sábado, 17 de agosto de 2019

Gizmodo Brasil

Gizmodo Brasil


A AOL poderia ter se tornado a dona do Facebook e do YouTube

Posted: 16 Aug 2019 02:36 PM PDT

Você consegue imaginar um mundo em que a AOL fosse dona do YouTube e do Facebook? Parece incrivelmente entediante. E isso quase chegou a ser realidade, de acordo com o ex-CEO da AOL, Jon Miller.

Em uma entrevista à CNBC publicada na quinta-feira (15), Miller revelou que em 2006 a empresa tentou comprar o YouTube e o Facebook.

Miller disse à CNBC que conversou com os fundadores do YouTube Chad Hurley, Jawed Karim e Steven Chen duas vezes em 2006. Miller disse que também falou com Mark Zuckerberg em 2006, quando o Facebook teria rejeitado a oferta de US$ 1 bilhão do Yahoo para comprar rede social.

“Queríamos fazer algumas tentativas”, disse Miller à CNBC. "Nós estávamos à frente para comprar o YouTube antes de qualquer outra pessoa. Tivemos a oportunidade de entrar em contato com o Facebook quando o Yahoo sofreu uma desestabilização."

Miller disse ainda que, dois anos antes, em 2004, a AOL tentou obter mais de 20% das ações da Tencent, a empresa chinesa por trás do WeChat, que hoje é uma das maiores plataformas de rede social do mundo.

Mas, claro, nenhuma dessas conversas foi bem-sucedida. Miller culpou o conselho da Time Warner. A AOL adquiriu a Time Warner em 2000, dois anos antes de Miller se tornar CEO. Como relatado pela CNBC, a Time Warner começou a assumir o controle da AOL porque a receita do serviço de internet estava diminuindo, e a Time Warner não estava interessada em mais empresas focadas na Internet.

“Em todas as tentativas, não conseguimos apoio”, disse Miller à CNBC. "Sabíamos que precisávamos nos arriscar para mudar a trajetória — o que estávamos fazendo não era suficiente. Necessário, mas não suficiente. E foi muito difícil quando não conseguimos nos arriscar no que teriam sido grandes mudanças no jogo."

Desde então, o YouTube e o Facebook cometeram muitos erros que alteraram o curso da civilização.

Para citar algumas das manchas no histórico recente do YouTube, o site criou um algoritmo de recomendação que explora crianças e leva as pessoas a ir mais a fundo em visões extremistas e ideias conspiratórias. E é usado como uma plataforma para adultos idiotasabusadores de crianças , supremacistas brancos e teóricos da conspiração perigosos.

O Facebook, por outro lado, permitiu a interferência russa nas eleições americanas, permitiu que a Cambridge Analytica obtivesse indevidamente dados pessoais de 87 milhões de usuários, desempenhou um papel importante no genocídio de Mianmarcompartilhou dados de usuários com outras empresas sem informar as pessoas e expôs os dados de até 50 milhões de usuários em uma violação de segurança.

Tudo isso é só a ponta do iceberg.

Você sabe o que a AOL fez nos últimos 13 anos?

Eu vou esperar.

Certo, nada que você saiba — além de perder o AIM e o Shingy, junto com a maior parte da relevância que o império America Online já teve.

Talvez se a AOL tivesse sido bem-sucedida em suas tentativas de comprar esses gigantes da tecnologia, ou pelo menos adquirir parte delas, a empresa estaria em uma posição melhor agora. Mas gostaríamos de imaginar um universo em que a AOL engoliu e estragou todos eles.

The post A AOL poderia ter se tornado a dona do Facebook e do YouTube appeared first on Gizmodo Brasil.

Cientistas dizem ter encontrado novo órgão na pele que processa a dor

Posted: 16 Aug 2019 01:31 PM PDT

Não é comum que pesquisadores descubram o que pode ser uma parte completamente nova do corpo humano. Mas um time na Suécia afirma ter descoberto um rede intricada de células debaixo da pele que ajuda a processar determinados tipos de dor. A novidade pode ampliar as nossas concepções de como sentimos dor, além de como aliviá-la.

Tipicamente, é pensado que aquilo que percebemos como sensações prejudiciais em nossa pele vem por meio de terminações muito sensíveis em determinadas células nervosas. Essas células nervosas não são revestidas por uma camada protetora de mielina, assim como outros tipos de células. As células nervosas são mantidas vivas por e conectadas a outras células chamadas glia – fora do sistema nervoso central, um dos dois principais tipos de células da glia é chamado de células de Schwann.

ilustração de células nociceptivas de SchwannUma ilustração de células nociceptivas de Schwann. Ilustração: Abdo, et al/Science

Os autores do novo estudo, publicado nesta quinta-feira (15) na revista Science, dizem que estavam estudando essas células auxiliadores perto da superfície da pele no laboratório quanto se depararam com algo estranho – algumas das células de Schwann pareciam formar uma extensiva “rede em formato de malha” com suas células nervosas, de uma maneira diferente com a qual elas interagem com células nervosas em outros órgãos.

Quando eles realizaram mais experimentos com ratos, eles encontraram evidências de que essas células Schwann possuem um papel direto e adicional na percepção da dor, ou na nocicepção.

Um experimento, por exemplo, envolvia reproduzir ratos com esses células em suas patas que pudessem ser ativadas quando o rato fosse exposto à luz. Uma vez que a luz surgisse, o rato parecia se comportar como se estivesse com dor, exibindo comportamentos que incluíam lamber a si mesmos ou esconder suas patas.

Experimentos posteriores descobriram que essas células – batizadas de células nociceptivas de Schwann pela equipe – respondem à dor mecânica, como ser picado ou atingido por algo, mas não pelo frio ou calor.

O fato de essas células estarem espalhadas por toda a pele como um sistema intrinsecamente conectado serve como argumento dos autores de que esse sistema deveria ser considerado como um órgão.

“Nosso estudo mostra que a sensibilidade à dor não acontece apenas no nervo [fibras] da pele, mas também nesse órgão recém-descoberto que é sensível à dor”, disse o autor sênior do estudo, Patrik Ernfors, pesquisador de dor na Instituto Karolinska na Suécia, em um comunicado da universidade.

Ernfors e sua equipe não são os primeiros a afirmarem a descoberta de um novo órgão recentemente. No ano passado, pesquisadores nos Estados Unidos argumentaram que uma rede preenchida de fluidos que batizaram de interstício – coincidentemente também encontrada debaixo da pele, além de também estar cerca de outros órgãos internos – deveria ser considerado um órgão.

Porém, leva anos até que fontes mais confiáveis, como os livros médicos didáticos, decidam concordar com a classificação (alguns outros pesquisadores rapidamente argumentaram que o interstício não é distintivo o suficiente para ser consagrado como um órgão e não foi confirmado por outros pesquisadores).

Então, assim como a maioria das coisas na ciência, é preciso realizar muitos outros trabalhos para estudar essas células e como elas funcionam. Os ratos são imprescindíveis para estudarmos as origens da dor nas pessoas, por exemplo, mas não sabemos quase nada sobre como essas células realmente operam no corpo humano. Todos os experimentos detalhados no estudo envolveram apenas ratos, então é possível que o sistema não exista ou funcione da mesma maneira em humanos.

“Ainda não estudamos humanos. No entanto, considerando que todos os órgãos sensoriais conhecidos encontrados em ratos também existe em humanos, é possível e até mesmo provável que o sistema também exista na pele humana”, disse Ernfors ao Gizmodo em um e-mail.

Dado o quão difícil tem sido tratar eficazmente a dor crônica, qualquer nova pista em potencial é animadora.

