sábado, 26 de janeiro de 2019

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


O Planeta Nove existe mesmo ou ele é apenas um grande anel de detritos nos confins do Sistema Solar?

Posted: 25 Jan 2019 11:52 AM PST

Os estranhos arranjos orbitais de objetos que ficam além de Netuno levaram os cientistas a especular sobre a existência do chamado Planeta Nove — um hipotético planeta grande nos confins do Sistema Solar. Uma nova pesquisa, no entanto, sugere que não é necessário um planeta para criar as órbitas anômalas, e que um enorme anel de detritos é uma explicação mais plausível. Críticos do disco proposto dizem que mais evidências são necessárias.

Quando vamos encontrar o Planeta Nove?
Descoberta de objeto distante no Sistema Solar reforça hipótese da existência do Planeta Nove

O evasivo Planeta Nove, às vezes referido como Planeta X, tem sua existência considerada devido às órbitas peculiares de certos Objetos do Cinturão de Kuiper, também conhecidos como Objetos Trans-Netunianos (TNOs, na sigla em inglês). Os astrônomos documentaram cerca de 30 TNOs anômalos até hoje — objetos com órbitas exageradas e inclinadas, além de comportamento estranho de agrupamento. Para explicar isso, os astrônomos propuseram a presença de um planeta ainda a ser descoberto.

Para fazer tudo isso funcionar como o esperado, o Planeta Nove teria que estar localizado a em torno de 200 Unidades Astronômicas (UA) do Sol — o que dá cerca de 30 bilhões de quilômetros — e ter 10 vezes mais massa que a Terra. A influência gravitacional desse planeta hipotético é "pastorear" ou gradualmente empurrar os TNOs para suas órbitas observadas, de acordo com essa teoria.

Representação artística do Planeta Nove. Imagem: Caltech/R. Hurt

Uma nova pesquisa publicada esta semana no Astronomical Journal está oferecendo uma alternativa fascinante para a hipótese do Planeta Nove. Em vez de invocar um planeta misterioso para explicar as estranhas órbitas de certos objetos do Cinturão de Kuiper, os autores do novo estudo — Antranik Sefilian, da Universidade de Cambridge, e Jihad Touma, da Universidade Americana de Beirute — argumentam que um disco na camada externa do Sistema Solar composto por rocha e gelo poderia produzir o mesmo efeito que um grande planeta exterior.

Sefilian e Touma não forneceram nenhuma evidência observacional para este suposto disco — simplesmente não existe nenhuma. Em vez disso, os autores apresentaram um novo modelo matemático demonstrando a possibilidade teórica desta estrutura proposta. É importante ressaltar que o novo modelo não descarta completamente a existência do Planeta Nove, ou pelo menos de uma versão menor dele, já que a influência gravitacional combinada de um planeta externo e de um disco de detritos externo também poderia produzir as órbitas TNO observadas.

"A hipótese do Planeta Nove é fascinante, mas se o hipotético nono planeta existe, até agora ele conseguiu não ser detectado", diz Sefilian em um comunicado. "Queríamos ver se poderia haver outra causa, menos dramática e talvez mais natural, para as órbitas incomuns que vemos em alguns TNOs. Nós pensamos, então: ao invés de permitir um nono planeta, e então nos preocuparmos com sua formação e órbita incomum, por que não simplesmente explicar a gravidade de pequenos objetos considerando um disco além da órbita de Netuno e ver o que ele poderia fazer por nós?"

Sefilian e Touma não são os primeiros a propor esta teoria. Em 2016, um estudo conduzido pela astrônoma Anne-Marie Madigan, da Universidade da Califórnia em Berkeley, sugeriu que um disco na parte externa do Cinturão de Kuiper, composto de planetesimais — como são chamados os fragmentos remanescentes da formação do Sistema Solar — cobertos de gelo. Esse disco poderia ser o responsável pelas estranhas órbitas dos TNOs. O novo artigo é diferente, já que um modelo matemático foi usado para mostrar como esse disco hipotético e os oito planetas do Sistema Solar podem influenciar a configuração orbital dos TNOs.

Em seu novo modelo, o Planeta Nove foi substituído pelo disco hipotético, e presume-se que os objetos dentro dele estivessem espalhados por uma área ampla. A força gravitacional coletiva desses objetos, segundo Sefilian, poderia "explicar as órbitas excêntricas que vemos em alguns TNOs".

Se esta faixa externa de planetesimais existir, no entanto, ela desafiaria as previsões convencionais sobre o número e a massa total de objetos além de Netuno. Teorias atuais sugerem que a massa total lá fora é de cerca de um décimo da massa da Terra, de acordo com os autores do estudo, mas para isso funcionar como eles descreveram, teria que ser em torno de 10 vezes a massa da Terra. É, portanto, uma hipótese ousada, que exige mais provas.

"Não temos evidências observacionais diretas do disco, mas também não existe nada do tipo para o Planeta Nove. É por isso que estamos investigando outras possibilidades. No entanto, é interessante notar que observações de análogos do cinturão de Kuiper em torno de outras estrelas, bem como modelos de formação de planetas, revelam enormes populações remanescentes de detritos", diz Sefilian. "Também é possível que ambas as coisas sejam verdadeiras — pode haver um disco volumoso e um nono planeta. Com a descoberta de cada novo TNO, reunimos mais evidências que podem ajudar a explicar seu comportamento".

Provar a existência desse disco de detritos, assim como provar a existência do Planeta Nove, não é tão simples quanto pesquisar de longe usando nossos telescópios, diz o astrônomo Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madri.

"Tal estrutura, se real, parece estar fora do alcance das atuais instalações telescópicas, seja no solo ou no espaço", comenta Marcos, que não tem relação com o novo estudo, ao Gizmodo. "Será difícil confirmar ou rejeitar essa hipótese com telescópios atualmente disponíveis ou planejados." Ele acrescenta: "O cenário explorado neste trabalho parece bastante especulativo, mas o fato é que sabemos muito pouco sobre o Sistema Solar além de Plutão."

Também falamos com o astrônomo da Caltech Konstantin Batygin, que, junto com seu colega Mike Brown, publicou evidências da existência do Planeta Nove em 2016. As matemáticas do novo estudo são "de primeira linha", diz Batygin, mas ele também aponta várias deficiências astrofísicas.

Por um lado, supõe-se que o cinturão de Kuiper termine a cerca de 48 UA, ou 7,8 bilhões de quilômetros, do Sol — o chamado "penhasco de Kuiper", além do qual os TNOs são insignificantes. Em segundo lugar, Batygin aponta para pesquisas recentes sugerindo que o cinturão de Kuiper tem uma massa acumulada perto de 50 vezes menor que a da Terra, o que é muito menor do que a estimativa convencional de um décimo da Terra, e certamente muito menor do que a de 10 vezes usada pelo estudo. Estes dois pontos de dados, quando tomados em conjunto, significam que o disco massivo proposto por Sefilian e Touma "deve começar em centenas de AU" do Sol baseado no que é conhecido observacionalmente e da mecânica celeste, o que não é plausível, diz Batygin.

"Está bem estabelecido que estrelas como o Sol normalmente se formam em aglomerados, e o Sistema Solar não é exceção", declara ele ao Gizmodo. "Ou seja, argumentos cosmoquímicos, bem como a existência da Nuvem de Oort, indicam que o Sol residiu em um aglomerado de cerca de 10 mil estrelas por aproximadamente 100 milhões de anos após sua formação — o que nos leva a um terceiro problema com o estudo: a coerência do disco previsto teria sido interrompida no início da vida útil do sistema solar, tanto pelo potencial gravitacional acumulado do aglomerado de nascimento do Sol, quanto pelas perturbações [aleatórias] das estrelas que passam."

Ele também acha difícil acreditar que um enorme disco protoplanetário pudesse residir a distâncias além de 100 UA, como sugere o novo estudo.

"Os discos protoplanetários típicos estendem-se apenas a aproximadamente 30 a 50 UA", ele diz. "Por que o disco protoplanetário do sol terminaria em torno de 30 UA, mas depois reiniciaria além de 100 UA? Como foi a natureza coerente e excêntrica do disco previsto criado em primeiro lugar? Como sua existência escapou de pesquisas observacionais até hoje?"

Todas essas questões, e outras, “continuam sem ser abordadas pelo estudo”, diz Batygin. Em última análise, o novo artigo "falha em ser uma explicação astrofísica plausível para a estrutura anômala do sistema solar distante", afirma ele.

Sem dúvida, a principal fraqueza do artigo é a ausência de evidências astronômicas — mas a mesma afirmação pode ser feita para os argumentos a favor do Planeta Nove. É possível, como algumas pesquisas argumentam, que não existam anomalias orbitais no cinturão de Kuiper e que os cientistas sejam meras vítimas de um viés de observação. Em outras palavras, dados mais confiáveis ​​são necessários para mostrar que algo está ocorrendo lá fora. Enquanto os astrônomos continuam a busca pelo Planeta Nove, eles também devem estar atentos a sinais de uma faixa inesperada de detritos ao longo dos limites externos de nosso Sistema Solar.

Na ciência, seguir múltiplos caminhos de investigação não é uma falha.

[Astronomical Journal]

The post O Planeta Nove existe mesmo ou ele é apenas um grande anel de detritos nos confins do Sistema Solar? appeared first on Gizmodo Brasil.

Mulher processa NASA por supostamente danificar bolsa de amostra lunar da Apollo 11

Posted: 25 Jan 2019 10:04 AM PST

Em 2017, Nancy Lee Carlson, moradora de Illinois, leiloou uma genuína bolsa que trouxe amostras lunares da missão Apollo 11 por US$ 1,8 milhões. É um ótimo valor, considerando que ela comprou a tal bolsa por US$ 995.

Acontece que ela tinha a expectativa de ganhar US$ 4 milhões com o objeto. A razão para o valor mais baixo, diz ela, é que a NASA danificou o material – e agora ela está processando a agência espacial por isso.

• Uma mulher está processando antecipadamente a NASA para manter seu frasco de areia lunar

Esse não é a primeira briga de Carlson com a NASA. Na verdade, é o segundo processo judicial dirigido à agência espacial. A primeira briga fez com que Carlson recuperasse sua bolsa, que um dia conteve rochas lunares coletadas por Neil Armstrong durante a missão Apollo 11.

O pessoal do CollectSPACE conta como Carlson veio a possuir o artefato histórico, como a NASA tomou posse dele e como a mulher o recuperou:

Carlson comprou a “bolsa de devolução de amostra lunar” de 29 centímetros por US$ 995 em fevereiro de 2015, em um leilão realizado em nome do U.S. Marshals Service no Texas.

Inconsciente da história completa do item, tirando o fato de que objeto tinha sido confiscado por um curador de museu acusado de roubo de outros artefatos espaciais e que havia sido item de uma missão Apollo, Carlson procurou a ajuda de Ziegler no Johnson Space Center em Houston para identificar melhor a origem do objeto.

Depois de fazer testes nas manchas de material dentro da bolsa, que pode ter resultado na ruptura do tecido, Ziegler determinou que o vestígio de pó encontrado ali veio da Tranquility Base, local de aterrissagem da primeira missão Apollo 11.

A bolsa com zíper então foi identificada como o objeto utilizado para evitar a contaminação de uma amostra lunar de contingência inicial, coletada por Neil Armstrong durante os primeiros minutos de sua caminhada na lua em 1969.

Como não havia um registro de que o artefato havia sido liberado da propriedade da NASA, Zieger, representando a agência espacial, recusou os repetidos pedidos de Carlson para que a bolsa fosse devolvida.

Como a agência espacial se recusou a devolver o item, Carlson abriu dois processos contra a NASA, um no Texas e outro no Kansas. Em fevereiro de 2016, um juiz do Kansas decidiu que o governo dos EUA havia vendido a bolsa por engano em leilão, e Carlson, uma “comprador de boa fé”, era “detentora do direito à bolsa”.

Em 20 de julho de 2017, a bolsa foi vendida em um leilão da Sotheby’s, rendendo US$ 1.812.500 à Carlson. A Sotheby’s, no entanto, esperava que a bolsa fosse vendida por US$ 2 a US$ 4 milhões.

A nova ação judicial alega que a NASA danificou a bolsa enquanto faziam testes, resultando na “diminuição” do valor justo de mercado do item, conforme os documentos do processo contra governo dos EUA, a NASA e o curador da missão Apollo 11 da NASA, Ryan Ziegler.

O incidente supostamente causou “humilhação, constrangimento, estresse emocional e ansiedade” à Carlson que, além de buscar recompensa financeira pelo lucro perdido e por suas despesas legais, está buscando um valor “justo” para seu sofrimento emocional.

Não contente em parar por aí, a ação judicial pede ainda a devolução de materiais lunares supostamente “enredados” nas fibras da bolsa. Ou isso, ou o “valor das amostras retiradas”, segundo documentos do tribunal.

Este é um caso extraordinário em vários níveis. O fato de uma cidadã ter acidentalmente tido acesso a um item tão precioso é uma revelação impressionante por si só, mas a segunda ação judicial, na qual Carlson está processando a NASA por danificar sua antiga propriedade, é igualmente surpreendente.

Além disso, dado que Carlson embolsou quase US$ 2 milhões por uma relíquia histórica que indiscutivelmente não pertence a ela, sua busca por ainda mais dinheiro é inegavelmente desagradável.

Certamente o juiz que pegar esse caso terá bastante trabalho. A questão de quem é o dono do material lunar “enredado” no saco será particularmente desafiadora, e lembra de um caso atual em que uma mulher reivindica a posse de um frasco de pó lunar dado a ela por Neil Armstrong.

A NASA, compreensivelmente, não gosta de ficar longe de seus materiais lunares, mas como o precedente já mostrou, nem sempre tem cuidado o suficiente com seus itens.

[CollectSPACE]

The post Mulher processa NASA por supostamente danificar bolsa de amostra lunar da Apollo 11 appeared first on Gizmodo Brasil.

Microsoft coloca plugin de identificador de notícias falsas no navegador Edge para smartphones

Posted: 25 Jan 2019 08:56 AM PST

A NewsGuard é uma startup que tem como objetivo avaliar a confiabilidade de organizações de notícias e dar aos usuários uma avaliação rápida do quanto eles deveriam confiar no que estão lendo. Agora, o plugin da empresa vem embutido no navegador Microsoft Edge para dispositivos móveis, um avanço a que todos nós deveríamos prestar atenção.

A atualização no Edge veio sem muito alarde por parte da Microsoft. A inclusão do NewsGuard ao navegador móvel foi observada primeiro pelo Guardian, que apontou que os usuários do Edge agora recebem um aviso ao visitar o site do tabloide britânico Daily Mail. “Continue com cuidado: este site geralmente não consegue manter padrões básicos de precisão e responsabilidade”, diz o aviso.

O uso de checadores de fatos para avaliar conteúdos noticiosos na web se tornou uma opção cada vez mais popular para as plataformas, à medida que notícias imprecisas, enganosas ou simplesmente falsas seguem assolando a rede e causando problemas políticos a empresas que só querem focar em ganhar dinheiro.

As tentativas do Facebook de avaliar sites noticiosos junto com links compartilhados têm sido, em geral, consideradas um grande fracasso, mas a NewsGuard acha que consegue fazer melhor. Ao promover seu serviço, ela enfatizou que usa seres humanos reais para realizar as avaliações, com base em um conjunto transparente de nove critérios. Em agosto, a companhia disse à Wired que emprega “quase 40 repórteres e dúzias de freelancers”, que estão “trabalhando em 4.500 sites que, segundo eles, representam 98% do conteúdo compartilhado online”.

Usando um navegador desktop, você precisa instalar o plugin do NewsGuard. Porém, se você faz parte do limitado grupo de pessoas que usam o navegador Edge para dispositivos móveis, ele já deve estar instalado no aplicativo atualizado.

Por ora, ele aparece como um recurso opcional que pode ser ativado indo em ConfiguraçõesClassificação de notícias e ligando a opção de “Exibir classificação na barra de endereços”.

A classificação não aparece automaticamente; o recurso simplesmente mostra um pequeno ícone de escudo na barra do navegador que é verde ou vermelho — verde sendo bom, e vermelho, ruim. Ao clicar no ícone, são apresentadas uma breve avaliação da confiabilidade do site e a opção de “Veja o Nutrition Label completo”. A opção já está disponível para usuários brasileiros, mas sites nacionais ainda não possuem a verificação – é possível solicitar a revisão, então talvez seja questão de tempo até que domínios brasileiros ganham algum selo de confiança.

Essa avaliação mais longa é mais detalhada do que o programa de verificação de fatos do Facebook, fornecendo breves resumos sobre o que o site cobre, quem é o dono, sua credibilidade geral e outras categorias. Por exemplo, o Gizmodo recebe uma classificação verde, e a breve descrição diz: “Este site geralmente mantém padrões básicos de precisão e responsabilidade”. Clicar no Nutritional Label do Gizmodo traz mais informações como esta:

O Gizmodo.com.br linka para as fontes citadas em seus artigos. O site não separa claramente notícias e opinião, e algumas manchetes e artigos exibem linguagem subjetiva e carregada. Por exemplo, artigos sobre a legislação britânica que tinha como objetivo impedir pessoas jovens a acessar pornografia na internet foi dada com a manchete “O plano idiota do governo britânico para manter menores longe da pornografia na internet está sendo atrasado” e “Bancas de jornais britânicas irão vender ‘passes pornô’ na atual cruzada sem sentido de bloquear o sexo de menores”

Mais à frente na classificação, nós somos vetados por postar um link para um artigo do nosso site-irmão Splinter em nossa página inicial que chamou Donald Trump de mentiroso de série. “Mentir envolve declarar falsidades intencionalmente, e isso normalmente não pode ser provado.” Podemos contestar quem você pode ou não pode chamar de mentiroso, mas não há nada de grave na avaliação.

Ainda assim, a ideia de embutir um programa de checagem de fatos no navegador é preocupante. A NewsGuard tem uma equipe incrivelmente bem conectada de líderes que inclui pessoas como o antigo editor do Wall Street Journal Louis Gordon Crovitz. O conselho consultivo inclui o ex-diretor da CIA Michael Hayden e o Secretário de Segurança Nacional de George W. Bush, Tom Ridge.

Neste mês, a MintNews deu um longo mergulho nas relações inconfortáveis da liderança da NewsGuard com think tanks neoconservadoras, assim como seu próprio histórico de espalhar notícias falsas. Crovitz, por exemplo, escreveu um artigo de opinião no Wall Street Journal que falsamente afirmava que os laboratórios da Xerox PARC mereciam “crédito total” por inventar a internet. Isso é uma alegação absurda projetada para empurrar o argumento de que são os negócios privados que impulsionam a inovação de verdade. É tão absurda que Vint Cerf, um dos pais da internet, se sentiu compelido a desmascarar essa besteira.

Todos os líderes e conselheiros da NewsGuard têm o poder de fazer as coisas acontecerem, como evidenciado por este plugin que você provavelmente nunca ouviu falar estar de repente dentro do Edge. O fato de ser opcional, tendo que ser ativado nas configurações, não é grande coisa, mas não tem como dizer com certeza que ele não vai se tornar um modo padrão ao longo do tempo. E, mesmo que os usuários simplesmente vejam o ícone verde ou vermelho, a NewsGuard pode ter um impacto.

Um estudo da Gallup e da Knight Foundation conversou com dois mil adultos nos Estados Unidos, mostrando a essas pessoas artigos com e sem as classificações da NewsGuard. O estudo concluiu que os leitores tinham maior probabilidade de confiar em artigos que incluíam o ícone verde na barra de endereços.

Essa percepção intuitiva da precisão estava sendo influenciada por um ajuste de design muito simples. E a possibilidade disso se tornar parte de cada navegador faria da NewsGuard uma organização extremamente poderosa. Mesmo que a empresa seja atualmente a fonte de verificação de fatos mais aberta, transparente e precisa do planeta, tudo isso pode mudar.

Em conversa com o Gizmodo, um porta-voz da NewsGuard disse ao Gizmodo que a startup está discutindo com grandes empresas e plataformas maneiras de implementar o plugin em seus resultados de busca, feeds de notícia e navegadores. “Esperamos ter mais a anunciar em breve”, disseram.

Sobre o modelo de negócio da empresa, a NewsGuard diz que vende uma licença para o uso de suas avaliações a empresas de tecnologias que queiram “exibir nossas avaliações a seus usuários em suas plataformas, como resultados de busca, feeds de notícia ou como parte de um navegador”.

O site da companhia diz que eles pretendem também licenciar a lista de avaliações para anunciantes, ajudando-os a criar uma lista de sites seguros nos quais colocar anúncios — o que me parece uma quantidade enorme de poder.

Também não está claro o que exatamente a NewsGuard irá fazer com os dados que coleta. A página de privacidade da startup se esforça bastante para garantir aos usuários que nenhuma informação pessoalmente identificável está sendo coletada automaticamente. Mas o plugin também coleta uma série de informações de dispositivo que podem ser valiosas, enquanto apenas estipula que não compartilha “nem mesmo as informações anônimas com qualquer terceiro para fins publicitários”. E para fins não-publicitários? A resposta ao Gizmodo é curta: “Não”.

Claro, existem várias razões para acreditar que o pior cenário possível talvez nunca aconteça. Imagine a tempestade que a Microsoft teria que enfrentar de conservadores quando seus telefones começassem a mostrar uma mensagem dizendo que a CNN é um site confiável. Imagine a tempestade que a Microsoft teria que enfrentar de progressistas quando seus telefones começassem a mostrar uma mensagem dizendo que a Fox News é um site confiável. Por melhor que seja uma ferramenta para avisar qual notícia é confiável e qual não é, muita gente simplesmente não vai querer nem saber.

[The Guardian]

The post Microsoft coloca plugin de identificador de notícias falsas no navegador Edge para smartphones appeared first on Gizmodo Brasil.

Facebook planeja integrar mensagens do WhatsApp, Instagram e Messenger

Posted: 25 Jan 2019 08:00 AM PST

O Facebook teve um 2018 cheio de escândalos, vazamentos de dados, redução de confiança dos usuários, crescimento lento, escrutínio de reguladores e redução do moral entre funcionários. Claramente, a empresa precisa de um retorno triunfal. Mas, segundo uma reportagem do New York Times, Mark Zuckerberg planeja conectar as capacidades de mensageria unificando a infraestrutura do Messenger, WhatsApp e Instagram.

Um controle mais centralizado desses apps independentes já era um presságio da saída dos cofundadores dessas plataformas. Nos últimos anos, saíram Kevin Systrom e o brasileiro Mike Krieger, do Instagram; e Jan Koum e Brian Acton, do WhatsApp. Todos eles supostamente bateram de frente com as diretivas de Zuckerberg, que, como agora sabemos, envolvia tirar a autonomia desses apps.

Parece que Mark Zuckerberg foi a razão para os fundadores do Instagram deixarem o Facebook
WhatsApp limita encaminhamento de mensagens para até cinco conversas

Os apps devem operar como produtos independentes, embora com um backend e gráfico social interoperáveis — uma mudança que "requer milhares de funcionários do Facebook para reconfigurar como o WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger funcionem em sua forma mais básica".

Em um comunicado ao NYT, a rede disse que quer "construir a melhor experiência de envio de mensagens possível, e que as pessoas querem que a troca de mensagens seja rápida, simples, confiável e privada". A empresa também ressaltou quer tornar a comunicação de seus produtos mais segura com criptografia e considerando formas mais fáceis de contatar amigos e familiares entre as redes.

Na prática, após essas mudanças de infraestrutura, um usuário do Facebook conseguiria mandar uma mensagem de alguém que tenha uma conta do WhatsApp. A comunicação entre os diferentes produtos seria feita com criptografia de ponta a ponta.

A viabilidade técnica disso exige muitos funcionários e, segundo o NYT, está previsto para acontecer esta integração até o fim deste ano ou no início de 2020.

O que o Facebook pode ganhar com isso? Pouca coisa, segundo um dos funcionários de um dos apps:

Um funcionário do WhatsApp fez uma análise do número de novos usuários em potencial nos Estados Unidos que a integração com o Facebook poderia trazer, disseram duas pessoas familiares com o estudo. A quantidade foi relativamente escassa, mostrou a análise.

É difícil imaginar por que Zuckerberg está realizando uma grande revisão de dois dos produtos mais amados (e não muito lucrativos) e associá-los mais de perto na mente dos consumidores com a reputação do Facebook. Ainda não há relatos de como isto impactará os lucros — no caso, só solidificaria a participação de mercado entre produtos de mensageria, e, talvez, impedindo que as pessoas enviem SMS ou utilizem o iMessage, da Apple.

Entramos em contato com o Facebook para comentar o assunto e atualizaremos, caso a empresa responda.

[New York Times]

The post Facebook planeja integrar mensagens do WhatsApp, Instagram e Messenger appeared first on Gizmodo Brasil.

Estes são os 20 aplicativos que você precisa atualizar agora, segundo a Avast

Posted: 25 Jan 2019 05:47 AM PST

De todas as medidas que você pode tomar para melhorar sua cibersegurança pessoal, manter seu software atualizado é uma das mais fáceis e eficazes. Felizmente, pesquisadores da empresa de segurança Avast compilaram uma lista dos programas desatualizados mais comuns instalados em PCs para nos dar alguma orientação sobre como manter nossos computadores saudáveis.

O relatório PC Trends Report, da Avast, de 2019 é um lembrete de que tecnologias antigas perduram mais do que você pode pensar. Por exemplo, os pesquisadores descobriram que o PC médio tem seis anos de idade. Isso é uma ótima notícia. Queremos que nossos equipamentos durem o máximo possível. O que não queremos são softwares antigos em nossos discos rígidos, quase certamente repletos de brechas de segurança conhecidas — especialmente quando o software sequer serve mais a um propósito. Veja abaixo a lista com os 20 programas desatualizados mais comuns:

Imagem: Avast

Sim, muitos desses programas ainda são úteis. O VLC é um excelente reprodutor de mídia que você deve atualizar agora. Todo mundo odeia o iTunes, mas como estamos todos presos a ele de uma forma ou de outra, atualize esse troço. Mas e o Adobe Shockwave? Você não precisa atualizá-lo. Você precisa matá-lo com fogo. O repórter de segurança Brian Krebs estava dizendo aos usuários para desinstalar o Shockwave já em 2014. Você pode perguntar: mas e se eu cair em um site que requer que o Shockwave seja instalado? Nessa circunstância, role até a aba do navegador, feche-a e nunca mais pense sobre isso.

De acordo com o Avast, 55% de todos os programas estão atualmente desatualizados, então você não precisa se sentir um preguiçoso, você é apenas normal. No entanto, se você faz parte dos 9% de usuários do Windows 10 que precisam atualizar seu sistema operacional, pode se envergonhar. Melhor ainda, clique no botão Iniciar, digite Windows Update e resolva essa situação agora mesmo. Dependendo de quando você atualizou o Windows pela última vez, talvez você esteja vulnerável aos ataques desagradáveis Meltdown e Spectre.

Vale a pena conferir o relatório completo da Avast, com seus lembretes sobre drivers, frameworks, softwares de escritório e outras coisas desatualizadas.

[Avast via The Hacker News]

The post Estes são os 20 aplicativos que você precisa atualizar agora, segundo a Avast appeared first on Gizmodo Brasil.

O mundo ainda não está preparado para smartphones sem portas nem entradas

Posted: 25 Jan 2019 04:26 AM PST

Pouco a pouco, as portas vêm sendo removidas dos nossos dispositivos. Como uma prévia do futuro totalmente sem fio que nos aguarda, a Meizu e a Vivo (a marca chinesa de smartphones, sem nenhuma relação com a operadora de mesmo nome) recentemente lançaram celulares com o total de nenhuma entrada. Mas, apesar da aparência elegante desses dispositivos (e do meu desejo pessoal de banir os fios e mandá-los para o inferno), o mundo simplesmente não está pronto para telefones (ou laptops) que não têm portas. Pelo menos por enquanto.

• Como começou essa história de transmitir informações sem fio
• Você provavelmente está usando o cabo HDMI errado

No novo Meizu Zero — que merece alguns pontos de bônus por ter um nome muito apropriado — a empresa renuncia a portas USB, slots de cartão SIM, alto-falantes tradicionais e até mesmo botões físicos. Em troca, o aparelho é um quadro monolítico de cerâmica quase sem falhas, com apenas uma saliência para a câmera e um punhado de minúsculos furos de microfones espalhados pelo corpo.

Substituindo toda a tecnologia que usamos até agora está um botão de ligar e desligar sensível ao toque na lateral, suporte a eSIM, um leitor de impressão digital na tela e carregamento sem fio de 18 watts. Esse último recurso não é brincadeira: é a mesma velocidade de carregamento que você recebe da maioria dos carregadores com fio. A Meizu até adicionou o que chamou de tecnologia mSound 2.0 In-Screen Sound Tech, que permite que toda a tela funcione como um alto-falante tradicional, vibrando da maneira certa, o que significa que o Zero não precisa nem de um falante para ligações.

Enquanto isso, o conceito Apex 2019, da Vivo, impulsiona toda a ideia sem portas com câmeras traseiras completamente niveladas com seu corpo, eliminando totalmente a câmera selfie, e embalando o telefone com as melhores especificações possíveis, incluindo 12GB de RAM, um processador Snapdragon 855 e um modem Qualcomm X50 pronto para 5G.

A Vivo alega que o leitor de impressões digitais na tela da Apex 2019 cobre a tela inteira do telefone, e, para aliviar qualquer preocupação sobre carregar ou transferir dados sem o uso de portas, a Vivo criou um conector especial "MagPort" que lida com ambas as funções. Eu acho que essa última inovação impede que o Apex 2019 seja realmente tecnicamente sem portas, mas pode ser um ótimo acréscimo para qualquer um que ainda goste das portas MagSafe dos MacBooks antigos.

Os dois dispositivos parecem mais sofisticados do que qualquer coisa que tenha aparecido em Star Trek, mas, mesmo que você pudesse colocar as mãos neles, teria que estar delirando para realmente pensar em comprar um.

Eu sou totalmente a favor da tecnologia sem fio. Eu tenho carregadores sem fio em quase todos os cômodos do meu apartamento (até mesmo no banheiro), e até comprei vários teclados sem fio para o meu PC. Mesmo assim, no mundo de hoje, um dispositivo sem portas simplesmente não faz sentido.

Deixando de lado as queixas atuais sobre as empresas que matam o fone de ouvido, o maior problema com um dispositivo totalmente sem fio é mantê-lo ligado. Isso não quer dizer que o carregamento sem fio seja inútil, é apenas uma conveniência suplementar que facilita a manutenção dos dispositivos enquanto você está ocupado fazendo outras coisas. O problema é que, se você estiver com pouca bateria, mas ainda assim quiser assistir a um filme, verificar seus e-mails ou qualquer outra coisa, usar seu smartphone e carregá-lo sem fio é, na melhor das hipóteses, inconveniente.

Veja como as bordas do Meizu Zero são limpas. Foto: Meizu.

Se você tiver um carregador plano, basicamente terá que fazer um sanduíche tecnológico desagradável usando o telefone e a plataforma de carregamento para poder usá-lo em qualquer lugar que não seja em uma superfície plana. E, apesar de carregadores verticais como o Pixel Stand são um pouco melhores, curvar-se e tocar a tela enquanto o dispositivo fica no berço parece dar um passo atrás em relação aos cabos que temos hoje.

Os alto-falantes vibratórios encontrados no Meizu Zero e no Apex 2019, embora tecnicamente possam substituir um alto-falante convencional, têm qualidade de som medíocre, na melhor das hipóteses. Optar por uma tecnologia como essa é essencialmente desistir da capacidade de ouvir música ou filmes em qualquer coisa além de fones de ouvido Bluetooth.

Quanto aos eSIMs, o suporte nos EUA para essa tecnologia é atualmente irregular, na melhor das hipóteses, com até mesmo usuários do iPhone tendo dificuldade em configurar as coisas. A AT&T acaba de ativar o suporte a eSIMs para dispositivos iOS no início de dezembro, com a Verizon e a T-Mobile seguindo pouco depois. Mas ainda não há muitas opções, especialmente para usuários do Android, fora disso. No Brasil, só a Claro oferece o serviço para alguns modelos de Apple Watch.

Foto: Vivo

Depois, há o 5G, que pode tornar o envio e o recebimento de dados sem wi-fi muito mais rápido. O único porém é que as redes não estão prontas, e ainda não há dispositivos 5G que você possa comprar. Claro, o Apex 2019 tem um modem de 5G, mas a Vivo não divulgou um preço por isso, e, como é um dispositivo conceitual, ele nunca pode ser colocado à venda.

Mas tudo isso não significa que esses dispositivos sem portas não sejam importantes. Eles são essenciais para nos aproximarmos de um futuro sem fios, que pode funcionar para todos. Porque, ao criar dispositivos potencialmente defeituosos, podemos descobrir onde estão os maiores pontos problemáticos e depois trabalhar para resolvê-los.

E, mesmo que eles não sejam perfeitos, tanto o Meizu Zero quanto o Apex 2019 são dispositivos que podem se encaixar na vida de muitas pessoas sem que eles percebam as desvantagens. Eis  uma ótima lembrança de que a diferença entre a fantasia sem fio e a realidade sem fio está muito menor do que há alguns anos.

The post O mundo ainda não está preparado para smartphones sem portas nem entradas appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário