terça-feira, 4 de junho de 2019

Gizmodo Brasil

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O novo Mac Pro tem potência de sobra por dentro e parece um ralador de queijo por fora

Posted: 03 Jun 2019 03:31 PM PDT

Faz mais de um ano desde que a Apple liberou o último teaser de um novo Mac Pro, uma atualização importante para seu computador mais caro e mais poderoso. Finalmente, o sucessor do Mac Pro "lixeira" está entre nós. E ele parece muito com um ralador de queijo — um ralador de queijo muito poderoso, no caso.

A Apple prometeu um grande redesenho para o Pro lá em 2017. Naquela época, o Mac Pro já tinha 4 anos e, embora todos pudessem concordar que era uma máquina atraente, todos também concordaram que era terrível para profissionais de verdade. A forma limitava a função: a Apple tinha um dispositivo bonito que era um pesadelo para atualizar.

O Mac Pro “lixeira” ficou completamente abandonado. Na semana passada, a versão disponível no site da Apple ainda estava usando um processador de 2015. E, ainda assim, tudo que tínhamos eram apenas promessas furtivas da Apple de um dispositivo novo e único. John Gruber estava presente quando a Apple divulgou as primeiras pistas deste novo Mac Pro em 2017. Na época, ele citou Phil Schiller, vice-presidente de marketing da empresa, que disse o seguinte:

Estamos no processo do que chamamos de "repensar completamente o Mac Pro". Estamos trabalhando nisso. Temos uma equipe trabalhando duro nisso agora, e queremos arquitetar isso para que possamos mantê-lo atualizado com melhorias regulares, e estamos comprometidos em torná-lo nosso sistema de desktop de alto rendimento e de alto desempenho, projetado para clientes profissionais exigentes.

Como parte de fazer um novo Mac Pro — ele é, por definição, um sistema modular — também faremos um monitor profissional. Mas você não verá nenhum desses produtos este ano; estamos no meio do processo. Acreditamos que é muito importante criar algo excelente para nossos clientes profissionais que desejam um Mac Pro modular, e isso vai levar tempo demais para sair ainda este ano.

Então, no que deu esse processo de “repensar" um Mac Pro completo e modular? Deu em um negócio parecido com um ralador de queijo. A versão G5 do Mac Pro já tinha sido carinhosamente chamada de "ralador de queijo" por seus fãs, mas essa nova é ainda mais parecida.

Ele é montado em uma estrutura de aço inoxidável que fornece acesso a componentes por todos os ângulos.

Ele usa o processador Xeon de oitava geração que foi anunciado em janeiro, que inclui até 28 núcleos. Ele tem suporte a até 1,5 TB de RAM ECC de 2933 MHz em 12 slots DIMM. O novo Mac Pro também conta com oito slots PCIe, duas portas Thunderbolt 3, duas portas USB-A, duas portas Ethernet de 10 GB e uma porta de áudio de 3,5 mm.

A GPU suga até 500 Watts de potência e é chamada de Módulo MPX. A ideia é que as placas gráficas sejam empacotadas pela Apple, o que significa que elas devem ser ainda mais rápidas do que uma placa semelhante em um dispositivo Windows. De acordo com a Apple, isso permite combinar facilmente até duas placas AMD em um único módulo.

Atualmente, o módulo tem suporte a Radeon Pro 580 e a Pro Vega II. Presume-se que a Navi também receberá suporte, mas nada disso foi dito ainda. Até dois módulos MPX podem ser encaixados, o que significa que quatro placas gráficas podem ser executadas de uma só vez.

Além das GPUs, também há uma nova placa decodificadora de vídeo, chamada de Afterburner. A Apple afirma que ela permitirá processar até três vídeos de 8K de uma só vez.

E por onde vem a energia para fazer todos esses componentes absurdos funcionarem? Por uma enorme fonte de energia de 1.400 watts. Completamente insano.

E para ver tudo que esse ralador de queijo pode fazer, a Apple também lançou um novo monitor mais acessível. Quer dizer, acessível em relação com a referência, um monitor de US$ 40 mil. A opção da Apple se chama Pro Display XDR e custa oito vezes menos que isso.

O Pro Display XDR é uma tela retangular de 32 polegadas e resolução 6k (6016 x 3384 pixels). Ele tem opções de cobertura de vidro brilhante ou fosca. É um visor completamente retroiluminado por LED que pode manter 1.000 nits de brilho total indefinidamente, atingindo um máximo de 1.600 nits. Assim como o Pro, ele parece um ralador de queijo na traseira.

Mas, cara, este monitor e computador não serão baratos. O Pro Display XDR custará a partir de US$ 5 mil. O Mac Pro mais barato, com um processador Xeon de 8 núcleos, AMD Radeon Pro 580, 16GB de RAM e um SSD de 256GB começará em US$ 6 mil. Este definitivamente não é um produto para amadores metidos a profissionais. A Apple quer seu lugar em grandes baias de edição nos estúdios mais avançados do mundo.

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Novo Voice Control permite usar Mac ou iPhone apenas com sua voz

Posted: 03 Jun 2019 03:14 PM PDT

Voice Control, da Apple, permite controlar Mac e iPhone com a voz

A apresentação de abertura da WWDC (Apple's Worldwide Developers Conference) é um tempo para os executivos da companhia subirem ao palco e falarem de todas as novidades de software. Embora a maioria dos anúncios tivessem relação com sistemas operacionais, um anúncio feito no final é um marco importante para a empresa em termos de tornar seus produtos mais acessíveis.

A Apple anunciou o Voice Control, um novo recurso de tecnologia assistiva que permite aos usuários controlar o macOS, iOS e iPadOS inteiramente por comandos de voz. Ele usa tecnologia de reconhecimento de fala da Siri que é incorporada ao dispositivo, de acordo com um comunicado da Apple. A empresa também afirma que o recurso "garante que os dados pessoais serão mantidos em sigilo".

O recurso funciona praticamente com qualquer app e permite que os usuários selecionem, arrastem e rolem de página usando a voz. A funcionalidade permite que os indivíduos com deficiência motora possam navegar de forma mais completa e autônoma em telefones, computadores e tablets Apple.

É um anúncio interessante entre as mudanças previsíveis dos sistemas operacionais, além de destacar a capacidade da tecnologia ser um grande equalizador para milhões de pessoas com dificuldades. O recurso será disponibilizado durante o outono no hemisfério norte (entre setembro e dezembro).

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O iTunes está definitivamente morto (e as outras novidades sobre o macOS Catalina)

Posted: 03 Jun 2019 01:31 PM PDT

Com o Apple Music, o Apple TV + (e outros serviços de streaming) fazendo com que armazenar gigabytes de arquivos de MP3 e vídeo se tornem coisa do passado, o iTunes, o aplicativo para desktop que existe desde que o iPod foi lançado, está finalmente extinto. Em seu lugar, há uma coleção de aplicativos criados com propósito que podem fazer com que a próxima versão do macOS – Catalina – valha a atualização. iTunes, você provavelmente não vai deixar saudades.

RIP iTunes

Ele foi tolerado nos dias do iPod, quando o minúsculo tocador de música não era conectado à internet, mas o iTunes tem sido a maior desvantagem de ter um iPhone ou iPad, que permite aos usuários comprar aplicativos e transmitir músicas e filmes no próprio dispositivo. Como resultado, o iTunes agora parece uma parte em excesso do ecossistema iOS que não é mais necessária, e a Apple finalmente concordou. No macOS 10.15, o iTunes será dividido em vários aplicativos com propósitos específicos, incluindo Apple TV, Apple Podcasts e Apple Music, sendo que este último ainda é capaz de sincronizar mídia para um iPhone e fazer backup de seus dispositivos iOS.

Em relação à sincronização de um dispositivo iOS, ao migrar para um dispositivo atualizado ou restaurar um iPhone que está muito cheio e lento, o Finder no macOS Catalina agora lida com backups de dispositivos, para que você não precise abrir o aplicativo Apple Music e bagunce ainda mais a sua área de trabalho.

Sidecar

Uma vez disponível exclusivamente através de aplicativos de terceiros, o macOS Catalina está ganhando um novo recurso chamado Sidecar, que permite que um iPad conectado com ou sem fio sirva como uma segunda tela para MacBooks e Macs. Mas ele vai um passo além, permitindo que o tablet conectado seja usado como um quadro de desenho ou um dispositivo de entrada para o macOS.

Controle de voz

O macOS Catalina também apresentará funcionalidades de controle de voz muito melhores para usuários com limitações motoras, permitindo que quase todos os aspectos do sistema operacional, desde escrever texto até controlar a reprodução de mídia, sejam operados sem mouse ou teclado – apenas por comandos de voz processados e interpretado na máquina local para que não haja problemas de segurança ou privacidade.

Find My (Encontre meu)

É mais fácil rastrear um smartphone ou tablet perdido quando ele está conectado a uma rede de celular, mas muito mais difícil no caso de um MacBook conectado a uma rede Wi-Fi de alcance limitado. Com o novo Find Me do macOS Catalina, os computadores Mac roubados ou perdidos que estão off-line podem enviar um beacon Bluetooth criptografado e anônimo a outros Macs próximos que podem detectar e ajudar a identificar sua localização. Não é perfeito, mas é uma melhoria definitiva não só para recuperar um hardware roubado, mas também para dissuadir um roubo em primeiro lugar.

Para ajudar a proteger seu hardware ainda mais, os Macs que incluem o chip de segurança T2 da Apple também terão um recurso de bloqueio de ativação que funciona de maneira semelhante aos dispositivos iOS, impedindo que o computador seja inicializado sem as credenciais autorizadas do usuário.

Projeto Catalyst

Após a WWDC do ano passado, estavam correndo rumores de que a Apple finalmente iria mesclar o Mac OS e o iOS em um único sistema operacional que traria o melhor dos dois mundos para desktops e dispositivos móveis. Não só isso não aconteceu, mas a Apple também insistiu que nunca aconteceria.

Como prêmio de consolação, a Apple introduziu um novo framework universal, de codinome Marzipan, que facilitou aos desenvolvedores do UIKit (iOS e tvOS) realizarem a portabilidade de seus aplicativos para os computadores desktop da Apple. Essa iniciativa agora é conhecida como Projeto Catalyst e, com o macOS Catalina, a Apple está expandindo a disponibilidade do Marzipan para todos os desenvolvedores UIKit de terceiros, que terão apenas que manter uma única base de código para criar aplicativos que funcionem em iPhones, iPads e Macs.

Screen Time agora vai fazer você se sentir culpado pelo tempo que passa procrastinando em seu laptop também

Se você se assusta toda vez que seu iPhone ou iPad revela quanto tempo você gasta nas redes sociais, seu iMac e MacBook logo farão o mesmo, fazendo você se sentir culpado por todo o tempo gasto no YouTube, Facebook, Twitter, em vez de estar sendo produtivo em aplicativos do Mac OS, como Number e Pages.

O macOS Catalina está disponível para desenvolvedores a partir desta segunda-feira (3), com um beta público chegando em julho. Mas se você não está a fim de viver a vida loucamente (e potencialmente perder muito trabalho não salvo por um problema no sistema), você terá que esperar até o outono dos EUA, para que a atualização do sistema operacional seja oficialmente lançada.

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O iPadOS é nosso primeiro contato com os planos da Apple para o futuro dos tablets

Posted: 03 Jun 2019 12:47 PM PDT

A Apple vem tentando comercializar o iPad como um produto mais barato para pessoas que querem um laptop da Apple, mas, sejamos sinceros, o tablet nunca cumpriu essa promessa. Com certeza, ele é um ótimo dispositivo. O iPad é rápido o suficiente para tarefas como navegação na Web, leve o suficiente para levar a qualquer lugar, e com bateria suficiente para aguentar algumas horas de filmes sem precisar ligar na tomada. No entanto, nós queremos um computador "real" quando o trabalho é mais exigente. A Apple claramente quer que isso mude, e o que ela apresentou hoje mostra isso.

A notícia mais surpreendente do evento apareceu pouco antes de seu início. Mark Gurman, da Bloomberg, confirmou que o iOS para o iPad agora se chama iPadOS, depois que o desenvolvedor Steve Troughton-Smith notou a mudança de nome no portal de desenvolvedores da Apple.

A mudança em si não chega a ser uma surpresa, no entanto, quando se pensa que já faz um tempo que estão empurrando o iPad para ele se tornar um laptop. Ele precisa de um sistema operacional para dar suporte a essa mudança. O iOS, um sistema operacional baseado em toque destinado originalmente a celulares pequenos, simplesmente não era suficiente.

Como meu colega Sam Rutherford observou, esta também é uma maneira de a Apple testar aplicativos e fluxos de trabalho mais exigentes em um processador ARM. Esse tipo de processador já equipa os iPads, e se fala há algum tempo que eles poderiam passar a vir nos Macs também.

As mudanças visuais

Separar o sistema operacional do iPad do iOS não foi a única grande jogada do iPadOS.

O iPadOS reforça a grade de aplicativos e também permite fixar widgets na tela inicial, como já era possível em um dispositivo Android. O Slide Over, que antes era um multitarefas para colocar widgets na mesma tela que apps, agora coloca aplicativos completos rodando lado a lado.

O Split View também recebeu uma atualização para que você possa dividir a tela entre duas instâncias do mesmo app — dois textos do Notes rodando lado a lado, por exemplo. E se você precisar ver muitos aplicativos ao mesmo tempo, o Expose do macOS está chegando ao iPadOS para mostrar a você todas as janelas abertas rapidamente.

O aplicativo File também ganhou novidades. Agora, ele tem mais recursos do MacOS, incluindo compartilhamento de pastas, exibição de colunas, metadados e acesso ao servidor. O melhor de tudo, porém, é que agora ele você pode conectar um pen drive e acessar arquivos como você faria em um dispositivo Mac ou Windows. Quer importar imagens de uma câmera? Você pode ignorar o aplicativo Fotos e importar diretamente para o Lightroom.

Como o iPad está sendo pensado para funcionar mais como um substituto de desktop, ele finalmente receberá um navegador de computador. Assim, você não verá mais a versão mobile dos sites. Ao usar o Safari para baixar arquivos, você terá um gerenciador de downloads real em vez de apenas fazer salvá-los em algum lugar obscuro do iOS e rezar para encontrar o que baixou. Isso é útil caso você queira aproveitar outro novo recurso: o suporte a fontes personalizadas.

As mudanças de controles

Além das atualizações de aplicativos, há também algumas atualizações de entrada significativas. Então agora você pode recortar e colar o conteúdo com um gesto de pinça de três dedos. A Apple também afirma que melhorou a latência do Apple Pencil, reduzindo-a de 20ms para apenas 9ms.

Um SDK para o Pencil foi adicionado para que desenvolvedores independentes possam desenvolver suas próprias funções para a caneta da Apple.

A nova versão do iPadOS estará disponível ainda este ano e, além de todos os novos recursos do iPad, o iPadOS também receberá todos os recursos do iOS 13. Receberão a atualização os seguintes modelos: iPad Pro 12,9'', iPad Pro 11'', iPad Pro 10,5'', iPad Pro 9,7'', iPad de 6ª geração, iPad de 5ª geração, iPad mini de 5ª geração, iPad Mini 4, iPad Air de 3ª geração e iPad Air 2.

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Os recursos que seu iPhone ganhará com o iOS 13

Posted: 03 Jun 2019 12:15 PM PDT

Ios 13

Na WWDC, a Apple mostrou como vai ser a próxima versão do iOS 13, o sistema operacional móvel presente no iPhone. De cara, as novidades são: modo escuro, maior rapidez em downloads, melhor controle de privacidade de localização.

O iOS 13 deve ser disponibilizado durante o outono no hemisfério norte, portanto entre setembro e dezembro. Se eu fosse chutar, eu diria que uma semana após o tradicional evento de setembro em que a Apple lança novos iPhones.

A nova versão do sistema operacional móvel da Apple será compatível com todos os iPhones a partir do iPhone 6s, além do SE e o recém-lançado iPod Touch de 7ª geração.

Conversas à parte, aqui vão os principais recursos do iOS 13:

Agilidade e downloads menores de apps

Craig Federighi na WWDC 2019

Um dos primeiros pontos mencionados na apresentação tem relação com performance. Com o iOS 13, segundo a empresa, o desbloqueio via Face ID vai ser 30% mais rápido que no iOS 12. Fora isso, abertura, download e atualização de apps vai ficar mais rápido. Isso tudo acontecerá graças a uma mudança na forma como os apps são "empacotados". Sendo mais exato, a Apple fala, por exemplo, em downloads 50% menores e atualizações 60% menores. Ah, e sobre a abertura de apps, a empresa fala em duas vezes mais rápido.

Modo escuro

Modo escuro no iOS 13

Sim, é oficial: o iOS 13 terá uma função nativa de modo escuro. Era um movimento natural, já que o macOS Mojave, lançado no ano passado, já tinha esta opção. De modo geral, ele deve ajudar quem se incomoda com muita claridade e economizar bateria em aparelhos com tela OLED. O bacana da opção da Apple é que é bem integrada com o sistema, então, pelo menos nos exemplos mostrados, o modo escuro escurece geral mesmo.

Aproveitando o tema e a imagem acima, o app de Lembretes também recebeu uma boa recauchutagem. Na prática, vai ser mais fácil criar e gerenciar lembretes, além de ter um modo de visualização mais amigável do que você já fez do que precisa ainda realizar.

Apple Maps cada vez mais Google Maps

O Apple Maps não é comparável com o Google Maps. No entanto, a Apple tem melhorado a cada ano a sua plataforma. No iOS 13, a empresa apresentou a opção coleções, em que o usuário poderá ter locais temáticos, como meus restaurantes favoritos, e o que eles chamaram de lookaround. Em bom português, isso é uma espécie de Street View feito pela própria empresa e que deve ser disponibilizado num primeiro momento no mercado norte-americano.

Função Lookaround, do Apple Maps, parece Street Views

Melhor controle de dados

Privacidade e-mail no iOS 13

Privacidade virou um argumento da Apple comparado com outras empresas, e a companhia tem cada vez mais apresentado recursos do tipo. No iOS 13, os usuários terão a opção de compartilhar a localização somente uma vez — então, se você for usar um app que peça este tipo de informação, o usuário terá que escolher se quiser ceder a informação. Mesmo se o usuário sempre quiser compartilhar a localização, o sistema informará como seus dados têm sido utilizados.

Aliás, para evitar formas alternativas de monitoramento, o iOS 13 vai impedir que aplicativos consigam saber a localização das pessoas por meio de um conexão Bluetooth ou via Wi-Fi.

Nos últimos anos, vários sites implementaram ferramentas que permitem usuários, por exemplo, usarem dados do Facebook para se logar a determinado serviço. Agora, a Apple permitirá fazer o que eles chamam de "login com a Apple" (Sign in with Apple) — dessa forma, basta fazer o login com a conta da empresa.

Para evitar abusos, o usuário terá a opção de compartilhar o e-mail ou esconder — neste último caso, a Apple cria um e-mail aleatório para caso a companhia queira se comunicar com você; se eles enviarem várias mensagens chatas, é possível desativar estes e-mails randômicos.

Login with Apple

Software de câmera e fotos

Novo modo de iluminação do iOS 13

Na área de câmera e fotos, o iOS 13 terá algumas boas novidades. Para começar, o software da câmera contará com novos modos de iluminação no modo retrato, o que permitirá um ajuste mais refinado das imagens, inclusive de partes em específico da foto. Além dos modos existentes de iluminação, terá um novo chamado High Key Mono (na foto acima).

A edição de vídeos também ficará mais esperta. Agora, será possível, por exemplo, rotacionar um arquivo e incluir filtros — da mesma forma que acontece já há um tempo com fotos.

Navegar pelas fotos também será mais fácil. Os arquivos serão organizados de forma inteligente, de modo a, por exemplo, evitar imagens duplicadas, graças ao uso de inteligência artificial. Além disso, algoritmos ajudarão a mostrar os momentos que mais importam. Será possível ver arquivos por dias, meses e anos.

Mensagens e Memoji

App mensagens com memoji - iOS 13

Usuários do aplicativo de Mensagens da Apple poderão permitir que pessoas vejam seu nome e foto (ou Animoji ou Memoji). Aliás, terá mais opções de personalização do Memoji. Será possível caracterizar o seu avatar com piercings, sombra de olho, chapéus, além de outros acessórios.

Outras opções de memojis no iOS 13

Depois de criar o MeMoji, o aplicativo também criará um pacote de adesivos com o seu rosto para poder se enviado para contatos da plataforma ou mesmo para terceiros.

App Saúde com recurso de monitorar ciclo menstrual

Logotipo de monitoramento de ciclo menstrual da Apple

Ainda que tenha sido mencionado durante as explicações do WatchOS, o app de saúde ganhará novas funções. Para começar, ele mostrará as tendências de atividade do usuário, de modo que o sistema ajudará a motivar a pessoa para o sucesso a longo prazo. Para as mulheres, o app agora ajudará a monitorar o ciclo menstrual.

Siri mais esperta e respondendo mensagens via AirPods

Os atalhos da Siri ajudam a automatizar uma série de tarefas. Na nova versão do iOS, o recurso ficará mais inteligente, a ponto de fazer sugestões de automatização, conforme os padrões de utilização do usuário. Isso pode ser uma boa adição, pois, de cara, já serão mostradas atividades de interesse do usuário.

As melhorias do iOS 13 também contemplam a Siri. Ao usar os fones de ouvido AirPods, o usuário poderá responder com comandos de voz. Apesar do exemplo mostrado ter sido no app Mensagens, o recurso também funcionará em aplicativos de terceiro — então, existe uma grande chance de rolar com o WhatsApp. Ainda no assunto Siri, a empresa informa que usou uma rede neural, chamada Neural TTS (Neural Text do Speech), para tornar a voz da assistente mais natural.

Outros recursos

A empresa adicionou dezenas de recursos, mas não conseguiu detalhar todos. Numa tela no fim da apresentação, foi possível ver, por exemplo, que o iOS 13 terá um modo de baixo consumo de dados e possibilitará a escolha de uma rede Wi-Fi direto na central de controle — atualmente, você precisa ir em Ajustes > Wi-Fi, e na central de controle só se consegue ativar ou desativar o Wi-Fi.

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Com o novo tvOS, a Apple TV será compatível com controles de PS4 e Xbox One

Posted: 03 Jun 2019 11:16 AM PDT

Eu aposto que você achava que o tvOS, o sistema operacional rodando nos dispositivos Apple TV, não receberia nenhum grande recurso, já que aplicativo de TV da Apple (sério, não dá para a Apple mudar esses nomes para facilitar a nossa vida?) já recebeu uma grande atualização semanas atrás. No entanto, hoje a Apple apresentou uma nova versão do tvOS. Ao que parece, ele será um ótimo SO básico para todos os novos conteúdos que a Apple quer que assinemos.

A empresa lançará o serviço de streaming TV+ no final deste ano, para acompanhar o aplicativo atualizado e os canais lançados recentemente no Channels. Combinadas, essas novidades querem que você simplesmente não saia do aplicativo de TV e acesse todo tipo de conteúdo por lá — programas da HBO, do Showtime, exclusivos da TV+, até os suspeitos do Hulu ou seu assinante a cabo.

O novo aplicativo de TV que a Apple lançou no mês passado. Captura de tela: Apple

A maior e mais visível alteração é a nova tela inicial, que começa a reproduzir vídeos diretamente dela onde costumavam ficar imagens estáticas de alta qualidade.

A Apple também está finalmente adicionando suporte multiusuário para a Apple TV. Assim, você pode ter seus aplicativos, canais e listas de reprodução, enquanto outras pessoas da casa podem configurar como quiserem.

A nova Central de Controle. Captura de tela: Apple

A troca de usuários será feita por meio de uma nova Central de Controle, semelhante a dos dispositivos que rodam iOS. Parece que um duplo clique rápido no controle remoto abre o Centro de Controle para permitir a mudança de usuários.

A última grande novidade para o tvOS é o suporte para os controles de Xbox One e do PS4. A Apple tem tentado empurrar a Apple TV como um dispositivo de jogos há algum tempo, mas ela não é lá muito legal, e ter que comprar um novo controle só piora as coisas. Poder usar um controle que você já tem (ou que você prefere) deve facilitar na hora de jogar alguma coisa do Apple Arcade. Pelo menos, é isso que a Apple espera.

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Youtuber que deu bolacha com pasta de dente a morador de rua é condenado na Espanha

Posted: 03 Jun 2019 08:46 AM PDT

Youtuber ReSet

No ano passado, falamos aqui do caso do youtuber Kanghua Ren, 21, conhecido como ReSet, que deu bolacha com pasta de dente para um morador de rua e publicou em seu canal. Recentemente, a Justiça espanhola o condenou pelo ato.

O youtuber terá de ficar 15 meses preso e ainda pagar € 20 mil para Gheroghe L., o homem que foi vítima do desafio. Além disso, foi determinado que ele apague seu canal no YouTube e que não poderá criar novos vídeos por um prazo de cinco anos.

Apesar da pena, o New York Times diz que dificilmente Ren ficará na prisão. Isso porque réus primários na Espanha que são condenados a menos de dois anos de prisão, não costumam ser detidos.

Originalmente, o vídeo com o tal desafio foi publicado em janeiro de 2017, quando ReSet tinha 19 anos. Nele, o jovem pega biscoitos Oreo, substitui o recheio por pasta de dente e os coloca novamente no pacote. Na sequência, ele entrega ao morador de rua o item, junto com € 20. "Talvez eu tenha gastado um pouco, mas olhe pelo lado positivo: isso vai ajudá-lo a limpar seus dentes. Acho que ele não os limpa desde que ficou pobre", diz o rapaz no vídeo.

Após toda a repercussão, ele apagou o vídeo. No entanto, segundo o EL País, enquanto estava no ar, a "brincadeira com o morador de rua" rendeu a ele € 2 mil pagos pelo Google por publicidade.

No julgamento, ReSet disse que foi uma "brincadeira" e que seu plano "não era ofender" — aliás, apenas dois dos cinco biscoitos estavam com pasta de dente, argumentou. O youtuber disse ainda que havia deixado os estudos para se dedicar ao YouTube e que ele estava indo relativamente bem na tarefa, pois acumulava 120 milhões de visualizações antes do escândalo.

Ainda que o gênero "desafio" seja muito popular atualmente, não custa nada tentar fazer algum que não seja vexatório e que ferre com a vida dos outros — sobretudo, de pessoas em situações vulneráveis, como moradores de rua.

[Gizmodo ES e EL País 1 e 2]

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Os rumores sobre a morte do iTunes parecem cada vez mais reais

Posted: 03 Jun 2019 07:33 AM PDT

A Apple parece estar nos dando cada vez mais indícios de que os rumores sobre a morte do iTunes podem ser verdadeiros.

Como observado no Reddit e relatado pela MacRumors , todo o conteúdo das páginas do iTunes no Facebook e Instagram foi apagado poucos dias antes da Worldwide Developers Conference (WWDC) da Apple, evento anual em que a empresa planeja anunciar que vai desativar seu app de 18 anos de idade (e já estava demorando, em nossa opinião).

A conta do iTunes no Instagram atualmente direciona os visitantes para sua página da Apple TV, enquanto o link da página direciona para a Apple TV+. O MacRumors observou que parece que a Apple moveu o conteúdo da sua página do iTunes no Facebook para a página da Apple TV. Curiosamente, no entanto, a conta no Twitter parece estar normal.

Captura de tela de página do Instagram do ItunesScreenshot: Gizmodo

Em abril, o desenvolvedor Steve Troughton-Smith tuitou que estava “bastante confiante com base em evidências que eu não gostaria de tornar públicas neste momento que a Apple está planejando novos aplicativos (provavelmente UIKit) Music, Podcasts, talvez até mesmo Books, para macOS , para se juntar ao novo aplicativo de TV ", acrescentando que isso também significava "o já muito discutido e esperado fim do iTunes". E à medida que nos aproximamos da WWDC, que começa na segunda-feira (3), esse boato chegou ao seu ápice.

Na sexta-feira, Mark Gurman, da Bloomberg, botou ainda mais lenha na fogueira ao informar que o aplicativo – que era usado para muitas funções confusas por muito tempo – seria substituído por novos aplicativos para MacOS do Music, TV e Podcasts. De acordo com a matéria, os usuários poderão gerenciar seus produtos do iPhone através do aplicativo Music.

Não estamos dizendo que esta é uma indicação conclusiva de que a Apple está matando o iTunes – mas se for? Já vai tarde.

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Xiaomi e Oppo colocam câmera sob a tela para acabar com o notch

Posted: 03 Jun 2019 07:07 AM PDT

Encontrar uma solução para o recorte (notch) na tela parece ser a obsessão de diversas fabricantes, principalmente das chinesas. Já tentaram mecanismos deslizantes, câmera na parte de baixo, duas telas, entre outras formas para disfarçar a presença da câmera frontal. A tentativa adotada amplamente foi o “olhinho”, presente em smartphones como Huawei P30 e Galaxy S10. Agora, a Oppo e a Xiaomi estão testando um outro design: câmera sob a tela.

A ideia lembra uma solução que as fabricantes adotaram para a leitura de impressão digital. Em vez de incluir um sensor na traseira, desenvolveram uma opção embutida no display do smartphone. E funciona quase do mesmo jeito.

Nas demonstrações das duas fabricantes chinesas, o sensor da câmera de selfie fica escondido de baixo do vidro da tela:

Aparentemente não há sacrifícios de espaço e o visual fica bem bacana. Mais do que nunca, será preciso cuidar para não quebrar essa tela – imagina o custo do conserto.

Ficam algumas dúvidas também. Como trata-se de um teaser, não temos noção da qualidade dos sensores dessas câmeras, se a tela funciona como uma boa lente e se o display em si mantém a qualidade na região.

Na rede social Weibo, o vice-presidente da Oppo disse que “é difícil para as câmeras sob a tela terem os mesmos resultados que as câmeras normais”, o que indica que há prejuízo na qualidade de imagem das fotos desses sensores.

A Xiaomi publicou no Facebook um infográfico para explicar a tecnologia, explorando justamente o problema lente vs. tela – em um breve texto, a fabricante diz que o display se torna transparente, permitindo que a luz entre no sensor, graças a um vidro especial de baixo reflexo.

Ainda não há previsão para o lançamento de smartphones com esse design.

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Estados Unidos irão exigir informações de redes sociais para liberar visto

Posted: 03 Jun 2019 06:00 AM PDT

Carimbos em um passaporte

Os Estados Unidos agora querem saber os nomes de usuário das redes sociais de qualquer pessoa que solicitar um visto para entrar no país. A medida já vinha sendo aplicada desde 2017 para refugiados – na época, o presidente Donald Trump havia solicitado uma revisão intensificada de liberação de vistos e, em 2018, foi proposta a extensão dessa medida.

Estima-se que 14 milhões de viajantes e 710 mil imigrantes que solicitam vistos para os Estados Unidos a cada ano serão afetados pelas mudanças, de acordo com o Diário Oficial do Governo Federal dos EUA. Apenas solicitações de visto diplomáticos ou de autoridades estariam isentos dessas novas regras.

Quem solicitar o visto de entrada nos EUA terá que informar, dentro de um história de cinco anos, nome de usuário nas redes sociais (como Facebook e Twitter), e-mails antigos, números de telefone e dados de viagem (como se já foi deportado de um país). Os solicitantes poderão dar detalhes voluntários de contas que não estejam listadas.

A União Americana pelas Liberdades Civis se opôs a proposta, afirmando que o pedido dessas informações criaria “um ambiente propício para caracterização e discriminação”, além de “não haver evidências de que tal monitoramento das mídias sociais é efetiva ou justa”, fazendo com que as pessoas passassem a se auto-censurarem na internet.

[Bloomberg, BBC]

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Queda no Google atinge YouTube, G Suite e apps como Discord e Snapchat

Posted: 03 Jun 2019 05:41 AM PDT

O Google sofreu uma grande queda no Cloud Platform no domingo (2), causando problemas de acesso generalizado em seus serviços e aplicativos de terceiros, do Snapchat ao Discord.

A partir do início da noite de domingo, os problemas persistiram por horas. De acordo com o Google Cloud Status Dashboard, as interrupções começaram aproximadamente às 15h25 (ET) e estavam relacionadas a “altos níveis de congestionamento de rede na região leste dos Estados Unidos”.

O serviço de monitoramento de quedas Down Detector indicou que o acesso ao YouTube foi severamente interrompido em todo o país, com problemas de acesso principalmente no nordeste dos EUA. Por fim, o G Suite Status Dashboard listou todas as ferramentas de colaboração e produtividade baseadas na nuvem, incluindo Gmail, Drive, Docs, Hangouts e Voice, que estavam apresentando possíveis interrupções de serviço. Por incrível que pareça, a extinta rede social Google+ foi listada como não tendo problemas. Na manhã desta segunda-feira (3), estava tudo funcionando corretamente.

Como o Verge observou, os serviços de terceiros Discord, Snapchat e Vimeo usam o Google Cloud em seus back-ends, portanto as interrupções impediram os usuários de fazer login. (Porém, os problemas estavam longe de serem universais, visto que alguns usuários não tiveram nenhum impacto.)

Em uma declaração ao Gizmodo e a outros veículos de mídia, a equipe de imprensa do Google reconheceu a extensão das interrupções, reiterou a nota sobre o congestionamento da rede e disse que identificou o problema e esperava que ele fosse resolvido rapidamente.

“Os usuários podem observar um desempenho lento ou erros intermitentes”, escreveu o Google. “Acreditamos ter identificado a causa do congestionamento e esperamos voltar ao serviço normal em breve”.

Pouco depois das 20h (ET), o Google publicou uma atualização no Cloud Status Dashboard afirmando que tinham resolvido o problema e que ainda estavam investigando o ocorrido:

O problema de congestionamento de rede no leste dos EUA, que afetou o Google Cloud, o G Suite e o YouTube, foi resolvido para todos os usuários afetados a partir das 16:00 nos EUA / Pacífico.

Conduziremos uma investigação interna desse problema e faremos melhorias apropriadas em nossos sistemas para ajudar a evitar ou minimizar recorrências futuras. Forneceremos um relatório detalhado desse incidente assim que concluirmos nossa investigação interna. Este relatório detalhado conterá informações sobre os créditos do SLA.

Grandes quedas nos serviços do Google são relativamente raras, mas, como no incidente de domingo (2), elas tendem a destacar o quanto da internet opera sob o guarda-chuva da empresa ou depende de seus serviços.

Em junho de 2018, os serviços do Google Home e do Chromecast pararam de funcionar (com o Chromecast supostamente inativo por mais de oito horas). No final do mesmo ano, o YouTube sofreu uma queda de mais de uma hora, com vídeos recusando-se a carregar e problemas de acesso relatados em todo o mundo – uma situação que se repetiu no início deste ano. Usuários em todo o mundo também relataram problemas ao fazer login em suas contas do Gmail em várias ocasiões em 2019.

Enquanto o Google tentava resolver esses problemas, os usuários insatisfeitos tinham algumas opções para ocupar seu tempo, incluindo, entre outros, sair ou reclamar no Twitter.

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Não são os robôs que irão roubar o seu emprego, são os gestores

Posted: 03 Jun 2019 04:15 AM PDT

Ilustração executivo engravatado com cabeça de robô

Ouça: “robôs” não estão chegando para roubar o seu trabalho. Espero ser bem claro aqui – neste momento particular, os “robôs” não são agentes sensíveis capazes de procurar e concorrer a vagas de emprego para tomar sua vaga com base nos seus méritos comparativamente superiores.

Atualmente, os “robôs” não escaneiam o LinkedIn com um algoritmo que tem a intenção de tirar o seu lugar usando inteligência artificial. Os “robôs” também não estão reunidos nos fundos de um depósito qualquer conspirando para tomar os empregos das pessoas. Um robô não está “buscando”, ou “roubando” ou “matando” ou “ameaçando” empregos. A gestão das empresas é que está.

E ainda assim, aqui vai uma pequena amostragem de manchetes de grandes veículos de mídia:

  • “Robôs inteligentes podem roubar o seu emprego em breve” – CNN
  • “Robôs de colarinho branco estão chegando para pegar os empregos” – Wall Street Journal
  • “Sim, os robôs estão chegando: empregos na era dos humanos e máquinas” – Wired
  • “Os robôs estão chegando para pegar o seu emprego? Um dia, sim” – New York Times
  • “Os robôs estão chegando, e eles querem o seu emprego” – VICE
  • “Robôs já estão substituindo humanos a uma taxa alarmante” – Gizmodo

A lista poderia continuar por um bom tempo – a maioria dos grandes veículos publicam diversas histórias que abraçam esse recorte. Eu mesmo fiz isso; é um atalho conveniente, ligeiramente alarmante e que gera cliques para se referir ao fenômeno da automação no trabalho.

Fomos ensinados a usar esse recorte, e meu objetivo não é desgastar ninguém por ter repetido essa ideia. Meu objetivo é acabar com ela.

Numa primeira olhada, pode parecer uma reclamação semântica implicante, mas eu asseguro que não é – esse recorte ajuda, e historicamente ajudou, a mascarar a responsabilidade por trás da decisão de automatizar o trabalho.

E essa decisão não é feita pelos robôs, mas pela gestão. Trata-se de uma decisão que na maioria das vezes é tomada com a intenção de economizar dinheiro da empresa ou instituição ao reduzir o custo envolvido com o trabalho humano (mas também foi tomada com a intenção de aumentar a eficiência e melhorar as operações e a segurança).

É uma decisão humana que, no fim das contas, elimina o trabalho.

Dando nome aos bois

Mas se os robôs estão simplesmente “vindo” atrás de trabalho, se eles simplesmente aparecem e substituem diversas pessoas, ninguém poderia ser culpado por esse fenômeno tecno-elementar, certo? Se esse fosse o caso, pouco poderia ser feito sobre isso além de se preparar para os possíveis impactos.

Os responsáveis não seriam os executivos influenciados por empresas de consultoria que insistem que o futuro está nos robôs de atendimento ao cliente com IA, nem os gerentes que vêem uma oportunidade de melhorar as margens de lucro adotando quiosques automatizados que se destacam em relação aos caixas, ou os chefes de conglomerados marítimos que decidem substituir trabalhadores portuários por uma frota de caminhões automatizados.

Esses indivíduos podem sentir que não têm escolha. Eles sofrem pressão de acionistas, conselhos e chefes e há um sistema econômico que incentiva a tomada dessas decisões – além do fato de às vezes a tecnologia executar um trabalho obviamente superior ao humano. Mas não é bem assim – na verdade, são, sim, decisões, tomadas por pessoas, que escolhem utilizar ou desenvolver robôs que ameaçam os empregos.

Fingir que não é uma escolha, que o uso dos robôs em todos os casos é inevitável, é a pior forma do determinismo tecnológico, e leva a uma escassez de pensamento crítico sobre quando e como a automação é melhor implementada.

Até mesmo os amantes mais ardentes dos robôs irão concordar que existem muitos casos da má aplicação da automação; sistemas que tornam nossas vidas piores e mais ineficientes, e que eliminam empregos enquanto entregam resultados piores.

Tal automação má aplicada geralmente acontece sob a lógica que os “robôs estão chegando”, então é melhor embarcar nessa.

Seremos capazes de tomar melhores decisões a respeito da adoção da automação se entendermos que, na prática, “os robôs estão vindo para tomar nossos trabalhos” geralmente significa algo mais como “um CEO quer reduzir seu custo operacional em 15% e acabou de lançar um software empresarial que promete fazer o trabalho de trinta funcionários”.

Eu só percebi isso agora, depois de passar muitos meses mergulhado em dezenas de livros e artigos de think tank, notícias e editoriais de ‘líderes de pensamento’ que se preocupam com o espectro de criação da automação, tantos dos quais repetem a conclusão quase idêntica. Mas percebi.

O momento eureka veio quando li um artigo no Wall Street Journal do “especialista em liderança” Mark Muro, membro sênior do Brookings Institute e autor de uma pesquisa recente sobre como a automação impactará várias regiões e demografias dos EUA. É um bom exemplo de como e por que esta tendência se perpetua como qualquer outra.

Muro começa seu artigo, “Os trabalhadores que mais provavelmente irão perder seus empregos para os robôs“, com a seguinte frase: “Operários e caminhoneiros são a representação dos temores da automação no país até hoje. E com razão: essas ocupações são pilar do trabalho masculino de meia-idade que está genuinamente ameaçado pelos robôs ou inteligência artificial”.

Logo de cara, não há um, mas dois exemplos desses robôs incrivelmente pró-ativos que ameaçam os empregos dos trabalhadores humanos, e em nenhum lugar há qualquer referência a como esses robôs podem chegar lá em primeiro lugar.

É algo conveniente, especialmente quando ficamos sabendo que os tais institutos recebem financiamento de organizações como a Fundação Ford e a Walton Family Foundation, cada uma delas ligada a empresas cujos executivos estão em processo de automatizar sua força de trabalho. Neste caso, dizer que caminhoneiros e operários “estão ameaçados por robôs” sem se dignar a dizer quem são os responsáveis, é algo fácil.

Eu não quero criticar o senhor Muro porque, novamente, isso faz parte de um discurso construído pelas empresas, think tanks que compactuam com elas e agências de desenvolvimento. A propósito: O Fórum Econômico Mundial usa exatamente a mesma linguagem, assim como o Banco Mundial e o FMI.

Estes grupos, que fazem alertas sobre perigos da automação, estão unidos na superficialidade das soluções propostas, que dependem em grande parte de enfatizar a importância de uma melhor educação e apelar por um pequeno apoio governamental para programas de requalificação e assistência aos trabalhadores.

Por sua vez, essa passividade amiga da automação encontrou uma feliz sincronia na propensão da mídia para dramatizar a ficção científica, que aparentemente ganha vida, e voilà: os robôs estão vindo para tomar os seus empregos.

Críticos mais astutos, como o candidato presidencial democrata Andrew Yang, que construiu uma campanha em cima do tema, também podem cair no recorte simplista.

Mas precisamos abrir os olhos para isso. Este não é um fenômeno invisível com o objetivo de melhorar a tecnologia a que estamos todos submetidos. Trata-se, muito frequentemente e muito simplesmente, de proprietários ricos de empresas e de classes executivas que procuram novas formas de se tornarem ainda mais ricos.

Como Kevin Roose, do New York Times, noticiou em Davos, os líderes empresariais do mundo estão bastante ansiosos para implementar a automação – eles vêem esses robôs como o principal meio de se manterem à frente da concorrência, de melhorar as margens de lucro, de cortar custos. Assim, eles decidiram comprar e construir mais robôs que, sim, vão deixar as pessoas sem trabalho.

Poderia ser dito, sem muito exagero, que, os robôs que “estão chegando para tomar seu emprego” são, na verdade, em grande parte, articulados pela elite que vai à Davos.

Deixar uma concepção ambígua de “robôs” arcar com toda a culpa permite que a classe gestora escape do escrutínio de como ela implementa a automação, além de barrar a discussão valiosa sobre contornos reais do fenômeno da automação e nos impede de desafiar essa marcha robótica quando, na verdade, ela deveria ser desafiada.

Então, vamos esclarecer as coisas.

Os robôs não estão a ameaçando nossos empregos. Na verdade, aqueles que vendem negócios para empresas prometendo soluções de automação para executivos são aqueles que estão ameaçando nossos empregos.

Os robôs não estão matando os empregos. Os gestores que vêem um custo-benefício na substituição de uma função humana por uma função algorítmica e que optam por fazer essa troca estão matando os empregos. Os robôs não estão chegando para tomar o seu trabalho. Os CEOs que vêem uma oportunidade de maiores lucros com as máquinas que farão o investimento valer a pena em 3,7 anos com as economias geradas estão tentando tomar o seu trabalho.

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