“A alodinia mecânica (alodinia = sentir dor a partir de estímulos mecânicos não dolorosos como quando se coloca uma camiseta ou outros tipos de toques na pele) é geralmente associada como uma neuropatia”, disse Ernfors, destacando que cerca de 10% das pessoas nos Estados Unidos e Europa possam sofrer desse tipo de dor. “Os mecanismos que causam a alodinia mecânica não são conhecidas. O fato de essas células serem importantes para sentir dor (pressão) mecânica pode significar que elas também estão envolvidas com a alodinia mecânica.”

A equipe planeja estudar profundamente como essas células são ativadas pela dor, o que deve envolver a descoberta de proteínas em sua superfície que respondam à simulação mecânica. Eles também planejam investigar o papel que o sistema pode ter na dor crônica a partir de estudos com animais.

The post Cientistas dizem ter encontrado novo órgão na pele que processa a dor appeared first on Gizmodo Brasil.

O novo recurso de lembretes do Google é uma ótima forma de irritar as pessoas com quem você mora

Posted: 16 Aug 2019 12:18 PM PDT

O Google anunciou um novo recurso para o Assistente. Ele permite que qualquer pessoa em um determinado grupo de família do Google receba um “lembrete atribuível”. Segundo a empresa, isso pode incluir desde tarefas a serem feitas até mensagens de apoio.

Em teoria, isso parece ótimo. Mas, leitor, eu tenho algumas preocupações.

De acordo com o Google, para utilizar o recurso você precisa chamar o Assistente e, em seguida, informar o nome da pessoa e o comando a ser atribuído (por exemplo, “Ei, Google, lembre a Sam de pegar um café a caminho de casa”).

O Google está promovendo isso como um recurso benéfico para famílias e lares. Os lembretes também podem ser baseados em localização e tempo, de modo que seu assistente enviará um alerta quando um destinatário chegar a um local específico ou a uma hora específica.

“Os lembretes atribuíveis no Assistente do Google ajudam as famílias e os colegas de casa a colaborarem entre si e se manterem organizados em casa ou quando estiverem na rua”, diz um blog post do Google sobre o novo recurso. "Isso significa que agora você pode criar lembretes para o seu parceiro ou companheiro de quarto sobre tarefas como fazer o supermercado, pagar uma conta recorrente, levar o cachorro para passear — ou enviar uma mensagem de encorajamento quando eles mais precisam".


GIF: Google

Deixe-me apenas começar dizendo que ninguém — e eu realmente quero dizer ninguém — gosta de ser cobrado de alguma tarefa que ainda precisa fazer e que provavelmente já sabe que precisa ser feita.

Isso se aplica especialmente a colegas de quarto, que eu acho que na maioria dos casos provavelmente prefeririam não ser lembrados de forma passiva-agressiva por robôs que eles estão devendo dinheiro ou que precisam completar suas tarefas.

E até mesmo a ideia de “mensagem de encorajamento” do Google (por exemplo, “Ei, Google, lembrar a Mary de que ela se sairá bem no exame de amanhã”) é um pouco estranha.

Claro que receber algumas palavras gentis em um dia estressante é ótimo, mas será que não seria melhor ouvi-las diretamente de um ser humano — seja pessoalmente ou até mesmo por texto — em vez de uma notificação por push? Quem quer ter a sensação de que uma mensagem de apoio poderia ter sido esquecida pelo remetente se ele não tivesse um robô para lembrá-lo?

Mas, veja bem, eu não estou dizendo que não há aplicativos perfeitamente razoáveis ​​para esse recurso. Lembrar coisas é difícil! Mas, caramba, vamos mesmo falar com nossos próprios familiares ou colegas de casa no futuro? O aborrecimento pré-programado parece exatamente o tipo de coisa que talvez não devêssemos convidar para nossas casas, sabe?

Como observado pelo PC World, o recurso é limitado para pessoas que estejam no mesmo grupo de família do Google ou tenham contas associadas ao mesmo smart speaker de uma residência. Além disso, caso essas notificações se tornem insuportáveis, você pode bloquear as pessoas de enviarem os lembretes.

De qualquer forma, o Google diz que o recurso será lançado nas próximas semanas, por enquanto em inglês, em Smart Displays e celulares na Austrália, no Reino Unido e nos Estados Unidos. A empresa disse que o recurso de lembretes chegará ao Google Nest Hub Max em meados de setembro.

Ok, Google, lembre-me quando eu conseguir acesso a esse recurso de desligá-lo imediatamente.

The post O novo recurso de lembretes do Google é uma ótima forma de irritar as pessoas com quem você mora appeared first on Gizmodo Brasil.

Empresa de logística UPS está usando caminhão autônomo para entregas nos EUA, e ninguém sabia disso

Posted: 16 Aug 2019 10:27 AM PDT

A startup de caminhões de carga autônomos TuSimple tem entregado encomendas no estado do Arizona, nos EUA, há algumas semanas.

A empresa de logística UPS anunciou nesta quinta-feira (15) que o seu braço de capital de risco fez um investimento minoritário na TuSimple. O anúncio também revelou que desde maio os caminhões autônomos da startup estão transportando cargas da UPS em rotas de 185 quilômetros entre Phoenix e Tucson.

A UPS confirmou ao Gizmodo que essa é a primeira vez que a UPS anuncia a utilização de caminhões autônomos da TuSimple para entregar encomendas no estado.

Quase que ao mesmo tempo que o programa entre UPS e TuSimple começou, o Serviço Portal dos Estados Unidos (USPS, na sigla em inglês) e a TuSimple tornaram público um programa piloto de duas semanas para entregar correspondências entre Phoenix e Dallas, em viagens de 1.600 quilômetros.

A TuSimple afirma que é capaz de cortar o custo médio de envio em um caminhão em 30%. Em um anúncio sobre a nova parceria, o gerente de parcerias da UPS Ventures, Todd Lewis, disse que o braço de capital de risco “colabora com startups para explorar novas tecnologias e ajustá-las para ajudar a cumprir necessidades específicas”.

A UPS não compartilhou os termos do acordo com o Gizmodo. A TuSimple não respondeu ao nosso pedido para comentários.

Como aponta o Verge, a TuSimple incorpora sua própria tecnologia autônoma – que se vale de nove câmeras e dois sensores LIDAR – em veículos da montadora Navistar.

O anúncio da parceria afirma que a TuSimple vem ajudando a UPS a entender como chegar a veículos autônomos do nível 4, no qual um veículo é completamente autônomo e capaz de chegar a uma determinada localização.

Neste momento, os caminhões da TuSimple que entregam encomendas para a UPS possuem um engenheiro e um motorista de segurança durante a viagem. Quando chegar no nível 4, não será necessário ter uma pessoa atrás do volante.

The post Empresa de logística UPS está usando caminhão autônomo para entregas nos EUA, e ninguém sabia disso appeared first on Gizmodo Brasil.

Estação climática no Círculo Polar Ártico marca recorde de temperatura: 34,8°C

Posted: 16 Aug 2019 08:56 AM PDT

Em meio ao mês mais quente da história, alguns novos recordes ainda são capazes de nos deixar de queixo caído. É o caso de uma medição feita no Ártico em julho deste ano.

De acordo com dados divulgados na análise climática mensal da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), uma estação meteorológica na Suécia ao norte do Círculo Polar Ártico atingiu impressionantes 34,8°C no mês passado. Como um dado isolado, já seria chocante. Mas juntamente com uma série de outros fatores, desde ausência de gelo no mar a menos de 200 quilômetros do Alasca até os incêndios descontrolados que assolam a Sibéria, é um ponto de exclamação sobre a crise climática.

A temperatura elevada foi registrada em 26 de julho no pequeno posto avançado sueco de Markusvinsa, que fica no extremo sul do Círculo Polar Ártico. Deke Arndt, um cientista climático da NOAA, disse em um telefonema com os repórteres que os dados foram analisados ​​e confirmados pelo Instituto Meteorológico e Hidrológico Sueco e que “eles estabeleceram isso como a temperatura mais alta ao norte do Círculo Ártico” no país. Para efeito de comparação, a temperatura mais quente registrada em Nova York no mês passado foi de 35°C.

