sexta-feira, 5 de março de 2021

Gizmodo Brasil

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Amazon abre seu primeiro mercado sem caixas e atendentes fora dos EUA

Posted: 05 Mar 2021 01:37 PM PST

Já tem algum tempo que a Amazon vem testando o conceito de lojas em que não há atendentes humanos, nem caixas para passar as compras — tudo é feito inteiramente pelos próprios consumidores, que não precisam levar nem dinheiro ou cartão de crédito, uma vez que a aprovação dos itens é feita pelo celular. Até então, os espaços só existiam nos Estados Unidos, mas a companhia está ampliando os testes para outro país.

Nesta semana, a gigante do varejo inaugurou a primeira unidade da loja-conceito fora dos EUA. O estabelecimento mais recente fica em Londres, no Reino Unido, e usa a tecnologia Just Walk Out, em que os clientes pegam os itens que desejam e a própria loja reconhece quais deles foram retirados das prateleiras para serem adicionados a um carrinho virtual. Isso acontece por meio de dezenas de sensores e câmeras espalhados pela loja. O usuário só é cobrado pelas compras quando está para sair do ambiente, ocasião em que é exigido utilizar o aplicativo da Amazon.

O espaço abre todos os dias às sete da manhã, pelo horário local de Londres, e fecha às 23h. Apesar de usar a marca Amazon Fresh por lá, o ambiente tem apenas 230 metros quadrados, uma área similar ao Amazon Go, que costuma ficar em lugares bem mais compactos, entre 110 m² e 210 m². A grande maioria das unidades do Amazon Fresh tem o tamanho de super ou hipermercados tradicionais, podendo ultrapassar os 3.200 m².

Por conta da pandemia de Covid-19, a loja em Londres limita a capacidade de pessoas que podem ficar na parte interna. Até 20 pessoas são permitidas simultaneamente, e a empresa ainda disponibiliza máscaras e álcool gel na entrada. Além disso, marcas no chão da loja foram colocadas para indicar o distanciamento social entre consumidores.

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A Amazon ainda confirma que planeja inaugurar mais lojas nesse estilo na região metropolitana de Londres. Nos EUA, 26 unidades já foram lançadas desde 2016, mas o público só veio a ter um acesso maior desde 2018.

[The Verge]

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Projeto de lei no Senado pode prejudicar futuras denúncias sobre vazamentos de dados

Posted: 05 Mar 2021 12:52 PM PST

Imagem: Glenn Carstens-Peters/Unsplash

Com o aumento no número de casos envolvendo o vazamento de informações pessoais de milhões de brasileiros, o Senado já se prepara para discutir um projeto de lei que visa tornar crime a compra e venda de dados críticos na internet. A pena seria aplicada da mesma maneira como acontece para quem intercepta informações indevidamente.

Mas há um porém: o texto pode prejudicar denúncias sobre vazamentos de dados feitos por empresas de segurança digital e jornalistas, já que o projeto não especifica exatamente quem seria responsabilizado pela divulgação dos conteúdos.

Proposto pela senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), o PL 615/2021 (via Tecnoblog) mudaria a Lei 9296/1996, que criminaliza interceptações telefônicas, de informática ou telemática realizadas sem autorização judicial. Segundo o texto de 1996, fica determinado que "quem adquire, oferece, negocia, comercializa ou, de qualquer forma, participa da divulgação ou disseminação, com intuito de lucro" de dados obtidos de maneira ilegal pode pegar de dois a quatro anos de prisão.

É nessa parte "participa da divulgação ou disseminação" que as coisas podem abrir um precedente que prejudicaria veículos de imprensa, empresas e especialistas em segurança da informação, cujo trabalho é divulgar os casos, e não vender os dados. Muitos usuários fazem a exposição dos vazamentos de forma independente e colaborativa, servindo de alerta para que companhias maiores tomem as providências.

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A lei proposta pela senadora Ribeiro foi apresentada em 25 de fevereiro e ainda não foi encaminhada para nenhuma comissão do Senado. Então, é provável que o texto passe por novas mudanças que especifiquem melhor como as diretrizes serão aplicadas caso a caso. Ainda assim, o projeto precisa passar pela aprovação dos senadores e dos deputados da Câmara, para só no final partir para sanção do presidente.

[Tecnoblog]

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Razer Anzu são óculos inteligentes com proteção contra luz azul e áudio de baixa latência

Posted: 05 Mar 2021 11:52 AM PST

Você provavelmente deve ter pensado "mais um par de óculos inteligentes" ao ler o título desta notícia, certo? Já tem o Bose Frames, o Echo Frames e o JLab JBuds, mas aparentemente eles não eram suficientes. Pelo menos na opinião da Razer, que acaba de anunciar o Razer Anzu.

O Razer Anzu é basicamente como todos os outros óculos inteligentes de áudio, embora a fabricante queira diferenciá-los: ela diz que o acessório é ótimo para quem trabalha muito de casa. Isso porque as lentes filtram 35% da luz azul para proteger seus olhos das telas e também porque possuem a tecnologia de áudio de baixa latência de 60 milissegundos da Razer, diminuindo o atraso na captura e na reprodução de som. Na prática, a empresa promete melhor desempenho durante chamadas de vídeo.

Ainda falando das lentes, as que vêm já instaladas no dispositivo possuem essa tecnologia de proteção contra luz azul. Contudo, o consumidor terá a opção de trocá-las por lentes polarizadas UV de amplo espectro, que também acompanham a embalagem do produto. Só dois tamanhos estão disponíveis, e a Razer especifica as opções como pequeno/médio ou grande.

Outra característica que chama atenção é que não existem fios em volta do Anzu, nem cabos que atravessam as dobradiças e a parte da frente do óculos. Isso permite que as dobradiças sejam mais flexíveis do que você normalmente veria em um óculos inteligente. Além disso, cada haste conta com um alto-falante próprio sem fio que inclui 16 drivers de 16 mm com ajuste personalizado.

Os óculos também possuem controles sensíveis ao toque, compatibilidade com assistentes de voz, resistência IPX4 contra água e mais de cinco horas de vida útil da bateria. Segundo a Razer, as hastes precisam ser carregadas separadamente, mas você pode economizar energia ao dobrar os óculos para colocá-los no modo de espera. Nesse cenário, a empresa diz que a bateria pode durar um total de até 14 dias.

Em termos de design, o Anzu vem em duas formas: retangular e redondo. Então vai depender muito da preferência de cada usuário. O que pode incomodar é a grossura das hastes — elas são gigantes –, mas é algo compreensível, visto que os componentes de áudio e bateria precisam ficar abrigados em algum lugar do acessório.

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E se você estava esperando algum toque especial RGB da Razer, lamento informar que as únicas luzes no Anzu são alguns indicadores LED de bateria.

O Anzu vai custar US$ 200 (cerca de R$ 1.140 na conversão atual). É um preço elevado, mas não tão caro quanto outros óculos que prometem o mesmo objetivo. Os óculos Bose e Echo, por exemplo, custam US$ 250 (R$ 1.425) cada. Por enquanto, o acessório está disponível apenas nos Estados Unidos e Canadá.

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5 cursos essenciais de empreendedorismo oferecidos pela Udemy

Posted: 05 Mar 2021 11:34 AM PST

É importante entender que todo empreendimento depende de quatro áreas principais: administração, logística, marketing e vendas. Muitos cometem o erro de focar apenas no discurso do empreendedorismo e esquecem do que é mais importante: o aprendizado prático.

Por isso, neste post trouxemos 5 ofertas de cursos na Udemy que darão a base para iniciar qualquer empreendimento, obtendo uma noção prática do que será necessário para tirar ideias do papel.

Empreendedorismo: princípios básicos por R$ 22,90

Tem o desejo de empreender e precisa de um guia? Neste curso, você aprenderá quais são os princípios básicos do empreendedorismo e quais habilidades precisa desenvolver nessa jornada.

Empreendedorismo e Administração de pequenos negócios por R$ 22,90

Empreendedorismo é a iniciativa de implementar novos negócios. Empreendedores devem ser pessoas dedicadas a tirar ideias do papel, transformá-las em pequenos negócios e, a partir desse embrião, aumentar a escala.

Tudo isso só é possível com uma boa administração. Muitos entusiastas do empreendedorismo pecam por querer criar negócios sem entender o básico sobre administrar uma empresa. Portanto, este é um conhecimento essencial a todo empreendedor.

Neste curso, você terá mais de 24 horas de aula sobre empreendedorismo e administração de pequenos negócios. Você passará por módulos abordando marketing, finanças e gestão, aprendendo o que fazer e quais erros não cometer.

O Estilo Startup de Empreendedorismo por R$ 22,90

Numa era em que startups são vendidas por bilhões, o Estilo Startup de Empreendedorismo vem chamando a atenção de pequenos empresários e entusiastas. Como transformar uma ideia em um modelo de negócio? Como tornar esse negócio escalável?

Neste curso, você terá acesso a conhecimento e ferramentas práticas para empreender dessa forma. Você aprenderá técnicas para entender o mercado, perceber dores e ter ideias para solucioná-las.

O curso também inclui metodologias, técnicas e ferramentas para entregar produtos e soluções incríveis, da forma que startups têm feito ao redor do mundo.

Gestão Financeira Passo a Passo por R$ 27,90

Como vimos, empreender se trata de administrar recursos para implementar negócios. Um empreendedor jamais será bem sucedido sem uma boa gestão financeira.

É por isso que, neste curso, você entenderá os impactos desse conhecimento em seus negócios. Aprenderá qual é seu papel na administração de recursos financeiros e como organizar processos, tendo controle sobre fluxo de caixa e capital de giro.

Liderança e Gestão Sem Frescuras por R$ 22,90

Nenhum empreendimento funciona sem pessoas. E é por não entender esse princípio básico que inúmeros negócios vão à falência.

Durante a pandemia, gestores se viram no desafio de gerenciar pessoas à distância — e continuar mantendo o time engajado. Os que não se adaptaram viram seu faturamento cair, e muitos deles precisaram fechar as portas.

Mesmo que no início um negócio conte com poucas pessoas, é essencial aprender ferramentas práticas para gerir uma equipe de forma estratégica. O sucesso de um negócio está alicerçado em como essas pessoas são tratadas e de que forma o empreendedor gerencia seus colaboradores.

Por isso, neste curso, o professor Diego Nicolau instrui de forma prática como ser uma pessoa de liderança e tomar as rédeas de seu empreendimento.

Preços conferidos na manhã do dia 5 de março. Comprando pelos links acima, você não paga nada a mais e o Gizmodo Brasil ganha uma comissão.

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Com preço mais acessível e catálogo mais diverso, Paramount+ é relançado no Brasil

Posted: 05 Mar 2021 09:55 AM PST

Imagem: Paramount+/Reprodução.

Após uma reformulação em seu conteúdo, que agora consiste em 5 mil horas de filmes e séries, o serviço de streaming Paramount+, do conglomerado de canais ViacomCBS, foi relançado no Brasil nesta quinta-feira (4). O valor mensal é de R$ 19,00, bem abaixo de concorrentes como Netflix e Disney+, com direito a 7 dias grátis de teste no ato da assinatura.

O Paramount+ ganhou um catálogo mais recheado de títulos novos e aclamados pela crítica, como a quarta temporada da premiada série The Handmaid’s Tale e a queridinha de público The Office. Também estão inclusos programas originais, com maior extensão para o entretenimento infantil e nacional.

A assinatura pode ser feita diretamente no site do serviço ou via desktop e aplicativo, disponível para iOS, Android, Apple TV, Roku e Amazon Fire TV. Em breve também será oferecido suporte para smart TVs. O acesso ao seu conteúdo deve ser feito pelos dispositivos suportados, além dos parceiros latinos como Mercado Livre, Amazon Prime, Apple e as operadoras Claro Brasil, Vivo e Oi. Quem já era cliente pelo antigo Paramount+ precisa somente atualizar o aplicativo para continuar a utilizar o serviço.

Como forma de alavancar a divulgação da sua programação, até o dia 31 de março, o streaming Pluto TV, que estreou no Brasil em dezembro de 2020 com conteúdos disponibilizados de forma gratuita, vai exibir trailers e alguns episódios dos principais carros-chefes oferecidos pelo Paramount+. Mas, como um agrado aos novos assinantes, os canais associados Comedy Central, MTV e Paramount Network já lançaram os primeiros episódios de séries como Black Monday e Escape at Dannemora.

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Quais são os conteúdos mais bacanas para assistir ou maratonar? 

Com várias possibilidades de serviços de streaming para TV no mercado, os consumidores estão buscando o famoso custo-benefício: preço acessível e um ótimo catálogo, que traga inovações e propostas diversificadas para diferentes idades. Por isso, juntando os seus conteúdos próprios e do conglomerado da ViacomCBS, o Paramount+ aposta em séries nostálgicas e grandes produções, bem como filmes para ver tanto sozinho quanto com a família.

Filmes

Para as crianças, há títulos como Bob Esponja, iCarly, Hey! Arnold, Kung Fu Panda e Os Padrinhos Mágicos, entre outras animações da Nickelodeon. Já para os jovens e adultos, a diversidade é mais ampla, pois inclui desde clássicos como O Poderoso Chefão, Forrest Gump: O Contador de Histórias e Jurassic Park, até os mais recentes Whiplash — indicado a cinco categorias do Oscar, incluindo a de Melhor Filme — e As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras. Alguns outros que valem a pena conferir são Onde os Fracos Não Tem Vez e Hotel Ruanda.

Séries

Para ir além de The Office, que não vai estar completa no catálogo, os assinantes do Paramount+ vão poder conferir Families of the Mafia, For Life, Strange Angel e Kamp Koral: Bob Esponja como alguns dos títulos originais, além dos futuros The Offer (spin off de O Poderoso Chefão), Halo (inspirada nos jogos da franquia de mesmo nome), The Harper House, Y: 1883, The Envoys e Cecilia. Assim como nos filmes, também há séries famosas, como Dexter e The Affair do canal Showtime; Todo Mundo Odeia o Chris, que até hoje ainda continua popular por aqui e Schitt's Creek, a grande vencedora do Emmy 2020.

No conteúdo nacional, temos o domínio de programas de humor e reality shows como Are You The One: Brasil, Catfish Brasil, De Férias Com Ex: Brasil e Shark Tank Brasil.

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Nintendo deve lançar Switch com tela OLED e 4K no final de 2021

Posted: 05 Mar 2021 08:55 AM PST

Imagem: Sara Kurfeß/Unsplash

Não é de hoje que rumores indicam o lançamento de uma versão mais potente do Nintendo Switch. Mas parece que a coisa finalmente vai sair do papel este ano, já que a Bloomberg crava o final de 2021 como o período em que a companhia começará a vender o novo modelo do console.

De acordo com a reportagem, o dispositivo virá com uma tela maior que a atual: 7 polegadas, contra 6,5 do Switch original e 5,5 da versão Lite. Além disso, a tecnologia empregada será OLED, com fabricação em parceria com a Samsung. A resolução nativa do painel continuará sendo de 720p no modo portátil, mas subirá para 4K quando for usado no Dock principal. E isso tudo reduzindo o consumo de bateria se comparado ao Switch atual.

Segundo o informante, a companhia lançará o aparelho nessas condições para "incluir mais poder computacional e gráficos de altíssima definição", podendo competir com rivais como PlayStation 5 e Xbox Series X, que alcançam essa capacidade. Mas lembrando: o 4K ficará restrito apenas quando o Switch estiver conectado ao Dock de mesa, que por sua vez deverá estar ligado à TV.

Como o dispositivo só teria previsão para chegar ao mercado nas festas de Natal, a produção das telas OLED começaria em junho. No entanto, nem a Nintendo ou a Samsung comentaram o assunto em resposta à Bloomberg.

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O Nintendo Switch original foi lançado há cerca de quatro anos e se destacou por ser um console híbrido, que pode ser usado tanto em uma televisão quanto pela tela portátil do aparelho. O conceito já havia sido explorado no Nintendo Wii U, mas foi só no Switch que a empresa conseguiu entregar uma experiência muito melhor e mais consistente.

No Brasil, o console só foi oficializado em setembro de 2020, com três anos de atraso após o lançamento global.

[Bloomberg, Kotaku]

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Itália enfrenta escassez de vacinas e é o primeiro país a bloquear a exportação de doses

Posted: 05 Mar 2021 08:31 AM PST

O governo italiano bloqueou o envio de vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca para a Austrália, sendo esta a primeira vez que um país interrompe as exportações de doses para garantir que haja o suficiente para sua população doméstica.

A Itália consultou a Comissão Europeia antes de suspender o embarque de 250 mil doses de vacinas, de acordo com a ABC News da Austrália e um porta-voz da Comissão Europeia que não quis falar oficialmente nesta sexta-feira (5).

A União Europeia (UE) aprovou uma nova lei em janeiro que permite que os países membros bloqueiem as exportações de vacinas em áreas onde elas estão sendo fabricadas se seus próprios cidadãos não estiverem recebendo o número desejado de remessas de um determinado fabricante. Anteriormente, a UE havia ameaçado bloquear as exportações da vacina da AstraZeneca produzida na Europa com destino ao Reino Unido, mas a Europa como um todo não cumpriu essa ameaça – pelo menos não contra a Grã-Bretanha.

A Itália administrou apenas 4,7 milhões de doses da vacina contra Covid-19 para um país de 60 milhões de pessoas, o que significa que apenas 7,9 a cada 100 pessoas foram vacinadas, de acordo com o New York Times. Em contraste, os EUA vacinaram 24,3 a cada 100 e o Reino Unido, 32,5 a cada 100 habitantes.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, garantiu à Austrália que a remessa bloqueada não era uma questão pessoal, escrevendo no Facebook: "Não é um ato hostil contra a Austrália", acrescentando que a Austrália era um "país não vulnerável".

O incidente provavelmente será um inconveniente relativamente pequeno para a Austrália, que se saiu excepcionalmente bem durante a pandemia, com apenas 909 mortes desde o início da crise de saúde no ano passado. O país contabilizou 29 mil casos em uma nação de cerca de 25 milhões de pessoas e atualmente não há transmissão comunitária do vírus. Os únicos casos que a Austrália registra todos os dias vêm do exterior, e os viajantes que retornam precisam ficar duas semanas de quarentena obrigatória em hotéis.

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A Austrália vacinou apenas 0,2 por 100 pessoas e esta remessa cancelada certamente não ajudará em nada. Mas, novamente, o país tem muito menos com que se preocupar do que nações como a Itália, os Estados Unidos e o Brasil, onde as pessoas continuam morrendo pelo coronavírus.

O Ministro da Saúde da Austrália, Greg Hunt, não respondeu a um pedido de comentário na sexta-feira.

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Cientistas usam raio-X para ler carta escrita há mais de 300 anos sem abri-la

Posted: 05 Mar 2021 08:11 AM PST

Uma representação gerada por computador do desdobramento virtual passo a passo da carta. Imagem: Cortesia do arquivo do Unlocking History Research Group.

Em julho de 1697, um homem chamado Jacques Sennacques, que vivia na região de Lille, na França, escreveu uma carta a seu primo comerciante, Pierre le Pers, que estava em Haia, Holanda. O assunto da correspondência era uma certidão de óbito de um parente, um tópico que os primos haviam discutido anteriormente, mas le Pers acabou não dando continuidade. A carta era uma versão Renascentista do nosso famoso "conforme o e-mail anterior" e foi lida pela primeira vez recentemente, depois de 324 anos.

Mas, embora tenha sido lida, a carta permanece fechada. Ela é descrita como “letterlocked “(“carta bloqueada”, em tradução livre), um termo cunhado por Jana Dambrogio, especialista em conservação do MIT, para cartas que usam dobras e fendas específicas para se selar, sem a necessidade de um envelope. A técnica era a forma mais comum de lacrar mensagens antes de os envelopes começarem a ser produzidos em massa. A rainha Elizabeth I da Inglaterra, inclusive, tinha pelo menos cinco variações diferentes para proteger sua correspondência.

Em uma aplicação única da tecnologia, a equipe de Dambrogio “desdobrou” a carta de Sennacques virtualmente, usando o método de microtomografia de raios-X, o que permitiu aos pesquisadores contornar o processo prejudicial de uma abertura manual de carta. A pesquisa foi publicada nesta terça-feira (02), na revista Nature Communications.

X-Rays Help Scientists Read 'Letterlocked' Renaissance Mail
Um desdobramento virtual da carta centenária. Gif: Cortesia do arquivo do Unlocking History Research Group.

"Lembro-me de um sentimento de exaltação, do tipo ‘meu Deus, finalmente conseguimos’", disse a coautora Rebekah Ahrendt, musicóloga da Universidade de Utrecht, por e-mail ao Gizmodo. "Tendo trabalhado com esta coleção por vários anos, o efeito de ‘provavelmente sou a primeira pessoa a ler isto desde que foi escrito’ se dissipou um pouco…Dito isto, esta carta é um exemplo maravilhoso das preocupações naturais das pessoas naquele momento."

Não se sabe por que le Pers nunca recebeu a carta, mas dada sua profissão, ele pode ter se mudado. Contudo, a correspondência lacrada permaneceu sob os cuidados dos chefes dos correios de Haia, Simone de Brienne, e de sua esposa, Marie Germain. O casal não descartou o assunto familiar selado, porque naquela época as cartas eram compradas por destinatários, não pagas por seus remetentes. Alguns agentes dos correios guardavam cartas não reivindicadas para o caso de alguém eventualmente aparecer para comprá-las.

Assim, o casal encarregado do posto de Haia ou eram colecionadores ou resolutamente otimistas, porque guardaram todas as cartas até a morte. Inclusive, milhares delas foram preservadas em um velho baú e 600 deste total são mensagens “letterlocked”. É um montante incrível de conversas europeias perdidas no tempo, agora chamadas de Brienne Collection. Atualmente, elas estão no Museu do Som e Visão de Haia.

O disparo de raios-X através da carta escrita por Senaques revelou a difusão de tinta rica em ferro que ele usou em cada dobra do papel. A intensidade dos raios-X aplicados corresponde a um terço daquela usada pela mesma máquina para seu propósito original – imagens de dentes e ossos.

Os resultados legíveis com a marca d’água tênue da carta no centro. Imagem: Cortesia do arquivo do Unlocking History Research Group.

"Começamos com uma tomografia computadorizada de alta resolução da carta dobrada, basicamente uma imagem de raio-X 3D", disse a coautora do estudo Amanda Ghassaei, engenheira de algoritmos e líder do projeto que já trabalhou na simulação de dobras em origamis. "A partir daí, nosso algoritmo detecta camadas individuais de papel na digitalização e reconstrói a geometria dobrada. Esta sequência computacional nos permite observar a escrita, marcas d’água, selagens, dobras internas e qualquer outra informação escondida dentro da carta sem causar nenhum dano ao artefato original."

Mas isso não foi suficiente. A equipe também teve que descriptografar a carta dobrada, para descobrir onde cada caractere estaria na versão desdobrada. Para isso, eles empregaram um script de nivelamento computacional para desconstruir a carta sem tocá-la. Embora parecesse uma mistura imperceptível de caracteres, embutidos no papel cáqui, quando vista de fora, a equipe de pesquisa foi capaz de extrair a mensagem sem problemas.

Os pesquisadores também não precisaram descrever nenhum dos layouts dobrados da carta de Sennacques em código, já que o algoritmo fez o levantamento geométrico.

O baú da Renascença contém cartas de todo o mundo enviadas para Haia. Foto: Cortesia do arquivo do Unlocking History Research Group.

"A mensagem e a complexa mecânica interna dessas cartas só são conhecidas por nós porque foram virtualmente reconstruídas", disse a coautora Holly Jackson, uma graduanda do MIT e engenheira de algoritmos do projeto. "Nossos métodos são totalmente automáticos, imparciais para ler a orientação e não requerem nenhum conhecimento prévio sobre a geometria dobrada de uma carta."

Assim, para escrever o artigo, a equipe usou raios-X para detectar o layout de tinta em um pedaço de papel centenário. Eles construíram e implantaram um algoritmo capaz de desdobrar esse papel virtualmente, além de descrever o conteúdo dessa carta junto com um dicionário complexo das diversas técnicas de letterlocking que eram amplamente utilizadas antes dos envelopes.

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O resultado desses esforços é claramente uma estratégia que será utilizadas com os outros 600 itens que restam no baú. Talvez, iremos encontrar mais intrigas entre primos, brigas conjugais ou até mesmo segredos de estado, vai saber.

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Imagens de satélite mostram o iceberg gigante que se soltou da Antártica recentemente

Posted: 05 Mar 2021 06:50 AM PST

Este é o A-74, um enorme iceberg que se separou da plataforma de gelo Brunt, na Antártica, no mês passado. Aqui está o que sabemos sobre ele e o que pode acontecer a seguir.

Cientistas do British Antarctic Survey relataram o nascimento do novo iceberg em 26 de fevereiro, que foi detectado com equipamento GPS. Christopher Readinger, analista de gelo do US National Ice Center, confirmou o evento no dia seguinte, analisando fotos de satélite tiradas pelo Sentinel-1A. O USNIC chamou o iceberg de "A-74", usando uma convenção de nomenclatura que batiza esses pedaços de gelo de acordo com o quadrante Antártico em que foram originalmente localizados.

Imagem com anotações mostrando o novo iceberg e as características ao redor. Crédito: Joshua Stevens, usando dados Landsat do US Geological Survey e dados de contribuidores do © OpenStreetMap

O A-74 se separou da plataforma de gelo Brunt, a nordeste do McDonald Ice Rumples, uma região caracterizada por fendas produzidas por uma formação subaquática que bloqueia o fluxo de gelo, de acordo com o Observatório da Terra da Nasa. Uma rachadura de destaque, conhecida como Halloween Crack, corta a plataforma de gelo desde 2016, segundo a Agência Espacial Europeia.

Com um tamanho de 1.270 quilômetros quadrados, o A-74 é maior que a cidade do Rio de Janeiro. Em comparação, o último iceberg A-68 – que agora está em pedaços na costa da ilha da Geórgia do Sul – era quase cinco vezes maior quando se partiu da plataforma de gelo Larsen C da Antártica em 2017.

Não é uma grande surpresa que a plataforma de gelo Brunt produziria um iceberg desse tamanho, já que os glaciologistas do BAS têm monitorado a área – e documentado várias rachaduras e abismos – nos últimos dois anos. Dito isso, esta é a primeira grande ruptura da plataforma de gelo Brunt desde 1971, de acordo com a Agência Espacial Europeia. Embora as mudanças climáticas estejam causando uma redução cada vez mais acelerada no gelo da Antártica, derretendo-o por cima e por baixo, esse evento de ruptura é provavelmente o resultado de processos naturais ocorrendo.

O A-74 é agora um iceberg flutuante, mas não fez muito com sua liberdade recém-descoberta. Pierre Markuse, um especialista em sensoriamento remoto, disse que “nada realmente novo aconteceu” desde que o iceberg se rompeu, e “ainda está muito perto da plataforma de gelo”. Algumas bordas parecem estar "se desfazendo um pouco, mas nada importante até agora", ele explicou em uma DM no Twitter. A falta de movimento torna difícil prever onde o A-74 pode eventualmente vagar, mas os cientistas têm uma noção geral dos cenários que podem ocorrer.

Iceberg A-74 como apareceu em 3 de março de 2021. Imagem: Copernicus/Sentinel-3/Antonio Vecoli

"Ao longo das semanas e meses seguintes, o iceberg pode ser arrastado pela rápida corrente costeira que flui para o sudoeste, encalhar ou causar mais danos ao colidir com a plataforma de gelo Brunt ao sul." Mark Drinkwater, um especialista em sensoriamento remoto criosférico da ESA, explicou em um comunicado. "Portanto, estaremos monitorando cuidadosamente a situação usando os dados fornecidos pela missão Copernicus Sentinel-1."

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O A-74 poderia eventualmente derivar para o Gyre Weddell (que foi o que aconteceu com A-68), e de lá migrar para norte até a Corrente Circumpolar Antártica. Isso será relevante para a indústria naval, já que o iceberg pode produzir um número perigoso de icebergs incipientes nos próximos meses e anos.

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Asteroide que pode nos atingir em 2068 passará “perto” da Terra nos próximos dias

Posted: 05 Mar 2021 06:00 AM PST

Um asteroide com uma pequena chance de atingir a Terra em 2068 passará “perto” de nosso planeta nos próximos dias, proporcionando uma rara oportunidade para os astrônomos observarem este objeto potencialmente perigoso.

Para sua viagem atual em torno do Sol, o asteroide 99942 Apophis fará sua passagem mais próxima da Terra em 6 de março de 2021, período durante o qual chegará a cerca de 16,9 milhões de quilômetros do nosso planeta, de acordo com um boletim divulgado por astrônomos do Goldstone Solar System Radar.

Embora seja perto o suficientemente para observar, é distante o suficiente para não se preocupar. Para ter noção, é mais do que 44 vezes a distância da Lua.

O Apophis não será visível a olho nu, mas a aproximação é de interesse para os astrônomos que estarão monitorando o grande asteroide enquanto ele passa pela Terra. Esta será nossa última oportunidade de estudar o objeto potencialmente perigoso antes de uma aproximação ainda mais detalhada daqui a vários anos. Na sexta-feira, 13 de abril de 2029, o Apophis chegará a 31 mil quilômetros da Terra – isso é cerca de um décimo da distância da Terra à Lua – durante o qual será visível a olho nu.

Os astrônomos dizem que não há chance do Apophis colidir com nosso planeta em 2029, nem em 2036, quando ele está programado para fazer mais uma aproximação, mas o mesmo não pode ser dito para o encontro de 2068.

O Apophis, descoberto em junho de 2004, está atualmente classificado em terceiro lugar na lista da Nasa de objetos próximos à Terra potencialmente perigosos (NEOs). As estimativas de uma colisão em 2068 variam de 1 chance em 150 mil a 1 em 530 mil. Essa taxa é excepcionalmente baixa, mas baixa não é zero.

Uma colisão com este objeto de 350 metros de largura seria devastadora. O Apophis, que mede três campos de futebol, liberaria o equivalente a 1.150 megatons de TNT. Para se ter uma ideia da dimensão, imagine 3.800 bombas atômicas semelhantes a Hiroshima explodindo ao mesmo tempo. Tal evento resultaria em devastação local e global, incluindo o início de um inverno de impacto.

Colisões dessa magnitude são raras, mas espera-se que ocorram uma vez a cada 80 mil anos. Em comparação, asteroides de tamanho semelhante ao que causou a extinção de todos os dinossauros não aviários são esperados cerca de uma vez a cada 250 milhões a 730 milhões de anos. Conhecido como meteoro de Chicxulub, o asteroide destruidor de dinossauros media mais de 16 quilômetros de largura e caiu na península de Yucatán há aproximadamente 66 milhões de anos.

O que nos traz de volta ao Apophis e sua aproximação iminente. Os astrônomos estão se preparando para o próximo encontro, e seus esforços estão sendo coordenados por meio da Campanha de Observação 2021 do 99942 Apophis, organizada pela Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN, sigla em inglês).

Astrônomos do Goldstone Deep Space Communications Complex da Nasa, na Califórnia, estarão observando, assim como um grupo do Green Bank Telescope em West Virginia. Lamentavelmente, essa abordagem próxima teria sido uma oportunidade perfeita para o Observatório de Arecibo em Porto Rico, mas esta famosa antena de radar colapsou no final do ano passado.

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As observações de radar do Apophis nos próximos dias "devem melhorar o conhecimento do estado de rotação e forma" do objeto, de acordo com o observatório Goldstone. Medições refinadas irão expor mudanças potenciais para o asteroide quando ele se aproximar em 2029 (espera-se que a força gravitacional da Terra altere o asteroide e sua trajetória de várias maneiras) e até mesmo “permita a previsão da orientação dele após o encontro de 2029”, segundo Goldstone. O principal objetivo da campanha de 2021 é "reduzir as incertezas sobre a órbita, estado de rotação e forma 3D" do objeto.

Este último sobrevoo é importante, mas a aproximação de 2029 será ainda mais. Cientistas e engenheiros já estão se planejando para esta rara oportunidade, incluindo missões potenciais para estacionar espaçonaves perto do asteroide e enviar sondas para a superfície. Aprenderemos muito sobre o Apophis e asteroides em geral com essas missões, mas também teremos uma noção melhor do risco representado pelo encontro de 2068.

Por enquanto, nos resta olhar para este objeto ameaçador à distância.

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Samsung e Mastercard fazem parceria para criar cartão com leitor de impressão digital

Posted: 05 Mar 2021 03:58 AM PST

Samsung e Mastercard anunciaram uma parceria para criar um cartão de crédito com um leitora de impressão digital integrada. Esses chamados “cartões biométricos” virão com “vários chips importantes” da parte da Samsung e, se tudo sair como o planejado, devem ser compatíveis com qualquer maquininha que aceite pagamentos com chip da Mastercard.

A Mastercard vem brincando com a ideia da biometria desde 2017, quando a empresa anunciou um programa piloto de um cartão biométrico semelhante, com autenticação de pagamentos feita colocando o polegar em um chip embutido no plástico. Se o número PIN de uma pessoa corresponder à impressão digital associada ao cartão, o pagamento seria efetuado.

A nova colaboração da Samsung, por sua vez, planeja acabar totalmente com as senhas. De acordo com o anúncio, tudo o que alguém precisa fazer para autenticar um pagamento é colocar o polegar em um dos chips embutidos no cartão. O plano é permitir "interações mais seguras com pontos de contato físicos reduzidos", dispensando a necessidade de sequer se incomodar em tocar em um teclado nojento.

Por um lado, usar esses sistemas significa que você está confiando na Mastercard para manter seus dados biométricos seguros. Considerando algumas das histórias de vazamento de dados biométricos nos últimos anos, pode ser difícil convencer alguns clientes. Mas, por outro lado, esses riscos de segurança podem valer a pena para quem deseja adotar uma forma de pagamento sem contato.

poucas evidências de que o contato com uma superfície — entre o dedo e o teclado de uma maquininha de cartão, por exemplo — tenha um papel importante na transmissão de Covid-19. Mesmo assim, muitas pessoas ficaram com medo de se contaminar e preferiram adotar métodos de pagamento sem contato, como o Apple Pay e o Google Pay. Nos EUA, alguns pesquisadores preveem que o valor total das transações desse tipo disparará de US$ 178 bilhões em 2020 para US$ 1,5 trilhão em 2024.

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A Samsung vai começar o lançamento "gradual" desses novos cartões biométricos na Coreia do Sul ainda este ano. Até o momento, não se sabe se eles chegarão a outros mercados.

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Truque antigo melhora a memória de longo prazo e altera o cérebro

Posted: 05 Mar 2021 02:00 AM PST

Imagine o caminho que você costuma fazer até o supermercado. Agora imagine os muitos marcos identificáveis ​​que existem entre sua casa e o estabelecimento — como um parque específico, uma placa de “pare” ou um posto de gasolina.

Pegue esses pontos de referência e associe-os a coisas que você está tentando lembrar, como os itens da sua lista de compras. Então, para o parque, vamos atribuir mostarda. Para o sinal de “pare”, adicionaremos ketchup e, para o posto de gasolina, usaremos picles. Uma vez no supermercado, você será capaz de relembrar esses itens simplesmente reimaginando sua viagem ao supermercado e os pontos de referência associados.

Esse mnemônico, chamado de "método de loci", existe há séculos e é surpreendentemente eficaz. Uma nova pesquisa publicada na Science Advances na quarta-feira (3) sugere que essa técnica é boa tanto para a memória de curto prazo quanto para a de longo prazo. Além do mais, o método dos loci reconfigura o cérebro e aprimora o armazenamento e a recuperação de memórias de longo prazo, de acordo com as novas descobertas. O estudo foi conduzido pela neurocientista Isabella Wagner, do Radboud University Medical Center, na Holanda.

"É tão eficaz que os atletas de memória, aqueles que treinam e têm memória superior, também os usam", explicou Jeni Pathman, professora assistente da York University em Toronto, por e-mail, referindo-se à técnica.

Esse método, que remonta à Grécia antiga, funciona bem porque nos permite usar lugares ou rotas bem conhecidas que servem como uma espécie de "andaime", como Wagner explicou em um e-mail. Isso nos permite incorporar informações novas — mas completamente não relacionadas — em uma “estrutura” que já conhecemos, disse ela.

"Além disso, definitivamente ajuda a formar associações incomuns, novas ou mesmo bizarras que chamam a atenção", disse Wagner. "A combinação de conhecimento prévio e novidade é muito poderosa para aumentar a memória."

O fato de o método de loci ser bom para a memória de curto prazo já é algo bem conhecido, mas seu efeito nas memórias de longo prazo é pouco compreendido, assim como o efeito dessa técnica no cérebro. Para descobrir, Wagner e seus colegas recrutaram 17 importantes atletas de memória — todos especialistas no método — e 50 não especialistas. Esses 50 indivíduos foram divididos em três grupos, um que passou por um rigoroso curso de treinamento de seis semanas no método, um grupo que recebeu treinamento de memória de trabalho (que permite o armazenamento temporário de informações) e um grupo que não recebeu nenhum treinamento.

"Queríamos ver se os novatos poderiam treinar o método de loci a tal ponto que alcançassem níveis de desempenho próximos aos verdadeiros campeões de memória, e também se seus processos cerebrais se tornariam semelhantes aos dos campeões com treinamento", explicou Wagner.

Todos os participantes foram submetidos a scanners de ressonância magnética funcional antes e depois do treinamento, que foi feito para avaliar o desempenho de sua memória e estudar a função cerebral.

Com escaneamentos cerebrais, os cientistas podem “indiretamente criar imagens da atividade dos neurônios no cérebro”, permitindo-lhes identificar regiões que estão “envolvidas durante o estudo de novas informações, durante a lembrança ou durante o repouso, o que é importante para estabilizar as informações no cérebro por um prazo mais longo", disse Wagner. "É também por isso que uma boa noite de sono ou um cochilo são muito importantes!"

Em termos da tarefa de memorização, os participantes foram convidados a decorar listas de palavras aleatórias. Em seguida, foram mostrados trios de palavras, ou seja, três palavras por vez, e os participantes foram questionados se as palavras foram apresentadas na mesma ordem ou em ordem diferente em relação à forma como apareceram durante o treinamento.

Quatro meses depois, os participantes realizaram o teste para ver se ainda eram capazes de lembrar algumas das palavras memorizadas das sessões de treinamento. O método do grupo loci recordou em média 50 palavras, o grupo da memória de trabalho recordou cerca de 30 palavras e o grupo não treinado recordou apenas 27 palavras em média.

"O desempenho ainda era notavelmente bom após quatro meses, mostrando que os participantes ainda eram capazes de utilizar com sucesso o método de loci para melhorar sua memória", disse Wagner. "Isso não nos surpreendeu muito, pois já esperávamos que o treinamento tivesse um efeito duradouro."

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A análise das imagens cerebrais mostrou diminuição da atividade nos córtices pré-frontal lateral, parahipocampal posterior e retroesplenial — áreas associadas à ativação baseada em tarefas. Por "ativação baseada em tarefas", os cientistas estão se referindo aos processos cerebrais que aconteceram durante o estudo e a lembrança de listas de palavras aleatórias. Isso foi observado tanto em atletas de memória quanto em não especialistas que receberam treinamento.

"Descobrimos que o treinamento levou à diminuição da ativação do cérebro em regiões que normalmente estão envolvidas no processamento da memória (espacial) e que são importantes para a memória de longo prazo", explicou Wagner. "Isso foi um tanto surpreendente para nós, já que um melhor desempenho está normalmente associado a um maior envolvimento de diferentes regiões do cérebro. O que vimos aqui é o oposto: o treinamento diminuiu a atividade nessas regiões, de modo que a ativação cerebral mais baixa leva a uma memória melhor."

Isso pode ser interpretado como "eficiência neural", disse ela, já que menos recursos podem ser necessários para alcançar um desempenho aprimorado.

Ao mesmo tempo, o treinamento resultou no aumento das conexões neurais entre o hipocampo e o córtex. Isso ajuda no armazenamento de memórias de longo prazo, o que poderia explicar por que a memória dos participantes era tão boa quatro meses depois.

"Este estudo é importante porque não apenas mostrou que pessoas comuns podem praticar o uso dessa técnica para criar memórias duradouras, mas também mostrou como ela pode afetar seus cérebros", Jeni Pathman, professora assistente da York University em Toronto, disse em um e-mail. "Aqueles que estavam no grupo de treinamento de memória mostraram atividade no cérebro durante o aprendizado e a lembrança que era mais semelhante aos atletas de memória."

A única ressalva de Pathman foi o tamanho relativamente pequeno da amostra, que ela disse ser “compreensível, dada a natureza deste trabalho”. Em termos de trabalho futuro necessário, Pathman disse que seria "importante estender este estudo sobre a criação de memórias duradouras para outras faixas etárias ou para grupos que podem ter mais problemas com a memória", pois eles podem ser capazes de se beneficiar também.

Bom ponto.

De fato, o método de loci pode ser útil para pessoas com declínio cognitivo relacionado à idade, mas pesquisas futuras terão que descobrir isso. Por enquanto, podemos aproveitar essas novas descobertas enquanto vamos ao parque, paramos e colocamos gasolina no caminho até o supermercado.

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