sábado, 23 de fevereiro de 2019

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


Google encerrará acordos de arbitragem forçada para funcionários, mas não é tão bom quanto parece

Posted: 22 Feb 2019 01:55 PM PST

Depois de meses de repercussão negativa, o Google concordou em acabar com os acordos de arbitragem forçada nos contratos de seus funcionários, a partir de 21 de março.

[foo_related_posts]

Algumas empresas de tecnologia, como o Google, incluíram esses acordos — que impedem funcionários de buscarem resoluções para reclamações na Justiça — em contratos de trabalho, enquanto muitos contratantes de terceiros encontrem uma capacidade limitada de optar pela não arbitragem em longos documentos de Termos de Serviço.

Nos últimos anos, o escrutínio por parte dos próprios funcionários tornou a arbitragem um problema-chave, e essas políticas foram parcial ou completamente encerradas em Microsoft, Uber, Facebook e outras empresas.

Em novembro, milhares de funcionários do Google se juntaram em uma paralisação em massa, que resultou no fim de acordos de arbitragem forçada em torno de alegações de assédio sexual no ambiente de trabalho para os empregados. Agora, como noticiou em primeira mão o Axios, a empresa está dando um fim a todas as formas de arbitragem para funcionários já no próximo mês.

Entretanto, assim como o acordo anterior do Google para amenizar o problema, trata-se de uma vitória com uma grande ressalva: a mudança ainda não se aplica a terceirizados e funcionários temporários.

Em julho de 2018, a Fortune noticiou que, pela primeira vez, o número de prestadores de serviços havia superado o de funcionários registrados, significando que a maioria do Google pode ainda estar trabalhando sob acordos de arbitragem forçada após o fim de março.

De acordo com o Google, a mudança não irá se aplicar retroativamente para disputas em andamento ou acordos já estabelecidos.

The post Google encerrará acordos de arbitragem forçada para funcionários, mas não é tão bom quanto parece appeared first on Gizmodo Brasil.

Missão israelense para a Lua é um marco para o país e para a indústria espacial privada

Posted: 22 Feb 2019 01:25 PM PST

Lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX nesta quinta-feira (21)

Israel deu um passo importante em direção a Lua após o lançamento do módulo lunar robótico Beresheet, desenvolvido por uma empresa privada, que foi ao espaço nesta quinta-feira (21) a bordo do foguete da SpaceX.

O foguete Falcon 9 da SpaceX partiu às 22h45 do horário de Brasília, no dia 21 de fevereiro, a partir de Cabo Canaveral, na Flórida. Além do módulo lunar robótico Beresheet, o foguete entregou com sucesso o satélite de telecomunicações da Indonésia Nusantara Satu e o pequeno satélite experimental S5 da Força Aérea dos EUA.

[foo_related_posts]

O lançamento do Beresheet, que significa “gênesis” em hebraico, representa um marco significativo tanto para Israel quanto para o setor privado. O módulo lunar robótico tem quatro pernas e é a primeira tentativa do país de pousar na Lua – além disso, esse é o primeiro módulo do tipo a ser financiado de forma privada.

Se a missão for bem sucedida, Israel se juntará a um clube exclusivo de países que colocaram um módulo robótico na Lua. Os outros são Estados Unidos, Rússia e China.

Lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX nesta quinta-feira (21)Imagem: SpaceX

Beresheet foi construído pela israelense SpaceIL, uma empresa sem fins lucrativos que é financiada por doações de patrocinadores privados. A companhia descreve que a sua visão é “avançar o discurso da ciência e engenharia em Israel e familiarizar a nova geração com as oportunidades animadoras do futuro, que os estudos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) possibilitam".

Para economizar no combustível, a sonda decidiu pegar um rota mais complicada para a Lua do que o normal. Conforme a reportagem da Associated Press, a órbita de Beresheet ao redor da Terra irá aumentar em tamanho até que a força gravitacional da Lua seja forte o suficiente para capturá-la. Uma tentativa de pouso no Mare Serenitatis – uma planície basáltica grande e escura – provavelmente vai acontecer no dia 11 de abril.

Durante a sua descida, a sonda espacial irá medir o campo magnético da Lua, potencialmente revelando novos detalhes sobre o núcleo de ferro, conforme aponta o New York Times. A sequência de pouso deve levar cerca de 15 minutos – um procedimento delicado que será monitorado por um grupo da Agência Espacial Israelense, NASA e o Instituto Weizmann de Ciências, conforme reportagem do Jerusalem Post.

Uma vez na Lua, Beresheet transmitirá fotos e vídeos para a Terra. A sonda também está equipada com uma série de espelhos conhecidos como retrorefletores. Lasers emitidos a partir da superfície da Terra irá brilhar nesses espelhos e então refletirem de volta para a Terra, possibilitando que cientistas meçam a distância da Terra para a Lua com alta precisão.

Representação do artista do módulo lunar Beresheet. Imagem: SpaceIL

Beresheet foi projetada originalmente para competir pelos US$ 20 milhões do Google Lunar X Prize, que foi descontinuado em janeiro de 2018 porque “nenhum time iria fazer uma tentativa de lançamento para alcançar a lua até o dia 31 de março de 2018, o prazo final”, nas palavras do fundador e presidente do X Prize, Peter Diamandis.

