas por usuários do Reddit

Posted: 29 Jan 2021 07:32 AM PST

Olivier Douliery/AFP (Getty Images)

Isso já era previsto, mas aconteceu: o Congresso dos Estados Unidos fará audiências sobre o caso envolvendo as ações da GameStop (GME).

A presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Maxine Waters, disse nesta quinta-feira (28) que os legisladores do comitê planejam investigar as vendas a descoberto e as plataformas de negociação online. E o senador Sherrod Brown, presidente do Comitê Bancário e Habitacional do Senado, prometeu realizar uma audiência sobre o “estado atual do mercado de ações”. O gabinete do procurador-geral de Nova York, por sua vez, diz que está “revendo” o aplicativo de negociação de ações no centro da controvérsia das ações da GameStop.

Esta semana, a comunidade de negociação de ações do Reddit no subfórum Wall Street Bets se organizou para aumentar o valor da GameStop, em uma tentativa de prejudicar analistas veteranos de várias empresas de investimento. A GameStop pode ser um negócio arriscado, mas tem valor nostálgico para muitos usuários de fóruns, que por sua vez fizeram as ações da companhia dispararem para US$ 483 na quinta-feira, ante US$ 17,25 de 4 de janeiro e US$ 4 em dezembro.

O aplicativo de negociação de ações Robinhood e outras corretoras reagiram prontamente, impedindo que alguém comprasse ações da GameStop e também de outras empresas visadas pelos usuários do Reddit, como AMC e Blackberry. A decisão trouxe críticas de usuários e legisladores, que acusaram o app de manipulação de mercado ao desviar as ações da GameStop para proteger as principais empresas de Wall Street de grandes perdas. Os esforços da Robinhood para conter a situação afetaram particularmente a variedade de investidores amadores que foram atraídos para o aplicativo sem comissão em massa durante a pandemia de coronavírus. Também chamou a atenção para seu modelo de negócios, que coloca as empresas de fluxo de pedidos em uma posição privilegiada para lucrar com altos volumes de negociação.

Por conta disso tudo, a presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA anunciou que realizará audiências para investigar o ocorrido.

"Os fundos de cobertura têm uma longa história de conduta predatória, e essa atitude é totalmente indefensável", escreveu a democrata Maxine Waters. “Os fundos privados que atacam os fundos de pensão de americanos que trabalham duro devem ser interrompidos. Os fundos privados envolvidos em vendas a descoberto predatórias em detrimento de outros investidores devem ser interrompidos. Os fundos privados envolvidos em estratégias de abutre que prejudicam os trabalhadores devem ser interrompidos", completou.

Waters acrescentou: "Como primeiro passo para conter essas práticas abusivas, vou convocar uma audiência para examinar a atividade recente em torno das ações da GameStop e outras ações impactadas, com foco na venda a descoberto, plataformas de negociação online, gamificação e o impacto de suas ações sistêmicas em nossos mercados de capitais e investidores de varejo".

O senador democrata Sherrod Brown lamentou as elites de Wall Street como um flagelo para os americanos que não são ricos e disse que também planeja realizar uma audiência sobre o assunto. "As pessoas em Wall Street só se preocupam com as regras quando são elas que estão sendo prejudicadas. Os trabalhadores americanos sabem há anos que o sistema de Wall Street está falido – eles estão pagando o preço. É hora da SEC e do Congresso fazerem a economia funcionar para todos, não apenas para Wall Street", escreveu.

O escritório da Procuradoria Geral de Nova York, Letitia James, enviou ao Gizmodo uma breve declaração por e-mail: "Estamos cientes das preocupações levantadas em relação à atividade no aplicativo Robinhood, incluindo negociações relacionadas às ações da GameStop. Estamos revisando este assunto".

Os investigadores do Congresso podem aplicar intimações para solicitar documentos internos, mas as consequências geralmente ocorrem na forma de danos à reputação e na perspectiva de legislação, em vez de consequências jurídicas diretas. Os representantes democratas Alexandria Ocasio-Cortez, Ro Khanna e Rashida Tlaib criticaram as firmas de Wall Street por especulação desenfreada, assim como os republicanos Ted Cruz, Mike Lee e Patrick Toomey.

De acordo com a Bloomberg, fontes disseram que o aplicativo Robinhood teve que aproveitar centenas de milhões de dólares em linhas de crédito em grandes bancos. A empresa também está enfrentando uma ação coletiva de investidores indignados que alegam que ela violou os acordos do cliente quando “retirou aleatoriamente uma ação lucrativa de sua plataforma” e, supostamente, deixou de executar pedidos feitos por clientes em ações específicas que eram colocados com antecedência.

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Facebook pode estar preparando processo antitruste contra a Apple

Posted: 29 Jan 2021 05:22 AM PST

Aparentemente, o Facebook passou os últimos meses preparando um processo antitruste contra a Apple. De acordo com uma nova reportagem da Information, o Facebook vem montando com a ajuda de um advogado externo uma ação em que alega que as diretrizes da App Store da empresa representam abuso de mercado, porque os desenvolvedores terceirizados devem obedecer às regras da loja, coisa que não acontece com os apps da própria empresa.

Os planos do Facebook surgem na esteira de reclamações semelhantes da Epic Games depois de a Apple ter tirado o Fortnite da App Store. Se você não se lembra do caso, a Epic tentou vender por fora as moedas do jogo sem pagar a comissão da Apple, o que deu a maior confusão. O Information relata que não está claro se o Facebook vai prosseguir com seu processo, mas a contratação de um advogado externo e a análise da possibilidade de ação legal sugerem fortemente que as tensões entre as duas gigantes da tecnologia estão esquentando novamente.

Em junho, a Apple anunciou que planejava adicionar “rótulos nutricionais” aos aplicativos para explicar de modo mais claro como os dados das pessoas estavam sendo usados. Além disso, a empresa quer exigir que os desenvolvedores obtenham consentimento antes de usarem o sistemas de terceiros para rastreamento de dados. No entanto, depois que o Facebook reclamou que as mudanças da Apple poderiam destruir a receita gerada por sua rede de anúncios, a fabricante do iPhone decidiu adiar as medidas para “dar aos desenvolvedores tempo para fazer as alterações necessárias”.

O Facebook depende muito de sua Audience Network para receita de publicidade. Por isso, qualquer mudança nas diretrizes da App Store representa uma grande ameaça aos resultados financeiros da rede social. Não é difícil ver por que ela pode recorrer a uma ação judicial para evitar ou atrasar quaisquer mudanças futuras. Mas o Facebook também não está exatamente em posição de atirar pedras, devido aos seus próprios problemas antitruste.

Os planos da Apple de dar a seus usuários mais controle sobre sua privacidade significam que este conflito está longe de terminar. A política de obter consentimento dos usuários para rastreamento foi adiada, mas deve entrar em vigor ainda este ano.

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Documentos da Marinha americana mostram criação de “arma de modificação do espaço-tempo”

Posted: 29 Jan 2021 03:00 AM PST

Imagem: The War Zone

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) gastou cerca de meio milhão de dólares — pelo menos US$ 466.810 — em pesquisas científicas marginais na esperança de um dia criar uma aeronave que contorne as leis da física. Essa notícia foi divulgada em uma nova reportagem da War Zone, que recentemente adquiriu documentos do DoD por meio de uma solicitação de registros públicos como parte de uma investigação contínua sobre o investimento da comunidade de defesa em tecnologias experimentais.

A estranha pesquisa faz parte de um corpo maior de trabalho do controverso inventor Dr. Salvatore Cezar Pais, um engenheiro aeroespacial empregado pela Marinha dos EUA. Ele já havia patenteado uma série de invenções para o governo federal nos últimos anos. A maioria delas está relacionada à criação de uma nave que é capaz de “engendrar a estrutura de nossa realidade no nível mais fundamental”, como o próprio explicou.

De acordo com os documentos recém-lançados, o Naval Air Warfare Center Aircraft Division (NAWCAD) gastou três anos e toneladas de dinheiro testando a teoria de Pais por meio de seu programa Naval Innovative Science and Engineering (NISE). O projeto, denominado "Gerador de campo eletromagnético de alta energia (HEEMFG)", poderia não estar preparado para testar o chamado "Efeito Pais". O War Zone descreve esse conceito como:

Toda matéria contém energia no nível quântico. Ao criar teoricamente seu próprio campo de energia incrivelmente denso e polarizado, afirma-se que a nave híbrida é capaz de criar um “vácuo” quântico em torno de si mesma, que lhe permite repelir qualquer molécula de ar ou água com a qual interage. Assim, a embarcação pode essencialmente ignorar as forças aerodinâmicas ou hidrodinâmicas, ou assim é reivindicado na patente.

A pesquisa do NAWCAD tinha como objetivo testar se os princípios que embasam o navio teórico de Pais seriam possíveis. Se os experimentos fossem bem-sucedidos, conforme afirmam os documentos, significariam a capacidade de criar, eventualmente, um “sistemas de propulsão de próxima geração para todos os ramos das forças armadas” que garantiria que os EUA “ganhem o futuro e alcancem a supremacia no campo de batalha.”

Entre outras coisas, os novos documentos (que incluem desenhos técnicos detalhados, fotografias e dados relacionados a testes reais das invenções) mostram os pesquisadores refletindo sobre como elementos da ciência experimental de Pais poderiam ser convertidos em uma “arma de modificação do espaço-tempo”, fazendo com que uma bomba de hidrogênio, em comparação, não passasse de um mero foguete. Embora não existam muitas outras informações, acho que esta é uma amostra clara da forma nada especial que eles estão utilizando do dinheiro do contribuinte.

As invenções do Pais estão disponíveis para leitura nas patentes do Google e incluem coisas como uma “embarcação usando um dispositivo de redução de massa inercial”. No caso deste, é uma aeronave triangular que tem a finalidade de parecer com as “naves triângulo preto” que os entusiastas de OVNIs gostam tanto.

Captura de tela: Google Patents.

Eu sei que tudo isso parece ter saído de um sonho totalmente esquisito de Fox Mulder, da série Arquivo X. Contudo, de acordo com comentários feitos pelo Diretor de Tecnologia da Marinha, existe basicamente uma Guerra Fria entre os EUA e a China por causa dessa tecnologia experimental clandestina. Relatórios anteriores mostram que, em uma carta enviada ao Escritório de Patentes dos EUA, o Dr. James Sheehy, CTO da Naval Aviation Enterprise (NAE), aparentemente afirmou que o governo precisava investir nesses veículos porque os chineses já estavam um passo a frente deles, o que representava “uma prévia do futuro”. Segundo sua análise, a tecnologia de propulsão vai "além dos sistemas dinâmicos de gás para propulsão induzida em campo híbrida aeroespacial-submarina".

Durante anos, a comunidade de defesa dos EUA financiou toda a variedade de ciência periférica em um esforço para descobrir novas vantagens militares contra seus inimigos. Teve de tudo, de experimentos da CIA com telecinesia a partículas subatômicas teóricas e tecnologias que afirmam colocar vozes na cabeça das pessoas.

De acordo com o relatório, o NAWCAD aprovou a “continuação” da pesquisa por outras agências de defesa, incluindo o Office of Naval Research (ONR), o Air Force Research Laboratory (AFRL), DARPA ou NASA. Mas, obviamente, não está claro se foi isso que aconteceu.

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É possível reduzir a emissão de poluentes sem comprometer a economia de um país, diz estudo

Posted: 29 Jan 2021 02:00 AM PST

Assim como a queima de combustíveis fósseis tem sido a principal fonte de energia da economia mundial, ela também é a maior responsável pela emissão de gás carbônico e outros poluentes na atmosfera. As discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento econômico são de longa data, mas um novo estudo sugere que não é preciso escolher um em detrimento do outro necessariamente. De acordo com os pesquisadores, é possível, sim, crescer a economia de um país ao mesmo tempo em que há uma redução das emissões de poluentes.

O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi publicado na Environmental Research Letters. Além de analisar dados de satélites coletados ao longo de 18 anos sobre a quantidade de aerossóis antropogênicos na atmosfera, os cientistas também olharam estimativas feita pelo Open-Data Inventory for Anthropogenic Carbon sobre a emissão de dióxido de carbono de combustíveis fósseis para calcular os danos causados por humanos a nível continental e nacional. A partir disso, os resultados foram comparados com dados locais de cada país.

"Sabemos que a poluição do ar e o desenvolvimento econômico estão ligados, mas queremos saber o quanto e se nossas ações podem mudar isso", disse Ruixue Lei, pesquisador de pós-doutorado no Departamento de Meteorologia e Ciências Atmosféricas, em comunicado da universidade. O resultado da pesquisa, segundo Lei, foi que “eles não são inerentemente vinculados e podem ser dissociados por meio de políticas favoráveis."

Os dados revelaram que os países que apresentam crescimento mais acelerado são também os que demonstraram um nível mais grave de poluição. Por outro lado, países como os Estados Unidos foram capazes de crescer sua economia, mas reduzir as emissões.

"Descobrimos que a ligação entre a queima de combustível fóssil e a qualidade do ar não é o quanto você emitiu, mas o quão rápido foi o aumento anual de combustão", disse Lei. "Talvez, nesta fase, nem todos os países consigam desvincular esses fatores, mas ainda vemos bons exemplos que nos dão esperança."

Lei defende que assim como as ações humanas causaram o estrago, também podemos mudar esse cenário por meio de políticas favoráveis. De acordo com os pesquisadores do estudo, alguns tipos de poluentes podem estar mais associados a um sistema econômico específico do que a outro, e eles ainda podem mudar à medida que o país passa por diferentes fases de desenvolvimento.

Sha Feng, professor assistente de pesquisa em meteorologia e ciência atmosférica, explica que essa é a primeira vez que dados de satélites são utilizados para provar que “não precisamos sacrificar nosso meio ambiente e, ao mesmo tempo, ter uma economia em crescimento. Essa relação pode ser desfeita, mas os países precisarão de infraestrutura ou apoio de políticas públicas para que isso aconteça.”

"Com tecnologias mais maduras e energia renovável, as economias podem continuar crescendo sem comprometer o meio ambiente e a saúde da população", concluem os pesquisadores em seu artigo.

[Penn State News]

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