A onda de calor que envolvia o Ártico se espalhou muito além de Markusvinsa. O Alasca registrou seu mês mais quente em meio a um clima extremamente estranho para o estado. O calor provocou incêndios gigantescos, e a fumaça desses incêndios envolveu Anchorage e Fairbanks, sendo que o primeiro teve seu verão com mais fumaça já registrado, de acordo com o especialista em clima do Alasca, Rick Thoman. Uma alta taxa de mortalidade de salmões, a vinda de morsas vindo à terra mais antecipada já registrada, e animais mais magros também foram relatados em todo o estado.

Durante a mesma declaração à imprensa, Thoman explicou as razões pelas quais tem ocorrido eventos tão estranhos no Alasca. O maior deles é o desaparecimento do gelo marítimo seis a oito semanas antes do previsto, o que deixou uma faixa circular de mais de 200 quilômetros de água em todo o estado. Os oceanos já estavam quentes no verão, mas a água oceânica absorveu ainda mais calor em comparação com a cobertura de gelo normalmente reflexiva.

Thoman chamou isso de “calor notável” e disse que superou a onda de calor oceânico batizado de "The Blob", que atingiu o nordeste do Pacífico em 2015. Os oceanos quentes, por sua vez, aqueceram o solo terrestre. O aumento da evaporação causou um aumentou de umidade, levando a algumas noites desconfortavelmente quentes no Alasca.

Assim como o calor não ficou confinado a Markusvinsa, o gelo marítimo desaparecido não é apenas exclusividade da costa do Alasca. O Oceano Ártico como um todo registrou sua menor extensão de gelo marítimo de julho, o que poderia ter ajudado em parte a alimentar uma tempestade de raios a apenas algumas centenas de quilômetros do Polo Norte.

O gelo marítimo foi de 19,8% abaixo da média, caindo muito mais que a baixa anterior estabelecida em julho de 2012. O ano de 2012 foi quando o gelo do mar bateu um recorde mínimo. Embora ainda estejamos de seis a oito semanas do mínimo anual de gelo marinho, e as coisas podem mudar no próximo mês, a quantidade de gelo deste ano está definitivamente em péssimo estado.

O calor ártico de julho é parte de uma tendência global maior impulsionada pela poluição por carbono. Os dados da NOAA divulgados na quinta-feira (15) também confirmaram que julho foi o mês mais quente já registrado na Terra, com uma temperatura mais de 0,95 graus Celsius acima da média do século XX. Com base no calor dos primeiros sete meses de 2019, o mundo quase certamente terá um dos seus cinco anos mais quentes já registrados. Usando dados analisados ​​separadamente pela Berkeley Earth, o cientista climático Robert Rohde tuitou que há 90% de chance de que 2019 fique como o segundo ano mais quente já registrado, perdendo apenas para 2016.

The post Estação climática no Círculo Polar Ártico marca recorde de temperatura: 34,8°C appeared first on Gizmodo Brasil.

Pequeno planeta pode ter colidido fortemente com Júpiter no início de sua formação

Posted: 16 Aug 2019 07:47 AM PDT

Astrônomos acham que o núcleo de Júpiter é esquisito. Isso poderia ser explicado por uma colisão antiga com outro corpo celeste, que possivelmente tinha um décimo da massa da Terra.

Uma colisão no início da história do Sistema Solar não deveria ser uma grande surpresa, afinal, cientistas depreendem que a Lua da Terra teria resultado de um gigantesco impacto.

Um evento similar pode ser sido responsável por algumas das propriedades inesperadas do núcleo de Júpiter, que parece ser estranhamente pouco denso embora tenha muitos elementos pesados.

A missão Juno, da NASA, que tem orbitado Júpiter, foi capaz de registrar o campo gravitacional do planeta com detalhes suficientes para que os cientistas descubram quais elementos provavelmente existem dentro do gigante gasoso.

Aparentemente, em vez de possuir um núcleo central muito denso com os arredores menos densos, o próprio núcleo pode ser mais difuso, mas com muitos elementos pesados.

Pesquisadores dos Estados Unidos, China, Japão e Suíça se perguntaram como tal planeta poderia ter surgido – suas características vão contra a maioria dos modelos de formação planetária, de acordo com um artigo publicado na Nature. Mas há uma hipótese que possa explicar os resultados: um impacto gigante durante o início da formação de Júpiter.

A ideia é que o sistema solar formou-se de um disco de poeira ao redor do Sol, que uniu-se e se transformou em planetas e outros objetos. Durante esse tempo, um planeta como Júpiter poderia ter crescido rapidamente e, de repente (em escalas temporais cósmicas), exercido muita gravidade nos planetas circundantes.

Talvez, como resultado desse processo, um proto-planeta menor próximo a Júpiter poderia ter colidido com o planeta gasoso – e, de fato, os modelos de formação dos pesquisadores, somando esse colisão, prevê as condições para formação de um planeta que se parece com o que entendem de Júpiter atualmente.

A colisão não teria acontecido a partir um golpe de relance com alguma massa que Júpiter engoliu lentamente, de acordo com o artigo; isso não teria gerado ondas de choque suficientes para perturbar o núcleo de Júpiter. O objeto hipotético teria que colidir Júpiter de frente.

É um hipótese bem provocativa. “Temos boas evidências de que colisões planetárias formaram o sistema solar (a formação da Lua da Terra, a remoção de muitas das rochas de Mercúrio, e potencialmente o deslocamento de Urano)”, disse ao Gizmodo Jonathan Fortney, cientista planetário da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, que não estava envolvido com o estudo. “Essa ideia tem muito desse espírito, embora tenha crescido imensamente em tamanho e escala. Imagine algo como Urano ou Netuno colidindo diretamente com Júpiter.”

Mas é apenas uma hipótese. “Não estou convencido (ainda) que essa é a resposta correta para essa questão”, disse Fortney. “Mas podemos adicioná-la à lista de explicações interessantes que precisam ser mais exploradas conforme avançamos.”

Continuar a elaborar cenários é importante para explicar o estranho interior do planeta, disse ao Gizmodo Yamila Miguel, professora assistente do Observatório de Leiden, na Holanda.

Por isso, embora uma colisão enorme não seja algo garantido de ter acontecido, é divertido pensar na possibilidade.

The post Pequeno planeta pode ter colidido fortemente com Júpiter no início de sua formação appeared first on Gizmodo Brasil.

Como um médico picareta enganou a mídia para divulgar pesquisas bizarras sobre suicídio e asfixia erótica

Posted: 16 Aug 2019 06:10 AM PDT

Aviso: Este artigo inclui discussão sobre suicídio e violência sexual. O assunto às vezes fala sobre tópicos sensíveis de saúde mental com linguagem que se afasta das melhores práticas.

Se você procurar pelo Dr. Damian Jacob Markiewicz Sendler online, você pode achar que ele tem um diploma de médico e um PhD da Harvard Medical School. Ele se apresenta como o chefe de sexologia de uma fundação de pesquisa em saúde sem fins lucrativos com sede em Nova York. Seu site afirma que ele é um dos membros mais jovens eleitos da Associação Americana de Psiquiatria e da Academia Americana de Psiquiatria e Lei, e que Barack Obama deu a ele o Prêmio de Serviço de Ouro por suas contribuições em medicina e saúde mental.

Com base nas informações disponíveis online, Sendler poderia ser uma das pessoas mais talentosas de 28 anos em medicina.

Mas ele não é. Essas informações são todas mentiras.