Como um dos requisitos para participar do concurso, as sondas lunares deveriam ser capazes de se mover 500 metros usando quaisquer meios possíveis. Beresheet deveria conseguir isso decolando e aterrissando de novo nas proximidades, mas, como o NYT apontou, os engenheiros não estão mais sujeitos a esse requisito.

A decisão de fazer o salto lunar só será tomada após o pouso em abril, mas não há nada a se ganhar com essa manobra – e que pode danificar desnecessariamente a sonda.

A missão de Beresheet durará apenas alguns dias, já que o módulo lunar não poderá suportar as temperaturas extremas da superfície. Mas seu legado perdurará com a sua carga; a sonda contém centenas de arquivos digitais, incluindo a Torá, a bandeira de Israel, obras de arte e um arquivo contendo 30 milhões de páginas de informações.

"Parabéns à SpaceIL e à Agência Espacial de Israel", disse o administrador da NASA, Jim Bridenstine, em um comunicado à imprensa. “Este é um passo histórico para todas as nações e para o espaço comercial, à medida que procuramos estender nossas colaborações além da órbita baixa da Terra e para a Lua”.

Quanto ao Falcon 9 da SpaceX que entregou os produtos, o seu primeiro estágio fez sua terceira viagem bem-sucedida ao espaço, e pousou com sucesso em um navio-robô no oceano Atlântico. Em um uíte, no entanto, Musk disse que a reentrada teve incidentes.


Maior aquecimento de reentrada até o momento. Faíscas de metal em chamas a partir do escudo térmico básico visível no vídeo de pouso. Quarto lançamento marcado para abril.

O primeiro estágio do Falcon 9 aterrizou em uma embarcação Of Course I Still Love You, completando o terceiro lançamento e pouso deste booster.

Apesar do desafio, Musk disse que o primeiro estágio será usado para um quarto lançamento em abril.

[SpaceNews, Associated Press, New York Times, Jerusalem Post]

The post Missão israelense para a Lua é um marco para o país e para a indústria espacial privada appeared first on Gizmodo Brasil.

Tartaruga gigante que achavam estar extinta é redescoberta nas Ilhas Galápagos depois de 113 anos

Posted: 22 Feb 2019 12:52 PM PST

Uma espécie de tartaruga gigante não vista desde 1906 foi redescoberta em uma parte remota das Ilhas Galápagos, estimulando esforços para conservar o animal gravemente em risco de extinção.

Ela é extremamente velha e está um pouco abaixo do peso, mas está bem viva.

[foo_related_posts]

A espécie à qual ela pertence, a tartaruga gigante da Fernandina (Chelonoidis phantasticus), foi listada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como “gravemente ameaçada de extinção e possivelmente extinta“, mas agora sabemos que apenas uma dessas duas afirmações está correta.

Uma fêmea adulta estimada em mais de 100 anos foi avistada no último domingo, 17 de fevereiro, em Fernandina, a terceira maior das Ilhas Galápagos, segundo a Associated Press. O Parque Nacional Galápagos e a Galapagos Conservancy participaram da expedição para realocar a tartaruga, assim como o Animal Planet, que financiou a busca. Forrest Galante, biólogo e apresentador do programa Extinct or Alive, do Animal Planet, participou da expedição conjunta e foi auxiliado por dois cientistas, entre eles um guarda de caça do Parque Nacional de Galápagos.

(“Uma tartaruga da Fernandina, supostamente extinta desde 1906, foi ENCONTRADA! Ela foi descoberta numa expedição para o #ExtinctorAlive, do @ForrestGalante. Essa tartaruga estava escondida na vegetação de um vulcão nas Galápagos e foi identificada pelo visual de sua concha e seu rosto.”)

Uma tartaruga gigante da Fernandina não era vista desde que um macho morto foi encontrado em 1906, levando a receios de que a espécie tivesse sido extinta. A Ilha Fernandina apresenta um vulcão ativo chamado La Cumbre, e conservacionistas temiam que a espécie tivesse desaparecido completamente devido aos frequentes fluxos de lava que cobrem a maior parte da ilha.

“A razão pela qual não houve avistamentos é que Fernandina é um ambiente extremamente escasso, remoto e áspero, mais ou menos inacessível para a maioria das pessoas”, disse Galante ao Gizmodo. “Além disso, ninguém dos parques nacionais de Galápagos acreditava realmente na sua existência, por isso, não foram apresentados recursos para procurar o animal. Felizmente, eu e os dois cientistas com quem fui ainda tínhamos esperança, e isso levou à descoberta de um super pequeno pedaço isolado de habitat adequado e, por fim, do animal”.

Galante e sua equipe haviam passado dois dias examinando a ilha, e o grupo atravessou um trecho de 4,8 quilômetros de um fluxo de lava solidificado para alcançar uma área previamente identificada como um habitat adequado para a tartaruga.

“A tartaruga foi encontrada se protegendo do sol equatorial, enterrada profundamente sob uma pilha de arbustos”, de acordo com uma declaração enviada pelo Animal Planet ao Gizmodo. “Seguiu-se uma grande celebração, pois todas as partes envolvidas conseguiram identificar positivamente o animal em questão como uma fêmea mais velha da espécie Chelonoidis phantasticus, com base na morfologia da carapaça e nas características faciais.”

