quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Gizmodo Brasil

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Funcionários alertaram Facebook sobre grupos políticos meses antes de invasão ao Capitólio

Posted: 02 Feb 2021 04:53 PM PST

Imagem: Drew Angerer (Getty Images)

Na semana passada, o Facebook anunciou que deixaria de recomendar grupos políticos para os usuários após o episódio de violência no Capitólio dos EUA. No entanto, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, essa decisão só veio bem depois que cientistas de dados da empresa já haviam avisado sobre a propagação dessas comunidades de cunho político, em especial de extrema direita.

O WSJ cita uma apresentação interna de agosto de 2020 feita por cientistas de dados do Facebook que descobriu que aproximadamente 70% dos 100 grupos cívicos mais populares nos EUA foram considerados “não recomendáveis” por vários motivos. Às vezes, eles promoviam desinformação e “apelos à violência” e, em outros casos, eram fontes de “intimidação e assédio”. A apresentação observou que alguns dos grupos privados com mais membros eram aqueles controlados por administradores que concordavam com esse tipo de comportamento.

O mesmo relatório de agosto aponta que alguns dos administradores mostram aos membros do grupo maneiras de postar material violento que os algoritmos de detecção de discurso de ódio do Facebook não foram projetados para capturar. Em alguns casos, os usuários foram encorajados a driblar conteúdo sensível ao publicá-lo em comentários de posts benignos, em vez de fazer postagens independentes. Além disso, os administradores ameaçavam de expulsão membros que apontassem publicações ofensivas dentro das comunidades.

"Os executivos do Facebook sabiam há anos que as ferramentas que alimentam o rápido crescimento de grupos [políticos] representavam um obstáculo aos seus esforços para construir comunidades online saudáveis", escreve o WSJ.

Enquanto a diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, continua negando o papel da plataforma em fomentar o ódio entre os usuários de extrema direita, o relatório agosto é apenas o exemplo mais recente de funcionários alertando sobre esse problema exato. Imediatamente após o tumulto no Capitólio, por exemplo, documentos indicados por cientistas de dados na plataforma relataram que as denúncias de "conteúdo violento" aumentaram dez vezes mais na manhã da invasão do Congresso dos EUA.

Ainda segundo o WSJ, a equipe de políticas públicas do Facebook "hesitou" com a ideia de tomar qualquer tipo de ação contra os grupos conservadores mais populares, mesmo aqueles que eram explicitamente violentos. Quando os cientistas de dados fizeram sugestões para restringir esses grupos específicos, executivos de alto escalão do Facebook apontaram que tais planos prejudicariam diretamente a métrica mais valiosa da plataforma: o crescimento. Esse tipo de barreira acabou fazendo com que alguns funcionários da rede social enviassem para Guy Rosen, vice-presidente de questões relacionadas à integridade do Facebook, dezenas de relatórios diários sobre o fracasso da companhia para policiar seus grupos.

Aparentemente, precisou ocorrer uma insurreição no Capitólio dos EUA para que a plataforma realmente agisse. Além de tornar permanente seu controle temporário sobre a promoção de grupos políticos, Rosen disse ao WSJ que desativará algumas ferramentas de recrutamento que os pesquisadores citaram como potenciais para o rápido crescimento desses grupos.

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Twitter revoga suspensão de contas ligadas a protestos de agricultores na Índia

Posted: 02 Feb 2021 02:56 PM PST

Foto de Sylwia Bartyzel no Unsplash

Na noite de segunda-feira (02), de forma silenciosa, o Twitter voltou atrás na decisão de restringir por 12 horas diversas contas de usuários indianos que estariam envolvidos na divulgação dos protestos de agricultores na capital do país. A empresa não emitiu nenhuma declaração, mas o tuite de Pratik Sinha, cofundador da organização de verificação de fatos Alt News, trouxe um resumão sobre o ocorrido.

Segundo o jornalista indiano Bhuvan Bagga, o Ministério de Eletrônicos e Tecnologia da Informação da Índia (MeitY) teria direcionado ao Twitter o bloqueio de cerca de 250 tuítes e contas que estariam usando uma hashtag para divulgar informações falsas e intimidatórias durante o final de semana. Ele acrescenta: "O incitamento ao genocídio é uma grave ameaça à ordem pública e, portanto, o MeitY ordenou o bloqueio dessas contas do Twitter de acordo com a Seção 69A da Lei de Tecnologia da Informação". Uma fonte familiarizada com o assunto colaborou com essa afirmação para o site TechCrunch.

Vários jornalistas indianos estão enfrentando acusações de sedição por causa de suas reportagens e postagens nas redes sociais sobre os protestos da semana passada. A ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras, que defende a liberdade de imprensa, escreveu em uma publicação que a suspensão dos acessos no Twitter é um “caso chocante de censura flagrante”.

Dentre os outros nomes que tiveram suas contas retidas na Índia estão o comentarista político Sanjukta Basu; o ativista Hansraj Meena; o ator Sushant Singh; e Shashi Shekhar Vempati, CEO da agência estatal de transmissão Prasar Bharti. Pelo menos dois políticos do partido Aam Aadmi, que governa o Território da Capital Nacional de Delhi, também foram retidos.

Antes das contas retornarem para uso regular, mesmo que sem qualquer anúncio, um porta-voz do Twitter disse que: "muitos países têm leis que podem ser aplicadas a tweets e/ou conteúdo de contas do Twitter. Em nosso esforço contínuo para disponibilizar nossos serviços a pessoas em todos os lugares, se recebermos uma solicitação com escopo adequado de uma entidade autorizada, pode ser necessário reter o acesso a determinado conteúdo em um determinado país de tempos em tempos. A transparência é vital para proteger a liberdade de expressão, por isso temos uma política de notificação para conteúdo retido."

Contudo, já faz algum tempo que o Twitter, que acumula mais de 70 milhões de usuários na Índia, enfrenta críticas sobre a forma como lida com suas operações no país, especialmente pela falta de transparência em diversas ações.

A Internet Freedom Foundation, organização não governamental indiana que realiza advocacia em direitos e liberdades digitais, fez uma thread explicando toda a situação e limitações em encontrar respostas que os cidadãos enfrentam no país. “A Seção 69A e as Regras de Bloqueio de TI evitam que intermediários como o Twitter divulguem qualquer informação sobre o bloqueio de uma conta ou tweet. O requisito de confidencialidade presente na Regra 16 das Regras de Bloqueio de TI cria uma situação bizarra em que os cidadãos têm o direito de contestar o bloqueio de conteúdo online, mas não podem fazer isso porque não têm acesso a essas ordens legais.”

[TechCrunch]

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SpaceX anuncia missão que deve levar primeiros turistas ao espaço para o fim de 2021

Posted: 02 Feb 2021 02:30 PM PST

A SpaceX, empresa de transporte espacial do bilionário Elon Musk, anunciou nesta segunda-feira (1°) os planos para lançar ainda este ano a Inspiration4, sua primeira missão de turismo espacial. O projeto usará a cápsula Dragon e o foguete reutilizável Falcon 9, que decolará a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Um dos tripulantes já está definido: Jared Isaacman, fundador e chefe da empresa Shift4Payments. O executivo vai doar três outros assentos para “indivíduos do público em geral, cuja identidade será anunciada nas próximas semanas", segundo o comunicado oficial. Uma vaga será direcionada para um profissional de saúde da Fundação St. Jude, que atua no combate ao câncer infantil, e uma outra vaga para quem fizer uma doação à entidade. A terceira e última vaga vai premiar quem compartilhar uma história empreendedora de sucesso.

O logotipo da missão Inspiration4. Imagem: SpaceX

Todos passarão por um treinamento comercial de astronautas da SpaceX. Isaacman, que possui centenas de horas de voo, já está licenciado para voar tanto em aeronaves comerciais quanto militares, e será o responsável pelo comando da missão. A viagem de ida e volta deve durar entre dois a quatro dias. Dentro desse período, a cápsula vai completar uma órbita na Terra a cada 90 minutos, até retornar para a atmosfera e pousar na costa da Flórida. Detalhes mais técnicos, como a altura e até qual distância a cápsula vai atingir, ainda precisam ser acertados.

Quem estiver interessado em participar pode se cadastrar site inspiration4.com, mas apenas maiores de 18 anos e residentes dos Estados Unidos estão aptos para inscrição. Além disso, os selecionados devem ter menos de 198 cm de altura e pesar menos de 113,4 kg. A ideia é que o lançamento da missão aconteça no segundo semestre de 2021, mas caso ela seja adiada, cada membro da tripulação receberá um prêmio de US$ 50.000 (R$ 270.000 na conversão atual).

Essa não será a primeira vez que a SpaceX levará humanos ao espaço. Em novembro de 2020, quatro astronautas a bordo da cápsula Crew Dragon alcançaram a Estação Espacial Internacional (ISS). A diferença é que, agora, será a primeira vez que a companhia de Elon Musk prevê levar civis comuns para fora da Terra, e não astronautas altamente treinados.

[Space, Fast Company]

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Jeff Bezos deixará o cargo de CEO da Amazon nos próximos meses

Posted: 02 Feb 2021 01:49 PM PST

Jeff Bezos, CEO da Amazon

Jeff Bezos deixará o cargo de CEO da Amazon entre junho e setembro de 2021 e assumirá apenas como presidente-executivo do conselho. O anúncio foi feito nesta terça-feira. Andy Jassi, chefe executivo da divisão de computação em nuvem, irá cuidar da empresa toda.

Bezos já não estava 100% no dia a dia da empresa há muitos anos — o que se intensificou durante a pandemia. “Hoje eu vejo a Amazon mais inventiva do que nunca, fazendo deste um bom momento para a transição”, disse Bezos em nota. “No papel de presidente-executivo do conselho, eu pretendo focar minhas energias e atenção em novos produtos e iniciativas que estão começando”, escreveu Bezos em uma carta aos funcionários.

Jeff Bezos vem disputando o ranking de homem mais rico do mundo com Elon Musk. No momento, com fortuna de US$ 196,2 bilhões, ele lidera o ranking dos mais ricos da Forbes.

O estadunidense de 57 anos fundou a Amazon em 1994 para vender livros on-line. Anos depois, ela expandiu a operação e se tornou a maior varejista da internet. Atualmente, a empresa vale US$ 1,69 trilhão.

Já o sucessor de Bezos, Jassy, entrou na empresa três anos após sua fundação, em 1997. A AWS, como é conhecida a plataforma de hospedagem na nuvem da Amazon que fica sob responsabilidade de Jassy, é um dos segmentos mais lucrativos da empresa.

[The New York Times]

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Três coisas que deveriam ser mais transparentes nas políticas de privacidade do Facebook

Posted: 02 Feb 2021 01:03 PM PST

Elena Scotti (Photos: AP, Getty Images)

Durante meu (pouco) tempo cobrindo privacidade digital, eu vi um punhado de empresas de tecnologia fazendo inúmeras acrobacias na tentativa de lucrar com nossos dados pessoais. O Facebook é uma delas, e isso em parte porque sua política de privacidade é muito bem elaborada para dizer milhares de coisas sem dizer nada, no final das contas.

Desde o escândalo do Cambridge Analytica em 2018, as pessoas começaram a investigar as práticas obscuras de privacidade do Facebook e descobriram que a empresa tinha práticas bastante suspeitas: espionagem de adolescentes menores de idade, uso secreto de selfies para construir sistemas de reconhecimento facial e registros de ligações e mensagens de texto sem o consentimento dos usuários.

Aí veio o pedido de desculpas de Mark Zuckerberg. E depois a tentativa contínua do Facebook de refazer suas políticas de privacidade e explicá-las melhor. No momento em que publicamos este artigo, a gigantesca Política de Dados do Facebook chega a mais de 4.200 palavras; para ler tudo ponto a ponto e entender do que se tratam, você precisa reservar pelo menos 20 minutos do seu dia.

No entanto, a confusão e a falta de transparência na explicação dessas políticas não são exclusividade do Facebook. A diferença é que muitas regras da rede social são escritas para qualquer um entender, mesmo quem não é muito familiarizado com a tecnologia. Por outro lado, as políticas de privacidade do Facebook mostram apenas o suficiente para satisfazer a curiosidade da maioria das pessoas sobre as práticas mais assustadoras da empresa, sem fornecer detalhes suficientes para realmente se protegerem. Você tem a ilusão de controle dos seus dados, mas no final é só isso: uma ilusão.

Dito isso, sou uma pessoa otimista. Talvez a empresa esteja muito ocupada com seus processos antitruste federais e as várias investigações internacionais que acaba não se preocupando tanto em fazer políticas mais transparentes do que realmente são. Ou talvez o Facebook simplesmente não saiba por onde começar. Então, separei algumas ideias que podem ser interessantes e dar mais transparência para os termos de uso do site, uma vez que milhões de pessoas usam o serviço diariamente.

