quarta-feira, 10 de março de 2021

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Produtoras processam Popcorn Time e outras duas empresas por pirataria

Posted: 09 Mar 2021 05:07 PM PST

Mais um processo para a conta do Popcorn Time: de acordo com o TorrentFreak, a plataforma, que disponibiliza diversos títulos de forma gratuita, está sendo autuada junto de outras duas empresas (Wicked Technology e Voxility). A ação foi movida por um grupo de produtoras independentes que se sentiram lesadas com as consequências da pirataria de suas produções.

Dentre as empresas por trás da ação estão a Fallen Productions, a Millennium Funding e a Voltage Holdings, responsáveis por filmes como Invasão ao Serviço Secreto, Hellboy e Ava, respectivamente. Segundo a explicação conferida no documento do processo, todos os responsáveis pelo Popcorn Time e aqueles que o utilizam devem ser responsabilizados:

Os demandantes investiram recursos financeiros, tempo e esforços significativos na produção e comercialização desses filmes com base na expectativa de que teriam a oportunidade de obter um retorno sobre o investimento em aluguéis e vendas. A pirataria maciça desses filmes na Internet via redes ponto a ponto (P2P) por clientes de Provedores de Serviços de Internet (ISPs) e centros de dados como Voxility e Wicked, além da falha intencional dos provedores em lidar com esse problema, apesar de uma clara notificação, atrapalhou no alcance desta oportunidade.

Aplicativos como o Popcorn Time são usados para piratear diversos títulos, sejam lançamentos ou obras mais antigas, desde produtos independentes até aqueles mais populares, que estão nos streamings. O processo também lista os usuários como infratores. Entretanto, como os IPs deles estão vinculados a uma VPN (Rede Virtual Privada, em tradução livre), fica difícil de rastrear e identificar os autores. No caso do Popcorn Time, a fornecedora do VPN é a Wicked Technology, que usa a Voxility para a hospedagem. As duas empresas também foram processadas.

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A principal reclamação feita foi o não cumprimento da retirada do conteúdo pirateado, que havia sido notificado por meio dos advogados das produtoras, Kerry Culpepper (conhecido por seu trabalho no combate à pirataria) e Timothy Hyland. Ainda conforme as informações, uma das cartas enviadas aos processados afirmava explicitamente que o serviço Wicked Technology promoveu seu VPN para ser usado em combinação com o Popcorn Time.

Inclusive, a Wicked é dona da VPN.ht, de Hong Kong, uma empresa que “oculta seu IP com uma VPN para bloquear a exposição indesejada e vazamentos de dados”, como dito no próprio site do serviço. Aliás, um dos pontos frisados pelos denunciantes é a divulgação deste e de outros serviços em meios que contribuem com os downloads ilegais, principalmente por meio do aplicativo BitTorrent.

O mercado de TV e cinema passou por mudanças importantes nos últimos anos: vários canais de TV e estúdios investiram em suas próprias plataformas de streaming com conteúdo exclusivo, dificultando e encarecendo o acesso. Em 2018, pesquisas já apontavam uma alta no uso do torrent. Além disso, a pandemia fechou salas de cinema e forçou lançamentos diretos para o consumidor. Por tudo isso, esse dificilmente será o último processo por pirataria que veremos.

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Um resumão do ataque hacker aos servidores que usam o Microsoft Exchange

Posted: 09 Mar 2021 03:46 PM PST

Imagem: David Ramos (Getty Images)

Na semana passada, a Microsoft anunciou que a versão local de seu produto de e-mail e calendário, o Exchange, tinha várias falhas de segurança não reveladas anteriormente. De acordo com a empresa, essas brechas foram usadas por hackers estrangeiros para invadir redes de empresas e governos dos EUA, principalmente para roubar grandes quantidades de dados.

Desde então, a grande questão que fica é: o quão ruim pode ter sido esse hack? E o que pode ter acontecido? É o que tentamos explicar nos parágrafos a seguir.

Resumindo: é muito ruim

Até o momento, quem chamou o hack como "enorme", "astronômico” e "excepcionalmente agressivo" parece ter acertado em cheio o nível do problema. Como resultado das vulnerabilidades do Exchange, é provável que milhares de entidades sediadas nos EUA tenham backdoors implantados em seus sistemas.

Fontes anônimas próximas à investigação da Microsoft disseram à imprensa que algo em torno de 30 mil organizações americanas foram comprometidas, o que, se for comprovado verídico, supera a vulnerabilidade recente envolvendo a SolarWinds, que colocou em risco cerca de 18 mil companhias e nove agências federais dos Estados Unidos. No mundo, esse número pode ser ainda maior: uma fonte afirmou à Bloomberg que há "pelo menos 60 mil vítimas conhecidas globalmente".

O que piora a situação é que alguns pesquisadores disseram que, desde a divulgação pública das vulnerabilidades do Exchange, parece que os ataques ao produto cresceram ainda mais. Anton Ivanov, especialista em pesquisa de ameaças da Kaspersky, declarou por e-mail ao Gizmodo US que sua equipe observou um aumento nas atividades na semana passada.

"Desde o início, prevíamos que as tentativas de explorar essas vulnerabilidades aumentariam rapidamente, e é isso o que estamos vendo agora. Até o momento, detectamos tais ataques em mais de cem países, essencialmente em todas as partes do mundo. Mesmo que os ataques iniciais possam ter sido direcionados, não há razão para os atores não tentarem a sorte atacando qualquer organização que rode um servidor vulnerável. Além disso, os ataques estão associados a um alto risco de roubo de dados ou até mesmo ataques de ransomware. Portanto, as empresas precisam tomar medidas de proteção o mais rápido possível", completou.