A tartaruga recentemente descoberta no Parque Nacional Galápagos, na Ilha de Santa Cruz. Foto: Parque Nacional Galápagos/AP

Descrita como estando em “boa saúde” mas “abaixo do peso”, a tartaruga estava vivendo em uma área vulcânica com vegetação esparsa. Ela tem cerca de metade a dois terços do tamanho do macho morto encontrado em 1906, de acordo com Anders Rhodin, da Turtle Conservancy e parte de um grupo de especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza, que foi citado no comunicado do Animal Planet.

A tartaruga foi realocada para o Centro de Criação de Tartarugas Fausto Llerena, um parque nacional na Ilha de Santa Cruz. Ela agora vive em um recinto especialmente projetado para ela. Os conservacionistas da tartaruga gostariam muito de encontrar um companheiro adequado para propagar a espécie em grave risco de extinção e estão esperançosos, dada a descoberta de esterco de tartaruga e marcas de caminhada na Ilha de Fernandina.

“O centro em que ela está é uma excelente instalação com um grande histórico”, disse Galante ao Gizmodo. “Agora que encontramos a Chelonoidis phantasticus, e considerando que os sinais de um segundo animal na ilha são substanciais, uma viagem de volta, devidamente financiada e com um grande número de cientistas, pode ser feita para localizar um macho.”

Para isso, a Turtle Conservancy e a Global Wildlife Conservation estão prometendo uma doação máxima de US$ 100 mil para financiar outros esforços de preservação.

[Associated Press via Washington Post]

The post Tartaruga gigante que achavam estar extinta é redescoberta nas Ilhas Galápagos depois de 113 anos appeared first on Gizmodo Brasil.

Gêmeas chinesas geneticamente editadas podem ter capacidade cognitiva aumentada como efeito colateral

Posted: 22 Feb 2019 10:35 AM PST

O nascimento de bebês na China com material genético supostamente editado foi uma das histórias de ciência mais estranhas e perturbadoras do ano passado. Ela acaba de ficar ainda mais esquisita, pois, segundo cientistas, a alteração no DNA para criar imunidade ao HIV pode também melhorar a capacidade cognitiva dessas crianças.

[foo_related_posts]

De acordo com a MIT Technology Review, estudos em ratos de laboratório mostram que a eliminação do gene CCR5 — feita nas gêmeas Lulu e Nana pela equipe liderada pelo cientista He Jiankui — leva a melhorias não apenas na atividade cerebral, mas também na recuperação de derrames.

A pesquisa foi realizada pela Universidade da Califórnia em Los Angeles e revelou mais características da relação entre o gene CCR5 e a memória e a formação de conexões no cérebro. O laboratório da instituição já tinha feito estudos nesse sentido em 2016, e um novo artigo mostra que pessoas que não possuem o gene naturalmente parecem se recuperar mais rapidamente de acidentes vasculares cerebrais, além de irem mais longe nos estudos, o que sugere que elas sejam mais inteligentes.

"A interpretação mais simples é que estas mutações provavelmente terão um impacto nas funções cognitivas das gêmeas", diz Alcino J. Silva, neurobiologista da Universidade e um dos cientistas envolvidos no estudo a alteração genética nos ratos de laboratório. Ele, porém, adverte que é impossível prever o que pode acontecer com tal alteração em humanos e, por isso, ela não deve ser feita.

Segundo a publicação do MIT, não há evidências que o cientista chinês He Jiankui tenha feito a alteração genética com esse fim. A revista diz ter falado com vários pesquisadores da relação do CCR5 com as capacidades cognitivas e todos eles dizem que Jiankui não os procurou.

Esse tipo de assédio, porém, existe, de acordo com o que Silva conta.

Silva diz que, por causa de sua pesquisa, ele às vezes interage com pessoas no Vale do Silício e em outros lugares que, em sua opinião, tem um interesse doentio em bebês com cérebros melhores. É por isso que, quando o nascimento dos gêmeos se tornou público em 25 de novembro, Silva diz que ele imediatamente se perguntou se tinha sido uma tentativa desse tipo de alteração. "De repente, percebi… Ah, merda, eles estão realmente falando sério sobre essa besteira", diz Silva. "Minha reação foi de repulsa e tristeza viscerais."

Silva ainda destaca que a pesquisa de sua equipe é importante para ajudar pessoas que sofreram derrames ou portadores de HIV, que, às vezes, podem enfrentar problemas de perda de memória. "Problemas cognitivos são uma das maiores necessidades não atendidas em medicina", comenta o cientista. Ele diz que tratar esse tipo de problema é completamente diferente de tentar criar melhorias, o que ele condena veementemente.

Parece que esse roteiro digno de ficção científica está bem longe de chegar ao fim.

[MIT Technology Review]

The post Gêmeas chinesas geneticamente editadas podem ter capacidade cognitiva aumentada como efeito colateral appeared first on Gizmodo Brasil.

A maior abelha do mundo, considerada extinta, foi encontrada viva

Posted: 22 Feb 2019 09:56 AM PST

Abelha gigante de Wallace em comparação com abelha-europeia

Um míssil preto, do tamanho de um polegar, navega pelo ar da selva, um zumbido estrondoso anuncia sua chegada. O inseto gigante pousa num ninho de cupins de árvores para em seguida recolher suas asas e esticar suas enormes mandíbulas curvadas. Esta é a abelha gigante de Wallace, a maior e mais chata abelha da Terra. Depois de desaparecer por quase quatro décadas, a espécie acaba de ser redescoberta em sua terra natal, a Indonésia.

