sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Gizmodo Brasil

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Se você tem paz de espírito, terá bons sonhos, sugere pesquisa

Posted: 06 Sep 2018 02:57 PM PDT

Eu costumo ter sonhos muito vívidos. Recentemente, sonhei que acertei um home run no Wrigley Field, como jogadora do meu time de beisebol favorito, o Chicago Cubs, por exemplo. Mas também sonhei que o palhaço de It: A Coisa veio me assombrar o tempo todo enquanto eu andava por um cassino lotado.

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Sempre me perguntei por que sonho com tais coisas, e, agora, um novo estudo pode trazer algumas informações sobre isso. A pesquisa liga sonhos alegres a paz de espírito enquanto acordado e sonhos ruins com sentimentos de ansiedade durante o dia. O artigo poderia ser útil para explicar por que sonhamos e, um dia, ajudar a tratar condições de saúde mental associadas com sonhos perturbadores.

“Existe um princípio que remonta ao psicólogo Alfred Adler, de que sonhamos o que vivemos e vivemos o que sonhamos, e acho que ele estava certo”, disse Stanley Krippner, psicólogo da Universidade Saybrook, que não esteve envolvido no novo estudo, em entrevista ao Gizmodo. Krippner acredita que os sonhos são uma espécie de melhores momentos, que nos lembram quais coisas na vida real nos deixaram felizes ou ansiosos. “Quando você está feliz durante o dia, tem sonhos felizes de noite. A função dos sonhos é adaptativa — lembrar o que nos deu paz de espírito e reproduzir isso repetidamente. É isso que as descobertas desse estudo nos mostra também.”

Várias pesquisas sugerem que os sonhos podem ser subprodutos do armazenamento de memórias e da aprendizagem do nosso cérebro, uma estratégia para nos preparar para perigos na vida real ou um escape para as nossas mentes trabalharem em meio a experiências emocionais pesadas.  Eles também são ligados à saúde mental — pessoas com ansiedade e depressão frequentemente têm altas incidências de pesadelos.

“Saber a natureza das emoções nos sonhos e como elas estão relacionadas ao nosso bem-estar enquanto acordados pode ajudar a jogar luz sobre as possíveis funções dos sonhos”, disse Pilleriin Sikka, uma das autoras do estudo, psicóloga e neurocientista da Universidade de Turku, na Finlândia, em entrevista ao Gizmodo.

Para medir como o conteúdo dos sonhos está ligado ao estado emocional e ao bem-estar, uma equipe de pesquisa pediu a 47 voluntários que realizassem alguns questionários padronizados para avaliar o bem-estar de cada um deles. Eles fizeram perguntas relacionadas a ansiedade, depressão, satisfação com a vida — tanto no todo como em certos campos, como trabalho e relacionamentos — e paz de espírito.

Para medir a paz de espírito, a pesquisa pediu que os participantes pontuassem o quanto concordavam com declarações como “tenho paz e harmonia em minha mente” e “é difícil para mim me sentir resolvido”.

Para relacionar o mal e o bem-estar geral com os sonhos, cada voluntário também manteve um “diário dos sonhos” por três semanas, no qual anotou os detalhes de seus sonhos imediatamente depois de acordar. Voluntários e pesquisadores classificaram os sonhos separadamente para certas emoções positivas e negativas, como diversão, gratidão e amor e desprezo, nojo e ódio.

Usando esses dados, os pesquisadores descobriram que as pessoas com altas pontuações para a paz de espírito tinham sonhos mais agradáveis ​​e positivos, como observado no estudo publicado na sexta-feira (24) na Scientific Reports. Por outro lado, as pessoas que tinham notas altas de ansiedade tinham muitos sonhos negativos mais perturbadores.

O estudo é preliminar e tem suas limitações — ele confia quase que exclusivamente em dados autorrelatados. As pessoas podem ter, de propósito ou acidentalmente, deixado algumas coisas de seus sonhos de fora dos registros, como sonhos que julgassem constrangedores, por exemplo. “O diário dos sonhos é uma limitação”, disse Krippner. “Mas nos dá muitos dados e é certamente um bom começo.”

Outros estudos descobriram que até 80% das pessoas que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático têm pesadelos relacionados a seu trauma e que pessoas que têm ansiedade relacionada à esquizofrenia têm sonhos mais hostis e apreensivos. Portanto, os resultados desse estudo não são assim tão surpreendentes — pessoas ansiosas tendem a ter sonhos ansiosos.

Ainda assim, Krippner disse ao Gizmodo que estudos que focam em como pessoas saudáveis sonham são tanto cruciais quanto escassos. A maioria das pesquisas sobre sono é feita com pessoas que sofrem com vários problemas psicológicos.

“Estudos como esses têm consequências muito práticas”, afirmou. “É importante descobrir o que torna saudáveis as pessoas saudáveis.”

