domingo, 7 de março de 2021

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Procon-SP pode multar Apple em R$ 10,2 milhões por iPhones sem carregador na caixa

Posted: 06 Mar 2021 12:04 PM PST

Imagem: Omid Armin/Unsplash

Já se passaram alguns meses desde o lançamento da linha iPhone 12 – e com ela o fim do fornecimento gratuito de adaptadores de tomada na caixa dos produtos. O Procon-SP aqui no Brasil agiu, e agora indica que aplicará uma multa milionária se a companhia se recusar a oferecer o carregador aos consumidores que comprarem um novo iPhone.

Tudo começou com o lançamento dos iPhones 12 mini, 12, 12 Pro e 12 Pro Max no final do ano passado. Prontamente, o Procon-SP se manifestou dizendo que a companhia deveria incluir o acessório na embalagem dos smartphones. O órgão de defesa do consumidor não tem o poder de exigir isso da Apple (nem de qualquer outra empresa), apenas sugerir a adição do item. Pois bem, o Procon pediu, mas a companhia negou no final de 2020. E negou de novo recentemente.

Mas no que diz respeito a multas, a coisa muda de figura. Em comunicado enviado ao Tecnoblog, o Procon diz que participou de uma reunião com representantes da Apple no último dia 2 de março, quando "se recusaram, novamente, a oferecer o carregador ao consumidor que adquirir um novo iPhone". "O caso está na diretoria de fiscalização para análise e, caso seja verificada a infração ao direito do consumidor, a empresa pode ser multada em até R$ 10,2 milhões, valor calculado sobre o faturamento da empresa", completou a entidade.

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A Apple Brasil, por sua vez, afirmou que recebeu uma notificação em outubro do ano passado, quando já havia anunciado os novos dispositivos, mas ainda não tinha lançado nenhum dos modelos do Brasil. No entanto, a empresa diz que não recebeu mais nenhum retorno sobre o assunto, dando a entender que a situação havia sido encerrada.

Na prática, não foi isso o que aconteceu. Usuários que compraram alguns modelos de iPhone a partir de outubro de 2020 procuraram o Procon para contestar a falta do carregador na caixa. Todos os consumidores receberam um prazo inicial de 15 dias para análise da queixa, mas a Apple não respondeu. Depois, o registro foi convertido em processo administrativo, com prazo de 120 dias para resolução.

Um dos clientes chegou a receber uma carta do escritório de advocacia que representa a Apple, sob a alegação de que a remoção do aparador de energia da caixa dos iPhones se enquadra como uma das metas da empresa para diminuir a quantidade de lixo eletrônico produzida na cadeia de suprimentos da Apple até 2030. Essa, inclusive, foi a justificativa usada pela companhia quando confirmou o fim da distribuição gratuita do carregador na caixa. É também a mesma explicação que outras empresas, entre elas a Samsung, estão usando para não incluir o acessório na embalagem de novos smartphones.

Na prática, essa ausência não quebra nenhuma lei voltada para o direito do consumidor, uma vez que, na própria caixa do produto, vem especificado o que vem dentro. Logo, o cliente sabe exatamente o que está comprando. Até então, a justiça parece concordar com a Apple.

[Tecnoblog]

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Uma rádio fantasma transmitiu o mesmo sinal por oito anos e ninguém percebeu

Posted: 06 Mar 2021 09:36 AM PST

Karen Ducey (Getty Images)

Essa poderia ser uma notícia que você normalmente veria em um programa de TV pós-apocalíptico de zumbis. Só que, em vez de uma mensagem de rádio misteriosa atraindo Rick e sua gangue para um grupo de canibais, como aconteceu na série The Walking Dead, trata-se de um aviso de fechamento de estrada da segunda posse presidencial de Barack Obama, em 2013.

De acordo com o The Drive, uma estação de rádio AM em Washington, D.C. transmitia a mesma mensagem nos últimos oito anos e, aparentemente, ninguém percebeu.

A mensagem na frequência 1650 AM foi apontada recentemente por Matt Blaze, pesquisador de segurança integrante do corpo de ciência da computação e direito na Universidade de Georgetown, que, brincando, postou: “Eu imagino que essa seria a última coisa que nos restaria depois da Terceira Guerra Mundial".

Segundo Blaze, o sinal era muito fraco e possivelmente era transmitido de dentro de uma garagem ou de uma antena quebrada. A estática ruim dificultou o entendimento da mensagem, mas ele conseguiu distinguir uma voz dizendo às pessoas para “evitarem a ponte da 14th Street". A teoria mais provável é que alguém se esqueceu de desligar o interruptor do local de transmissão. Pelo menos foi isso o que Bill Curry, chefe de segurança de comunicações do Gerenciamento de Emergências de Segurança Interna em Washington, D.C., disse ao The Drive.

Curry também teorizou que o sinal poderia ter sido transmitido em várias estações temporárias, mas todas elas deveriam ter sido desativadas há muito tempo. Mesmo assim, o sinal poderia continuar sendo enviado se o equipamento do transmissor fosse colocado em um trailer movido a energia solar – um tipo de energia comumente usado nessa categoria de veículo, principalmente se o trailer precisar ir até algum lugar sem precisar de uma fonte fixa de energia.

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O sinal foi detectado por Curry e sua equipe pouco tempo antes de ser completamente desativado em 3 de março. Contudo, o pesquisador da Universidade de Georgetown salvou a gravação na íntegra – você pode ouvi-la clicando neste link.

Ninguém, exceto o Gerenciamento de Emergências de Segurança Interna, sabe exatamente onde o sinal era transmitido todos esses anos. Blaze especulou que poderia estar em algum lugar no extremo nordeste de D.C., mas é provável que nunca saberemos por motivos de segurança.

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Twitter está testando recurso para desfazer envio de tweets

Posted: 06 Mar 2021 07:44 AM PST

Imagem: Matt Rourke (AP)

Muita gente choramingou, reclamou e suplicou por uma função para editar tweets. Talvez ela não chegue exatamente como alguns usuários desejam, mas nem por isso o microblog deixou de ouvir seus utilizadores. Tanto é que um recurso similar pode estar a caminho – e promete ser ainda melhor do que a possibilidade de simplesmente modificar postagens.

De acordo com o 9to5Mac, a função em si não vai permitir editar tweets, mas sim removê-los antes de serem publicados no perfil do usuário. A novidade foi descoberta por Jane Manchun Wong, especialista em engenharia reversa e mineradora de dados.

Ao escrever uma mensagem e clicar no botão de enviar (seja intencionalmente ou por engano), o Twitter pode começar a exibir um temporizador para desfazer o envio. Mas isso deverá exigir bastante agilidade dos usuários, já que essa opção duraria apenas cinco segundos após a mensagem ser tweetada. Viu só? Não é um botão de edição, mas já ajudaria em situações específicas, como quando você escreve uma frase com um erro gramatical ou enviou uma resposta para a pessoa errada, por exemplo.

Não está claro quando o recurso de desfazer tweet será implementado ou se é apenas o teste de uma alternativa que pode nunca chegar aos usuários. No entanto, o Twitter é uma das redes sociais que mais tem apostado em mudanças constantes para aprimorar a experiência de uso na plataforma. Além disso, seria um recurso diferente do que a companhia vem fazendo nos últimos meses, uma vez que praticamente todas as novas funções são cópias de outros serviços, como o lançamento dos Fleets e mais recentemente do Spaces.

O botão de edição tem sido um dos recursos mais solicitados do Twitter, mas o CEO Jack Dorsey disse no ano passado que quase certamente nunca será implementado porque não é a mesma coisa do que deletar uma mensagem inteira. A diferença aqui é que o risco de tweetar algo controverso (e até perigoso) pode ser um pouco maior do que enviar mensagens de texto que poderiam ser editadas depois, principalmente dependendo de quantas pessoas leem aquele conteúdo. Existem outras desvantagens óbvias em um recurso de edição: um usuário mal intencionado poderia induzir ou responder outras pessoas e, ao alterar o tweet original, poderia mudar o contexto das demais respostas.

"Começamos como um serviço de SMS. E como todos vocês sabem, quando você envia uma mensagem de texto, você realmente não pode voltar atrás. Queremos preservar esse conceito, então provavelmente nunca teremos um botão para editar tweets", declarou Dorsey em um vídeo do YouTube ao discutir as perspectivas desse tipo de recurso.

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A misteriosa trajetória do crânio de 5.300 anos encontrado em uma caverna na Itália

Posted: 06 Mar 2021 05:31 AM PST

Visão anterior do crânio: ossos faciais nas vistas frontal (a). Imagem: Belcastro et al, 2021, PLOS ONE

Os arqueólogos podem ter finalmente descoberto como um crânio sem mandíbula de 5.300 anos acabou em uma profunda caverna no norte da Itália. Descoberto em 2015, durante um trabalho exploratório em uma caverna de gesso natural, foi encontrado próximo ao topo de um poço vertical, aproximadamente 12 metros abaixo de um complexo de cavernas sinuosas e 26 metros abaixo do nível do solo.

O fato de um crânio ser encontrado em um local tão estranho e isolado foi uma surpresa completa, para dizer o mínimo. Nenhum outro resto humano ou evidências arqueológicas foram encontrados nas imediações. O local que o crânio foi retirado só pode ser acessado com equipamento especial de escalada, então os povos antigos não poderiam ter alcançado facilmente.

Em 2017, os arqueólogos voltaram à caverna, conhecida como Marcel Loubens, para documentar e recuperar o crânio. Assim, uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira (03) na PLOS One, fornece uma análise detalhada do fóssil, junto com uma possível explicação de como ele acabou em um local tão inacreditável. A documentação foi liderada pela arqueóloga Maria Giovanna Belcastro, da Universidade de Bolonha, na Itália.

A localização do crânio, visto que foi encontrado dentro de uma caverna italiana. Imagem : Belcastro et al, 2021, PLOS ONE.

Como os autores especulam, o crânio provavelmente foi transportado para a plataforma por uma série de processos geológicos naturais, incluindo a abertura de ralos, deslizamentos de terra e água corrente. O fóssil de 5.300 anos, ao que parece, viajou por este sistema de cavernas por conta própria. Para o estudo, os pesquisadores estavam "focados em investigar as circunstâncias que envolveram a morte desse indivíduo, uma vez que o crânio apresenta sinais de algumas lesões que parecem ser resultados de manipulação [pós-morte], provavelmente realizada para remover tecidos moles".

Na verdade, o crânio Marcel Loubens (ou MLC), como está sendo chamado, tem alguns arranhões e marcas de corte que são consistentes com a remoção da carne, o que provavelmente foi feito como parte de um ritual de morte, de acordo com os autores. Parece bizarro, mas a eliminação de indivíduos falecidos era uma prática pré-histórica relativamente comum (mesmo entre os Neandertais), tanto nesta parte do mundo quanto em outros lugares.

Como explicou a antropóloga Alessia Zielo, da Universidade de Pádua em um artigo de 2018, havia algumas razões muito boas para a prática:

Nas culturas do passado, a cabeça era considerada a sede da alma, que continha a força vital e que possuía qualidades extraordinárias. Foi também o símbolo profundo de um poder intimamente ligado aos conceitos de vida, morte e fertilidade. Além disso, após a morte, a manipulação dos crânios mostrou que os restos mortais do falecido continuaram a desempenhar um papel importante na vida da comunidade à qual [eles] pertenciam.

O fato de o crânio ter sido encontrado em uma caverna, no entanto, não é uma surpresa. O uso desses espaços como "cavidades naturais", nas palavras dos pesquisadores, era comum durante a primeira metade do terceiro milênio a.C, como evidenciado por descobertas arqueológicas anteriores. Pessoas falecidas eram trazidas para dentro dessas cavernas e colocadas para descansar, o que provavelmente é a situação que ocorreu com o dono do crânio. Na verdade, a sua datação por radiocarbono ficou entre 3630 e 3380 a.C, colocando-o dentro deste período de tempo, conhecido como Eneolítico da Itália, ou como Idade do Cobre.

Para uma contextualização geográfica, Ötzi, o Homem de Gelo – aquela múmia encontrada incrustada no gelo – viveu em algum ponto entre 3400 e 3100 a.C. Ele morreu nos Alpes de Ötztal, na fronteira entre a Áustria e a Itália, e aproximadamente 345 km ao norte da caverna Marcel Loubens.

Aliás, voltando ao crânio encontrado: ele ainda tinha vários dentes presos em sua arcada dentária, que estava em excelente condição, permitindo uma análise mais aprofundada. Deste modo, Belcastro e seus colegas usaram microscópios e um tomógrafo para estudar o fóssil, além de analisar uma réplica 3D detalhada.

Visão múltipla do crânio. Imagem : Belcastro et al, 2021, PLOS ONE.

Medidas detalhadas do crânio foram cruzadas com um banco de dados forense, sugerindo que pertencia a uma mulher que morreu entre as idades de 24 e 35 anos. As lesões provavelmente aconteceram após a morte, já que nenhum sinal de cura foi detectado. Um pouco de ocre também foi detectado, o que pode ter algo a ver com o ritual funerário.

Outras evidências sugerem que essa mulher não era particularmente saudável. Ela sofria de anemia crônica, como deficiência de ferro ou vitamina B. Ela provavelmente suportou estresse metabólico prolongado quando criança e parece ter um distúrbio endócrino, como revelou uma análise odontológica. Na verdade, a mudança para estilos de vida neolíticos não foi só diversão e jogos. Novas dietas (baseadas na agricultura), hábitos de vida e arranjos de vida mais densos resultaram na diminuição da saúde e aumento da exposição a condições anti-higiênicas, patógenos e parasitas, de acordo com o jornal.

Ao conduzir uma revisão geológica do sistema de cavernas e ao estudar o crânio, os cientistas desenvolveram uma explicação plausível para a estranha localização do crânio: logo depois que a mulher foi colocada para descansar, seu crânio se soltou e rolou. Água e lama começaram a correr pela caverna, transportando o crânio ainda mais para baixo, através da encosta de um sumidouro e para dentro de uma caverna mais profunda. A atividade contínua de um sumidouro esculpiu a caverna em sua forma atual, pousando o crânio em seu estranho local de descanso.

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Um adendo importante: a caverna Marcel Loubens, está situada dentro de uma depressão na região conhecida localmente como "Dolina dell’Inferno", que se traduz literalmente como "Poço do Inferno". Acho que se pensarmos em tudo o que este crânio vivenciou ao longo dos anos, faz sentido ele estar onde foi encontrado, não é mesmo?

Provavelmente nunca saberemos a história exata de como ele acabou dentro do poço profundo da caverna, mas este estudo oferece algumas descobertas notáveis ​​com base em um único crânio encontrado completamente fora de um contexto arqueológico. Aliás, os arqueólogos, como mostra este artigo, são muito hábeis em trabalhar com muito pouco. De certa forma, é o que eles fazem.

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