[foo_related_posts]

A abelha gigante de Wallace (Megachile pluto) foi batizada em homenagem ao seu descobridor, Alfred Russel Wallace, naturalista britânico famoso por conceber de forma independente a teoria da evolução por meio da seleção natural, em paralelo a Charles Darwin.

Wallace coletou a abelha enquanto estava em expedição nas ilhas Molucas Setentrionais na Indonésia, em 1858. Ele a descreveu como um “grande inseto parecido com uma vespa, com mandíbulas imensas como um lucanos”. O pequeno titã ficou mais de um século desaparecido e não foi mais localizado por cientistas ocidentais, sendo visto novamente apenas pelo entomologista Adam Messer em 1981, que conseguiu observar alguns de seus comportamentos em algumas ilhas pequenas. Desde então, ninguém documentou nenhum encontro com a abelha gigante.

Isso mudou quando um time de buscas que visitava as ilhas Molucas no mês passado a viram novamente, depois de 38 anos.

Planejamento e urgência

A redescoberta veio depois de anos de trabalho duro e planejamento, de acordo com Clay Bolt, fotógrafo de natureza que documentou a presença da abelha gigante no mês passado. Há muitos anos, Bolt estava visitando coleções de abelhas no Museu de História Natural Americano, se familiarizando com as abelhas nativas da América do Norte para um projeto de documentação de insetos subvalorizados. Eli Wyman, entomologista do museu, mostrou a Bolt uma espécie rara da abelha gigante de Wallace, e compartilhou o seu desejo de ver insetos na natureza.

Juntos, os dois montaram um plano para viajar para a Indonésia e encontrar a abelha.

No meio do planejamento, Bolt conseguiu colocar a abelha gigante entre as “25 mais procuradas” no programa de Pesquisa de Espécies Perdidas da Global Wildlife Conservation, que financia expedições para encontrar espécies que desapareceram. Quando Bolt e Wyman viram que um espécime de uma abelha gigante misteriosa tinha sido vendida por US$ 9 mil no eBay no começo de 2018, eles perceberam que era urgente encontrá-la.

“Decidimos que tínhamos que ir para lá”, disse Bolt. “Primeiro, para vê-la em estado selvagem, para documentá-la, mas também para fazer contatos locais na Indonésia que poderiam começar a trabalhar conosco como parceiros para tentar descobrir como protegê-la”.

Depois de entrar em contato com outros pesquisadores interessados em encontrar a abelha, Bolt e Wyman formaram um grupo de buscas que embarcou para a Indonésia em janeiro.

O fotógrafo de história da natureza Clay Bolt e o escritor Glen Chilton examinam um cupinzeiro enquanto procuram pela abelha gigante de WallaceO fotógrafo de história da natureza Clay Bolt e o escritor Glen Chilton examinam um cupinzeiro enquanto procuram pela abelha gigante de Wallace. Foto: Simon Robson

O time passou praticamente uma semana explorando florestas tropicais de terras baixas nas Molucas Setentrionais, onde passaram por umidade e calor extremos, intercalados por chuvas torrenciais. Haviam poucos indícios de onde achar o inseto, exceto pelo seu ninho pouco usual, que são formados em cupinzeiros ativos em árvores. As “casinhas” da abelha gigante são cuidadosamente revestidas com resina para manter a água e os cupins vizinhos longe delas.

Assim, a equipe procurou por ninhos, dividindo-se e observando cupinzeiros com binóculos, na esperança de que uma das grandes abelhas aparecessem.

O último dia de buscas

Depois de dias de buscas infrutíferas, a expedição chegou ao seu último dia. Iswan – um guia indonésio que acompanhava a equipe – observou cupinzeiro e, após uma inspeção mais detalhada, viu um buraco redondo do tamanho de uma moeda ao lado; era grande o suficiente para uma abelha gigante de Wallace.

Quando Iswan subiu e espiou dentro do buraco, ele recuou, pensando que havia visto uma cobra entrando ali. Depois que Wyman deu uma olhada e percebeu que a câmara de resina parecia exatamente como o ninho da abelha, Bolt deu uma espiada com uma lâmpada na cabeça.

Não era uma cobra, mas a própria Megachile pluto, bloqueando a entrada de sua morada.

Em êxtase, a equipe bloqueou a saída do ninho com tubos, para que eles pudessem ser coletadas em voarem para longe.

“Nós estávamos basicamente pirando depois de tantos anos de planejamento, estávamos quase perdendo a esperança”, conta Bolt. "Foi um momento incrível para percebermos que viemos até aqui, outras pessoas procuraram por ela, e aqui estávamos nós: imundos e suados e de alguma forma encontramos esse inseto. Para mim, foi um momento de enorme gratidão e humildade por ter sido parte desse momento e desse time".

Abelha gigante de Wallace em um tubo de plásticoO entomologista e especialista em abelhas, Eli Wyman, com a primeira abelha gigante de Wallace redescoberta nas ilhas Molucas Setentrionais na Indonésia. Foto: Clay Bolt

Chegara a hora de a abelha brilhar e para tirá-la do ninho, Bolt usou um pouco de grama para “cutucá-la”. Com 1uatro vezes o tamanho de uma abelha regular, a abelha gigante de Wallace é um espetáculo para ser visto, e mais do que merecedora do nome que Messer deu à espécie nos anos 80: "Raja ofu", o rei das abelhas.