Sendler é um mentiroso em série. O personagem de médico bem sucedido que Sendler criou já apareceu em vários meios de comunicação – Vice, Playboy, Savage Lovecast, Huffington Post, Insider, Bustle, Thrive Global, Women’s Health e Forbes, entre outros. Muitas dessas plataformas publicaram as mentiras de Sendler e divulgaram seus estudos bizarros e irresponsáveis ​​sobre necrofilia, zoofilia, asfixia erótica letal e agressão sexual. E até recentemente, ele estava recebendo pacientes através de seu site, onde oferecia psicoterapia online e terapia sexual.

Depois de semanas de entrevistas com dezenas de fontes em universidades e hospitais, finalmente separei os fatos da ficção. E depois de entrevistar Sendler durante várias horas, descobri como ele se safou – até agora.

Confie em mim, sou médico

IFLScience e MEL Magazine destacaram o estudo de Sendler intitulado “Mecanismos semelhantes de lesões retais traumáticas em pacientes que fizeram sexo anal com animais com aqueles que foram penetrados com o punho por parceiros sexuais humanos”. Ambas as publicações chamaram o artigo de “o estudo menos indicado para ler no trabalho".

Dan Savage entrevistou Sendler sobre asfixia sexual letal em maio de 2018 em seu podcast Savage Lovecast, reverenciado dentro da comunidade de saúde sexual.

O Huffington Post aproveitou a expertise de Sendler sobre a relação dos millennials com seus pais. O Insider usou Sendler como uma fonte para vários artigos, incluindo "11 mitos que você deve parar de acreditar sobre o esperma","12 mitos sobre o ponto G que você precisa parar de acreditar"e"7 infecções comuns que podem ser causadas pelo sexo".

Sendler falou à Women's Health sobre as "7 maneiras de tornar a posição papai e mamãe muito mais quente" e os "12 orgasmos que toda mulher deveria ter". Ele forneceu à Men’s Health sua opinião sobre "como tratar a menopausa masculina" e "como exercício pode melhorar sua vida sexual".

Bustle o citou em um artigo sobre a superação de um ex-namorado e o Elite Daily o colocou em um post sobre superar inseguranças em um relacionamento.

Há um tempo atrás, a Forbes publicou o artigo "Por que as mulheres se apaixonam por serial killers?", que inclui várias citações de Sendler. "Muitas mulheres e alguns homens idealizam criminosos e assassinos como o tipo de pessoa que pode lhes dar apoio. É como um fetiche", disse Sendler ao autor da matéria.

Página inicial do site do Damian SandlerA página inicial do site de Damian Sendler Captura de Tela: damiansendler.com

Os estudos de Sendler são praticamente feitos sob medida para publicações que cobrem notícias sobre tabu e sexo.

O artigo da Vice "Conheça o Homem Que Estuda Por que Algumas Pessoas São Atraídas por Animais" mostra uma entrevista pergunta e resposta com Sendler. O autor apresenta Sendler como um transgressor visionário científico. "Embora o mundo online tenha nos permitido abrir a discussão sobre uma imensa variedade de perversões, consentimento e sobre todo espectro da sexualidade, a vontade de transar com animais é um impulso que é bastante fora dos limites – mesmo na comunidade científica", o repórter escreve. "Dr. Damian Sendler, um sexólogo forense e cientista pesquisador, é uma das poucas pessoas no mundo que tentam mudar isso".

A Playboy citou sua pesquisa sobre necrófilos no Halloween de 2018. O artigo usa muito uma publicação de Sendler intitulada "Necrofilia em uma amostra de pacientes psiquiátricos forensicamente comprometidos", que a Playboy indicou como estando sob revisão na publicação acadêmica Omega – Journal of Death and Dying. O artigo não foi publicado na Omega e um porta-voz da editora da Omega me disse que a revista nunca recebeu um artigo com este título ou um título similar. Independentemente disso, trechos do estudo foram publicados na Playboy.

O estudo é supostamente composto por entrevistas com três homens anônimos na Polônia e na Ucrânia que se engajaram em comportamentos sexuais com cadáveres, de acordo com Sendler.

Os três sujeitos aparentemente foram solicitados a falar sobre a sua “primeira vez com um cadáver”. Um funcionário do necrotério chamado “Matt” descreve as relações sexuais durante o turno da noite:

Abri o zíper do saco que tinha o corpo e comecei a olhar para a aparência dela. Os olhos estavam bem abertos e sua boca não fechava. Ela parecia que estava tendo um orgasmo e isso me excitou. Comecei a tocar suas pernas, minhas mãos se moveram dentro da sua vagina. Ela estava bem molhada por dentro. Será que ela teve algum trauma?

“Essas narrativas parecem extremamente implausíveis”, me disse o psicólogo clínico e terapeuta sexual David Ley depois de ler o estudo. "Os elementos sexuais se parecem mais com ficção erótica do que com narrativas clínicas".

É difícil saber se esses casos são reais ou retirados da própria imaginação de Sendler.

Doutor picareta

Quando conheci Sendler em meados de fevereiro no escritório do Gizmodo, ele estava muito bem vestido – blazer donegal cinza claro, abotoaduras, clip de gravata, lenço de bolso estampado e uma flor de tecido na lapela. Ele usava uma forte colônia e uma pulseira de contas.

Sendler está impecável em quase todas as fotos que encontrei online. Às vezes, ele acrescenta um jaleco branco ou coloca um estetoscópio em volta do pescoço – embora pareça haver pouca razão para ele usar esse instrumento em sua declarada linha de trabalho.

Ele parecia ansioso em encontrar com um jornalista de uma publicação que ainda não o tinha citado. Assim que nos sentamos em uma sala de conferências, ele iniciou uma discussão frenética sobre sua pesquisa, mal terminando um pensamento antes de pular para o seguinte: Sadomasoquismo para bestialidade para pedofilia a asfixia sexual letal para um cenário teórico em que uma grande festa sexual ou o desfile da Parada Gay de Nova Iorque pudesse levar a um aumento das infecções por HIV. Ele falava com confiança em um sotaque do leste europeu, recostado, com uma perna cruzada sobre a outra. Ele manteve contato visual direto comigo enquanto mentia sobre si mesmo e declamava um discurso pseudo-psicológico.

Um dos retratos de Damian SandlerUm dos retratos de Damian Sendler. Foto: Damian Sendler

Apesar das alegações de Sendler de que ele é médico, e apesar do estetoscópio no seu pescoço, ele não é um médico licenciado em medicina nos EUA. Dois funcionários do registro da Harvard Medical School confirmaram que Sendler nunca se matriculou e nunca recebeu um diploma da faculdade de medicina. Um porta-voz de Harvard me disse que Sendler nunca recebeu um doutorado ou diploma da Universidade de Harvard.

“Eu entrei na Harvard Medical School para cursar medicina, PhD e mestrado”, disse Sendler. Perguntei se ele conseguiu um doutorado em comportamento sexual pela Harvard Medical School (a Harvard Medical School não fornece nenhuma especialização em saúde sexual) e ele disse: "Sim. Sim", sem hesitação, e acrescentou: “Eu acho que ainda há algum tipo de admiração no campus [sobre mim]. Porque quando vou visitar [Harvard], as pessoas ficam tipo ‘Uau, você teve coragem, porque ninguém mais fez isso’", presumivelmente se referindo ao seu caminho acadêmico.

Sendler me contou que um de seus mentores, quando cursava a Harvard Medical School, era Yi Zhang, professor de genética na faculdade. Sendler disse que Zhang não acreditava nele quando estudava em Harvard. Mas, disse Sendler, ele se encontrou com Zhang em Boston um mês antes de nossa entrevista. E Zhang ficou impressionado com as realizações de Sendler.

Sendler disse que Zhang disse a ele em janeiro: "Parabéns. Você fez o que achou que era certo… Acontece que, nossa, você tem muito mais poder em pesquisa agora do que eu. E eu estou muito orgulhoso de você, porque tem pessoas nas quais eu realmente investi muito, depois que você foi embora, para torná-las as melhores e elas não se saíram tão bem".

