quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Gizmodo Brasil

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Pornhub anuncia uso de tecnologia biométrica para verificação de usuários

Posted: 03 Feb 2021 05:15 PM PST

Pornhub. Imagem: Marco Verch (Flickr)

Nesta terça-feira (2), o Pornhub anunciou por meio de um comunicado que pretende tornar mais rígido o controle de conteúdo postado em sua plataforma. De acordo com as informações divulgadas, a estratégia conta com a expansão de sua equipe de moderação humana, relatórios de transparência e a introdução da tecnologia biométrica para verificar usuários que enviam vídeos.

A medida foi realizada após denúncias da hospedagem de materiais de abuso sexual infantil no site, o que levou os principais processadores de pagamento, como Visa e Mastercard a suspender os seus serviços de forma indefinida. Toda esta situação afetou as profissionais do sexo da empresa, como disse a modelo Avalon Fey em entrevista ao site Vice. “Ao eleger o Pornhub como alvo e destruir a monetização do conteúdo de criadores independentes, eles facilitaram a remoção das opções de pagamento de plataformas menores também. Isso não tem nada a ver com ajudar vítimas de abuso e tudo a ver com prejudicar artistas adultos online para impedi-los de criar e compartilhar conteúdo adulto.”

Por isso, muitos estão migrando para o site OnlyFans, que vive da mensalidade de seus usuários (20% para a plataforma e os outros 80% para o criador). Com a pandemia e a escassez de trabalhos, foi uma forma de conseguir ganhar dinheiro de uma forma mais organizada e confortável, já que existem regras de privacidade que permitem exibir os conteúdos de maneira privada, somente para aqueles contribuem com a monetização.

A empresa contratada para realizar as verificações foi a Yoti, que irá validar o documento de identidade com sua foto de usuário usando tecnologia biométrica segura. Apesar de os esclarecimentos ainda serem pontuais, em resposta a diversas perguntas sobre como ficaria a situação das pessoas trans que utilizam a plataforma, a Yoti afirma que fez uma parceria com a Sparkle, uma instituição de acolhimento para transgêneros do Reino Unido, para que juntas,  trabalhassem em um processo de prova de identidade mais inclusivo.

Outro destaque feito pelo Pornhub no texto é o aprimoramento das buscas pelo site, já que, conforme as investigações feitas pelo Motherboard, foi descoberto que alguns usuários podiam contornar as medidas de moderação da plataforma com termos de pesquisa ligeiramente modificados. Os moderadores que irão filtrar estes dados vão receber treinamento e apoio terapêutico, especialmente após várias manifestações da categoria, que pedia por melhoras nas suas condições de trabalho, como foi no caso do Facebook e YouTube.

Sobre os relatórios de transparência, o Pornhub diz que “assim como outras plataformas de tecnologia, vai busca ser totalmente transparente sobre o conteúdo que deve ou não aparecer na plataforma. Este relatório será o primeiro de seu tipo entre as plataformas de conteúdo adulto, estabelecendo o padrão de transparência e responsabilidade na indústria.”

[Vice]

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Startup cria “carne” vegetal impressa em 3D

Posted: 03 Feb 2021 04:30 PM PST

Se você pode imprimir uma arma em 3D… se você pode imprimir uma casa em 3D… então, você pode muito bem imprimir um pouco de carne em 3D enquanto produz isso tudo.

A startup de substitutos de carne à base de plantas Novameat revelou recentemente mais detalhes sobre o alimento que vem produzindo com sua tecnologia de impressão 3D proprietária. Conhecidas como “os maiores cortes inteiros de #carnecultivada do mundo”, nas palavras da empresa, os filés são criados a partir de uma matriz de fibra de carne que é misturada com água, gordura vegetal e proteínas vegetais, e são projetados para imitar a textura, sabor e aparência da verdadeira carne.

A notícia vem na esteira de um aporte de € 250.000 que a Novameat, sediada em Barcelona, ​​recebeu recentemente do governo espanhol, e pode representar um grande passo para o futuro da indústria de proteína vegetal sustentável.

Desde a sua fundação em 2018, a Novameat tem como objetivo criar "carne limpa" que possa ser produzida de forma sustentável, deixando de lado a ineficiente indústria pecuária. Por meio de cortes impressos em 3D, a empresa espera ajudar na redução das emissões de gases de efeito estufa e ajudar a compensar o enorme desperdício de água que ocorre durante a produção dos 346,14 milhões de toneladas de carne que os humanos consomem globalmente a cada ano.

Embora a tecnologia proprietária da Novameat consiga imitar a textura e a aparência da carne real, como a própria empresa admite, o sabor "ainda não está pronto". Ainda assim, a empresa tem grandes planos de lançar uma série de impressoras personalizadas em 2021 que estarão disponíveis para distribuição em toda a indústria de alimentos — o que significa que um restaurante perto de você poderá em breve ser capaz de produzir deliciosos bifes à base de vegetais.

A tecnologia da Novameat recebeu recentemente um investimento significativo da New Crop Capital, que é conhecida por apoiar algumas das mais populares empresas de proteínas alternativas e de substituição de carne.

"Achamos que a cadeia de abastecimento alimentar global está quebrada e estamos focados em corrigir um desses desafios, que é a proteína animal", disse Dan Altschuler Malek, sócio-gerente da New Crop Capital, ao TechCrunch em 2019 . "Vemos que há uma oportunidade de mudar o comportamento do consumidor para reduzir o consumo de produtos de proteína animal para produtos que estão na faixa de preço que as pessoas pagarão."

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Mais um protótipo de foguete da SpaceX explode durante testes

Posted: 03 Feb 2021 03:26 PM PST

Elon Musk segue a todo vapor com seu plano para levar humanos a Marte. Mas o caminho até o Planeta Vermelho será muito longo, já que testes e mais testes precisam ser feitos aqui na Terra para que tudo ocorra com segurança. Entre os experimentos estão os foguetes, e mais um dele explodiu durante uma tentativa de voo na tarde da última terça-feira (2).

O protótipo SN9, que integra a linha de naves Starship da SpaceX, entrou em colisão pouco tempo depois após ter decolado da base em Boca Chica, no Texas (EUA), por volta das 17h30 pelo horário de Brasília. A saída do solo foi como a planejada e a nave atingiu uma altitude de 10 quilômetros, além de realizar algumas manobras de teste de velocidade e estabilidade. Tudo isso sem apresentar nenhum problema.

