sexta-feira, 12 de abril de 2019

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Resultados finais de estudo com gêmeos da NASA mostram como o espaço mexe com nosso corpo

Posted: 11 Apr 2019 03:38 PM PDT

Diversos veículos de imprensa no ano passado se atrapalharam completamente ao reportar a pesquisa verdadeiramente interessante da NASA que buscava descobrir o que acontece com nosso corpo se vivermos no espaço por longos períodos de tempo. O estudo foi uma comparação meticulosa entre o astronauta Scott Kelly, então com 50 anos, que passou um ano a bordo da Estação Espacial Internacional em 2015, e seu irmão gêmeo idêntico Mark Kelly, que permaneceu na Terra.

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Nesta quinta-feira (11), as descobertas finais do estudo dos gêmeos da NASA foram publicadas na Science, e elas são bem legais, mesmo que um pouco desapontantes em comparação com o hype feito pela mídia no ano passado em torno do trabalho.

A NASA descobriu que Scott Kelly se manteve tão saudável mental, genética e fisicamente quanto seu irmão durante a viagem no espaço; e que a grande maioria das pequenas mudanças observadas em Scott (em comparação com ele mesmo antes da missão) voltou ao normal dentro de seis meses após seu retorno à Terra. Mas as diferenças vistas em Scott enquanto estava no espaço e depois de sua volta para casa podem fornecer à NASA importantes pistas sobre como manter os astronautas seguros durante missões mais longas, como para Marte e além.

“Acho que é reconfortante saber que, quando você volta, as coisas vão, em sua maioria, voltar ao normal”, disse Michael Synder, um dos dez investigadores principais do estudo e diretor dob Centro Stanford de Genômica e Medicina Personalizada, em entrevista coletiva na terça-feira  (9), discutindo os resultados.

Resultados preliminares do estudo foram lançados em 2017, mas foi só a segunda rodada de descobertas, divulgada em janeiro de 2018, que realmente chamou a atenção da imprensa, com parte dos veículos reportando erroneamente o que havia sido descoberto. Particularmente, jornais como o Newsweek noticiaram que impressionantes “7% dos genes de Scott Kelly não voltaram ao normal depois que ele pousou”. Outros indicaram que Scott Kelly havia se tornado uma pessoa diferente de seu irmão gêmeo.

Os gêmeos astronautas ainda são gêmeos, pessoal! Foto: NASA

Mas os pesquisadores nunca falaram sobre uma diferença de 7% entre os genes dos gêmeos. Eles estavam dizendo que alguns dos genes de Scott Kelly haviam mudado sua expressão — o transporte de instruções no genoma de uma célula — durante seu tempo lá no espaço. E que aproximadamente 7% dessa mudança geral na expressão genética ainda podia ser vista seis meses depois de ele retornar para casa.

Essa mudança restante na expressão genética seis meses depois foi na verdade mais próxima de 10%, envolvendo centenas de genes individuais relacionados ao sistema imune e outros fatores, segundo o artigo final na Science.

Porém, como a NASA esclareceu durante o quiproquó no ano passado, essa era, ainda assim, uma mudança relativamente minúscula em sua expressão genética, ou “epigenética”, como também é conhecida. Essas mudanças epigenéticas, entre outras, em seu metabolismo ou sistema imune também estavam dentro do alcance que se esperaria de alguém lidando com uma quantidade de um estresse assim, como exercícios intensos.

“Considerando que a maioria das variáveis biológicas e de saúde permaneceu estável ou voltou à linha de base, esses dados sugerem que a saúde humana pode, em sua maioria, se manter ao longo da duração do voo espacial”, afirmou a NASA em um comunicado.

Aliás, Mark Kelly também teve mudanças epigenéticas durante o período do estudo, mesmo que em um grau levemente maior que seu irmão que foi para o espaço. Isso não é tão surpreendente, porque literalmente tudo em nosso ambiente pode moldar nossa expressão genética. E, embora o espaço seja uma experiência estressante que pode desgastar o corpo e o sistema imune, Scott Kelly não estava fazendo outras coisas notoriamente negativas para o corpo que seu irmão estava fazendo na Terra, como beber álcool.

“Claro que é um potencial sinal de alerta. Quer dizer, se enviarmos um grupo de astronautas para Marte, a jornada lá provavelmente levará cerca de um ano… Este estudo, com uma pessoa, sugere que talvez eles não consigam fazer isso.”

No entanto, as mudanças detectadas em Scott comparadas com ele mesmo na Terra e com seu irmão são importantes, pois nos ajudam a ter uma noção de como as viagens espaciais de longo prazo afetarão o corpo humano. Os olhos de Scott, por exemplo, desenvolveram um nervo retiniano mais espesso após alguns meses, o que já foi notado por alguns astronautas em missões mais longas, mas não por todos. A mudança é provavelmente causada principalmente pela microgravidade do espaço.

Mas os cientistas suspeitam que a genética desempenha um papel importante para tornar os astronautas mais vulneráveis a ela. Como evidência para esse palpite, ambos os gêmeos tinham variações genéticas ligadas à alteração ocular, embora apenas Scott a tenha desenvolvido.

Também houve mudanças inesperadas nos telômeros de Scott Kelly, as extremidades de cromossomos que, acredita-se, preveem nossa idade celular, já que eles ficam mais curtos ao longo da vida. Alguns deles ficaram mais longos enquanto Kelly esteve no espaço, mas, então, rapidamente se encurtaram logo que ele voltou à Terra, com alguns deles, seis meses depois, ficando ainda menores que antes.

É cedo demais para dizer o que tudo isso significa. Mas uma das autoras do estudo, Susan Bailey, bióloga de radiação da Universidade Estadual do Colorado, advertiu durante a coletiva de imprensa qualquer um que pense que fazer uma viagem espacial deve “ser visto como uma fonte de juventude” e que “as pessoas podem esperar viver por mais tempo por estarem no espaço”.

O interessante foi que, embora maior parte da saúde de Scott Kelly tenha permanecido intacta ou voltado ao normal depois de ele retornar, sua capacidade intelectual — medida por quão preciso e veloz ele foi em testes cognitivos — sofreu uma queda significativa quando ele voltou, o que ainda estava aparente seis meses depois de sua volta.

No entanto, não está claro o quanto esse esgotamento mental pode ser atribuído aos perigos do espaço em si, de acordo com o investigador principal Mathias Basner, professor associado de sono e cronobiologia em psiquiatria na Escola Perelman de Medicina da Universidade da Pensilvânia.

“Podem ser os efeitos de ser reexposto e de se reajustar à gravidade na Terra”, disse Basner ao Gizmodo, apontando que o próprio Kelly reclamou sobre aprender a andar normalmente de novo. “Mas, também, sua programação pós-missão foi muito frenética, com diversos eventos de mídia.”