Embora as mandíbulas enormes sejam angustiantes, elas não são usadas beliscar. Na verdade, são usadas para transportar bolas de resina para o ninho. As abelhas também vivem sozinhas e não têm as tendências defensivas e pungentes de suas parentes que vivem em colmeias.

Depois de tirar muitas fotos e fazer vídeos do incrível inseto, Bolt conseguiu um feito inédito: fotografar uma abelha gigante de Wallace viva.

Agora que a abelha foi redescoberta, Bolt diz que há muito trabalho a ser feito para proteger a espécie. É preciso haver um estudo adicional sobre quantas abelhas estão ao redor e em quais habitats elas vivem.

Bolt observou que a relativa falta de conhecimento local da existência da abelha é um pouco reconfortante, uma vez que pouquíssimas pessoas sabem onde os ninhos estão em geral. Por outro lado, não estar ciente da biodiversidade especial significa que não há como proteger habitats-chave contra a destruição ou outras ameaças.

Fotógrafo Clay Bolt registra a abelha gigante de WallaceO fotógrafo de história da natureza Clay Bolt faz as primeiras fotos de uma abelha gigante de Wallace viva em seu ninho, que é encontrada em cupins ativos nas Molucas Setentrionais, na Indonésia. Foto: Simon Robson

Preservação da abelha gigante de Wallace

Bolt disse que os próximos passos são trabalhar com pesquisadores indonésios e grupos de conservação para estabelecer uma proteção para a abelha. Um caminho possível é elevar a abelha gigante a um símbolo da biodiversidade local, muito parecido com o que foi feito com o asa-padrão de Wallace, um pássaro da região.

“É um símbolo dessas ilhas”, disse Bolt sobre o pássaro. “Está em muitas embalagens diferentes e todos os tipos de produtos”.

Para Bolt, a redescoberta da abelha gigante de Wallace é um raio de luz em um momento obscuro para a biodiversidade da Terra.

"Isso realmente me ofereceu esperança. Há tantas más notícias que estão saindo, com todas essas espécies sendo perdidas, e acho que às vezes é fácil desistir e dizer ‘não há esperança para nada'”, disse Bolt. A abelha gigante de Wallace mostra que, com tempo e esforço, até mesmo espécies perdidas podem ser encontradas novamente.

Jake Buehler é escritor sobre ciência e vive na Península Olympic, em Washington. Siga-o no Twitter e em seu blog.

The post A maior abelha do mundo, considerada extinta, foi encontrada viva appeared first on Gizmodo Brasil.

Nave japonesa Hayabusa2 pousa no asteroide Ryugu

Posted: 22 Feb 2019 08:16 AM PST

A espaçonave japonesa Hayabusa2 completou um de seus desafios mais empolgantes até agora: na noite de quinta-feira (21), pousou no asteroide Ryugu, disparou um projétil de tântalo na superfície rochosa e subiu de volta à órbita em torno desse pequeno mundo, segundo atualizações da conta da missão no Twitter.

[foo_related_posts]

Durante seu breve contato com o asteroide, a Planetary Society explicou que a espaçonave tentou coletar amostras de rocha levantadas pelo impacto da bala. Trazer de volta para a Terra essas amostras é o grande objetivo da missão.

A Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) tem se preparado para a Hayabusa2 estabelecer contato com o asteroide há meses. O pouso foi anteriormente adiado depois que os cientistas acharam a superfície do asteroide mais áspera do que tinham previsto inicialmente. Embora os cientistas tenham inicialmente pensado que a superfície do Ryugu seria um “regolito fino e pulverulento”, os rovers MASCOT e MINERVA-II1 deixados pela nave espacial foram recebidos por cascalhos maiores do que o esperado.

Embora sua data original de pouso de outubro de 2018 tenha sido atrasada, os cientistas da missão conseguiram conduzir testes aqui na Terra para preparar ainda mais para o eventual contato da Hayabusa2 com o asteroide. Além de garantir que a espaçonave ainda conseguiria coletar suas amostras da superfície, os cientistas da missão também puderam reavaliar o local de pouso.

A Hayabusa2 foi lançada em 2014 e passou quatro anos viajando até seu alvo. A espaçonave alcançou com sucesso o Ryugu em junho do ano passado, momento em que os cientistas da missão determinara os locais de pouso para seus rovers.

A NASA tem a sua própria missão de asteroide em andamento: a nave OSIRIS-REx chegou ao asteroide Bennu em dezembro de 2018 — e já capturou algumas imagens do polo sul do objeto de tirar o fôlego.

The post Nave japonesa Hayabusa2 pousa no asteroide Ryugu appeared first on Gizmodo Brasil.

TCL anuncia duas novas linhas de TVs com Google Assistente; preços começam em R$ 1.299

Posted: 22 Feb 2019 07:27 AM PST

TCL Q6 exibindo menu com filmes

Durante a CES, a TCL foi uma das fabricantes a ostentar TVs em resolução 8K. Ainda não chegou hora de a tecnologia dar as caras em solo brasileiro, mas pelo menos tivemos anúncios interessantes que colocam funcionalidades como HDR10, Android TV, Google Assistente em português e sistemas de inteligência artificial em modelos mais baratos. Em um evento realizado nesta quinta-feira (21), no Museu do Futebol, em São Paulo, a companhia chinesa trouxe duas novas linhas de TVs e anunciou patrocínio à Copa América – a marca será exibida em todas as decisões do VAR, por exemplo.