Definir o que é um “Produto do Facebook”

Quando a maioria das pessoas pensa sobre a chamada Família de Produtos do Facebook, é provável que estejam pensando em algumas das aquisições altamente lucrativas que a companhia fez ao longo dos anos. Isso inclui o Instagram, o WhatsApp, a Oculus e a plataforma de GIFs animados Giphy.

Redes sociais Facebook. Imagem: Brett Jordan (Unsplash)Imagem: Brett Jordan (Unsplash)

Esta é a primeira parte da enorme Política de Dados do Facebook:

Esta política descreve as informações que processamos para oferecer suporte ao Facebook, Instagram, Messenger e outros produtos e recursos oferecidos pelo Facebook (produtos ou Produtos do Facebook).

É provável que a maioria das pessoas passe direto por esse link sem clicar nele. Se você fizer isso, vai se deparar com uma página informando que, sim, a Política de Dados da empresa se aplica a todos os aplicativos acima. Não só isso: também a um conjunto das chamadas “Ferramentas de Negócios”, das quais a maioria das pessoas nunca ouviu falar. Se quiser saber quais são essas ferramentas e o que elas coletam será necessário vasculhar página por página com ainda mais palavras sem sentido. E o que essas páginas dirão é que a grande maioria dos sites na web e aplicativos que você pode baixar são, de certa forma, um produto do Facebook.

Eu explico. Quando o Facebook fala sobre suas ferramentas de negócios, ele se refere aos pequenos pedaços de tecnologia criada pela empresa que os anunciantes podem usar para atingir pessoas no Facebook ou no Instagram com base em seu comportamento fora dessas plataformas. Alguns desses produtos incluem informações como o Facebook Pixel ou o Facebook Software Development Kit (SDK) que certas marcas e empresas podem integrar gratuitamente se quiserem fornecer dados à empresa sobre como você está agindo em um site ou aplicativo.

Em defesa da empresa, algumas partes da política de privacidade definem vagamente diferentes ferramentas que compartilham dados com o Facebook. A própria companhia passou a nos informar como eram esses dados graças ao recurso “Atividade fora do Facebook", lançado no ano passado. A rede social também permitiu excluir totalmente a grande quantidade de dados sobre cada um de nós que essas empresas estavam enviando para as máquinas de marketing do Facebook.

Em contrapartida, devido ao fato de que a ferramenta não divulga realmente que tipo de dados esses demais apps estão compartilhando, nem revela as ferramentas que eles podem ter usado para compartilhá-los, a promessa do Facebook de que agora podemos "excluir" esses dados também garantiu que não há como impedir que as informações exatas coletadas por outras empresas estejam disponíveis novamente para nós, usuários, consultarmos.

Facebook desmonta perfis chineses. Crédito: Unsplash

Imagem: Unsplash

Um bom primeiro passo que o Facebook poderia tomar com relação a isso é literalmente colar uma lista de todas as "ferramentas de negócios" que captam dados em sua Política de Dados em qualquer lugar rastreável da internet. Para você ter uma ideia, eu demorei 15 minutos para descobrir quais são os tais produtos descritos pelo Facebook que praticam essa coleta de dados — você pode acessar a lista completa neste link. E olha que não foi fácil encontrá-los, já que não estão vinculados diretamente à seção com as Políticas de Dados da rede social.

Esclarecer o que significa “fora do Facebook”

Além dos dados que terceiros compartilham com o Facebook sobre os aplicativos que baixamos e os sites que visitamos, a empresa tem um programa completo desenvolvido para ajudar as companhias a trazer dados sobre interações pessoais com o cliente para a plataforma da rede social. Eles podem fazer isso diretamente ou com a ajuda de ainda mais parceiros escolhidos pela própria empresa.

Aqui vai um exemplo pessoal: eu moro em um bairro com dezenas de pet shops, e essas lojas de animais veiculam campanhas publicitárias no Facebook e Instagram o tempo todo. Digamos que depois de ver um desses anúncios, eu entro em uma loja para comprar uma nova coleira para meu gato. Se a pessoa que comanda essa operação de coleira quiser saber se eu, ou qualquer outra pessoa, fui levada para aquele estabelecimento depois de ver uma propaganda veiculada no Facebook, o dono da loja pode alterar o código de veiculação daquele anúncio e fazer com que eu veja cada vez mais publicidade daquele local.

Esses sistemas fazem o possível para combinar cada uma das compras do dia com as contas do Facebook das pessoas que as fizeram e permitem que os donos de lojas saibam se esses perfis encontraram um de seus anúncios no Facebook no último mês e meio. A empresa sugere o upload de tantos dados quanto possível como parte desse processo e, de preferência, o upload diário para que as informações possam ser combinadas de forma mais "eficaz”.

Agora multiplique esse processo diário de dados entre centenas, milhares de pequenas lojas. Fica bem claro que o Facebook, de certa forma, adquiriu algum grau de onisciência silenciosa, sabendo — e informando os comerciantes — onde você foi e quais anúncios visualizou. Todas essas empresas são cúmplices em rastrear sua "Atividade fora do Facebook". E se quiser sair desse esquema, boa sorte, porque as opções ficam bem escondidas nas configurações da plataforma.

Explicar o que é um "parceiro de plataforma terceiro”

Tudo o que foi descrito até agora não inclui as empresas que "vendem" nossos dados para o Facebook — melhor dizendo, os dados são compartilhados com elas. Antes do escândalo do Cambridge Analytica, esse compartilhamento acontecia abertamente em dois sentidos: as pequenas empresas publicavam informações de seus clientes no universo de sites do Facebook, e o Facebook, por sua vez, compartilhava esses conteúdos com parceiros de corretagem de dados para que as empresas pudessem aumentar sua base de clientes. Notavelmente, o Facebook cortou o acesso aos dados para essas chamadas "categorias de parceiros" em meados de 2018.

Ícone do FacebookImagem: Getty

Mas isso não significa que a rede social parou de compartilhar dados com esse tipo de parceria. E veja bem: eu disse compartilhar, e não vender — a rede social simplesmente deu essas informações de bandeja. A Política de Dados deixa isso claro:

Trabalhamos com parceiros terceirizados que nos ajudam a fornecer e melhorar nossos Produtos ou que usam as Ferramentas de Negócios do Facebook para expandir seus negócios, o que torna possível operar nossas empresas e fornecer serviços gratuitos para pessoas em todo o mundo.