Perguntei a Zhang se ele deu essa declaração que Sendler atribuiu a ele, e Zhang me disse que ele não disse isso e ele não vê Sendler desde que Sendler parou de trabalhar em seu laboratório em 2014. Zhang lembra que Sendler não fez muito trabalho e que ele faltava muito. “Ele faz uma coisa e afirma que fez dez coisas”, disse Zhang. "Ele era muito falador. Ele sabe se vender".

Um representante do Broad Institute, que era filiado ao laboratório de Zhang, confirmou que Sendler trabalhou no laboratório de Zhang de novembro de 2012 a janeiro de 2013. Subsequentemente, Sendler trabalhou como técnico de pesquisa no laboratório de Zhang no Hospital Infantil de Boston de julho de 2013 a abril de 2014, como funcionário do Instituto Médico Howard Hughes, de acordo com um porta-voz da entidade. Sendler, em seguida, trabalhou como técnico em tempo integral em um laboratório diferente no Instituto Broad de meados de 2014 até o verão de 2015.

Foto de Sandler com amigos da faculdadeUma foto na página de biografia de Sendler. Captura de Tela: damiansendler.com

Enquanto Sendler trabalhava no laboratório de Zhang, ele foi coautor, com Zhang e outros três, de um estudo de genética publicado na revista Nature. Mas Sendler não era um estudante de Harvard na época, de acordo com um porta-voz da universidade.

Até pouco antes da publicação deste artigo, a seção biografia do site de Sendler mostrava uma foto de um grupo em frente ao Gordon Hall na Harvard Medical School. Sendler e Zhang estão um ao lado do outro na foto. A legenda diz "Dr. Sendler (última fileira, segundo da esquerda) durante os estudos de pós-graduação na Harvard University e na Harvard Medical School".

Zhang disse que esta foto mostra ele com seus técnicos de laboratório, e que Sendler não era estudante. Ele afirma se sentir incomodado que Sendler esteja usando uma foto dele em seu site e mentindo sobre as credenciais. “Espero que ele não esteja causando danos”, disse Zhang.

Rato de laboratório

Sendler nasceu em agosto de 1990. Ele me disse que se formou no colegial em Nova York dois anos adiantado e foi para a faculdade aos 16 anos.

Confirmei que Sendler obteve um diploma de bacharel em estudos independentes na Universidade de Nova York, mas ele começou o curso em 2008, quando tinha 18 anos, não 16. Quando mais tarde eu perguntei a Sendler sobre essa discrepância, ele disse que não conseguia se lembrar qual era sua idade e depois mudou o assunto.

Enquanto esteve na NYU (Universidade de Nova York), foi voluntário no laboratório de Jose Silva, que era então professor assistente no Instituto de Genética do Câncer da Universidade de Columbia. Sendler foi um dos muitos autores de um estudo de glândula mamária que foi conduzido pelo laboratório e publicado na revista Genes and Development.

A seção de educação da conta do LinkedIn do Sendler
A seção de educação da conta do LinkedIn de Sendler. Captura de Tela: LinkedIn

Desde então, Sendler aumentou a sua experiência na Columbia. Seu site afirma que ele "completou uma pesquisa de tese rigorosa no Instituto de Genética do Câncer". No início de fevereiro, a conta de Sendler no LinkedIn mostrou que ele era um candidato a tese em genética do câncer, mas a maior parte das informações já foram removidas da página. Em um currículo de 2013, Sendler listou José Silva como "orientador de tese".

Silva me disse que não era orientador de tese de Sendler porque Sendler era voluntário e não um estudante de Columbia. Um porta-voz da Columbia confirmou que Sendler nunca foi aluno da Faculdade de Médicos e Cirurgiões da Columbia Vagelos ou de seu Instituto de Genética do Câncer.

Após graduar-se com um diploma de bacharel pela Universidade de Nova York, Sendler passou os próximos anos trabalhando nos laboratórios de Boston até o verão de 2015. Logo depois disso, ele passou muito tempo na Europa – principalmente na Polônia – com base em sua conta no Instagram.

Suas mensagens durante este tempo fazem vagas menções a "medicar" e "aventuras de Escola de Medicina". Menos de um ano depois de sua viagem à Europa, ele postou em seu Instagram referindo-se a si mesmo como um "investigador de doutorado".

Em nossa entrevista inicial, Sendler me disse que estudou na Universidade de Medicina de Varsóvia, mas eu não pude verificar se ele frequentou esta instituição. Um dos dois departamentos médicos da universidade respondeu à minha consulta, dizendo que Sendler não foi matriculado naquele departamento.

Sendler publicou pelo menos cinco artigos nos quais sua afiliação é indicada como Universidade da Faculdade de Medicina de Lublin na Polônia – uma instituição muito menor. Uma versão arquivada do site de Sendler a partir de janeiro de 2018 diz que ele estudou medicina na Universidade de Lublin e na Jagiellonski Collegium Medicum, uma escola de medicina na Polônia. As menções dessas escolas foram apagadas de seu site no início de 2018. Nem a Universidade de Lublin nem a Jagiellonski Collegium Medicum responderam a pedidos de comentários sobre a matrícula de Sendler. Ele mesmo me confirmou em uma ligação posterior ter frequentado as duas escolas.

Sendler parece ter voltado para os EUA no verão de 2017. Dois meses depois, ele finalmente se tornou um estudante de Harvard – mais ou menos. Em agosto de 2017, Sendler foi admitido na Harvard Extension School como candidato a mestrado em Artes Liberais, de acordo com um porta-voz da Divisão de Educação Continuada (DCE) de Harvard. Mas esta não é uma instituição que pode conceder diplomas de médico ou doutorado. "Às vezes as pessoas colocam Harvard em seu currículo, mas não é realmente a Universidade de Harvard ou uma escola em particular, é o DCE – que ainda é tecnicamente Harvard", me disse Rachel Dane, porta-voz da universidade. "Damian é um candidato na Escola de Extensão".

Apesar de a única afiliação acadêmica de Sendler com qualquer instituição de Harvard ser sua matrícula atual na Escola de Extensão, ele afirma ter diploma de médico e PhD pela Harvard Medical School. Não apenas isso – seu site afirma que ele é um "membro eleito" de várias organizações de saúde mental, incluindo a Academia Americana de Psiquiatria e Lei e a Associação Americana de Psiquiatria.

Um representante da Academia Americana de Psiquiatria e Lei me disse que Sendler estava em seu banco de dados como estudante, mas ele não está listado como membro. A Associação Americana de Psiquiatria (APA) não pôde compartilhar informações de associação e não pode me dizer se ele está no banco de dados. Mas um representante da APA me perguntou seu nome e digitou em um computador, enquanto eu esperava no telefone. Um momento depois, ela me disse que Sendler poderia ser um membro já que ele tem um diploma de medicina de Columbia e Harvard.

Eu perguntei como ela sabia disso.

Está no site dele, a representante da APA me disse.

Quando eu disse a ela que seu site tinha muitas imprecisões comprovadas e ele não tinha um diploma médico nos EUA, ela disse que ele não pode ser um membro da APA se ele não tiver um diploma médico de uma escola de medicina dos EUA.

Eu perguntei a Sendler sobre isso e ele não respondeu se ele era um membro, e me pediu para respeitar sua privacidade.

Selfie SandlerSelfie que Sendler postou em novembro de 2018 Captura de Tela: Damian Sendler (Instagram)

De acordo com o site de Sendler, ele é o ganhador do "Prêmio de Serviço de Ouro do Presidente dos Estados Unidos Barack Obama por trabalho humanitário". Não existe o Prêmio de Serviço de Ouro do Presidente, mas há um Prêmio de Serviço Voluntário do Presidente. A organização que supervisiona o prêmio, Points of Light, me disse que Sendler não está listado como tendo ganho o prêmio. Sendler não me forneceu qualquer evidência de que ele tenha o prêmio.