[Scientific Reports]

Imagem do topo: Pexels

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Agora dá para deixar o YouTube no modo escuro no Android

Posted: 06 Sep 2018 01:09 PM PDT

Já tem um mês que o Android 9 Pie foi lançado, e ele tem muita coisa bacana, como os controles de bem estar digital e as ações de aplicativos, que deixaram o sistema muito mais amigável. Mesmo assim, eu não posso deixar de pensar que uma das omissões mais graves da atualização é a falta de um modo escuro.

Interfaces escuras evitam que você tome um clarão nos olhos durante a noite. Se seu aparelho tem uma tela AMOLED, elas podem até mesmo ajudar a gastar menos bateria. É por isso que vários apps, como Twitter, Twitch e discord trazem a opção de visuais escuros. Mesmo aplicativos do Google, como o Google Weather, oferecem essa opção.

Meu smartphone tem uma opção de skin escura, mas mesmo assim, infelizmente, o YouTube em modo escuro ainda força uma barra de navegação branca.

Em uma estranha reviravolta de eventos, quando o Google decidiu colocar essa alternativa no YouTube, a versão de desktop a recebeu primeiro, com o app de iOS logo depois. E, depois, nada mais aconteceu.

Agora, não mais que de repente, parece que o YouTube para Android finalmente foi agraciado na versão 13.35.51 com um tema escuro para poupar nossas retinas durante a noite.

Infelizmente, o aplicativo usa um cinza muito escuro e não um preto puro, que seria a melhor opção para economizar bateria. Quando você usa preto puro em telas AMOLED, o aparelho pode literalmente desligar aqueles pixels para economizar energia.

Por outro lado, o modo escuro é super fácil de ativar. Tudo que você precisa fazer é tocar no seu ícone de perfil no canto superior direito, escolher a opção "Configurações", entrar em "Gerais" e ligar o tema escuro. O único problema que eu tive no processo como um todo foi fazer a opção aparecer — eu consegui resolver forçando o app a fechar algumas vezes depois de atualizá-lo.

Mas eu ainda tenho esperança que, agora que o YouTube já conta com essa opção, o Google comece a fazer isso com outros dos seus principais apps ou com o Android em sim. Afinal de contas, o Windows 10 tem um modo escuro, a versão beta do macOS Mojave tem um modo escuro. Já está na hora do Android entrar nessa onda.

Imagens: Sam Rutherford

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A iRobot finalmente fez um robô-aspirador que se esvazia sozinho

Posted: 06 Sep 2018 11:07 AM PDT

A iRobot, que faz os robôs-aspiradores Roomba, deu mais um passo em direção a uma faxina completamente autônoma. O novo i7+ tem uma base grandona que remove e armazena a poeira e os detritos em sacos descartáveis de tamanho considerável, de forma que você não precisa trocá-los com tanta frequência.

É uma ótima ideia que vimos antes e veremos mais vezes. Para manter os robôs pequenos o bastante para entrar em pequenos espaços e limpar debaixo de móveis, não dá para colocar reservatórios muito grandes neles. Usar uma dock grande o suficiente para esvaziar o reservatório cerca de 30 vezes pode ser uma boa solução até que consigam fazer um aparelho que jogue a sujeira direto na lixeira.

Claro, isso tem um preço. O Roomba i7+ chega como o limpador autônomo mais caro da linha, custando US$ 950 (R$ 3.939,55, em conversão direta). É um preço comparável aos modelos mais caros das concorrentes nos EUA, como os topos de linha da Neato e o Dyson 360 Eye. Para compensar todo esse dinheiro gasto e manter seu produto competitivo, a iRobot também colocou outros recursos no i7+.

Assim como os modelos anteriores da linha Roomba, o i7+ conta com uma câmera olho de peixe em seu topo para visualizar os cômodos da sua casa e planejar uma rota de limpeza mais eficiente. Ele consegue armazenar os esquemas de dez ambientes, e você pode visualizá-los em um app.

O i7+ também permite que seu dono nomeie as áreas identificadas pelo robô e programe a faxina de cômodos específicos. É bem parecido com a Zone Cleaning da última atualização dos robôs da Neato. Isso parece um grande salto na autonomia do Roomba — anteriormente, para limpar um cômodo ou área específica muito distante da base, você tinha que pegar o aspirador e levá-lo até o lugar antes de ordenar a faxina.

O i7+ também representa que acabou a época de comprar um aspirador robótico por algumas poucas centenas de dólares. Isso não é ruim, porém. Os primeiros modelos da linha Roomba eram ótimos em manter o chão arrumado nos dias entre uma faxina e outra, mas ainda era necessário usar um aspirador tradicional para uma limpeza mais pesada.

Com melhorias nos sensores, no mapeamento, na duração da bateria e até mesmo no poder de sucção, esses robozinhos têm o potencial de substituir completamente um equipamento convencional. O iRobot está em pré-venda e deve ser entregue aos consumidores no dia 12 de setembro.

[iRobot via IEEE Spectrum]

Imagens: iRobot

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Blu chega ao Brasil com smartphone intermediário Vivo XI+ a partir de R$ 1.299

Posted: 06 Sep 2018 10:03 AM PDT

A empresa norte-americana Blu tem alguma presença no Brasil, vendendo smartphones Android baratos em grandes varejistas por meio de marketplace. A companhia, que se diz "líder de smartphones desbloqueados nos EUA", agora traz o smartphone Blu Vivo XI+ ao mercado local, custando a partir de R$ 1.299.

Em seu material de divulgação, a companhia diz que o Blu Vivo XI+ é topo de linha, mas, na verdade, ele é um smartphone intermediário. Para começar, ele vem com um chipset MediaTek Helio P60 octa-core (4 ARM Cortex-A73 + 4 ARM Cortex-A53 de até 2 GHz) e opções de 64 GB (4 GB de RAM) e 128 GB (6 GB de RAM) de armazenamento. A tela é FHD+ de 6,2 polegadas com proporção 19:9 — ah, e, sim, tem um notch, como boa parte dos lançamentos da atualidade.

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Ele vem com o sistema Android 8.1 embutido, mas a Blu garante que ele vai receber atualizações de segurança do Android e que terá a atualização Android 9 Pie, sem especificar uma data para isso.

O conjunto de câmeras tem bons números. O Vivo XI+ tem duas câmeras na traseira, sendo uma de 16 megapixels e outra de 5 megapixels com foco laser — a ideia de ter um sensor a mais é possibilitar profundidade de campo e fazer imagens com fundo desfocado. Na parte da frente, o smartphone tem um sensor para selfie de 16 megapixels e abertura f/2.0.

Aliás, na parte da frente, ao lado da câmera, a empresa diz que ele conta com um scanner 3D e um sensor infravermelho que possibilita o desbloqueio do Vivo XI+ usando o rosto do usuário — a empresa ressalta que, depois do iPhone X, apenas o dispositivo deles conta com essa tecnologia.

Por fim, o smartphone conta com som DTS (um sistema que "inclui altos doces, médios suaves e graves profundos para desfrutar de suas músicas e vídeos ao máximo") e uma bateria de 3.050 mAh.

Ele será vendido em duas versões e terá, por ora, dois canais de venda: a loja NoteTech.com.br e um canal oficial no Mercado Livre

64 GB de armazenamento e 4 GB de RAM – R$ 1.299
128 GB de armazenamento e 6 GB de RAM – R$ 1.599

Competição nunca é demais, né? Pelo preço, parece que ele se posiciona entre intermediários, como o Zenfone 5 Selfie e Zenfone 5 Selfie Pro, só que mais barato e com hardware pouca coisa melhor — o que pode ser interessante (ou não), caso queira se aventurar numa marca nova.

A Blu diz que tem planos de ter uma representação oficial no Brasil. No entanto, por ora, tudo deve ser feito via NoteTech.com. Inclusive, na estreia, a companhia diz que a representante local, a NoteTech.com.br (companhia que fica baseada no Paraná), oferecerá garantia por até seis meses por tela quebrada por meio do serviço Blu Care.

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É melhor você, passageiro, se comportar ou poderá ser banido da Uber

Posted: 06 Sep 2018 09:21 AM PDT

Você acha que, ao entrar em um carro de um motorista de Uber, o único que está passando por um crivo relevante é ele? Pense duas vezes. Isso porque, no Brasil, a empresa adotou uma política de banimento de usuários com nota baixa — e a nota de corte é de quatro estrelas.

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O Engadget publicou nesta quinta-feira (6) uma matéria afirmando que a novidade está chegando neste mês aos mercados da Austrália e da Nova Zelândia, dizendo que a política já estava valendo para o Brasil. Como a Uber não preparou nenhum material anunciando a nova diretriz, entramos em contato com a empresa, que confirmou a informação. Mais do que isso, o novo sistema de banimento de usuários passou a valer em junho deste ano.

Um porta-voz da Uber revelou que, quando um usuário atinge a nota de 4 estrelas, ele passa a receber notificações do app sobre a avaliação, assim como orientações em relação à nota baixa e sobre como melhorá-la.

Essas indicações têm a ver com o comportamento do usuário dentro dos veículos. Não há uma postura oficial da empresa sobre quais pontos pesam, mas é possível destacar coisas como educação no trato com o motorista, manter o veículo limpo ao entrar, não consumir bebidas alcoólicas dentro dele, não se atrasar ou até mesmo não bater a porta, algo que incomoda os motoristas em geral.

Anteriormente, encontrar sua nota não era um processo tão claro, mas a Uber já consertou isso. Para saber sua avaliação, basta clicar no ícone de três traços horizontais no canto esquerdo superior do app que sua nota aparece.

Se depois de um tempo você não melhorar a nota, então você é banido do serviço de forma definitiva. Nada de suspensão temporária. Esse período de folga para melhorar a nota, no entanto, não tem um prazo definitivo. Varia de caso a caso, segundo o porta-voz da Uber. A opção, então, é apelar para outros aplicativos. Ou, talvez, repensar um pouco suas atitudes, dependendo do tipo de coisa que você faz dentro de um carro.

Imagem do topo: Getty

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Novo relatório do Congresso dos EUA pede que NASA intensifique a busca por exoplanetas e alienígenas

Posted: 06 Sep 2018 08:21 AM PDT

Um novo relatório encomendado pelo Congresso dos Estados Unidos diz que a NASA deveria refinar sua estratégia e melhorar suas ferramentas para promover o estudo de sistemas exoplanetários e acelerar a busca por vida alienígena.

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O novo relatório de estudo de consenso, de autoria das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina, destaca várias prioridades estratégicas que, se implementadas, vão percorrer um longo caminho para garantir que os cientistas tenham os recursos necessários para estudar exoplanetas (planetas em órbita em torno de outras estrelas). Chamado de “Estratégia de Ciência de Exoplaneta”, ele identifica prioridades de pesquisa específicas, ao mesmo tempo em que faz recomendações sobre como a NASA deve investir seus esforços.

“Ao longo da última década, a ciência de exoplaneta produziu muitas descobertas notáveis, desde imagens diretas de exoplanetas gigantes gasosos até a detecção de moléculas e nuvens em atmosferas de mais de cem mundos”, escrevem os autores no novo relatório. “No entanto, nosso conhecimento de toda a gama de características dos exoplanetas e de seus ambientes locais permanece substancialmente incompleto.”

De fato, fizemos muito progresso nessa área, mas algumas questões-chave permanecem: se o nosso tipo de sistema solar é comum ou raro, como os planetas terrestres se formam, quais os fatores que dão origem à habitabilidade. E, claro, ainda não sabemos se existe vida em outro lugar na Via Láctea. O novo relatório é uma espécie de estímulo para que a NASA siga o caminho, já que as Academias Nacionais aguardam os próximos dez anos de pesquisa exoplanetária.

Em um nível mais amplo, o relatório oferece duas metas abrangentes para cientistas exoplanetários. Primeiro, astrônomos e astrobiólogos precisam ter uma compreensão melhor de como os sistemas planetários se formam e evoluem, incluindo melhores descrições de arquiteturas, composições e ambientes de sistemas planetários. Segundo, eles precisam aprender o suficiente sobre exoplanetas para fazer previsões informadas sobre a habitabilidade e fazer pesquisas significativas sobre a vida alienígena em sistemas estelares distantes.

Concepção de um artista do sistema estelar Kepler-47. Ilustração: NASA

Para esse fim, os pesquisadores estão recomendando uma abordagem “holística” para o estudo de exoplanetas e seus ambientes, como o levantamento de uma ampla variedade de tipos de planeta (incluindo discos protoplanetários, planetas bebês e sistemas estelares no fim de suas vidas) e encontrando maneiras de determinar massa, tamanho, composições atmosféricas e a química de mundos distantes. Essas análises devem ser feitas no máximo de exoplanetas possível e em sistemas estelares com parâmetros orbitais variáveis e tipos de estrelas hospedeiras, recomendam os autores.

Tudo bem, legal. Mas os pesquisadores precisam das ferramentas certas para poder realizar esse tipo de trabalho. E, nesse sentido, a NASA e os astrônomos que usam suas ferramentas atingiram uma espécie de beco sem saída. O telescópio espacial Kepler, por exemplo, está ficando sem combustível, a missão praticamente acabou.

De olho nos próximos dez anos ou mais de descobertas astronômicas, os autores estão pedindo à NASA que desenvolva um telescópio espacial avançado para permitir imagens diretas de exoplanetas distantes, com um foco particular na detecção de planetas semelhantes à Terra em órbita de estrelas semelhantes ao nosso Sol.

Além disso, a NASA deve investir em astronomia terrestre, diz o relatório. Dois futuros observatórios, o Giant Magellan (GMT) e o Thirty Telescope (TMT), oferecerão avanços na imagem e espectroscopia (medição da absorção e emissão de luz) de sistemas planetários inteiros. Esses observatórios também serão capazes de detectar moléculas, como o oxigênio, dentro das atmosferas de planetas distantes. O GMT está atualmente em construção, mas o TMT ainda precisa ser aprovado.

Renderização do telescópio Giant Magellan acabado. Ilustração: GMTO Corporation

Mas esses telescópios terrestres exigem financiamento, então os autores do novo relatório sinalizaram a National Science Foundation (NSF) como a agência governamental mais adequada para essa tarefa. As Academias Nacionais dos EUA gostariam que a NSF fizesse investimentos significativos tanto no telescópio GMT quanto no TMT e financiasse o desenvolvimento de dispositivos adicionais para possibilitar capacidades específicas de caça a exoplanetas. Os investimentos da NSF também devem funcionar para fornecer “acesso total à comunidade de pesquisa dos EUA”.

Os autores também querem que a NASA disponibilize o Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST) aos astrônomos com o objetivo de estudar os exoplanetas. Esse telescópio está praticamente pronto para uso e, uma vez no espaço, ele poderia ser usado para fazer o levantamento de planetas muito mais distantes do que o Kepler jamais conseguiria achar. O WFIRST permitirá um recenseamento mais completo dos exoplanetas e fornecerá imagens diretas e espectros de planetas em torno de estrelas distantes.

O relatório das Academias Nacionais também pede que a NASA disponibilize o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) e o ainda a ser lançado telescópio espacial James Webb (JWST) para um grupo diverso de pesquisadores, que poderiam então sistematicamente coletar dados sobre exoplanetas e, no caso do JWST, pesquisar suas atmosferas.

“A identificação de vida em um exoplaneta não será conquistada por uma só equipe de pesquisadores ou por um só método”, escrevem os autores. “Vai acontecer apenas quando unirmos as informações combinadas de astrofísicos, cientistas planetários, cientistas da Terra e heliofísicos e fornecermos a eles a oportunidade e os recursos para colaborar.”

A NASA provavelmente vai receber esse relatório encomendado pelo Congresso dos EUA com grande prazer. As Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina existem para fornecer análise e conselho independentes e objetivos. Armados com essas recomendações, a NASA agora pode levar esse relatório até o Congresso e pedir um financiamento suficiente.

Se a NASA e o Congresso dos EUA seguirem essas recomendações, os próximos dez anos devem ver algumas descobertas astronômicas e astrobiológicas extraordinárias.

[The National Academies of Sciences, Engineering and Medicine]

Imagem do topo: IAU/L. Calçada

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A ararinha-azul, do filme Rio, foi considerada provavelmente extinta na natureza em um estudo

Posted: 06 Sep 2018 07:31 AM PDT

A ararinha-azul, que estrela o filme Rio, foi considerada “provavelmente extinta na natureza” após um estudo do grupo BirdLife International. Embora o personagem Blu tenha conseguido salvar a sua espécie no filme depois de se apaixonar e ter filhinhos fofos, a realidade não é nada parecida com a ficção.

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As ararinhas-azuis são apenas uma das oito espécies que estão extintas ou provavelmente extintas na natureza, de acordo com uma análise de oito anos realizada pelo grupo de conservação BirdLife International, que foi publicada nesta quarta-feira (5).

O estudo avaliou espécies consideradas “criticamente ameaçadas” na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) usando um novo método estatístico.

A nova abordagem dos cientistas apontou correspondência de 80% com a atual classificação de espécies da lista vermelha da IUCN e, segundo os pesquisadores, as exceções refletem espécies cuja reclassificação estava pendente a partir do resultado dessa pesquisa. Como consequência, eles recomendaram que nove espécies fossem reclassificadas.

De oito prováveis extinções, cinco aconteceram na América do Sul. Os pesquisadores culpam o desmatamento.

“Noventa por cento das extinções de pássaros nos séculos recentes aconteceram em ilhas”, conta Stuart Butchart, cientista chefe da organização e líder do estudo que deve ser publicado na próxima edição da Biological Conservation, em um comunicado à imprensa. “No entanto, os nossos resultados confirmam que há uma onda crescente de extinção nos continentes, impulsionada principalmente pela perda de habitat e degradação a partir de agricultura não-sustentável e desmatamento”.

As florestas tropicais perderam 39 milhões de acres de cobertura de árvores em 2017. Isso é prejudicial para os animais que têm as árvores como suas casas. A ararinha-azul, que já cruzou a região próxima do rio São Francisco, não é a única a sofrer.

Há ainda a arara-azul-pequena, também nativa do Brasil. Outras aves que o novo estudo recomenda reclassificar como extintas ou possivelmente extintas na Lista Vermelha IUCN incluem o gritador-do-nordeste e o Limpa-folha-do-nordeste, também do Brasil.

A trepadeira-de-cara-preta, um pássaro impressionante com um rosto todo preto, já não é visto em seu país natal, o Havaí, desde 2004, e também entrou na lista.

Os autores pesquisaram 61 espécies de pássaros que não são vistos há mais de 10 anos ou que foram vistos nos últimos 10 anos mas sofreram grandes declínios. A partir daí, eles examinaram toda a literatura disponível sobre os animais – 819 registros e 356 pesquisas no total – além de consultas aos especialistas que estudaram essas aves.

Controlando a possibilidade de identificar incorretamente as espécies, o estudo avaliou a probabilidade de que algum tipo de ameaça tenha acometido a espécie. Além disso, avaliaram se essas ameaças foram suficientemente severas para causar impacto na espécie.

Com tudo isso em mente, os autores chegaram a uma triste conclusão.

Embora a ararinha-azul não seja vista na natureza há mais de 18 anos (sem contar o registro de uma ave solitária em 2016), cerca de 80 delas ainda estão vivas em cativeiros, segundo a BirdLife International.

Algumas delas devem vir da Europa para o Brasil no ano que vem e, segundo o governo brasileiro, os números são um pouco diferentes. O Ministério do Meio Ambiente diz que há 158 ararinhas-azuis no mundo e que, atualmente, 11 delas estão em território nacional.

O relatório dos pesquisadores não é feito sem base científica, mas sempre há esperança de que existam algumas ararinhas-azuis e outras aves citadas no estudo espalhadas pela natureza, escondidas profundamente nas florestas tropicais.

Imagem do topo: Ararinhas-azuis em cativeiro. Crédito: AP

Colaborou: Alessandro Feitosa Jr.

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Empresa que faz software para stalkear pessoas vazou milhões de dados de espiões e espionados

Posted: 06 Sep 2018 06:56 AM PDT

A mSpy, uma companhia que vende softwares feitos para permitir que pessoas monitorem seus filhos, parceiros ou qualquer outra pessoa, expôs mais de 2 milhões de dados "incluindo compras de software, nomes de usuários do iCloud e tokens de autenticação de dispositivos rodando o mSpy", segundo noticia o TechCrunch.

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A companhia vende seu produto como "software de monitoramento de controle parental". No entanto, é parte de uma família maior de apps espiões que já atraiu a atenção de autoridades no passado — em 2014, o empresário paquistanês Hammad Akbar foi acusado e posteriormente culpado por vender e anunciar equipamentos de escuta telefônica. Embora os termos de uso do mSpy mencionem que o software não pode ser usado para fins ilegais, existem evidências de que muitos usuários compram a assinatura para propósitos específicos, o que faz com que alguns se refiram a esse tipo de software como "stalkerware" (um software feito para stalkear as pessoas).

O vazamento do banco de dados foi noticiado primeiro pelo desenvolvedor Nitish Shah, mencionado pelo pesquisador de segurança Brian Krebs em seu blog. A base de dados não exigia autenticação e "permitia que qualquer um consultasse registros nos dados da mSpy tanto para transações de consumidores no site da mSpy como de dados de telefonia coletados pelo software da mSpy", escreveu Krebs.

O acesso à base de dados foi então restringido após Krebs entrar em contato com o pessoal da mSpy. No entanto, de acordo com capturas de tela postadas no site do pesquisador de segurança, qualquer um que descobriu a brecha poderia acessar registros de chamada, mensagens, histórico de navegação, nomes de usuários do iCloud, tokens de autenticação e mensagens do WhatsApp e Facebook de pessoas que tinham o software da mSpy rodando no smartphone. Os dados internos da mSpy "incluíam detalhes de transações de licenças compradas do mSpy nos últimos seis meses, incluindo nome do consumidor, endereço de e-mail e a quantia paga", afirmou Krebs.

Ou seja, nem a pessoa que comprou o software para espiar ficou incólume com o vazamento.

Em um e-mail ao pesquisador de segurança Krebs, um funcionário da mSpy que se identificou como chefe de segurança da mSpy reconheceu a brecha, mas disse que as contas de consumidores estavam "seguramente encriptadas" e que apenas um pequeno número de pessoas tinha acesso a esses dados.

Não é a primeira vez que a mSpy sofre vazamento de dados. Em 2015, em um espaço de semanas, o serviço relatou duas brechas de segurança.

[TechCrunch/Krebs on Security]

Imagem do topo: Getty Images

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Uber anuncia funcionalidades de segurança nos EUA que deveriam estar disponíveis há muito tempo

Posted: 06 Sep 2018 05:53 AM PDT

O Uber anunciou em abril que “colocaria um sério foco em segurança” e apontou algumas funcionalidades que chegariam ao aplicativo nos meses seguintes. Nesta quarta-feira (5), o CEO da companhia, Dara Khosrowshahi, disse em post publicado no blog oficial que o Uber está “dando o próximo passo em segurança” com uma nova rodada de atualizações.

Essas funcionalidades serão liberadas para os usuários dos Estados Unidos e Canadá e, aos poucos, deve chegar a outros mercados, como o Brasil.

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A primeira funcionalidade listada na publicação se chama “Checagem de Corrida”. Ela utiliza o GPS e “outros sensores do smartphone do motorista” para identificar se você esteve em algum acidente.

Se o Uber detectar que talvez você tenha se envolvido em uma batida, tanto para o passageiro quanto para o motorista receberão uma notificação no aplicativo, perguntando se está tudo bem e oferecendo a opção para ligar para a emergência. A companhia indicou que essa central de notificações, bem como o botão de pânico, será extendido para todos os motoristas nos Estados Unidos e Canadá.

A Checagem de Corrida também identificará outros fatores que possam indicar que alguém está em perigo, como “uma parada longa e inesperada durante uma viagem”. Nesses casos, uma notificação de segurança também será enviada ao aplicativo. No entanto, se alguém estiver correndo um sério perigo, é improvável que ela tenha facilidade em acessar essas opções em seu celular.

“Esperamos expandir essa tecnologia para mais cenários no futuro”, escreveu Khosrowshahi.

A publicação também lista algumas outras funcionalidades de segurança que são sem sombra de dúvidas importantes, mas que parecem ter chegado com um grande atraso. A companhia irá disponibilizar em breve comandos acionados por voz para os motoristas – com isso, eles poderão enviar mensagens sem usar as mãos.

A empresa também permitirá que motoristas e passageiros conversem pelo aplicativo sem que seus números de telefone sejam revelados. Além disso, a Uber permitirá que os passageiros peçam uma corrida em cruzamentos, em vez de indicar um endereço exato.

No histórico de corridas do motorista, as corridas irão exibir apenas “a área geral” do começo e do final de uma corrida. Essa medida chega para evitar que motoristas persigam ou assediem passageiros, como foi relatado recentemente nos EUA.

Em abril, a Uber anunciou que estava lançando um programa piloto para esconder as localizações exatas de embarque e desembarque do histórico de viagens do usuário e, em vez disso, mostraria apenas uma região geral no histórico do motorista.

A Uber também está expandindo a autenticação em dois fatores. Os usuários podem optar por utilizar a verificação em duas etapas a cada vez que fizerem login, escolhendo ativar a opção por meio de um código enviado por mensagem de texto (que pode ser interceptado em um ataque direcionado) ou por aplicativos de autenticação de terceiros.

Nem todos os usuários verão essas funcionalidades imediatamente – todas elas serão liberadas “durante os próximos meses”.

“A Uber tem a responsabilidade de manter as pessoas seguras, e levamos isso a sério”, escreveu Khosrowshahi. “Queremos que você fique tranquilo todas as vezes que usar um carro da Uber, e esperamos que essas funcionalidades deixem claro que estamos te protegendo”.

Se você acompanha a Uber há algum tempo, sabe que eles fizeram uma bagunça bem feia nos últimos anos e agora tem sido difícil arrumar a casa. Khosrowshahi acaba de completar o seu primeiro ano na empresa, e entre todas as questões sobre as quais ele foi encarregado, a segurança foi uma das prioridades.

Ainda há muito trabalho a ser feito, mas essas atualizações básicas e cruciais apontam para um serviço mais seguro. A Uber, no entanto, não deveria ganhar pontos com isso – são funcionalidades que a companhia deveria ter pensado antes mesmo de ter lançado o app.

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Cientistas descobriram o primeiro tubarão que se alimenta de carnes e vegetais

Posted: 06 Sep 2018 04:36 AM PDT

Tubarões são praticamente um sinônimo de animal carnívoro. O tubarão-de-pala (uma pequena espécie de tubarão-martelo), por sua vez, alterna entre dietas de carne e de vegetais, de acordo com uma nova pesquisa.

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Pesquisadores do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade da Califórnia em Irvine, mostraram que os tubarões-de-pala são capazes de digerir e aproveitar nutrientes de ervas marinhas. Antes, pensava-se que o animal tinha uma dieta exclusivamente carnívora.

Este é o primeiro tubarão onívoro conhecido – uma descoberta que muda o que sabemos sobre os tubarões e o seu papel nos ecossistemas aquáticos. A nova pesquisa, liderada pela bióloga marinha Samantha Leigh, foi publicada nesta terça-feira (4), no periódico Proceedings of the Royal Society B.

Alguns animais são bem indiscriminados quando se trata de comida, colocando para dentro praticamente tudo o que aparece em seus caminhos. Mas o fato do animal ter decidido comer algo não significa que ele é capaz de digerir esse alimento e obter seus potenciais nutrientes. Para os cientistas, é importante saber quais alimentos trazem benefícios para os animais e entender completamente o papel que isso tem no ecossistema.

Um tubarão-de-pala visto de cima. Imagem: D. Ross Robertson/Wikimedia

Os cientistas acreditavam que já tinham descoberto tudo o que era necessário sobre a alimentação dos tubarões. São animais teoricamente carnívoros por excelência, com estômagos apropriados para a digestão de alimentos de muita proteína; eles foram feitos para comer carne e nada mais.

Os onívoros, por outro lado, são capazes de comer carne, mas também digerem vegetais. Essa habilidade exige uma química biológica totalmente diferente de digestão. É preciso, por exemplo, quebrar e absorver, ou assimilar, nutrientes encontrados nas paredes celulares fibrosas das plantas.

Os tubarões-de-pala (Sphyrna tiburo) vivem em águas costeiras próximas ao Atlântico (incluindo o Brasil) e ao Golfo dos Estados unidos e são bem conhecidos pelos cientistas. Eles gostam de comer crustáceos, lulas e moluscos, mas também possuem esse estranho hábito de comer ervas marinhas – uma observação realizada pela primeira vez pela ecologista e pesquisadora do NOAA, Dana Bethea, em 2007.

Os animais comem tantas ervas marinhas que até 62% do conteúdo de seus estômagos possuem traços de plantas aquáticas. Os biólogos marinhos achavam que os tubarões-de-pala estavam consumindo os vegetais, mas não aproveitavam seus nutrientes.

“Inicialmente, o pensamento era de que os tubarões-de-pala consumiam ervas marinhas acidentalmente ao caçar crustáceos, lulas e outros pequenos animais invertebrados que fazem das ervas marinhas as suas casas”, disse Leigh ao Gizmodo.

Incomodada com essa opinião popular, Leigh e sua equipe decidiram fazer uma experiência para ver se os tubarões-de-pala eram, de fato, capazes de digerir e adquirir nutrientes das ervas marinhas. Eles trabalharam com cinco tubarões-de-pala cativos e os alimentaram com uma dieta que consistia 90% em ervas marinhas e outros 10% em lulas. A dieta consistia, todos os dias, em 5% do peso do tubarão e foi realizada durante três semanas. Os pesquisadores coletaram as fezes dos animais durante os testes de alimentação e todos os turbarão sofreram eutanásia ao final do experimento.

Uma análise digestiva dos animais mortos e de suas fezes mostraram que os tubarões-de-pala de fato digeriam e absorviam os nutrientes das ervas marinhas. Além disso, os tubarões mostraram crescimento somático (celular) enquanto estavam na dieta baseada em vegetais. Por fim, eles possuíam a bioquímica necessária para quebrar até mesmo as porções mais duras das ervas marinhas fibrosas.

“Marcamos quimicamente as ervas marinhas da dieta com carbono-13, que basicamente era um marcador químico que poderíamos utilizar para verificar se os nutrientes das ervas marinhas estavam sendo digeridos e absorvidos na corrente sanguínea do tubarão”, disse Leigh. “Fizemos coleta regular de sangue e descobrimos altos níveis desse marcador químico, indicando a assimilação de nutrientes de ervas marinhas.”

Os pesquisadores analisaram o material fecal para medir quanto de cada tipo de nutriente (carboidratos, proteínas, gorduras, etc.) era excretado, e como isso se comparava à quantidade de comida consumida. Cerca de metade da matéria orgânica total das ervas marinhas foi digerida.

“Finalmente, determinamos quais tipos de enzimas digestivas (enzimas que são utilizadas para quebrar as moléculas de comida) os tubarões-de-pala possuíam”, disse a cientista ao Gizmodo. “Diferentes enzimas quebram diferentes nutrientes e, geralmente, carnívoros possuem baixos níveis de enzimas que quebram as fibras e os carboidratos. No entanto, o tubarão-de-pala tinha altos níveis desses tipos de enzimas”.

Com base nessa evidência, a pesquisa conclui:

Mostramos que um tubarão costeiro, que anteriormente pensava-se tratar de um animal somente carnívoro, é capaz de digerir ervas marinhas com eficiência pelo menos moderada, o que possui implicações ecológicas… [dentro] dos ecossistemas frágeis das ervas marinhas.

Essa descoberta faz com que os cientistas comecem a reavaliar o papel dos tubarões-de-pala nos ambientes de ervas marinhas. Esses onívoros, como agora podemos chamá-los, provavelmente são responsável por uma pastagem significativa e um transporte de nutrientes dentro desse ecossistema. Os prados de ervas marinhas, segundo os cientistas, representam o ecossistema costeiro mais difundido no planeta, com um impacto importante na ecologia e alimentação.

“Ervas marinhas são extremamente importantes”, disso Leigh. “Elas produzem oxigênio, são viveiros para muitas espécies de peixes comercialmente importantes, filtram toxinas da água, entre outras coisas. No entanto, muitos prados de ervas marinhas estão sofrendo um declínio de saúde e de abundância. Este estudo é o primeiro passo para determinar como o tubarão-de-pala realmente se encaixa nesse tipo de habitat”.

Em termos de limitações, o estudo nos oferece apenas uma imagem de uma população dos tubarões da área de Florida Keys. Os pesquisadores ainda não sabem como os tubarões do Pacífico impactam em termos de consumo e digestão de vegetais.

É uma descoberta muito bacana, sem sombra de dúvidas. Os tubarões, como mostra essa pesquisa, nem sempre se encaixam nos esteriótipos que nós impusemos a eles.

[Proceedings of the Royal Society B]

Imagem do topo: Um tubarão-de-pala. Crédito: D. Ross Robertson/Wikimedia

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