Também impomos restrições estritas sobre como nossos parceiros podem usar e divulgar os dados que fornecemos.

Agora eu pergunto: quem são esses parceiros terceirizados que o Facebook ainda está trabalhando? Por que ele não oferece uma página com alguns desses nomes principais, da mesma forma que as categorias de parceiros tinham uma seção própria antes do programa terminar? O que há de tão difícil em nomear algumas empresas? É o mínimo que os usuários devem ter acesso.

Por um lado, adicionar todos esses detalhes tornaria as políticas de privacidade do Facebook mais longas, mais densas e, em geral, mais trabalhosas para ler do que atualmente. Contudo, ter mais informações também criaria um documento que explica melhor às pessoas comuns exatamente como seus dados são tratados, o que significa que elas poderiam ter mais uma chance de realmente optar por sair das garras da empresa.

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Vacina russa Sputnik V apresenta eficácia geral de 91,6% contra Covid-19 após testes de fase 3

Posted: 02 Feb 2021 12:11 PM PST

Enquanto aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, a vacina Sputnik V teve os resultados preliminares da fase 3 dos seus testes publicados na The Lancet nesta terça-feira (2).

Os números parecem promissores: a eficácia geral é de 91,6% para casos sintomáticos de Covid-19. Os testes foram feitos com 20 mil participantes, sendo que três quartos receberam a vacina e um quarto, o placebo. Do total de voluntários, 2.144 tinham mais de 60 anos e, nesse grupo, a eficácia do imunizante foi de 91,8%.

As reações adversas identificadas foram apenas leves, como sintomas de gripe, dor no local da injeção e fraqueza. Durante o período de testes, foram registradas quatro mortes. Uma das vítimas pertencia ao grupo placebo e a causa da morte foi derrame. Já as outras três haviam recebido a vacina, mas nenhuma das mortes estava relacionada ao imunizante.

Os pesquisadores do artigo publicado na The Lancet alertam que a análise incluiu apenas casos sintomáticos de Covid-19 e que mais estudos são necessários para investigar os efeitos da vacina em pessoas que não apresentam sintomas e em relação à transmissão. Os pacientes foram acompanhados por um período de 48 dias após a aplicação da primeira dose, o que indica que a durabilidade da proteção da Sputnik V também precisa ser estudada.

Assim como as outras vacinas que já foram aprovadas até o momento, a Sputnik V requer duas doses, com um intervalo de 21 dias entre as aplicações. Após o período de 21 dias desde a primeira injeção, foram identificados 16 casos (0,1%) de Covid-19 entre os 14.964 voluntários que receberam a vacina, e 62 casos (1,3%) entre os 4.902 que receberam o placebo.

Apesar do estudo ter sido planejado para avaliar uma vacina de dose dupla, os pesquisadores observaram que o nível de eficácia da vacina entre os dias 15 e 21 após a primeira aplicação foi de 73,6%. Diante disso, eles pretendem investigar agora a possibilidade de a Sputnik V oferecer a proteção necessária com apenas uma dose.

Uma das vantagens da Sputnik V é o fato de ela poder ser armazenada por, no mínimo, dois meses em temperaturas de refrigeradores comuns. Esse não é o caso da vacina da Pfizer/BioNTech, por exemplo, que requer um armazenamento a -80 graus Celsius e só dura cinco dias em refrigeradores comuns. Já o imunizante da Moderna dura até seis meses a -20 graus Celsius, mas apenas 12 horas em temperatura ambiente.

Em relação aos preços, a Sputnik V deve custar pouco menos de US$ 10 por dose, enquanto a AstraZeneca pretende vender a vacina de Oxford por algo entre US$ 3 e US$ 4. As mais caras são aquelas que utilizam tecnologia mRNA, como a Pfizer/BioNTech (US$ 20) e a Moderna (US$ 25).

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Kirill Dmitriev, chefe executivo do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIF), disse que a Sputnik V tem melhores chances de combater as novas variantes do Sars-CoV-2, já que foram utilizados dois adenovírus diferentes no desenvolvimento da vacina. Ainda segundo ele, a expectativa é que sejam produzidas 1,4 bilhão de doses da Sputnik V em 2021.

Por enquanto, a Anvisa ainda está analisando um pedido da União Química, responsável pela Sputnik V no Brasil, para realizar os testes de fase 3 aqui no país — um dos requisitos da agência para que os imunizantes sejam aprovados.

Na segunda-feira (1º), a União Química informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que é capaz de entregar 150 milhões de doses da Sputnik V até o final deste ano. Assim que a Anvisa aprovar o uso emergencial do imunizante no Brasil, a Rússia já poderá entregar 10 milhões de dose neste primeiro trimestre, diz o documento.

[The Guardian, G1]

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Quer saber se seus dados pessoais vazaram na internet? Vá com calma e não use qualquer site

Posted: 02 Feb 2021 10:11 AM PST

Se você também soube do vazamento gigante de dados de semana passada, deve ter ficado preocupado. O vazamento inclui 223 milhões de CPFs, mais até do que a população do Brasil, que está em 210 milhões de habitantes. É natural se perguntar se seus dados estão lá e o que você pode fazer.

E aí aparece um site, como o Fui Vazado, dizendo que pode confirmar se seus dados vazaram. Tentador, não? Mas antes de sair colocando seus dados lá para checar, é melhor analisar com calma. E não sou eu que estou dizendo isso.

Nesta segunda-feira (1º), o site Fui Vazado ganhou alguma repercussão depois de aparecer em matérias sobre o grande vazamento. Mas pessoas familiarizadas com computação acharam melhor verificar direito. “Eu fiquei com um pé atrás em um primeiro momento, porque o site não tinha código aberto”, diz Lucas Lago, pesquisador no CEST-USPe  desenvolvedor do 7C0, conjunto de iniciativas de código aberto para promover transparência.

Outros desenvolvedores também se queixaram de não poder ver qual era o processamento feito com os dados — o site pede CPF e data de nascimento para confirmar o vazamento. O responsável pelo site, Allan Fernando, logo disponibilizou o código no GitHub. Isso ajuda, mas não é o fim dos questionamentos.

“O site parece legítimo, mas não dá para saber se o código é o mesmo do site”, explica Lago. A cientista da computação Nina da Hora e colunista do Gizmodo Brasil também toma cuidado em relação a isso: “Não há garantia de que o código compartilhado é o que está rodando na plataforma.” Segundo ela, publicar o código-fonte permite dar sugestões, mas nada garante que elas serão implementadas.