Dito isso, também existe a possibilidade de que as condições da viagem em si, incluindo sua duração, contribuíram para a queda de perspicácia de Kelly. E isso é um risco importante a se ter em vista quando as pessoas começarem a participar de missões ainda mais longas e isoladas.

“Claro que é um potencial sinal de alerta. Quer dizer, se enviarmos um grupo de astronautas para Marte, a jornada lá provavelmente levará cerca de um ano. E então eles têm que atravessar essa fase crítica da missão na superfície de Marte em que queremos que eles tenham seu melhor desempenho”, afirmou Basner. “Esse estudo, com um número de um (participante), sugere que talvez eles não consigam fazer isso.”

Por mais importante que o estudo dos gêmeos da NASA seja, é apenas o começo dos estudos sobre a saúde humana no espaço. Viver na Estação Espacial Internacional não é nada fácil, por exemplo, mas astronautas lá ainda estão bastante protegidos da radiação cósmica que bombardearia qualquer visitante em seu caminho até Marte (a exposição total a radiação seria pelo menos cinco vezes maior).  E os gêmeos Kelly são o epítome de um pequeno tamanho de amostra.

Portanto, precisamos de muito mais pesquisa, com mais astronautas. Para esse fim, a NASA está planejando mais missões de durações variadas, chegando a até um ano, que devem fornecer mais dados sobre os efeitos do espaço sobre o nosso corpo.

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Não foi dessa vez que Israel conseguiu se tornar o 4º país a pousar uma sonda funcional na Lua

Posted: 11 Apr 2019 03:17 PM PDT

Selfie tirada pela sonda Beresheet a 22 km da superfície da Lua

A sonda israelense Beresheet colidiu na Lua durante sua tentativa de aterrissar no satélite natural nesta quinta-feira (11), complicando os planos de Israel de ser o quarto país a conseguir pousar uma sonda funcional na superfície da Lua.

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A Beresheet deixou a Terra em 21 de fevereiro em um foguete Falcon 9, da SpaceX, que é usado principalmente para colocar objetos na órbita baixa da Terra. Para alcançar a Lua, a sonda Beresheet, que custou US$ 100 milhões, fez órbitas crescentes ao redor da Terra até que pudesse ser capturada pela gravidade da Lua. O atraso da jornada foi apenas uma pequena inconveniência, considerando as economias feitas por conta disso. A sonda foi construída pela SpaceIL, uma empresa sem fins lucrativos de Israel.

A descida estava ocorrendo normalmente até a sonda ficar 11 km sobre a superfície lunar. Ela até conseguiu tirar uma selfie alguns minutos antes, quando estava a 22 km da superfície. Conforme foi se aproximando, foi perdido o contato com a Beresheet.

"Bem, não conseguimos, mas nós tentamos", disse um oficial da SpaceIL. "E acho que o feito de chegar aonde chegamos é tremendo. Creio que devemos estar orgulhosos."

A causa exata do problema não foi divulgada, mas a sonda pareceu ter passado por um problema no motor durante a descida. Israel estava tentando ser o quarto país a pousar uma sonda na Lua —  os outros são China, Estados Unidos e a União Soviética.

"Se não deu certo na primeira, você tenta de novo", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em frente ao público que acompanhava a missão no centro de controle da SpaceIL.

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Esta guitarra de titânio impressa em 3D só pode ser destruída pelo fogo do Inferno

Posted: 11 Apr 2019 02:51 PM PDT

Guitarra feita pela sueca Sandvik

A sua banda de rock favorita com certeza já destruiu alguma guitarra durante uma apresentação. Agora, para mostrar habilidade na produção de peças impressas em 3D, uma empresa sueca diz ter feito uma guitarra que é impossível de destruir.

A Sandvik é especializada em usinagem de metais e tecnologia de materiais. Ela nunca produziu uma guitarra. Aí, para mostrar que eles conseguiam fazer uma versão indestrutível de uma guitarra, eles tentaram juntar conhecimento de diferentes áreas da companhia.

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"Precisávamos projetar uma guitarra com um bom som e que fosse inquebrável, não importando as diferentes formas de se quebrar uma guitarra", disse Henrik Loikkanen, desenvolvedor do processo de usinagem da Sandvik, em um comunicado à imprensa. "O desafio de engenharia era a junção crítica entre o braço e o corpo que, geralmente, quebra."

Para evitar o dano nesta junção, eles desenvolveram uma peça inteiriça, criada a partir de barras sólidas de aço inoxidável recicladas. Nessa guitarra que eles criaram, o braço é conectado ao corpo por meio de um “cubo retangular”, usado para se conectar à estrutura do corpo.

Roqueiro Yngwie Malmstee mostra braço da guitarra indestrutível da SandvikRoqueiro Yngwie Malmsteen mostra braço com o hub, na ponta, que ajuda a conectar a estrutura ao corpo do instrumento. Crédito: Sandvik

As outras partes do instrumento foram produzidas com impressora 3D — mais especificamente, com várias camadas de titânio em pó, o que ajuda a conferir leveza e resistência ao corpo da guitarra. Além disso, botões de volume e o arremate da fixação de cordas também foi impresso.

Tecniquês à parte, o fato é que tem um vídeo em que o roqueiro sueco Yngwie Malmsteen (se você manja de heavy metal, talvez já tenha ouvido falar) coloca a guitarra à prova. E, olha, em vez de ser destruída, a guitarra acaba danificando quase tudo que ela encontra: da estrutura de madeira do palco a caixas de som.

A guitarra feita pela Sandvik só existe pois a empresa, que atua diretamente com a indústria, queria mostrar o que é capaz de fazer na área de engenharia de materiais, impressão 3D e usinagem. No entanto, eles disseram que têm planos de vender alguma unidade por meio de um leilão.

Voltando ao vídeo, é legal que o guitarrista parece ficar levemente puto por não conseguir quebrar a guitarra. Talvez essa guitarra se transforme em um passatempo legal para roqueiros nervosos. Após uns 15 minutos tentando destruí-la, se você não desistir, talvez a raiva passe, pois o prejuízo causado fará você ficar prontamente preocupado com o estrago físico do que está em sua volta.

Se você quiser ir a fundo sobre os detalhes de produção da guitarra, a empresa tem um vídeo com legendas em português detalhando o processo.

(O título desse texto é uma homenagem às clássicas resenhas de discos de heavy metal da revista Rock Brigade.)