A nave também girou na posição horizontal — no que os engenheiros chamam de "belly flop". No entanto, ao retornar para a posição vertical e se preparar para pousar, a nave perdeu o controle e explodiu bruscamente ao atingir em cheio o solo, criando uma enorme bola de fogo no local. Não havia tripulantes e o fogo não espalhou para os arredores. Nenhum profissional saiu ferido.

Ainda não está claro o que exatamente aconteceu para a falha que causou a explosão. No momento, especula-se que houve algum problema em um dos motores usados para endireitar a nave de sua posição horizontal para a vertical. John Insprucker, engenheiro da SpaceX, disse que o voo foi ótimo, mas brincou ao afirmar que "temos de trabalhar um pouquinho neste pouso".

A versão anterior do protótipo, a SN8, também teve o mesmo fim trágico ao ser testada em dezembro. A decolagem não apresentou problemas, mas na hora do pouso a nave passou por uma falha específica no tanque de combustível que desacelerou o foguete e fez com que ele caísse.

A Administração Federal de Aviação dos EUA, que regulamenta o uso de foguetes no país e já havia autorizado o lançamento do SN9, disse que vai supervisionar uma investigação do motivo da queda do protótipo. "Embora este tenha sido um voo de teste, a investigação prevê identificar a causa raiz deste acidente e possível oportunidades para aumentar ainda mais a segurança conforme o programa se desenvolve", disse um porta-voz da agência reguladora.

Por enquanto, os protótipos da Starship são feitos em tamanhos reduzidos, mas o formato é o mesmo que será aplicado no modelo final. A espaçonave, que deve ser reutilizável, terá 120 metros de altura e ter capacidade para carregar 100 passageiros e 100 toneladas de carga.

[New York Times]

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Estudo de dentes pré-históricos é mais uma indicação da nossa herança neandertal

Posted: 03 Feb 2021 02:52 PM PST

Pesquisadores do Reino Unido decidiram analisar 13 dentes, que acreditava-se pertencer a neandertais, encontrados entre 1910 e 1911 na caverna La Cotte de St. Brelade, na ilha de Jersey, no Canal da Mancha. A nova análise, no entanto, sugere que as características dos dentes não são exclusivamente de neandertais, mas de humanos modernos também.

A descoberta pode ser uma das evidências diretas mais fortes do cruzamento entre Homo sapiens e neandertais, conforme explicou Chris Stringer, autor do estudo e professor do Museu de História Natural de Londres, à CNN.

Os neandertais surgiram há cerca de 400 mil anos, tendo habitado regiões da Europa e da Ásia. Quando eles desapareceram, o Homo sapiens estava começando a se estabelecer na Europa. Ainda assim, as duas espécies conviveram por, no mínimo, 5 mil anos. A análise dos dentes é mais uma prova de que, durante esse período, elas se relacionaram e tiveram filhos.

Um dos recursos que auxiliou a nova descoberta foi a tomografia computacional, que permitiu aos pesquisadores analisar detalhes a um nível que era impossível no passado, quando foi feita a escavação.

De acordo com o novo estudo, publicado no Journal of Human Evolution, a estimativa é que os dentes tenham 48 mil anos, o que corresponde ao período em que os neandertais estavam começando a ser extintos. Isso levanta um outro questionamento em relação ao desaparecimento dessa espécie.

Em entrevista à BBC, Matt Pope, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Arqueologia da University College London (UCL), disse que pesquisas sobre esse cruzamento com os Homo sapiens podem ajudar a investigar se os neandertais foram realmente extintos ou se eles apenas se “fundiram” aos humanos modernos, criando uma população híbrida.

Os dentes encontrados em Jersey não são a única evidência do cruzamento entre espécies. Em 2018, por exemplo, escavações na Rússia revelaram um fragmento de osso, com idade aproximada de 50 mil anos, que representou os primeiros restos encontrados de uma criança cuja mãe era neandertal e o pai, denisovano — outra espécie extinta que viveu predominantemente na Ásia.

[CNN, BBC]

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Vivo elimina plano de 100 megas na fibra ótica e oferece o dobro da velocidade pelo mesmo preço

Posted: 03 Feb 2021 02:12 PM PST

Imagem: Reprodução.

Após mudanças na sua cobertura de internet com fibra ótica no final do ano passado, a Vivo remodelou novamente seu catálogo e deixou de comercializar o plano de 100 Mbps. No seu lugar, a velocidade de 200 Mbps será disponibilizada e pelo mesmo valor de R$ 99,99. A mudança foi feita para competir melhor com Claro, TIM, Oi e diversos provedores locais.

Captura de tela: Maria Carolina Souza/Gizmodo Brasil.

Estes valores acima dizem respeito a banda larga avulsa, sem telefone fixo ou TV por assinatura. Para a velocidade de 300 Mbps o valor corresponde aos primeiros 12 meses, já que após este período, a mensalidade aumenta para R$ 169,99 mensais. Esses preços dizem respeito a São Paulo (DDD 11). Eles podem sofrer alterações dependendo da sua localidade.

Dentre os benefícios dos pacotes Vivo Fibra estão o acesso no Esporte Interativo Plus, FunKids, Bancah Jornais, Clube de Revistas, Vivo Home Assist e Band News. O plano de 300 Mb/s também possui assinatura do Paramount+. Também existe uma parceria com Disney+ e Netflix, que garante descontos na assinatura dos streamings por meio da operadora.

Segundo os dados de acesso da Anatel equivalentes ao mês de dezembro de 2020, a Vivo estava atrás da Claro no número de assinantes. Assim, faz sentido a ação da Vivo, ainda mais quando os serviços são similares e os assinantes esperam preço razoável e boa funcionalidade.

A Oi Fibra (no DDD 21) tem plano de 200 Mbps com telefone fixo e ligações ilimitadas por R$ 99,99 mensais, enquanto a Claro (no DDD 11) oferece um plano da banda larga NET Virtua de 240 Mbps por R$ 139,99 por mês. Um diferencial da Vivo é a velocidade de upload, que chega a 100 Mbps, contra 60 Mbps da Oi e 20 Mbps da Claro, o que pode ser importante para quem precisa enviar muitos arquivos.

Como lembra o Tecnoblog, clientes da própria operadora podem optar por este novo plano graças a uma resolução da Anatel. Contudo, vale a pena se informar se o plano antecessor tem fidelidade em vigor, pois a operadora poderá cobrar a multa pelo período proporcional do restante do contrato — tirando planos controle e pré de celular, os serviços da Vivo costumam ter 12 meses de fidelidade.

[Tecnoblog]

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Instagram lança recurso para restaurar fotos, vídeos e stories apagados

Posted: 03 Feb 2021 01:15 PM PST

Imagem: Solen Feyissa

O Instagram está adicionando um novo recurso com a exata proposta da pasta Lixeira que temos em nossos PCs e smartphones. Batizada de "deletados recentemente", a seção armazena itens que você possa ter removido por engano ou aqueles que você ainda não decidiu se vai deletar permanentemente ou não. A novidade já começou a ser liberada para sistemas Android e iOS.

O funcionamento dessa nova aba também é idêntico à Lixeira do Windows e macOS: ao deletar uma publicação do feed, Reels ou IGTV, o conteúdo automaticamente é enviado para essa seção separada, em que fica por um período de 30 dias. Os Stories, por sua vez, seguem a lógica de ficarem disponíveis somente por 24 horas. Somente o dono da conta poderá acessar o recurso.

Por falar nisso, o Instagram justifica o lançamento da função pensando justamente na segurança do usuário que controla o perfil. Portanto, a novidade chega como uma camada extra para proteger a conta de possíveis invasões. Segundo a plataforma, quando um hacker invade um perfil, ele costuma deletar todo o conteúdo. Agora, como todos os itens excluídos vão para uma pasta específica, o usuário terá a chance de recuperar mais facilmente fotos e vídeos.

Imagem: Instagram

Além disso, a plataforma fará uma verificação antes de confirmar a exclusão de conteúdos na seção "deletados recentemente". O usuário poderá autenticar a ação em duas etapas, seja via e-mail ou mensagem de texto. Lembrando que isso não substitui o método de autenticação de dois fatores já existente no serviço — são duas autenticações independentes.

A nova aba de "deletados recentemente" pode ser acessada em "Configurações” (tocando no ícone de engrenagem que fica no seu perfil do Instagram) e e em "Conta". Até a publicação desta notícia, a função ainda não apareceu em nossos testes, e talvez não apareça para a maioria dos usuários, já que ela está sendo liberada aos poucos.

[Engadget]

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Nova versão do Chrome permite agrupar várias abas no Android

Posted: 03 Feb 2021 12:26 PM PST

Uma atualização prometida pelo Google em 2019 finalmente começou a dar as caras nos smartphones Android. Trata-se de um recurso para organizar abas em uso, que está sendo lançado junto com a versão 88 do Chrome.

O novo layout de grade do Chrome substitui a interface anterior, que era baseada em cards verticais que ocupavam praticamente toda a tela do celular. As guias na nova versão ainda ficam na vertical, só que, por serem bem menores, é possível visualizar mais de uma miniatura. Ao todo, o usuário pode agrupar a pré-visualização de até seis abas diferentes na mesma janela antes de precisar rolar a página.

A interface repaginada também permite que o usuário agrupe guias da maneira que quiser. Basta arrastar e soltar uma página sobre a outra para formar um grupo. Isso deve facilitar a procura por guias específicas de um mesmo assunto, além de deixar o visual menos poluído do que na versão anterior do browser.

Imagem: 9to5Google

O update com a nova interface vem sendo liberado desde o final de janeiro, mas nem todos os usuários podem conseguir acessá-lo no momento. Quem quiser driblar essa falta de disponibilidade pode recorrer a uma ativação manual. Para isso, insira o endereço chrome://flags/#enable-tab-grid-layout em uma nova aba do Chrome, toque no menu suspenso e por último no botão "Habilitado". Também é necessário reiniciar o browser usando o botão azul no canto inferior direito da tela. Se a mudança não for aplicada, feche o app do Chrome no multitarefa ou force a parada do navegador nas configurações.

Para usuários que não gostarem da mudança quando ela for habilitada por padrão e quiserem voltar ao método antigo de visualização, o Google oferece o caminho reverso para desativar a grade de abas agrupadas no Chrome. É só fazer o mesmo caminho e selecionar "Desativado". Nesse caso, você também precisará reiniciar ou forçar a parada do Chrome.

[9to5Google]

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Conto: Com ou sem açúcar?

Posted: 03 Feb 2021 11:43 AM PST

Todas as quartas-feiras, o Gizmodo Brasil abre espaço para seus colunistas. Na primeira semana do mês quem escreve é Waldson Souza*, que trará contos de ficção científica inéditos e exclusivos. Na sua estreia, Souza imagina um futuro em que a automação do trabalho está muito mais intensa. 

Com ou sem açúcar?

Você se espreme entre as fileiras de cadeiras para chegar ao lugar vago mais próximo que visualizou quando entrou no auditório. A reunião está prestes a começar e ninguém sabe por que os três setores foram convocados de uma vez. Cochichos preenchem o lugar enquanto os chefes da empresa começam a ocupar o palco. O contrato está prestes a vencer e uma reunião dessa escala não pode ser um bom sinal. É compreensível que você e os outros estejam preocupados.

O silêncio no auditório preenche o espaço quando o diretor Marques se posiciona diante de todos. Ele começa a falar e sua voz é amplificada de tal forma que a sensação é que ele está em pé ao seu lado. Não há aparelhos visíveis com microfones ou caixas de som.

Pelos próximos minutos ele explica que alguns contratos não serão renovados. O que quer que tenha na acústica do auditório serve para abafar os barulhos de protestos. Incapazes de serem ouvidos, você e os outros são obrigados a apenas ouvir a argumentação. Acontece que aquele modelo de robô doméstico que você viu sendo anunciado mês passado na televisão, o Superclean+, será usado em alguns dos prédios para o qual sua empresa presta serviço.

O Dr. Marques diz lamentar a rescisão, agradece a compreensão de todos e começa a listar os prédios que continuarão com copeiras, garçons e o pessoal da limpeza. O robô opera nesses três serviços e faz o trabalho de quatro pessoas duas vezes mais rápido — você ouviu isso na reportagem. Todo mundo aguarda apreensivo. Uma mulher ao seu lado respira aliviada quando o dela é citado, um homem à sua frente dá um soco no braço da cadeira ao se descobrir sem emprego. Vocês descobrem juntos, na verdade. Ele trabalha no segundo andar do seu prédio.

Sem saber o que pensar, você espera o final da reunião. É o tipo de decisão que vem de cima para baixo, então não há o que fazer a respeito. Se pelo menos todos tivessem sido demitidos, valeria a pena começar a quebrar tudo. Haveria união. Mas quem não foi mandado embora só se preocupa com o ano seguinte, com o fato de que terão como levar comida para casa nos próximos 365 dias. Você não os julga por isso. É 2053, a vida não é fácil para nenhum brasileiro.

É sexta-feira de manhã de um abril que até estava indo bem. Você vai embora da reunião pensando nos seus filhos e no que fará a partir de agora. Júlio ainda não voltou para casa e é muito mais difícil sem ele. Você está velha. Quem vai querer te dar um novo emprego?

A pior parte é que estava tão perto de você se aposentar, só mais dois anos de trabalho e esse acontecimento quase impossível se concretizaria. Para cada geração é mais difícil. Sua avó conseguiu, sua mãe também, mas foi por pouco, você chegou bem perto. Já é de admirar que você tenha trabalhado por tanto tempo com carteira assinada.

Você pega o metrô e vai para o Edifício Severino, precisa buscar suas coisas. Chegando ao prédio, você se surpreende quando vê o robô na copa. Tem um técnico com ele, para quem você dá bom dia. Ele te cumprimenta e está muito animado falando como a máquina é boa enquanto termina as últimas configurações. Você pensa em várias coisas que poderia dizer, mas prefere ir logo para a parte onde ficam os armários dos funcionários. Agora ex-funcionários. Foi a primeira a chegar, pelo visto. O técnico do robô é só um empregado como você, ele não é culpado. Um dia inventarão um robô que cria e configura outros robôs, então o trabalho do técnico também será desnecessário.

Quando termina de pegar suas coisas, o técnico vem até você e começa a falar.

— Está tudo pronto, senhora. Só falta colocar água, café e tudo mais nos compartimentos. Depois é só deixar ele fazer o serviço.

Você tenta explicar que não trabalha mais ali e que não sabe quem ficará responsável por essa função. Mas o técnico termina de falar, se despede e vai embora; ele está com pressa, com certeza tem outros robôs para configurar.

Você volta para a cozinha e olha para a máquina. Ela está ligada e esperando instruções com aqueles olhos luminosos. O robô é patético, parece um aspirador de pó grande demais, com braços articulados e a base mais larga do que o topo do corpo. Aqueles bracinhos mudam de acordo com o que ele precisa fazer. E na barriga tem um buraco de onde saem os copos com as bebidas.

Você dá as costas, mas para antes de sair. Uma ideia repentina martela na sua mente, mas você precisa decidir logo enquanto não tem ninguém por perto.

Lembrando das instruções do técnico, você se aproxima do robô. Aberta um botão no painel e logo em seguida o compartimento das costas dele se abre sozinho. Há vários recipientes com as indicações do que colocar em cada um. Você enche uma garrafa d'água e despeja em um deles, coloca pó de café em outro, achocolatado no terceiro, leite no quarto. Deixa o recipiente do açúcar por último. No armário, você encontra o que precisa. Algo que era mais usado pelos funcionários e não é um ingrediente que combina com café.

Você está nervosa, mas dá um pequeno sorriso quando esvazia o pacote de sal e fecha as costas do robô. A sensação é boa. Por mais ínfima que seja, ainda é uma vingança. No visor do robô, aparece uma indicação de que ele está pronto para preparar as bebidas, basta solicitar. Você pega suas coisas e caminha em direção à porta. Agora sim, você está pronta para ir embora.

* Waldson Souza é escritor. Formado em Letras e mestre em Literatura pela UnB, pesquisa sobre afrofuturismo e literatura brasileira contemporânea. Escreve nas primeiras quartas-feiras do mês.

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Cientistas buscam entender como nosso cérebro reage à beleza

Posted: 03 Feb 2021 11:03 AM PST

O conceito de beleza sempre esteve em pauta nas discussões socioculturais, principalmente quando ligadas a indústria da moda. Existem vários fatores que fazem com que digamos o que é algo esteticamente belo, levando em consideração parâmetros como simetria e até os efeitos dos hormônios. Mesmo que diversos estudiosos busquem compreender a beleza ao longo dos séculos, a ciência parece ter posto seu time em campo, pois um recente estudo da Universidade Tsinghua em Pequim confirma que encontrar respostas pode não ser tão fácil.

Para focar na observação de como nosso cérebro responde a mostras do que é considerado belo, foram reunidos dados de muitos estudos já publicados para ver se surgia um resultado consistente. Primeiro a equipe investigou todos os estudos de imagens cerebrais que apresentavam respostas neurais das pessoas às artes visuais e a diferentes rostos, para buscar pontos de atratividade. Depois de revisá-los, os pesquisadores ficaram com os dados de 49 deles, representando um total de 982 participantes.

Os materiais foram classificados em diferentes tipos de beleza, o que permitiu um teste conceitualmente direto da hipótese do centro de beleza. Segundo essa hipótese, se a beleza considerada comum e era processada em uma região específica do cérebro, essa área deveria aparecer nos estudos, independentemente do objeto de análise. Se este local não fosse encontrado, tudo seria considerado bonito à sua maneira, sem qualquer distinção mais crítica.

Durante o processo de metanálise, que utilizou uma técnica conhecida como estimativa de probabilidade de ativação (ALE), a equipe de pesquisa descobriu que tanto as artes quanto os rostos demonstravam de maneira confiável atividade em regiões cerebrais bem definidas. Essas regiões, entretanto, não se sobrepunham, desafiando a ideia de um centro de beleza. Isso pode significar que a beleza é plural e está embutida nas particularidades do seu meio.

Essa não foi a primeira (e provavelmente não será a última) iniciativa da ciência para tentar entender a beleza. Em 2019, durante um outro estudo, cientistas do Instituto Max Planck de Estéticas Empíricas, na Alemanha, descobriram que existe um tipo de "código universal" dentro do cérebro humano que define o que entendemos como belo. Com o uso de ressonância magnética (MRI), eles monitoraram a atividade cerebral de diversos pacientes enquanto exibiam diversas imagens que são consideradas geralmente consideradas belas.

Contudo, nos locais responsáveis pelo processamento visual, as imagens criaram padrões divergentes. Na rede de modo padrão (RMP), todas as imagens apresentaram comportamentos bem similares umas das outras, independente de ser uma obra de arte ou uma paisagem. Isso fez os cientistas chegarem à conclusão de que pode existir em nosso cérebro um "código universal" que define a beleza estética em todas as suas formas. A principal surpresa se encontrou na funcionalidade do RMP sobre como os indivíduos absorvem o mundo exterior, já que este local do cérebro é destinado a autorreflexão e na imaginação.

A ideia de que uma área específica do cérebro responde à beleza já vem sendo discutida há algum tempo. Em uma palestra no TED, Anjan Chatterjee, professor de neurologia na Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, disse que rostos bonitos ativam partes de nosso córtex visual na parte de trás do cérebro, numa área chamada giro fusiforme, que é especialmente ajustada ao processamento de rostos. Também acredita-se que uma área adjacente denominada complexo occipital lateral, que é especialmente adaptada ao processamento de objetos.

Ele também afirma que nosso cérebro responde automaticamente à beleza através da ligação da visão e do prazer e que já temos um estereótipo de beleza enraizado. “Dentro do córtex orbitofrontal, existe atividade neural sobreposta em resposta à beleza e ao bem, e isso acontece mesmo quando as pessoas não estão pensando explicitamente sobre beleza ou bondade”. Isso permite influência direta na criação de gatilhos biológico dos diversos efeitos sociais da beleza, como no caso de pessoas consideradas mais belas, terem mais oportunidades e recompensas, o que podemos exemplificar tanto na vida real, com pessoas que sofrem alguma anomalia ou deformidade, quanto no próprio entretenimento, como no famoso personagem Quasímodo, o Corcunda de Notre Dame.

Fato é que nosso cérebro é responsável por nosso filtro de visualizar a beleza em tudo que nos cerca, seja nas pessoas, objetos, natureza e produtos. Por mais complexo que ele seja, com várias pesquisas na corrida por compreendê-lo, já existe uma concordância do que é exigido socialmente para ser aceito como uma pessoa bela, o que nos leva ao aumento de cirurgias plásticas e cada vez mais movimentos militantes indo contra a padronização dos corpos. Pelo que parece, tais embates ainda irão permanecer por algum tempo.

[Scientific American, Canaltech, TED]

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Google é multado em US$ 3,8 milhões por pagar salários diferentes a asiáticos e mulheres

Posted: 03 Feb 2021 10:22 AM PST

Imagem: Amy Osborne (Getty Images)

O Escritório de Programas Federais de Conformidade de Contratos do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos anunciou ter chegado a um acordo com o Google, que agora vai pagar ou reservar US$ 3,8 milhões (R$ 20 milhões na conversão atual) para remediar alegações de ter discriminado mais de 5 mil mulheres e engenheiros asiáticos. Do valor total, mais de US$ 2,5 milhões (R$ 13 milhões) serão destinados para os trabalhadores.

No acordo, o Departamento do Trabalho (DoL, na sigla em inglês) diz ter descoberto que o Google pagava menos a mulheres engenheiras de software do que aos homens. Além disso, o órgão constatou que era menos provável para o Google contratar mulheres e candidatos asiáticos. Falando sobre o caso em 2017, a advogada regional do DoL, Janet Herold, disse ao The Guardian que a agência encontrou evidências de que a discriminação do Google contra as mulheres era “bastante extrema”, mesmo para a indústria de tecnologia.

O custo definido pelo acordo será dividido da seguinte maneira: US$ 1,3 milhão (R$ 6,95 milhões) em retribuição a engenheiras que foram sujeitas a discriminação salarial; US$ 1,2 milhão (R$ 6,41 milhões) para mulheres e candidatos asiáticos que não foram contratados; e US$ 1,25 milhões (R$ 6,68 milhões) reservados para criar igualdade de remuneração.

O acordo não possui dados concretos que exemplifiquem a gravidade da discriminação. Contudo, há um detalhe em um outro processo em andamento por discriminação de gênero movido por quatro ex-funcionários contra o Google. Nesse caso, os acusadores encomendaram uma análise do professor de economia da Universidade da Califórnia em Irvine, David Neumark. O acadêmico descobriu que, entre 2014 e 2018, as mulheres em toda a empresa ganharam em média US$ 16,7 mil menos por ano do que os homens, e US$ 1,9 mil menos em média do que os homens em funções idênticas no ambiente de trabalho. Os demandantes pediram ao tribunal que aprove a situação da ação coletiva para incluir outras 10 mil mulheres.

No ano passado, a vice-presidente de operações de pessoal do Google, Eileen Naughton, disse à Bloomberg que as alegações no processo são "infundadas”, e que o Google analisa e corrige regularmente disparidades salariais baseadas em gênero.

Há anos funcionários do Google também relatam casos de discriminação racial interna – em junho de 2020, os brancos constituíam a maioria da liderança da empresa. Naquele mesmo mês, o CEO da companhia, Sundar Pichai, prometeu que a empresa trabalharia para melhorar a diversidade racial no nível executivo e acrescentou uma “ligação de talentos” para cada setor da empresa para contratar e reter mais membros de “grupos sub-representados”.

Em um e-mail enviado ao Gizmodo, o Departamento do Trabalho dos EUA se recusou a comentar o assunto. O Google, por sua vez, deu a seguinte declaração:

Acreditamos que todos devem ser pagos com base no trabalho que fazem, não em quem são, e temos investido pesado para tornar nossos processos de contratação e compensação justos e imparciais. Nos últimos oito anos, realizamos análises de equidade salarial interna anualmente para identificar e resolver quaisquer discrepâncias. Estamos satisfeitos por ter resolvido este assunto relacionado às alegações das auditorias entre os anos de 2014 e 2017, e permanecemos comprometidos com a diversidade e equidade e em apoiar nosso pessoal de uma forma que lhes permita fazer seu melhor trabalho.

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Como saber se o seu cão é um gênio? Este estudo mostra alguns testes que você pode fazer em casa

Posted: 03 Feb 2021 09:21 AM PST

Se você tem um cachorro, com certeza fala com ele mesmo sabendo que ele não vai te responder. Muita gente, inclusive, já se viu questionando se um dia o seu bichinho vai responder ou se, na verdade, ele sempre soube falar e está só conspirando contra você. Apesar de ainda não termos nenhuma comprovação científica sobre uma habilidade como essa dos animais, sabemos que eles são capazes de aprender palavras e associá-las a determinados objetos.

Prova disso é quando você evita falar certas palavras, como "passear", para que o seu cãozinho não surte de emoção. Um estudo recente, publicado na Nature, mostra que alguns cachorros talentosos são capazes de aprender palavras após ouvi-las apenas quatro vezes — isso é algo impressionante, visto que acreditava-se que apenas os humanos tinham essa habilidade.

Se você já está ansioso para saber se o seu animal de estimação faz parte desse grupo de gênios de quatro patas, os métodos utilizados pela pesquisa são bem simples e você mesmo pode testar em casa com o seu cachorro. Basta reproduzir o teste dos pesquisadores em casa.

Um dos primeiros experimentos envolveu um collie, chamado Whisky, e uma yorkshire terrier, chamada Vicky Nina. Whisky sabia o nome de 59 objetos, enquanto Vicky Nina conhecia 42.

Para começar, os pesquisadores pediram para eles trazerem um brinquedo de cada vez apenas falando o nome do objeto. Para garantir que a escolha dos animais não fosse influenciada pelos humanos presentes, nem os donos e nem os pesquisadores conseguiam ver os objetos.

A segunda etapa acrescentou mais um nível de dificuldade: dois novos brinquedos foram apresentados a eles e colocados entre os objetos já familiares. O primeiro teste foi repetido, mas dessa vez foram solicitados também os novos brinquedos em ordem aleatória. Whisky conseguiu acertar todas as vezes, enquanto Nina escolheu o novo brinquedo de forma correta em 52,5% das vezes.

Mas como saber que eles não estavam escolhendo os novos brinquedos apenas por exclusão, já que eles sabiam os nomes dos outros objetos? Para checar se Whisky e Nina estavam de fato aprendendo as palavras, os pesquisadores realizaram mais um experimento.

Dessa vez, os cientistas mostraram um brinquedo, falaram o nome dele e deixaram o cachorro brincar com ele. Após repetir o nome de dois novos brinquedos quatro vezes, foi solicitado novamente que o animal trouxesse um deles. No caso, Whisky e Nina deviam escolher apenas entre as duas novas opções, sem nenhum objeto familiar por perto.

De acordo com o estudo, ambos acertaram os brinquedos mais vezes do que o previsto, o que indica que eles estavam realmente aprendendo as palavras rapidamente. Por outro lado, essa memória parece ter sido reduzida após 10 minutos e quase completamente esquecida após uma hora. Ou seja, para que o animal aprenda, de fato, são necessários constantes exercícios de repetição.

Os testes também foram conduzidos por outros 20 voluntários com cachorros, mas eles não demonstraram a habilidade de aprender palavras depois de ouvi-las algumas vezes. Diante disso, os pesquisadores defendem que essa capacidade depende de uma inteligência excepcional dos animais ou muita experiência em aprender nomes.

No caso da inteligência, a explicação pode ser um pouco mais complexa do que parece. Afinal, o fato de um cão aprender mais rápido que outro não significa necessariamente que seu cérebro é "melhor", mas que, talvez, ele apenas tenha um interesse maior em certas atividades.

Analisando as diferentes raças, por exemplo, é muito comum que estudos que avaliam a capacidade de aprendizado dos cães utilizem border collies. Isso porque eles são condicionados a atender a comandos auditivos, além de serem altamente motivados a realizar tarefas e agradar o dono.

Conforme apontado pelo The Conversation, um estudo de 2004 com um border collie mostrou que ele sabia o nome de 200 objetos diferentes, enquanto outro de 2011, também realizado com a mesma raça, revelou que o animal aprendeu 1.022 palavras.

Os yorkshires também são uma escolha popular pelo fato de apreciarem estímulos mentais e físicos. Porém, outras raças como o saluki e greyhound, que são cães de caça, podem demonstrar quase nenhum interesse em brinquedos ou em agradar seus donos.

Ou seja, a capacidade de um cachorro aprender novas palavras vai depender da raça, sua motivação e dos treinamentos a que ele é submetido pelos donos. Você pode passar horas tentando ensinar um nome ao seu cãozinho, mas se ele não estiver a fim, é bem capaz do seu esforço ser em vão.

[The Conversation]

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6 dicas para não passar mal com jogos em primeira pessoa

Posted: 03 Feb 2021 06:50 AM PST

Você provavelmente conhece, ou talvez você mesmo seja, alguém que não consegue ler quando está em um carro, ônibus ou qualquer outro veículo em movimento porque passa mal. Acontece que isso não se limita apenas à leitura, mas também ocorre com algumas pessoas que tentam jogar games em primeira pessoa, mesmo quando sentados no conforto de suas casas.

Apesar de não haver exatamente um consenso sobre o que causa esse mal-estar, a teoria mais popular diz que o problema está no conflito sensorial. Ou seja, o seu cérebro recebe informações "contraditórias" e não consegue lidar muito bem com elas.

No caso da leitura no carro, por exemplo, seus olhos estão focados em um livro, indicando que  está parado. Porém, o seu ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e senso de movimento, capta os estímulos externos do veículo em movimento e diz ao cérebro que você está, na verdade, em movimento. Esse conflito de informações é o que gera tontura, náuseas, transpiração, dor de cabeça e, em alguns casos, até vômito.

O mesmo ocorre com os games, mas de forma contrária. Os jogos em primeira pessoa, principalmente os mais realistas, fazem com que seus olhos vejam movimentos que, teoricamente, são feitos por você. O seu ouvido interno, por outro lado, não capta nada, apenas a tranquilidade da sua casa estática.

Infelizmente, ainda não há evidências científicas que provem que é possível pode se livrar dessa condição definitivamente. Se o problema é com leitura, basta esperar chegar em algum lugar para ler sem o conflito sensorial. Para quem é fã de games, por outro lado, isso pode ser um grande problema, já que o mal-estar surge quando você está simplesmente tentando jogar em sua casa ou na de um amigo.

A boa notícia é que existem algumas formas de driblar essa confusão do cérebro, seja para diminuir a intensidade dos sintomas ou até mesmo evitar que eles apareçam com o tempo. O Popular Science reuniu uma série de dicas, que nós resumimos abaixo:

Comece aos poucos

Com a frustração de não conseguir jogar por muito tempo sem passar mal, muitas pessoas tentam ignorar os sintomas e se forçam a continuar o máximo que puderem. No entanto, isso apenas sobrecarrega os seus sentidos.

De acordo com o Popular Science, Séamas Weech, pesquisador de pós-doutorado na McGill University, aconselha começar com sessões curtas. Assim que você sentir os primeiros sintomas, pare de jogar por um tempo e só retorne quando o mal-estar passar. Assim, você vai treinando o seu cérebro aos poucos. Se isso vai realmente funcionar e em quanto tempo, vai depender da sua experiência prévia com videogames e o título que você está jogando.

Escolha a tela certa

A tela em que você está jogando também pode contribuir para o mal-estar. O ideal é que ela não seja nem muito grande e nem muito pequena. No caso das TVs e monitores grandes, o problema é que elas ocupam quase todo o nosso campo de visão, promovendo uma maior sensação de imersão. Se optar por uma tela menor, será possível enxergar outros elementos que vão ajudar o seu cérebro a lembrar que você está parado em uma sala – o que coincide com a informação enviada pelo seu ouvido interno.

Outra opção, caso não tenha uma tela menor, é simplesmente aumentar a sua distância entre ela, que causa o mesmo efeito. Vale ressaltar, porém, que telas muito pequenas, como de smartphones, também podem não ser uma boa ideia. No caso, é preciso forçar seus olhos para identificar os detalhes da imagem, o que pode acabar causando dores de cabeça.

Mantenha o ambiente iluminado

Os acessórios de iluminação, como as fitas LED, se popularizaram no último ano, principalmente com o TikTok. Porém, elas podem piorar o seu mal-estar durante suas sessões de jogo. Portanto, a melhor opção é utilizar uma lâmpada tradicional, que, além de cansar menos a sua vista, ajuda a lembrar que você está em sua casa e não em algum cenário apocalíptico.

Mantenha um ventilador e água gelada por perto

Pode parecer estranho, mas o cérebro pode ser facilmente enganado. Ao ficar perto de um ventilador ligado, você consegue criar a mesma sensação do vento batendo no rosto de quando você está caminhando na rua. Assim, você terá mais uma informação colaborando para as mensagens visuais de que a sua atividade envolve movimento. Já a água gelada ajuda a acalmar o estômago caso você comece a sentir náusea.

Esteja preparado

Além de preparar o ambiente, existem outras formas de você preparar o seu corpo para evitar ou lidar com esse desconforto também. Alguns estudos sugerem que o gengibre pode ajudar a aliviar náuseas, por exemplo. A intensidade desse efeito varia de pessoa para pessoa e, caso você esteja pensando em tomá-los em forma de suplemento, é importante consultar um médico. Você ainda pode optar por chás de gengibre ou até doces da raiz.

Outra técnica utilizada por alguns gamers são as pulseiras de pressão. O que elas fazem, basicamente, é aplicar pressão em um ponto na parte inferior do antebraço, próximo ao pulso. A teoria é que pressionar essa região constantemente pode aliviar sintomas como náuseas e tontura. Caso você não tenha essa pulseira, você mesmo pode pressionar esse ponto, mas vai ser um pouco difícil jogar com uma mão só.

E se nada disso funcionar?

Caso as opções acima falhem, talvez seja hora de mudar de jogo — pelo menos por enquanto. Os games em primeira pessoa e muito realistas são os que vão causar mais sintomas. Antes de desistir de um título, você ainda pode tentar mexer nas configurações para alterar a perspectiva do jogador, por exemplo, de modo a ver as costas do personagem em vez de apenas as mãos.

Telas com alta taxa de atualização também pioram os sintomas de náuseas. Por isso, você pode tentar diminuir os quadros por segundo ou ajustar as configurações da tela para diminuir a velocidade das imagens.

Por fim, se nada disso funcionar, o melhor mesmo será recorrer a outros jogos que tenham uma narrativa em terceira pessoa, jogos de quebra-cabeça, um título 2D mais vintage ou até mesmo o bom e velho Mario Bros. pré-Nintendo 64, conforme sugere o Popular Science. Eles podem não ser os games mais estimulantes do mundo, mas ajudarão a treinar o seu cérebro e melhorar a sua tolerância para que, aos poucos, você possa evoluir para jogos mais complexos.

[Popular Science]

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Cientistas explicam por que a comida gruda mesmo em frigideiras antiaderentes

Posted: 03 Feb 2021 04:35 AM PST

Uma investigação sobre o comportamento dos óleos em superfícies quentes e planas revelou por que alimentos grudam mesmo em frigideiras antiaderentes.

Aliás, a frase de abertura do novo artigo, publicado nesta terça (2) na Physics of Fluids, é maravilhosa: "Aqui, o fenômeno da comida grudar na frigideira durante a fritura é explicado experimentalmente".

Conciso e direto ao ponto, assim como a explicação: "convecção termocapilar", segundo os autores Alexander Fedorchenko e Jan Hruby, ambos da Academia Tcheca de Ciências.

Lógico, é muito importante você saber disso. Na próxima vez que isso acontecer enquanto estiver cozinhando, pode xingar: “maldita convecção termocapilar!” Brincadeiras à parte, vamos ver o que isso significa?

Para seu experimento, Fedorchenko e Hruby, especialistas em dinâmica de fluidos e termofísica, testaram duas frigideiras antiaderentes — uma revestida com partículas de cerâmica e outra coberta com Teflon. As superfícies das panelas foram cobertas com uma fina camada de óleo de girassol e, em seguida, usando uma câmera suspensa, os cientistas mediram a velocidade com que as manchas secas se formaram e cresceram conforme as panelas eram aquecidas.

Os cientistas notaram que, conforme as panelas eram aquecidas por baixo, um gradiente de temperatura apareceu no filme oleoso. Isso, por sua vez, criou um gradiente de tensão superficial, que direcionou os óleos para longe do centro da panela e para a periferia; líquidos com alta tensão superficial puxam com mais força os líquidos em volta, em comparação com líquidos com baixa tensão superficial.

Uma frigideira de Teflon mostrando o efeito em ação. Imagem: Alex Fedorchenko

Este é um excelente exemplo de convecção termocapilar em funcionamento — um fenômeno no qual um gradiente de tensão superficial força um líquido (neste caso, o óleo) a migrar para as bordas. Quando isso acontece, o alimento fica mais propenso a grudar no centro da panela, resultado da "formação de uma mancha seca na fina película de óleo de girassol", segundo o estudo.

Fedorchenko e Hruby criaram uma fórmula para calcular a "taxa de desmolhamento", que mede a velocidade do recuo das gotas de óleo. Muito legal, mas a palavra “desmolhamento” é algo que não precisamos em nossas vidas agora. Os cientistas também identificaram as condições que levam a pontos secos, resultando no seguinte conselho:

"Para evitar a formação indesejada de manchas secas, o seguinte conjunto de medidas (e/ou) deve ser aplicado: aumentar a espessura do filme de óleo, aquecer de forma moderada, umedecer completamente a superfície da panela com óleo, usar uma panela com fundo grosso, mexer a comida regularmente durante o cozimento", escrevem os autores.

Bom, não sei quanto a você, mas para mim esse é um conselho extremamente óbvio (para não mencionar como o primeiro e o terceiro itens dessa lista são basicamente a mesma coisa). Exceto por usar panelas com fundo grosso — eu não sabia disso. Mas para ser justo, eu costumava usar uma panela de ferro fundido para fritar minha comida, então eu devo ter sentido inconscientemente que isso era verdade.

De qualquer forma, isso tudo está me deixando com muita fome, então vou terminar aqui, ir para a cozinha e fazer o meu melhor para dominar as idiossincrasias da convecção termocapilar.

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Este miniconsole é tão pequeno que você vai precisar de uma lupa para conseguir jogar

Posted: 03 Feb 2021 03:30 AM PST

O sucesso passageiro dos miniconsoles pode ter passado — lembra do SNES Classic Edition e do Sega Genesis Mini? –, mas isso não significa o fim de novos modelos desses aparelhos. É o caso do Arduboy Nano, que leva essa proposta ao extremo, já que é um videogame portátil tão pequeno que muito provavelmente você vai precisar de um microscópio para conseguir jogar.

O projeto é de Kevin Bates, que já fabricou outros dispositivos em tamanho mini. Em 2014, ele surpreendeu com uma placa eletrônica do tamanho de um cartão de visita que colocava o jogo Tetris dentro da sua carteira. Essa criação acabou se tornando um sistema portátil oficialmente licenciado e inspirou a criação do Arduboy, um clone do Game Boy produzido em versão de código aberto e baseado em Arduino. É um dos menores videogames portáteis que você pode comprar.

Imagem: Kevin Bates

Agora, Bates ataca novamente com o Arduboy Nano. Com menos de 2,5 cm de altura e menor do que algumas moedas, o "console", por assim dizer, é feito de três partes fabricadas em uma impressora 3D que são coladas umas às outras. Na parte externa fica uma tela OLED de 0,49 polegadas e 2.048 pixels, usada para visualizar (ou tentar) os jogos.

O gadget também vem com uma bateria recarregável de 25 mAh com capacidade para cerca de uma hora de jogo, além de um alto-falante silencioso de 15 milímetros. O aparelho é alimentado pelo mesmo microcontrolador ATmega 32u4 presente na versão original do Arduboy.

De acordo com Bates, o Arduboy Nano é totalmente jogável. Mas isso assumindo que seus dedos são pequenos o suficiente para apertar os botões. E isso também se os seus olhos forem capazes de focar igual a um microscópio eletrônico.

No momento, Bates não tem planos de colocar o Arduboy Nano em produção, mas se houver interesse suficiente a ideia é colocá-lo à venda na internet por meio de financiamento coletivo.

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Foguete movido a biocombustível quer se tornar um “Uber para o espaço”

Posted: 03 Feb 2021 03:00 AM PST

Imagem: KNACK FACTORY / CORTESIA AEROSPACE

A startup bluShift Aerospace, que pretende ser uma espécie de “Uber do espaço”, lançou neste domingo (31) seu primeiro protótipo de foguete movido a biocombustível chamado Stardust 1.0. Mesmo com a baixa temperatura no local do teste influenciando nos resultados obtidos, esta primeira experiência representou um marco importante para a empresa, que pretende lançar missões sob medida para satélites minúsculos.

O modelo apresentado é um pequeno foguete de sondagem alimentado por um combustível sólido derivado biológico. Ele vai atuar como um teste para futuros foguetes bluShift, que serão capazes de lançar minúsculos nanossatélites. Ele tem 6 metros de altura e pode carregar 8 quilogramas de carga útil. Basicamente não precisa da infraestrutura de alta tecnologia de foguetes maiores, o que ajudará a tornar a pesquisa espacial acessível a mais pessoas.

O motor de foguete modular adaptável do bluShift usa um biocombustível sólido que a empresa afirma não ser tóxico, neutro em carbono e produzido em fazendas nos EUA a baixo custo. “Ele usa óxido nitroso borbulhado com oxigênio como um oxidante”, disse Sasha Deri, CEO da empresa.

O lançamento tinha três cargas úteis principais: um cubo construído por alunos de uma escola pública com uma câmera GoPro, transmissor de rádio e sensores a bordo; um experimento laboratorial para testar os efeitos de amortecimento da vibração do nitinol, uma liga de níquel-titânio com memória de forma; e uma caixa cheia de cookies holandeses para a empresa de desenvolvimento de software Rocket Insights, como uma homenagem à sua empresa-mãe, Dept.

Esta não foi a primeira tentativa de lançamento do Stardust 1.0, já que a data original, 14 de janeiro, foi adiada devido as péssimas condições de tempo. No domingo, as coisas não mudaram e foram necessárias três tentativas, pois houve inicialmente um problema com uma válvula oxidante que impediu o foguete de decolar, mesmo com o combustível sólido inflamado. Depois, a ignição do foguete não disparou conforme planejado. Na terceira e última vez, ele decolou, ainda que não tenha alcançado o espaço (ele nem mesmo passou de uma milha).

A companhia está planejando dois foguetes suborbitais maiores, chamados de Stardust 2.0 e Starless Rogue, para fornecer até 6 minutos de gravidade zero para cargas úteis a um custo de até US$ 300.000. Um foguete orbital planejado, chamado Red Dwarf, lançaria então nanossatélites de até 30 quilogramas.

Deri disse que a bluShift espera usar o lançamento realizado no domingo para atrair o interesse dos investidores, já que a empresa busca levantar US$ 650.000 para financiar o desenvolvimento do Stardust 2.0 e seus sucessores. Os membros da equipe principal da empresa investiram US$ 500.000 de seu próprio dinheiro no projeto e ganharam um subsídio de US$ 125.000 da Nasa, junto com fundos do Instituto de Tecnologia do Maine, que contribui para alimentar seus esforços até agora.

Fundada em 2014, a bluShift Aerospace é formada por uma equipe de oito pessoas, que tem como finalidade, lançar satélites minúsculos em órbitas polares a partir da costa do Maine. A empresa tem como alvo clientes com nanossatélites que desejam mais flexibilidade ou controle sobre suas órbitas que podem estar indisponíveis ao viajar como carga útil secundária com outro provedor de lançamento, como SpaceX ou Rocket Lab.

[Space, BBC]

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