“O projeto não é aberto e as issues (formas que você tem de contribuir e ajudar no que o projeto precisa melhorar no GitHub) estão fechadas, a transparência das informações não está clara, não há termo de privacidade dos dados e não há opção pela qual as pessoas que já tiveram seus dados vazados estejam autorizando que isso seja reutilizado”, diz Da Hora. Ela também lembra que o responsável pelo site está usando uma base de dados vazada e ele não teria direito a isso.

Lago diz que o fato uma pessoa aparecer publicamente para dizer que é responsável pela ferramenta, diminui a chance de ser algum tipo de golpe. Mesmo assim, diz que só confia no que pode verificar — o que não é o caso.

Da Hora não recomenda o uso do Fui Vazado. “A consulta é direta em uma base de dados vazada. Não podemos naturalizar isso.”

Outros sites oferecem serviços parecidos, mas não iguais

Sites em que você digita um dado para saber se ele vazou não são exatamente novidade. Um dos melhores exemplos é o Have I Been Pwned?, que verifica se e-mails ou senhas foram expostos em vários vazamentos feitos ao longo dos anos. Nós já falamos dele aqui no Gizmodo Brasil.

Para quem não entende do assunto, ele pode lembrar bastante o Fui Vazado, mas por trás das cortinas, ele é bem diferente. Como Lago explica, o Have I Been Pwned? usa só um hash (sequência de caracteres obtida por criptografia) do e-mail ou senha fornecida pelo usuário para comparar com o arquivo de vazamentos (também criptografado). Isso não acontece com o Fui Vazado, de acordo com a verificação feita pelo desenvolvedor.

Da Hora também destaca que o Have I Been Pwned? dá mais segurança pois só usa ou o e-mail ou uma senha e não dados pessoais, como documentos — o Fui Vazado pede o CPF e a data de nascimento. A cientista diz que o site americano pode ser uma inspiração para iniciativas brasileiras, mas que, por enquanto, o Fui Vazado não pode ser considerado seguro.

Como avaliar a segurança sites desse tipo?

Como saber, então, se um site desse tipo é legítimo? Lago dá algumas dicas. Primeiro, desconfie. Sair digitando seus dados em qualquer lugar pode ser uma péssima ideia, já que muita coisa pode rolar depois de clicar em “OK”. Você pode validar que seus dados vazados são reais ou até mesmo confirmar um empréstimo. (Nada até agora indica que este é o caso do Fui Vazado, felizmente.)

Se o site que checa os dados é da empresa que foi fonte do vazamento ou de uma grande companhia de segurança, pode ser que ele seja seguro. No caso do grande vazamento de semana passada, suspeita-se da Serasa Experian, mas a empresa nega.

Lago também diz que um bom sinal é se o site dá informações seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados. Isto é algo que o Fui Vazado não faz, o que pode ser um problema, já que ele processa dados dos usuários. O acesso ao código-fonte também é um bom sinal, mas não é uma garantia, lembra Lago.

Da Hora diz que é possível que um site desse tipo seja legítimo, desde que as consultas sejam pensadas para serem feitas de modo seguro desde o início. Ela considera, porém, que isso se trata de uma “ação individualizada e solução imediatista”.

“Se foram vazados mais dados do que pessoas vivas no Brasil, é óbvio que o dado [do usuário] está neste vazamento”, diz a cientista da computação. Ela também ressalta que é mais importante tomar medidas como trocar e-mails e senhas do que se concentrar em saber se seus dados vazaram.

Então, o que fazer?

Fato é que não há muitas medidas que você, sozinho, possa tomar se seus dados vazaram. Lago diz que um cuidado é redobrar a atenção contra golpes pela internet e telefone. Da Hora também lembra que não se deve confiar em mensagens e telefonemas que pedem para confirmar dados. Trocar senhas também é uma boa sugestão, diz a cientista, assim como alertar os idosos.

Da Hora também repassou uma sugestão interessante da Erica: baixar e fazer o cadastro no aplicativo Caixa Tem, que foi usado recentemente para conceder benefícios sociais, como o auxílio emergencial durante a pandemia. “Senão podem se cadastrar com seus dados e acessar benefícios do governo em seu nome, como saque emergencial do FGTS, auxílio emergencial e benefícios futuros que o governo possa oferecer”, explica a cientista.

Lago também lembra que a LGPD terá de ser aplicada, e a empresa que deixou esse monte de dados vazar, seja ela quem for, terá de ser punida. Por isso, será importante cobrar um processo de apuração das autoridades.

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Xiaomi processa EUA após ser considerada ameaça à segurança nacional “sem justificativa”

Posted: 02 Feb 2021 08:35 AM PST

A popular fabricante chinesa de smartphones Xiaomi está processando o Departamento de Defesa, o Tesouro dos EUA e os funcionários de alto escalão de ambas as agências, depois de ter sido considerada uma ameaça à segurança pelo governo dos EUA e excluída dos investimentos norte-americanos.

Em novembro passado, o então presidente Donald Trump aprovou a Ordem Executiva 13959, que basicamente buscava "desestabilizar" empresas com supostos vínculos com os militares chineses. Esta ordem determina que entidades e investidores dos EUA comecem a abandonar as empresas listadas pelo governo até 15 de março deste ano.

A Xiaomi, uma empresa global de eletrônicos com uma conhecida variedade de produtos, foi adicionada a esta lista em janeiro. Fundada há apenas 10 anos, a empresa teve uma escalada meteórica, crescendo rapidamente até se tornar um dos fabricantes de smartphones mais populares do mundo. Em 2018, a empresa foi listada na NASDAQ e, no ano passado, tornou-se o membro mais jovem das 500 empresas globais da Fortune.

O design dos telefones e tablets da empresa é notavelmente peculiar (basta dar uma olhada no protótipo de telefone dobrável e você vai entender o que queremos dizer). O CEO da Xiaomi, o bilionário Lei June, também tem uma espécie de fixação por Steve Jobs, o que explica o design e a abordagem no estilo Apple de sua empresa, bem como seu interesse pessoal em blusas de gola pretas e jeans.

Ainda assim, de acordo com o Departamento de Defesa, a Xiaomi tem algo a esconder. A sua designação como uma “empresa militar comunista chinesa” (CCMC) significa que, de acordo com a lei, a empresa é “propriedade ou controlada por, ou afiliada ao Exército de Libertação Popular ou a um ministério do governo da República Popular da China ou que seja de propriedade ou controlada por uma entidade afiliada à base industrial de defesa da República Popular da China".

Naturalmente, a Xiaomi contestou esse rótulo. Em um processo aberto na sexta-feira (29), a gigante da tecnologia chamou sua recente designação de CCMC de “inconstitucional” e acusou os Estados Unidos de fornecer nenhuma evidência para apoiar suas alegações. Ela insiste em ser retirada da lista e afirma que o Pentágono “não forneceu nenhuma explicação para sua decisão de designar a Xiaomi como CCMC, muito menos identificar a base factual na qual a designação foi baseada”, nem deu à Xiaomi uma oportunidade para refutar as reivindicações.

A empresa nega categoricamente que tenha qualquer vínculo com os militares chineses, escrevendo no processo que a Xiaomi “não é propriedade ou controlada por, ou de outra forma afiliada ao governo ou força militar chinesa, ou propriedade ou controlada por qualquer entidade afiliada à base industrial de defesa chinesa. Nem o governo ou exército chinês, ou qualquer entidade afiliada à base industrial de defesa, possui a capacidade de exercer controle sobre a gestão ou os negócios da empresa". A ação ainda afirma que a ordem causará "dano imediato e irreparável à Xiaomi".

A Huawei, outro gigante da tecnologia com sede na China, também processou os EUA por restrições semelhantes.

De acordo com a ordem executiva de Trump, os EUA veem os supostos CCMCs como parte de uma estratégia da China para aumentar suas forças armadas por meio de empresas "civis" que de alguma forma “apoiam suas atividades militares e de inteligência". Os EUA acusam essas empresas de explorar investidores norte-americanos para terem acesso ao capital, que pode então ser usado para "financiar o desenvolvimento e modernização de suas forças armadas". A ordem diz:

Por meio da estratégia nacional de fusão militar-civil, a PRC [sigla em inglês de República Popular da China] aumenta o tamanho do complexo militar-industrial do país, obrigando as empresas civis chinesas a apoiar suas atividades militares e de inteligência. Essas empresas, embora permaneçam ostensivamente privadas e civis, apoiam diretamente os aparatos militares, de inteligência e de segurança da PRC e ajudam em seu desenvolvimento e modernização.

Algumas preocupações de segurança surgiram com a Xiaomi no passado, embora nada na escala das acusações atuais. Os problemas incluem a descoberta de uma vulnerabilidade flagrante no aplicativo de segurança pré-instalado da empresa, o Guard Provider, bem como preocupações com o aparente monitoramento da navegação "privada" da empresa.

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Elon Musk diz que vai deixar o Twitter por um tempo, mas até quando?

Posted: 02 Feb 2021 07:43 AM PST

O magnata bilionário da tecnologia e usuário ávido de redes sociais Elon Musk tuitou na terça-feira (2) que vai deixar o Twitter por “um tempo”. Musk obviamente adora tuitar, o que nos leva à pergunta: quanto tempo realmente durará o seu hiato no Twitter?

"Fora do Twitter por um tempo", Musk tuitou na terça-feira (2), pouco depois da meia-noite, do horário onde ele vive na Califórnia.

Musk, a segunda pessoa mais rica do mundo, muitas vezes vira notícia quando tuita, às vezes prejudicando a si próprio. Em 2018, ele tuitou que queria fechar o capital de sua empresa de carros elétricos Tesla por US$ 420 por ação, uma referência à erva que Musk costuma fumar. O tuíte levou a uma investigação da SEC (Securities and Exchange Comission), agência reguladora de mercado dos EUA, e resultou em US$ 40 milhões em multas.

O fundador da SpaceX também chamou uma pessoa aleatoriamente de "pedófilo" no Twitter em 2018, levando a um processo por difamação. Musk acabou vencendo, embora não tenhamos certeza de como. O cara sobre quem Musk estava tuitando não era um pedófilo, apesar das afirmações bizarras do fundador da Tesla na rede social.

Até a atividade aparentemente mais benigna de Musk no Twitter pode mover os mercados financeiros. Quando ele mudou sua biografia no Twitter para apenas "#bitcoin" na semana passada, isso virou notícia na CNBC e fez com que o bitcoin subisse mais de 12%. O preço voltou ao patamar anterior ao movimento de Musk esta semana.

O que você acha? Será que Musk conseguirá impedir que seus dedos incrustados de esmeraldas tuitem durante a terça-feira? E na quarta? Será que Musk conseguirá chegar até quinta-feira sem postar um único tuíte?

Muitas pessoas já afirmaram que abandonariam o Twitter para sempre, apenas para voltar em um período de tempo relativamente curto. E embora Musk não tenha dito que vai abandonar o Twitter permanentemente, sabemos como é difícil deixar o vício das redes sociais, mesmo por um pequeno intervalo de tempo.

Musk pode sobreviver ao longo do dia, mas ele vai voltar. Eles sempre voltam.

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Permitir estudos com embriões com mais de 14 dias pode ajudar a prevenir abortos, diz cientista

Posted: 02 Feb 2021 06:15 AM PST

Uma lei de décadas atrás, que proíbe pesquisadores de fazer experimentos em embriões humanos com mais de 14 dias, está sendo contestada por uma bioeticista britânica, que diz que essa regra é ultrapassada, arbitrária e um impedimento desnecessário ao progresso científico.

Ao trabalhar com embriões de 28 dias de formação, os cientistas serão mais capazes de prevenir abortos, desenvolver novos tratamentos médicos e melhorar as tecnologias de reprodução assistida, argumenta Sophia McCully, bioeticista do Departamento de Saúde Global e Medicina Social do King’s College London, em um artigo de opinião revisado por pares publicado na segunda-feira (1) no Journal of Medical Ethics.

A regra dos 14 dias existe há cerca de 40 anos. Nos Estados Unidos, ela tem sido aplicada pelo National Institutes of Health desde 1979. No Reino Unido, a norma é mantida pela Human Fertilization and Embryology Authority. O princípio é respeitado em muitos outros países e jurisdições, incluindo Austrália e Canadá, tanto formal quanto informalmente.

No Brasil, a Lei de Biossegurança (Lei n° 11.105/2005) determina que a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos, produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, é permitida para fins de pesquisa e terapia, desde que sejam embriões inviáveis ou congelados há mais de três anos, sendo que é necessário o consentimento dos genitores em ambos os casos. Apesar da lei não especificar explicitamente o prazo de 14 dias, muitos cientistas brasileiros seguem a mesma lógica da lei britânica.