Como os ataques estão acontecendo

O Microsoft Exchange Server vem em dois formatos, o que gerou alguma confusão sobre quais sistemas estão em risco: há um produto local e um produto de software como serviço em nuvem. O produto em nuvem, o Exchange Online, não é afetado pelas falhas de segurança, bem como outras plataformas de e-mail da Microsoft. Conforme afirmado anteriormente, são os produtos locais que estão sendo explorados. Com isso, serviços como Microsoft 365 e Azure Cloud não estão inclusos na lista de produtos atingidos.

Existem quatro vulnerabilidades nos servidores locais do Exchange que estão sendo exploradas ativamente — você pode acessá-las nos links 1, 2, 3 e 4. Também foram detectadas outras três brechas (1, 2, 3) associadas à segurança, mas autoridades dizem que ainda não foram exploradas ativamente. No entanto, mesmo que updates de correção possam ser encontrados no site da Microsoft, houve alguns problemas na distribuição desses consertos.

Até agora, a Microsoft culpou um único responsável pelas intrusões no Exchange. Trata-se do HAFNIUM, considerado um grupo patrocinado por um estado cujo modus operandi envolve a exploração de falhas de segurança para implantar shells da web — scripts maliciosos que podem atuar como backdoors em sistemas. Esses shells permitem que os hackers obtenham acesso remoto aos servidores e, em seguida, exportem dados de e-mail, incluindo caixas de entrada inteiras. O objetivo do HAFNIUM parece ser a coleta de informações. E, embora se acredite que o grupo esteja baseado na China, o governo chinês negou qualquer responsabilidade.

Em contrapartida, pesquisadores de segurança dizem que é quase certo que existam mais envolvidos na exploração das vulnerabilidades. A empresa de segurança Red Canary relatou no fim de semana ter observado vários picos de atividades direcionados a servidores Exchange, e que as organizações não devem presumir que estão sendo visadas especificamente pelo HAFNIUM. "Com base em nossa visibilidade e relatórios de pesquisadores da Microsoft, FireEye e outros, há pelo menos cinco grupos diferentes de atividades que parecem estar explorando as vulnerabilidades", disse a pesquisadora Katie Nickels, da Red Canary.

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Quem está sendo atingido

Devido ao uso generalizado do Exchange, muitos tipos diferentes de entidades estão em risco. Algumas grandes organizações, incluindo a Autoridade Bancária Europeia, já anunciaram ter sofrido violações. Ainda não se sabe se o governo dos EUA foi afetado, embora várias agências, entre elas o Pentágono, estejam examinando as próprias redes para investigar se foram comprometidas.

Pesquisadores de segurança expressaram preocupação especial com entidades de menor porte — especificamente governos de cidades e condados e pequenas e médias empresas — que, segundo eles, correm mais riscos. Em Dakota do Norte, o governo estadual admitiu que ter se tornado um alvo do HAFNIUM, e que estava investigando se hackers chineses haviam roubado dados.

Lior Div, CEO da empresa de segurança Cybereason, disse que companhias menores em particular correm risco de ser comprometidas pelos ataques. Div enfatizou o impacto potencial que esse hack pode ter nas economias locais caso os ataques sejam mais destrutivos do que invasivos.

"O mais recente ataque contra o Microsoft Exchange é mil vezes mais devastador [do que o hack da SolarWinds] porque os invasores chineses têm como alvo as pequenas e médias empresas, a força vital da economia dos EUA e impulsionadora da economia global. As PMEs foram as mais afetadas pela pandemia de covid-19, com milhões de fechamentos em todo o mundo. E justamente quando estamos começando a nos reerguer após um ano devastador, este ataque contra elas é lançado. É potencialmente ainda mais prejudicial porque as PMEs normalmente não têm uma postura de segurança tão robusta", disse Div por e-mail.

O que está sendo feito

No último domingo (7), a Casa Branca anunciou que formaria uma força-tarefa para investigar a extensão do hack. Só que essa resposta pode chegar com atraso, uma vez que o governo do presidente Joe Biden já luta para responder ao hack da SolarWinds.

Conforme observado acima, a Microsoft lançou patches para as vulnerabilidades, mas eles tiveram alguns problemas. Na quinta-feira passada (4), um porta-voz da Microsoft observou que, em certos casos, os updates parecem funcionar, mas não consertam a vulnerabilidade. Uma análise completa desse problema pode ser encontrada no site da Microsoft.

As organizações foram avisadas de que não devem apenas corrigir os bugs, mas também investigar se seus sistemas já foram comprometidos. A Microsoft anunciou recursos para ajudar nisso ao liberar uma atualização para sua ferramenta Safety Scanner (MSERT), que pode identificar se shells da web foram implantados em servidores Exchange. O MSERT é uma ferramenta anti-malware que procura, identifica e remove código malicioso em um sistema.

Além de reforçar as defesas e inspecionar os sistemas em busca de indicações de comprometimento, pode não haver muito que possa ser feito neste ponto. Definitivamente, levará algum tempo para entender a extensão dos danos.

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EUA definem o que é o “novo normal” para pessoas vacinadas

Posted: 09 Mar 2021 02:44 PM PST

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, divulgaram novas diretrizes para pessoas vacinadas contra Covid-19. O principal deles é a garantia de que indivíduos totalmente vacinados podem permanecer, de forma segura, em ambientes fechados sem máscara com outras pessoas imunizadas e até mesmo não vacinadas em certas situações. O órgão ainda exige que eles tenham cuidado ao saírem em público e perto de pessoas que correm alto risco de desenvolver casos graves da doença viral.

As pessoas são consideradas totalmente vacinadas contra Covid-19 a partir de duas semanas após receberem sua última dose. Para quem tomar a Moderna ou Pfizer/BioNTech, isso significa duas doses, com intervalo de um mês, enquanto quem tomar a vacina da Johnson & Johnson só precisará de uma dose. As novas diretrizes do CDC, divulgadas na segunda-feira (8), giram em torno do que é seguro para pessoas totalmente vacinadas fazerem agora.

Eles afirmam que esses indivíduos podem socializar com outras pessoas totalmente vacinadas em pequenas reuniões dentro de casa sem a necessidade de usar máscaras ou ficar a dois metros de distância. Eles também podem visitar pessoas não vacinadas em uma única casa, sem proteção, se as outras pessoas forem consideradas de baixo risco para casos graves da doença. E eles não precisarão aderir à quarentena ou realizar testes se entrarem em contato com indivíduos que desenvolverem Covid-19, desde que não apresentem sintomas.

"Nós sabemos que as pessoas querem ser vacinadas para que possam voltar a fazer as coisas que gostam com as pessoas que amam", disse a diretora do CDC, Rochelle Walensky, em um comunicado divulgado na segunda-feira (8).

A distribuição das vacinas nos Estados Unidos, após um início instável, está agora se acelerando. No sábado passado, foi relatado que 2,9 milhões de norte-americanos foram vacinados, um novo recorde diário. É esperado que as vacinações diárias só aumentem com o recente lançamento da vacina da Johnson & Johnson e o aumento do fornecimento das doses da Moderna e da Pfizer/BioNTech.

Dados do mundo real também têm mostrado a alta eficácia e segurança das duas últimas vacinas, e há evidências crescentes de que todas as três vacinas são eficazes na prevenção da transmissão da doença viral. Talvez o mais importante, os casos diários e mortes, bem como o total de hospitalizações relacionadas à Covid-19 continuam a cair após o aumento repentino das festas de fim de ano.

Por mais encorajador que tudo isso seja, no entanto, ainda há necessidade de vigilância. Os especialistas continuam preocupados que a disseminação de variantes mais transmissíveis e o relaxamento das restrições ao uso de máscaras e atividades em ambientes fechados possam levar ao ressurgimento da pandemia, mesmo que apenas temporariamente. Todas as três vacinas parecem oferecer proteção contra as variantes mais preocupantes, mas essa proteção pode ser diminuída. Atualmente, apenas cerca de 9% dos Estados Unidos estão totalmente vacinados.

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Uma vez que uma parcela maior da população seja vacinada e a propagação da pandemia caia a níveis mínimos, será seguro socializar em grandes aglomerações e fazer todas as coisas que costumávamos fazer. Mas, por enquanto, precisamos esperar um pouco mais.

"Todos – mesmo aqueles que foram vacinados – devem continuar com todas as estratégias de mitigação quando estiverem em ambientes públicos", disse Walensky. "À medida que a ciência evoluir e mais pessoas forem vacinadas, continuaremos a fornecer mais orientações para ajudar as pessoas totalmente vacinadas a retomarem mais atividades com segurança".

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Esta lesma-do-mar consegue remover a própria cabeça e formar um novo corpo

Posted: 09 Mar 2021 01:39 PM PST

Já imaginou uma criatura capaz de remover a própria cabeça do resto do corpo e sair vagando por aí? Parece coisa de filme de terror, mas a lesma-do-mar Sacoglossa consegue fazer isso de forma muito casual, embora seja um pouco desagradável de assistir.

A descoberta foi feita por Sayaka Mitoh, da Universidade Feminina de Nara, no Japão. De acordo com o estudo, publicado na Science Direct, esse processo de remover a própria cabeça é conhecido como "autonomia". Basicamente, o que a lesma-do-mar faz é dissolver os tecidos do pescoço, permitindo que ela se separe do corpo.

Uma característica interessante é que, mesmo sem o corpo, a cabeça da lesma continua vagando pelo mar e consumindo algas até formar um novo corpo. Essa é a primeira vez que os pesquisadores encontram um animal capaz de fazer isso de forma intencional. Sabemos que as lagartixas conseguem remover a própria cauda para escapar de predadores, mas isso é muito diferente de soltar a cabeça inteira.

Os pesquisadores ainda não sabem o motivo exato de as lesmas marinhas se livrarem do corpo, mas eles acreditam que isso pode estar relacionado a um comportamento de autopreservação. Após analisarem o corpo, já separado da cabeça, os autores do estudo descobriram que ele estava repleto de parasitas, enquanto que os novos corpos formados estavam totalmente saudáveis.

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A técnica não parece se limitar a uma única vez na vida desses seres vivos. Uma das lesmas estudadas removeu a sua cabeça duas vezes durante o estudo. Além disso, os corpos antigos, contaminados com parasitas, continuaram reagindo a certos estímulos meses depois de serem separados da cabeça.

As cabeças, por sua vez, foram capazes de sobreviver e formar um novo corpo por meio do processo de fotossíntese. As lesmas-do-mar estudadas conseguiram se regenerar completamente após três semanas, em média.

[Popular Mechanics]

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Apple corrige brecha de segurança no Safari em novas versões do iOS, iPadOS e macOS

Posted: 09 Mar 2021 12:27 PM PST

Imagem: Josh Edelson/Stringer (Getty Images)

A Apple lançou nesta segunda-feira (8) as novas versões dos sistemas para iPhone, iPad, Mac e Apple Watch. E se você tem um desses dispositivos, a dica que eu dou é para você fazer a atualização o quanto antes, pois o update corrige problemas de segurança que a companhia destacou como "importantes".

De acordo com a Apple, o patch corrige um bug de segurança que deixou o WebKit, responsável por alimentar o navegador Safari, vulnerável a uma corrupção de memória. Depois que os usuários visitam uma página da web que contém o código malicioso, a brecha pode ser explorada por invasores, que por sua vez podem acessar o gadget afetado e instalar o malware em questão.

Apesar de relatados pelo Google e pela Microsoft, os bugs não parecem ter sido explorados ativamente, com exceção de três falhas de segurança de dia zero descobertas em janeiro. Todas elas foram "exploradas ativamente", relatou a Apple na época, por hackers que encontraram uma maneira de encadear os erros para acessar o software do iPhone.

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Estas são as respectivas versões mais recentes de cada plataforma: iOS 14.4.1 e iPadOS 14.4.1 (compilação 18D61), macOS Big Sur 11.2.3 (20D91) e watchOS 7.3.2 (18S821). Além disso, a companhia disponibilizou o Safari 14.0.3 para usuários do macOS Mojave e macOS Catalina. O navegador ganhou a mesma atualização de segurança, mas dedicada para o próprio browser.

Quem ainda não foi alertado sobre o update pode tentar forçar o download abrindo Ajustes > Geral > Atualização de Software (iOS, iPadOS, watchOS), ou Preferências do Sistema > Atualização de Software, para usuários de macOS.

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Os reis do fliperama: saudosistas lembram dos tempos de jogos de arcade

Posted: 09 Mar 2021 11:44 AM PST

Vinte e cinco competidores lutam para definir quem é o mais forte. Após passar por várias etapas e enfrentar adversários com diferentes habilidades, o vencedor recebe o título de melhor lutador, sendo consagrado como um rei. O enredo é do clássico The King of Fighters' 94, jogo produzido pela SNK em 1994, mas poderia tranquilamente ser adaptado para a realidade de muitos jovens reunidos por trás de telas de fliperamas nos anos 1990.

Entre as décadas de 1980 e 1990, as máquinas de arcades – ou fliperamas, como ficaram popularmente conhecidas no Brasil – atraíam jogadores em casas especializadas, shoppings ou mesmo em bares e padarias. As partidas eram jogadas a partir de fichas vendidas pelos próprios estabelecimentos.

"Eu costumava ir à padaria para a minha mãe todos os dias. Na época, tanto o pão quanto a ficha eram 10 centavos. Várias vezes eu voltava para casa com pão faltando na sacola porque gastava o dinheiro no fliperama", conta o paralegal Mateus Mendes, 35.

Aos 10 anos, Mendes começou a frequentar o fliperama em um boteco no bairro do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. "O proprietário era amigo da minha família, então costumava ficar um bom tempo por lá. Um lugar bem simples com as máquinas mais famosas da época: The King of Fighters' 94, Street Fighter II, Mortal Kombat e Final Fight", diz. "Eu costumava ser o melhor jogador até o The King of Fighters' 96."

Quem também frequentava os fliperamas durante os anos 1990, ainda na infância, é o técnico em fibra óptica Willians de Santi Siqueira, 34. "O primeiro fliperama que eu joguei foi Street Fighter II. Tinha uma máquina numa bomboniere a algumas quadras de casa, acho que eu estava com 7 ou 8 anos", conta.

"Quando eu já estava com 18 anos, tinha o 'fliperama do Tião' perto de casa com várias máquinas. Eu era o melhor no Marvel Super Heroes; era tão bom nesse jogo que o Tião dava dez fichas para quem ganhasse de mim na máquina. Meu apelido no fliper era Spider", ri Siqueira.

Foto: Pixel Fantasy/Flickr

A história dos arcades começa alguns anos antes nos Estados Unidos e no Japão. Um dos primeiros jogos movido a fichas foi o Pong, criado pela Atari em 1972, que simulava uma partida de tênis de mesa. Nos anos seguintes, outros sucessos do gênero foram o Space Invaders, da Taito Corporation, e o Pac-Man, da Namco, já nos anos 1980.

No Brasil, as máquinas de pinball já existiam desde os anos 1970, mas foi a partir da década de 1980 que os arcades de videogames se popularizaram no país. Um fator que contribuiu para a popularidade dos fliperamas foi o fato de que os principais jogos do mercado eram voltados para essas máquinas, além de que os consoles domésticos não eram tão comuns antigamente.

O auxiliar técnico de educação Nelson José Sousa Pedro, 34, lembra que sempre encontrava um bar ou loja com fliperamas em cada parte do bairro de Cidade Tiradentes, também na zona leste de São Paulo, onde passou a infância e mora até hoje.

"Hoje eu enxergo como isso era algo democrático para a diversão da molecada, cujos pais não tinham condições de dar um Mega Drive ou Super Nintendo", avalia. "Você conseguia jogar até 15 ou 20 minutos pagando apenas uma ficha de 10 centavos. Um videogame dessa época custava bem mais do que um salário mínimo."