Sendler afirma que ele é o chefe de sexologia da Felnett Health Research Foundation. Eu não pude encontrar nenhuma menção desta fundação online fora do site pessoal de Sendler, artigos que ele publicou e artigos que o caracterizam ou citam.

A fundação não está registrada como uma organização sem fins lucrativos junto à receita federal dos EUA, mas o site de Sendler se refere a ela como "uma organização científica sem fins lucrativos". Quando perguntei sobre essa discrepância, Sendler disse que Felnett está registrada na Alemanha. Eu não pude verificar isso e ele não me mostrou provas – mas, independentemente disso, isto não está divulgado em seu site. O endereço que ele lista para a fundação pertence a um condomínio em Staten Island, Nova York.

Seu site apresenta um infográfico que sugere que sua fundação levantou ou planeja arrecadar US$ 500.000 em dinheiro inicial. Sendler me disse que recebe dinheiro de fundos europeus e doadores privados. Em uma conversa telefônica para checagem de fatos, Sendler parecia mais cauteloso, dizendo que não recebia nenhum dinheiro de ninguém nos EUA porque estava “bem financeiramente”.

Infográfico na página do SandlerUm infográfico no site de Sendler. Captura de Tela: damiansendler.com

O site sugere que ele supervisiona 28 pessoas que trabalham em cargos de pesquisa, administrativos e editoriais. Essa equipe inclui sete "bolsistas de psicologia" – mas, apesar de estarem todos listados como PhDs ou PsyD (doutor em psicologia), não encontrei provas de que alguém com esses nomes tivesse credenciais acadêmicas ou estivesse envolvido em trabalhos publicados. Não há virtualmente nenhum traço online da Dra. Maria Kruber, da Dra. Susanna Ranikova, da Dra. Marianna Edington-Brown ou de qualquer uma das outras. A única instituição com a qual elas parecem estar associadas é aquela que Sendler criou, onde ele é o pesquisador principal.

Sendler insistiu para mim que todas as pessoas listadas eram reais, mas uma pesquisa online e uma pesquisa de registros públicos de todos os nomes dos supostos associados praticamente não resultou em nada e me levaram a acreditar que quase todas essas pessoas poderiam ter sido inventadas.

O único membro da equipe que eu encontrei é listado como gerente administrativa – Agatha Markiewicz. Ela é a mãe de Sendler.

Sendler sugeriu que parte dos destaques da sua carreira vem de seu agente, Jay Krasicki, e que os dois nem sempre concordam – o que implica que Krasicki é o culpado pela falsificação de suas credenciais online. Krasicki é mencionado algumas vezes no site de Sendler. Como a maioria dos seus “funcionários”, não encontrei nenhuma prova de que Krasicki é uma pessoa real. Sendler insistiu que Krasicki é real, mas Sendler não queria que eu falasse com Krasicki e ele não compartilhou suas informações de contato.

Uma captura de tela do site de Damian Sendler onde ele oferece terapia online
Uma captura de tela do site de Damian Sendler onde ele oferece terapia online, tirada em 5 de fevereiro de 2019. Captura de Tela: damiansendler.com

Uma pesquisa no banco de dados do Escritório de Profissões do Estado de Nova York mostra que Sendler não está licenciado para prestar serviços de saúde mental como psicólogo, psicanalista ou conselheiro de saúde mental. Mas Sendler me disse que ele está ativamente visitando pacientes em Nova York.

Quando comecei a relatar essa história, o site de Sendler oferecia psicoterapia online, terapia sexual online e treinamento de relacionamento. O site afirmou: "Dr. Sendler é especializado no tratamento de pacientes com condições psicológicas e psiquiátricas, variando de estresse pós-traumático entre militares veteranos e estendendo-se até complexos casos forenses envolvendo parafilias".

Uma página em seu site, que já foi retirada, continha um portal onde os clientes poderiam inserir suas informações de cartão de crédito e "experimentar a terapia online oferecida por um médico de nível internacional" por meio de vídeos ou mensagens. A página ostentava “credenciais da Ivy League” (grupo das oito principais universidades dos EUA). Foi anunciado como começando em US$ 50 por semana.

Em dezembro de 2018, Sendler postou uma selfie no Instagram com a legenda "escolher o software para minhas consultas particulares é mais doloroso do que eu previa".

Parece que ele escolheu a Simple Practice, uma plataforma de gerenciamento de prática médica que fornece ferramentas para "profissionais de saúde e bem-estar" cobrarem e interagirem com seus pacientes online. A empresa afirma que a criptografia de dados de seu software é "aprovada pela HIPAA [emenda constitucional americana que assegura serviços de saúde]". Sendler parece ter dado essa informação, referindo-se ao seu trabalho como "terapia de bate-papo e vídeo aprovado pela HIPAA".

Sendler também me disse que estava trabalhando com pacientes fora da internet. Quando conheci Sendler, ele disse que estava prestes a partir para Chicago por alguns meses para montar uma nova clínica.

“Nós basicamente trabalhamos com um hospital local, Jackson Park”, ele me disse. "E tentamos recrutar mulheres que foram suspeitas de serem vítimas de agressão sexual. E tentamos apresentá-las casualmente a um sistema de suporte. Estou muito interessado em medicina sexual, especialmente traumas que podem ocorrer como resultado do sexo. É realmente interessante na realidade do movimento Me Too e como tem afetado a capacidade das mulheres de falarem a respeito".

Um representante do Jackson Park Hospital me disse que ninguém no hospital jamais ouviu falar de Sendler e que ele não está montando uma clínica associada ao hospital.

Não faça mal

Nos últimos dois anos, revistas acadêmicas publicaram cerca de uma dúzia de seus trabalhos de pesquisa sobre temas como suicídio, agressão sexual, asfixia erótica letal e zoofilia.

Perguntei a David Ley – um proeminente psicólogo clínico especialista em saúde sexual, licenciado no Novo México – para examinar os artigos publicados por Sendler. Ele ficou perplexo com o que leu, mas um artigo se destacou imediatamente.

"Este artigo ele publicou com a palavra 'butt-fisted' [punho enfiado na bunda] no título? Meu Deus!", disse Ley horrorizado. "Ele está misturando parafilias e fetiches – tratando basicamente todas as pessoas que têm interesse em fetiches como se tivessem distúrbios sexuais. É muito estranho".

Sendler me contou como surgem as ideias para seus tópicos de pesquisa. "Eu me pergunto normalmente: essa é a coisa mais estranha que eu fiz em termos de investigação científica?" Então ele sorriu. "E se isso é tão estranho e vai me trazer problemas em algum lugar do mundo, ou alguém vai me chamar para dar uma palestra em que vão fazer milhões de perguntas sobre o que é isso, eu penso, oh, esse é um assunto legal".

Esses tópicos "esquisitos"- que ele espera que gerem controvérsia – podem ter sérias consequências. Ley me disse que as comunidades de parafilia nas quais Sendler se concentra são muitas vezes compostas de pessoas marginalizadas que têm dificuldade em conseguir um apoio efetivo. "Alguém poderia ler [essa pesquisa] e pensar: ‘Uau, ele é um especialista, ele pode realmente me ajudar’? Tenho certeza de que pode acontecer", disse Ley. “Por que ele está focando nesses grupos marginalizados?”.

Ley também indicou um estudo de Sendler sobre suicídios transmitidos ao vivo. “Ele está identificando o trabalho com pessoas que experimentam ideação suicida e comportamentos de auto-agressão”, disse Ley, “E, meu Deus, eu simplesmente não consigo pensar em uma população mais vulnerável onde não queremos amadores envolvidos. Isso me deixa muito preocupado. Se ele está fazendo algo assim, as pessoas podem estar morrendo".

"Meu Deus, eu simplesmente não consigo pensar em uma população mais vulnerável onde não queremos amadores envolvidos".

Quando Sendler me contou sobre este estudo durante a nossa entrevista, ele usou repetidamente uma linguagem insensível que é fortemente desencorajada no campo da prevenção do suicídio, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental e a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio. Por exemplo, profissionais de saúde mental e pessoas que relatam suicídio são treinados para não usar os termos "sucesso", "malsucedido" ou "tentativa falhada" ao discutir o suicídio. Eles também não devem usar a frase “cometeu suicídio”, porque isso sugere que o ato é imoral ou criminoso.

“Nós temos um artigo que está atualmente sendo revisado que analisa adolescentes que falharam ao cometer suicídio ao vivo no Facebook”, disse Sendler. "Estou particularmente interessado em trabalhar com indivíduos que sobreviveram a uma tentativa suicida e depois viveram para contar a história. Então, essas são precisamente as pessoas que foram incluídas neste estudo – pessoas que falharam no suicídio".

Sendler disse que encontrou indivíduos para a pesquisa ao ir atrás de pessoas depois que ele viu seus posts online sobre a tentativa de acabar com suas vidas e eventualmente reuniu um "grupo de mais de 24 pessoas que não tiveram sucesso ao tentar cometer suicídio".

"Você sabe que eles tinham um bom plano para colocar um fim a suas vidas, mas não conseguiram executá-lo", disse Sendler. “E a maioria deles tentou se enforcar, mas de alguma forma as cordas não funcionaram ou eles não sabiam como realmente fazer o nó”.

Enquanto ele descreveu a tentativa de suicídio de um de seus supostos objetos de pesquisa, ele deu um sorriso. "É meio engraçado, você sabe, é como rir chorando. Eu falo com esse menino da Indonésia e ele me disse: ‘Bem, eu tomei muitos comprimidos’, de alguma medicação que ele encontrou. Mas você tem que conhecer a medicação – não funcionou. Ele honestamente achava que ele simplesmente tomaria o remédio e, assim como nos filmes, ia cair morto. Mas não, ele disse que teve uma diarreia muito forte e começou a vomitar, o tiro saiu pela culatra. Isso o fez sofrer mais vivendo com dor do que, você sabe, apenas morrer".

O campo da prevenção do suicídio desencoraja fortemente a discussão de métodos de suicídio. Sendler contou essa história como se fosse uma piada, depois continuou.

“Bem, se você vai realmente fazer isso, pelo menos verifique se o seu método é eficaz”, disse ele. "Honestamente, existem sites por aí que mostram quais métodos de se matar são mais eficazes. Então, certamente, eles não fizeram sua lição de casa".

Através do filtro

Os artigos recentes de Sendler foram publicados em revistas científicas revisadas por pares, o que significa que eles foram presumivelmente avaliados por especialistas em um campo relacionado. Algumas das publicações têm um fator de alto impacto, o que significa que elas são influentes em seu campo, com base na frequência com que seus artigos são citados em outros artigos. Mas Ivan Oransky – cofundador do Retraction Watch, um site que monitora retratações de revistas científicas e relatórios sobre integridade científica – me disse: "A revisão por pares não é uma varinha mágica, não é um selo de aprovação. É um filtro".

Entrei em contato com todas as publicações que encontrei que publicaram os estudos de Sendler, mas nenhuma editora respondeu até o momento desta publicação ou não fizeram comentários sobre os artigos de Sendler.

Oransky ressalta que o Journal of Forensic and Legal Medicine – que publicou os estudos de Sendler sobre asfixia sexual letal e que compam lesões retais em zoófilos com pessoas que foram penetradas pelos punhos de seus parceiros – é uma publicação que Oransky segue em seu feed RSS, mas apenas porque "eles publicam coisas realmente estranhas".

Os artigos publicados em periódicos forenses geralmente são baseados em estudos de casos. E mesmo que sejam estranhos, eles podem influenciar casos legais, de acordo com Anna Randall, uma terapeuta sexual certificada que pesquisa asfixia sexual e parafilia. "Absolutamente. Eles poderiam usar isso no tribunal ", Randall me contou, referindo-se aos artigos publicados por Sendler.

O estudo de asfixia de Sendler conclui que as pessoas que matam seu parceiro durante um ato de asfixia erótica talvez pudessem evitar a prisão se houvesse evidências de que a vítima tinha "necessidades pervertidas". Sendler me disse que este estudo foi recentemente usado pela equipe jurídica de Harvey Weinstein para uma linha de defesa em um caso de agressão sexual contra o produtor de filmes. Eu não pude confirmar se isso era verdade.

Randall foi entrevistada por promotores para casos relacionados a asfixia e morte acidental, e observou que os advogados usam estudos de sexualidade para apoiar seus pontos de vista. A especialista disse que isso é preocupante porque Sendler está confundindo parafilias com comportamento criminoso.

Parece que Sendler também tenta inflar o escopo de seus estudos. Em alguns dos artigos de Sendler ele revisou alguns casos relacionados ao seu tópico, e se referiu incorretamente a essa abordagem como "meta-análise" – um termo que na verdade significa análise estatística que combina dados de múltiplos estudos científicos em um esforço para aumentar a quantidade de dados disponíveis para chegar a conclusões ou ver tendências. Ao utilizar incorretamente o termo “meta-análise”, ele está fazendo seu estudo parecer mais amplo do que realmente é.

Randall riu quando leu a frase "meta-análise" usada nos documentos de Sendler. “O fato de ter sido publicado é incompreensível para mim”, disse Randall.

“Todos nós cometemos erros às vezes”, disse Sendler, quando perguntei por que ele usava erroneamente o termo “meta-análise” em seus estudos. "Usamos uma definição que pode não estar correta". Perguntei se ele cometeu o erro de inventar fontes ou falsificar informações em seus estudos, ele insistiu que não.

"O fato de ter sido publicado é incompreensível para mim."

Ambos os especialistas certificados em saúde sexual que eu consultei para este artigo – Randall e Ley – ficaram desapontados que os periódicos publicaram o trabalho de Sendler e que os meios de comunicação o citaram como fonte. Eles ficaram especialmente surpresos que Dan Savage tivesse entrevistado Sendler em seu podcast.

No episódio do Savage Lovecast, "Quando fetichistas acidentalmente matam: um olhar sobre asfixia", Savage comenta que o estudo de Sendler sobre asfixia é "fascinante" e "me impressionou". Savage esperava que – devido à negatividade sexual no sistema de justiça criminal – pessoas que mataram seus parceiros durante o sexo teriam um castigo mais severo do que as pessoas que sufocam alguém até a morte quando não como parte de um ato sexual, mas o estudo de Sendler sugere que o oposto é verdade.

Savage se lembra de que Sendler entrou em contato com ele para compartilhar seu estudo de asfixia sexual letal. “Isso foi como isca para Savage”, ele me contou, explicando como ele frequentemente discute a asfixia e a auto-asfixia erótica no programa.

Agora Savage percebe que deveria ter sido mais cuidadoso. “Claramente, teremos que adicionar uma camada de verificação que não tivemos no passado”, disse Savage. "Estou sentado aqui olhando para os últimos 10 anos de podcasts, pensando – quem mais estava no programa que tinha um artigo publicado, um site de aparência incrível, e afirmou coisas sobre suas credenciais, e nós fomos tipo, 'Parece bom!’".

Eu tinha ligado para Savage para perguntar como Sendler acabou aparecendo em seu programa, mas Savage rapidamente se tornou introspectivo sobre o episódio. “Estou muito aborrecido com isso – ter sido enganado e explorado dessa maneira”, Savage me disse. "É tão decepcionante. Muitas pessoas da comunidade de pesquisa sexual confiam em mim porque eu tento lidar com o que eles estão me apresentando de forma responsável. Desapontar os pesquisadores do sexo significa que eu tenho que ficar super [humilde] hoje à noite, deitar no chão e olhar para o teto por algumas horas".

O jogo

Depois da terceira menção de Sendler durante a nossa entrevista inicial de que ele havia estudado na Harvard Medical School, eu disse a ele que o escritório de registro da Harvard Medical School me disse que ele nunca havia se matriculado.

Ele se mexeu nervosamente e ofereceu uma explicação confusa sobre fazer algum treinamento clínico na Harvard Medical School e parte dele na Universidade de Medicina de Varsóvia – uma combinação vaga que ele se referiu como “diversificada” e “uma espécie de caminho de treinamento de mente aberta”.

Eu então disse a Sendler que ele não tinha licença para praticar saúde mental em Nova York, o que é preocupante, já que ele me disse mais cedo em nossa conversa que está atendendo pacientes em Nova York. Ele então esclareceu: “Eu os vejo em termos de consultas psicológicas”.

Sendler parecia estar sugerindo que ele está apenas oferecendo consultoria psicológica, não fazendo tratamento. Mas a lei de Nova York não permite que ninguém se declare psicólogo ou se refira a seus serviços como “psicologia” a menos que sejam licenciados ou devidamente autorizados.

Em uma conversa telefônica final para verificação de fatos com Sendler – quando ele estava mais na defensiva do que em nossa entrevista ao vivo -, Sendler me disse que nunca atendeu pacientes em Nova York e que, na verdade, recebeu seu diploma médico da Universidade de Medicina de Varsóvia. Perguntei por que não consegui encontrar provas disso e ele me disse que pediu à universidade para não divulgar suas informações acadêmicas para mim. Ele me disse que agora estava mudando as informações em seu site para ser mais transparente. Ele negou mentir para mim e para outros repórteres. Quando dei exemplos, ele disse que a conversa era contraproducente e me disse: "Faça o seu trabalho. Faça o que você acha que é certo".

Quando perguntei a Sendler durante nossa entrevista principal, no escritório do Gizmodo, se ele via essas falsidades como marketing ou deturpação, seu comportamento mudou, e ele finalmente falou comigo de uma forma que parecia franca: "Isso é meio subjetivo, certo? Todo mundo não está meio que se mostrando de uma forma diferente em todas as formas", ele disse.

Então ele pareceu me ameaçar. "Por exemplo, eu não te conheço, certo? Você pode estar trabalhando aqui hoje, mas você pode não trabalhar aqui amanhã, certo? E eu posso me sentir intimidado por você hoje, mas amanhã você não tem um emprego, certo? E eu ainda tenho o meu, certo?".

Conforme seu discurso continuou, Sendler me ajudou a entender por que pessoas como ele acreditam que podem se safar ao falsificar toda a sua carreira e mentir para pessoas vulneráveis.

“Você tem que entender que atualmente as pessoas usam o Twitter para criar falsidades — até mesmo o presidente deste país faz isso", disse Sendler. "Como então quantificamos o grau de culpa que você pode ter? Porque, veja você, se o homem mais poderoso puder fazer isso oito, nove mil vezes… e ele não se importa. Ele ainda faz a coisa dele, e as pessoas ainda o apoiam porque acreditam na agenda que ele executa".

Ele está certo, neste caso. Se alguém pode inflar suas realizações profissionais durante anos, e então se torna um líder mundial que governa semeando o caos com constante desinformação – o que impede um mentiroso confiante e carismático de fabricar uma carreira em psicologia e ser tratado como um médico visionário?

“Às vezes é realmente importante como você pode vender as coisas e convencer as pessoas”, disse Sendler, momentos antes de sair do meu escritório. “A realidade é inflável e tudo faz parte do jogo”.

Se você ou alguém que você conheça esteja tendo pensamentos suicidas, por favor, ligue para o Centro de Valorização da Vida em 188 ou acesse o site da associação, que oferece outros canais de contato, como conversa por chat ou mesmo e-mail.

The post Como um médico picareta enganou a mídia para divulgar pesquisas bizarras sobre suicídio e asfixia erótica appeared first on Gizmodo Brasil.

Motorola One Action, com câmera de ação que filma na horizontal com o celular na vertical, chega às lojas por R$ 1.799

Posted: 16 Aug 2019 05:09 AM PDT

A Motorola lançou seu novo celular da linha One: o Motorola One Action. O destaque é a câmera: um conjunto triplo que inclui uma lente grande-angular de 117° que filma na horizontal mesmo com o celular na vertical. O preço sugerido é R$ 1.799.

O Motorola One Action é muito parecido com o Motorola One Vision, lançado há alguns meses. Os dois, como o nome sugere, fazem parte do programa Android One, que promete atualizações de sistemas mais rápidas. Eles também compartilham várias especificações técnicas e componentes, como:

  • processador Exynos 9609 (octa-core com 2,2 GHz de clock);
  • tela Full HD+ de 6,3 polegadas e proporção 21:9;
  • 4 GB de RAM;
  • 128 GB de armazenamento e slot microSD para mais 512 GB;
  • bateria de 3.500 mAh e carregador rápido de 10 W.

A principal diferença entre os dois está nas câmeras. O One Vision tem na traseira uma câmera dupla com um sensor principal de 48 megapixels (com Quad Pixel, tecnologia que combina quatro pontos em um, resultando em imagens de 12 megapixels).

O One Action, por sua vez, tem câmera tripla. Como um porta-voz da Motorola disse, essa é a primeira vez que um aparelho da marca tem três câmeras na parte de trás — a marca, segundo ele, não quer entrar nessa guerra de números e, sim, trazer mais recursos inovadores.

No caso do One Action, o recurso inovador em questão está no fato de esta terceira câmera ser uma “câmera de ação”. Sua lente é uma grande angular com ângulo de visão de 117º, e seu sensor está “virado” em 90°. Com isso, mesmo segurando o aparelho na vertical, o vídeo é filmado na horizontal.

Segundo a Motorola, isso permite gravar cenas em movimento com mais facilidade e naturalidade, sem que seja necessário abrir mão do enquadramento horizontal dos vídeos. A empresa promete, aliás, que sua câmera consegue colocar 4x mais espaço na cena registrada — o parâmetro é uma câmera com ângulo de visão de 78°. Além disso, os vídeos contam com estabilização eletrônica de imagem.

Em uma breve experiência com o celular, a câmera realmente parece ter um ótimo ângulo de visão, e oferece inclusive a possibilidade de fazer vídeos em Full HD a 60 quadros por segundo. Como era de se esperar para um ângulo tão grande, há alguma distorção nas imagens. A estabilização eletrônica parece funcionar de maneira satisfatória.

De resto, como smartphone, a tela em uma proporção mais alongada chama a atenção, assim como no One Vision. Mesmo assim, o aparelho parece confortável de segurar e fácil de usar. A experiência do Android quase puro — há algumas alterações já famosas da Motorola, como a tela com notificações com o aparelho bloqueada e o gesto de girar maçaneta para abrir a câmera — é também bastante agradável.

O Motorola One Action já está nas lojas, com preço sugerido de R$ 1.799. É menos do que o preço de lançamento do One Vision, que chegou por R$ 1.999. Segundo um porta-voz da empresa, a ideia é que os aparelhos da linha One não substituam os modelos que vieram antes, mas sim tragam diversas tendências buscadas pelos consumidores.

O aparelho está disponível nas cores azul-denim e branco-polar. Uma terceira cor chamada azulmarine, com tom turquesa, deve chegar em setembro.

The post Motorola One Action, com câmera de ação que filma na horizontal com o celular na vertical, chega às lojas por R$ 1.799 appeared first on Gizmodo Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário