segunda-feira, 13 de agosto de 2018

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Relatório: NASA precisa avançar em seu plano para trazer amostras da poeira de Marte

Posted: 12 Aug 2018 01:15 PM PDT

A NASA não decide aleatoriamente quais telescópios e satélites lançar ao espaço e quais planetas estudar. Em vez disso, um comitê de cientistas externos esboça um conjunto de objetivos e recomendações, no que é chamado de “pesquisa decenal”. E, embora aponte alguns contratempos financeiros, uma revisão intercalar do último relatório diz que a NASA fez um trabalho muito bom em atingir os objetivos determinados pela pesquisa Planetary Science de 2013-2022. Mas ainda há trabalho a ser feito, especialmente quando se trata de trazer uma amostra de poeira marciana para a Terra.

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A Academia Nacional de Ciências dos EUA divulgou na semana passada uma avaliação parcial do progresso da NASA em atingir os objetivos da comunidade de ciência planetária para o período entre 2013 e 2022. Segundo o relatório, a NASA mais ou menos atingiu ou excedeu as recomendações do comitê — mas não aderiu ao cronograma recomendado para desenvolver algumas missões de descoberta.

Existem diversas pesquisas decenais, e esse relatório trata apenas da pesquisa de 2013-2022 sobre ciência planetária. Você provavelmente já ouviu falar de suas principais prioridades: uma é coletar e trazer amostras da superfície de Marte. Outra é um estudo aprofundado da lua Europa, de Júpiter. A NASA está atualmente trabalhando para atingir ambos esses objetivos. A pesquisa também recomendou enviar uma sonda até a atmosfera de Urano, mas não existe atualmente uma missão para isso, aponta o Instituto Americano de Física.

A pesquisa original de 2013-2022 recomendava sete missões de tamanho médio do programa New Frontiers, que a NASA seleciona a partir de inscrições enviadas pela comunidade. Até hoje, essas missões já incluíram New Horizons, Juno e OSIRIS-REx. A nova avaliação sugeriu adicionar mais uma missão. O primeiro relatório também recomendava uma série de novas missões do programa Discovery — projetos menos caros, com um processo de seleção competitivo. Elas incluíram a NEAR-Shoemaker, que explorou o asteroide 433 Eros; a MESSENGER, que orbitou Mercúrio; e a mais recente Mars InSight. A nova avaliação sugeriu mais três missões Discovery.

O relatório também aponta que a NASA conquistou muitos dos objetivos do relatório inicial, apesar dos cortes de orçamento para a ciência planetária depois de 2012. Ele trouxe uma lista de recomendações para garantir que as agências permaneçam no caminho certo para atingir os objetivos, incluindo garantir a continuidade do cronograma das missões Europa Clipper e Mars 2020. Além disso, a sonda Mars 2020 vai preparar uma amostra para trazer de volta para a Terra, mas ainda não existe uma estratégia sobre como fazer isso. O relatório recomendou criar uma nova missão para esse fim, apontando que os satélites atuais em torno de Marte estão ficando velhos.

Além disso, a avaliação recomendou o patrocínio de oito a dez estudos conceituais que poderiam ser incluídos na próxima pesquisa decenal. Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências dos EUA incluiu muitas ideias para missões para explorar Saturno, Vênus e a Lua e para buscar a amostra de Marte que a missão Mars 2020 coletar.

Astrofísico em contato com o governo federal, David Spergel, da Universidade de Princeton, disse ao Gizmodo que o relatório foi “oportuno”. Ele apontou especificamente a incerteza em torno da Estação Espacial Internacional (ISS) e como o Congresso dos EUA gostaria de ver as operações da NASA na ISS até 2030, enquanto o presidente Trump gostaria de encerrar as operações em 2024. “Mudanças frequentes de estratégia dificultam a conexão entre as investigações de pesquisa e as necessidades de exploração”, disse ele.

Essa não é a única pesquisa decenal a partir da qual a NASA trabalha. Esse relatório de 2013-2022 trata apenas a ciência planetária, mas cientistas também estão se preparando para o relatório Astro 2020. Ele vai discutir o futuro da astronomia e da astrofísica; o decenal astronômico de 2010 listou o telescópio espacial WFIRST e o telescópio terrestre LSST como suas maiores prioridades.

Portanto, embora as coisas às vezes pareçam obscuras em relação à exploração espacial, considerando os atrasos em grandes projetos e as tentativas ocasionais de cortar orçamentos, é legal dar uma conferida em algumas das coisas incríveis que a NASA e outros cientistas já conquistaram. Também é empolgante pensar em quais missões dos programas New Frontiers e Discovery podem vir a seguir, para complementar os resultados das missões atuais. E, com sorte, alguém pode descobrir como trazer uma amostra da superfície de Marte.

Imagem do topo: NASA/JPL-Caltech

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A criatura mais rápida do mundo não é a que você está pensando

Posted: 12 Aug 2018 11:59 AM PDT

Quando se fala sobre a criatura mais rápida do mundo, é comum que sejam citados o falcão-peregrino, guepardos ou marlins (peixe que pode atingir mais de 120 km/h), no entanto, como mostrado por pesquisadores do Georgia Institute of Technology, nos esquecemos de citar o Spirostomum ambiguum — uma criatura que parece uma larva que atinge velocidades impressionantes em seu processo de encolhimento.

Qual é o animal mais imundo?

O Spirostomum ambiguum é um protozoário unicelular que é frequentemente achado em lagos e lagoas e normalmente se movimenta usando pequenas células chamadas de cílios. Mas quando o S. ambiguum é surpreendido, o protozoário de quatro milímetros de comprimento se contrai com a velocidade da luz, reduzindo o seu corpo em mais de 60%. Ele realiza a atividade em apenas uma fração de segundo; sua transformação em um objeto que lembra uma bola de futebol americano ocorre quase que instantaneamente ao olho humano.

Agora, a resposta de como o S. ambiguum consegue fazer isso de modo que não leve à destruição completa de seus órgãos internos pode ser resumida da seguinte forma: ¯\_(ツ)_/¯

Os pesquisadores da escola de química e engenharia biomolecular da Georgia Tech gostariam de resolver esse mistério, e uma recente bolsa de quatro anos recebida da National Science Foundation deve ajudar na tarefa.

Pode parecer algo meio esquisito estudar os movimentos quase impossíveis de tal criatura, mas conclusões nessa área podem levar a avanços da robótica e da nanotecnologia. A natureza claramente encontrou um caminho para realizar a tarefa — e os cientistas agora precisam entender os detalhes.

"Como engenheiros, gostamos de observar como a natureza lida com desafios importantes", disse Saad Bramla, professor assistente da Georgia Tech, em um comunicado. "Estamos sempre pensando em como reproduzir essas pequenas coisas que vemos na natureza. Se entendermos como elas funcionam, talvez isso possa servir para pequenos robôs que precisam se mover rapidamente com pouco uso de energia."

Grandes vertebrados, como guepardos, pássaros ou humanos, dependem de proteínas chamadas actina e miosina para se moverem. O mesmo não ocorre com os protozoários, que se movem usando pequenas molas moleculares e motores biológicos. Além disso, esses mecanismos dependem da física de criaturas muito pequenas e possivelmente não podem ser reproduzidos em animais maiores.

"Se eles tivessem as proteínas actina e miosina, que compõem nossos músculos, eles não poderiam gerar força o suficiente para se mover tão rápido", disse Bhamla. "Quanto menor eles forem, mais rápido eles serão — 200 m/s2. Isso é impressionante."

De fato, isso é uma aceleração de 201 m/s (723,6 km/h), o que é cerca de 80% da aceleração da língua de um sapo quando ele captura sua presa, ou cerca de 73% da aceleração de um míssil AMI-9E.

Para resolver esse mistério, Bhamla e seus colegas vão usar matemática. "Por exemplo, nós queremos saber o que é o limite fundamental para aceleração em uma célula viva", disse. "Queremos mapear tudo o que essa criatura está fazendo e modelar isso no computador, por meio de uma abordagem de engenharia. Queremos saber como uma célula consegue atingir tal aceleração e como usam as molas moleculares para amplificar sua força."

O sucesso nesse tipo de estudo pode resultar no desenvolvimento de maquinário molecular e de microrrobôs capazes de acelerações semelhantes e, mais importante, capazes de sobreviver a esse movimento incrivelmente rápido.

"Meu treinamento em biologia sugeria que as células eram apenas simples pacotes de fluídos e que não faziam muita coisa, mas que continham uma série de tecidos interessantes", disse Bhamla. "O Spirostomum é completamente diferente das células a que estamos acostumados."

Como todos sabemos, o guepardo é o animal mais rápido do mundo, mas, como curiosidade, o animal terrestre mais rápido quando se leva em consideração o tamanho é o Paratarsomus macropalpis, um ácaro nativo do sul da Califórnia.

Essa criatura pode viajar a 322 comprimentos de corpo por segundo, o que para um humano seria como correr a 2.092 km/h.

[Georgia Tech]

Imagem do topo: Georgia Tech

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Como a NASA levará a sonda Parker até o Sol sem que ela queime

Posted: 12 Aug 2018 09:16 AM PDT

Uma espaçonave humana finalmente está se dirigindo ao centro do Sistema Solar. A primeira janela de lançamento da NASA para a sonda Parker (Parker Solar Probe) começa neste sábado, e, se tudo correr bem, a nave vai começar sua jornada até o Sol.

Não diretamente até o Sol, é claro. Ela passará sete vezes por Vênus, chegando em algum momento a 6,11 milhões de quilômetros da superfície solar, um pouco mais do que quatro vezes o diâmetro do Sol. Porém, apesar das temperaturas de mais de 1.300 ºC, os instrumentos da nave permanecerão em apenas 29,4 ºC, o que parece positivamente frio, considerando as circunstâncias.

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“É a primeira vez que voamos qualquer tipo de instrumento como esse tão perto do Sol. E também é a primeira vez que tivemos a tecnologia disponível para fazer isso”, disse Mitzi Adams, física solar da NASA, em entrevista ao Gizmodo. “É uma combinação dessas duas coisas que torna isso empolgante para mim.”

A tecnologia chave é um sistema de proteção térmica que protege a nave, junto com um sistema de resfriamento à base de água, segundo um comunicado de imprensa do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.

Diagrama do escudo de calor da sonda. Gráfico: Greg Stanley/Universidade Johns Hopkins

O sistema de proteção térmica levou dez anos para ser desenvolvido. Ele tem duas camadas de carbono reforçado com fibra de carbono, que retém suas propriedades estruturais em alta temperatura. Entre essas camadas está a espuma de carbono, um material que é principalmente composto por ar e, portanto, não transfere muito calor. Em cima disso está uma camada exterior de óxido de alumínio, um material branco que reflete a luz. Uma camada de tungstênio fica entre o carbono e o óxido de alumínio para que os dois não reajam e tornem a camada externa cinza.

Abaixo, a engenheira principal do escudo de calor da sonda Parker, Betsy Congdon, mostrando as propriedades térmicas do escudo de calor:

Porém, o ambiente em torno do Sol é formidavelmente intenso. A coroa tem temperaturas de milhões de graus Celsius, e cientistas estão tentando entender por que ela é tão mais quente do que o próprio Sol, cuja superfície está mais para milhares de graus Celsius.

“Sabemos que isso acontece devido ao campo magnético que conecta a superfície do Sol com sua atmosfera externa, mas ainda estamos aprendendo sobre como a [energia] sai do campo magnético em direção à coroa”, disse o físico solar Alphonse Sterling, da NASA, ao Gizmodo. “Esse é um dos mistérios chaves do Sol e da física solar.”

Nos anos 1950, o cientista Eugene Parker, que recebe homenagem no nome da sonda solar, ajudou a explicar como o vento solar se origina da coroa. A sonda Parker será capaz de investigar diretamente as questões em torno desse processo, explicou Sterling.

Gif demonstrando o comportamento da coroa do Sol. Gráfico: Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA/Lisa Poje/Genna Duberstein

A sonda solar Parker vai voar através da coroa exterior, mas as partículas são esparsas o bastante para não transferir muito calor para a nave, segundo a NASA. É como estender sua mão dentro de um forno — se você deixá-la lá apenas brevemente, não machuca, a menos que você toque o metal.

Embora todos estejamos extremamente empolgados com o lançamento, vai demorar um pouco até que possamos apreciar descobertas científicas dessa missão. A sonda não fará suas abordagens mais próximas do Sol antes de 2024. Até lá, a sonda fará órbitas mais apertadas sucessivamente, passando por Vênus sete vezes para acelerar por meio da manobra de estilingue gravitacional.

Uma vez que a sonda chegar lá, esperamos que ela possa responder a algumas das questões ardentes da humanidade sobre o Sol — mas, certamente, ela também irá suscitar novos mistérios.

Imagem do topo: NASA

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Quer manter seu esperma saudável? Use cueca boxer, diz estudo de Harvard

Posted: 12 Aug 2018 07:06 AM PDT

Há muito tempo se acredita que cuecas slip e outros tipos de roupas de baixo confortáveis podem ser ruins para a qualidade do sêmen do homem, graças a temperaturas mais quentes que elas podem causar lá embaixo. Um novo estudo da Universidade de Harvard parece confirmar essa suspeita. A pesquisa descobriu que homens que iam a um centro de fertilidade e regularmente vestiam cuecas boxer tinham contagens de esperma maiores e mais saudáveis do que os restantes.

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Os pesquisadores observaram amostras de sêmen de mais de 600 homens que faziam parte de um casal em busca de tratamento de fertilidade no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston. Além das amostras, que foram coletadas entre 2000 e 2017, os homens também divulgaram vários de seus hábitos, incluindo que tipo de cuecas eles normalmente vestiam.

Cinquenta e três por cento dos homens normalmente vestiam cuecas boxer. E esses homens, conforme descobriram os autores do estudo, tinham uma concentração de esperma em média 25% maior do que os homens que afirmaram usar outros tipos de cueca. Eles também tinham uma contagem total de esperma em média 17% superior, assim como um espermatozoides mais móveis. Curiosamente, os homens que usavam boxer também tinha nível menores de hormônios folículos estimulantes (FSH, na sigla em inglês), que ajudam a regular a fertilidade. Essas diferenças ainda foram aparentes mesmo depois de levar em conta fatores como idade ou nível de atividade física.

Os pesquisadores levantam a hipótese de que os níveis de FSH foram maiores em homens que usam cuecas justas porque seus corpos estavam tentando compensar pela menor contagem de esperma.

“Além de fornecer evidências extras de que as escolhas de roupas de baixo podem impactar a fertilidade, nosso estudo traz evidência, pela primeira vez, de que uma escolha de estilo de vida aparentemente aleatória poderia ter impactos profundos na produção de hormônios em homens tanto em nível de testículo quanto de cérebro”, disse Jorge Chavarro, autor sênior do estudo e professor associado de Nutrição e Epidemiologia na Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard, em um comunicado.

O estudo, segundo Chavarro e sua equipe, é um dos maiores do seu tipo, mas existem limitações nas descobertas, que foram publicadas na quarta-feira (8), no periódico Human Reproduction. É importante apontar que eles só observaram homens que já estavam, supostamente, tendo problemas em conceber com suas parceiras. A maioria dos homens no grupo tendia a ter espermatozoides de boa qualidade, mas isso não descarta a possibilidade de que essas descobertas podem não se aplicar à população geral.

Outra possível desvantagem, comum em pesquisas feitas de perguntas, é que esses homens apenas informaram eles mesmos suas preferências de cuecas. Portanto, existe a possibilidade de os pesquisadores terem identificado equivocadamente os hábitos de roupas de baixo dos homens. Ainda assim, os autores acreditam que isso seja improvável, por razões bastante óbvias. “Embora não tivéssemos conhecimento de estudos avaliando a validade de autorrelatos de cuecas vestidas, não temos razão alguma para acreditar que esse comportamento seria relatado incorretamente pelos homens”, escreveram.

Mesmo com essas pequenas ressalvas, pode ser uma tentativa válida.

“Esses resultados apontam uma mudança relativamente fácil que os homens podem fazer quando eles e suas parceiras estiverem tentando engravidar”, disse a autora principal do estudo Lidia Míngues-Alarcón, cientista da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard.

Considerando que a contagem de esperma de homens de todo o mundo segue caindo, talvez precisemos de toda a ajuda que pudermos ter.

[Human Reproduction]

Imagem do topo: Pixabay

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