Nelson, entretanto, também se recorda da forma como esses espaços eram mal vistos. "Fliperamas eram vistos pelos pais como um local onde você seria aliciado por caras da pesada, drogas, sabe? Mas eu nunca fui abordado por ninguém assim em muitos anos que os frequentei."

Em 1998, a lei nª 2918, do Rio de Janeiro, proibiu menores de 18 anos de praticar jogos em máquinas de fliperama, jogos de realidade virtual e simuladores que tivessem qualquer modalidade de luta ou que estimulassem a violência.

Outras cidades e estados mantinham decretos de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, como a proibição de menores de 16 anos de frequentar estabelecimentos que tivessem máquinas de fliperamas ou jogos de azar sem o acompanhamento dos pais.

O motoboy e professor de história Márcio Reis, 44, conta que os menores de idade eram proibidos de jogar nos fliperamas de São Paulo, sob pena de apreensão.

"Quando o dono deixava a gente jogar, alguém tinha que ficar olhando a rua. Se aparecesse uma kombi branca, tínhamos que correr, era a antiga Febem", comenta Reis, que era proibido pela mãe de frequentar esses locais, mas sempre arrumava um jeito de ir antes ou depois da escola.

Foto: Cicada Strange/Flickr

"Com 12 anos, eu deixei meu salário de office boy no fliperama da praça Sílvio Romero, no Tatuapé [zona leste], quando surgiu o primeiro Street Fighter. Não era muito famoso em relação ao Street Fighter II, só que deu início às regras não oficiais, como não precisar pedir para entrar contra a pessoa que está jogando", explica. "Vi muitas brigas e até amigos fazerem boletins de ocorrências por agressões."

Atualmente, as casas especializadas em fliperamas são cada vez mais escassas no Brasil. Presente em alguns shoppings e lojas de diversões que resistem ao tempo, os arcades ainda atraem pais e filhos, e grupos de amigos, geralmente agregando lan houses e mesas de bilhar e pebolim.

O 'game over' dos fliperamas

Com a popularização dos consoles e dos jogos online para computadores, se iniciou um processo de quase extinção dos fliperamas a partir dos anos 2000. "A acessibilidade dos consoles no Brasil ajudou muito nessa mudança. Eu parei de frequentar o fliperama justamente por isso", conta Mendes, que teve consoles como Atari, Mega Drive, Nintendo 64, Xbox 360 e Playstation 2.

O professor Thiago Falcão, pesquisador na UFPB (Universidade Federal da Paraíba), atribui isso à ascensão da computação pessoal, junto ao barateamento das peças para computador e a pirataria de jogos. "Deixa de fazer sentido ir a um fliperama e pagar para jogar, quando eu posso jogar em casa no meu computador", explica Falcão, que também é coordenador do Laboratório de Pesquisa em Mídia, Entretenimento e Sociedade, que estuda cultura gamer e política, entre outros temas.

Como lado positivo dessa mudança, o pesquisador destaca a diversidade de público que os games passaram a ter com os jogos online. "Hoje a gente tem uma presença muito significativa do público feminino jogando videogame, uma coisa que não existia antigamente. Não só do público feminino, mas do público LGBTQIA+ também."

Outro cenário que mudou positivamente foi a estrutura de profissionalização dos games e seus jogadores, do ponto de vista da mídia e das empresas (patrocinadores). "Antigamente não havia essa profissionalização. Já tinham uns jovens querendo jogar sério, mas não havia ninguém que os bancassem", diz Falcão. O mercado de games cresce em média 10% ao ano, segundo dados da consultoria Newzoo.

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Ainda assim, a nostalgia ainda está presente na vida dos saudosistas do fliperama. Para reviver os bons tempos, Nelson José comprou, em 2019, uma máquina de fliperama para jogar em casa. "Foi a realização de um sonho de garoto. O modelo tem peças e uma configuração modesta, mas é o suficiente para reviver os jogos que foram sucesso até 2003", diz.

E mesmo para quem tem consoles mais modernos, o sentimento também continua. "Hoje eu tenho um PlayStation 4, mas o que mais me encanta nos jogos do console são os que remetem a algo nostálgico. Meus favoritos ainda são os jogos de RPG, como Chrono Trigger, Final Fantasy IV e Zelda Ocarina of Time", finaliza Willians Siqueira.

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Motorola anuncia Moto G10 Power com bateria de 6.000 mAh e preço camarada

Posted: 09 Mar 2021 11:30 AM PST

Dando continuidade ao cronograma de lançamentos para 2021, a Motorola anunciou nesta terça-feira (9) o novo Moto G10 Power, sucessor do Moto G9 Power que tem como foco principal a capacidade de bateria. Por enquanto, ele estará disponível apenas no mercado indiano por 9.999 rúpias, o equivalente a R$ 805 na conversão direta, sem impostos.

O "Power” no nome faz referência ao poder da bateria: são 6.000 mAh com suporte a carregamento rápido de 20 Watts, que é a mesma potência do carregador incluso na caixa do produto. De acordo com a fabricante, a nova bateria permite "reproduzir músicas por 190 horas, vídeos por 23 horas e navegar na internet por 20 horas". Para efeito de comparação, é a mesma capacidade do Samsung Galaxy M31, e um pouco menor que o Galaxy M51, que tem 7.000 mAh.

No mais, o dispositivo compartilha quase as mesmas características do Moto G10 tradicional, que também ainda não está disponível no Brasil. Isso inclui tela IPS LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+ (1.600 x 720 pixels), processador Snapdragon 460, 4 GB de memória RAM, opções de 64 GB e 128 GB de armazenamento interno, e sistema operacional Android 11.

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Para as câmeras, a frontal tem 8 MP e fica localizada em um entalhe no formato de gota. As traseiras, por sua vez, possuem 48 MP (principal), ultra-angular (8 MP), profundidade (2 MP) e macro (2MP).

As vendas do Moto G10 Power começam na Índia no próximo dia 16 de março.

Motorola Moto G10 Power – Ficha técnica:

  • Tela: IPS LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+ (1.600 x 720 pixels) e taxa de atualização de 60 Hz
  • Processador: Qualcomm Snapdragon 460 octa-core de até 2,0 GHz
  • Memória RAM: 4 GB
  • Armazenamento interno: 64 GB ou 128 GB expansíveis para até 1 TB via cartão microSD
  • Câmeras traseiras: principal de 48 MP; ultra-angular de 8 MP; profundidade de 2 MP; macro de 2 MP
  • Câmera frontal: 8 MP
  • Bateria: 6.000 mAh com recarga rápida de até 20 Watts
  • Sistema operacional: Android 11
  • Conectividade: porta 3,5 mm para fone de ouvido, USB-C, 4G, Wi-Fi 802.11. b/g /n/a (2,4 GHz + 5 GHz), Bluetooth 5.0 e GPS
  • Dimensões: 165,2 x 75,7 x 9,9 mm
  • Peso: 220 gramas

[Motorola, Gizmochina]

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Após um ano de testes, WhatsApp pode enfim lançar proteção de backup na nuvem com senha

Posted: 09 Mar 2021 10:33 AM PST

Ícone do WhatsApp. Crédito: AP

Já faz um tempo que o WhatsApp adotou o uso de criptografia por toda a extensão do mensageiro. Agora, tudo indica que mais uma parte importante do app será abraçada pela tecnologia: o backup de conversas. É isso o que sugere um novo rumor apontado pelo site WABetaInfo, conhecido por revelar com antecedência novidades que podem estar a caminho do aplicativo.

É válido explicar que a criptografia já existe nos backups das conversas. Bem, quase isso. O que acontece é que o banco de dados de cada conversa, com exceção de arquivos de mídia (fotos, vídeos etc), é criptografado. No entanto, não é a mesma criptografia de ponta a ponta usada na troca de mensagens entre os usuários e, portanto, a mais segura. Além disso, quando o backup copia para a nuvem os dados do bate-papo, ele não conta com esse mesmo nível de proteção.

Segundo capturas do WABetaInfo no Twitter, é justamente aí que as coisas vão mudar na ferramenta, que deve implementar o uso de uma senha de oito dígitos para liberar o acesso ao backup de dados na nuvem. Não apenas as conversas em texto seriam beneficiadas com a novidade, mas também todo o tipo de mídia, incluindo áudios, vídeos e imagens.

O usuário ainda teria que confirmar o procedimento ao inserir um número de telefone — o mesmo utilizado no ato da inscrição no WhatsApp. Essa mesma ação pode ser obrigatória caso a pessoa decida baixar o backup de suas conversas em um novo telefone, além do código de oito dígitos definido previamente, que também será exigido para completar o processo.

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Ainda não há previsão de lançamento desse novo recurso, mas ele está em fase de testes há mais de um ano no iOS. A novidade também deve chegar para dispositivos Android.

[WABetaInfo]

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Polaroid lança caneta de impressão 3D que usa doces para desenhar esculturas comestíveis

Posted: 09 Mar 2021 06:16 AM PST

Existem canetas de impressão 3D que transformam seus desenhos em esculturas tridimensionais, mas a Polaroid quer elevar esses acessórios para outro patamar. E, em vez de plástico, a companhia anunciou uma caneta que usa doces derretidos para que, quando sua obra-prima estiver completa, você possa comê-la.

A CandyPlay 3D não é uma ideia inteiramente nova. Já vimos impressoras 3D atualizadas para fabricar peças com material comestível em vez de plástico; sem contar uma caneta de impressão lançada em 2015 que usa chocolate como matéria-prima.

O que diferencia o acessório da Polaroid é que ele não depende de um software para projetar um modelo tridimensional previamente, já que o funcionamento é 100% independente. Além disso, ao contrário da caneta de chocolate, o doce utilizado é rígido e frio o suficiente para que possa ser colocado em camadas e, assim, construir modelos 3D lentamente.

Em sua embalagem padrão, a 3D CandyPlay vem com quatro cartuchos de doces, todos no sabor morango, e que parecem ser muito mais fáceis e limpos de carregar do que tentar despejar um punhado de açúcar dentro da caneta. Aliás, o material de impressão comestível parece não ter açúcar em sua composição.

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Os cartuchos, por sua vez, não são grandes, e refis para outros cinco sabores podem ser adquiridos separadamente: laranja, maçã, uva, limão e cola Refis. A companhia vende um pacote contendo 40 cartuchos sortidos por cerca de US$ 28, e outro com 48 sabores por US$ 32.

O uso da caneta em si parece ser fácil: você conecta o acessório via cabo (não há bateria recarregável), espera um LED dizer que o mecanismo de aquecimento está na temperatura certa e por último pressiona um botão para definir se o material pegajoso sairá continuamente ou se ele só será despejado conforme você clica no botão.

O que você cria depende completamente de sua imaginação e nível de habilidade, mas a Polaroid recomenda começar com alguns moldes ​​que são fornecidos para download em seu site, para que os usuários possam se familiarizar com o funcionamento da caneta. Provavelmente não é tão fácil quanto usar uma caneta esferográfica, mas a recompensa parece ser deliciosa.

A CandyPlay 3D é vendida por cerca de US$ 50, o que equivale a R$ 285 na conversão direta.

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Fumar maconha usando vaporizador eletrônico é mais prejudicial que nicotina e cigarro comum

Posted: 09 Mar 2021 05:39 AM PST

Homem fumando cigarro eletrônico

Em 2019, acompanhamos uma série de notícias preocupantes sobre jovens que estavam sendo hospitalizados devido a complicações relacionadas ao uso de vaporizadores eletrônicos (ou “vape”), sendo que alguns casos resultaram até mesmo em morte. Diversos estudos tentaram entender a verdadeira causa por trás desses incidentes, com muitos deles apontando para substâncias contendo THC, o psicoativo presente na planta da maconha.

Os casos de hospitalização que ocorreram principalmente nos Estados Unidos também reacenderam o debate sobre o que seria menos pior, cigarros convencionais, eletrônicos (conhecidos como "e-cigarettes") ou vaporizadores, além da velha discussão sobre nicotina versus maconha.

O que uma pesquisa recente da Universidade de Michigan, nos EUA, descobriu é que fumar maconha por meio de vaporizadores é o mais prejudicial de todos. Carol Boyd, autora principal do estudo, disse em um comunicado da universidade que os dados mostram como a suposição comum de que a nicotina é a que mais causa estragos no sistema respiratório está errada.

Ela ressalta, no entanto, que todos os produtos, seja o cigarro comum ou os eletrônicos, danificam os pulmões.

O estudo foi feito com adolescentes entre 12 e 17 anos dos Estados Unidos que atualmente utilizam cigarros, e-cigarettes ou cannabis e que já fumaram maconha por meio de vaporizadores em algum momento na vida. Os resultados mostraram que estes últimos tinham quase o dobro de chances de relatar problemas de respiração em relação aos outros. O uso atual de cigarros, e-cigarettes e cannabis foi associado a alguns sintomas respiratórios, como tosse seca, mas nada comparado ao uso de vaporizadores.

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No geral, os sintomas relatados foram: dificuldade de respirar; sono perturbado ou fala limitada devido à respiração ofegante; som de chiado ao respirar durante ou após exercícios físicos; e tosse seca à noite não associada a doença ou infecção torácica.

Uma das limitações do estudo foi que os pesquisadores não analisaram o uso combinado de vaporizadores de maconha e de cigarros comuns ou e-cigarettes. Eles afirmam que estudos futuros devem avaliar se essa combinação pode ser responsável pelos problemas respiratórios identificados.

[University of Michigan via Futurity]

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Google diz para funcionários que denunciam discriminação cuidarem da saúde mental

Posted: 09 Mar 2021 03:00 AM PST

Não é nenhum segredo que o Google tem vários problemas internos sérios com racismo e sexismo, mas agora veio à tona que, quando os funcionários apresentam incidentes de discriminação no local de trabalho ao RH, eles costumam receber esta resposta bem desconcertante: faça terapia.

Isso tudo foi divulgado após relatos de ex-funcionários e funcionários atuais do Google que falaram com a NBC News, incluindo duas mulheres negras, Timnit Gebru e April Curley, cujas demissões mal explicadas no ano passado renderam muitas críticas ao Google.

Gebru, que anteriormente coliderou a equipe de Inteligência Artificial Ética do Google, afirma que foi demitida após criticar os protocolos de diversidade da empresa e as tentativas da gerência de censurar pesquisas críticas aos produtos do Google. Antes de sair, Gebru disse que ela repetidamente levantou preocupações sobre como as mulheres eram maltratadas no ambiente de trabalho. Contudo, as respostas dos profissionais do recursos humanos era sempre a mesma: simplesmente a encorajaram a buscar meios de lidar com sua saúde mental.

"Eles ficam tipo, ‘bem, se há algo errado com você, então aqui estão todos esses recursos terapêuticos’", disse Gebru ao canal. "E eu respondia que nenhum sistema de suporte vai se livrar do ambiente de trabalho hostil do Google. Eu tenho amigos. Eu saio para dançar. Já tenho hobbies e terapia."

Já April Curley foi discretamente demitida de seu papel como recrutadora de diversidade em setembro de 2020. Em uma sequência de tuítes publicados em seu perfil, que viralizaram, ela apresentou detalhes de sua experiência com o racismo flagrante em toda a cultura corporativa do Google.

Durante seus seis anos por lá, ela revelou que denunciou dois gerentes por supostamente maltratar a ela e sua equipe, que enfrentou resistência por se manifestar, o que incluiu um corte de US$ 20.000 em 2019 junto com um aviso formal sobre seu desempenho no trabalho. Quando ela contou ao RH sobre suas preocupações, em vez de abordar o comportamento inadequado de seus colegas de trabalho, eles sugeriram que ela tirasse uma licença médica para cuidar de sua saúde mental, conforme exposto na NBC.

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A reportagem falou com nove outras pessoas. Elas disseram ter tido experiências semelhantes depois de relatar assédio sexual e comentários racistas ao RH. Eles também receberam a mesma sugestão — tirar licença médica para tratar de sua saúde mental — ao levantar preocupações sobre suposta retaliação ou defender a igualdade de remuneração entre funcionários brancos e negros do Google. Outras 12 testemunhas confirmaram à NBC que essa é uma prática se tornou comum na empresa.

Dos trabalhadores que optaram pelo afastamento médico, vários disseram que, ao voltar, descobriam que tinham novos gerentes ou foram transferidos para outros departamentos. Como o Google associa promoções e aumentos às avaliações de desempenho da gerência, esses funcionários alegaram que perderam oportunidades porque seus novos gerentes não os conheciam há tempo suficiente para avaliar adequadamente seu desempenho.

Uma funcionária atual que falou com a NBC sob condição de anonimato relatou que um gerente descartou suas preocupações sobre o fracasso do Google em lidar com as disparidades raciais generalizadas no local de trabalho. Quando a funcionária, uma mulher negra, reclamou com o RH, eles sugeriram que ela instruísse o gerente sobre onde havia errado ou pedisse seu afastamento. "Parecia depreciativo. Não fiquei em choque porque já tinha ouvido isso antes. Eu tinha visto outros líderes da organização tirarem essas licenças de saúde mental e depois desaparecerem", disse ela ao meio de comunicação. "Estava claro que eles não iriam me levar a sério."

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Outro caso complicado: após Claire Stapleton — uma ex-funcionária que organizou uma paralisação em 2018, como forma de protestar contra a maneira com que o Google lidou com as acusações de agressão e assédio sexual — se queixar de ter sido rebaixada após o protesto para o RH, foi instruída a tentar técnicas de mindfulness (um tipo de meditação) para melhorar seu relacionamento com seu gerente. E que outra sugestão ela recebeu? Pois é, você adivinhou: tirar licença médica para cuidar da saúde mental.

O Google não respondeu imediatamente ao pedido de comentário do Gizmodo. Em uma declaração à NBC, a empresa disse que está comprometida em apoiar seus funcionários que denunciam os maus-tratos no local de trabalho:

"Temos um processo bem definido de como os funcionários podem levantar preocupações e trabalhamos para ser extremamente transparentes sobre como lidamos com as reclamações. Todas as preocupações que nos são comunicadas são investigadas rigorosamente e tomamos medidas firmes contra os funcionários que violam as nossas políticas."

O Google se recusou a comentar sobre várias alegações na reportagem da NBC, mas disse que a empresa oferece uma variedade de opções para os funcionários levantarem preocupações e investiga todos os relatórios de retaliação. "Se um funcionário deseja obter uma licença ou acomodação no local de trabalho, a equipe de benefícios do Google trabalhará com o indivíduo nas próximas etapas", disse um porta-voz da empresa ao veículo.

O Google investiu centenas de milhões de dólares em esforços de diversidade ao longo dos anos. Mas até agora, os resultados têm sido desanimadores, de acordo com os relatórios de diversidade da empresa. Entretanto, vale lembrar que seus concorrentes no Vale do Silício também não estão se saindo muito bem. Entre 2019 e 2020, a porcentagem de contratações de negros no Google aumentou em menos de 1%, enquanto a porcentagem de contratações de latinos e nativos americanos diminuiu. No mês passado, a empresa concordou em pagar US$ 3,8 milhões para resolver as acusações de "compensação sistêmica e discriminação na contratação" apresentadas por mais de 5.000 mulheres e engenheiros asiáticos.

A empresa disse recentemente que está lançando novos procedimentos para lidar com saídas de funcionários lesados e revisando suas políticas de diversidade, de acordo com o Axios. A decisão veio após uma investigação interna sobre a demissão de Gebru, cujos resultados o Google se recusou a revelar. Com base nessas últimas alegações, percebemos que há muito trabalho a ser feito pela companhia. Será que posso sugerir terapia? Talvez assim a gestão do Google possa manifestar algumas políticas de diversidade com mais foco.

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Documentário “Good Night, Oppy”, da Amazon, vai contar a história do rover Opportunity

Posted: 09 Mar 2021 02:00 AM PST

Enquanto o mundo acompanha com entusiasmo as novas empreitadas do rover Perseverance em Marte, a Amazon decidiu homenagear sua antecessora, a sonda Opportunity. O documentário "Good Night Oppy" será dirigido por Ryan White (diretor de Assassins) e contará com o apoio da empresa de efeitos visuais Industrial Light and Magic.

O Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa também vai colaborar com imagens de arquivo inéditas, além de compartilhar seus conhecimentos sobre a missão Opportunity com a Amazon Studios, Film 45, Amblin Television e Tripod Media, que vão coproduzir o documentário.

Carinhosamente conhecida como "Oppy", a sonda da Nasa foi lançada em 2004 com uma expectativa de vida de apenas 90 dias. Porém, o robô surpreendeu a todos ao esticar sua missão e explorar Marte por 15 anos. Após muitas conquistas e imagens impressionantes, o rover não conseguiu sobreviver a uma tempestade de poeira em 2019.

A Nasa (e o mundo todo) se despediu da Oppy com tristeza naquele ano. Em um tuíte, a agência espacial norte-americana fez uma dedicatória ao rover, afirmando que ele "foi, e ainda é, a Oportunidade única na vida".

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A ideia do documentário é explorar exatamente essa conexão entre humanos e o robô. Ainda não foi divulgada nenhuma data, mas já estamos ansiosos pela estreia.

[Engadget, Variety]

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