segunda-feira, 17 de junho de 2019

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Paciente morre após receber transplante de fezes contaminada por bactérias

Posted: 16 Jun 2019 01:30 PM PDT

Um tratamento médico esteticamente desagradável, mas genuinamente promissor – um transplante de fezes – pode ter riscos mais graves do que se pensava anteriormente. Esta semana, a Food and Drug Administration (FDA) emitiu uma advertência sobre o tratamento, depois de receber relatos de duas pessoas que tiveram infecções graves resistentes a medicamentos após o procedimento. Um paciente acabou morrendo.

Transplantes fecais, ou transplante de microbiota fecal (FMT), tem sido explorados como uma maneira de redefinir o delicado ambiente bacteriano do intestino de uma pessoa. O microbioma intestinal de um receptor é limpado o máximo possível com antibióticos pesados, e então as bactérias do intestino do doador são transplantadas, o que, esperançosamente, levará o intestino a um equilíbrio saudável de bactérias novamente. A maioria das FMTs é realizada por meio de um enema, embora os médicos estejam estudando se uma cápsula das bactérias intestinais do doador, administrada por via oral, pode funcionar igualmente bem.

Acredita-se que um desequilíbrio do microbioma intestinal contribui para condições como a síndrome do intestino irritável (SII), a doença inflamatória intestinal (DII) e, possivelmente, até mesmo doenças metabólicas, como a obesidade. Até agora, porém, o potencial mais claro para o FMT tem sido para pessoas com uma infecção recorrente e frequentemente excruciante de Clostridium difficile, ou C. diff. As taxas de cura de C. diff recorrente com FMT chegaram a 90% em pequenos testes.

No momento, porém, o FMT ainda é um tratamento experimental. Os ensaios ainda estão em andamento, e os pesquisadores estão tentando descobrir como tornar o procedimento o mais eficaz e seguro possível. De acordo com a FDA, as duas infecções por superbactérias foram detectadas em um teste desse tipo.

Os pacientes faziam parte de um ensaio experimental de FMT e receberam um transplante do mesmo doador. Logo depois, eles desenvolveram uma infecção invasiva causada por Escherichia coli multirresistente (E.coli). Apesar dos esforços dos médicos, um paciente não conseguiu sobreviver. Após o incidente, as amostras remanescentes do doador foram testadas e a mesma linhagem de E. coli foi descoberta.

"A FDA está informando os membros das comunidades médicas e científicas e outras pessoas interessadas sobre o risco potencial de transmissão [de organismos resistentes a múltiplos fármacos] pela FMT e as consequentes reações adversas graves que podem ocorrer", disse a agência em seu comunicado de segurança.

É provável que a saúde pré-existente de ambos os pacientes tenha contribuído para a gravidade de suas doenças, já que ambos tinham sistemas imunológicos enfraquecidos. Mas as infecções poderiam ter sido evitadas se os médicos do estudo tivessem analisado previamente se havia a existência dessas bactérias em doadores, disse a FDA.

Em 2013, quando os testes da FMT começaram a decolar, a agência anunciou que adotaria uma abordagem de não intervenção na regulamentação de seu uso inicial para infecções de C. diff. (geralmente, qualquer novo medicamento ou tratamento para uma doença precisa passar por um longo processo de aprovação do FDA antes que possa estar amplamente disponível). Desde que os pacientes fossem informados antecipadamente sobre os riscos potenciais e a natureza experimental do tratamento pelos médicos, seria menos rigoroso aprovar ou supervisionar novos ensaios clínicos.

Mas, com o resultado desses casos trágicos, a agência agora exige que todos os testes investigativos examinem preventivamente seus doadores em busca de fatores de risco que os tornem mais propensos a ter superbactérias, além de testar as amostras de doadores para analisar se há presença dessas bactérias. Os médicos também devem informar os voluntários previamente sobre esses sérios riscos recém descobertos.

"O comunicado de segurança de hoje ressalta a importância de novos tratamentos serem cuidadosamente estudados para garantir que os benefícios de adotá-los superem os riscos, e continuaremos a monitorar rigorosamente os testes clínicos para garantir que os pacientes estejam protegidos quando surgirem problemas de segurança", Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, disse em um comunicado.

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Espião usou foto criada por inteligência artificial para adicionar alvos no LinkedIn

Posted: 16 Jun 2019 11:00 AM PDT

Foto de mulher branca de cabelo ruivo e olhos claros.

O LinkedIn pode ser um bom lugar para procurar emprego, mas também é um prato cheio para espiões. Especialistas dizem ter encontrado um caso em que um espião usou um rosto gerado por inteligência artificial para se conectar com seus alvos, de acordo com uma reportagem da Associated Press.

Se você já usou o LinkedIn, sabe que o site aconselha a não se conectar com ninguém que você não conhece. No entanto, muitos usuários ignoram essa recomendação na esperança de fazer conexões vantajosas para suas carreiras — o que, segundo especialistas, o torna um excelente local de caça para espiões. Em um dos caso, a AP descobriu uma conta de alguém que usava o nome Katie Jones.

Apesar de ter apenas 52 conexões, o perfil estava ligado a algumas pessoas influentes. O perfil ostentava um emprego em um think tank bem conhecido e contava, entre suas conexões, com importantes especialistas, funcionários do governo e até mesmo Paul Winfree — potencial candidato para um cargo no Federal Reserve dos EUA.

Claro, a AP acabou descobrindo que "Katie Jones" era um perfil fantasma. Seu local de trabalho no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington foi considerado falso, assim como sua graduação em estudos russos pela Universidade de Michigan. O perfil de Katie Jones foi excluído desde então.

Outro detalhe interessante: uma análise de especialistas sobre a imagem do perfil revelou que quase certamente ela foi criada por uma rede generativa adversarial (GAN, na sigla em inglês). Esse é um tipo de inteligência artificial em que um computador pode criar uma face hiper-realista de uma pessoa que não existe. Você só precisa procurar sites como ThisPersonDoesNotExist.com para ver como as faces geradas por GAN podem ser realistas e por que especialistas em inteligência estão preocupados. As GANs também não se limitam a rostos humanos. Eles também foram usados ​​para criar cães e carros de mentira.

Dito isso, embora essa possa ser a primeira ocorrência relatada de um espião usando GAN para se aproximar de um alvo, não é a primeira vez que temos notícias de impostores usando inteligência artificial. Sabe-se que os vídeos deepfake falsificam figuras conhecidas, incluindo o presidente russo Vladimir Putin e o ex-presidente dos EUA Barack Obama. Mais recentemente, um deepfake do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, se tornou viral. Não é preciso muita imaginação para vislumbrar como essa tecnologia poderia ser utilizada para fins escusos.

Por outro lado, na prática, o exemplo de Katie Jones não é diferente de outros métodos de criação de impostores online, como o uso de fotos de bancos de imagens ou o roubo de fotos de perfis reais de outras contas de mídia social. Sim, especialistas dizem que as redes generativas adversariais foram usadas neste caso, mas o usuário médio — e até mesmo pessoas influentes — não se esforça muito em investigar cada estranho que a adiciona como amiga. Portanto, parece exagero ficar chocado com uma foto artificial.

E considerando o fato de que o reconhecimento facial, os uploads de fotos pessoais e as capacidades de pesquisa estão avançando rapidamente, é possível que, em breve, todos nós suspeitemos de uma foto que não retorne muitos resultados semelhantes ao ser jogada na boa e velha busca reversa de imagens.

Então, novamente, hábitos básicos de segurança são cruciais. Mesmo que pareça inofensivo, talvez seja melhor não adicionar no LinkedIn pessoas que você não conhece.

[Associated Press]

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Google: É claro que não estamos querendo acabar com os bloqueadores de anúncios

Posted: 16 Jun 2019 08:30 AM PDT

Há alguns meses, o Google anunciou que faria mudanças para melhorar questões de privacidade, segurança e desempenho nas extensões do Chrome. Mas, uma mudança em particular não agradou muito os desenvolvedores de bloqueadores de anúncios, que afirmaram que o Google estava tentando diminuir sua eficácia. Na época, pelo menos uma empresa ameaçou apresentar uma queixa antitruste.

Na quarta-feira (12), o Google respondeu com uma publicação que basicamente diz: "Nada disso. Não estamos tentando eliminar os bloqueadores de anúncios, apenas queremos torná-los mais seguros". No centro da questão está a API de Web Request. O Google anunciou que estava substituindo algumas partes dessa API específica pelo que chama de Declarative Net Request API. Nas palavras do Google, a mudança significa que uma extensão “não precisa de acesso a todos os dados confidenciais de um usuário para bloquear conteúdo”. A empresa explica que a API de Web Request atual exige que os usuários concedam permissão para o Chrome transmitir todas as informações em uma solicitação de rede, e isso pode incluir dados privados, como e-mails e fotos. No entanto, a empresa afirma que a nova API permitirá que as extensões bloqueiem conteúdo sem exigir que os usuários forneçam acesso a dados privados.

“Tem havido muita confusão e equívoco em torno das motivações e implicações dessa mudança, incluindo a especulação de que essas mudanças foram projetadas para impedir ou enfraquecer os bloqueadores de anúncios”, escreveu o Google em um blog separado detalhando as diferenças entre as duas APIs. "Isso definitivamente não é o objetivo. Na verdade, essa mudança visa oferecer aos desenvolvedores uma maneira de criar bloqueadores de anúncios mais seguros e com melhor desempenho".

Existem alguns números para sustentar o argumento do Google. A empresa diz que, embora muitas ferramentas boas, como bloqueadores de anúncios, usem a API de Web Request, ela também é usada de forma abusiva – 42% das extensões maliciosas aparentemente usaram essa API desde janeiro de 2018, segundo o Google.

Pelo menos superficialmente, isso parece uma coisa boa. Mas há alguns detalhes incômodos que nos fazem questionar esse argumento. Em janeiro, o Register informou que o Adblock Plus e os plugins similares que dependem da filtragem básica ainda poderiam funcionar, enquanto os mais sofisticados, como o uBlock Origin e o uMatrix, estariam completamente ferrados. Além disso, como muito bem observado pelo site, o Google convenientemente pagou o Adblock Plus para permitir que seus próprios anúncios não fossem bloqueados pelo software. Em um comunicado, Ghostery, outro bloqueador de anúncios popular, apontou que a Declarative Net Request API era limitada e que não seria possível “modificar ou eliminar solicitações potencialmente perigosas ou invasoras de privacidade”.

Dando um crédito ao Google, a empresa tem trabalhado com desenvolvedores externos para solucionar alguns problemas. O Google encerrou seu texto defendendo que o Declarative Net Request "ainda precisa ser trabalhado em termos de design e desenvolvimento" e que feedbacks da comunidade são bem-vindos. Desde sua proposta em janeiro, a empresa agora planeja elevar o número de extensões de regras que são usadas para identificar o conteúdo de 30.000 para 150.000.

Ainda assim, os desenvolvedores não estão convencidos. Em uma declaração à Wired, o presidente da Ghostery, Jeremy Tillman, disse: "Acho que eles estão tentando passar a impressão de que estão trabalhando com a comunidade de desenvolvedores, quando, na verdade, estão bastante irredutíveis em relação ao que querem fazer. A nova API não é em si algo ruim, mas se torna ruim quando é a única opção disponível porque não tem a flexibilidade que a API de Web Request oferece".

Em última análise, tudo se resume a acreditar se o Google está ou não tentando diminuir lentamente a vida útil dos bloqueadores de anúncios e criar sua própria versão. O Google fatura muito com publicidade, então, cinicamente falando, a empresa não tem um grande motivo para facilitar as coisas para os bloqueadores de anúncios de terceiros. O Google não disse quando o Manifest V3 – o nome de todas as próximas mudanças, incluindo o Declarative Net Request, será lançado. É mais do que provável que o Google e os bloqueadores de anúncios de terceiros cheguem a algum tipo de acordo até lá – mas a eficiência para os usuários finais dependerá de qual versão da história você confia mais.

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Adobe trabalha em ferramenta para identificar fotos manipuladas no Photoshop

Posted: 16 Jun 2019 06:00 AM PDT

Ilustração mostra ferramenta da Adobe que detecta fotos manipuladas no Photoshop

O Photoshop tem sido há um tempo a fonte de imagens e fotos manipuladas, então em uma tentativa de conter a epidemia de notícias falsas, a Adobe começou a desenvolver ferramentas que podem tanto detectar quando uma imagem foi manipulada como reverter as mudanças para revelar a imagem original.

Não é a primeira vez que a Adobe exibe formas para tentar conter o mau uso de seus produtos. No Photoshop há ferramentas de reconhecimento de imagem que previnem que escaneamento ou fotos de documentos bancários sejam sequer abertos, embora esses sistemas não sejam infalíveis.

Esta nova ferramenta de detecção também foi projetada com uma tarefa bem específica: detectar quando um rosto foi alterado e sutilmente manipulado usando a ferramenta Face Aware Liquify, do Photoshop, o que torna relativamente fácil mudar o tamanho dos olhos, do nariz, da boca ou do rosto inteiro.

Para torná-lo mais confiável do que as ferramentas de detecção de moedas do Photoshop, os pesquisadores da Adobe colaboraram com pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley para treinar uma rede neural em um conjunto de imagens frontais que foram distorcidas automaticamente usando a ferramenta Face Aware Liquify, bem como um conjunto de retratos que foram editados por um artista real usando a mesma ferramenta.

Os pesquisadores primeiro testaram como os seres humanos eram capazes de identificar os retratos manipulados, mostrando a um grupo de pessoas duas imagens por vez, e perguntando a elas qual delas tinha sido editada. Lamentavelmente, os seres humanos só foram capazes de adivinhar qual retrato havia sido editado 53% das vezes.

A rede neural, em comparação, conseguiu encontrar a imagem manipulada 99% das vezes. Além disso, a ferramenta de detecção foi capaz de dizer onde e como o rosto foi deformado, e até mesmo desfazer essas alterações e reverter as fotos para seu estado original.

Estes são resultados promissores, mas essa rede neural tem um longo caminho a percorrer antes de ser liberada sobre bilhões de fotos que circulam pela internet. Um dos aspectos mais úteis do Photoshop é que existem inúmeras maneiras de manipular e editar uma fotografia: os artistas podem usar qualquer fluxo de trabalho que atenda a seus talentos ou tarefas. Isso faz com que a tarefa de identificar fotos manipuladas seja assustadora, mas com base no quanto as capacidades das redes neurais melhoraram, mesmo no último ano, não é mais uma tarefa impossível.

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