sexta-feira, 26 de julho de 2019

Gizmodo Brasil

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Quem é o brasileiro premiado no concurso das melhores fotos tiradas com iPhone

Posted: 25 Jul 2019 02:35 PM PDT

Quase todo o ano rola o IPPAwards (iPhone Photography Awards), um concurso que premia as melhores fotos tiradas com iPhone em diferentes categorias. Os ganhadores foram anunciados nesta quinta-feira (25), e o bacana é que desta vez temos um brasileiro entre os destaques.

A imagem é do fotógrafo Gabriel Ribeiro, 19, do Mato Grosso do Sul. Ele ficou em 3º lugar na categoria News/Events. Em conversa com o Gizmodo Brasil, Ribeiro disse que a imagem foi capturada enquanto trabalhava.

"A imagem foi tirada durante um casamento na cidade de Dourados (MS), enquanto trabalhava com meu pai, que é fotógrafo de eventos. No momento exato, estava acontecendo uma oração que eu já havia fotografado com a câmera principal. Assim que garanti a imagem no equipamento profissional, peguei o celular para fotografar", disse.

Gabriel Castilho, que ficou em 3º lugar em concurso de fotos tiradas com iPhoneGabriel Ribeiro já foi premiado anteriormente no IPPAwards

A imagem foi feita com um iPhone 8 e ele deu uma leve editada na foto. No caso, ele tirou a foto em Raw para, posteriormente, editar no Lightroom Mobile, onde ajustou claridade, contraste e realces. "O que me fez fazer o registro foi o padrão bem perceptível do véu disposto na cabeça daqueles que estão orando pelo casal, seja em pé ou ajoelhado."

 

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Esta já é a segunda vez que Ribeiro recebe um destaque na premiação IPPAwards. Em 2017, ele ficou em 1º lugar na categoria Retratos, com a foto de um garoto.

O IPPAwards já está em sua 12ª edição e o concurso só aceita imagens tiradas em iPhones. No regulamento, é permitido edição, mas apenas com aplicativos móveis. Caso eles suspeitem dos métodos utilizados, eles dizem que solicitam o arquivo original para analisar o que foi feito.

Além de Ribeiro, selecionamos abaixo algumas das fotos bacanas premiadas pelo concurso. Aliás, as premiações máximas são fotografo do ano, seguidas das imagens por categorias.

[IPPAwards]

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Samsung Galaxy A80, com câmera giratória para selfies, chega em agosto custando R$ 3.499

Posted: 25 Jul 2019 01:23 PM PDT

Quando a Samsung apresentou sua nova linha A no Brasil, em abril, faltaram informações sobre preço e vendas do A80, modelo mais avançado dessa leva. Três meses depois, finalmente sabemos mais sobre isso. De acordo com um comunicado da empresa, ele começa a ser vendido no dia 5 de agosto por R$ 3.499.

O A80 é um celular com especificações técnicas e recursos que chamam a atenção. Ele tem 8 GB de RAM e processador octa-core de até 2,2 GHz. Ele conta com câmera tripla, com sensor principal de 48 megapixels, uma lente grande angular e um sensor ToF para capturar profundidade.

O grande destaque, porém, é que ela faz o papel de câmera traseira e de câmera frontal. O módulo desliza para cima da tela e gira para apontar as lentes para o usuário. Só com a descrição é meio difícil de entender mesmo, então é melhor ver o negócio na prática:

 

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Uma dúvida que eu tive na época do lançamento era se não ia rolar uma sobreposição de preços entre a linha A e a linha S, já que o A80 parecia avançado demais para um aparelho de uma linha de intermediários.

De fato, o preço de lançamento do A80 é menor que o do S10e, modelo mais barato da linha S, quando ele chegou por aqui (R$ 4.299). No entanto, em lojas online, já dá para encontrar na faixa dos R$ 2.600 — faz algum sentido, já que o S10e tem câmera dupla e 6 GB de RAM. Só que mesmo o S10 está saindo na casa dos R$ 3.200, e o S10+ não fica muito acima dos R$ 3.600 — e estamos falando aqui dos aparelhos de topo de linha mais recentes da Samsung. Preços de lançamento costumam ser mesmo caros, e a tendência é que o próprio mercado acabe corrigindo essas distorções nos próximos meses.

Samsung Galaxy A80 — Especificações técnicas

  • Tela: 6,7 polegadas, FullHD+ (1080×2400), Super AMOLED
  • Câmera: 48MP, F2.0 + 8MP, F2.2 (123°) + Profundidade 3D
  • Câmera rotativa
  • Dimensões: 165,2 x 76,5 x 9,3 mm
  • Processador: Octa Core (2.2GHz Dual + 1.8GHz Hexa)
  • Memória: 8 GB de RAM + 128 GB de Armazenamento Interno
  • Bateria: 3.700mAh
  • Leitor de impressões digitais embutido na tela
  • Cores: Preto, Rosê, Prata

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Como aconteceu o ataque hacker a Moro, segundo a PF, e como se proteger de golpes desse tipo

Posted: 25 Jul 2019 12:05 PM PDT

A Polícia Federal prendeu na terça-feira (23) quatro acusados de hackear celulares de autoridades públicas, incluindo o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol.

O assunto do ataque hacker está em alta desde que o site The Intercept Brasil publicou, no início de junho, mensagens supostamente trocadas entre Moro e Dallagnol no aplicativo Telegram.

Algumas semanas antes, veio à tona a notícia de que o celular de Moro havia sido invadido — o ministro teria percebido isso ao receber uma ligação e ver seu próprio número no identificador de chamadas. O The Intercept Brasil, no entanto, disse na ocasião que sua fonte havia contatado a redação “bem antes da notícia”.

Na manhã desta quinta-feira (25), Moro disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também teve seu celular hackeado, e a PF disse que, em depoimento, um dos acusados disse ter enviado, de forma anônima e gratuita, as mensagens ao The Intercept Brasil.

Como aconteceu a invasão

Conforme reportado pela Folha e por O Globo citando informações dadas pela investigação da Polícia Federal, o golpe se deu da seguinte forma.

Primeiro, os acusados tentaram fazer login no Telegram. Para confirmar a identidade, o aplicativo primeiro manda um código pelo próprio app. Caso não haja sucesso, o usuário pode, em seguida, pedir que esse código seja enviado por SMS. Caso não haja sucesso novamente, também dá para pedir que o código seja falado por ligação telefônica. Essa última possibilidade, segundo a PF, foi a explorada pelos acusados.

Eles teriam usado um serviço de VoIP para fazer diversas ligações simultâneas para o número do ministro Moro. O objetivo, segundo a investigação, seria manter as linhas ocupadas para que a chamada com o código do Telegram caísse na caixa de mensagens.

A partir daí, os acusados teriam conseguido uma forma de acessar a caixa postal: ligar para o próprio número. Talvez você não saiba, mas isso é possível: se você pegar seu celular e ligar para seu próprio número, tem acesso à caixa postal, sem precisar digitar qualquer senha. Isso funciona para praticamente todas as operadoras.

Segundo a matéria do jornal O Globo, a própria empresa contratada para o VoIP oferece um serviço de mudar o número que aparece no identificador de chamadas. Assim, os acusados teriam feito uma ligação para o celular de Moro usando outra linha, mas fazendo com que o próprio número aparecesse no identificador, conseguindo, assim, acesso à caixa postal. Lá, estava o recado com o código de acesso ao Telegram.

Como se proteger

Só de contar esses passos, podemos observar alguns deslizes de segurança. O acesso direto à caixa postal, sem qualquer senha, deixa as mensagens bastante vulneráveis. O Telegram também usa o mesmo código na mensagem enviada pelo aplicativo, no SMS enviado dois minutos depois e na ligação feita mais dois minutos depois — talvez fosse melhor usar códigos diferentes, com validade mais curta, para evitar o acesso indevido por meios como este que teria sido usado.

Para quem quer se proteger, no entanto, a verificação em duas etapas oferecida pelo próprio Telegram pode ajudar. Ela fica meio escondida e não vem ativada por padrão, o que é uma pena, mas é bem fácil de fazer.

Vá em Configurações > Privacidade e Segurança > Verificação em Duas Etapas > Configurar senha adicional. O app vai pedir para você definir uma senha, colocar uma dica e dar seu e-mail e confirmá-lo para recuperar a senha caso seja necessário.

Pronto. Agora, não basta ter acesso ao seu número — seja pelo método acima, seja por um golpe como o SIM swap — para entrar no Telegram, é preciso ter a senha também.

Outro app de mensagens bastante popular, o WhatsApp, também tem esse recurso. O WhatsApp funciona de forma diferente, e, se você entrar em uma conta por outro celular, não consegue ter acesso às mensagens enviadas anteriormente. O backup delas fica no iCloud ou no Google Drive, serviços independentes do aplicativo, que exigem outra senha.

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Francês cai na água ao tentar atravessar Canal da Mancha com prancha voadora

Posted: 25 Jul 2019 11:50 AM PDT

O inventor Franky Zapata falhou em sua missão de tentar atravessar o Canal da Mancha nesta quinta-feira (25) com sua prancha voadora. No fim das contas, ele conseguiu apenas metade do trajeto aquático de 35 km antes de ele ter problemas de abastecimento e cair na água. Ele estava com um colete salva-vidas e não sofreu nenhuma lesão.

Era para Zapata parar no quilômetro 17 em uma pequena plataforma para poder reabastecer sua prancha voadora. Infelizmente, a plataforma mudou de posição enquanto Zapata descia devido às ondas do canal. Não deu outra: ele caiu na água, segundo informa o Guardian.

O inventor de 40 anos usa uma plataforma voadora que ele próprio desenvolveu. Recentemente, ele apareceu no noticiário durante um desfile do Dia da Bastilha, na França, durante o 14 de julho. O presidente da França, Emmanuel Macron, parecia bem impressionado com a apresentação. No entanto, a escolha de Zapata por carregar uma arma fez com que algumas pessoas ficassem preocupadas.

O Guardian filmou a decolagem de Zapata, embora a gravação não mostre o inventor caindo na água.

Aparentemente, Zapata ficou bem bravo com o plano de reabastecer no Canal da Mancha, que fora exigido pelas autoridades francesas por razões de segurança. As autoridades britânicas, aparentemente, não estavam lá muito preocupadas com o voo, desde que não oferecesse perigo ao público.

A quantidade de combustível necessária para dispositivos de aviação pessoal tem sido, historicamente, um grande impedimento para equipamentos pessoais de voo. Jetpacks, por exemplo, existem desde a década de 1960 e são produtos bem desenvolvidos. No entanto, o problema sempre foi a quantidade de combustível necessária para viajar por mais do que uma curta distância. Na década de 1960, jetpacks conseguiam ficar no ar por cerca de 30 segundos.

Comparado com atualmente, a diferença é bem grande. A prancha voadora pode ficar alguns minutos voando, mas o problema de combustível persiste.

Pessoas observam Franky Zapata voando sobre o Canal da Mancha

Pessoas observam Franky Zapata voando sobre o Canal da Mancha.Crédito: AP

A decisão da tentativa de atravessar o Canal da Mancha nesta quinta-feira (25) não foi feita por acaso. É o aniversário do 110º aniversário do voo de Louis Blériot sobre o Canal da Mancha. Blériot fez o primeiro voo sobre o canal em 1909.

Que você tenha mais sorte na próxima, Zapata. Estaremos torcendo por você.

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Cientistas criaram um braço protético que permite que os pacientes sintam novamente

Posted: 25 Jul 2019 11:33 AM PDT

Talvez um dos aspectos mais profundos e subvalorizados de estar vivo seja a capacidade de estender a mão e sentir o mundo ao seu redor – seja a grama recém-aparada ou o rosto de um ente querido. Para as pessoas que perderam uma mão ou um braço, as próteses podem restaurar algumas funcionalidades, mas não o sentido do toque. Mas cientistas da Universidade de Utah afirmam ter criado uma tecnologia que pode restaurar um certo grau de sensibilidade para pessoas que tenham sofrido amputações.

Outros esforços têm sido feitos em outros lugares para criar próteses capazes de proporcionar sensações. Mas, de acordo com a equipe, as sensações que as pessoas têm ao usá-las são limitadas e imprecisas. Eles afirmam que seu trabalho chega muito perto de imitar como nossas mãos tocam e sentem o mundo ao nosso redor.

A tecnologia é o resultado de uma colaboração entre várias instituições, não apenas a Universidade de Utah, de acordo com Gregory Clark, engenheiro biomédico e neurocientista da universidade. Uma importante contribuição dos pesquisadores da universidade foi o desenvolvimento do Utah Slanted Electrode Array (USEA). O USEA, disse Clark ao Gizmodo, fornece uma interface entre uma mão protética e os nervos sensoriais e motores remanescentes do usuário em seu braço; esses nervos e os próprios pensamentos da pessoa ajudam a operar o dispositivo.

“Ele estendeu o braço, juntou as duas mãos, movendo-as e esfregando-as uma contra a outra, sentindo com a mão protética como se fosse quase real, e sentindo-se quase completo de novo, pela primeira vez em quase 15 anos.”

Isso acontece através do implante cirúrgico de centenas de eletrodos diretamente ao lado das fibras nervosas. Eles podem "gravar (ouvir) ou estimular (conversar com) pequenos subconjuntos de fibras nervosas de forma muito seletiva e razoavelmente abrangente", explicou Clark por e-mail. Isso permite que uma ampla gama de sinais sensoriais e motores específicos seja recebida e enviada de volta entre a prótese e o sistema nervoso.

A mão protética. Imagem: George et al. (Science Robotics)

"Metaforicamente, ter eletrodos dentro do nervo em vez de fora é como ter conversas íntimas e diferentes com pequenos grupos de pessoas selecionadas que você está sentado perto, em vez de gritar do lado de fora de um estádio para que todos escutem a mesma mensagem e ouvindo apenas um rugido distorcido da multidão em troca ", disse Clark.

Em 2016, Clark e sua equipe pediram a ajuda de Keven Walgamott, que perdeu a mão e parte do braço em um acidente há cerca de 15 anos. Walgamott recebeu o implante da USEA, que estava ligada a um braço protético avançado desenvolvido pela empresa Deka e batizado de LUKE em homenagem à prótese que o personagem Luke Skywalker usou em Star Wars. Então, ao longo de 14 meses, Walgamott visitou a universidade para testar o braço no laboratório.

Os resultados finais do projeto realizado com Walgamott foram publicados na quarta-feira (24) na Science Robotics.

Quando a interface foi ligada (conhecida como “stimming” por Walgamott), ele não só era capaz de sentir as coisas que sua mão LUKE tocava, mas podia distinguir entre tocar algo macio ou duro. Essa sensibilidade acrescida tornou mais fácil para Walgamott realizar movimentos surpreendentemente complexos, como colher uvas, levantar delicadamente uma caixa frágil ou colocar uma fronha em um travesseiro. Mas o resultado mais significativo foi como Walgamott reagiu emocionalmente enquanto usava o LUKE.

Quando perguntado se havia mais alguma coisa que Walgamott queria fazer com a prótese no final de uma sessão, de acordo com Clark, ele simplesmente disse: "Quero unir minhas mãos".

"E foi exatamente o que ele fez. Ele estendeu o braço, juntou as duas mãos, movendo-as e esfregando-as uma contra a outra, sentindo com a mão protética como se fosse quase real, e sentindo-se quase completo de novo, pela primeira vez em quase 15 anos, disse Clark.

A prótese da equipe, embora certamente impressionante, ainda é uma imitação imperfeita do braço e da mão humana. Por um lado, há ordens de magnitude – há mais fibras nervosas no braço do que os eletrodos usados ​​no USEA. Mas mesmo uma imitação mais fraca de sensibilidade ainda seria inestimável para os pacientes, observou Clark. O dispositivo poderia até conter a frequência e a gravidade da dor do membro fantasma experimentada por muitos, como parecia para Walgamott.

“Ainda não podemos replicar totalmente o rico repertório de sensações e percepções da natureza”, disse ele. “Mas podemos ir longe, o que é muito melhor do que quando não há sensação alguma”.

Um passo importante para a equipe é melhorar o design. Eles esperam criar uma versão portátil da prótese, que seria usada em casa. Eles também querem mudar totalmente para implantes sem fio para a interface, o que não seria apenas menos pesado para o usuário, mas reduziria o risco de infecções ou danos. Eles planejam iniciar testes em domicílios nos próximos meses, mediante aprovação da Food and Drug Administration.

Levará anos, pelo menos, até que esses dispositivos possam estar disponíveis comercialmente, mesmo que esses testes e outros sejam executados sem problemas. Mas ainda é tempo suficiente para que as pessoas que vivem com perda de membros possam, um dia, se beneficiar dessas próteses avançadas e mais naturalísticas, observou Clark.

“Para aproveitar a temática de Star Wars: essa é uma nova – mas bastante realista – esperança”, disse ele.

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Multa de US$ 5 bilhões contra o Facebook não vai impedir abusos futuros da rede

Posted: 25 Jul 2019 10:01 AM PDT

Claro, US$ 5 bilhões soa como uma multa bem grande, e para a maioria das pessoas é difícil de entender a dimensão disso. Mas para uma corporação tão grande quanto o Facebook, ela representa apenas cerca de três meses de lucro, uma queda proverbial.

Embora o CEO Mark Zuckerberg tenha se vangloriado da “multa histórica” ​​imposta na quarta-feira (24) como parte do acordo entre Facebook e a Federal Trade Commission (FTC) sobre violações da privacidade de seus usuários, legisladores de Washington e defensores de privacidade descreveram a ação como um fracasso histórico. O acordo, eles advertiram, contribui pouco para impedir práticas futuras. Muitos observaram que os investidores de Wall Street pareciam totalmente indiferentes.

Os americanos devem ser céticos, disse Eric Null, conselheiro sênior do Instituto de Tecnologia Aberta da New America, que o acordo resultará em “qualquer mudança efetiva nas proteções de privacidade online ou nas práticas comerciais do Facebook”. A empresa foi “recompensada” no mercado de ações, diz ele, por um acordo que "não impôs restrições significativas nas práticas de coleta e compartilhamento de dados do Facebook, e as mudanças estruturais exigem um superintendente tenaz para garantir a conformidade ou elas podem resultar em nada".

Robert Weissman, presidente do grupo de defesa do consumidor Public Citizen, disse que o acordo não afeta as mudanças dentro da empresa necessárias para proteger a privacidade dos usuários do Facebook. “Isso permite que o Facebook escape da responsabilidade genuína pelo que fez e permite que a empresa traia seus usuários mais uma vez”, disse ele.

"Se não podemos confiar a informação privada dos Estados Unidos ao Facebook, por que deveríamos confiar nosso dinheiro?"

À luz do "histórico de privacidade atroz do Facebook", Weissman acrescentou, a FTC deveria ter exigido que a empresa cancelasse seus planos de lançar a Libra, uma moeda digital que o Facebook pretende lançar em Genebra com outras 27 empresas, incluindo Ebay, Uber e Paypal. A Libra – além dos planos do Facebook de integrar o Facebook Messenger, Instagram e WhatsApp – “representa ameaças inéditas e sem precedentes à privacidade dos consumidores”, disse ele.

"Se não podemos confiar a informação privada dos Estados Unidos ao Facebook, por que deveríamos confiar nosso dinheiro?", questionou o senador Ed Markey, membro do Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado, que também criticou o acordo como uma leve advertência e uma” abdicação partidária do dever da FTC “que acabará por falhar, ele advertiu, em tentar acabar com a negligência de privacidade do Facebook.

"Aqueles que argumentam que essa penalidade afetará os resultados do Facebook já foram provados errados. As ações do Facebook subiram depois que foi divulgado no início do ano que a empresa seria multada em US$ 5 bilhões pela FTC, tornando Mark Zuckerberg US$ 1 bilhão mais rico", disse Markey. Ele adicionou:

"Se a série de infrações cometidas pelo Facebook fosse apenas limitada a violações de privacidade, ok, mas não é. Eles reconheceram que não conseguiram bloquear os usuários de redes sociais em Mianmar que usaram a plataforma para incitar a violência que levou ao genocídio contra os Rohingya. O Facebook deu a dezenas de fabricantes de dispositivos acesso a dados de usuários, incluindo a Huawei, uma empresa de telecomunicações chinesa que, segundo autoridades americanas, é uma ameaça à segurança nacional. O Facebook permitiu que as propagandas políticas fossem compradas e colocadas sob o nome de qualquer um, em contradição direta com o próprio compromisso da empresa de tornar a propaganda política mais transparente.

O senador Ron Wyden chamou a decisão de um “sweetheart deal”, um acordo que não é de interesse público e que beneficia o Facebook, e que é “especialmente fraco”, acrescentando que ele temia que todos os abusos do Facebook não tivessem sido completamente investigados. Ele ainda se referiu ao acordo como "imunidade geral" para violações que o público conhece e "crimes em potencial" que eles não conhecem. “A FTC está enviando a mensagem de que executivos ricos e grandes corporações podem violar a privacidade dos americanos, mentir sobre como nossas informações pessoais são usadas e abusadas, sem consequências significativas”, disse ele.

Como fizeram no início desta semana, quando a multa de US$ 700 milhões da Equifax foi anunciada, vários legisladores dos EUA insistiram que o acordo do Facebook apenas enfatiza a necessidade urgente de legislação federal para salvaguardar os dados privados dos consumidores.

"Uma legislação abrangente sobre privacidade é necessária para fortalecer as autoridades da FTC e dar a ela mais ferramentas e recursos para que a violação da privacidade dos consumidores e a quebra da confiança pública não seja apenas o custo de fazer negócios", disse o deputado Frank Pallone Jr., presidente do Comitê da Câmara de Energia e Comércio.

Sem uma "lei de privacidade federal robusta e abrangente cobrindo coletores de dados e consumidores", disse o senador Roger Wicker, presidente do Comitê de Comércio, Ciência e Transporte, "os agentes mal-intencionados poderão continuar abusando dos dados no mercado online".

“Este acordo não contribui em nada para mudar a vigilância assustadora do Facebook a seus próprios usuários e o uso indevido de dados de usuários”.

Marc Rotenberg, presidente do Centro de Informações de Privacidade Eletrônica (EPIC), uma entidade sem fins lucrativos com foco em privacidade e com sede na capital do país, disse que a FTC fracassou repetidamente em agir contra uma série de abusos de privacidade, incluindo violações da Lei de Proteção à Privacidade Online Infantil (COPPA) e alegações de que o Facebook coletou informações pessoais de saúde ilegalmente. “A ação da FTC é insuficiente e tardia”, disse ele, pedindo ao Congresso que aprove uma legislação que estabeleça uma agência de proteção de dados dos EUA.

“Os consumidores americanos não podem esperar mais uma década para a [FTC] agir contra uma empresa que viola seus direitos de privacidade”, disse ele.

Declarações de autoridades de supervisão republicanas foram menos condenatórias. Em uma declaração conjunta, os representantes Greg Walden e Cathy McMorris – membros graduados do Comitê de Energia e Comércio e do Subcomitê de Proteção ao Consumidor e Comércio, respectivamente – disseram que o acordo é "uma das maiores penalidades civis já impostas pelo governo dos EUA, e é de longe o maior acordo de privacidade ou segurança de dados que o mundo já viu".

“Há muitas dúvidas sobre como as novas exigências impostas ao Facebook serão aplicadas e qual impacto isso terá sobre a privacidade dos usuários”, acrescentaram, dizendo que seus comitês continuariam pressionando a FTC por respostas sobre como os termos do acordo seriam reforçados. "Esses detalhes realmente importam", disseram, "mas o que sabemos é que esse pedido abrange uma ampla gama de questões de privacidade e segurança de dados do Facebook, WhatsApp e Instagram".

O senador Josh Hawley, um republicano que pediu reformas radicais de proteções que impedem as redes sociais de serem processadas pelo conteúdo gerado por usuários, se mostrou menos entusiasmado com o acordo, no entanto, escrevendo no Twitter : "Este acordo não contribui em nada para mudar a vigilância assustadora do Facebook a seus próprios usuários e o uso indevido de dados de usuários. Não faz nada para responsabilizar os executivos. Não consegue penalizar o Facebook de maneira eficaz ".

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Pesquisadores dizem que é fácil reverter dados anonimizados e identificar pessoas

Posted: 25 Jul 2019 08:40 AM PDT

Apenas por existir no mundo moderno você já cede suas informações para incontáveis instituições e serviços. Embora empresas prometam manter seguro seus dados identificáveis e privados, elas ainda podem compartilhar versões anonimizadas de seus dados com terceiros, podendo ser tanto para pesquisa como para lucrar. No entanto, um novo estudo indica que mesmo quando o dado é quebrado para remoção de fatores identificáveis, não requer muito trabalho para reunir algumas pistas e identificar o usuário "anônimo" daquele conjunto de informações.

Em outras palavras, dados anonimizados não são lá muito anônimos.

Pesquisadores do Imperial College London publicaram um artigo na Nature Communications na terça-feira (23) que explorou como as técnicas atuais são inadequadas para anonimizar um conjunto de dados. Antes de uma empresa compartilhar um conjunto de informações, eles removem as informações de identidade, como nomes e e-mail, mas os pesquisadores conseguiram “jogar” com este sistema.

Usando um modelo de machine learning e conjuntos de dados que incluíam até 15 características identificáveis — como idade, sexo e estado civil — os pesquisadores conseguiram identificar com precisão 99,98% dos americanos em um conjunto de dados anônimos, de acordo com o estudo.

Para suas análises, os pesquisadores usarem 210 conjuntos de dados diferentes que foram coletados de cinco fontes, incluindo o governo dos EUA, que continham informações sobre mais de 11 milhões de indivíduos. Especificamente, os pesquisadores definiram suas descobertas como um esforço bem sucedido para propor e validar "um modelo estatístico para quantificar a probabilidade de uma tentativa de reidentificação ser bem sucedida, mesmo se o conjunto de dados divulgado estiver muito incompleto'.

De modo geral, o argumento da equipe de pesquisa é que dado um conjunto de dados, eles conseguem treinar um modelo para gerar um índice de "singularidade" da população. Quanto mais atributos estiverem disponíveis, melhor a precisão da identificação de uma pessoa.

O autor principal, Dr. Yves-Alexandre de Montjoye, um pesquisador do departamento de computação e instituto de ciência de dados da Imperial College, caracterizou tais atributos como "informações bem padrão que as companhias pedem".

Apesar de parecer inofensivo, tem gente que está se preocupando que dados anonimizados sejam disponibilizados para grandes empresas. Em junho deste ano, um paciente do Centro Médico da Universidade de Chicago (EUA) entrou com uma ação coletiva contra uma universidade privada e o Google para que a instituição não compartilhasse seus dados sem haver consentimento claro.

O centro médico supostamente anonimizou o conjunto de dados, mas ainda cedeu ao Google registros como altura, paciente, peso, sinais vitais, informações sobre doenças, procedimentos médicos a que foram submetidos e medicações em uso. A denúncia apontava que, além da quebra de privacidade no compartilhamento de dados íntimos sem o consentimento de um paciente, mesmo que fosse de alguma forma anonimizado, as ferramentas disponíveis para uma poderosa corporação de tecnologia facilitam a engenharia reversa dessas informações e identificar um paciente.

"Empresas e governos têm minimizado os riscos da re-identificação ao argumentar que os conjuntos de dados acessados estão sempre incompletos", disse de Montjoye em um comunicado. "Nossas descobertas contradizem isso e demonstram que um invasor pode estimar com facilidade e precisão a probabilidade de que o registro encontrado pertence à pessoa que se está procurando".

Os pesquisadores colocam o ônus sobre os legisladores para criar melhores padrões para técnicas de anonimização, com o objetivo de garantir que o compartilhamento de conjuntos de dados não continue a ser uma invasão de privacidade potencialmente abrangente.

Algumas das empresas mais poderosas do mundo estão obtendo conjuntos de dados que fornecem informações suficientes para identificar com segurança alguém — as consequências tanto dessas empresas como de agentes mal-intencionados de montar um quebra-cabeça e criar uma imagem completa de alguém são recorrentes, e a habilidade dos pesquisadores de identificar uma quantidade tão grande de usuários com apenas 15 atributos indica que precisamos reavaliar o que constitui um conjunto de dados éticos e anônimo.

"O objetivo da anonimização é para que possamos usar os dados para beneficiar a sociedade", disse de Montjoye. “Isso é extremamente importante, mas não deve e não precisa acontecer às custas da privacidade das pessoas."

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Será que Steve Jobs passou mesmo trote para CEO do Spotify para aterrorizá-lo?

Posted: 25 Jul 2019 07:23 AM PDT

Não é segredo que o Spotify e a Apple têm uma rixa. Mas de acordo com uma entrevista da Variety com os autores de um novo livro, Spotify Untold, essa rivalidade remonta a 2010, quando Steve Jobs teria ligado para o CEO do Spotify, Daniel Ek e…respirado fundo no telefone.

O quê?

Para contextualizar, naquele momento, o Spotify estava começando a entrar no mercado dos EUA – um movimento com o qual a Apple não estava muito satisfeita e fazia o possível para bloquear. Com o estresse aumentando, e sem o apoio da indústria de música, Ek supostamente disse a um colega que ele acreditava que Jobs estava ligando para o seu telefone para, possivelmente, intimidá-lo. Os autores do livro, os jornalistas suecos Jonas Leijonhufvud e Sven Carlsson, afirmam que, embora essa anedota em particular não seja 100% verificável, a história veio de uma “fonte confiável”.

“Se Steve Jobs realmente ligou para Daniel Ek é algo que não podemos verificar”, disse Carlsson à Variety. "Para nós, a afirmação de Ek é como um reflexo de quão paranoico e ansioso ele deve ter se sentido em 2010, quando o acesso do Spotify ao mercado norte-americano foi negado, em grande parte devido à pressão da Apple. As grandes gravadoras parecem ter sido muito leais à iTunes Music Store e a Jobs pessoalmente".

O livro em si detalha a ascensão do Spotify, de startup a gigante da música, e embora os autores não tenham entrevistado o próprio Ek, eles falaram com ex-executivos e investidores do Spotify – alguns aceitaram se identificar, enquanto outros só falaram em off -, além de funcionários de gravadoras. E parece que uma grande parte do livro é dedicada à briga de novela entre Apple e Spotify.

“Após vários meses de pesquisa, pudemos finalmente explicar como Jobs trabalhou ativamente para se opor ao estabelecimento do Spotify nos EUA, e o que ele pode ter pensado”, disse Carlsson na entrevista.

Então, o icônico cofundador de gola preta da Apple realmente gastou um tempo do seu dia, cinco anos antes da Apple Music sequer ter sido lançado, para brincar com o psicológico de um potencial rival? Honestamente, não é difícil imaginar. Talvez ele tenha feito isso durante seus intervalos de almoço, discando o número de Ek em um iPhone 4 não rastreável. Quem sabe. Pessoas ricas já são estranhas, imagine os ricos que são astros da tecnologia. Carlsson afirma que Jobs via o iTunes como uma das principais vantagens da “guerra santa” contra o Android, e não é algo impossível de se imaginar que Jobs – que tinha fama de ser babaca – se envolveria em algum tipo de bullying entre CEOs.

Há supostamente mais fofocas quentes e suculentas no livro, que, por enquanto, infelizmente só está disponível em sueco. Os autores afirmam que o Spotify não só tentou adquirir o Tidal e o Soundcloud, mas os gigantes da tecnologia Microsoft, Google e Tencent também tentaram comprar o Spotify. Você ainda pode ler um capítulo traduzido da tentativa fracassada do Spotify de lançar um serviço de TV. Mas, foco no que importa. Alguém, por favor, pode traduzir na íntegra, em ricos detalhes, aquele trecho em que Steve Jobs respira assustadoramente em um telefone?

[Variety via 9to5 Mac]

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Samsung anuncia que já consertou o Galaxy Fold e vai lançá-lo em setembro

Posted: 25 Jul 2019 06:03 AM PDT

Quando o lançamento do Galaxy Fold atrasou indefinidamente devido a questões de durabilidade, muitos pensaram que o telefone dobrável de US$ 2.000 da Samsung era um caso perdido. Algumas pessoas, como o entusiasta da Apple, John Gruber, chegaram a proclamar que o Fold " nunca será lançado e todo mundo sabe disso".

Mas agora, depois de algumas melhorias e mudanças no design, o Galaxy Fold está de volta e em busca de compradores. O Fold ainda tem uma janela oficial de lançamento (relançamento?) previsto para o mês de setembro (o dia exato ainda não foi anunciado). Então, o que mudou no segundo take do Galaxy Fold?

Aqui está a primeira foto do recém-modificado Galaxy Fold. Foto: Samsung

A primeira grande diferença é o que a Samsung fez com o filme de polímero protetor da dobra. Anteriormente, as bordas do filme estendiam-se até a borda da tela (como visto na figura abaixo), mas restava um pequeno espaço entre o filme e a borda em torno do display do Fold. Isso deu ao filme a aparência de uma película de tela removível quando, na verdade, era um componente crítico para manter a integridade da tela.

Infelizmente, como as primeiras unidades para review chegaram em uma caixa que não continha uma etiqueta de advertência dizendo aos usuários para não descolar o filme de polímero, algumas unidades Galaxy Fold foram danificadas quando os revisores removeram a camada de polímero. Assim, uma grande mudança no Galaxy Fold renovado é que sua camada protetora de polímero agora cobre toda a tela, com as bordas do filme descansando sob as molduras do telefone, longe de quaisquer potenciais dedos intrometidos.

Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

No entanto, a mudança mais significativa no novo e aprimorado Fold é como a Samsung encobriu os pequenos espaços entre a tela do aparelho e sua dobradiça. Antes do lançamento, o Fold apresentava pequenas aberturas acima e abaixo de sua dobradiça, o que permitia que materiais externos, como areia ou terra, entrassem no dispositivo e danificassem a tela dobrável da Samsung. Pode ter sido isso o que aconteceu com a unidade para review do The Verge, inclusive.

Essa diferença parece ser significativamente menor agora, o que poderia sustentar a segunda fraqueza estrutural mais óbvia do Fold. A Samsung diz que também reforçou a dobradiça com novas capas protetoras e acrescentou camadas de metal embaixo da tela do Fold para aumentar a rigidez do display.

Aqui está uma comparação entre a diferença da dobradiça no Galaxy Fold original (à esquerda) e o Fold aprimorado da Samsung (à direita). Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Enquanto isso, a Samsung afirma que fez melhorias adicionais na experiência do usuário do dispositivo, otimizando mais aplicativos para uso na tela flexível do Fold.

Dito isso tudo, o maior desafio da Samsung agora é convencer as pessoas de que o Fold ainda vale US$ 2 mil depois que seu lançamento foi atrasado em relação a problemas de durabilidade. Mas para qualquer um que seja fã de tecnologias disruptivas, que bom que a Samsung ainda não desistiu de gadgets com telas dobráveis.

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Médicos alertam: testes de câncer feitos em casa podem dar resultados falsos e criar pânico desnecessário

Posted: 25 Jul 2019 04:26 AM PDT

Exames médicos podem ser assustadores e caros. Se alguém dá uma opção de descobrir de forma não invasiva e mais acessível se há risco de ter câncer, muita gente vai comprar. Mas os médicos estão apontando que esses kits caseiros para testes genéticos feitos em casa nem sempre são precisos, e os pacientes estão procurando cirurgias de grande porte que não são necessárias.

“O NHS [sistema britânico de saúde pública] está muito irritado com esses resultados porque [no caso do BRCA] eles mais erram do que acertam”, disse ao Guardian a professora Anneke Lucassen, geneticista clínica da Universidade de Southampton e presidente da Sociedade Britânica de Medicina Genética, referindo-se a kits caseiros que testam mulheres para mutações dos genes BRCA, que sinalizam risco de câncer de mama e de ovário. “Eu não estou dizendo para proibir esses testes”, ela acrescentou, “mas eles precisam de mais regulamentação”.

Lucassen disse ao Guardian que ela tinha uma paciente que havia uma mastectomia dupla, já que os resultados de um kit caseiro disseram que ela tinha uma mutação no BRCA. Mas quando o teste foi feito em um laboratório do NHS, sistema britânico de saúde pública, ele deu negativo. “Posso fazer a cirurgia de qualquer maneira só para garantir?”, perguntou o paciente a Lucassen. A médica disse que a paciente “não ficou nem um pouco convencida ao descobrir que era um falso positivo”, mesmo que ela tenha decidido não fazer a cirurgia de acordo com a recomendação do seu médico.

“Eu sinto que esta é a ponta do iceberg”, disse a médica, observando que ela mesma conhece cerca de dez casos em que indivíduos fizeram um teste genético em casa e receberam resultados positivos para riscos de câncer que os laboratórios da NHS consideraram imprecisos.

Não é difícil imaginar como a imprecisão dessas informações sensíveis pode prejudicar não só o dia de alguém, mas toda a sua vida. Para aqueles que podem não ser capazes de discernir quais resultados são mais confiáveis, obter um falso positivo de um kit para testes em casa e um resultado negativo do laboratório pode levar a cirurgias desnecessárias que alteram a vida caso o medo ou a má orientação superem a garantia de um profissional médico.

E, por outro lado, há uma consequência perigosa para os indivíduos aceitarem cegamente um resultado negativo de um kit doméstico não confiável como verdade. Para aqueles que podem estar em risco de câncer, um falso negativo pode adiar sua decisão de ir a um médico e fazer testes de laboratório mais confiáveis.

“Os resultados são incrivelmente ruins”, disse ao Guardian Caroline Wright, pesquisadora de genômica na Universidade de Exeter. Wright recentemente liderou uma análise de um chip de DNA comercial e descobriu que ele era preciso em apenas 17% das vezes ao testar mutações de BRCA. Além disso, ele não detectou mutações em mais da metade dos 50 mil indivíduos testados. "Neste ponto, eles são muito ruins, você tem que pensar em não compartilhar os dados. Pode ser muito prejudicial para o indivíduo descobrir essa informação completamente errônea."

Um incidente parecido também aconteceu fora de uma análise controlada: em setembro de 2017, a empresa de testes genéticos Invitae teve que retestar 50 mil amostras de sangue e saliva depois de ter deixado passar uma mutação hereditária do câncer de cólon em um dos testes. Por meio de novo teste, a empresa descobriu que os procedimentos não estavam testando a variante da síndrome de Lynch, o que pode indicar um risco maior de câncer de cólon. A Invitae corrigiu seu procedimento de teste, mas disse ao Gizmodo na ocasião que o erro passou despercebido por 11 meses.

Preocupações com a precisão desses testes em casa não são especialmente exclusivas do NHS. Haywood L. Brown, presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG, na sigla em inglês), emitiu uma declaração no ano passado depois que a FDA (equivalente norte-americano da nossa Anvisa) aprovou testes vendidos a consumidores para mutações BRCA que identificam riscos de câncer de mama e ovário. Brown escreveu que a recomendação da organização é que os indivíduos procurem a expertise de um obstetra ou profissional de saúde.

“Sem orientação clínica, os pacientes podem ficar erroneamente tranquilizados ou desnecessariamente preocupados com o risco de câncer com base nos resultados de seu teste DTC”, escreveu Brown. "Os prestadores de cuidados de saúde também podem enfrentar incertezas sobre a interpretação precisa e o ter que aconselhar pacientes com perguntas sobre resultados de testes positivos e negativos. Ambas as instâncias têm o potencial de gerar desinformação, confusão, excesso de custos para testes desnecessários e medo para pacientes e profissionais de saúde."

Mas, à medida que os testes genéticos domiciliares se tornam cada vez mais normalizados e essas empresas continuarem a oferecer serviços adicionais para descobrir predisposições, os médicos podem acabar enfrentando um novo tipo de desinformação — uma embalada e aprovada pela FDA.

Pelo menos no Brasil, isso não deve ser uma preocupação no curto prazo. Diferente dos EUA e do Reino Unido, testes caseiros genéticos não estão disseminados como nesses países.

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