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- De onde veio a melancia? Só agora pesquisadores parecem saber
- Pesquisa analisa como o ensino remoto afetou os estudantes
- Conto: Desconexão
- Nova imagem da Via Láctea sugere fonte de energia interestelar desconhecida
- Dormir e acordar uma hora mais cedo reduz risco de depressão, diz pesquisa
- Físicos identificaram dois átomos ‘conversando’ um com o outro
De onde veio a melancia? Só agora pesquisadores parecem saber Posted: 04 Jun 2021 12:27 PM PDT As melancias são nativas da África, mas exatamente quando, onde e como começou a ser plantada e transformada na fruta que conhecemos hoje, ainda é um mistério para os botânicos. Contudo, pesquisadores identificaram as prováveis origens do Citrinus lanatus vulgaris, nome científico da melancia, de acordo com um novo estudo. A pesquisa da equipe, publicada na Academia Nacional de Ciências (PNAS, sigla em inglês), dá continuidade a anos de trabalho na biogeografia do gênero do melão Citrillus. Como explicou a autora principal Susanne Renner, botânica da Universidade de Munique, "todos pensavam que havia apenas quatro espécies selvagens e que a melancia doce que comemos hoje vinha da África do Sul". Entretanto, o novo trabalho identifica um melão sudanês como o progenitor da icônica fruta com listras verdes. Em 2015, um dos alunos de Renner, Guillaume Chomicki, descobriu, por meio do sequenciamento de DNA de diferentes espécimes em toda a África, que o possível ancestral da melancia no sul era apenas um parente distante. "A partir daí, uma coisa levou à outra", disse Renner, e os pesquisadores chegaram ao melão Cordofão como a origem genética mais provável para a melancia moderna. Rastrear a ancestralidade da melancia até a África do Sul foi o resultado de uma série de erros, disse Chomicki, agora botânico da Universidade de Sheffield, no Reino Unido. Cerca de 150 anos depois que um discípulo do taxonomista Carl Linnaeus (botânico responsável por criar o sistema de classificação de animais, plantas e todos os seres vivos) escolheu e batizou uma nova variedade de melancia perto da Cidade do Cabo, batizando-a de Citrullus lanatus. Então, um botânico americano fundiu a descoberta com melancias que compartilham o mesmo nome. "A partir desse momento, a ideia geral era que a melancia vinha da África do Sul", explicou Chomicki. Melancias e suas gerações anteriores arcaicas não são o tipo de coisa que tende a fossilizar, o que dificultou ainda mais as verdadeiras origens da fruta. As sementes às vezes se fossilizam, o que pode ser útil para sondar o DNA antigo, mas o DNA mais antigo no artigo vem de folhas de melancia com 270 anos que foram preservadas em um herbário. A equipe criou amostras de todas as espécies de melancia e as cultivou até a maturidade em estufas em Munique, Alemanha e Ithaca, Nova York. Em seguida, sequenciou geneticamente essas amostras de melancia e as comparou com o DNA extraído de uma fruta silvestre no Sudão, o melão Cordofão. Eles descobriram cerca de 16 mil variantes estruturais genéticas entre as duas plantas e mapearam essas diferenças para características específicas de cada fruta. Eles descobriram que a melancia provavelmente se tornou mais doce como um produto de manipulação, embora possa ter perdido seu amargor antes da agricultura humana, já que a fruta do Cordofão também não é amarga. A equipe apontou o Cordofão como candidato graças a alguns criadores de plantas da época da Guerra Fria que notaram a possibilidade de que a planta do território fosse uma progenitora da melancia, o que exigia uma tradução do russo das instruções desses botânicos. O melão do Cordofão é menor do que as melancias cultivadas e notavelmente carece das listras e do interior vermelho vivo de seu primo famoso. Baseando-se na série do Cordofão no nordeste da África, é plausível da melancia que o desenvolvimento tenha ocorrido na mesma região. "Sabemos que melancias grandes e compridas eram comidas cruas 4.360 anos antes, presentes no Egito, graças à iconografia antiga", disse Chomicki, "mas os desenhos são de frutas inteiras e, portanto, não podemos saber se já eram vermelhos". A equipe, contudo, também considera a hipótese de que a melancia foi plantada na África Ocidental e, em seguida, trazida ao leste. Sem evidências materiais, os pesquisadores confiaram em uma combinação de pesquisa genética e contexto histórico. As amostras de melão que a equipe usou eram de Darfur, que já foi Núbia (região situada no vale do rio Nilo entre o Egito e o Sudão). Renner diz que é possível que a safra tenha sido domesticada na Núbia e depois atravessado o rio Nilo por meio do comércio. Mas a distância entre o melão do Cordofão e a melancia moderna também é uma caixa preta. A botânica aponta que é provável que os melões tenham mudado independentemente da agricultura humana, com base em inúmeras mudanças no nível genético entre 4 mil e 6 mil anos atrás. Ainda hoje, há evidências dos estágios intermediários do Cordofão à melancia. "Nos anos 1800, era comum encontrar melancias de polpa branca nos Estados Unidos, mas devido ao desenvolvimento da agricultura corporativa e da demanda pública, elas quase foram extintas", explicou Renner. Algumas daquelas melancias tradicionais ainda estão por aí, embora você não as encontre no supermercado comum. Os botânicos continuarão com as pesquisas uma vez que a equipe consiga inspecionar o DNA das sementes de melões antigos com os quais está trabalhando, eles podem ser capazes de descrever quais etapas mais ocorreram para uma fruta se transformar em outra. Os pesquisadores também descobriram que a melancia congelada perdeu vários genes associados à resistência a doenças que o melão Cordofão mantém. Talvez a fruta mais velha ainda tenha muito a revelar. The post De onde veio a melancia? Só agora pesquisadores parecem saber appeared first on Gizmodo Brasil. |
Pesquisa analisa como o ensino remoto afetou os estudantes Posted: 04 Jun 2021 12:21 PM PDT A pandemia de Covid-19 trouxe a necessidade do distanciamento social. Assim, escolas e universidade passaram a ter ensino remoto — afetando milhares de pessoas ao redor do globo. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Illinois investigaram como que esse novo modelo impactou os alunos. O estudo abrangeu 182 alunos de graduação em um curso de biologia que era ministrado com aulas presenciais, mas mudou para o ensino online durante as oito semanas. Os participantes foram entrevistados mensalmente de janeiro a abril, preenchendo os mesmos questionários que examinavam vários fatores associados à motivação. Por exemplo, havia uma pergunta para saber se o objetivo deles era entender completamente os conceitos ensinados ou apenas evitar a reprovação. A equipe perguntou, também, se eles acreditavam que o esforço exigido valeria a pena no final: 42% dos alunos indicaram que estavam totalmente comprometidos em janeiro, mas o número caiu ao longo dos meses. Em abril, as mudanças motivacionais indicavam que mais alunos corriam o risco de desistir. Mas, como os alunos estavam vivenciando preocupações com a saúde, finanças e viver em casa com suas famílias e longe do apoio social, as mudanças motivacionais não foram atribuídas apenas ao aprendizado remoto. No entanto, por mais que os pesquisadores tenham levantado a hipótese de que o interesse dos alunos pelo conteúdo diminuiria, eles descobriram que o envolvimento de alguns aumentava. “As histórias da mídia sobre os esforços dos cientistas para decifrar o Covid-19 e desenvolver vacinas eficazes promoveram uma maior apreciação da utilidade e do valor social da ciência para alguns alunos”, afirma a pesquisadora Andrea Kunze. Esse efeito foi particularmente significativo entre aqueles que eram os primeiros de suas famílias a frequentarem ensino superior, que representaram 24% dos pesquisados, de acordo com o estudo. Assim, as descobertas são um alerta contra fazer suposições estereotipadas sobre o comprometimento e a persistência dos alunos com base em suas características demográficas ou status socioeconômico. “Devíamos checar com eles e ver como estão indo. Estereotipar as pessoas como oprimidas ou resilientes não reflete a realidade da situação”, diz Jennifer Cromley, co-autora da pesquisa. The post Pesquisa analisa como o ensino remoto afetou os estudantes appeared first on Gizmodo Brasil. |
Posted: 04 Jun 2021 12:16 PM PDT Quando a internet acabou, eu estava em casa assistindo a um filme com Carina. Aquela sexta à noite foi nosso primeiro encontro sozinhas, então era um passo importante. Ela chegou com uma garrafa de vinho tinto e eu já estava com boa parte do jantar adiantado. Não nos beijamos na porta de entrada, mas demos um abraço e ela fez um comentário sobre a cor do meu batom quando nos afastamos. Durante o resto da noite, a conversa fluiu bem. Nos divertimos e bebemos não só a garrafa de vinho que ela levou, como também abrimos outra que eu tinha guardada. Depois perguntei se Carina queria assistir algo. Ela concordou e ficamos uns quinze minutos procurando no catálogo da Netflix um filme que interessasse a nós duas e não fosse muito longo. Por que era tão difícil encontrar filmes de 1h30? Mas no fim, pouco importou a duração. Nós nunca terminamos de assistir ao filme. Em 38 minutos de filme, o player travou. E sei desse tempo exato porque apertei o botão de pause algumas vezes, pensando que podia ser problema na minha internet. Afinal, meu celular também ficou desconectado. Mas logo vimos que não era um problema com o meu wi-fi, o celular de Carina também estava sem os dados móveis. Desistimos do filme e fomos para o quarto. Terminamos a segunda garrafa de vinho, fizemos sexo e fomos dormir, sem saber que o mundo estava mudando para sempre. Na manhã seguinte, acordamos despreocupadas e ficamos um tempo na cama antes de levantar. Eu tinha o costume de sempre colocar música ao acordar, mas quando tentei, percebi que a internet ainda não havia voltado. Por isso, resolvi ligar a televisão. Carina disse que não precisava, mas eu queria deixar algo ligado, de ruído de fundo. Eu nem lembrava a última vez que assistira algo na televisão aberta, fazia tanto tempo que a antena nem estava conectada ao aparelho. No primeiro canal que colocamos, o caos. O mundo estava em completo caos. Ficamos absortas, ouvindo sem comentar nada uma com a outra. O problema com a internet não era algo local, mas mundial. O repórter da TV lia em um papel o nome de vários países, atualizando a lista dos lugares que estavam sem conexão. Ele reforçava a todo instante que ninguém sabia o que estava afetando a rede mundial. Carina falou um palavrão e lembrei da panela com água fervendo que deixara no fogão para preparar o café. Me afastei da televisão com uma sensação estranha. Depois de tomar café da manhã, Carina disse que era melhor ir embora enquanto estava cedo. — Tem alguma parada de ônibus aqui perto? — ela perguntou. Ela viera de Uber e não tínhamos como chamar um táxi, porque ambas estávamos sem crédito no celular e eu também não tinha telefone fixo. — Sim, eu vou com você até lá. No meio do caminho, já na avenida comercial, passamos na frente de um banco. A fila estava enorme, chegando em outras duas lojas ao lado. — Será que os caixas eletrônicos estão funcionando? — perguntei. — Não tenho certeza — respondeu Carina. — Uma vez li em algum lugar que eles precisam de internet pra funcionar. De qualquer forma, todas aquelas pessoas na fila pareciam querer pelo menos tentar. Era a incerteza se espalhando e criando uma ansiedade geral. E isso foi só o começo do que vi nos próximos dias com pessoas correndo para comprar alimento e gasolina — sem falar nas lojas sendo saqueadas. Fiquei com Carina até o ônibus dela chegar, o trânsito estava caótico. Voltando para casa, concluí que o que me afligia, mais do que o acontecimento em si, era a percepção de que, até então, eu encarava a internet como algo fixo, que não podia acabar, impossível de viver sem. O que sequer fazia sentido, porque ela nem sempre existiu. Tudo tem um começo e um fim. Nada é imutável. Ao longo daquela semana, as coisas seguiram em um ritmo lento. Os jornais não falavam de outra coisa, ficavam lembrando toda hora que não havia mais indícios de conexão online em nenhuma parte do globo. As teorias em busca de uma explicação eram muitas e quase todas beiravam a conspiração. Além disso, especialistas começaram a fazer previsões sobre como seriam nossas vidas dali em diante caso não houvesse solução para o problema. Muita coisa deixaria de existir ou precisaria se transformar. Serviços que a maioria das pessoas não imagina que precisavam da internet começaram a ser interrompidos ou passaram a operar de uma forma mais lenta. E não estou falando só de comodidades, como fazer compras online ou usar aplicativos, mas também de serviços de transporte, distribuição de mercadorias, empregos… A maior crise econômica das últimas décadas se iniciou, sem aviso ou explicação, em uma sexta-feira qualquer. Carina? Bem, nós seguimos juntas, conversamos por telefone fixo, que mandei instalar em casa, assistimos aos DVDs antigos que ela guardava. Meu celular agora é uma ótima calculadora e bloco de anotações, mas só isso. E você, onde estava quando a internet acabou? Waldson Souza é escritor. Formado em Letras e mestre em Literatura pela UnB, pesquisa sobre afrofuturismo e literatura brasileira contemporânea. The post Conto: Desconexão appeared first on Gizmodo Brasil. |
Nova imagem da Via Láctea sugere fonte de energia interestelar desconhecida Posted: 04 Jun 2021 06:30 AM PDT Estudar o centro da galáxia é muito difícil pois ele é obscurecido por uma densa névoa de gás e poeira. No entanto, o cientista Daniel Wang, da Universidade de Massachusetts Amherst, usou o telescópio espacial Chandra X-ray Observatory e o radiotelescópio MeerKAT, da NASA, para captar imagens de um filamento de raios-X conhecido como G0.17-0.41. Segundo ele, esse é um mecanismo que poderia controlar o fluxo de energia e até mesmo a evolução da nossa galáxia. "A galáxia é como um ecossistema", diz. "Sabemos que o seu centro é onde está a ação e o lugar que desempenha um papel enorme em sua evolução." A pesquisa, publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, dá a imagem mais clara até o momento de emissões de raios-X provenientes da área próxima ao buraco negro no centro da galáxia. "Esse segmento revela um novo fenômeno", explica o especialista. "Esta é a evidência de um evento de reconexão de campo magnético em andamento", diz em comunicado à imprensa. O fio, segundo Wang, provavelmente representa “apenas a ponta do iceberg da reconexão”. Eventos de reconexão de campo magnético acontecem quando dois campos magnéticos opostos são forçados a se unir e se combinar, expelindo muita energia. Esses eventos produzem auroras boreais e são responsáveis por fenômenos como erupções solares. “É um processo violento”, afirma o pesquisador. Os cientistas agora acreditam que a reconexão magnética também ocorre no espaço interestelar. "Qual é a quantidade total de saída de energia no centro da galáxia? Como é produzido e transportado? E como ele regula o ecossistema galáctico?" Essas, diz Wang, são as questões fundamentais cujas respostas ajudarão a desvendar a história de nossa galáxia. Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, a nova pesquisa de Wang aponta o caminho. The post Nova imagem da Via Láctea sugere fonte de energia interestelar desconhecida appeared first on Gizmodo Brasil. |
Dormir e acordar uma hora mais cedo reduz risco de depressão, diz pesquisa Posted: 04 Jun 2021 06:25 AM PDT Uma pesquisa publicada no JAMA Psychiatry indica que acordar uma hora mais cedo pode reduzir a chance de depressão profunda em 23%. O estudo foi feito por pesquisadores do Broad Institute, da Universidade do Colorado em Boulder, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard, e revelou evidências de que o cronótipo – a propensão de uma pessoa a dormir em um determinado horário – influencia o risco de depressão. A pesquisa também está entre os primeiros trabalhos a quantificar as mudanças necessárias para influenciar a saúde mental. A partir daí, analisaram os genes de 840 mil pessoas. Para isso, o autor principal do estudo Iyas Daghlas, pesquisador da Harvard, utilizou dados da empresa norte-americana de testes de DNA chamada 23andMe e do banco de dados biomédico UK Biobank, do Reino Unido. Eles utilizaram o método "randomização Mendeliana", que avalia efeitos causados por variantes genéticas quando expostas. "Nossa genética é definida desde o nascimento, então alguns dos vieses que afetam outros tipos de pesquisa epidemiológica tendem a não afetar os estudos genéticos", disse Daghlas em comunicado à imprensa. Dos pacientes analisados, 85 mil usaram rastreadores de sono vestíveis por 7 dias, 250 mil preencheram questionários de sono e o restante da base de dados das companhias. Como resultado, na maior dessas amostras, cerca de 30% dos indivíduos se identificaram como pessoas diurnas, 9% eram mais notívagos e o restante ficava no meio. No geral, o sono médio era de 3h da manhã, o que significa que eles iam para a cama às 23h e levantavam às 6h. Os pesquisadores concluíram que cada pessoa que dormia e acordava uma hora mais cedo que o seu normal, sofria risco 23% menor de transtorno depressivo profundo. Ou seja, se alguém que normalmente vai para a cama à 1 da manhã for para a cama à meia-noite e dormir pelo mesmo período que o normal, poderá reduzir o risco em 23%; se for para a cama às 23h, podem reduzir em cerca de 40%. No entanto, o estudo não avaliou se as pessoas que já têm costume de acordar cedo podem se beneficiar de levantar ainda mais cedo. Todavia, os que estão na faixa intermediária, se foram dormir mais cedo podem se beneficiar. Estudos anteriores já apontavam a relação entre sono e humor, mas Celine Vetter, professora da Universidade da Carolina do Norte, mas não tinham um número certo dos horários. E agora sabem: dormir uma hora mais cedo é suficiente; duas a menos é ideal. Estudos observacionais anteriores mostraram que os notívagos têm duas vezes mais chances de sofrer de depressão do que os diurnos, independentemente de quanto tempo dormem. Mas, como os próprios transtornos de humor podem perturbar os padrões de sono, os pesquisadores têm dificuldade em decifrar o que causa o quê. Em 2018, Vetter publicou um grande estudo de longo prazo com 32 mil enfermeiras. Ele mostrou que os indivíduos diurnos eram até 27% menos propensos a desenvolver depressão ao longo de quatro anos. Mas isso levantou a questão: o que significa ser um madrugador? Dias claros, noites escuras como chaveO que poderia explicar esse efeito? Algumas pesquisas sugerem que obter maior exposição à luz durante o dia, o que costuma ocorrer com os diurnos, resulta em uma cascata de impactos hormonais que podem influenciar o humor. Outros observam que ter um relógio biológico, ou ritmo circadiano, com tendências diferentes do da maioria das pessoas pode ser deprimente. "Vivemos em uma sociedade projetada para as pessoas da manhã, e as pessoas à noite muitas vezes se sentem como se estivessem em um estado constante de desalinhamento com o relógio da sociedade", disse Daghlas. Ele enfatiza que um grande ensaio clínico randomizado é necessário para determinar definitivamente se ir para a cama cedo pode reduzir a depressão. "Mas este estudo definitivamente muda o peso das evidências para apoiar um efeito causal do tempo de sono na depressão." Para aqueles que desejam mudar para um horário de sono mais cedo, Vetter oferece este conselho: "mantenha seus dias claros e suas noites escuras", diz ela. "Tome seu café da manhã na varanda. Caminhe ou vá de bicicleta para o trabalho, se puder, e diminua os componentes eletrônicos à noite. " The post Dormir e acordar uma hora mais cedo reduz risco de depressão, diz pesquisa appeared first on Gizmodo Brasil. |
Físicos identificaram dois átomos ‘conversando’ um com o outro Posted: 04 Jun 2021 06:13 AM PDT Uma equipe de físicos na Holanda e Alemanha recentemente colocou diversos átomos de titânio em um microscópio de tunelamento. Esses átomos estavam em interação constante e silenciosa através da direção de seus spins. Então, com uma proeza, os pesquisadores conseguiram isolar um único par de átomos e disparar em um deles com uma corrente elétrica para alterar o direcionamento de seu spin. Depois, puderam medir a reação de seu parceiro. Quando dois átomos têm spins interdependentes, eles são considerados quanticamente emaranhados. Esse emaranhamento significa que o comportamento de um átomo tem um impacto direto sobre o outro. A teoria diz que isso deve permanecer mesmo quando eles estão separados por grandes distâncias. Nesse caso, os átomos de titânio estavam separados por pouco mais de um nanômetro (um milionésimo de milímetro), próximos o suficiente para as duas partículas interagirem entre si, mas distantes o suficiente para que a interação pudesse ser detectada pelos instrumentos da equipe. “A principal descoberta é que pudemos observar como os spins atômicos se comportam ao longo do tempo como resultado de sua interação mútua”, disse o coautor Sander Otte, físico quântico da Universidade de Tecnologia de Delft. Ele explicou que os cientistas já conseguiam medir a força de vários spins atômicos e a influência dela no nível de energia do átomo. Mas esse experimento permitiu que observassem essa interação ao longo do tempo. Uma grande esperança da física experimental é que algum dia os pesquisadores sejam capazes de simular interações quânticas e foi isso que esse estudo fez, provocando uma ação específica em um átomo e observando como o seu “vizinho” reagia. "Esta é uma demonstração muito boa de um ‘simulador quântico’ muito simples", disse Ella Lachman, uma física quântica da UC Berkeley que não estava envolvida no novo estudo. "Ao controlar as posições dos átomos, podemos teoricamente construir uma réplica de uma rede ou de qualquer sistema que desejamos estudar a dinâmica." O experimento funcionou assim: os átomos de titânio foram ligados a uma superfície de óxido de magnésio, mantendo-os no lugar para inspeção. Presos a essa superfície, que foi mantida em quase vácuo a apenas 1 grau Kelvin, eles poderiam ser individualmente selecionados pelos físicos sob a ponta do microscópio. Os cientistas poderiam, então, reverter os spins de cada um com um pulso elétrico, provocando uma reação imediata no átomo ao lado. Essas reações são previsíveis, disse Otte, por meio das leis da mecânica quântica. (Se você disser "toc toc", pode ter certeza de que a próxima partícula responderá "Quem está aí?"). O processo inteiro levou cerca de 15 nanossegundos, ou 15 bilionésimos de segundo. A pesquisa foi publicada hoje na revista científica Science. Embora essa detecção tenha mapeado a interação de spins entre dois átomos, a situação se torna muito mais complexa com cada átomo adicionado à equação. "Esses modelos são legais, mas quando adicionamos a eles a complexidade na qual estamos realmente interessados, as questões de medidas e interpretações se tornam mais complicadas", disse Lachman. "Eles podem fazer o mesmo experimento com três átomos enquanto medem apenas um? Provavelmente sim, mas a interpretação da medição fica mais complicada. Que tal dez átomos? Vinte? O tempo e a engenhosidade dirão se esta é uma demonstração experimental legal de um modelo de brinquedo ou algo mais profundo. O potencial está aí." Otte também enfatizou os desafios de ir além de um simples sistema de dois átomos. "Se aumentarmos para 20 spins, meu laptop não poderá mais calcular o que acontece. Com 50 spins, os melhores supercomputadores do mundo desistem e assim por diante", disse. "Se quisermos entender precisamente como ocorre o comportamento complexo de certos materiais, teríamos que ‘construir’ materiais do zero e ver como as leis da física atuam ao aumentar de 10 para 100 a 1 mil átomos." The post Físicos identificaram dois átomos ‘conversando’ um com o outro appeared first on Gizmodo Brasil. |
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