Este limite de 14 dias foi escolhido porque é somente após esse estágio que o sistema nervoso central começa a se desenvolver, mas, como McCully escreve, "aqueles que se opõem à regra argumentam que este foi simplesmente um limite de tempo arbitrário que foi escolhido como um compromisso para permitir qualquer pesquisa em um momento em que as opiniões pró-vida eram fortes". Além disso, “agora podemos ter certeza de que é seguro fazer uma mudança de política e estender a regra de 14 dias sem medo de qualquer implicação moral e regulatória, uma preocupação que não precisa se aplicar à regra de 14 dias”, ela escreve.

McCully afirma que a pesquisa feita entre a janela de 15 a 28 dias é crítica, dizendo que mudanças massivas de desenvolvimento são experimentadas pelo embrião durante este período.

A pesquisa em embriões humanos durante este período pode levar a muitos novos insights e intervenções científicas, diz ela, incluindo a mitigação de defeitos congênitos (como doenças cardíacas), avanços na fertilização in vitro, a prevenção de abortos espontâneos e o teste de novas técnicas, incluindo terapia de substituição mitocondrial (coloquialmente conhecida como "bebês de três pais") e seleção de características humanas (esta última para eliminar doenças genéticas ou conferir novas capacidades, como imunidades a doenças transmissíveis).

Ela diz que o argumento de que os modelos animais, incluindo embriões de macaco, são substitutos suficientes para embriões humanos não é totalmente correto. Evidências recentes sugerem “que mesmo a morfologia do blastocisto de mamífero difere substancialmente entre as espécies”, escreve McCully, e “embora os modelos animais sejam úteis até certo ponto, afinal alguns mecanismos são semelhantes, esta diversidade mostra que realmente não há substituto para um embrião humano para se entender a embriogênese humana."

A limitação de 14 dias também parece arbitrária, considerando as leis de aborto em vigor, nas quais a gravidez pode ser interrompida muito além dos 14 dias, ela escreve.

"A partir dessa análise, e de outras, não há razões éticas substantivas para não alterar o limite", argumenta McCully. "A pesquisa de embriões é um empreendimento crucial e nos ajudará a fazer muitas descobertas transformacionais, portanto, estender esse limite arbitrário é um esforço que deve ser alcançado."

James Hughes, bioeticista do Instituto de Ética e Tecnologias Emergentes, disse que duas semanas não é um limite significativo para determinar o significado moral de um embrião e um feto. Durante o século 18, a “linha [que determinava o prazo para realizar testes] era a ‘aceleração’, ou seja, quando um feto começava a se mover”, explicou Hughes em um e-mail,,

Hughes concordou que os cientistas não deveriam ter que tratar os tecidos embrionários como sendo exatamente iguais aos outros tecidos”, mas se seu significado moral é determinado por sua capacidade de sentir dor ou autoconsciência. Se for assim, os embriões de um mês também podem ser um tumor ou um rim", disse Hughes. Em última análise, o artigo de McCully apresenta uma “proposta muito cautelosa para o avanço da pesquisa que beneficiará todas as crianças, sem risco moral”, disse Hughes, acrescentando que é uma “reforma necessária”.

O bioeticista Kerry Bowman da Universidade de Toronto disse que a regra dos 14 dias foi estabelecida não apenas por causa da “linha primitiva” – uma linha visível e objetiva de células (indicativa de um sistema nervoso central nascente) – mas também porque se acredita que é quando a individuação começa, o que significa que, após esse tempo, o "embrião não é mais capaz de formar gêmeos ou múltiplos de ordem superior espontaneamente", o que garante "o início de um indivíduo", escreveu ele por e-mail.

"Ainda assim, eu argumentaria que a verdadeira razão para o limite de 14 dias é mostrar um espírito de respeito em sociedades pluralistas complexas com uma ampla gama de pontos de vista sobre o status moral do embrião", explicou Bowman. "A regra dos 14 dias não satisfez a todos, mas reconhece e respeita muitas pessoas que têm pontos de vista ‘gradualistas’ sobre o status moral do embrião."

Um grande desafio com a mudança proposta, disse ele, é que ao quebrar um padrão altamente simbólico, público e (frequentemente) internacional, os cientistas podem perder a confiança de certos segmentos da população e até mesmo de outras nações.

"Acredito que essa mudança precisa de ampla exposição pública e debate, pois levar isso adiante sem revisão pública pode criar hostilidade significativa ao campo da embriologia", disse Bowman.

Nos últimos anos, outros especialistas já defenderam um caso semelhante ao que foi publicado no Journal of Medical Ethics (veja aqui, aqui, e aqui), mas nada parece mudar a este respeito. Talvez o artigo de McCully reviva essa conversa tão necessária.

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Novo tênis da Nike pode ser calçado sem precisar usar as mãos

Posted: 02 Feb 2021 05:45 AM PST

Se abaixar para calçar e amarrar um tênis é uma ação relativamente simples e automática quando precisamos colocar algum calçado em nossos pés. Mas claro que haveria uma "tecnologia" para encurtar esse movimento: o GO FlyEase, primeiro modelo da Nike que você calça sem precisar das mãos.

Alguns que seguem de perto a indústria de calçados acreditam que o GO FlyEase é a resposta da Nike para a popular linha Crocs de sandálias que, apesar de confortáveis, não são as favoritas do consumidor no que diz respeito à estética visual. Contudo, embora o GO FlyEase ofereça funcionalidade semelhante — a capacidade de deslizar facilmente os pés para dentro e para fora do tênis sem o uso das mãos –, visualmente falando ele se parece com um par normal de tênis de corrida.

Imagem: Nike

Ao contrário dos Crocs, que usam uma tira de tornozelo opcional, a Nike projetou o GO FlyEase com um mecanismo de dobradiça que permite que a palmilha se separe um pouco antes da parte do calcanhar, criando uma abertura maior para deslizar um pé para dentro e para fora. A parte separada do calcanhar é mantida no lugar com uma faixa tensora elástica que também mantém o sapato firmemente fechado enquanto está sendo usado. É como se fosse um mecanismo de clique maleável.

Para torná-los mais fáceis de remover sem o uso das mãos, o GO FlyEase conta com uma protuberância no calcanhar que pode ser pisada com segurança usando o outro pé para manter o tênis no lugar enquanto o mecanismo de dobradiça do sapato é aberto. A Nike quer mesmo que você não se dê ao "trabalho” de encostar suas mãos no produto — algo muito bem-vindo em tempos de pandemia de Covid-19, já que nossas mãos são os maiores vetores de contaminação do novo coronavírus.

O novo tênis da Nike será disponibilizado para um grupo selecionado de consumidores no dia 15 de fevereiro, e para lojas de todo o mundo no final de 2021. O preço estimado é de US$ 120 (R$ 650 na conversão atual, sem impostos).

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Cães e humanos são amigos há pelo menos 23 mil anos, diz estudo

Posted: 02 Feb 2021 05:15 AM PST

Imagem: gotdaflow (Unsplash)

Cães são excelentes companhias para nós, seres humanos. E esse vínculo entre nós e os animais é de longa data, já que um novo estudo sugere que pessoas têm o costume de domesticar cachorros há pelo menos 23 mil anos.

A prática teria começado no norte da Sibéria. Na época, grupos de pessoas e lobos domesticados lutavam para sobreviver durante o período conhecido como Último Máximo Glacial, quando grandes calotas de gelo se formaram e a temperatura da Terra alcançou temperaturas baixíssimas.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram coleções já existentes do DNA humano e canino preservados daquele período. Como os genomas coletam pequenas mutações aleatórias em uma taxa previsível, os geneticistas podem comparar as sequências do genoma e dizer há quanto tempo dois animais compartilharam um ancestral em comum pela última vez. Os cientistas então usaram genomas já sequenciados de cães antigos e modernos para calcular quando as populações se dividiram ou cruzaram. Depois, repetiram o processo com genomas humanos.

De acordo com a arqueologista e coautora da pesquisa Angela Perri, da Universidade de Durham, no Reino Unido, vários estudos genéticos recentes reconheceram que grupos de cães e humanos tinham a tendência a se dividirem ou a se fundirem nos mesmos tempos e lugares, criando assim um mapa genético da jornada compartilhada de nossa espécie. Uma dessas rupturas aconteceu cerca de 16 mil anos, quando acredita-se que as primeiras pessoas com cachorros de estimação chegaram nas Américas.

"Existem alguns cães que possuem pequenas quantidades dessas linhagens, mas a maioria deles que está no continente americano hoje se parece geneticamente com raças europeias. E quando os europeus trouxeram seus cachorros em grande número, essas raças eventualmente substituíram muitas das linhagens genéticas que vemos nesses cães antigos", disse à Ars Techinica, Kelsey Witt Dillon, coautora da pesquisa e bióloga molecular da Universidade Brown, nos EUA.

Os pesquisadores também concluíram que, à medida que espécies selvagens como lobos, raposas e até mesmo o gado e porcos sofrem domesticação, sua aparência também muda. Manchas, orelhas caídas e caudas mais curvas parecem ser características comuns nas espécies, junto com a curiosidade e simpatia para com os seres humanos. Isso explicaria o motivo pelo qual os cachorros são muito mais amigáveis do que os lobos da Idade do Gelo.

Em 2017, um outro estudo já reforçava a teoria que o laço de amizade entre cães e humanos é de longa data. Acredita-se que os cachorros tenham sido os primeiros animais a serem domesticados por humanos.

[Ars Technica, PNAS]

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Cientistas tentam entender por que pessoas reagem de forma diferente a remédios psiquiátricos

Posted: 02 Feb 2021 04:43 AM PST

Com o aumento dos casos de transtornos mentais, crescem também as pesquisas focadas em saúde mental. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 264 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, e esse quadro tende a piorar com a pandemia de Covid-19, conforme já sugerem alguns estudos. Enquanto nem todos buscam tratamento, aqueles que o fazem recebem medicamentos e terapias que são receitados por padrão. O problema é que cada pessoa reage de uma forma diferente, e um novo estudo decidiu investigar os motivos por trás disso.

Publicado na eLife, um artigo da Universidade do Colorado Boulder revela que tudo está ligado a uma proteína no cérebro chamada AKT, que pode funcionar de forma diferente em homens e mulheres. Ela é vista como uma das principais responsáveis por promover a "plasticidade sináptica", ou seja, a capacidade do cérebro de fortalecer conexões entre neurônios em resposta a alguma experiência.

Para entender melhor esse processo, o comunicado da universidade diz que, quando você passa por alguma experiência e seu cérebro quer criar uma memória disso, é necessário produzir novas proteínas capazes de codificar essa memória. A AKT é uma das primeiras a entrar em ação e, sem ela, os cientistas acreditam que seria impossível criar novas memórias ou até mesmo apagar as antigas para liberar espaço para outras mais agradáveis.

A AKT também é comumente conhecida por causar câncer quando sofre mutação, além de estar associada a doenças como esquizofrenia, transtorno pós-traumático, autismo e Alzheimer.

Mas como saber quando a AKT pode ser benéfica ou maléfica ao nosso cérebro? Os pesquisadores do novo artigo argumentam que existem diferentes formas dessa proteína (ou “isoformas”). A AKT2, por exemplo, é a que é encontrada em células cerebrais em forma de estrela, chamadas astrócitos, e que costumam causar câncer.

Já a AKT3, por outro lado, é frequentemente associada ao crescimento e desenvolvimento do cérebro. A AKT1, quando combinada com a AKT2 no córtex pré-frontal do cérebro, é essencial para o aprendizado e memória.

Com base nisso, os pesquisadores acreditam que é possível focar em proteínas específicas no cérebro para tratar transtornos mentais de forma personalizada, sem comprometer outros órgãos ou causar efeitos colaterais. Um dos métodos utilizados no estudo foi analisar como ratos machos e fêmeas reagem à perda de diferentes formas da AKT.

Os resultados, no caso dos machos, indicaram que, quando comparados aos ratos que não tinham a proteína, aqueles que mantiveram a AKT1 funcionando normalmente apresentaram uma capacidade muito maior de substituir uma memória antiga ou associação que não é mais útil. Quando as fêmeas foram analisadas, quase não houve diferença.

De acordo com o estudo, sabe-se que transtornos mentais não ocorrem de forma semelhante em homens e mulheres, sendo que as mulheres têm quatro vezes mais chances de sofrer alguma condição do tipo, principalmente depressão e ansiedade. Os testes com os ratos, segundo os autores, mostram que diferentes formas de proteínas servem a diferentes propósitos e podem agir de maneira distinta em homens e mulheres.

Por isso, os pesquisadores afirmam que mais pesquisas são necessárias para entender como essas diferenças podem ser abordadas para que cada indivíduo receba o tratamento adequado.

[CU Boulder Today]

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