[Sandvik via Digital Trends]

 

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Em breve, você poderá editar documentos do Office no Google Docs sem precisar converter

Posted: 11 Apr 2019 12:44 PM PDT

O Google Docs é uma ferramenta interessante, mas a compatibilidade dele com arquivos do Office da Microsoft sempre foi um problema. Você podia visualizar estes arquivos. No entanto, para editá-los, ou você usava um modo de compatibilidade, que era bem limitado, ou fazia a conversão para os formatos do Google. Se você precisava devolver aquele arquivo a alguém, teria que convertê-lo de volta para o formato original.

Em breve, isso não será mais necessário, pois o Google Docs e seus irmãos Sheets e Slides terão a capacidade de editar diretamente arquivos do Microsoft Office.

A novidade foi anunciada pelo Google nesta quarta-feira (10). Segundo o Verge, esses serão os formatos suportados por Docs, Sheets e Slides:

  • Word: .doc, .docx, .dot
  • Excel: .xls, .xlsx, .xlsm (arquivos com macros ativadas), .xlt
  • Powerpoint: .ppt, .pptx, .pps, .pot

Isso abre algumas possibilidades interessantes. Você poderá usar o armazenamento do Google Drive, colocar um .docx lá e abri-lo no Docs, de maneira bem prática. Se algum colega de trabalho ou de faculdade começar um arquivo no Office da Microsoft, também poderá usar o Docs para fazer comentários ou para permitir que outros integrantes do grupo editem e colaborem no documento.

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A novidade do Google Docs se junta a outras que vão nesse mesmo sentido de editar arquivos online com mais facilidade. Recentemente, o Slack liberou a visualização de documentos do Google Docs e do Office 365 no seu próprio software. Já o Dropbox vai permitir edições em Google Docs para quem tem conta empresarial. Pouco a pouco, a colaboração online vai ficando mais fácil.

De acordo com o Verge, as novidades devem chegar primeiro para usuários de contas corporativas do G Suite e, depois, para usuários comuns. A distribuição está programada para acontecer no começo de maio.

[The Verge, TheNextWeb]

 

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Espécie desconhecida de humanos pequeninos é descoberta nas Filipinas

Posted: 11 Apr 2019 11:43 AM PDT

Cientistas estão relatando a descoberta de uma espécie até então desconhecida de um humano antigo que viveu nas Filipinas há mais de 50 mil anos. As evidências sugerem que a nova espécie, chamada de Homo luzonensis, era excepcionalmente magra — e possivelmente até mesmo menor que a famosa espécie Hobbit descoberta na ilha de Flores, na Indonésia, em 2004.

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A história da evolução humana acabou de ficar muito mais confusa — e consideravelmente mais fascinante — devido à descoberta de uma espécie humana anteriormente desconhecida. Pedaços de dentes e ossos arrancados da caverna de Callao, na ilha filipina de Luzón, apontam para a existência de uma espécie distintamente humana, merecedora da designação Homo em termos de gênero. Ao mesmo tempo, porém, os fósseis encontrados na caverna de Callao exibem características diferentes de qualquer outra coisa jamais vista, garantindo assim a declaração de uma espécie humana completamente nova, o Homo luzonensis. Os detalhes dessa surpreendente descoberta foram publicados nesta quarta-feira (10) na Nature.

Convenhamos que não é sempre que novas espécies humanas são descobertas. A descoberta do Homo luzonensis, com seu curioso conjunto de características físicas, está nos contando algumas novidades surpreendentes sobre a evolução humana e o que aconteceu com os hominídeos pioneiros que deixaram a África tanto tempo atrás.

Essa história começa em 2010, com a importante descoberta de um osso de pé humano, datado de 67 mil anos de idade, na caverna de Callao. A espécie exata não pôde ser determinada, mas essa foi a primeira evidência direta de uma presença humana nas Filipinas. Como um importante detalhe adicional, descobrimos desde então que os hominídeos — subgrupo de primatas mais estreitamente relacionados a nós do que aos chimpanzés e bonobos — viviam nas Filipinas há mais de 709 mil anos.

Osso de animal abatido encontrado no sítio arqueológico de Kalinga, em Luzón, nas Filipinas, mostrou que os homininis estavam ativos na ilha já há 709 mil anos. A espécie recém-descoberta, chamada Homo luzonensis, viveu nas Filipinas há cerca de 67 mil anos. Não se sabe se os dois grupos eram parentes. Imagem: Thomas Ingicco, Mission Marche aux Philippines

De fato, a história da evolução humana está se tornando cada vez mais complicada. Os homininis apareceram pela primeira vez na África há cerca de seis a sete milhões de anos, com a primeira evidência de uma presença hominini na Eurásia remontando a cerca de 1,8 milhão de anos atrás, provavelmente o humano arcaico conhecido como Homo erectus. Incrivelmente, essa dispersão aconteceu muito antes da nossa espécie, o Homo sapiens, ter surgido; por fim, entramos em cena há 300 mil anos, nos espalhando pela Eurásia cerca de 100 mil anos mais tarde. Lá, juntamo-nos a duas outras espécies humanas, os neandertais e os denisovanos.

A maioria dos homininis extintos não são nossos ancestrais diretos, mas são, sim, parentes muito próximos. Cada espécie fez sua própria jornada evolutiva, adaptando-se às suas novas circunstâncias e a ambientes de maneiras diferentes. Por volta de 50 mil a 60 mil anos atrás, havia várias espécies humanas vivendo ao mesmo tempo, fazendo suas próprias coisas em vários locais na África e na Eurásia.

Os cientistas que encontraram o osso de pé humano nas Filipinas, uma equipe liderada por Florent Détroit, do Museu Nacional de História Natural da França, e Armand Mijares, da Universidade das Filipinas, continuaram trabalhando na caverna de Callao para encontrar mais pistas. Essas escavações, ainda em andamento, resultaram na descoberta de 12 novos elementos de homininis, incluindo dentes, um osso parcial da coxa e vários ossos das mãos e dos pés. Esses fósseis pertenceram a três indivíduos diferentes, dois adultos e uma criança. Nenhuma evidência genética pôde ser extraída dos espécimes, e, infelizmente, não foram encontrados crânios. Esses restos foram retirados da mesma camada estratigráfica que o osso do pé encontrado em 2010, datando esses indivíduos no mesmo período de tempo.

A análise dos ossos e dentes sugeriu uma espécie humana antes desconhecida. Além disso, esses homininis parecem ter sido excepcionalmente pequenos. Os autores do novo estudo suspeitam que o Homo luzonensis foi submetido a um processo evolutivo conhecido como nanismo insular, no qual o tamanho do corpo de uma espécie se reduz significativamente com o tempo devido ao acesso limitado a recursos.

Uma coisa semelhante provavelmente aconteceu com o Homo floresiensis, uma espécie humana extinta popularmente conhecida como Hobbit. Os restos desses seres humanos pequeninos, que não eram mais altos do que cerca de 109 centímetros, foram descobertos na ilha de Flores, no sudeste da Ásia, em 2004. A descoberta do Homo luzonensis — que pode ter sido menor que o Hobbit — pode significar a presença de mais uma espécie humana moldada pelo nanismo insular, uma descoberta bastante surpreendente, para dizer o mínimo. É importante ressaltar, no entanto, que o nanismo insular no Homo luzonensis continua sendo uma possibilidade distinta, mas não comprovada. Como os autores observaram no estudo, “mais descobertas e evidências mais definitivas são necessárias”.

Os Hobbits e o Homo luzonensis têm semelhanças impressionantes e viveram aproximadamente ao mesmo tempo, mas seu parentesco evolutivo não é conhecido. É possível que ambas as espécies humanas sejam descendentes do Homo erectus e que ambas tenham ficado isoladas em suas respectivas ilhas.

Cinco dentes superiores da espécie humana recentemente descrita, Homo luzonensis. Imagem: Projeto de Arqueologia da Caverna de Callao

Em termos das diferenças físicas distintas observadas no Homo luzonensis, as mais notáveis foram observadas nos seus dentes e ossos dos pés. Os seus molares, em particular, são diferentes de tudo o que já se viu numa espécie humana. O antropólogo Matthew Tocheri, da Universidade de Lakehead, no Canadá, escreveu em um artigo da News & Views, descrevendo como seus dentes apresentavam características tanto antigas quanto modernas.

Quando comparados com os molares de outras espécies de homininis, os molares do Homo luzonensis são surpreendentemente pequenos, e as superfícies simplificadas de suas coroas e seu baixo número de cúspides são características que parecem semelhantes às coroas e cúspides molares do Homo sapiens. No entanto, as formas dos dentes do Homo luzonensis compartilham semelhanças com os dentes do Homo erectus da Ásia, e a proporção de tamanho dos pré-molares do Homo luzonensis para os molares é semelhante à do Paranthropus, espécie conhecida por suas enormes mandíbulas e dentes.

Isso é incrivelmente fascinante, mas a história fica ainda mais intrigante — e potencialmente ainda mais confusa.

O terceiro metatarso — o osso longo no meio do pé — no Homo luzonensis é excepcionalmente estranho, apresentando uma semelhança incrível com os vistos nos Australopitecos, um antigo antepassado humano que viveu na África há cerca de três milhões de anos e nunca deixou a África, pelo menos até onde sabemos. O Homo luzonensis também apresentava ossos da mão semelhantes aos dos Australopitecos.

O osso do dedo do pé em questão: o terceiro metatarso do Homo luzonensis. Imagem: Projeto de Arqueologia da Caverna de Callao

Existem pelo menos duas explicações possíveis para esse estranho osso do dedo do pé, nenhuma das quais parece totalmente plausível.

Teoria maluca número um: o pensamento convencional diz que o Homo erectus foi a única espécie de hominini a ter deixado a África durante o início do Pleistoceno, o período entre 2,58 a 0,78 milhões de anos atrás. A evidência encontrada na caverna de Callao parece sugerir que nós entendemos tudo errado e que outros homininis, incluindo grupos mais estreitamente relacionados aos Australopitecos (ou mesmo os próprios Australopitecos), fizeram seu caminho para a Eurásia durante este período. Porém, mais evidências são necessárias para apoiar essa extraordinária possibilidade.

Teoria maluca número dois: um aspecto intrigante sobre o terceiro metatarso do Homo luzonensis é que ele permite dedos mais curvos. Isso é significativo porque os dedos curvos são ótimos para escalada de árvores e para se pendurar em galhos. O Australopitecos, um suposto escalador de árvores, foi equipado com essa característica física particular, e parece que o mesmo aconteceu com o Homo luzonensis. Mas se o Homo luzonensis não está estreitamente relacionado com os Australopitecos, então por que os dedos dos pés e das mãos são curvos? É possível que alguns homininis tenham mantido suas habilidades de escalada por muito mais tempo do que se pensa normalmente. Outra possibilidade é a evolução convergente, em que características físicas semelhantes aparecem em espécies não relacionadas. Se esse for o caso, isso significaria que, após milhares de anos de locomoção bípede e vertical, o Homo luzonensis estava retornando a uma existência arbórea, evoluindo as características físicas necessárias. É uma teoria alucinante, sem dúvida, mas, novamente, uma teoria que precisa desesperadamente de mais evidências.

“A descoberta do Homo luzonensis ressalta a complexidade da evolução, dispersão e diversidade do gênero Homo fora da África, particularmente nas ilhas do Sudeste Asiático, durante o Pleistoceno”, concluem os autores no novo estudo.

“Esta é uma descoberta verdadeiramente sensacional.”

O paleontólogo Adam Brunn, pesquisador da Universidade Griffith e especialista em colonização hominini no sudeste asiático, vinha ouvindo rumores sobre os fósseis de Luzón há anos, dizendo que é “brilhante” ver finalmente publicadas as novas descobertas.

“Não é todos os dias que uma nova espécie humana é descoberta. Descrever uma, adicionar um novo parente à nossa árvore genealógica, é um enorme privilégio — e uma enorme responsabilidade”, explicou Brunn para o Gizmodo. “A equipe de descoberta fez um trabalho muito meticuloso e louvável descrevendo esses novos fósseis, e o nome que deram a essa nova espécie, na minha opinião, é válido. Esta é uma descoberta verdadeiramente sensacional.”

Gerrit van den Bergh, professor sênior do Centro de Ciências Arqueológicas da Universidade de Wollongong, disse que os pesquisadores foram “fundamentados” em sua decisão de nomear a nova espécie. Ele disse que é fascinante que Luzón seja agora a segunda ilha conhecida, depois da de Flores, onde existiu uma espécie humana distinta antes da chegada do Homo sapiens.

“Essas espécies insulares podem ter evoluído em cada ilha em perfeito isolamento, e pode-se dizer que seu caminho evolutivo foi em uma direção completamente diferente da dos seus homólogos na Ásia continental, por exemplo, o Homo erectus ou os Neandertais”, escreveu van den Bergh, que não esteve envolvido no novo estudo, ao Gizmodo. “Mais notavelmente, eles se tornaram muito pequenos, o que também aconteceu com outros grandes mamíferos que ficaram encalhados nas ilhas, como vários elefantes pigmeus que sabemos que habitaram diversas ilhas do Mediterrâneo e do sudeste asiático.”

A antropóloga Dean Falk, da Universidade do Estado da Flórida, teve poucas divergências com o novo artigo, mas a única questão que ela levantou está além do controle dos pesquisadores: a incapacidade de encontrarem um crânio. Apesar dessa grande limitação, ela “ficou convencida de que os autores identificaram homininis com características odontológicas únicas, combinadas com pelo menos algumas características de mãos e pés que se assemelham às do Australopitecos”, acrescentando que esses “espécimes podem, de fato, representar uma espécie não identificada anteriormente”, escreveu Falk em um e-mail para o Gizmodo.

Os dentes pequenos do Homo luzonensis, acrescentou, sugerem que eles tinham corpos pequenos, mas não sabemos ao certo. Dito isso, “o nanismo insular não seria nada surpreendente na ilha”.

“É impossível não amar os ossos curvos das mãos e dos pés, e eu não tenho problema em especular que seus donos possam ter passado uma boa parte do tempo em árvores”, disse Falk ao Gizmodo. “Poderia ser que (pelo menos alguns) homininis continuaram dormindo em ninhos de árvores até muito recentemente, pelo menos geologicamente falando?”

No entanto, a história da evolução humana acabou ficando muito mais “cabeluda”, disse ela.

Sem brincadeira. E muito mais interessante, se é que isso é possível. Como este novo artigo ilustra lindamente, o desdobramento da história da origem humana está se tornando absolutamente incrível.

[Nature]

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Amazon libera kit de desenvolvimento da Alexa em português; Intelbras e LG terão gadgets com assistente

Posted: 11 Apr 2019 09:24 AM PDT

Imagens do Amazon Echo Dot

A Amazon está dando sinais de que está preparando a chegada da Alexa e seus alto-falantes inteligentes Echo ao mercado brasileiro já tem algum tempo. Nesta quarta-feira (10), a empresa liberou o kit de desenvolvimento de capacidades para a Alexa em português. Fora isso, já deu para saber quem deve ter, em breve, produtos com a assistente no mercado brasileiro.

Chamado de ASK (Alexa Skills Kit), ele possibilita que desenvolvedores criem experiências de voz para a assistente da Amazon. Como ocorre com lojas de aplicativo, as capacidades que forem aprovadas pela plataforma estarão disponíveis quando a Alexa for lançada oficialmente no Brasil. Caso você não tenha a menor ideia de como fazer isso, a Amazon fornece um manual de como criar essas "skills".

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(Se você for desenvolvedor, pode fazer parte do programa Alexa Developer Preview; caso você preencha este formulário até 30 de junho, poderá se qualificar para ganhar um dispositivo Echo Dot.)

Outro ponto do lançamento da Amazon diz respeito ao AVS (Amazon Voice Service), que é o serviço que possibilita que fabricantes integrem seus dispositivos. A companhia diz que ainda neste ano liberará as diretivas para as empresas interessadas e que, por ora, é possível se cadastrar para um convite da Amazon.

E produtos, hein?

No meio desse anúncio para desenvolvedores, a Amazon já informou que, além dos dispositivos Echo, teremos produtos da Bose, LG e Intelbras com Alexa no Brasil. A companhia também informou que as lâmpadas Philips Hue e produtos da Tuya, uma empresa de IoT, atenderão comandos da Alexa ainda neste ano.

Se fosse para chutar, diria que os primeiros produtos da LG com Alexa vão ser TVs, mas a marca sul-coreana pode surpreender e inventar de trazer algum alto-falante inteligente, como o LG ThinQ Speaker. A Bose também tem sua própria linha de alto-falantes inteligentes compatível com a Alexa. Por parte da Intelbras, não tenho a menor ideia, mas podem vir desde alto-falantes inteligentes a dispositivos de segurança compatíveis com comandos da Alexa.

Uma coisa é fato: estamos cada vez mais próximo de ver alto-falantes inteligentes por aí. O Google, em tese, já tem o Google Assistente funcionando bem em português, então seria apenas uma questão de tempo para empregar essa tecnologia em um alto-falante inteligente Google Home ou de outra fabricante.

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Julian Assange, fundador do WikiLeaks, é preso em Londres após Equador revogar asilo

Posted: 11 Apr 2019 07:30 AM PDT

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, sendo preso pelas autoridades britânicas

Julian Assange, de 47 anos, foi preso nesta quinta-feira (11) pela polícia britânica na embaixada do Equador, em Londres, após sete anos de refúgio. O fundador do WikiLeaks foi retirado da embaixada aproximadamente às 10h35 do horário local (06h35 no horário de Brasília).

Assange não saiu por livre e espontânea vontade. O presidente equatoriano, Lenín Moreno, suspendeu o asilo concedido a Assange, alegando que ele teria violado repetidas vezes os acordos de permanência na embaixada.

A prisão está relacionada com uma acusação de “conspiração de invasão a computadores” dos Estados Unidos, conforme nota do Departamento de Justiça do país. O Ministério do Interior do Reino Unido também confirmou essa informação por meio de uma nota.

Em um vídeo publicado no Twitter, o presidente do Equador diz que Assange teria interferido em assuntos de Estado, instalado equipamentos eletrônicos não permitidos, bloqueado câmeras de segurança da Missão Equatoriana em Londres e agredido e maltratado seguranças da sede diplomática.

Moreno também disse ter solicitado ao Reino Unido a garantia de que Assange não será extraditado para um país onde passa sofrer tortura ou pena de morte e que o governo britânico concordou com as condições.

O criador do WikiLeaks foi levado para uma delegacia do centro de Londres e depois seguiu para a Corte de Magistrados de Westminster.

Julian Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para escapar do pedido de extradição da Suécia, sob acusações de abuso sexual – essa investigação, no entanto, já foi arquivada. Ele se recusava a sair da embaixada equatoriana por medo de ser extraditado aos Estados Unidos, onde seria julgado por ter exposto numerosos documentos secretos do governo americano.

O WikiLeaks classificou a decisão como “ilegal” e “em violação ao direito internacional” em um tuíte. Na quarta-feira (10), o grupo havia divulgado que foi espionado durante parte do período em que ele ficou na embaixada. Segundo Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, as informações podem ter sido entregues ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump.

O ex-presidente do Equador, Rafael Correa, criticou a decisão ao publicar que "Lenín Moreno, nefasto presidente do Equador, demonstrou a sua miséria humana ao entregar Julian Assange à polícia britânica. Isso põe a vida de Assange em perigo e humilha o Equador".

Ainda não está claro se Assange será extraditado para os Estados Unidos.

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Funcionários da Amazon ouvem gravações da Alexa sem usuários serem alertados

Posted: 11 Apr 2019 06:17 AM PDT

Mão pegando alto-falante inteligente Amazon Echo

A Alexa, assistente digital da Amazon, já fez usuários passarem por situações desagradáveis algumas vezes. O software já interpretou mal algo que ouviu e começou a enviar gravações de conversas privadas para pessoas aleatórias e chegou a mandar dados do consumidor errado quando foi solicitado o download das informações mantidas pela empresa. Porém, há um problema ainda maior: funcionários da Amazon podem ouvir trechos do que os usuários falam para o alto-falante inteligente, conforme aponta uma reportagem da Bloomberg publicada nesta quarta-feira (10).

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De acordo com a reportagem, a Amazon emprega “milhares” de pessoas ao redor do mundo com a tarefa de melhorar as funcionalidades de reconhecimento da voz da Alexa. Esse time tem acesso a gravações de voz de consumidores reais que estão utilizando aparelhos que possuem a Alexa em suas casas ou no trabalho (apenas alto-falantes Echo são diretamente mencionados na matéria, embora a Alexa também funcione em celulares e dispositivos de terceiros).

Essas gravações são “transcritas, anotadas e então alimentadas de volta no software”, como parte de um esforço de continuar a aprimorar a habilidade da Alexa para reconhecer a fala sem intervenção humana.

O processo seria necessário porque a Alexa tem limitações para se treinar sozinha, especialmente quando se trata de frases distorcidas, sotaques, gírias, palavras regionais, outros idiomas e afins.

A Bloomberg entrevistou sete fontes diferentes que estão ligadas a esse programa de treinamento que ouve os usuários. Alguns deles disseram que os funcionários da Amazon chegavam a ouvir aproximadamente mil clipes de áudio por turno de nove horas. Na maior parte do tempo, o trabalho é “mundano”:

Um funcionário em Boston disse que extraiu dados de voz acumulados para afirmações específicas como “Taylor Swift” e os anotou para indicar que o usuário estava procurando pela artista. De vez em quando, eles ouviam coisas que os donos do Amazon Echo provavelmente prefeririam manter em sigilo: uma mulher cantando mal no chuveiro ou uma criança gritando por ajuda.

As equipes usam salas de bate-papo internas para compartilhar arquivos quando precisam de ajuda para analisar uma palavra confusa – ou quando se deparam com uma gravação divertida.

No entanto, em outras ocasiões os funcionários ouviram trechos que se pareciam com crimes, incluindo o que eles acreditavam ser um abuso sexual. A Amazon disse a funcionários na Romênia que não é o trabalho da empresa intervir.

Outros disseram à reportagem que cada auditor pode encontrar até 100 gravações por dia nas quais a Alexa não parece ter sido ativada deliberadamente pelo usuário com o comando de voz ou ação (como pressionar um botão).

A Amazon caracterizou o número de gravações que são analisadas por humanos como “uma amostragem extremamente pequena” em um comunicado enviado para a Bloomberg, adicionando que o fazia apenas com o propósito de “[melhorar] a experiência dos consumidores”. A companhia também caracterizou o processo como de baixo risco:

Nós temos estritas garantias técnicas e operacional, e temos uma política de zero tolerância de abuso de nosso sistema. Os funcionários não possuem acesso direto a informações que possam identificar a pessoa ou a conta como parte de seu fluxo de trabalho. Todas as informações são tratadas com alta confidencialidade e utilizados autenticação de multi-fatores para restringir o acesso, além de serviço de criptografia e auditorias do nosso ambiente de controle para proteger tudo”.

No entanto, a Bloomberg aponta que uma captura de tela obtida por meio de um dos revisores “mostra que as gravações enviadas aos auditores da Alexa não mostravam o nome completo e endereço do usuário, mas era associada com um número de conta, bem como o primeiro nome do usuário e o número serial de cada dispositivo”.

A política de privacidade da Amazon não explicita o fato de que humanos possam ouvir a gravações e sua explicação sobre “Alexa, dispositivos Echo e sua privacidade” também deixa de fora essas informações, especificando apenas que seus aparelhos apenas capturam ou transmitem gravações quando a Alexa acredita ter sido deliberadamente ativada.

No ano passado, a revista Wired publicou que técnicas de “aprendizado ativo” na qual o sistema identifica áreas em que poderia ser melhorado por meio da assistência humana “ajudou substancialmente a diminuir as taxas de erro da Alexa”. A Wired escreveu que ao adicionar o suporte para “aprendizado transferido”, onde a Alexa tenta aplicar as habilidades aprendidas anteriormente em novas tarefas ajudou os desenvolvedores a “reduzir o trabalho sujo que teriam que enfrentar”.

A novidade é o “autoaprendizado”, no qual a Alexa tenta pegar dicas de contexto para entender os comandos que não são submetidos de uma forma muito específica (por exemplo: “Alexa, toque a rádio The Bone 102.5 FM” versus “Alexa, toque The Bone”). De acordo com a Wired, a Amazon planeja que no futuro a Alexa reconheça a emoção dos usuários, característica que críticos apontaram ter o potencial de empregar táticas de marketing manipuladoras.

Em um artigo publicado na Scientific American no mês passado, o diretor de ciência aplicada da Amazon, Ruhi Sarikaya argumentou que essas enormes quantidades de dados em breve precisarão da análise de que os sistemas de reconhecimento de voz terão de mudar de um modelo de aprendizagem “supervisionado” para uma aprendizagem “semisupervisionado, fracamente supervisionado e não supervisionado”. “Nossos sistemas precisam aprender a melhorar a si mesmos”, completou”.

O uso de humanos para análise de áudios e aprimoramento das assistentes é comum em todas as empresas de assistentes digitais. O que muda é a maneira como isso é feito. De acordo com a Bloomberg, um artigo técnico da Apple diz que a assistente de voz Siri só alista humanos para analisar gravações que “não tenham informações pessoalmente identificáveis” e que os dados “são armazenadas por seis meses ligadas a um identificador aleatório”, mas que depois são retiradas dessas identificações para armazenamento de longo prazo. Os auditores do Google só acessam áudios que foram distorcidos.

[Bloomberg]

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Por que a imagem do buraco negro não parece nem um pouco com a do filme Interestelar

Posted: 11 Apr 2019 05:06 AM PDT

Antes desta quarta-feira (10), ninguém sabia como era a aparência de um buraco negro. Claro, nós achávamos que sabíamos, graças a simulações e ao hoje famoso buraco negro do filme Interestelar.

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Porém, nesta quarta-feira (10), os cientistas por trás do Event Horizon Telescope revelaram uma imagem do buraco negro de massa 6,5 bilhões de vezes a do Sol no centro da galáxia M87, relativamente próxima de nós. E uma rápida olhada irá te mostrar que ele não parece em nada com o Gargantua, o buraco negro do filme Interestelar. Então, pedimos aos físicos por trás da imagem que explicassem as diferenças.

Antes de tudo, se você está completamente perdido, buracos negros são objetos previstos pela teoria da relatividade geral que teriam um campo gravitacional tão incrível que a luz não consegue escapar uma vez que entra em uma região chamada de horizonte de eventos. Nesta quarta-feira, cientistas por trás do Event Horizon Telescope revelaram uma imagem desse fenômeno — não uma foto, mas, sim, uma imagem reconstruída da sombra que o buraco negro lança sobre a luz por trás dele, criada de dados capturados por oito telescópios ao redor do mundo.

O buraco negro revelado nesta quarta-feira parece mais ou menos com a maneira como os cientistas do Event Horizon Telescope, guiados pela teoria da relatividade de Einstein, o imaginavam. Sério, muito próximo, olha só:

Imagem do buraco negro da M87 (esquerda) comparada com simulações (centro) e simulações borradas para corresponder à resolução do telescópio (direita). Captura de tela: Akiyama et al (ApJL (2019))

Mas nós, público consumidor de cultura pop, talvez esperássemos algo mais ou menos assim:

Buraco negro Gargantua, criado para o filme Interestelar. Captura de tela: Interestelar

Eles não são tão diferentes quanto esperaríamos. “A imagem em Interestelar é quase correta”, disse Kazunori Akiyama, pesquisador pós-doutorando do Observatório Haystack, do MIT, que liderou a equipe responsável pela imagem do EHT, em entrevista ao Gizmodo.

Talvez o mais notável seja que o buraco negro de Interestelar tem uma faixa fina de matéria em torno de seu centro, que parece faltar no buraco negro da M87. Essa é uma diferença simples de explicar — as evidências iniciais mostram que estamos vendo o buraco negro da M87 mais de perto de um de seus polos, em vez de de frente. O disco de matéria em torno da M87 seria obscurecido pelo ângulo de observação, explicou Akiyama. Pegue de exemplo os anéis de Saturno — eles não cruzam o planeta quando você olha para ele de cima ou de baixo.

Mas não estamos olhando para o buraco negro completamente de frente, e essa é a origem da outra diferença principal. O buraco negro da M87 parece ter um formato muito mais brilhante em forma de crescente no canto inferior esquerdo. O que você olhando, na verdade, é o fato de que o buraco negro da M87 está provavelmente girando. O material orbitando o buraco negro também giraria, e o espaço-tempo em si se distorceria em torno do buraco negro. Isso significa que aquele material que se move em nossa direção pareceria mais brilhante, enquanto o material que se afasta de nós pareceria mais escuro — o que você pode ver na imagem do buraco negro da M87.

“Christopher Nolan omitiu esse brilho porque o olho humano provavelmente não seria capaz de discernir as diferenças de brilho nos dois lados do buraco quando o brilho geral é tão extremo”, disse Kip Thorne, físico da Caltech e consultor para o filme Interestelar, ao Gizmodo. Nolan tomou certa licença artística na aparência do buraco negro do filme, incluindo coisas como lens flare.

Porém, existem também outras diferenças, como explicou Throne. O buraco negro imaginado por ele tinha um disco de material opaco muito mais fino. O buraco negro observado pela equipe do Event Horizon Telescope parece ter um disco muito mais espesso, mas, de certa forma, mais transparente à luz. Porém, esses são pontos relativamente pequenos.

O Event Horizon Telescope irá continuar a fazer imagens, tanto do buraco negro da M87 quanto do buraco negro do centro de nossa própria galáxia, a Via Láctea. Essas imagens irão criar figuras ainda mais claras — e certamente ajudarão a ficção científica a produzir visões ainda mais precisas de buracos negros.

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Galaxy A10, A20, A30, A50, A70 e A80: decifrando os novos substitutos da linha J, da Samsung

Posted: 11 Apr 2019 04:23 AM PDT

Nós falamos que a Samsung aposentou a linha J e colocou os modelos de entrada na linha A. Pois nesta quarta-feira (10), em um evento realizado em São Paulo e voltado para o mercado latino-americano, a empresa coreana apresentou seis aparelhos.

Não, você não leu errado, é isso mesmo: meia dúzia de uma vez só — A10, A20, A30, A50, A70 e A80. O primeiro é um smartphone bem simples e com preço até razoável: R$ 999. O último tem uma câmera giratória que serve tanto de câmera principal como de selfies e 8 GB de RAM, sem preço nem disponibilidade divulgados.

Em comum, todos eles têm telas grandes, de 6,2 polegadas para cima, e baterias generosas, acima dos 3.400 mAh. Todos rodam o Android 9.0 Pie com a interface One UI da Samsung, que fez sua estreia no Galaxy S10.

Também chama a atenção que todos eles têm a mesma cara. Tirando o A80, que não precisa de recortes pois tem uma câmera que gira, todos colocaram suas câmeras frontais em um entalhezinho em formato de “U” na tela.

A câmera tripla do Galaxy A80.

Lado a lado nos estandes do evento, era praticamente impossível dizer qual era qual sem desbloquear a tela e ver a página que a Samsung colocou com especificações do aparelho.

Na traseira, alguns detalhes mínimos servem para diferenciar: A20 e A30 têm leitores de digitais na parte de trás; A50 e A70 têm um acabamento que reflete a luz formando um arco-íris no acabamento.

Em linhas gerais, dá para dividir assim:

  • A10, A20 e A30 são smartphones bastante comuns. O primeiro é o mais simples de todos, e os outros dois trazem recursos que já são bastante disseminados, como câmeras duplas e leitor de impressões digitais na traseira.
  • A50 e A70 trazem recursos ainda raros no mercado, como câmeras triplas e leitor de impressões digitais na própria tela do aparelho.
  • O A80 é um topo de linha na família A. Ele tem especificações bastante robustas, como 8GB de RAM, e uma inovação interessante, que é a câmera giratória para dispensar necessidade de câmera frontal.

A seguir, os detalhes de cada um.

Galaxy A10

Se a ideia da nova linha A é incorporar os aparelhos de entrada, esse aqui cumpre a missão. Ele poderia muito bem se chamar Galaxy J alguma coisa.

O Galaxy A10 é bem simples, mas bem simples mesmo. Ele deixa de lado até coisas que já vemos em outros aparelhos não tão caros — nada de câmera dupla ou leitor de impressões digitais, por exemplo. A tela é TFT, enquanto os outros Galaxy A têm painéis AMOLED, e só 2 GB de RAM.

Por tudo isso, o Galaxy A10 é o mais baratinho: R$ 999. No entanto, dá para achar essas características que listamos acima em outros aparelhos de mesmo preço.

  • Tela: 6.2 polegadas, HD+ (720 X 1520), TFT
  • Câmera principal: 13MP, F1.9
  • Câmera selfie: 5MP, F2.0
  • Dimensões: 155.6 x 75.6 x 7.9mm
  • Processador: Octa Core (1.6GHz + 1.35GHz)
  • Memória: 2 GB RAM + 32 GB de armazenamento interno + entrada para microSD (até 512 GB)
  • Bateria: 3.400 mAh
  • Cores: Preto, azul e vermelho
  • Preço e disponibilidade: R$ 999, a partir de 22 de abril

Galaxy A20

Aqui as coisas começam a ficar mais interessantes. O A20 ganha leitor de impressões digitais, tela AMOLED de 6,4 polegadas (ainda HD+, porém), 1 GB a mais de RAM (totalizando 3 GB) e uma bateria grandona, com 4.000 mAh e carregamento rápido. A câmera passa a ser dupla, com uma segunda lente ultra wide.

O Galaxy A20 será vendido por R$ 1.299.

  • Tela: 6.4 polegadas, HD+ (720 x 1560), Super AMOLED
  • Câmera traseira: 13MP, F1.9 + UltraWide 5MP, F2.2 (123º)
  • Câmera selfie: 8MP, F2.0
  • Dimensões: 158.4 x 74.7 x 7.8mm
  • Processador: Octa Core (1.6 GHz + 1.35 GHz)
  • Memória: 3 GB RAM + 32 GB de armazenamento interno + entrada para microSD (até 512 GB)
  • Bateria: 4.000 mAh (comum) Carregamento Super Rápido
  • Leitor de impressões digitais
  • Cores: Preto, azul e vermelho
  • Preço e disponibilidade: R$ 1.299, a partir de 22 de abril

Galaxy A30

O A30 já tem praticamente tudo que você pode esperar de um bom intermediário. Tela AMOLED FullHD+, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, câmeras de maior resolução (16 megapixels tanto na principal da traseira quanto na frontal) e processador mais potente (1,8 GHz).

O preço também é um pouco maior, R$ 1.599, mas parece um custo-benefício até interessante.

  • Tela: 6.4 polegadas, FHD+ (1080×2340), Super AMOLED
  • Câmera traseira: 16MP, F1.7 + 5MP, F2.2
  • Câmera selfie: 16MP, F2.0
  • Processador: Octa Core (1,8GHz + 1,6GHz)
  • Dimensões: 158,5 x 74,7 x 7,7mm
  • Memória: 4 GB de RAM + 64 GB de armazenamento interno + entrada para microSD (até 512 GB)
  • Leitor de impressões digitais
  • Bateria: 4.000 mAh com carregamento rápido
  • Cores: Preto, azul e branco
  • Preço e disponibilidade: R$ 1.599, a partir de 22 de abril

Galaxy A50

O primeiro dos Galaxy A com adicionais consideráveis para um intermediário. Ele vem com câmera tripla, sendo uma principal de 25 megapixels e duas adicionais ultra wide e para efeitos de profundidade. O processador também é mais potente e chega a 2,3 GHz de clock. O leitor de impressões digitais é embutido na tela, assim como no Galaxy S10, o que é inédito em um produto dessa categoria.

Assim como o A30, o preço é interessante: R$ 1.999 para levar para casa recursos que não costumam dar as caras nessa categoria.

  • Tela: 6.4 polegadas, FHD+ (1080×2340), Super AMOLED
  • Dimensões: 158,5 x 74,7 x 7,7mm
  • Processador: Octa Core (2,3GHz 1,7GHz)
  • Câmera traseira: 25MP, F1.7 + 5MP, F2.2 + 8MP, F2.2
  • Câmera selfie: 25MP (F2.0)
  • Memória: 4 GB de RAM + 64 GB de armazenamento interno + entrada para microSD (até 512 GB)
  • Leitor de impressões digitais embutido na tela
  • Bateria: 4.000 mAh
  • Cores: Preto, azul e branco
  • Preço e disponibilidade: R$ 1.999, a partir de 22 de abril

Galaxy A70

O A70 é praticamente uma versão maior e com números maiores nas especificações do A50. As câmeras traseira principal e frontal têm 32 megapixels, a tela cresceu para 6,7 polegadas, a bateria tem capacidade para 4.500 mAh e ele vem com 6 GB de RAM e 128 GB para armazenamento. O processador, estranhamente, é um pouco mais fraco e roda a “apenas” 2 GHz. Ele não teve informações sobre vendas divulgadas até o momento.

  • Tela: 6,7 polegadas, FullHD+ (1080×2400), Super AMOLED
  • Câmera traseira: 32MP, F1.7 + 8MP, F2.2 (123°) + 5MP, F2.2
  • Câmera selfie: 32MP, F2.0
  • Dimensões: 164,3 x 76,7 x 7,9mm
  • Processador: Octa Core, (2.0GHz + 1.7GHz)
  • Memória: 6 GB de RAM + 128 GB de armazenamento interno + entrada para microSD (até 512 GB)
  • Bateria: 4.500 mAh
  • Leitor de impressões digitais embutido na tela
  • Cores: Preto, azul e branco

Galaxy A80

O grande destaque do A80 é a “falta” de câmera frontal. Ao abrir o app da câmera e alternar da traseira para frontal, um pedaço da parte de trás do aparelho deslizara para cima e o módulo com as três lentes gira 180 graus.

Difícil sacar pela descrição? Olha como funciona, então:

Minha reação ao ver as especificações do A80 foi meio que “Ué, mas a Samsung não acabou de lançar o S10? Pra que outro topo de linha?”. Sério, ele tem 8 GB de RAM e câmera principal de 48 megapixels (com duas adicionais para profundidade e fotos amplas). O conjunto, aliás, consegue fazer o efeito retrato, de desfocar o fundo, mesmo em vídeos.

A capacidade da bateria é um pouco menor que de A50 e A70, com 3.700 mAh. De resto, é um conjunto bem completo, com leitor de impressões digitais na tela, 128 GB de armazenamento e processador octa-core rodando a 2,2 GHz.

A Samsung também não divulgou preço e disponibilidade do A80, mas eu fiquei curioso. O Galaxy S10e tem preço sugerido de R$ 4.299. O A80, ao menos teoricamente, deveria ficar abaixo disso, não?

  • Tela: 6,7 polegadas, FullHD+ (1080×2400), Super AMOLED
  • Câmera: 48MP, F2.0 + 8MP, F2.2 (123°) + Profundidade 3D
  • Câmera rotativa
  • Dimensões: 165,2 x 76,5 x 9,3 mm
  • Processador: Octa Core (2.2GHz Dual + 1.8GHz Hexa)
  • Memória: 8 GB de RAM + 128 GB de Armazenamento Interno
  • Bateria: 3.700mAh
  • Leitor de impressões digitais embutido na tela
  • Cores: Preto, Rosê, Prata

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