segunda-feira, 15 de março de 2021

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Google enfrenta processo nos EUA por rastreamento de dados em navegação anônima

Posted: 15 Mar 2021 05:57 PM PDT

Foto: Leon Neal (Getty Images)

Um juiz distrital da Califórnia, nos EUA, declarou que o Google pode ser processado por coletar dados de usuários mesmo quando eles usam a navegação anônima em seus navegadores. O processo em questão é uma ação coletiva movida por três pessoas — Chasom Brown, Maria Nguyen e William Byatt — que usaram o recurso no Chrome e no Safari, o navegador da Apple, nos últimos anos. Eles afirmam que o Google rastreia e coleta o histórico de navegação do consumidor e outros dados de atividade na web "não importa quais proteções" sejam implementadas.

No caso Brown vs. Google, a proteção específica mencionada é o modo de navegação anônima do Chrome, com a alegação de que a companhia ainda consegue rastrear usuários nesta condição, usando Google Analytics, Google Ad Manager, o app do Google em dispositivos móveis e o botão de login do Google para websites.

As ferramentas Google Analytics e Ad Manager são ferramentas comuns de análise de tráfego e anúncios para sites que fornecem informações sobre seus visitantes, como dados demográficos e a frequência das visitas, o que ajuda no gerenciamento de campanhas. Inclusive, o processo alega que mais de 70% dos sites usam o Google Analytics.

"Por meio de seu negócio de rastreamento de dados difundido, o Google sabe quem são seus amigos, quais são seus hobbies, o que você gosta de comer, que filmes você assiste, onde e quando você gosta de fazer compras, quais são seus destinos de férias favoritos, qual é sua cor favorita e até mesmo as coisas mais íntimas e potencialmente embaraçosas sobre sua navegação na internet — independentemente de você seguir o conselho do Google de manter suas atividades ‘privadas’", afirmaram os advogados dos usuários.

Na sexta-feira (12), a juíza distrital Lucy Koh negou a moção do Google para rejeitar a ação coletiva. A empresa argumentou que o caso foi baseado em uma “má leitura intencional” de suas declarações sobre navegação privada e que usar tal recurso do Chrome não significa que eles são “invisíveis”. A empresa alegou que sua política de privacidade, com a qual os reclamantes consentiram, divulgava que dados de usuários eram coletados durante a navegação. Entretanto, Koh afirmou que o Google não havia demonstrado como os usuários que fizeram a reclamação consentiram com a coleta de dados no modo navegação privada.

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"Nem a Política de Privacidade nem qualquer outro meio de divulgação apontado pelo Google afirma que a empresa se envolve na suposta coleta de dados enquanto os usuários estão no modo navegação privada", escreveu Koh. "Ao contrário, as divulgações do Google apresentam a navegação privada como uma forma de os usuários gerenciarem sua privacidade e omitem o Google da lista de entidades para as quais a atividade de navegação privada de um usuário pode ser visível."

O Google também afirmou que os sites que os usuários visitaram lhe deram consentimento para receber dados sobre os indivíduos, incorporando o código de produtos como o Google Analytics e o Google Ad Manager. Koh mais uma vez derrubou o argumento. "O Google não demonstra que os sites consentiram, ou mesmo sabiam, da interceptação de suas comunicações com usuários que estavam no modo de navegação privada", disse Koh.

O Gizmodo entrou em contato com o Google para comentar, mas não recebeu resposta. Em uma resposta ao The Verge no sábado (13), a empresa disse que contestava as reivindicações do processo e acrescentou que se defenderia vigorosamente contra eles. Um porta-voz do Google, José Castañeda, disse ao site que o modo anônimo do Chrome dá aos usuários a opção de navegar na Internet sem que suas atividades sejam salvas em seus navegadores ou dispositivos. "Como declaramos, claramente cada vez que você abre uma nova guia anônima, os sites podem coletar informações sobre sua atividade de navegação durante a sessão", disse Castañeda.

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O caso é um bem interessante de acompanhar tendo em vista que o Google, assim como outros grandes gigantes da tecnologia, está sob crescente escrutínio por ser um grande coletor de dados. Embora o Google tenha anunciado que eliminará os cookies de rastreamento de terceiros no Chrome e não criará identificadores alternativos para rastrear pessoas, ele planeja criar ferramentas de “preservação da privacidade” para segmentação de anúncios. Essencialmente, ele ainda estará rastreando usuários usando dados agregados.

No entanto, esta nova ação coletiva afirma que "não importa o que" os usuários façam, a empresa poderá obter informações sobre eles por meio de seus vários produtos. Eles identificam o que todos nós já sabemos: o Google está em todas as partes da web, coletando dados silenciosamente sobre tudo o que você faz e onde quer que você vá. Agora, o sistema judicial terá que determinar se isso é realmente legal.

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Índia pretende criminalizar mineração, comércio e propriedade de criptomoedas

Posted: 15 Mar 2021 05:12 PM PDT

Imagem: Dmitry Demidko (Unsplash)

Uma proposta de lei na Índia quer tornar crime o ato de minerar, comercializar ou mesmo manter criptomoedas como a bitcoin no país, de acordo com uma nova reportagem da Reuters, citando um alto funcionário do governo. Estima-se que cerca de 8 milhões de pessoas na Índia possuam alguma forma de criptomoeda.

A mudança finalizaria uma proposta do governo de janeiro deste ano, que buscava criar uma moeda digital para a Índia, ao mesmo tempo que baniria quaisquer criptomoedas concorrentes, como bitcoin, ether e dogecoin. Contudo, mesmo que a proibição se torne lei, os investidores indianos podem ter um período de carência para regularizar sua situação.

A última versão preliminar da lei, que ainda não foi tornada pública, daria aos proprietários de criptomoedas na Índia seis meses para se livrarem de suas posses antes que quaisquer potenciais penalidades fossem impostas, conforme exposto pela Reuters, embora vários outros detalhes ainda não estejam claros. Por exemplo, não se sabe que tipo de penalidades serão aplicadas, embora a prisão não pareça estar fora de questão.

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Mesmo que o governo indiano tenha sido hostil às criptomoedas por algum tempo, recentemente houve um certo otimismo na comunidade bitcoin de que a Índia poderia considerar algo como um imposto, em vez de uma proibição total.

O Central Economic Intelligence Bureau (CEIB) da Índia cogitou um imposto potencial de 18% sobre todas as transações de criptomoeda em dezembro. Esse tipo de imposto pesado renderia cerca de US$ 1 bilhão por ano, mas agora parece que o governo fará uma ação muito mais dura.

O primeiro-ministro Narendra Modi provavelmente tem os votos para fazer a lei ser aprovada, segundo avaliação da Reuters, embora não esteja claro qual versão da norma acabará sendo imposta. A bitcoin estava sendo negociada por cerca de US$ 57.800 na manhã desta segunda-feira (15), de acordo com a CoinDesk, bem abaixo do recorde de mais de US$ 61.500 no sábado. A ethereum está em cerca de US$ 1.790, e a dogecoin, em US$ 0,056.

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Nova ferramenta detecta deepfakes com 94% de eficácia ao analisar os olhos das pessoas

Posted: 15 Mar 2021 03:40 PM PDT

Você certamente já deve ter se deparado com algum vídeo ou imagem dos chamados deepfakes — quando alguém, usando ferramentas de inteligência artificial, consegue usar o rosto de outra pessoa tão perfeitamente que fica quase impossível distinguir o falso do real. Mas uma nova plataforma, também baseada em IA, pode ajudar a desmascarar a técnica, e isso por meio da luz refletida nos olhos do usuário.

A técnica foi criada por pesquisadores da Universidade de Buffalo, nos EUA, e é relativamente simples quando comparada a outros métodos de detecção. Eles descobriram que, em fotos reais de pessoas, os reflexos nas córneas tendem a ser idênticos quando são expostos à luz. Só que, em fotografias falsas, os mesmos reflexos apresentam padrões muito diferentes porque, ao contrário dos olhos humanos, o reflexo sintético gerado pelos deepfakes não costumam ter o mesmo efeito espelhado. No lugar, aparecem inconsistências, como formas geométricas.

O sistema de inteligência artificial busca essas diferenças ao mapear o rosto e analisar a luz refletida em cada globo ocular. Feito isso, o mecanismo gera uma pontuação que funciona como uma métrica de similaridade; quanto menor for essa pontuação, maior a probabilidade de o rosto analisado ser um deepfake.

Os testes foram feitos usando imagens retiradas do site This Person Does Not Exist, um repositório que gera fotos aleatórias de pessoas que simplesmente não existem. De acordo com um artigo relatado pelo The Next Web, a tecnologia apresentou uma eficácia de 94% na hora de apontar rostos falsos.

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No entanto, há algumas limitações: a principal delas é que, nos testes atuais, a fórmula só deu certo em imagens no estilo retrato, quando o fundo da foto fica desfocado. Os pesquisadores afirmam que, nesse cenário, são menores as chances de reflexos visíveis serem encontrados nos olhos das pessoas. As inconsistências nesses padrões podem ser corrigidas com pós-processamento manual, desde que ambos os olhos estejam visíveis na imagem e que eles estejam olhando diretamente para a câmera.

O trabalho da equipe de pesquisadores será aprimorar esse sistema para detectar de forma eficaz os programas mais sofisticados de deepfakes.

[The Next Web, Business Insider]

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Facebook intensifica combate a grupos que propagam falsas notícias sobre vacinação

Posted: 15 Mar 2021 02:44 PM PDT

Redes sociais Facebook. Imagem: Brett Jordan (Unsplash)

O Facebook está conduzindo um vasto estudo sobre a divulgação de conteúdos relacionados a vacinas publicados na rede social. Segundo o jornal Washington Post, o objetivo da empresa é sondar as principais dúvidas dos usuários e ensinar softwares de inteligência artificial a identificar como milhões de pessoas lidam com essas informações. Além disso, o Facebook quer entender como notícias falsas têm se espalhado e podem contribuir para a queda nas taxas de vacinação.

Um informante disse ao jornal que "a pesquisa é uma tentativa em grande escala de compreender a disseminação de ideias que contribuem para a hesitação da vacina, ou o ato de atrasar ou recusar a vacinação apesar de sua disponibilidade, nas redes sociais". Para tal, a empresa uniu seus cientistas de dados com especialistas em saúde pública para combater a hesitação vacinal nos Estados Unidos, país onde o relatório está sendo conduzido.

Desde dezembro, o Facebook vem banindo postagens falsas e enganosas sobre as vacinas contra covid-19, mas essa ação não tem sido aplicada de maneira ampla em toda a plataforma. Nos comentários, por exemplo, ainda é possível encontrar usuários com dúvidas ou acusações danosas sobre efeitos colaterais desses imunizantes. É aí que os algoritmos da rede social pretendem agir ao coletar dados que ajudem a tornar o debate sobre as vacinas mais saudável.

Os resultados preliminares do estudo apontam que há um número pequeno de grupos disseminadores de conteúdos perigosos, mas que eles acabam criando um efeito dominó no Facebook: um único comentário é suficiente para ecoar em várias outras páginas. Ao todo, cerca de três milhões de usuários estariam espalhados por essas comunidades. O Facebook também dividiu os usuários, grupos e páginas do site em 638 segmentos, para então explorar quais deles mostram mais resistência às vacinas.

Embora não tenha especificado quais os critérios usados para fazer essa divisão, a fonte disse ao Washington Post que, desses 638 segmentos, somente 10 eram responsáveis pela metade de todo o conteúdo crítico às vacinas. Diminuindo ainda mais o escopo, dentro do segmento da população com maior hesitação, apenas 111 usuários contribuíram com 50% das postagens.

Além disso, o Facebook descobriu uma correlação entre as comunidades que pregam desinformação sobre vacinas com os grupos de teorias da conspiração QAnon. Segundo o jornal, desde que Donald Trump deixou a presidência, grupos QAnon concentraram seus esforços a atacar as vacinas contra o novo coronavírus.

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Segundo um estudo da PBS NewsHour em conjunto com a Marist e NPR, a vacinação está em ritmo acelerado nos EUA, mas quase 30% dos americanos — e metade de todos os homens que se denominam republicanos — dizem que não pretendem se vacinar. No final de janeiro, um outro relatório da Associated Press com a NORC verificou que os principais motivos de preocupação dos americanos com as vacinas eram o medo dos efeitos colaterais, a falta de confiança e o desejo de esperar para receber as doses meses após serem disponibilizadas.

[The Washigton Post]

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Microsoft diz que também vai atualizar o Edge mensalmente para acompanhar o Chrome

Posted: 15 Mar 2021 01:39 PM PDT

Seguindo os passos do Google, a Microsoft vai acelerar o cronograma de lançamentos de seu navegador Edge e fará atualizações a cada quatro semanas, em vez de seis semanas, anunciou a empresa na sexta-feira (12).

Se você teve um déjà vu ao ler isso, deve ser porque o Google fez um anúncio semelhante na semana passada, no qual afirmava que vai acelerar o ciclo de lançamento do Chrome para — isso mesmo — a cada quatro semanas em vez de seis semanas a partir do terceiro trimestre de 2021.

"Como colaboradores do projeto Chromium, estamos ansiosos para o novo ciclo de lançamento principal de quatro semanas que o Google anunciou para ajudar a entregar essa inovação aos nossos clientes ainda mais rápido", disse a Microsoft em uma publicação em seu blog.

Dessa forma, os usuários do Edge terão acesso mais rápido aos novos recursos e patches de segurança da Microsoft. Desde 2020, o Edge foi reconstruído no projeto de navegador de código aberto do Google, o Chromium, e, portanto, combinar seu cronograma de lançamento com o do Chrome torna mais fácil manter os dois navegadores sincronizados.

O novo cronograma entrará em vigor com o Edge 94, que está programado para lançamento em setembro. Também seguindo o exemplo do Google, a Microsoft está oferecendo a seus clientes corporativos a opção de um ciclo de lançamentos mais longo e gerenciável, que se traduz em um lançamento a cada oito semanas junto com atualizações de segurança quinzenais para "as correções mais importantes". No entanto, o ciclo de quatro semanas será o padrão, de acordo com a companhia.

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Conforme aponta o Verge, outro navegador popular, o Brave, que também é baseado no Chromium, está se ajustando para se adequar ao novo ciclo de quatro semanas.

A Microsoft parece ter tomado a decisão certa se o objetivo é oferecer uma experiência online mais agradável. Colaborar com o Google parece funcionar muito melhor para o Edge do que tentar brigar de igual para igual com o Chrome, considerando o que isso causou ao seu predecessor, o criticado e muitas vezes ridicularizado Internet Explorer.

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O coronavírus não mudou quase nada quando saiu dos morcegos para os humanos

Posted: 15 Mar 2021 12:35 PM PDT

Sabemos que a Covid-19 é uma doença zoonótica — ou seja, ela é transmitida aos humanos por animais –, mas ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre o vírus que já causou a morte de 2,65 milhões de pessoas no mundo. Em meio ao surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2, um estudo tentou entender as origens do vírus e como ele chegou até nós.

Os resultados mostram que desde dezembro de 2019 e durante os primeiros 11 meses da pandemia, o vírus sofreu poucas alterações genéticas importantes. O artigo, publicado na PLOS Biology, analisou os sequenciamentos de centenas de milhares de genomas do SARS-CoV-2. Participaram do estudo pesquisadores do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Bélgica.

Oscar MacLean, principal autor do artigo, ressalta que "isso não significa que nenhuma mudança ocorreu", já que, assim como em outros vírus, "mutações sem importância evolutiva se acumulam e 'surfam' ao longo dos milhões de eventos de transmissão". Uma alteração preocupante, por exemplo, é na proteína spike, que pode tornar a doença mais transmissível, conforme observamos com as novas variantes identificadas no Reino Unido e em Manaus.

Apesar desse maior índice de transmissibilidade ter gerado preocupação mais recentemente, a pesquisa mostra que essa tem sido uma característica notável do coronavírus desde o início. Sergei Ponde, coautor do estudo, explica que "geralmente, vírus que infectam uma nova espécie de hospedeiro levam algum tempo para adquirirem as adaptações necessárias para conseguirem se propagar tanto quanto o SARS-CoV-2, sendo que muitos deles não sobrevivem a esse processo, resultando em contaminações temporárias ou surtos localizados".

A análise dos processos de mutação revelou que a maioria das alterações significativas, que permitiram que o vírus "pulasse" mais facilmente de um hospedeiro a outro, ocorreu antes de ele começar a infectar humanos e outros mamíferos. Os cientistas acreditam que essas características provavelmente evoluíram quando a doença se limitava aos morcegos.

Em uma das amostras do vírus RmYN02, encontrada em morcegos, os pesquisadores identificaram uma estrutura genômica composta tanto pelo SARS-CoV-2 como por segmentos de vírus de morcegos, reforçando a teoria sobre o ritmo evolutivo da doença, que não precisou de uma outra espécie animal intermediária para infectar humanos.

Apesar de não apresentar alterações significativas durante o primeiro ano de contato com humanos, o processo evolutivo do vírus foi acelerado no final do ano passado, tornando-o ainda mais transmissível. Os pesquisadores explicam que isso ocorreu porque o perfil imunológico das pessoas também mudou.

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Durante 2020, o número de casos de Covid-19 rapidamente atingiu a casa dos milhões, o que significa que, após um ano de pandemia, o vírus estava entrando em contato com um número cada vez maior de pessoas que já haviam sido infectadas antes e, portanto, tinham um sistema imunológico mais preparado para combater a doença. Assim, por meio do processo de seleção natural, as variantes capazes de driblar esses mecanismos de defesa começaram a emergir.

Outro fator que contribuiu para isso foram as vítimas de Covid-19 com sistema imunológico comprometido, que, ao serem infectadas, ofereceram um ambiente propício para que o vírus sofresse mutações importantes.

O estudo recente é mais um alerta sobre a importância de vacinar toda a população mundial o quanto antes. Afinal, quanto maior o número de hospedeiros disponíveis, maiores serão as oportunidades de o vírus mutar para driblar até mesmo a proteção oferecida pelas vacinas atuais. Conforme aponta David Robertson, do Centro de Pesquisa sobre Vírus da Universidade de Glasgow e um dos principais autores do estudo, em comunicado, "a primeira corrida foi desenvolver uma vacina. A corrida agora é vacinar toda a população mundial o mais rápido possível".

[EurekAlert]

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Como os cientistas definem a eficácia de uma vacina

Posted: 15 Mar 2021 12:06 PM PDT

Imagem: Hakan Nural (Unsplash)

Com as primeiras vacinas contra covid-19 sendo aplicadas em mais e mais brasileiros, muito tem sido falado sobre a eficácia desses imunizantes. São tantas porcentagens que pode rolar uma certa confusão no entendimento: ué, se uma vacina tem 50% de eficácia global, por exemplo, por que então ela pode ter um percentual menor ou maior quando se tratam de casos leves ou graves?

A matemática para compreender esses números é mais simples do que parece, mas desde já é importante salientar o seguinte: todas as vacinas, independentemente da porcentagem que cada uma atinge, oferecem níveis aceitáveis de proteção. É verdade que umas protegem mais do que outras, porém todas alcançam o mesmo objetivo, que é o de imunizar as pessoas contra o novo coronavírus e outras doenças infecciosas.

Também é fundamental diferenciar eficácia de efetividade. Mas vamos por partes. Para me ajudar a esclarecer essa e outras dúvidas, eu conversei com Denise Garrett, infectologista, ex-integrante do Centro de Controle de Doenças do Departamento de Saúde dos EUA e atual vice-presidenta do Sabin Vaccine Institute (Washington); Luiz Gustavo Almeida, microbiologista da Universidade de São Paulo e do Instituto Questão de Ciência; e Marco Aurélio Sáfadi, diretor do Departamento de Pediatria e presidente do Departamento de Infectologia Pediátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Os testes

O desenvolvimento de uma vacina engloba dezenas de testes divididos em muitas fases. Contudo, podemos delimitar os experimentos em duas etapas, sendo a primeira feita exclusivamente em testes pré-clínicos animais e a segunda, que se divide em outras quatro fases, em seres humanos. O processo é basicamente o mesmo em todas elas: um grupo toma a formulação do imunizante e o outro uma solução placebo, que nada mais é do que uma substância neutra sem efeito algum no organismo.

A primeira fase é composta por testes em animais. Eles tomam a vacina ou o placebo e, após um período médio de um mês, é checado se foi gerada uma resposta imune. Nesse momento, os animais também são expostos de propósito ao vírus, algo que dificilmente é realizado com seres humanos por ética e medidas de segurança. O Reino Unido até aprovou um experimento que realizaria esse tipo de procedimento em humanos, mas aparentemente a ideia não foi tocada adiante.

Caso a vacina testada nos animais apresente resultados satisfatórios de proteção contra a doença, ela passa a ser testada em humanos. É aí que os cientistas começam a observar o comportamento das vacinas em quatro fases distintas.

Imagem: Steven Cornfield (Unsplash)

Imagem: Steven Cornfield (Unsplash)

Na Fase 1, com algumas dezenas de voluntários, o objetivo é verificar se a vacina é segura, o que significa que o esperado é que ninguém tenha efeitos adversos graves nem fique doente. Se tudo correr bem, começa a Fase 2, em que um grupo maior de pessoas, recebe as doses da vacina e do placebo. Nesta fase, a segurança ainda é importante, mas o objeto de estudo é medir se a vacina é capaz de gerar uma resposta imune – do mesmo jeito que acontece nos testes pré-clínicos com animais.

Vale lembrar que nenhum dos voluntários humanos, em todas as fases de testes, tiveram contato prévio com o vírus ou bactéria específicos.

A taxa de eficácia de uma vacina só pode ser calculada a partir da Fase 3, que é a última etapa que envolve testes clínicos realizados com milhares de voluntários humanos. É também na Fase 3 que os cientistas medem se a vacina protege por um longo período de tempo, uma vez que as pessoas são expostas naturalmente ao vírus no dia a dia, e não em testes fechados propositalmente dentro de um laboratório. Nesse momento em específico é que os cientistas observam o número de novos casos da doença no grupo placebo e no grupo vacinado.

Por conta do fator imunizante, o esperado é que o grupo que recebeu a vacina registre menos casos quando comparado ao grupo do placebo. Isso, no entanto, não exclui por completo o surgimento de efeitos colaterais – os chamados "eventos" -, que costumam aparecer principalmente nas pessoas que tomaram o placebo, mas não é exclusivo em um único grupo. Os sintomas mais comuns costumam ser febre, dor de cabeça e fadiga.

"Cada pessoa é um universo diferente, então é absolutamente normal que algumas pessoas possam apresentar efeitos colaterais [às vacinas]", diz Luiz Gustavo Almeida, microbiologista da USP e do Instituto Questão de Ciência, em entrevista ao Gizmodo Brasil.

Há ainda a Fase 4. Nesta última etapa, os cientistas observam o nível de proteção após um longo período desde a aplicação da primeira dose da vacina. As primeiras vacinas contra Covid-19, por exemplo, começaram a ser testadas em humanos há pouco menos de um ano, e a boa notícia é que elas ainda apresentam resposta imune altíssima. Além disso, é logo no início da Fase 4 que começa a vacinação em massa na população em geral.

Eficácia x Efetividade

A eficácia é um fator medido em um ambiente controlado e com um número de pessoas pré-determinado. Logo, quando uma vacina alcança uma determinada eficácia, isso quer dizer que ela produziu o efeito esperado pelos cientistas dentro de um teste clínico laboratorial. O cálculo da taxa de eficácia varia entre as empresas farmacêuticas responsáveis pela fabricação dos imunizantes. A Pfizer, por exemplo, determinou a eficácia de sua vacina contra Covid-19 quando registrou 170 eventos; a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, estipulou a eficácia quando 61 pessoas ficaram doentes.

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Quando se diz que uma vacina apresenta 95% de eficácia, como é o caso do imunizante da Pfizer/BioNtech contra Covid-19, significa que 95 a cada 100 pessoas vacinadas ficam protegidas contra a doença. A CoronaVac, por sua vez, tem 50,38% de eficácia, ou seja, protege 50 a cada 100 pessoas de contrair o novo coronavírus. Obviamente, quanto maior for a eficácia, melhor, já que menos pessoas precisariam ser vacinadas para conter o surto de covid-19. Contudo, vacinas de eficácia menor não devem ser descartadas.

É aí que entram as porcentagens de pesquisas secundárias que estudam a eficácia das vacinas contra as formas leve, moderada e grave de uma determinada doença, além da capacidade de infecção. "A eficácia pode ser medida de várias formas, mas a maneira mais comum usada em todos os estudos clínicos mede a eficácia na prevenção de casos sintomáticos. Tirando isso, outras eficácias podem ser comprovadas a partir de desfechos secundários, como prevenir transmissão, casos graves ou internações", afirma Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, em Washington, em entrevista ao Gizmodo Brasil.

A maior prova disso vem da própria CoronaVac: enquanto a eficácia global é de 50,38%, o imunizante do Instituto Butantan alcançou 78% de eficácia contra casos leves e 100% contra casos moderados e graves. Ou seja: de 100 pessoas que tomaram a vacina, nenhuma desenvolveu a forma grave da doença. Elas podem sim ter pego a doença, mas nenhuma precisou de hospitalização, apresentando apenas os efeitos adversos esperados, como febre e fadiga.

Todos esses números se referem aos testes clínicos dentro de laboratório e mediram a eficácia das vacinas. O que os cientistas estão observando agora na Fase 4, justamente quando órgãos de saúde aprovaram as soluções imunizantes para serem aplicadas na população, é sua efetividade. A diferença é essa: a eficácia é analisada em um ambiente ou em um grupo controlado e acompanhado por um período de tempo; a efetividade é quando a vacina é colocada à prova no mundo real, com milhões de pessoas vivendo suas vidas normalmente, evitando, assim, que mais pessoas fiquem doentes ou hospitalizadas.

Por este motivo, os especialistas afirmam que nenhuma vacina é considerada 100% eficaz. E mesmo que fosse, sua efetividade está mais atrelada ao número de pessoas vacinadas. "Por ser uma medida preventiva, a vacina é coletiva. Nenhuma vacina protege totalmente, uma vez que muito da proteção que ela oferece vai depender da taxa de cobertura vacinal. Por isso a importância de se olhar para as vacinas como algo preventivo, coletivo e uma medida de saúde pública, não como algo individual", destaca Garrett.

A imunidade natural é mais eficaz?

É fato que as vacinas desempenham um papel importante na prevenção de doenças. Mas e a imunidade gerada pelo nosso organismo: ela é ou não mais eficaz do que a resposta imune produzida por uma vacina?

Imagem: Steven Cornfield (Unsplash)

Imagem: Steven Cornfield (Unsplash)

“Isso depende da doença e da vacina. Muitas doenças têm imunidade natural – muito maior do que a própria vacina. No caso da caxumba, por exemplo, a gente vai perdendo a imunidade natural e precisa de reforços, porém essa imunidade é duradoura. Geralmente, as doenças que causam viremia (quando o vírus cai na circulação sanguínea) fornecem uma boa imunidade. Doenças respiratórias, por sua vez, tendem a ter uma proteção menos potente. Com relação ao novo coronavírus, ainda não sabemos por quanto tempo essa imunidade vai permanecer, porém indícios preliminares apontam que essa proteção não será muito curta, mas também não muito longa", afirma Garrett.

Almeida destaca que a imunidade natural depende da carga viral em que somos expostos. Com uma carga menor em casos leves, pode ser que o nosso organismo não tenha tempo suficiente para criar uma memória imunológica. Por isso, muitas vacinas precisam de doses de reforço. Esse é o caso da covid-19. "As duas doses da vacina servem para causar exaustão em nossos sistema imunológico. Somente depois de um período de no mínimo 20 dias após a segunda dose é que as defesas do nosso organismo estarão bem treinadas", diz.

"Talvez, as vacinas de Covid-19 tenham um resultado parecido quanto à duração da resposta imunológica. Os dados da Pfizer e da Moderna são espetaculares em questão de eficácia, porque não esperávamos essa magnitude. Claro que, por enquanto, os estudos se limitam a análises de curto prazo, então precisamos ver se essa eficácia se mantém ao longo do tempo. O que sabemos é que dados preliminares apontam para uma proteção prolongada meses após a primeira dose, mas ainda não temos como saber se essa imunidade permanece depois de um ano ou mais", explica Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia Pediátrica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em entrevista ao Gizmodo Brasil.

Vacinas não são remédios

Muita gente pode acabar confundindo vacina como um remédio ou até mesmo um tratamento. Mas esse não é o caso. "A vacina é uma medida preventiva. O que ela faz, de certa forma, é ativar seu sistema imunológico para você produzir uma resposta contra um agente que está infectando seu organismo", explica Garrett.

O mesmo afirma o microbiologista da USP. "Remédios servem para tratar pessoas que já estão infectadas, seja por um vírus ou bactéria. As vacinas ajudam a prevenir que as pessoas fiquem doentes, diminuindo as chances de elas se infectarem", diz.

"Uma vacina tem o objetivo de prevenir uma determinada doença. Um medicamento, por sua vez, não previne, mas trata uma doença. No final, ambos (vacina e remédio) têm o mesmo objetivo, que é diminuir o impacto de uma doença. Contudo, a vacina é muito mais importante porque ela tem a capacidade de impedir que as pessoas fiquem doentes e precisem de medicamento ou hospitalização. Nesse contexto, as vacinas assumem um papel muito importante do ponto de vista de saúde pública", comenta Sáfadi.

Você provavelmente não vai virar um jacaré

É verdade que a rapidez no desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, uma doença nova e que médicos e cientistas ainda não a conhecem em sua totalidade, pode levantar questões sobre segurança. Afinal, os imunizantes foram criados e estão sendo testados em um curto período de tempo e em tempo recorde.

Imagem: David Clode (Unsplash)

Imagem: David Clode (Unsplash)

Apesar disso, os especialistas são categóricos em afirmar que as vacinas que estão sendo aplicadas na população são seguras, pois todos os procedimentos de segurança foram alcançados nos testes clínicos das Fases 1 e 2. Além disso, os cientistas destacam que esse avanço só foi possível graças a bilhões de dólares em investimentos conjuntos no mundo todo, uma vez que o momento que vivemos atualmente é de urgência e requer medidas rápidas.

"Tivemos muito investimento para desenvolver essa vacinas – a Moderna, por exemplo, teve sozinha um aporte de US$ 2 bilhões. Mas além do valor elevado, o que pesa nesse desenvolvimento é o fato de ainda estarmos vivendo em meio a uma pandemia. A Fase 3 é a mais demorada porque envolve milhares de pessoas. E o diferencial é esse: no cenário de pandemia, os voluntários dos testes, e agora toda a população, voltam a ter suas vidas normais durante o andamento da pandemia. O que precisa ficar claro é que nenhuma etapa, principalmente fases que envolvem ética, foi pulada. Fizemos tudo com todo o rigor exigido, as diretrizes de segurança sempre foram mantidas e agora temos acompanhado como as vacinas e seus efeitos se comportam em milhões de pessoas", diz Almeida.

A aceleração no desenvolvimento de vacinas também aconteceu por outras duas razões. A primeira, segundo Marco, é justamente a emergência sanitária que o mundo todo enfrenta por conta da covid-19. A segunda é que cientistas já investigavam outras variantes do coronavírus há mais de 15 anos, entre elas o SARS-Cov1 e o MERS. O infectologista diz que, como a covid-19 compartilha semelhanças com a SARS1, as plataformas que fabricam as vacinas conseguiram se adaptar rapidamente.

Mas, no geral, há o consenso que as vacinas contra covid-19 só reforçam o poder da ciência em um momento crítico como este de pandemia. "Quando a gente vê que a ciência foi capaz de produzir uma vacina em tão pouco tempo, é algo realmente fora do extraordinário. Se me dissessem, lá no início da pandemia, que dez meses depois estaríamos vacinando as pessoas, eu com certeza iria duvidar. Acho que a ciência cumpriu o papel dela, e agora cabe a nós cumprir o nosso papel e ser vacinado", diz Garrett.

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Os lançamentos da semana no Prime Video, Globoplay, Disney+ e Netflix (15/03 a 21/03)

Posted: 15 Mar 2021 11:33 AM PDT

Imagem: Mollie Sivaram/Unsplash

Todas as semanas trazemos até você os lançamentos nos principais serviços de streaming, como Netflix, Prime Video, Globoplay e Disney+. Estas são as novidades entre os dias 08 e 14 de março.

Nem tudo chega na mesma data, por isso separamos na ordem de disponibilidade. As sinopses de filmes e séries abaixo são fornecidas pelas próprias plataformas. E sempre é bom lembrar: os títulos estão sujeitos a alteração por parte de cada serviço, a qualquer momento e sem aviso prévio, então é bom ficar de olho caso algum deles não seja liberado de imediato.

Amazon Prime Video

15/03

  • After: Depois da Verdade

Sequência de After, o filme é uma adaptação do segundo volume da série de livros de mesmo nome, escrita por Anna Todd, que assina o roteiro com Mario Celaya. O longa acompanha a nova fase do relacionamento de Hardin Scott (Hero Fiennes Tiffin) e Tessa Young (Josephine Langford), que agora estão separados. Enquanto tenta esquecer o jovem que partiu seu coração, ela começa um estágio na Editora Vance. Lá, conhece Trevor (Dylan Sprouse), que tumultua ainda mais sua vida amorosa.

18/03

  • Fúria Incontrolável

Atrasada para o trabalho, Rachel (Caren Pistorius) se envolve em uma briga de trânsito, que coloca sua vida e a de sua família em risco. Ela cruza o caminho de Tom Cooper (Russell Crowe), um motorista instável, que tem um ataque de raiva e dá início a uma perseguição sem limites.

  • Menina de Ouro

O veterano treinador de boxe Frankie Dunn (Clint Eastwood) reluta em treinar Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), determinada a seguir carreira no esporte. Além de não aceitar mulheres como alunas, ele acredita que ela esteja velha demais para competir. Mesmo assim, a jovem decide frequentar o ginásio todos os dias, com o apoio de Scrap (Morgan Freeman), amigo do técnico. Após um começo difícil, Frankie e Maggie passam a trabalhar juntos e criam um forte vínculo.

Disney+

19/03

  • Falcão e o Soldado Invernal

Dando continuidade aos eventos de Vingadores: Ultimato, na série Falcão e o Soldado Invernal da Marvel Studios, Sam Wilson (Falcão) e Bucky Barnes (Soldado Invernal) vivem juntos uma aventura ao redor do mundo que põe à prova suas habilidades e paciência. A nova série é dirigida por Kari Skogland, e Malcolm Spellman como roteirista principal.

  • Alasca: Reabilitação Selvagem — Temporada 1

Os heróis do Alaska resgatam, reabilitam, investigam e celebram os animais selvagens da última fronteira com os EUA. Representando três renomados centros de conservação, estes amantes de animais trabalham por terra, mar e ar em um dos lugares mais desafiadores do nosso planeta, protegendo a vida selvagem do Alaska.

  • As Fantasias de Nicolas

Nicolas é um menino de 10 anos com síndrome de Down e um grande coração. Quando sua mãe falece, tem que ir viver com os avós e seu primo David, um adolescente que não tem paciência para aprender a se dar bem com ele. Eles terão que resolver suas diferenças quando Nicolas descobre um portal para um mundo fantástico… um reino onde os sonhos das pessoas foram roubados.

  • Tick Tock Tale

Em meio a uma antiga relojoaria londrina, um pequeno e peculiar relógio de manto vem ajudar as lojas de relógios mais caros quando um ladrão arromba e ameaça roubá-los.

  • Linhas de Nazca

São obras de arte impressionantes, mas que propósito tem? Algumas teorias sugerem que eram antigas pistas de atletismo, pistas para os extraterrestres e até uma calculadora astronômica gigante. Mas após décadas de mal entendidos, a arqueologia moderna poderia ter uma resposta ao enigma nas Linhas de Nazca.

Globoplay

15/03

  • Os Maias

Baseada no romance homônimo do escritor português Eça de Queiroz, a história se passa na tradicional casa de Lisboa, datada de 1788. Dividida em duas fases, a minissérie é narrada pelo ator Raul Cortez. Na primeira fase da trama, Pedro da Maia (Leonardo Vieira), filho do patriarca Afonso da Maia (Walmor Chagas), vive enclausurado em sua melancolia e conhece a felicidade ao se apaixonar por Maria Monforte (Simone Spoladore). Mas o romance é rejeitado por Afonso por conta do passado do pai da moça, que não pertence à alta roda da sociedade lisboeta. Apesar do desgosto de Afonso, Pedro se casa com Maria e tem dois filhos, Maria Eduarda e Carlos Eduardo. Mas um acidente transforma a vida do casal: durante uma caçada, Pedro fere o príncipe italiano Tancredo e o convida para se recuperar em sua casa. Maria se apaixona e resolve fugir com ele, levando consigo a filha e deixando o pequeno Carlos aos cuidados do pai. Este retorna à casa paterna, mas não aguenta o desespero e se mata. Afonso decide criar o neto em sua outra propriedade da família, a Quinta de Santa Olávia.

Ana Paula Arósio e Fábio Assunção na minissérie ‘Os Maias’. Imagem: Globo/Divulgação

Netflix

15/03

  • O Reino Perdido dos Piratas

Os piratas do Caribe da vida real roubam os tesouros do mundo e formam uma república surpreendentemente igualitária nesta série de documentários.

16/03

  • RebellComedy: Straight Outta the Zoo

Identidades trocadas, influencers da terceira idade e a percepção incorreta que temos dos animais: nada escapa das piadas dos humoristas da RebellComedy.

  • Waffles + Mochi

Era uma vez, na Terra da Comida Congelada, a pequena Waffles e seu melhor amigo, Mochi, que tinham um mesmo sonho: ser chefs! O único problema é que tudo o que eles cozinhavam era feito de gelo. Agora, os dois foram contratados para trabalhar em um supermercado muito louco e estão prontos para viver uma grande aventura culinária. Com a ajuda de novos amigos, como a Sra. Obama, dona do supermercado, e com um magicarrinho voador como guia, Waffles e Mochi embarcam em missões internacionais em busca de ingredientes, visitando cozinhas, restaurantes, fazendas e casas do mundo todo e preparando receitas com alimentos do dia a dia ao lado de chefs renomados, cozinheiros, crianças e celebridades.

17/03

  • Educação Americana: Fraude e Privilégio

Uma análise que vai além das manchetes sensacionalistas e mergulha nos métodos usados por Rick Singer, o homem no centro do escândalo das admissões universitárias de 2019, para persuadir seus clientes ricos a fraudar um sistema educacional já projetado para beneficiar os privilegiados. Usando uma inovadora combinação de entrevistas e recriações narrativas das conversas gravadas pelo FBI entre Singer seus clientes, Educação Americana: Fraude e Privilégio oferece um raro vislumbre da figura enigmática por trás de um esquema que expôs até onde vão as famílias ricas para conseguir uma vaga nas universidades de elite e que enfureceu uma nação que já tenta combater os efeitos da desigualdade generalizada. De Chris Smith e Jon Karmen, os cineastas responsáveis por Fyre Festival: Fiasco no Caribe, e estrelado por Matthew Modine no papel de Rick Singer.

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  • Sob Suspeita: O Caso Wesphael

Esta série documental mostra o famoso caso do político belga Bernard Wesphael, acusado de assassinar a esposa em 2013.

18/03

  • B: The Beginning: Succession

Keith e Koku conseguiram resolver os incidentes, e o mundo se recuperou. Meses depois, Keith está de volta ao SRI para fazer uma investigação, e Koku vive feliz com Yuna. Então, eles recebem a visita de Kirisame, que achavam que tinha morrido no Instituto Científico Real Jaula Blanca.

  • Cabras da Peste

Esta comédia brasileira conta a história de Bruceuilis (Edmilson Filho), um policial do interior do Ceará que, para resgatar Celestina, uma cabra considerada patrimônio da cidade, viaja até São Paulo. Lá encontra Trindade (Matheus Nachtergaele), um escrivão da polícia que resolve se aventurar em campo, mesmo não sendo sua especialidade. Ao estilo de filmes buddy cop, mas com um toque à brasileira, Cabras da Peste conta com os dois policiais com personalidades pra lá de opostas trabalhando juntos para resolver um crime e vencer um criminoso, ao mesmo tempo em que desenvolvem uma amizade bastante especial.

  • Nate Bargatze: The Greatest Average American

O ator, humorista e apresentador de podcasts Nate Bargatze está de volta com mais um especial de comédia original Netflix: Nate Bargatze: The Greatest Average American, no qual reflete sobre sua geração, como conheceu a esposa enquanto trabalhava em uma rede de fast-food e momentos engraçados da vida como pai e marido.

19/03

  • F1: Dirigir para Viver — Temporada 3

A temporada mais emocionante até agora mostra em primeira mão como os pilotos e as equipes lutaram pela vitória em um ano muito incomum. Os fãs terão acesso aos bastidores da temporada de 2020, quando as corridas foram interrompidas drasticamente na Austrália devido à pandemia de Covid-19 e só voltaram no final do ano, na Áustria. Com batalhas intensas, rivalidades ferozes, pódios inesperados e o sétimo título mundial de Lewis Hamilton, ninguém vai ficar entediado.

  • Família em Concerto

Com a carreira e a vida pessoal fora dos trilhos, a jovem cantora de música country Bailey (interpretada por Katharine McPhee) aceita um emprego como babá dos cinco filhos de um caubói tosco chamado Beau (vivido por Eddie Cibrian). Com espírito de quem não desiste nunca e muito charme sulista, a babá iniciante consegue encarar a dinâmica familiar e se tornar a figura materna de que eles tanto precisam.

  • Sky Rojo

Dos criadores de La Casa de Papel, esta nova série repleta de ação, humor ácido e adrenalina conta a história das prostitutas Coral, Wendy e Gina, que escapam do bordel onde trabalham e são perseguidas pelos capangas do cafetão. As três embarcam em uma viagem caótica, enfrentando todo tipo de perigo e vivendo cada segundo como se fosse o último.

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Nova temporada de Fortnite pode ter skin do Neymar

Posted: 15 Mar 2021 11:02 AM PDT

Um dos fatores que torna Fortnite um sucesso são as centenas de skins para mudar a aparência do seu personagem. Já tem roupinha inspirada em super-herói, protagonista de jogo de videogame, filmes, séries e muitas outras. Mas em breve o título da Epic Games pode ganhar um rosto conhecido pelos brasileiros: o atacante Neymar Jr., que hoje atua no Paris Saint-Germain.

O rumo começou a circular depois que a conta oficial de Fortnite Brasil no Twitter publicou um teaser para a sexta temporada do jogo, que começa nesta terça-feira (16). Em um determinado momento, é possível observar rapidamente que aparece um uniforme de futebol que muito lembra o que Neymar usa na seleção — até o número "10", característico do jogador, é exibido no traje.

Além disso, o trailer mostra uma bola de futebol bem parecida à Brazuca, a bola oficial da Copa do Mundo de 2014 que aconteceu no Brasil.

Um dia antes da divulgação desse teaser, o perfil de Fortnite Brasil já havia dado pistas que Neymar está chegando ao game. A imagem em questão mostra um caminhão no meio de um campo de futebol com a seguinte legenda: "Tô chegando com o Caminhão de Glup, rapaziada!". Essa é uma referência a um tweet clássico de Neymar que dizia "Tô chegando com os refri rapaziada".

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E para dar mais força aos rumores, o próprio Neymar já deu RT na postagem. Então, agora talvez seja só questão de tempo até que a nova temporada estreie e com ela a skin do jogador, que deverá ser a principal da sexta temporada, seja disponibilizada.

[Fortnite Brasil]

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Incêndios e outras atividades fazem com que a Amazônia piore o aquecimento global

Posted: 15 Mar 2021 08:54 AM PDT

Novos recordes de incêndios na Amazônia. Crédito: Carl De Souza (Getty Images)

A Amazônia tem sido motivo de preocupação há muito tempo, principalmente com as intensas queimadas nos últimos anos. Uma pesquisa realizada por mais de 30 cientistas de diversas partes do Brasil e do mundo agora está alertando para a possibilidade da região estar piorando as mudanças climáticas em vez de amenizá-las.

Publicado na Frontiers in Forests and Global Change, o artigo mostra que as queimadas, secas e as práticas para "limpar" as terras estão produzindo mais gases de efeito estufa do que a floresta é capaz de absorver. O resultado é que isso faz com que a região contribua para um aquecimento do planeta, e a preocupação dos cientistas é que essa tendência só piore com o tempo.

Muitos estudos tendem a focar nas emissões e armazenamento de CO2 ao analisar a Amazônia, já que ele representa a maior quantidade de gases emitidos pela atividade humana e, no caso das florestas, é produzido pelo desmatamento. As estimativas indicam que, até 2035, a floresta amazônica pode deixar de ser um "armazém" de carbono e se tornar uma fonte emissora do poluente.

Para piorar a situação, o gás carbônico não é o único responsável pelo aquecimento do planeta. Outros dois gases que geram preocupação são o óxido nitroso (N2O) e o metano (CH4), que apesar de não permanecerem na atmosfera por tanto tempo quanto o CO2 , são considerados gases de efeito estufa muito mais potentes. O N2O, por exemplo, concentra 300 vezes mais calor por molécula que o gás carbônico.

Nas últimas décadas, as emissões globais de metano e óxido nitroso aumentaram consideravelmente. Os gráficos abaixo, apresentados pelos pesquisadores no artigo, ilustram como as alterações causadas pela atividade humana nas florestas podem contribuir para esse desequilíbrio. Alguns dos exemplos de práticas altamente prejudiciais incluem a intensificação da agricultura e pecuária, a extração de madeira, a construção de barragens e, é claro, as queimadas.

Fluxos pré-perturbação (A) e pós-perturbação (B) em escala local. Crédito: Covey et al., Frontiers in Forests and Global Change, 2021.

Como se isso não bastasse, a destruição de milhares de quilômetros quadrados de floresta modificam o solo e os padrões de chuvas na região, o que aumenta a quantidade de luz solar que a Amazônia reflete (em vez de absorver) de volta para a atmosfera, que já está repleta de gases de efeito estufa.

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Os pesquisadores reconhecem que a ausência de dados de algumas partes da Amazônia, principalmente devido aos sistemas fluviais e características únicas da região, podem interferir nos resultados. Ainda assim, as informações coletadas até o momento são evidências mais que suficientes de que são necessárias medidas urgentes para salvar a floresta e reverter o cenário atual.

[Science Alert]

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Groenlândia pode ter sido um mar de magma nos primeiros anos da Terra

Posted: 15 Mar 2021 06:47 AM PDT

Há bilhões de anos, partes da Groenlândia possivelmente eram um mar de magma, um nítido contraste com o gelo visto lá hoje. É o que indicam pesquisadores que encontraram sinais de isótopos da Terra primordial e borbulhante em rochas de basalto perto de Nuuk.

Acredita-se que no início de sua história, a Terra tinha um grande oceano de magma; é uma etapa comum na evolução dos planetas. Mas, graças à tectônica do planeta, restaram poucas evidências de como era essa versão da Terra.

A pesquisa, publicada na sexta-feira (12) na revista Science Advances, descreve assinaturas de isótopos de ferro e tungstênio de rochas de 3,7 bilhões de anos. Esses sinais são indicativos de elementos do manto da Terra no primeiro meio bilhão de anos da formação do nosso planeta.

"A questão que me motivou foi: se achamos que o estágio do oceano de magma foi importante para a história da Terra, por que não há evidências geológicas disso?" disse Helen Williams, geóloga da Universidade de Cambridge e principal autora do artigo, em uma chamada de vídeo. "E se nós realmente tentássemos caçá-las diretamente?"

A Terra está constantemente limpando as placas tectônicas com sua atividade geológica; o local na Groenlândia é o primeiro a indicar um mar gigante e ardente. Na verdade, o local de pesquisa em Isua (perto da calota glacial da Groenlândia) é o mesmo que virou notícia alguns anos atrás, quando possíveis estromatólitos – fósseis de bactérias, a vida mais antiga conhecida na Terra – foram identificados lá.

No entanto, a atividade magmática registrada nas rochas teria ocorrido centenas de milhões de anos antes de tais micróbios se estabelecerem, quando a Terra e a Lua tinham acabado de se tornar objetos distintos. (Na verdade, é mais fácil encontrar informações sobre o oceano de magma olhando para a Lua.)

Quando o oceano de magma finalmente esfriou, alguns de seus componentes mais profundos se cristalizaram em pressões muito altas a mais de 643 km abaixo da superfície da Terra, disse Williams.

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Então, como você caça um antigo oceano de magma, há muito tempo solidificado e resfriado? Encontrando assinaturas geoquímicas que indicam as circunstâncias em que se formaram.

Williams disse que havia correlações positivas entre os isótopos detectados e um indicador para condições de alta pressão, o que deu à equipe "muita confiança" em seu resultado.

Muito mais trabalho de pesquisa será necessário para encontrar outras geoassinaturas que indiquem como era a situação do magma inicial, oceânica ou não. Devido à tendência natural da Terra de limpar sua história, através de mudanças tectônicas ao longo do tempo, não sabemos a data exata do oceano de magma estudado, ou quanto do planeta ele teria coberto.

Os pesquisadores pretendem analisar outras formações de basalto para obter mais evidências. Foto: RICHARD BOUHET/AFP via Getty Images (Getty Images)

"Não está claro exatamente quão uniforme é o interior da Terra, como o interior pode ter mudado ao longo do tempo e como quaisquer regiões anômalas podem ter surgido",disse  Stephanie Brown Kerin, geóloga do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e que não é afiliada ao artigo recente, em um e-mail.

"A maioria dos trabalhos, mas não todos, tende a se concentrar nos processos de placas tectônicas na criação de regiões anômalas, então estou animada para ver novos estudos tentando encontrar evidências de outros processos, por exemplo, oceanos de magma, que pensamos que poderiam ter ocorrido na Terra muito cedo."

No futuro, os pesquisadores pretendem analisar outras rochas de formação lenta, como a pluma de basalto do Havaí, de acordo com Williams.

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SpaceX lança pela nona vez o mesmo foguete Falcon 9 e estabelece novo recorde

Posted: 15 Mar 2021 06:21 AM PDT

A SpaceX relançou com sucesso um de seus foguetes Falcon 9 ao espaço no domingo (14), tornando-se o primeiro na frota da empresa a decolar e pousar nove vezes. O foguete transportava uma nova carga de 60 satélites Starlink, que fazem parte dos esforços da empresa para fornecer internet via satélite.

O lançamento e pouso bem-sucedidos desse impulsionador de primeiro estágio são notáveis, dados os objetivos da SpaceX quando projetou o foguete Falcon 9. Ele foi construído para voar dez vezes com pouca ou nenhuma modificação entre as missões. A empresa atualmente tem dois foguetes Falcon 9 próximos a atingir os cobiçados dez voos, de acordo com a Space.com, e está monitorando de perto o desgaste que cada um sofre cada vez que decola.

O foguete Falcon 9 que a empresa lançou no domingo também já apoiou o lançamento do Crew Dragon Demo-1, o primeiro voo de teste não tripulado da espaçonave Dragon; a Missão Constelação RADARSAT, que são os novos satélites de observação da Terra do Canadá; o SXM-7, o satélite que não deu certo do SirusXM que tinha como objetivo oferecer suporte ao seu serviço de rádio digital; e cinco outras missões Starlink.

A SpaceX enviou três lotes de satélites Starlink para o espaço nas últimas duas semanas, adicionando 180 satélites aos mais de 1.000 que já estão lá. Dois outros lançamentos Starlink estão planejados para março.

Funcionários da empresa disseram recentemente que o número dez pode não ser o “número mágico”, e que os foguetes Falcon 9 poderiam fazer ainda mais voos, relatou a SpaceNews. Assim que um impulsionador atingir o marco de dez voos, a SpaceX irá analisá-lo e fazer uma avaliação para saber se pode “avançar com ele”.

Conforme apontado pelo TechCrunch, a reutilização de foguetes é especialmente importante para as missões Starlink à medida que a SpaceX começa a aumentar seu serviço de internet via satélite. O projeto tem 10.000 clientes no momento, embora a SpaceX tenha aberto recentemente pré-assinaturas para o serviço, inclusive no Brasil.

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Por um valor reembolsável de US$ 99 de entrada, os clientes recebem um kit Starlink que inclui uma antena parabólica montável, roteador wi-fi e fonte de alimentação. O conjunto completo custa US$ 499 e o valor da mensalidade do serviço é de US$ 99.

Vale dizer que ainda não está claro se a SpaceX será capaz de lançar satélites suficientes para cobrir as áreas necessárias e fornecer um serviço de internet confiável. Mas, parece que a empresa está tentando.

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Após perder sua atmosfera, este exoplaneta conseguiu formar uma nova

Posted: 15 Mar 2021 04:46 AM PDT

Quem disse que você não pode perder sua atmosfera para uma anã vermelha próxima e depois criar uma nova com a ajuda da atividade vulcânica? Este planeta resiliente, localizado a 41 anos-luz da Terra, parece estar prosperando novamente após um encontro difícil com sua estrela hospedeira.

O exoplaneta GJ 1132 b é, ao mesmo tempo, semelhante e muito diferente da Terra. Claro, ele é várias vezes maior que o nosso planeta, mas ambos os mundos compartilham densidades e pressões atmosféricas parecidas, e surgiram há aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Além disso, assim como nosso planeta, ele começou quente, com uma atmosfera rica em hidrogênio, e então esfriou gradualmente.

O passado desses dois planetas é distintamente diferente, no entanto.

Enquanto a Terra sempre foi um mundo rochoso, o GJ 1132 b começou sua vida como um planeta gasoso semelhante a Netuno. Mas, como mostra uma nova pesquisa, uma anã vermelha próxima destruiu sua atmosfera original rica em hidrogênio e hélio com radiação poderosa, então o GJ 1132 b, tendo sido reduzido a seu núcleo rochoso, é agora tecnicamente um planeta terrestre. O novo artigo será publicado na próxima edição do Astronomical Journal, mas uma pré-impressão está disponível no arXiv.

Os autores do artigo chegaram a essas conclusões com base em observações diretas do exoplaneta e modelagem teórica. O telescópio escolhido foi o Telescópio Espacial Hubble, que permitiu à equipe localizar a “atmosfera secundária”, que consiste em hidrogênio molecular, cianeto de hidrogênio, metano e uma névoa de aerossol semelhante à da Terra.

"É muito emocionante porque acreditamos que a atmosfera que vemos agora foi regenerada, então poderia ser uma atmosfera secundária", explicou a brasileira Raissa Estrela, coautora do estudo e cientista planetária do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, no sul da Califórnia, em um comunicado. "A princípio, pensamos que esses planetas altamente irradiados poderiam ser muito enfadonhos porque acreditávamos que eles tinham perdido suas atmosferas. Mas analisamos as observações existentes deste planeta com o Hubble e dissemos: 'Espera aí, há uma atmosfera lá’."

Em termos de explicação, os autores dizem que muito do atual hidrogênio do planeta foi retido da atmosfera anterior, tendo sido absorvido pelo manto de magma derretido. Os processos vulcânicos agora estão fazendo com que esse hidrogênio armazenado vaze, reabastecendo a nova atmosfera, de acordo com a pesquisa.

"Este processo funciona no início da vida de um planeta, quando a estrela está mais quente", disse o cientista do JPL Mark Swain, principal autor do estudo, no comunicado da Nasa. "A estrela esfria e o planeta fica parado ali. Então você tem esse mecanismo pelo qual pode formar a atmosfera nos primeiros 100 milhões de anos, e então as coisas se acalmam. E se você pode regenerar a atmosfera, talvez você consiga mantê-la."

O GJ 1132 b, que leva apenas 1,5 dia para fazer uma órbita completa ao redor de sua faminta estrela hospedeira, é provavelmente propenso ao aquecimento das marés, no qual as forças gravitacionais agitam o planeta por dentro. O exoplaneta, apesar de seu curto ano, está em uma órbita elíptica, resultando em um efeito conhecido como "bombeamento gravitacional". À medida que o GJ 1132 b oscila para frente e para trás, ele alterna entre as ações de esmagamento e alongamento, produzindo um motor que impulsiona as forças da maré e, por sua vez, a preservação de um manto líquido.

A superfície deste exoplaneta provavelmente não é muito espessa, talvez apenas algumas centenas de metros de profundidade, de acordo com os autores. O terreno é provavelmente bastante plano, com rachaduras causadas pelas ações de bombeamento das marés, de onde o hidrogênio vaza continuamente.

A nova pesquisa tem implicações para o estudo de mundos semelhantes localizados em outras partes da galáxia.

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"A detecção de uma atmosfera neste planeta rochoso levanta a possibilidade de que os numerosos planetas da Super-Terra fortemente irradiados, que se acredita serem os núcleos evaporados de Sub-Netuno, possam, em circunstâncias favoráveis, hospedar atmosferas detectáveis", escrevem os autores no artigo.

A grande questão agora é: com que frequência isso acontece? Isso é apenas uma ocorrência estranha? Isso poderia ser respondido pelo futuro Telescópio Espacial James Webb (JWST), que, com suas capacidades de infravermelho, deve ser capaz de localizar planetas como este com facilidade. Além disso, o JWST também poderia ser usado para estudar o GJ 1132 b e fornecer novos dados para confirmar esses resultados.

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