O carro chefe entre os lançamentos desta quinta foi a série TCL C6, que tem resolução 4K e um soundbar integrado fabricado pela Harman Kardon e suporte ao HDR10. O design não foge muito dos televisores atuais: bordas finas e pouquíssima espessura – já o soundbar dá um destaque na base e é questão de gosto pelo menos quando se trata de estética. O modelo será vendido nos tamanhos 55 polegadas (R$ 3.899) e 65 polegadas (5.799). As vendas começam em abril.

Foi apresentada também a série S6500, que será vendida a partir de março. São três tamanhos para o modelo: 32 polegadas, com resolução HD (R$ 1.299); 40 polegadas, com resolução Full HD (R$ 1.699) e 43 polegadas, também com resolução Full HD (R$ 1.899). O modelo conta com suporte ao HDR10 – uma adição muito bem-vinda.

TCL S6500 exibindo menu com filmes da Google PlayTCL S6500

A companhia destacou que mesmo o seu televisor mais barato conta com Android O e suporte ao Google Assistente em português. Os usuários podem pedir para assistirem a uma determinada série na Netflix usando comandos de voz e até controlar outros aparelhos conectados direto da TV. O controle remoto de todos os modelos possuem botões dedicados para o Google Assistente e para os apps da Netflix e GloboPlay.

Os televisores contam ainda com a inteligência artificial AI-IN, da TCL. A companhia diz que “esta é uma nova plataforma que integra com sucesso seus parceiros de tecnologia smart, como a Android TV, a Roku (apenas América do Norte) e a Amazon Alexa”. A companhia não dá muitos detalhes sobre como isso funciona, além de dizer que “está criando um ecossistema inteligente que oferece aos consumidores uma experiência de vida simples e personalizada”.

Atualmente, a TCL é a segunda maior empresa de TVs, de acordo com dados da Sigmaintell. A companhia registrou, em 2018, 23,1% de crescimento em todo o mundo.

Atualização às 14h38: Uma versão anterior deste texto se referia à TV TCL C6 como Q6.

The post TCL anuncia duas novas linhas de TVs com Google Assistente; preços começam em R$ 1.299 appeared first on Gizmodo Brasil.

Ainda bem que os smartphones estão voltando a ser esquisitos

Posted: 22 Feb 2019 05:46 AM PST

DJ Koh, da Samsung, durante apresentação do Galaxy Fold

Os smartphone estão chatos há anos. Eles são apenas retângulos de vidro que se conectam à internet e tiram fotos. Ao tocar na tela, você pode fazer outras tarefas como enviar mensagens para seus amigos ou tocar música. Os novos smartphones estão cada vez maiores e finos que seus antecessores, mas, no fundo, fazem a mesma coisa. Este ano tem tudo para nos trazer algo diferente. Neste ano, os smartphones vão voltar a ser estranhos.

[foo_related_posts]

O Mobile World Congress, evento de tecnologia móvel realizado em Barcelona, começa na próxima semana, e esperamos ver toda uma nova classe de smartphones dobrados, dobráveis e, francamente, estranhos pela primeira vez. A Samsung iniciou essa leva na última quarta-feira (20) com o lançamento do Galaxy Fold, um dispositivo meio Frankenstein que se parece com um smartphone robusto e que se transforma em um pequeno tablet. Ele tem uma dobradiça para realizar essa transformação. O smartphone ainda tem uma tela AMOLED dobrável e seis câmeras. Na moral, o Galaxy Fold é esquisito para caramba, e é apenas um sinal do que vai vir por aí.

Devo admitir que eu adoro isso. Não faz tanto tempo que você poderia ir a uma loja de smartphones e ter uma experiência que parecia um safari de gadgets. Os aparelhos eram pequenas como barras de chocolate que se abriram e se iluminavam (sim, LG Chocolate, estou falando de você). Havia alguns que lembravam um canivete butterfly, como o Samsung Juke. Havia também os celulares Flip com pequenas telas na parte de fora e câmeras que ficavam perto da dobradiça (O LG CU500 foi um dispositivo memorável). E o que falar sobre o telefone com uma tela e que tinha um teclado QWERTY escondido? Poderia continuar falando do quanto sinto falta de celulares esquisitos, mas não o farei. (Sério, se você quiser relembrar, aqui tem uma lista de bons telefones esquisitos e antigos.)

Ainda assim, cá estamos — pensando em como os smartphones vão evoluir. Um fone sem entradas ou botões? Dê uma olhada no Vivo Apex 2019 ou o Meitu Zero. Estes dispositivos apostam em carregamento sem fio e feedback háptico para fazer algo que muitos designers de smartphone têm buscado há anos. Nesta mesma toada, se livrar do notch (recorte) inspirou outras companhias — como a Oppo, Xiaomi, Honor e Lenovo — a criarem versões contemporâneas do slider com uma câmera selfie que só aparece quando você precisar. Tem até alguns telefones, como o Nubia X e o Vivo Nex 2, que adicionaram uma segunda tela OLED na traseira para o usuário tirar selfies sem a necessidade de uma câmera frontal.

E agora estamos aí com os "dobradinhas". Este é um nome que inventei para falar de displays dobráveis, incluindo o Galaxy Fold. É claro, não foi a Samsung quem começou com este conceito bizarro e fascinante. A Royole mostrou o seu smartphone dobrável na CES há algumas semanas. Rumores apontam que a ZTE também está trabalhando em um, e a Oppo tem uma patente para um desses.

A questão que fica é se as pessoas vão gostar desses telefones esquisitos. Nós não sabemos ainda dos gadgets impressionantes que estão para ser inventados, e dado que a inovação no ramo de tecnologia está estagnada nos últimos anos, nós deveríamos dar boas vindas a todas as ideias. Não resta dúvidas de que smartphones dobráveis são um pouco esquisito, mas considere que estamos no início de uma nova era de altas velocidades de internet sem fio graças ao 5G. É difícil saber quais dispositivos podemos desejar para a próxima geração de nosso mundo conectado.

Eu estou aberto a novas ideias. Me dê um smartphone que dobre como um cisne de origami, e eu o considerarei seriamente. De fato, estou aguardando por algo nesse estilo.

The post Ainda bem que os smartphones estão voltando a ser esquisitos appeared first on Gizmodo Brasil.

Facebook culpa usuários por mais um escândalo de privacidade, agora envolvendo informações médicas

Posted: 22 Feb 2019 04:44 AM PST

Membros do Congresso dos Estados Unidos solicitaram um relatório ao Facebook sobre alegações de que a rede social teria enganado usuários que discutiam suas condições médicas em grupos “fechados” que eles acreditavam ser privados e anônimos. Mas o site diz que os usuários que compartilharam informações nesses grupos deveriam ter entendido que a rede social “não é uma plataforma anônima”.

[foo_related_posts]

Em uma carta aberta ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, os congressistas Frank Pallone Jr., presidente do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, e Jan Schakowsky, presidente do Subcomitê de Proteção ao Consumidor e Comércio, questionaram as práticas de privacidade da rede social em relação ao tratamento de grupos fechados dedicados a questões médicas.

A carta do comitê vem em resposta a uma reclamação de consumidor apresentada à Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) em dezembro e divulgada publicamente nesta semana que afirma que as informações pessoais dos usuários do Facebook em grupos fechados podem ter sido disponibilizadas para empresas e indivíduos que não deveriam ter tido acesso a elas. A carta explica que, de acordo com a queixa, os usuários desses grupos compartilharam informações “sobre transtornos relacionados ao uso de substâncias, sobre os desafios de ter filhos transgêneros como pais, estado sorológico e histórico de abuso sexual”.

Um grupo fechado de Facebook não é o mesmo que um grupo secreto de Facebook — o nome de um grupo fechado e sua descrição podem ser vistos pelo público, mas as publicações só podem ser vistas pelos membros. A queixa da FTC alega que o algoritmo do Facebook “empurra” ativamente os usuários para grupos fechados, incluindo aqueles criados para a discussão de certas condições médicas. A queixa alega ainda que a empresa induz os usuários ao erro, levando-os a acreditar que as informações que eles compartilham nesses grupos permanecerão privadas e anônimas. A carta dos legisladores afirma que até mesmo as empresas de convênio médico podem ter acesso a esses grupos e podem ter usado essas informações divulgadas de forma privada para tomar decisões sobre seguros.

Em um comunicado ao Gizmodo, o Facebook culpou efetivamente os usuários por presumirem que seu serviço lhes concedia anonimato, mesmo em grupos tão delicados.

“O Facebook não é uma plataforma anônima; a identidade com nome real está no centro da experiência e sempre esteve”, disse um porta-voz do site ao Gizmodo por e-mail. “Está intencionalmente claro para as pessoas que, quando elas se juntam a qualquer grupo no Facebook, outros membros desse grupo podem ver que elas fazem parte dessa comunidade e podem ver as mensagens que elas escolhem compartilhar com essa comunidade. Existe um valor em ser capaz de saber com quem você está tendo uma conversa em um grupo, e estamos ansiosos para informar o comitê sobre isso.”

O comitê escreveu em sua carta ao Facebook que exige que a empresa faça um relatório até 1º de março deste ano.

Depois de seu ano de escândalos de privacidade, as alegações de que o Facebook pode ter explorado usuários que procuravam discutir informações confidenciais em espaços que acreditavam serem seguros não devem ser um choque. Uma reportagem do Verge de maio do ano passado revelou que grupos fechados para suporte a vícios estavam sendo infiltrados por marqueteiros de serviços de reabilitação, uma prática da qual o Facebook afirmava estar ciente e que não pareceu achar profundamente perturbadora.

“Essa queixa de consumidor levanta uma série de preocupações sobre as políticas e práticas de privacidade do Facebook”, escreveram os líderes do comitê na carta. “Os sistemas do Facebook não têm transparência sobre como eles são capazes de coletar informações pessoais e sintetizar essas informações em sugestões de grupos de apoio a doenças relevantes. Rotular esses grupos como fechados ou anônimos potencialmente induziu os usuários do Facebook a se juntarem a esses grupos e revelar mais informações pessoais do que elas teriam feito de outra forma. E o Facebook pode ter falhado em notificar adequadamente os membros do grupo que suas informações pessoais de saúde podem ter sido acessadas por empresas de convênio médico e valentões online, entre outros.”

O que está evidente na declaração do Facebook sobre o mais recente escândalo (no momento da redação deste texto) é sua rejeição total da noção de que ele pode ser um espaço anônimo. Em vez disso, ele coloca o ônus sobre seus usuários de entender que, mesmo que um grupo seja rotulado de uma forma que possa parecer anônima — o nome tem “anônimo” e é caracterizado como “fechado” —, eles são os únicos que erraram.

The post Facebook culpa usuários por mais um escândalo de privacidade, agora envolvendo informações médicas appeared first on Gizmodo Brasil.

Nova vista impressionante de Marte mostra onde a água corrente antiga um dia esculpiu sua superfície

Posted: 22 Feb 2019 03:39 AM PST

Foram detectados em Marte canais de rios secos com mais de 1,6 quilômetro de largura e 198 metros de profundidade, mostrando como o Planeta Vermelho já abrigou água líquida em sua superfície.

[foo_related_posts]

Conhecemos Marte hoje como um deserto estéril, porém, há cerca de 3,4 bilhões de anos, o Planeta Vermelho estava inundado de azul, apresentando um grande oceano em seu hemisfério norte, lagos e muitos rios sinuosos. Durante o seu passado antigo, Marte tinha uma atmosfera espessa e quente, permitindo ao planeta abrigar água líquida na superfície. Observações de satélites em órbita ao redor de Marte e de rovers na superfície forneceram a evidência para isso, seja na forma de leitos de rios secos ou depósitos semelhantes a argila que requerem a presença de água para se formar.

Versão de um artista para Marte quando tinha água na superfície. Imagem: ESO/M. Kornmesser/N. Risinger

No entanto, com o tempo, a espessa atmosfera marciana evaporou e, junto com ela, a água superficial do planeta. Hoje em dia, a evidência visível dessa água ainda pode ser percebida como gelo congelado nos polos.

Novas imagens divulgadas nesta quinta-feira (21) pela Agência Espacial Europeia (ESA) oferecem mais provas do passado aquático de Marte. A região mostrada nas fotos é um sistema de vales localizados nas regiões montanhosas do sul, a leste de uma grande cratera de impacto chamada Huygens. As fotos, captadas pelo satélite Mars Express, da ESA, no final do ano passado, mostram uma região antiga, com muitas crateras, que, apesar das eras de erosão, ainda apresenta sinais reveladores de água corrente.

Esta imagem da Mars Express do vale seco foi tirada em 19 de novembro de 2018. A resolução do solo é de aproximadamente 14 metros por pixel. O norte é mostrado à direita. Imagem: ESA/DLR/Universidade Livre de Berlim

Visão topográfica da região codificada a cores. As áreas de menor altitude são mostradas em azul e roxo, enquanto as regiões mais altas são mostradas em branco, amarelo e vermelho. Imagem: ESA/DLR/Universidade Livre de Berlim

Um dia, a água corria encosta abaixo a partir do norte (da direita para a esquerda na foto), criando rios de até dois quilômetros de largura e 200 metros de profundidade, de acordo com a ESA. Hoje, o vale é liso e fragmentado, mas seu status anterior de leito de rio é claramente visível. A ESA explica mais detalhadamente:

Em geral, o sistema de vales parece se ramificar significativamente, formando um padrão um pouco parecido com os galhos de árvores oriundos de um tronco central. Esse tipo de morfologia é conhecido como ‘dendrítico’ — o termo é derivado da palavra grega para árvore (dendron), e é fácil ver o porquê. Vários canais se separam do vale central, formando pequenos afluentes que muitas vezes se separam novamente na sua viagem para fora.

Este tipo de estrutura dendrítica também é visto nos sistemas de drenagem na Terra. Um exemplo particularmente bom é o do rio Yarlung Tsangpo, que atravessa China, Índia e Bangladesh desde a sua nascente no Tibete. No caso dessa imagem de Marte, esses canais ramificados foram provavelmente formados pelo escoamento de água superficial de um fluxo anteriormente forte do rio, combinado com chuvas extensas. Pensa-se que esse fluxo tenha cortado o terreno existente em Marte, forjando novos caminhos e esculpindo uma nova paisagem.

A presença de águas antigas correndo em Marte levanta muitas questões. Qual era a fonte dessa água? Ela foi causada pelo derretimento de geleiras ou era a água que vazava por baixo da superfície? Ou foi a chuva que gerou essa água corrente? E quanto tempo levou até que essa água secasse? É importante também questionar: ela contribuiu para as condições habitáveis em Marte, e o planeta algum dia abrigou vida?

Essas questões seguem sem resposta e servem como um apelo para que mais estudos sejam feitos sobre Marte. Felizmente, a sonda Curiosity e o lander InSight, da NASA, continuam coletando dados valiosos, assim como o Orbitador de Reconhecimento de Marte, também da agência americana, e a ExoMars Trace Gas Orbiter e o Mars Express, da ESA. E temos também a próxima missão da ExoMars para aguardar com expectativa, que contará com o rover recém-nomeado Rosalind Franklin.

[ESA]

The post Nova vista impressionante de Marte mostra onde a água corrente antiga um dia esculpiu sua superfície appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário