sábado, 20 de fevereiro de 2021

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Rumores indicam que Apple pode apresentar novos iPads e AirTags em março

Posted: 19 Feb 2021 03:39 PM PST

Depois que o iPad Air foi atualizado no outono passado, as pessoas estavam esperando que o iPad Pro recebesse uma reforma semelhante. De acordo com novos vazamentos, ela poderia acontecer em algum momento em meados de março, junto com o lançamento dos AirTags.

Analisando os últimos anos, a Apple tem um histórico de organizar eventos de lançamento de produto no início da primavera no hemisfério norte (que começa em março). Com base em tuítes recentes notados pelo Economic Daily News da Coreia, a próxima exibição de gadgets da empresa está prevista para 16 de março.

Seguindo as previsões anteriores, o perfil @LeaksApplePro afirma que os tão esperados AirTags da Apple estão “praticamente prontos” desde o ano passado e finalmente serão anunciados oficialmente em março, o que está de acordo com os rumores de outros vazadores como Jon Prosser.

No entanto, as grandes estrelas do show serão vários novos iPads. O vazador @FrontTron diz que a Apple vai anunciar um novo iPad e um iPad Mini. Outras inúmeras fontes afirmam que um iPad Pro atualizado deve chegar também.

Macotaka diz que o novo iPad Pro contará com alto-falantes renovados, processadores mais rápidos e, possivelmente, até um display mini-LED com cores mais ricas e melhor contraste no modelo maior de 12,9 polegadas. Rumores também sugerem que a Apple pode apresentar o primeiro iPad com capacidade 5G durante este evento.

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Enquanto isso, para o menor iPad da Apple, parece que o iPad Mini pode finalmente receber um design renovado com bordas menores e uma tela maior, mas sem aumentar as dimensões existentes do modelo atual.

Infelizmente, a Apple normalmente anuncia seus eventos com duas a três semanas de antecedência, então provavelmente teremos que esperar até o final do mês ou início de março para a confirmação oficial.

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Apple estaria desenvolvendo bateria externa para iPhone com tecnologia MagSafe

Posted: 19 Feb 2021 03:05 PM PST

Foto: Caitlin McGarry/ Gizmodo

O retorno do MagSafe como um sistema de recarga sem fio nas novas versões do iPhone 12 foi uma grande surpresa, especialmente com a promessa de novos acessórios magnéticos. Mesmo com as novidades lançadas no final de 2020, a Apple estaria supostamente trabalhando em uma bateria externa com suporte à tecnologia.

A partir dos depoimentos de fontes anônimas, a Bloomberg relata que a empresa vem trabalhando no acessório há pelo menos um ano. Assim como em outros casos que utilizam este sistema de carregamento magnético, ela seria acoplada na parte de trás dos aparelhos mais recentes. Alguns dos protótipos apresentam um exterior revestido de borracha branca. No entanto, ao contrário dos acessórios anteriores de bateria do iPhone, ela fornece apenas vida útil adicional a bateria e não serviria como um case de proteção completo.

É fato que uma bateria MagSafe faz muito sentido — e provavelmente seria um sucesso de vendas. O MacRumors ter encontrado uma referência a ela no iOS 14.5 nos faz pensar que a Apple está trabalhando neste dispositivo a todo vapor. Ainda assim, de acordo com a reportagem, houve alguns empecilhos no processo de desenvolvimento. Enquanto os testes internos mostram que a fixação magnética é forte o suficiente para permanecer no lugar, o software do iPhone, por muitas vezes e de forma errônea, pensa que o pacote está superaquecendo. Parece que utilizar ou não uma capa no celular também faz diferença no processo.

Claramente, os acessórios dão bastante dinheiro para a Apple — embora seja difícil apontar exatamente quanto, já que as receitas de acessórios, produtos domésticos e vestíveis é posta em uma única categoria. No entanto, é esta categoria que rendeu um recorde de US$ 13 bilhões para a empresa no seu primeiro trimestre fiscal de 2021. Na ocasião, o CEO da companhia Tim Cook disse em uma teleconferência que todas as três subcategorias deste grupo atingiram resultados históricos.

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Isso tudo parece ótimo, mas a reportagem da Bloomberg também traz algumas informações interessantes, que sugerem uma relação receosa da empresa quando se trata de baterias e carregamento. Aparentemente, a Apple ainda está se recuperando do não lançamento do carregador sem fio AirPower. Além disso, ela teria cancelado um recurso em 2019 que permitiria que você carregasse seus AirPods na parte de trás de um iPhone. Inclusive, este é um recurso que está disponível há anos na Samsung, na Huawei e em outros aparelhos Android.

Considerando tudo isso e os desafios impostos na gestão do projeto, é possível que uma bateria MagSafe nunca chegue de fato ao mercado. Mesmo que seja só vaporware (como são chamados aqueles produtos anunciados, mas nunca lançados de fato), não parece que veremos saberemos tão cedo. De acordo com outro boato recente da Apple, o MagSafe também pode estar voltando para dois modelos de MacBooks Pro.

Enquanto esperamos — possivelmente para sempre — pelo aparecimento de uma bateria, alguém arrisca chutar o quanto ela vai custar? Afinal, o MagSafe Duo e o acessório MagSafe com bolso de couro custam US$ 130. Sinceramente, eu ficaria surpresa se a bateria custasse menos que isso.

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Reino Unido determina que motoristas da Uber tenham direito a férias e salário mínimo

Posted: 19 Feb 2021 12:45 PM PST

Peter Summers (Getty Images)

Uma decisão da Suprema Corte britânica emitida nesta sexta-feira (19) determina que motoristas da Uber no Reino Unido devem ser classificados como trabalhadores e ter direito a férias pagas e salário mínimo. O escritório da companhia em Londres, por sua vez, já contesta a decisão, insistindo que as regras da empresa mudaram drasticamente desde que o caso foi apresentado pela primeira vez por 25 motoristas, no ano de 2016.

A Justiça do Reino Unido aponta cinco razões pelas quais os motoristas da Uber devem ser classificados como trabalhadores, e não como empreendedores independentes. Primeiro, o tribunal apontou que os condutores não podem interferir no valor cobrado para cada viagem, já que o preço é definido pela própria Uber. Partindo desse pressuposto, como a empresa não pode ser classificada como empregadora dos motoristas?

Em segundo lugar, a Uber define os termos do contrato entre os passageiros e motoristas por meio de seu aplicativo. Terceiro, a companhia permite a todos os condutores aceitar e recusar viagens à vontade. Os motoristas são penalizados se declinarem muitos chamados seguidos — outro ponto que indica o vínculo trabalhista da Uber, como empresa, e dos motoristas, como trabalhadores.

A quarta razão: a Uber penaliza ou proíbe os motoristas que não mantêm uma classificação suficientemente alta, outro ato consistente da relação empregador-empregado. E por último, a Uber restringe a quantidade de comunicação entre motoristas e passageiros, algo que não seria normalizado se os condutores trabalhassem por conta própria.

Cabe dizer que trabalhadores (“workers“) e empregados (“employees“) são categorias diferentes na legislação britânica. A primeira categoria é um pouco mais flexível com relação a horários e proteções, mas tem direito a salário mínimo e férias. A decisão da Suprema Corte diz respeito a essa primeira categoria.

Este é o comunicado de imprensa da Suprema Corte do Reino Unido sobre a decisão de hoje:

Juntando esses fatores, o serviço de transporte realizado pelos motoristas e oferecido aos passageiros por meio do aplicativo Uber é rigidamente definido e controlado pela Uber. Os motoristas estão em uma posição de subordinação e dependência, de forma que têm pouca ou nenhuma capacidade de melhorar sua posição econômica por meio de habilidade profissional ou empreendedora. Na prática, a única maneira de aumentar seus ganhos é trabalhando mais horas e, ao mesmo tempo, atendendo às medidas de desempenho da Uber. A Suprema Corte considera que as comparações feitas pela Uber com plataformas digitais, que atuam como agentes de reserva de hotéis e outras acomodações e com motoristas, não trazem avanços. Os condutores foram corretamente considerados “trabalhadores”.

Procurada pelo Gizmodo US, a Uber não respondeu sobre como o tempo de férias pode ser alocado para os motoristas no futuro. No entanto, a empresa sugeriu que, desde que o caso foi iniciado em 2016, as coisas mudaram drasticamente a ponto de não serem necessárias alterações na forma como a companhia lida com os motoristas.

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"Respeitamos a decisão do Tribunal que se concentrou em um pequeno número de motoristas que usaram o aplicativo Uber em 2016. Desde então, fizemos algumas mudanças significativas em nosso negócio. Isso inclui dar ainda mais controle sobre como eles ganham e fornecer novas proteções, como seguro grátis em caso de doença ou lesão", disse Jamie Heywood, geral regional do Uber gerente para o Norte e Leste da Europa, em comunicado enviado por e-mail ao Gizmodo US.

O histórico da Uber em solo britânico não é dos melhores. Diversas vezes, a empresa viu seu aplicativo ser banido em várias regiões do Reino Unido, incluindo Londres. Mas essa situação conturbada se amplia para outros locais do mundo, como é o caso da Califórnia, onde há meses a Uber trava uma batalha judicial contra leis trabalhistas.

Atualizado às 20h com esclarecimentos adicionais sobre trabalhadores e empregados na legislação britânica

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WhatsApp não larga o osso, insiste em nova política de privacidade e dá prazo para aceite

Posted: 19 Feb 2021 12:44 PM PST

Ícone do WhatsApp. Crédito: AP

O WhatsApp ainda vem tentando se explicar sobre mudanças importantes nas políticas de privacidade do aplicativo que entrariam em vigor no dia 8 de fevereiro. As críticas foram tantas que a companhia adiou a implementação das novas regras, que agora só devem valer a partir de maio. E para quem acha que a plataforma vai mudar de ideia no meio do caminho, é melhor pensar duas vezes, já que o mensageiro está dando indícios que vai manter as novas diretrizes.

Em comunicado enviado à imprensa, o WhatsApp afirma que não pretende mudar as novas políticas referentes aos Termos de Serviço e privacidade da plataforma. O que a empresa destaca é em mais transparência com os usuários, informando exatamente (ou quase isso) como as mudanças irão afetá-los. Para tal, o app passará a exibir nas próximas semanas um pequeno banner com um convite para que os usuários verifiquem as novas políticas quando quiserem.

Um alerta será exibido no topo da janela do WhatsApp alertando sobre as mudanças. Imagem: Divulgação

De acordo com a companhia, o adiamento das novas regras foi postergado porque muita gente quer ter certeza que o mensageiro não vai ler, ouvir e nem armazenar suas conversas pessoais. “As pessoas também querem confirmar que o WhatsApp não mantém registros sobre com quem os usuários estão conversando e que não compartilha listas de contatos com o Facebook. Essa é a abordagem global do WhatsApp para proteger as informações mais privadas das pessoas e isso não muda", diz o aplicativo.

A empresa também afirma que “as equipes do WhatsApp passaram as últimas semanas analisando os comentários dos usuários e conversando (virtualmente) com pessoas de vários países". Segundo a companhia, “esta foi uma grande oportunidade para o WhatsApp ouvir sobre as preocupações das pessoas e entender o que poderia ter feito melhor".

O WhatsApp ainda criou uma página em português explicando o assunto. Você pode visualizá-la clicando neste link. As mudanças estão previstas para serem aplicadas no dia 15 de maio de 2021.

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A atualização nas políticas de uso do mensageiro acontecem principalmente porque os usuários que quiserem continuar usando o aplicativo são obrigados a concordar com os novos termos, caso o contrário suas contas seriam excluídas. E entre esses termos – bastante confusos, diga-se de passagem – estão aberturas que levam ao entendimento de que os dados do WhatsApp poderão, em algum momento, ser compartilhados com o Facebook, proprietário do app.

Agora com mais três meses até que as novas diretrizes sejam implementadas de fato, o WhatsApp ganha tempo para esclarecer ainda mais o que isso vai mudar nos usuários do aplicativo. É bom a empresa correr, já que, desde o início de fevereiro, plataformas concorrentes, como Telegram e Signal, viram sua base de inscritos subir significativamente.

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13 cursos online para fazer em um fim de semana, disponibilizados pela Domestika

Posted: 19 Feb 2021 11:35 AM PST

O momento é propício para o aprendizado. Mas sabemos que tempo não é um recurso tão abundante na correria do dia a dia, concorda?

Por isso, separamos 13 cursos 100% online oferecidos pela Domestika que você pode fazer em um fim de semana, reservando apenas algumas horinhas para aprender e praticar.

Lembrando que alguns dos cursos da lista podem ser feitos gratuitamente, se você assinar o Domestika PRO.

A arte de desenhar

Em apenas duas horas e meia, você aprenderá a usar seu caderno vazio para criar arte e compartilhar com o mundo. Seu professor já passou por grandes estúdios de animação, como Disney e Dreamworks, além de ter ilustrado para grandes veículos de comunicação, como o New York Times.

Aproveite que o curso está com valor promocional e sai apenas R$ 39,90.

Fotografia profissional para Instagram

Em menos de duas horas você será capaz de tirar fotos profissionais com seu celular e compartilhá-las nas redes sociais. Você aprenderá noções de enquadramento, composição e edição de imagens com quem entende do assunto!

Aproveite o valor promocional, pois o curso está saindo apenas R$ 59!

Introdução à escrita narrativa

Aprenda com um conceituado escritor mexicano a arte de contar histórias marcantes. O curso possui pouco mais de duas horas em pequenas aulas, entregando a você o conhecimento necessário para se desenvolver. O que acha de deixar sua marca no mundo?

Você pode adquirir todo esse conhecimento por apenas R$ 49.

Introdução ao AutoCAD

Esse curso é 5 em 1! Com 35 aulas você aprenderá conceitos básicos de projetos arquitetônicos e como desenhar no software mais utilizado do mercado. O curso custa R$ 55 e pode ser feito tranquilamente em dois dias.

Criação de um site profissional em WordPress

Em apenas algumas horas você terá o conhecimento necessário para programar sites, blogs e lojas em WordPress, que é o maior CMS do mercado. O melhor: tudo por apenas R$ 49.

Criação de uma loja online no WordPress

Em algumas aulas, você irá se especializar na criação de e-commerce no WordPress, aprendendo a programar e configurar um sistema com todas as etapas de venda, por R$ 49.

Criação de um podcast do zero

Aqui você terá quase duas horas de aulas com um profissional de rádio e podcaster experiente, aprendendo como conceber, gravar, editar e transmitir um podcast.

Aproveite o a promoção e pague somente R$ 69 nesse curso.

Campanhas de Facebook Ads para loja online

Seguindo a linha de conhecimento necessário para gerenciar um negócio online, este curso de 2h24 te ensinará a parte crucial de uma empresa: as vendas. Quais são as técnicas e métodos que os grandes players do mercado utilizam para vender pelo Facebook?

Compre o curso hoje por apenas R$ 69.

Google Ads e Facebook Ads do zero

Aqui você terá uma abordagem didática para aprender do zero impulsionar campanhas e alavancar vendas tanto pela ferramenta do Google quanto do Facebook. São 4 horas de aula com dois consultores que trabalharam em empresas como Amazon e as próprias Google e Facebook, tudo por R$ 55.

Estratégia de marca no Instagram

Em uma rede que vende imagens, como sua empresa se posiciona? Nesse curso de duas horas, você aprenderá com uma estrategista de comercialização as estratégias de sucesso que são usadas por perfis influentes e populares. Sempre com foco nos resultados!

O investimento para tudo isso é apenas R$ 39,90.

Teoria da cor para projetos online

Você conhece a ciência por trás das cores? Quando se trabalha com vendas online e comunicação digital, entender a teoria das cores é de suma importância para saber o impacto que isso causa nos seus clientes. Nesse curso, você terá acesso a um material que te ensina isso na prática, por R$ 79.

Introdução ao UX Design

Tem aumentado a demanda por profissionais da área de UX Design. Nesse curso de cerca de três horas, você será introduzido à arte de desenhar produtos pensando na experiência do usuário por apenas R$ 59.

Design de convites para eventos

Neste curso, a diretora de arte da VOGUE, entre outras gigantes da comunicação, ensina como chamar a atenção com convites. Você aprenderá noções básicas e técnicas avançadas de design, utilizando ferramentas como Adobe Illustrator e Photoshop, tudo por R$ 79.

Preços conferidos na manhã do dia 18 de fevereiro. Comprando pelos links acima, você não paga nada a mais e o Gizmodo Brasil ganha uma comissão.

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Android 12 ganha primeira versão de desenvolvedor

Posted: 19 Feb 2021 10:53 AM PST

Imagem: Google

O Google lançou nesta quinta-feira (18) a primeira versão de desenvolvedor do Android 12. E com ela já podemos ter algumas dicas das principais mudanças que virão assim que a atualização do software for lançada para os usuários no segundo semestre.

Esta versão inicial ainda está longe do modelo final e novos recursos certamente serão adicionados ao longo dos próximos meses. Mesmo assim, a primeira prévia do Android 12 aponta para algumas funções interessantes. Entre elas melhorias na transcodificação de mídia, notificações mais rápidas, teste de aplicativos e uma ênfase geral em segurança e privacidade.

O recurso de transcodificação permite converter vídeos para o formato HEVC com mais facilidade. Para aprimorar a qualidade geral da imagem, o sistema também está recebendo suporte para AV1 Image File Format (AVIF), que oferece melhor qualidade e tamanhos de arquivo menores graças à compactação aprimorada. E para ajudar a tornar o compartilhamento de conteúdo ainda mais fácil, o Google colocou uma nova API que permite que os apps recebam conteúdo diretamente da área de transferência.

Outra novidade em testes é um design reformulado para a central de notificações, que passaria a ser mais funcional. Isso inclui um novo layout para a aba de notificação e animações mais rápidas em toda a central. Além disso, o Google quer tornar a inicialização de apps a partir da tela de notificações ainda mais rápida. No Android 12, isso deve acontecer por meio de animações mais curtas e sem aquele efeito de "trampolim", que acontece nas versões mais recentes do sistema.

Em termos de compatibilidade e estabilidade de aplicativos, o Google está fornecendo mais ferramentas para ajudar os desenvolvedores a otimizar seus serviços para tablets, aparelhos dobráveis ​​e Android TV. A empresa até disponibilizou um novo menu de configurações alternável para uma série de opções de depuração.

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Por fim, para aumentar recursos de privacidade do usuário, o Google colocou novos controles para identificar possíveis rastreamentos, além de cookies aprimorados no WebView e melhor proteção contra aplicativos que exportam a atividade para plataformas de terceiros.

No momento, a versão de desenvolvedor do Android 12 só pode ser baixada em dispositivos da linha Pixel — mais precisamente dos modelos Pixel 3 ao Pixel 5 –, ou por meio do Android Emulator no Android Studio. Mais informações podem ser acessadas na página oficial do novo sistema.

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Microsoft anuncia Office 2021, com licença permanente, para Windows e macOS

Posted: 19 Feb 2021 09:44 AM PST

Imagem: Microsoft

A Microsoft anunciou nesta quinta-feira (18) a versão 2021 do Office. A suíte de aplicativos da companhia, que traz ferramentas como Word, PowerPoint, Excel e outras, estará disponível nos modelos para o consumidor final e para usuários corporativos (Office LTSC). O lançamento deve acontecer no final deste ano para PCs com Windows e dispositivos da Apple que rodam macOS.

O Office 2021 engloba vários apps da Microsoft em um pacote único. Ele não tem relação com o Microsoft 365 (anteriormente chamado de Office 365), que depende de uma assinatura para ser acessado. Ou seja, se você comprar o Office 2021, o programa é seu e ponto final. Por outro lado, o Microsoft 365 atualizações para versões futuras e outros serviços, como espaço de armazenamento no OneDrive.

Embora não tenha detalhado as principais mudanças na plataforma, o que já se sabe é que pelo menos a variante Office LTSC (Long-Tem Servicing Channel), para clientes comerciais, contará com um modo escuro, melhorias de acessibilidade e funções como tabela dinâmica e XLOOKUP no Excel. Lembrando que o dark mode começou a ser testado no Word recentemente, e que esses recursos devem chegar primeiro ao Microsoft 365.

No geral, no que diz respeito à interface, não devemos ver grandes mudanças nos modelos offline do Office 2021. Essas atualizações também devem ser mais focadas para a versão por assinatura.

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Outra informação importante é que o Office LTSC teve seu suporte diminuído para cinco anos, em vez dos sete anos que a Microsoft costumava oferecer. Os preços das variantes Office Professional Plus, Standard e apps individuais para clientes comerciais também passaram por um reajuste de 10% no valor final. Os preços do Office 2021 para usuários finais e pequenas empresas continuarão os mesmos.

Segundo a Microsoft, uma prévia do Office LTSC deve ser lançada em abril, porém a versão de uso individual não deve ganhar um período de testes antes de chegar ao mercado no final do ano. Além disso, as duas variantes poderão ser adquiridas em versões de 32 e 64 bits, e contarão com suporte ao OneNote.

[Microsoft, The Verge]

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Inversão dos polos magnéticos da Terra há 42 mil anos pode ter causado crises ambientais

Posted: 19 Feb 2021 09:06 AM PST

Há 42 mil anos, não tínhamos as tecnologias que temos hoje para destruir o nosso planeta. Ainda assim, um estudo sugere que a Terra pode ter enfrentado uma série de crises ambientais causadas por uma inversão dos polos magnéticos.

A partir da datação por carbono de fósseis de árvores primitivas, os cientistas descobriram que pode haver uma correlação entre as mudanças no clima e extinções de mamíferos, além de mudanças no comportamento humano. A causa provável disso foi o evento conhecido como "Laschamp", quando houve uma inversão dos polos magnéticos da Terra e que durou menos de mil anos. O artigo, assinado por 33 pesquisadores de diferentes países, foi publicado na edição desta sexta-feira (19) da revista Science.

O campo magnético da Terra funciona como uma espécie de escudo para proteger o nosso planeta de um bombardeio de partículas carregadas provenientes do Sol. O problema é que, quando a reversão dos polos acontece, a força magnética é enfraquecida e, por isso, os autores do novo estudo acreditam que o fenômeno pode estar relacionado a eventos de extinção.

Os pesquisadores analisaram seções transversais do tronco de quatro árvores kauri (Agathis australis) de um pântano em Ng­āwhā Springs, na região norte da Nova Zelândia. Em um dos troncos preservados, datados de cerca de 41 mil anos atrás, observou-se sinais de carbono-14, uma forma radioativa do carbono, de 1.700 anos.

Esse foi um dos principais indicativos da relação encontrada pelos pesquisadores. Afinal, um aumento de raios cósmicos, devido ao campo magnético enfraquecido, produziria mais carbono-14 na atmosfera, que seria incorporado nos tecidos das árvores.

Por meio de análises de computador, a equipe também descobriu que a maior quantidade de partículas carregadas entrando na atmosfera poderia aumentar a produção de óxidos de nitrogênio e hidrogênio atmosféricos, que são moléculas que consomem o ozônio. Isso desencadearia mais um problema para o nosso planeta, similar ao que enfrentamos atualmente — uma menor capacidade da camada de ozônio de bloquear a radiação ultravioleta. As alterações atmosféricas fariam com que a Terra absorvesse diferentes quantidades de luz solar em algumas regiões, resultando em mudanças climáticas.

Um fato curioso observado pelos cientistas é que os efeitos mais intensos parecem ter ocorrido há cerca de 42.300 a 41.600 anos, ou seja, alguns séculos antes do fenômeno de reversão dos polos. De acordo com o artigo, durante o evento, o campo magnético tinha cerca de 28% da força atual. Porém, durante o período de transição, essa força havia reduzido para 6% da atual. Os pesquisadores batizaram isso de "Evento Geomagnético Transicional de Adams", em homenagem a Douglas Adams, autor da obra de ficção científica "O Guia do Mochileiro das Galáxias".

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Para entender os impactos das mudanças nos seres vivos da época, a equipe comparou as datas do evento magnético com registros anteriores de núcleos de gelo que poderiam revelar informações sobre a atividade solar. O que eles descobriram foi que a atividade solar era mínima nesse período. Assim, a combinação de um campo magnético fraco e uma menor influência do Sol pode ter resultado em drásticas mudanças ambientais. Na prática, isso pode ter gerado uma maior competição entre a megafauna e as populações humanas, incluindo os neandertais.

Outra possível evidência de uma redução na camada de ozônio é a abundância de pinturas com o pigmento ocre vermelho feitas por humanos em cavernas, diz o artigo. Acredita-se que o ocre vermelho era utilizado como protetor solar e a grande quantidade de pinturas sugere que os humanos podem ter recorrido a cavernas para se proteger do sol intenso.

Os pesquisadores ressaltam que esse é o primeiro estudo a analisar as consequências de mudanças em campos magnéticos de forma tão ampla. Eles esperam que o aprimoramento de técnicas de datação e as árvores kauri da Nova Zelândia possam contribuir com pesquisas futuras, inclusive de eventos magnéticos mais recentes, como o Mono Lake Excursion, que ocorreu há cerca de 34 mil anos.

[ScienceNews]

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Como o Brasil se tornou referência em vacinação e por que este legado está indo para o lixo

Posted: 19 Feb 2021 07:24 AM PST

Imagine um país com histórico de ter erradicado várias doenças por meio de amplas campanhas de vacinação, com rede pública de saúde capilarizada, técnicos experientes e capacidade de produção nacional. Este país deveria se sair muito bem diante de uma emergência em saúde pública como a pandemia de Covid-19, certo?

Pois, quando ela chega, este mesmo país lidera em número de mortes, não tem articulação central para um programa de imunização, demora para comprar vacinas e sofre com a lentidão na aplicação das doses.

Este país existe e se chama Brasil.

O Gizmodo Brasil conversou com especialistas em saúde e políticas públicas para entender como nos tornamos referência mundial em vacinação e por que a campanha para proteger a população da Covid-19 deixa tanto a desejar. Eles também fazem um alerta: o futuro dos programas de imunização está em risco.

Oswaldo Cruz: o homem que colocou o Brasil no mapa da vacina

O Brasil tem um capítulo importante de sua história ligado à imunização: a Revolta da Vacina. Em 1904, o governo do presidente Rodrigues Alves aprovou a vacinação obrigatória contra varíola, uma proposta do médico sanitarista Oswaldo Cruz. A doença assolava o Rio de Janeiro, bem como a febre amarela e a peste bubônica.

A obrigatoriedade foi o estopim de uma revolta popular. O movimento foi alimentado pela oposição política do presidente, que queria retirá-lo do poder, mas saiu do controle e se tornou um grande conflito, deixando 30 mortos e 110 feridos.

É verdade que a vacinação contra a varíola não foi o único fator a desencadear a rebelião. Mesmo assim, a obrigatoriedade da imunização foi revogada.

Revolta da Vacina
Bonde virado durante a Revolta da Vacina. Crédito: Wikimedia/Commons

“Se num primeiro momento ele [Oswaldo Cruz] sofreu uma derrota , logo depois foi aclamado e a população passou a exigir a vacina como um direito”, explica Carlos Fidélis, professor do departamento de História das Ciências e da Saúde da Fiocruz.

Fidélis explica que as ideias do sanitarista iam muito além da vacinação e que as iniciativas de Oswaldo Cruz tiveram sucesso também na veterinária, salvando rebanhos de gado:

“Oswaldo Cruz tinha em mente dotar o Brasil de uma plataforma de produção de ciência e tecnologia a altura dos países mais avançados. Uma estrutura produtiva e institucional voltada para o estudo e a resolução dos problemas nacionais.” .

Depois dessas experiências bem sucedidas durante as primeiras décadas do século XX, o Brasil participou da Campanha Mundial de Erradicação da Varíola, entre os anos de 1962 e 1971, quando foram registrados os últimos casos da doença no País.

Fidélis lembra também a epidemia de meningite durante a década de 1970. A doença começou a se espalhar nos bairros pobres de São Paulo e não podia ser noticiada por causa da censura do Regime Militar. “Quando já não dava mais para esconder a grave situação, o governo decidiu agir e buscar vacinar toda a população como forma de acabar com a epidemia.”

 

Foto do médico sanitarista Oswaldo Cruz. Crédito: Wikimedia/Commons

A compra das vacinas era “um negócio fabuloso para qualquer fornecedor”, nas palavras do pesquisador, por se tratar de uma demanda de 80 milhões de doses. Nas negociações com o laboratório francês Mérieux, o Brasil chegou a um acordo para receber não apenas os imunizantes, mas também a transferência da tecnologia para produzi-las nacionalmente.

Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), lembra que o Brasil enfrentava uma grande mortalidade infantil nos anos 1970 e que a proposta do governo da época era reduzir esse número.

“Quais são os componentes da mortalidade infantil? Vacina, comida e água; condições de vida, basicamente”, explica Vecina. “O Brasil estava se urbanizando e, com isso, conseguindo melhorar o tratamento de água e oferecer água com cloro para as crianças. Paralelamente a isso, o que faltava fazer era o programa de vacinação.”

Como as vacinas salvaram milhões de vidas no Brasil

É nesse contexto que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) é criado, em 1973. Após esse marco, várias doenças puderam ser vencidas. Entre 1974 a 2014, o número de mortes de crianças menores de 5 anos de idade despencou 90%.

“Houve a eliminação da poliomielite em 1989, da Síndrome da Rubéola Congênita em 2015 e do tétano neonatal em 2017”, conta Ana Paula Sayuri Sato, professora do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Além disso, a vacinação reduziu a incidência, mortalidade ou hospitalização de doenças como a difteria, tétano, coqueluche, meningites e pneumonias.”

Sato também destaca a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como um fator importante, por garantir acesso gratuito e universal e por expandir os serviços de saúde.

Entre as inovações do PNI estavam os postos de saúde e a cadeia de frio (nome dado às várias tecnologias de armazenamento e transporte, como refrigeradores, veículos e caixas de transporte, necessárias para manter as baixas temperaturas exigidas por várias das vacinas). Fidelis explica:

“O PNI montou uma rede fantástica em todo o país. Uma rede que inclui a chamada cadeia de frio e os postos de vacinação. Acumulou uma experiência invejável em prover uma estrutura logística eficiente e constantemente testada. Um exemplo para o mundo.”

O pesquisador da Fiocruz menciona o dia nacional de combate à poliomielite. Em 14 de junho de 1980, o Brasil conseguiu vacinar toda a população alvo em um único dia. Um segundo dia, em 16 de agosto do mesmo ano, foi usado para dar a segunda dose a toda a população alvo. Em alguns anos, o número de casos da doença despencou e o caso brasileiro foi tomado como exemplo.

Segundo Fidélis, este foi “um feito que muitos duvidavam ser possível de realizar, incluindo Albert Sabin, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde”.

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Sato também elenca outros pontos fortes do PNI: “fortalecimento de laboratórios de saúde pública para controle de qualidade de imunobiológicos, monitoramento de eventos adversos pós-vacina e formação de comissões técnicas assessoras para tomar decisões embasadas na ciência”.

Mesmo em emergências de saúde, o Brasil conseguia se sair muito bem. “Na nossa última grande campanha, em 2009, da gripe suína, vacinamos 60 milhões de pessoas em três meses, em uma estratégia parecida com essa de agora, chamando grupos prioritários”, recorda Ethel Maciel, professora de Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A pandemia de Covid-19 e o caos das vacinas no Brasil

O enfrentamento à pandemia de Covid-19 destoa do histórico de sucesso da saúde pública brasileira. A campanha de vacinação, segundo os especialistas ouvidos, é lenta e desorganizada, e a politização da doença atrapalha o combate. Eles também criticam o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela demora na compra das vacinas.

“Estamos muito lentos, e atribuo isso à falta de comunicação. Estamos vendo outros países estendendo horários, vacinando de sábado e domingo, e não estamos fazendo nada disso”, diz Maciel. “Não temos volume de vacinas, mas nem as que nós temos nós conseguimos aplicar. Eu achei as 6 milhões de doses [da primeira remessa da Coronavac] fossem acabar em uma semana.”

No entantoi, o Brasil só chegou aos 5,5 milhões de pessoas vacinadas na quarta-feira (17), quase um mês depois do início da campanha de imunização. Mesmo assim, o imunizante já começa a faltar em algumas cidades, como o Rio de Janeiro.

Maciel critica o plano de vacinação apresentado pelo Ministério da Saúde. Segundo a professora, faltam detalhes e números:

“Nessa última versão do plano que foi entregue, eles tiraram as fases. Tem só vários grupos prioritários, que somam quase 78 milhões de pessoas, o que não dá nem 40% da população.”

A professora também diz que não há um horizonte para vacinar uma parcela maior da população brasileira, o que poderia conferir imunidade coletiva e frear a pandemia.

“Pela primeira vez, a gente não tem uma coordenação nacional. Cada estado está fazendo uma coisa, virou uma grande confusão”, lamenta Maciel. A professora lembra que, em epidemias passadas, a coordenação era sempre do Ministério da Saúde. “Na epidemia de febre amarela, em 2017, as campanhas não foram em todos os estados, mas a coordenação foi nacional. Toda a logística, como [as vacinas] iam chegar, o que ia fazer, tudo isso vem sempre do Ministério da Saúde, de forma organizada e centralizada.”

Pazuello, Bolsonaro e Zé Gotinha
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e presidente da República, Jair Bolsonaro, apresentam o criticado Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19

“Não tem como você enxergar [a participação de municípios, estados e governo federal] sem um mínimo de integração. Nós não estamos vendo isso nesses dias que estamos vivendo”, comenta Vecina. Ele lembra que, em gestões passadas, o Ministério da Saúde tinha diálogo constante com institutos como o Butantan e a Fiocruz, coisa que não aconteceu desta vez. “Eu acho que nós, hoje, nós não teríamos nenhuma vacina do Brasil se não fossem o Butantan e a Fiocruz terem ido atrás de maneira independente.”

Maciel também critica a demora para a compra das vacinas:

“O Butantan já fornece 70% das vacinas que o PNI utiliza hoje. Não tem o menor sentido para não ter acordo. Ele é o maior parceiro do Ministério da Saúde em imunizantes. Só tem sentido pela briga política que virou.”

Vecina diz que a troca de técnicos experientes por militares sem conhecimento de saúde pública no Ministério da Saúde pode pôr em risco as campanhas de vacinação futuras. “É uma coisa gravíssima o que vem acontecendo, de perdas de anos de conhecimento acumulado no Ministério da Saúde”, opina.

Maciel concorda com essa visão: “Vários outros cargos foram ocupados por pessoas que não têm experiência em saúde pública. Houve um desmonte [do Ministério]. Pessoas-chave, que conheciam muito, não estão mais lá, e as pessoas que ficaram, técnicos muito bons, não têm governabilidade.”

Além do desmonte do Ministério, a atuação do presidente Jair Bolsonaro é bastante criticada. Desde o início da pandemia, o presidente menosprezou o vírus e se posicionou contra medidas que poderiam frear a disseminação da doença.

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP, aliás, demonstra que as medidas de Bolsonaro — como ampliar as atividades econômicas classificadas como essenciais e vetar a obrigatoriedade de uso de máscaras em estabelecimentos comerciais — tinham como objetivo uma propagação maior da doença. Já uma reportagem da revista piauí conta como o presidente agiu contra a compra das vacinas.

“O governo federal subestimou o potencial destrutivo da pandemia”, diz Fidélis. “A experiência brasileira incluía a incorporação de tecnologias de imunizações e a vacinação de milhões de pessoas em um único dia. Esse acervo de capacidades não foi mobilizado a tempo.”

Vecina é mais enfático:

“Qual é o projeto desse governo em relação à vacina? O projeto desse governo é não ter vacina. Não tem outra explicação. É não vacinar, ir para a rua, ter a doença, ser macho, não ser mais ‘marica'”.

Um futuro em risco

A pandemia escancarou as dificuldades do Brasil com relação às vacinas, mas esse processo é um pouco mais longo e antigo. Desde 2014, há uma queda na cobertura vacinal contra várias doenças, com um declínio mais acentuado desde 2016 e 2017.

“A gente está vendo uma baixa cobertura vacinal para sarampo e outras doenças que estavam sob controle. A gente começa a ver mortes por essas doenças de novo”, comenta Maciel. “Coqueluche era uma coisa que a gente estudava mas não via. Só agora estamos vendo.”

“Há diversos fatores envolvidos na queda das coberturas vacinais, seja a própria crise político-econômica, seja a diminuição da percepção do risco da doença ou a disseminação de informações distorcidas veiculadas rapidamente pela internet”, diz Sato.

Talvez o primeiro pensamento seja atribuir essa queda aos movimentos antivacina, que se espalharam nos últimos anos. Fidélis, porém, não crê que o movimento é o grande motivador da queda das coberturas vacinais. “Eu não atribuo somente ao crescimento do discurso antivacinista. Ele sempre existiu e o PNI sempre soube lidar com ele”, diz o pesquisador.

Ele comenta que o movimento foi capturado e hoje é usado com fins políticos. “Não havia uma nítida ligação entre os antivacina e o posicionamento da ultra direita. Hoje bastante mutilado pela utilização política de uma comunicação de massas que trabalha na linha das teorias de conspiração, o movimento é instrumentalizado pelo fundamentalismo e por ideologias totalitárias.”

Voltando à queda das coberturas vacinais, Fidélis atribui o fenômeno à queda dos investimentos em saúde. Vecina concorda: “O que acontece de 2014 para cá é que diminuíram os gastos em chamamento e propaganda da vacinação”, comenta Vecina. “Sem campanha não tem vacinação. Tem que ser um negócio massivo, senão não tem jeito.”

“Infelizmente parte da estrutura de atenção à saúde vem sendo desmontada pelas políticas de austeridade e pelos ataques deliberados as instituições como o Sistema Único de Saúde e da Previdência Social”, diz Fidélis. O pesquisador menciona o fechamento da Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi) ainda no governo do ex-presidente Michel Temer como um exemplo desse desmonte.

“Precisamos investir na articulação entre políticas sociais, demandas nacionais, ciência, tecnologia e indústria. Não podemos ficar dependentes de commodities.” comenta o professor da Fiocruz.

Maciel vai na mesma linha e defende uma indústria nacional:

“Temos que ter uma produção nacional para o nosso básico. Se acontecer alguma catástrofe e a China não puder mais exportar esses produtos, nós teríamos sérios problemas. A pandemia mostrou esse grau de dependência e que é muito perigoso a gente ficar assim.”

Recentemente, vimos essa dependência da China e da Índia na importação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e das doses prontas da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca/Oxford.

“Nós precisamos de uma política de produção de imunobiológicos, e o governo está fazendo justamente o contrário”, diz Vecina. Ele lembra o corte de benefícios fiscais para importação de tecnologia, que afetou diretamente os programas de saúde. “Isso não permite que as indústrias da Fiocruz e do Butantan façam os investimentos necessários para trazer as vacinas para o Brasil. É gravíssimo tudo que está acontecendo.”

Por esses motivos, Vecina acredita que teremos mais problemas semelhantes no futuro. “Com certeza nós vamos ter problemas com outras campanhas de vacinação. Não tenho a menor dúvida, infelizmente. Não estou torcendo para isso.”

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Projeto “Parastronauta” da ESA busca pessoas com deficiência para trabalhar na agência

Posted: 19 Feb 2021 05:49 AM PST

A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou nesta semana que o seu próximo programa de recrutamento de astronautas vai buscar pessoas com deficiência para integrar o time. Os candidatos que forem selecionados não serão os primeiros "parastronautas" da agência, conforme explica David Parker, Diretor de Exploração Robótica e Humana da ESA, à Deutsche Welle. “Já temos pessoas com deficiência trabalhando na ESA e precisamos que mais delas se juntem a nós.”

Essa é a primeira vez em mais de uma década que a ESA abre seu processo seletivo, com início em 31 de março. Serão 18 meses até que os candidatos sejam aprovados, o que deve ocorrer em outubro de 2022. De acordo com a agência, há 26 vagas disponíveis, sendo que 20 deles são para o cargo de "astronauta reserva", que serão chamados apenas para missões ou projetos específicos.

Um dos principais objetivos do novo processo seletivo é diversificar a equipe. Conforme apontado pela DW, desde a criação da ESA, em 1975, apenas duas mulheres astronautas passaram pela agência. Por isso, a ideia é incentivar mulheres a se inscreverem no programa, além das pessoas com deficiência.

No caso do programa "parastronauta", ainda existem algumas limitações. A agência vai aceitar apenas candidatos com deficiência física nas pernas ou pés, além de indivíduos com nanismo. “Procuramos um indivíduo que seja psicologicamente, cognitivamente, técnica e profissionalmente qualificado para ser um astronauta, mas que tenha certas classes de limitação física que normalmente os impediriam de ser selecionados através dos requisitos que normalmente temos”, afirma Parker.

Requisitos para participar do Projeto Parastronauta. Crédito: ESA/DW

Além de promover a inclusão no recrutamento de astronautas, a ESA também está trabalhando no Projeto de Viabilidade do Parastronauta, para identificar os desafios que as pessoas com deficiência física podem encontrar no espaço. A partir disso, a agência vai avaliar a viabilidade técnica e operacional de um voo espacial para um parastronauta.

De acordo com a ESA, eles não podem garantir que o parastronauta selecionado no programa de recrutamento será enviado ao espaço. Apesar de a agência afirmar que vai continuar com os esforços para tornar isso possível, ela ressalta que a prioridade de qualquer missão será sempre a segurança dos astronautas.

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Alguns dos outros requisitos que todos os candidatos devem preencher são: possuir um diploma de mestrado em medicina, ciências naturais, engenharia, matemática ou ciência da computação, além de uma experiência profissional de pós-graduação mínima de três anos, fluência em inglês e domínio de um segundo idioma.

[Deutsche Welle]

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Cientistas descobrem uma forma de se comunicar durante os sonhos

Posted: 19 Feb 2021 03:00 AM PST

Sinais elétricos do cérebro de uma pessoa adormecida são mostrados no monitor. Imagem: K Konkoly

O véu entre o mundo dos sonhos e a realidade pode ser mais tênue do que pensávamos. Um novo estudo divulgado nesta quinta-feira (18) mostra que é possível existir uma comunicação com pessoas que estão tendo sonhos lúcidos. Em alguns momentos, elas são capazes de responder de forma monossilábica e resolver problemas matemáticos simples por meio de movimentos faciais e oculares. Algumas até se lembraram de ter ouvido as perguntas durante o sonho.

O neurocientista cognitivo e autor do estudo Ken Paller, junto dos seus colegas da Northwestern University em Chicago, têm estudado a conexão entre o sono e a memória há muitos anos. É comum pensar que o sono é crucial para o armazenamento consistente de memórias criadas ao longo do dia. No entanto, pouco se sabe sobre esse processo e como os sonhos podem desempenhar um papel nele.

"Estamos investigando o sonho para aprender mais sobre o porquê dele acontecer e como pode ser útil para a função mental durante o despertar”, disse Paller ao Gizmodo por e-mail. "Como em nosso outro trabalho, levantamos a hipótese de que eventos de cognição do sono podem ser benéficos para a função da memória."

Uma razão pela qual é difícil entender o processo por trás dos sonhso é que a maioria de nós tem problemas para lembrar dele ao acordar. Contudo, Paller e sua equipe apontam que nas pesquisas anteriores, houve indicações de que as pessoas podem ser influenciadas por sons do mundo exterior enquanto dormem. Quando os indivíduos que afirmam ter controle sobre seus sonhos foram analisados, foi notada uma sinalização para observadores externos por meio de movimentos oculares. Em 2018, um estudo sugeriu que esses meneios poderiam ser usados para identificar quando uma pessoa entrar em estado de sonho lúcido.

Muitas pessoas estão familiarizadas com a comunicação unilateral com alguém que dorme, pois o sonambulismo e o sonilóquio são fenômenos comuns. Mas, a equipe de Paller raciocinou que deveria ser possível haver uma comunicação bidirecional entre os sonhadores e os observadores despertos e que os primeiros deveriam ser capazes de se lembrar dessas conversas.

Eles também teorizaram que essa comunicação poderia ser induzida e replicada nas condições certas no laboratório, o que seria ótimo para futuras pesquisas. No entanto, eles não foram os únicos cientistas a ter essa ideia, já que pelo menos outros três grupos de pesquisa na França, Alemanha e Holanda perseguiam o mesmo objetivo.

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"Os grupos de pesquisa fizeram estudos de forma independente e depois descobrimos que havíamos feito estudos semelhantes em diferentes países. Então, decidimos publicar todos os nossos resultados juntos de forma cooperativa, em vez de existir uma competição", disse Paller.

Ao todo, o estudo envolveu 36 voluntários. Alguns eram autoproclamados especialistas em sonhos lúcidos, em particular um francês de 20 anos, participante de narcolepsia, o que possibilitou a ele alcançar o sono REM (o estágio do sono em que os sonhos são mais comuns) no primeiro minuto de um cochilo. Outros participantes não tinham experiência anterior com sonhos lúcidos, mas a equipe de Paller buscou treinar a todos para iniciar um sonho lúcido por meio de um determinado som ou palavras faladas. Em outros casos, contavam com luzes piscando ou tocando levemente os adormecidos. Os voluntários também foram monitorados por meio de medições típicas do sono, como o método EEG, que registra a atividade cerebral.

Ao longo de 57 sessões de sono, os participantes foram capazes de sinalizar em 26% das vezes que entraram em um sonho lúcido por meio do movimento dos olhos. Nessas sessões bem-sucedidas, os cientistas foram capazes de obter pelo menos uma resposta correta por meio dos movimentos dos olhos ou contorções faciais. No geral, das 158 vezes que tentaram se comunicar com um sonhador lúcido durante essas sessões, obtiveram uma taxa de resposta correta de 18%. A situação mais comum, equivalente a 60%, foi não ter nenhuma resposta.

Quando os voluntários foram questionados sobre suas experiências, alguns disseram ser capazes de se lembrar das instruções pré-sonho que receberam e tentaram realizar, enquanto outros relataram ter ouvido as perguntas que recebiam durante o sonho, embora nem sempre da mesma forma. Nestes casos, muitos puderam ouvir palavras que claramente pareciam vir de fora de sua realidade atual, como através de um rádio ou outra forma de comunicação. Ainda haviam ocasiões em que as pessoas não conseguiam lembrar claramente o que tinha acontecido ou as perguntas não correspondiam ao que realmente haviam recebido.

As descobertas do estudo, publicadas na Current Biology, são baseadas em uma pequena amostra, por isso as conclusões devem ser vistas com ressalvas. “Eles expuseram que é pelo menos possível ter uma comunicação bidirecional com os sonhadores”, disse Paller. “O fato de que diferentes grupos de cientistas, em diferentes partes do mundo e usando métodos ligeiramente diferentes, foram capazes de registrar esse acontecimento indica que não é apenas um fenômeno isolado ou identificado incorretamente”, acrescentou.

A equipe chamou o fenômeno de “sonho interativo”. Por agora, existe um planejamento para continuar a melhorar a capacidade das pessoas de entrar nesse estado.

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"No momento, estamos explorando possibilidades de experiências de execução nas próprias casas das pessoas em vez do laboratório. Pode haver algumas vantagens em fazer isso, já que as pessoas não serão influenciadas pelo ambiente incomum ou pela tecnologia de monitoramento que usamos", disse Paller. Um caminho que eles estão explorando para pesquisas futuras é usar um aplicativo de smartphone que ensina as pessoas a ter sonhos lúcidos e como melhorá-los. Aliás, para os curiosos de plantão, ele já está disponível.

A esperança é que essa técnica permita que pesquisadores como Paller cheguem um pouco mais perto de desvendar os mistérios de nossas vidas oníricas e como elas podem afetar as horas em que estamos despertos. Com o tempo, essa pesquisa pode até ser aplicada de forma proativa para melhorar a vida das pessoas, melhorando seus hábitos de sono e sonho.

"Os aplicativos podem ser desenvolvidos para resolução de problemas, prática de habilidades bem afiadas, desenvolvimento espiritual, terapia de pesadelo e estratégias para outros benefícios psicológicos", diz Paller.

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